Revista Agro DBO - Ed 41 - Fevereiro/2012

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Citricultura

de diversas variedades de citros para indústrias. São, em média, 1,5 milhão de unidades/ano em um viveiro em São José do Rio Pardo, próximo a Campinas e à divisa com Minas Gerais. Apenas 50% das frutas colhidas na propriedade de Ubirajara seguem para industrialização. O restante, segundo ele, é de mesa. Dessa forma, tenta fugir da parca remuneração oferecida pelo mercado de sucos. Em

ano passado, passa a 4% este ano e pode crescer muito mais”, salienta. Além disso, o preço de terras também faz a diferença em favor de Mato Grosso do Sul. “Em apenas setenta quilômetros de distância que separam Santa Fé do Sul (SP), de minha área de laranja em Aparecida do Taboado (MS), os valores variam entre 30% a 40%”, revela. Seu custo de produção é bastante flutuante. Nos seus 500 hectares cultivados em Santa Fé do Sul ele calcula entre R$8,00 e R$10,00 por planta (incluindo despesas de coleta e de frete). Lá, sua produtividade é, em média, de três caixas/planta. Para a área arrendada no Mato Grosso do Sul, ele estima que o custo fique na faixa entre R$ 6,00 e R$ 7,00 por planta. Sobre o arrendamento, o citricultor acredita que fez um bom negócio. Pelo contrato de 16 anos ele paga ao proprietário 10% do valor do que vir a ser produzido. Em contrapartida, recebeu, sem qualquer custo, os quatro pivôs para irrigação. Segundo Scholl, caso tivesse de adquirir o maquinário teria de investir algo perto de R$ 1,6 milhão – R$ 10,00 por planta. Segundo o produtor, a tendência é que mais citricultores atravessem Fotos: Aristo Mesquita

Laranja paulista à venda na beira da estrada, em Borda Mata (MG).

Santa Fé do Sul, recebia em janeiro deste ano R$ 13,00 pela caixa de 40,8 kg de laranja “na árvore”, ou seja, o comprador paga este valor e ainda é responsável pela coleta e pelo transporte. Já as laranjas voltadas para produção de suco não estão com preço compensador. “Recebo R$ 6,00 a caixa colocada na indústria e mais participação”, diz. Esta “participação” resulta em comissão por venda média anual superior a R$ 1,5 milhão em sucos no mercado exterior ou em taxação caso este desempenho seja inferior. “Definitivamente não é um bom negócio no momento”, ressalta. Por isso mesmo Scholl aposta em fruta de mesa e no mercado do Centro-Oeste. “Quando voltar a investir, farei isso no Mato Grosso do Sul”, garante. Só o fato de não haver no estado foco de doenças como o cancro cítrico e greening já o deixa bastante animado. “Não há tradição de cultivo de citros e, portanto, não tenho vizinhos com este problema e que poderiam contaminar minha área de cultivo”, afirma. Em São Paulo, na sua área de produção em Ubirajara, teve em 2012 uma quebra de 2% em função do greening. “Parece pouco, mas se foram 2%

Capim marandu entre linhas de laranjeiras e pé de ponkan: citricultura sul-matogrossense ainda é pequena, mas vem crescendo rapidamente.

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