Juntos Navegando
Izabel Porto – Psicóloga da Enseada
Ano 3 • Edição n.º 18 • Julho/Agosto/Setembro/2015
Boletim informativo da Enseada Indústria Naval S.A. Plano Básico Ambiental (PBA) – Programa de Comunicação Social
Governo da Bahia fala sobre as obras no entorno 3
Foto MALANY TAVARES
Foto FILIPE BARBOSA
Interaja com a Enseada através do blog Navegando Juntos 2
Enseada luta pela retomada das atividades do estaleiro
O empreendimento que a Bahia quer
Foto JULIUS SÁ
Resultado de uma política industrial implementada pelo governo brasileiro, o estaleiro Enseada, implantado em Maragojipe, é um marco da engenharia nacional, fruto da competência empresarial de uma empresa formada por quatro acionistas, um deles a Kawasaki, fabricante de embarcações de alto valor agregado desde 1878. Após um período de intensa performance industrial, que acumulou 1,7 milhão de homem/ hora trabalhada e 2,6 mil toneladas de aço processadas, adversidades externas nos clientes da Enseada impactaram o estaleiro, que foi obrigado a paralisar obras, interromper atividade industrial e desmobilizar quase 10 mil pessoas. No pico das obras, éramos 7.200 trabalhadores no canteiro. Se a pleno vapor estivesse, o estaleiro teria hoje, somente aqui na Bahia, 6.191 integrantes. Atualmente somos menos de 300 cuidando da preservação de equipamentos.
O estaleiro da Enseada, em Maragojipe, está com 82% de avanço físico, mas com obras paralisadas há seis meses
ma indústria na Bahia que estava funcionando a todo vapor. Em um ano de atividades, iniciadas em 2014 no Estaleiro São Roque, de propriedade da Petrobras, a Enseada Indústria Naval atingiu a marca de 1,7 milhão de homem/hora trabalhada. Isso pode ser traduzido na alta produtividade da empresa no período operacional, que já construiu 65% do topside do navio Ondina, primeira encomenda que deverá ser entregue ao cliente Sete Brasil. No ano passado, 2 mil toneladas de aço foram processadas para a construção dessa sonda e resultaram na montagem de 55 blocos. Em seu estaleiro próprio e já operacional, com a conquista da Licença de Operação do Ibama em outubro de 2014, a Enseada iniciou a construção do topside do navio Pituba, segunda encomenda, que atingiu 25% de progresso físico.
Nessa mesma unidade industrial, foram montados os módulos do topside e a torre de perfuração do navio Ondina. Até fevereiro deste ano, foram processadas na unidade 600 toneladas de aço do Pituba e pré-edificados quatro megablocos. Em 2014, a Enseada chegou a atingir níveis de produtividade semelhantes aos indicadores da Kawasaki no Japão, motivo de grande comemoração por parte do time industrial do estaleiro. Durante uma apresentação na Marintec South America (ver página 4), realizada em agosto no Rio de Janeiro, o vice-presidente de Operações da Enseada, Guilherme Guaragna, afirmou que uma das formas de se alcançar o aumento da produtividade é através da competividade. “A indústria naval não se sustenta apenas com o mercado brasileiro e o nosso maior desafio é
O que antes representava o sonho de milhares de trabalhadores, há nove meses se transformou num pesadelo para uma região tão carente de oportunidades. O sonho foi interrompido. Em pesquisa divulgada pelo IBGE, o desemprego na Bahia no último trimestre atingiu 12,7%, bem acima da média nacional de 8,3%. O Brasil tem hoje 8,35 milhões de pessoas desocupadas, e a indústria naval retrocedeu. Perdemos a solidez das encomendas e milhares de empregos.
competir internacionalmente. A indústria carece de competitividade e o caminho para isso, em âmbito internacional, passa justamente pelo desenvolvimento de tecnologias e inovação, não somente de produtos, mas principalmente de processos”, declarou Guaragna. Foto DIVULGAÇÃO MARINTEC
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Pescadores definem lei para RESEX Baía do Iguape 4
Estamos lutando para superar o atual cenário, tentando viabilizar financiamentos alternativos, mas é preciso que nosso cliente garanta, com senso de urgência, as encomendas que sustentam o primeiro ciclo industrial do estaleiro. Reconhecemos o esforço do Governo e esperamos que o otimismo do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, em recente apresentação na Câmara dos Deputados, resulte em ações concretas. A solução está na mesa. O que antes o mercado chamava de “estaleiro virtual”, hoje é orgulho dos baianos, estado da arte da construção naval mundial.
Guilherme Guaragna é vice-presidente de Operações da Enseada
Fernando Barbosa Presidente da Enseada