ENS - Carta Mensal 567 - Setembro/Outubro 2025

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MENSAL CARTA

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

MATÉRIA ESPECIAL

O Encontro do Colégio Nacional das Equipes de Nossa Senhora

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IV ENCONTRO NACIONAL

Conheça o logo do IV Encontro Nacional 2027

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Os 75 anos de história das Equipes de Nossa Senhora no Brasil

Índice

EDITORIAL 1

SUPER-REGIÃO BRASIL

De Lyon a Troussures: Uma jornada com o Padre Caffarel 2

Minha esperança na celebração dos 75 anos das Equipes de Nossa Senhora no Brasil 4

ENTRE LINHAS E PÁGINAS

Breve comentário das Cartas Mensais 5

SUPER-REGIÃO BRASIL

Colégio Nacional das Equipes de Nossa Senhora no Mosteiro de Itaici 6

ENTRE LINHAS E PÁGINAS

Ajuda mútua: um item que deve ser melhor trabalhado .......................................................... 8

SUPER-REGIÃO BRASIL

Sétimo Capítulo: Acolher o Pão Partido

Oitavo Capítulo: No Coração das nossas Equipes no Coração da Igreja

DATAS DO MOVIMENTO

Aconteceu em Agosto: Batismo de Padre Caffarel

18/setembro Falecimento de Pe. Caffarel

Discernimento do CRE 13 DATAS COMEMORATIVAS

Dia das Crianças: O Valor dos

As Bem-aventuranças: o Caminho da Santidade

Natividade de Nossa Senhora: Um presente de esperança para a humanidade 16 12/outubro – Dia de N. S. Aparecida 17 7 de outubro - dia de N. S. do Rosário 18 29 de setembro 19

30/setembro: Dia da Bíblia e São Jerônimo 20

Exaltação da Santa Cruz 21

O CONSELHEIRO NA CARTA

Se a equipe vai bem, mérito deles, se vai mal, não é só culpa sua 22 Meu sim às Equipes de Nossa Senhora 23

A experiência de ser Conselheiro Espiritual nas ENS 24 Não se pode perder de vista o que se espera do SCE

A misericórdia de Deus nos alcançou 26 Um olhar misericordioso com a dor do outro 27 Deus nos carrega no colo nas dificuldades 28 PARTILHA E PCE

O Dever de Sentar-se foi transformador para nossa vida conjugal 29

A força da oração em meio a tempestade 30 “Não estava ardendo o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lucas 24, 32). 31

IV Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora/Fortaleza 32 IV ENCONTRO NACIONAL

ACESSE CARTA MENSAL ÁUDIO:

N O T Í C I A S

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567_set/out_miolo-capa_NB no 567 edição

Setembro/Outubro 2025

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro na “Lei de Imprensa” N° 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil – CR Super-Região Brasil Rose e Rubens; Equipe Editorial: Responsáveis: CR Carta Mensal Mirna e Sildson; Conselheiro Espiritual: SCE Carta Mensal: Pe. Antonio C. Torres; Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb.17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais – Rua Tefé, 192 - Perdizes, São Paulo/SP - Fone 11 97574-9718 – e-mail: novabandeira@novabandeira.com – Responsável: Ivahy Barcellos; Revisão: Jussara Lopes; Diagramação, Preparação e Tratamento de imagem: Douglas D. Rejowski; Imagens: (Freeimagens/Pxhere/Unsplash/CanStockPhoto/Canva). Tiragem desta edição: 26.560 exemplares. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS – Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3° Conj. 36, CEP: 01310-905, São Paulo/SP ou através de e-mail: cartamensal@ens.org.br a/c Mirna e Sildson.

IMPORTANTE: consultar instruções antes de enviar o material – pedimos que acessem as instruções na aba/acesso Carta Mensal do site das Equipes de Nossa Senhora (www.ens.org.br).

Queridos casais equipistas, paz e bem! Vivemos tempos de graça e de renovação no Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Esta edição da Carta Mensal nos convida a mergulhar na riqueza de experiências que testemunham a vitalidade e a profundidade da espiritualidade conjugal que nos une.

Nos dias 22 a 24 de agosto, o Mosteiro de Itaici foi palco do Colégio Nacional das Equipes de Nossa Senhora , que reuniu cerca de 94 casais e 61 Sacerdotes Conselheiros Espirituais. Foram dias intensos de oração, celebrações e estudo, onde se destacou a apresentação do tema de 2026, que será trabalhado nos EACREs. A presença vibrante dos Conselheiros Espirituais deu testemunho do compromisso e da corresponsabilidade que fortalecem nossa missão, tornando visível a presença de Cristo no meio dos casais.

Também recordamos com alegria o Encontro Nacional da Equipe Responsável Internacional (ERI), ocasião em que a comunhão e a partilha reafirmaram a dimensão universal das ENS. A espiritualidade conjugal, vivida em tantos países, revela que nossa caminhada está sempre unida à missão da Igreja, servindo como testemunho de fé, esperança e amor no mundo.

Outro momento de profunda emoção foi a visita do Casal Responsável da Super-Região Brasil à casa de oração e à sepultura do Padre Henri Caffarel, em Troussures. Diante do fundador do nosso Movimento, experimentamos a graça da continuidade: somos herdeiros de uma espiritualidade que brotou de sua escuta atenta a Deus e de sua

abertura ao chamado dos casais. Sua vida continua a inspirar-nos a buscar a santidade no cotidiano, a viver o Evangelho no coração do lar e a manter viva a chama da Oração Conjugal.

Esta edição também traz matéria especial sobre o Jubileu de Diamante das Equipes de Nossa Senhora, reflexões bíblicas e testemunhos de sacerdotes e casais que nos mostram como a graça de Deus age na vida familiar. Cada página é um convite a redescobrir a beleza da vocação conjugal e a força da espiritualidade que nos sustenta.

Também estamos criando uma nova bandeira na Carta Mensal, denominada Entre Linhas e Páginas. Essa nova bandeira, trará textos, resumos e sentimentos sobre as leituras realizadas de livros do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Esperamos com isso estimular a leitura dos livros escritos pelo Padre Caffarel, do Casal Moncau, pelos Sacerdotes Conselheiros Espirituais que contribuíram com a nossa história e servem de auxílio para nossa caminhada como casal e equipe.

Que Nossa Senhora, nossa Mãe e companheira de caminho, continue a nos conduzir com ternura e firmeza, para que cada casal seja sinal do amor de Cristo no coração da Igreja e no mundo. Com carinho e esperança,

Sildson CR Carta Mensal

Mirna e

De Lyon a Troussures: Uma jornada com o Padre Caffarel

Expressar em palavras o que sentimos durante a viagem para Lyon, por ocasião da participação no Colégio Internacional, é um desafio, pois trata-se de uma experiência profunda e emocionante, que nos permitiu mergulhar nas origens do nosso Movimento, na sua história, no legado do padre Henri Caffarel.

Como nosso destino era Lyon e dispúnhamos de alguns dias de férias, decidimos dedicar esses dias a um itinerário com um propósito: conhecer um pouco da trajetória do nosso fundador, visitar os locais de seu nascimento, batizado, exercício do sacerdócio e sepultamento, locais que testemunham sua vida, missão e legado.

Na Basílica de Saint Martin d´Ainay, onde foi batizado, participamos da missa dominical. Conhecemos também o local onde morou, 8 Rue du Plat, essas foram as primeiras experiências fortes que nos emocionaram. Em Paris, visitamos a paróquia de Saint Augustin, onde ele foi vigário de 1942 a 1980. Como era feriado e estava fechada, contemplamos a beleza da Igreja onde tantas vezes ele foi esse servo de Deus para tantos fiéis que tiveram a oportunidade de beber dessa fonte. Por fim, partimos para Troussures, onde fica a Casa de Oração e o local de seu sepultamento.

Vivemos um profundo momento de paz e gratidão junto à sua sepultura, simples, com a inscrição “Vem e

Segue-me” na lápide e acompanhada das datas de seu batismo, ordenação e falecimento.

De volta à Casa de Oração fomos recebidos pelo irmão Juan com explicações ricas sobre a Casa e que, mesmo não tendo convivido com o Padre Caffarel, demonstrava um conhecimento profundo sobre sua vida e obra. Oração e silêncio marcam cada espaço, onde ele acolhia casais e rezava. Às 12h00, a missa coroou esse percurso, em louvor a Deus pelo legado do nosso fundador.

Enfim, seguimos para o tão esperado Colégio Internacional, em Lyon, de 21 a 27 de julho. Vivemos momentos intensos de oração, em especial as Orações da Manhã conduzidas por casais, mas preparadas por Élisabeth Saléon-Terras, consagrada que teve a graça de conviver 20 anos com o Padre Caffarel e aprofundar-se na prática da Oração Interior por ele ensinada. Em silêncio absoluto, rezamos como ele ensinava.

Momentos intensos de espiritualidade marcaram esse Colégio Internacional: missas diárias, homilias profundas, reflexões em grupo onde as barreiras linguísticas se dissolviam pela ação do Espírito Santo, formações e convivência marcaram nossa jornada.

Levamos na bagagem ensinamentos, partilhas e uma imensa gratidão a Deus pelo chamado feito ao

Pe. Caffarel aos 20 anos, um chamado que continua frutificando na vida de todos nós.

Que Nossa Senhora, patrona de todas as equipes, continue intercedendo por todos nós para que vivamos com fé, amor e unidade o chamado ao serviço e à espiritualidade conjugal.

Rose e Rubens CR SRB

Minha esperança na celebração dos 75 anos das Equipes de Nossa Senhora no Brasil

Queridos casais e Conselheiros, espero que todos estejam bem. Venho partilhar com vocês minha alegria e gratidão pela celebração dos 75 anos das Equipes de Nossa Senhora no Brasil.

Devemos agradecer a Deus, de modo especial, pela vida e pela missão da família Moncau, casal abençoado que, junto com os primeiros casais, iniciou esta experiência de espiritualidade conjugal em nosso país. Imagino quantas dificuldades enfrentaram, desde a comunicação por cartas até as traduções do francês para o português, além de tantos outros desafios. Mas, com fé, oração e confiança, perseveraram e acreditaram no ideal de viver a santidade no matrimônio.

Hoje, ao celebrarmos este jubileu, é tempo de gratidão, mas também de reflexão. Pergunto a cada casal: acreditamos verdadeiramente nesse ideal? Como está a nossa caminhada dentro do Movimento?

É preciso olhar com sinceridade: tenho valorizado o Movimento? Colaboro com sua missão por meio da minha participação ativa? Como está minha vivência na equipe de base? Em casal, temos estudado o tema, vivido o testemunho da Escuta da Palavra, o Dever de Sentar-se, a Oração Conjugal, o Retiro e a Meditação? E no Setor, tenho participado das Noites de Oração, das missas e das formações?

Queridos casais, este é o nosso Movimento. Por isso, convido todos a rezarmos mais pelas Equipes de Nossa Senhora, a retomarmos com seriedade e alegria a caminhada, voltando ao primeiro amor, como nos recorda São João da Cruz. Não sejamos casais medíocres, mas casais santos! A santidade é uma estrada a ser percorrida com amor, dedicação e perseverança.

Permitam-me partilhar um pouco da minha experiência: sou pároco de várias comunidades, enfrento grandes desafios, mas me dedico com muito amor às Equipes, pois tenho convicção de que nosso Movimento pode transformar famílias, o Brasil e até o mundo, se vivermos com fidelidade e entusiasmo o nosso chamado.

Vale a pena ser cristão, vale a pena ser padre, e acredito firmemente que vale a pena viver o matrimônio, pois ambos são Sacramentos do Amor. E o amor sempre vence!

Sigamos em frente, com esperança e coragem. Que Deus nos abençoe e fortaleça a missão de cada um.

Um abraço fraterno,

Pe. Toninho SCE SRB

Breve comentário das Cartas Mensais

Em uma das nossas “andanças literárias”, deparamo-nos com o livro Memórias & Histórias – Para Aqueles que Têm as Equipes no Coração, escrito por Maria Regina e Carlos Eduardo Heise, Casal Responsável da ECIR (Equipe de Coordenação Inter Regional) de 1995 a 1999. Naquele ano, a ECIR foi sucedida pela Super-Região Brasil, com a criação das Províncias. Eles foram também membros da ERI (Equipe Responsável Internacional).

Dentre as “memórias” do Movimento que nos trazem os autores, um dos capítulos se refere ao percurso percorrido pelas Cartas Mensais desde o seu surgimento.

A Carta Mensal no Brasil teve início em 1952 e, do primeiro exemplar até as Cartas de 1960, eram todas mimeografadas. A partir de 1961, começaram a ser impressas no formato de bolso. Em 1970 passaram a ter as dimensões que possuem até hoje.

As primeiras Cartas foram baseadas no conteúdo daquelas produzidas na França e, no Brasil, eram traduzidas por Dr. Pedro Moncau, que transcrevia das Cartas francesas apenas assuntos de interesse dos equipistas brasileiros.

Em 1964 iniciou-se a publicação da chamada Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora – Equipes Novas, que traziam notícias e artigos da França e do Brasil. Dr. Pedro disse a respeito: “esta série de números especiais...os seus textos são ricos e esclarecedores que as equipes já

existentes só poderão beneficiar-se com a leitura”. Ela continuava sendo um veículo “de comunicação, formação e informação dos equipistas, quer sejam eles novos ou mais antigos”, segundo Maria Regina e Carlos Eduardo.

A primeira Carta Mensal após a série das “Equipes Novas” foi publicada em 1967, com o título que permanece até hoje. E, em 2025, a Carta Mensal comemora 73 anos no nosso país, existência que quase coincide com o tempo de vida do Movimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, que neste ano comemora 75 anos. Sendo um importante instrumento de formação e informação, as Cartas Mensais favorecem e mantêm a nossa unidade, em linha com a proposta do Padre Caffarel, que sempre se dedicou à intensa comunicação com as bases do Movimento. De se destacar ainda que as Cartas são responsáveis por registrar, ao longo dos anos, a história das Equipes de Nossa Senhora construída com o esforço de tantas pessoas.

Façamos da leitura das Cartas Mensais um propósito de progredirmos juntos na fidelidade à Vida de Equipe que, juntamente com as Orientações de Vida e os Pontos Concretos de Esforço, são os pilares da Pedagogia do Movimento, conduzindo-nos à santidade por meio do Sacramento do Matrimônio.

Ana Maria e Jânio Casal Comunicação Província Centro-Oeste

Colégio Nacional das Equipes de Nossa Senhora

no Mosteiro de Itaici

Entre os dias 22 e 24 de agosto , o Mosteiro de Itaici acolheu com alegria e espiritualidade profunda o Colégio Nacional das Equipes de Nossa Senhora , encontro que reuniu cerca de 94 casais e 61 Sacerdotes Conselheiros Espirituais.

Momentos de Oração e Celebração da Fé

A programação diária foi iniciada com a Santa Missa às 7h , reafirmando que todas as atividades estavam alicerçadas na presença viva de Cristo. Além disso, na sexta-feira o dia foi solenizado com a celebração da Missa de posse dos novos responsáveis das Províncias e Regiões , fortalecendo o sentido de missão, colegiada, renovação

e continuidade da caminhada do Movimento.

A oração em comum, a escuta da Palavra e a Eucaristia deram unidade espiritual aos trabalhos, recordando a todos a centralidade de Cristo e a força do Espírito Santo na vida conjugal e pastoral.

Estudo, Reflexão e Compromisso

Um dos pontos altos do Colégio foi a preparação para o ano de 2026, que será aprofundada no Encontro Anual de Casais Responsáveis de Equipe (EACREs). A proposta foi recebida com entusiasmo, suscitando reflexões em grupo e partilhas fraternas.

Os Casais Responsáveis pelas Províncias e Regiões demonstraram grande espiritualidade e comprometimento

ao apresentarem suas sínteses de entendimento nos grupos de reflexão ocorridos. Esses momentos confirmaram a missão das Equipes de Nossa Senhora de formar casais que, iluminados pela fé e apoiados pelos Conselheiros Espirituais, assumem a corresponsabilidade pela evangelização da família em busca do desenvolvimento da Espiritualidade Conjugal dos casais equipistas.

Sacerdotes

Conselheiros Espirituais

Um destaque especial deste Colégio foi a crescente participação dos Conselheiros Espirituais , que, em número expressivo e resplandecendo nos rostos a alegria no servir, testemunharam seu compromisso com as Equipes de Nossa Senhora.

Sua presença, marcada pela escuta atenta e pelo acompanhamento pastoral, trouxe às reflexões a riqueza de suas experiências junto às equipes e regiões, fortalecendo a caminhada espiritual dos casais. Ao assumirem esse serviço, os sacerdotes se fazem sinal vivo da presença de Jesus no meio dos casais equipistas, recordando que a espiritualidade conjugal floresce quando sustentada pela graça e pelo acompanhamento eclesial.

Um Colégio de Unidade e Esperança

A presença conjunta de casais e sacerdotes, unidos no mesmo propósito, revelou a riqueza da vocação laical e ministerial em complementaridade. O Colégio, mais do que uma assembleia administrativa, tornou-se um verdadeiro cenáculo de oração, estudo e missão

Assim, o Mosteiro de Itaici foi testemunha de dias de intensa espiritualidade, trabalho e comunhão, que certamente ecoarão nas Províncias e Regiões do Brasil, fortalecendo o caminho das Equipes de Nossa Senhora rumo ao futuro.

Ajuda mútua: um item que deve ser melhor trabalhado

Correção fraterna

Deveremos, pois, calar-nos? Solução adotada com frequência, pelo que parece. Há muitas respostas sobre esse ponto:

• “Não ousamos intervir...”

• “Pomo-nos de parte para não agravar a situação...”

• “Não nos sentimos capazes de falar...”

E a expectativa acarreta o hábito de nunca mais reagir! Mas a exigência fraterna não poderá ficar inativa.

Palavra de Santo Agostinho

“Acaso não devemos repreender e corrigir um irmão para impedir que caminhe tranquilamente para a morte?

Pode acontecer, como acontece frequentemente, que se entristeça com a repreensão, que resista e proteste, mas depois, refletindo sozinho no silêncio, quando só Deus e ele estão presentes, evite fazer o que lhe foi repreendido justamente, odeie a sua falta e ame seu irmão, que é apenas o inimigo dessa falta.”

Condições necessárias para uma

Correção Fraterna

• Prudência e preparação – É preciso começar por bem conhecer aquele a quem vamos falar, procurar compreender as razões que o levam a agir desse ou daquele modo, colocarmo-nos no seu lugar e, por fim, pensar muito bem no que vamos dizer, para não falarmos demais.

• Humildade e desejo de aperfeiçoamento – Só se deve pedir a correção fraterna num verdadeiro desejo de aperfeiçoamento, e não pelo gosto de falar de si ou por mera curiosidade. Aliás, visto que nem sempre é agradável vermo-nos pelos olhos dos outros, poderemos ter surpresas.

• Verdadeira caridade – É preciso nunca esquecer que trabalhamos para o progresso espiritual e que devemos ter muito amor uns pelos outros. Devemos, pois, colocar-nos sob o olhar de Deus. O mais das vezes, começamos e terminamos com uma oração.

• Verdade – Não se trata de dizer tudo o que pensamos, mas de sermos verdadeiros em tudo o que dizemos.

Recordação do Pe. Caffarel

Se nos preocupamos com o crescimento espiritual dos casais de nossa equipe, é bom recordar a fórmula que o Pe. Caffarel tanto oferecia:

• O teu amor sem exigências me diminui;

• A tua exigência sem amor me desencoraja;

• O teu amor exigente me engrandece.

Conteúdo do livro Vem e Segue-me, Caderno VII, páginas 18-19-20

Eliana e Odelmo CRP SUL II

Queridos amigos equipistas, chegamos ao 7º cap. do nosso tema “No Caminho de Emaús”, que profunda reflexão este capítulo nos proporciona, no simples gesto de partir o pão. Em Lucas 24, 3032, quando Jesus partiu o pão, os olhos dos discípulos se abriram e os corações ardiam. Partir o pão fazia parte de uma tradição judaica e acontece todos os dias em nossas casas. Sem o pão abençoado, partido e partilhado, não há comunhão, não há amor e nem esperança. Percebemos isso quando preparamos o nosso alimento, ficamos felizes ao ver que o outro apreciou, pois assim nesse gesto vemos que o outro pode perceber o nosso amor presente no preparo daquele alimento. Assim é na Eucaristia, exemplo de sacrifício, Jesus dá tudo o que tem e se torna alimento para nós, tornando para nós um exemplo a seguir.

Nesse capítulo, é feita uma reflexão sobre uma citação de João Paulo II em sua Exortação Apostólica Familiaris Consortio, que diz assim: “A Eucaristia é a fonte própria do matrimônio cristão” E como está a Eucaristia em nossa vida de casal? Precisamos refletir sobre isso. Papa Francisco disse assim: “Se você sai da missa da mesma forma que entrou, algo está errado. A Eucaristia é a presença de Jesus. Ela é profundamente transformadora”. Aqui, então, fazemos uma reflexão: se saímos de nossas reuniões mensais da mesma forma que chegamos, algo também está errado! Aqui queremos abrir um parêntese

Sétimo Capítulo: Acolher o Pão

Partido

para testemunhar a nossa vida transformada pelo nosso ingresso nas ENS. Até então íamos às missas todos os domingos, porém éramos expectadores, ficávamos no banco como torcida, e a participação na ENS, com a vivência dos temas de estudo, nos conscientizamos de que a Eucaristia nos levava à comunhão, à missão, à transformação, a olhar para o outro. E isso nos transformou, nos fez perceber o verdadeiro valor e sentido da Eucaristia e nos levou a abrir ao irmão, participando ativamente no movimento e na Igreja. Façamos o uso da Escuta da Palavra para entendermos melhor a Eucaristia. São Paulo, em sua Carta aos Efésios, diz: “Ninguém jamais odiou seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a igreja, pois somos membros do seu corpo”. Então, nossos queridos irmãos equipistas, nos aproximemos da Mesa Eucarística, ofereçamos o nosso amor conjugal, para assim nos transformarmos dia a dia em nossas vidas. Não tenhamos medo de nos oferecer em casal a Jesus, nos aproximando juntos para a comunhão, pois será assim que receberemos todas as graças. – Um bom e abençoado estudo a todos!

Eliana e Odelmo CRP Sul II

Jesus é reconhecido no partir do pão. Essa expressão não é apenas uma memória de um gesto concreto. É também uma referência à Eucaristia. É no gesto do amor partilhado, da entrega, do dom de si — presente na fração do pão — que Jesus se revela. Ele pode estar caminhando conosco, mas muitas vezes só o reconhecemos na comunhão, no serviço, na caridade. Essa breve passagem nos lembra que a Ressurreição não é apenas um fato a ser crido, mas uma realidade a ser vivida — que transforma, une e revela o próprio Cristo nos gestos do cotidiano e na comunidade. Este trecho do Evangelho nos insere num momento profundamente humano e divino ao mesmo tempo: o instante em que a esperança renasce no coração dos discípulos. Eles haviam deixado Jerusalém abatidos, desiludidos com a morte de Jesus. No caminho para Emaús, o Cristo ressuscitado se junta a eles, mas seus olhos estavam “impedidos de reconhecê-lo”. A revelação só acontece no gesto simples e sagrado de partir o pão — o mesmo gesto da Última Ceia.

Após esse encontro transformador, os discípulos mudam de direção. Mesmo sendo noite, eles retornam imediatamente a Jerusalém. Isso é profundamente simbólico: quem encontra verdadeiramente o Ressuscitado não consegue ficar parado ou calado. Eles correm para anunciar. O medo é vencido pela alegria; a dúvida é vencida pela fé; a fuga se torna missão. A pressa do retorno revela a urgência do amor reencontrado: eles não podem guardar para si a notícia de que o Senhor está vivo, que Ele caminha com os seus, que Ele se deixa reconhecer no partir do pão.

Padre Caffarel sempre insistiu que a espiritualidade conjugal vivida nas Equipes de Nossa Senhora é um caminho de presença e de redescoberta do Cristo no cotidiano.

Oitavo Capítulo: No Coração das nossas Equipes no Coração da Igreja

Como os discípulos, também os casais cristãos são chamados a fazer a experiência do Ressuscitado na intimidade da sua vida, sobretudo na oração pessoal e conjugal, e no “partilhar do pão” que é tanto a Eucaristia quanto a vida partilhada. O “caminho” dos discípulos pode ser comparado à caminhada do casal: cheia de dúvidas, alegrias, buscas e momentos de desânimo. Mas é nesse caminho que Cristo se aproxima, caminha ao lado, escuta, e, por fim, se revela. Segundo nosso fundador e eterno conselheiro Pe. Henri Caffarel, o casal que ora, que medita juntos a Palavra, que participa da vida sacramental e que compartilha profundamente sua fé, também aprenderá a reconhecer o Senhor presente — não só nos grandes momentos, mas também nas realidades simples e silenciosas da vida familiar.

Ao retornarem para Jerusalém, os discípulos encontram a comunidade e compartilham sua experiência. Assim também os equipistas: não caminham sozinhos. O Movimento é esse lugar de partilha fraterna onde cada casal testemunha, anima e sustenta os outros em sua missão. É na partilha da fé, no testemunho de vida e na escuta mútua que cada casal é continuamente reavivado no amor e na fidelidade.

Como nos lembrava padre Caffarel, “Cristo espera muito do casal cristão”. Espera que eles O encontrem no caminho, que O reconheçam ao partir o pão, e que se tornem, juntos, testemunhas vivas da Ressurreição no coração do mundo.

Cristina e Renato CRP Nordeste II

Aconteceu em Agosto: Batismo de Padre Caffarel

Salve, meus queridos casais equipistas. No dia 30 de julho de 1903, em Lyon, na França, nasce um menino chamado Henri Caffarel. Um nascimento simples, invisível ao mundo, mas aos olhos de Deus uma semente de luz plantada no tempo. Como cada nascimento, era um mistério, uma esperança que se tornava carne. Uma resposta divina ao mundo ferido. E em 2 de agosto de 1903, a criança foi batizada com o nome de Henri Auguste Marie, na Basílica de Saint-Martin-d’Ainay. Teve como padrinho o avô Voisin e como madrinha a avó Caffarel. A pia batismal se tornou berço da eternidade, e a água, sinal visível de um fogo invisível. Ali foi marcado com o sinal da cruz, ali se tornou filho de Deus. Ali começou a vocação que só o tempo revelaria. Durante anos, aquela semente permaneceu em silêncio. Mas aos 20 anos, um momento de oração profunda, ele escutou uma voz no coração. Tudo por mim, tudo para mim. Cristo, num instante, se tornou alguém para mim. Era o eco do batismo, era o chamado outra vez. Henri Caffarel se tornou padre, mas não parou no altar. Escutou o clamor dos casais que queriam viver o amor como vocação. E então, em 1939, fundou as equipes de Nossa Senhora. Um caminho espiritual para os casais, onde a fé cresce no amor cotidiano. O nascimento nos coloca no mundo, mas o batismo nos coloca em Deus. Henri Caffarel viveu a plenitude dos dois. Nasceu

da carne e renasceu no Espírito. Nasceu no tempo e foi consagrado para a eternidade. O padre Henri Caffarel nasceu, foi batizado e doou sua vida para que os casais descobrissem o céu no lar. Que o padre Henri Caffarel nos ensine a dizer tudo por Ele, tudo para Ele, tudo para Cristo.

Pe. Antonio Cesar Torres SCE Carta Mensal

18/setembro Falecimento de Pe. Caffarel

As Equipes de Nossa Senhora fazem memória dos 29 anos de falecimento do Pe. Henri Caffarel, fundador de nosso Movimento.

Nasceu em 30 de julho de 1903 em Lyon e faleceu em Troussures, na diocese de Beauvais, a norte de Paris.

Nosso fundador estabelecia sua vida conforme a vontade do Espírito. Tudo que ele criava e organizava era feito pouco a pouco, como o Senhor o mostrara. Qualquer que fosse a obra a empreender, o Padre Caffarel tinha um só objetivo: colocá-la diante do Senhor, a origem de toda vocação. Assim como conduziu sua vida, conforme a vontade do Senhor, ele também o fez na idealização do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Reconhecendo a riqueza do sacramento do Matrimonio, o Padre Caffarel desejava ser compreendido por todos para que a graça do amor de Deus pudesse estar presente em todos. Ele almejava que todos compreendessem a grandeza do matrimônio.

Em resposta ao apelo dos casais desejosos de viverem o Sacramento do Matrimônio, ele diz: “A exigência de santidade vos concerne. Para respondê-la, vocês têm um sacramento para vós, aquele do matrimônio.”

Com o aumento do número de Equipes de Casais, uma orientação espiritual é dada, e torna-se cada vez mais clara na medida em que avança a descoberta da graça do matrimônio.

Em 1947 com a conclusão da redação

e o início da prática da “Carta das Equipes de Nossa Senhora”, são formalizados os direcionamentos, conforme inspiração do Padre Henri Caffarel, para o caminhar no Matrimônio. Os meios dados pela Carta são exigentes. “Os pontos concretos de esforço” são características da vida cotidiana dos casais. “Tendo apreendido o espírito das Equipes, não terão dificuldade em consentir com sua disciplina”, diz o Padre Caffarel. Viver o Evangelho na vida do casal, este é “o caminho da Santidade”. E vivendo conforme tais ensinamentos, diversos são os casais, espalhados por todo o mundo, que alcançaram inúmeras graças pelo Sacramento do Matrimônio e vão buscando a santidade dia após dia, transformando os matrimônios e as famílias.

Diante de tantas graças pela vivência dos ensinamentos do nosso fundador, o dia 18 de setembro é um dia especial de oração, agradecendo ao Senhor por ele ter criado a pedagogia de nosso Movimento. Também é dia de pedir sua intercessão pela caminhada das Equipes de Nossa Senhora e suplicar a Deus “que apresseis o dia em que a Igreja há de proclamar a santidade de sua vida, para que todos encontrem a alegria de seguir vosso Filho, cada um segundo sua vocação no Espírito”.

Fabiana e André CRS Olinda Província Nordeste II

Discernimento do CRE

“Pois sejam vocês, casais, os missionários desta espiritualidade conjugal que lhes dá vida” (Padre Caffarel) Quando pensamos em “responsabilidade”, nos remetemos a uma função que nos obriga a fazer ou cuidar de algo, muitas vezes usando de cobranças e de um esforço que pode se tornar pesado com o passar do tempo. Nas Equipes de Nossa Senhora a responsabilidade tem um sentido completamente diferente, ela é um “chamado ao amor”.

Tal qual Jesus lavou os pés dos discípulos, o casal cristão também é chamado a servir os irmãos. O chamado é um olhar de amor de Deus sobre nós, como pessoa e como casal. Ele conhece nossas fraquezas, pecados e limitações, por isso nos chama a experimentar um amor maior e a nos converter. Estamos nos aproximando da época do Discernimento do novo Casal Responsável de Equipe. Todo ano um casal assume essa responsabilidade e nos traz um sentimento de renovação, não porque esse casal é melhor que aquele, mas justamente porque a Equipe será motivada de uma maneira diferente, prezando sempre pelo Carisma e Mística do Movimento. O Casal Responsável de Equipe exerce a importante missão de animar, ligar, cuidar e conduzir os demais casais. Quem escolhe o novo Casal Responsável é o Senhor, não somos nós. Mesmo que nosso pensamento esteja sobre esse ou aquele casal, é o

discernimento que revela quem o Senhor escolheu para o serviço. Discernir é usar o bom senso, ponderar, analisar, refletir, conhecer, ter equilíbrio e sabedoria. Não é sensato por exemplo uma sucessão sistemática, tipo rodízio, nem uma escolha somente por afinidade. No dia do Discernimento, após um momento de oração e reflexão, são feitas as indicações, de uma maneira secreta e individual. Os votos são confiados ao Conselheiro Espiritual, que não participa da votação. Ele vai apurar e dar o resultado, sem divulgar os votos. Em caso de empate, ele mesmo decidirá qual o mais adequado para assumir a missão no próximo ano. Caso seja necessário, é possível manter o mesmo casal responsável por mais um ano. A responsabilidade no Movimento é transitória, num momento estamos sendo servidos e cuidados, e no outro, somos chamados a fazer o mesmo pelos irmãos. Assumir o serviço nas Equipes é dar uma resposta a Deus de gratidão e de confiança em sua providência. Por intercessão de Nossa Senhora, peçamos as luzes do Espírito Santo pelo discernimento em nossa Equipe e estejamos abertos à sua ação. Amém!

Graziela e Jonas ENS da Vitória Jaú/SP Província Sul II

Dia das Crianças: O

Valor dos Pequenos aos olhos de Deus

Neste Dia das Crianças, somos convidados a olhar para os pequenos com os olhos de Jesus: olhos de ternura, de respeito e de profundo amor. Em um mundo que, por vezes, esquece da simplicidade e pureza da infância, a Palavra de Deus nos recorda que as crianças ocupam um lugar muito especial no coração do Senhor.

Jesus mesmo nos ensina essa verdade de forma clara: “Deixai vir a mim as criancinhas, não as impeçais, porque delas é o Reino de Deus.” (Mc 10,14). Essas palavras revelam o apreço e a acolhida de Cristo pelas crianças. Elas não são apenas o futuro da humanidade, mas são, no presente, sinais do Reino de Deus entre nós. Sua inocência, confiança e capacidade de amar sem reservas são reflexos da pureza que o Senhor deseja encontrar em todos os seus filhos.

Celebrar o Dia das Crianças, portanto, é também um convite à conversão. A infância é um tempo sagrado que merece ser protegido com carinho, responsabilidade e fé. Cabe a cada família, comunidade e sociedade zelar por esse dom precioso, promovendo um ambiente onde as crianças possam crescer em estatura, sabedoria e graça, como o próprio Jesus cresceu (cf. Lucas 2,52).

Como casais cristãos e membros das Equipes de Nossa Senhora, temos o chamado à santidade conjugal e à fecundidade não apenas biológica, mas espiritual. Cada criança que passa por nossas vidas – seja filho, neto, afilhado ou uma criança que cruzamos em

missão ou serviço – é um reflexo da presença de Deus e uma oportunidade de amar mais e melhor. Que nossos lares se tornem verdadeiros refúgios de amor e fé, onde as crianças possam crescer com raízes profundas na Palavra, com a segurança do afeto e a liberdade de serem aquilo que Deus sonhou para elas. Neste dia especial, rezemos por todas as crianças: pelas que têm um lar e pelas que vivem abandonadas; pelas que sorriem e pelas que choram em silêncio; pelas que conhecem Jesus desde cedo e pelas que ainda aguardam esse encontro. Confiemos à Virgem Maria, nossa Mãe e modelo, todas as crianças do mundo. Que, como Ela, saibamos dizer nosso “sim” diário ao cuidado, à educação e à evangelização dos pequenos. Pois ao cuidar deles, cuidamos do futuro da Igreja. Neste Dia das Crianças, celebremos a vida, renovemos nosso compromisso de educar com amor, e aprendamos com elas a confiar mais em Deus e a amar com um coração simples. E que nunca deixemos de cuidar dos pequenos, pois em cada um deles brilha a luz do próprio Cristo. Com carinho e fé, u nidos sob o olhar de Maria.

Andréa e Gleiber CRR PE-I Província Nordeste II

As Bem-aventuranças: o Caminho da Santidade

No terceiro capítulo da Exortação Apostólica Gaudete et Exultate (À luz do Mestre) o Papa Francisco apresenta o caminho concreto da santidade: as Bem-aventuranças; inclusive, na Solenidade de Todos os Santos, a Igreja proclama o Evangelho das Bem-aventuranças para demonstrar que não há outro meio de ser santo senão vivendo a pobreza em espírito, sendo afligido, manso, tendo fome e sede de justiça, misericordioso, puro de coração etc.

Pode haver muitas teorias para a santidade, mas Jesus foi muito simples. Jesus explicou, com toda a simplicidade, o que é ser santo: deixou-nos as bem-aventuranças (cf. Mt 5, 3-12; Lc 6, 2023). O Papa Francisco disse que as Bem-aventuranças são o bilhete de identidade do cristão, pois identificam uma vida marcada pelo estilo de Jesus. As Bem-aventuranças são justamente esse retrato: nelas se reconhece quem vive em Cristo. Quem é pobre de espírito, quem chora, quem é manso, quem tem fome e sede de justiça, quem é misericordioso, puro de coração, construtor da paz, quem é perseguido por causa da justiça, aí está o rosto do discípulo. O Evangelho vira de cabeça para baixo a lógica do mundo. Onde o mundo vê fracasso, Jesus vê plenitude; onde o mundo enxerga fraqueza, Deus revela força. Francisco ressalta que viver isso é contracultural, pois o mundo exalta poder, fama e riqueza, enquanto o Evangelho propõe humildade, compaixão e paz.

As Bem-aventuranças estão contracorrente ao que é habitual. Só é possível vivê-las se estivermos revestidos

do homem novo. O Papa Francisco disse que “só podemos vivê-las se o Espírito Santo nos permear com toda a sua força e nos libertar da fraqueza do egoísmo, da preguiça, do orgulho”. O mundo diz: bem-aventurados os ricos! O reino de Deus é um reino de ponta cabeça! A pirâmide está invertida. O que ganha a vida é o que a perde. E aquele que perde, ganha. A verdadeira felicidade não está na posse das bençãos, mas na fruição do abençoador. Ser pobre em espírito é a nossa verdadeira riqueza. Deus exalta os humildes.

No capítulo 25 do Evangelho de Mateus (vv. 31-46), Jesus volta a deter-se numa destas bem-aventuranças: a que declara felizes os misericordiosos: “tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim" (Mt 25, 3536). O Papa cita São Tomás de Aquino que afirma que as nossas ações maiores, mais do que os atos de culto, são as obras de misericórdia para com o próximo. Aqui, São Tomás ecoa o próprio Cristo: “Quero misericórdia e não sacrifício” (Mt 9,13). As mãos que se erguem no templo só agradam a Deus quando, depois, se estendem para levantar o irmão caído.

Pe. Antonio Cesar Torres SCE Carta Mensal

Natividade de Nossa Senhora: Um presente de esperança para a humanidade

A Natividade de Nossa Senhora, celebrada pela Igreja Católica em 8 de setembro, é uma festa litúrgica de grande significado espiritual. Trata-se do nascimento da bem-aventurada Virgem Maria, a Mãe de Jesus Cristo, escolhida por Deus desde o princípio dos tempos para cumprir um papel singular na história da salvação. Sua vinda ao mundo representa o alvorecer de uma nova esperança, pois ela seria a mulher prometida no Gênesis, aquela que esmagaria a cabeça da serpente, símbolo do pecado e da morte.

O nascimento de Maria não é descrito diretamente nas Sagradas Escrituras, mas encontramos seu relato na tradição cristã e nos evangelhos apócrifos, especialmente no Protoevangelho de Tiago. Segundo esta tradição, seus pais, Joaquim e Ana, eram um casal piedoso e estéril que, após muitos anos de oração, receberam a graça divina da maternidade. O nascimento de Maria, portanto, é cercado de fé, gratidão e promessa. Ela nasce não apenas como uma criança amada por seus pais, mas como um sinal do início da realização das profecias messiânicas.

A Igreja sempre contemplou a Natividade de Maria com reverência, pois nela já se antecipa a vinda de Cristo. Maria é a “aurora” que precede o “Sol nascente”, Jesus. Sua vida, desde o primeiro instante de sua concepção – preservada do pecado original, como proclamado no dogma da Imaculada Conceição –, é marcada pela pureza, obediência e disponibilidade à vontade de Deus. Seu nascimento não é apenas um evento histórico, mas uma manifestação da misericórdia divina que prepara o caminho para a encarnação do Verbo.

A liturgia desta festa é repleta de alegria e luz. Os hinos e leituras exaltam a dignidade de Maria, seu papel como nova Eva e a alegria do céu e da terra pela chegada daquela que seria a Mãe do Salvador. Padres da Igreja, como Santo Agostinho e São João Damasceno, celebraram com palavras eloquentes a grandeza deste nascimento, reconhecendo em Maria a “nova arca da aliança” e “morada viva de Deus”.

Celebrar a Natividade de Nossa Senhora é celebrar também o início de uma nova criação. É lembrar que Deus, em sua providência, prepara com amor cada etapa da salvação. Maria, desde o seu nascimento, foi escolhida, cuidada e conduzida pelo Espírito Santo para a missão mais sublime que uma criatura poderia receber: gerar e cuidar do Redentor da humanidade.

Assim, a festa da Natividade de Maria convida os fiéis a renovar sua confiança na providência divina e a contemplar a beleza da humildade, da fé e da obediência. Que cada nascimento, especialmente o da Virgem Maria, nos lembre de que Deus continua a agir na história com amor e ternura, suscitando em meio ao mundo pessoas dispostas a dizer “sim” ao Seu chamado. A Natividade de Nossa Senhora é, portanto, mais do que uma memória: é um convite à esperança e à santidade.

Pe. André Canuto SCEP Nordeste II

12/outubro – Dia de N. S. Aparecida

Dai-nos a bênção, ó Mãe querida! Outubro é o mês dedicado à nossa querida Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Em todo o país, milhares de fiéis participam de novenas, tríduos e celebrações, pedindo com fé: “Dai-nos a bênção, ó Mãe querida!”. É um pedido simples, mas profundamente necessário. Desde os tempos do Antigo Testamento, Deus já orientava sobre o valor da bênção. Em Números (6, 23-27), o Senhor ensina a Moisés como abençoar o povo, mostrando que a bênção é um dom divino que transmite paz, proteção e graça. Nos dias de hoje, esse gesto tão bonito ainda resiste em muitas famílias. É tocante ver filhos que, ao sair de casa, pedem a bênção aos pais. Longe de ser um costume ultrapassado, é um ato de amor, respeito e fé. Infelizmente, alguns têm vergonha ou acham que isso “saiu de moda”. Mas pedir e dar a bênção é um gesto sagrado, que precisa ser preservado e vivido com alegria. Peçamos a bênção de Deus, busquemos a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, e não deixemos de valorizar a bênção daqueles que nos amam. Os pais, que geraram seus filhos com tanto amor, também têm o dom de abençoá-los. Isso não é apenas tradição – é um verdadeiro canal da graça de Deus. Como sacerdote, compartilho com vocês algo pessoal: até hoje, ao encontrar meu pai, digo com alegria: “Sua bênção, pai! Deus te abençoe!”. E continuo pedindo a

bênção da minha mãe, que agora me abençoa do céu, ao lado da Virgem Maria. Neste mês especial, peçamos com confiança: “Mãe Aparecida, abençoa nossas famílias, nossas crianças, nossos idosos, nossas comunidades!” Que a bênção de Maria nos acompanhe sempre, fortalecendo nossa fé, nossa união familiar e nossa caminhada com Cristo. Com carinho e oração.

Pe. Reginaldo Carreira SCES Casa Branca. Provincia Sul II

7 de outubro - dia de N. S. do Rosário

A memória de Nossa Senhora do Rosário é celebrada no calendário romano em outubro. Com este título de Nossa Senhora é destacado o valor de uma das maiores orações que os católicos do mundo inteiro rezam: o santo Rosário. Por meio dele, um grande número de fiéis eleva suas preces a Deus por meio da Virgem Maria, confiando ao Senhor suas vidas, alegrias e dores.

As origens desta devoção remontam ao século treze e tem como protagonista São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem Dominicana. O santo, que era um grande evangelizador, vivia momentos tormentosos na defesa da fé católica contra os hereges albigenses. Santo Domingos é agraciado com a aparição da Virgem de quem recebe a oração do Rosário e com a qual vence as heresias. A oração mariana foi largamente difundida pelo santo e seus confrades ao longo dos séculos.

Os Papas deram a sua contribuição com a instituição da festa dedicada à Virgem do Rosário e o estímulo à oração. São Pio V, que era dominicano, pediu aos católicos que rezassem o rosário na Batalha de Lepanto contra os turcos mulçumanos. Não obstante o contingente menor de católicos perante os invasores, a batalha contra estes foi vencida e o Papa, conforme prometera à Virgem, instituiu a sua festa no dia 07 de outubro de 1572, um ano após a batalha naval.

A festa inicialmente chamou-se de Santa Maria da Vitória.

Posteriormente, o Papa Gregório XIII renomeou de Festa de Nossa Senhora do Rosário, tornando-a obrigatória para a diocese de Roma e para as Confrarias do Santo Rosário. Em 1716, o Papa Clemente XI inscreveu a festa no calendário romano, estendendo-a para toda a Igreja. Outras vitórias foram atribuídas à intercessão da Virgem e sempre foi reconhecido o valor da devoção do santo Rosário. Um dos santuários mais famosos do mundo dedicado à Nossa Senhora do Rosário é o de Pompeia na Itália.

A própria Virgem, na aparição em Fátima aos pastorinhos, recomendou a todos a oração do Rosário. São João Paulo II, fervoroso devoto de Nossa Senhora, foi um grande estimulador da oração mariana. Ele presenteou a Igreja com a carta Rosarium Virginis Mariae na qual institui os mistérios luminosos, fazendo-nos contemplar com Maria toda a vida de Jesus.

O Santo Rosário foi e continua sendo a oração dos corações humildes e simples que se unem a Maria, implorando o seu socorro materno. Através dele, com Maria, o nosso olhar se dirige a Jesus, contemplando toda a sua vida e o nosso coração mantem-se elevado e conectado com Ele.

Pe. Pedro Júnior

Feira de Santana-BA Província Nordeste II

29 de setembro Os Santos Arcanjos

Com a missão de amar, glorificar e servir a Deus, como “os poderosos executores das suas ordens, sempre atentos à sua palavra” (Sl 103, 20); nos desígnios salvíficos para outras criaturas (CIC, 350); a Igreja venera e reconhece como uma verdade de fé a existência dos anjos (CIC, 328), seres espirituais criados por Deus que contemplam “continuamente o rosto do meu Pai que está nos céus” (Mt 18, 10). E, também nos traz a luz sobre hierarquia angélica, onde os Santos Arcanjos, que celebramos a festa litúrgica no dia 29 de setembro; ocupam uma posição especial como mensageiros das grandes missões divinas. A palavra arcanjo provém das palavras gregas “Arc” que significa “principal” e “anjo” que é “mensageiro de Deus”, ou seja, esses são os principais mensageiros de Deus. Nas Sagradas Escrituras encontramos a presença dos Santos Arcanjos no Antigo e Novo Testamento, onde nos é apresentado que há “sete anjos que estão diante da glória do Senhor e têm acesso a sua presença” (Tb 12,15). A Bíblia, porém, nos faz conhecer apenas o nome de três arcanjos: Miguel que significa “Quem como Deus”, aquele que aparece na passagem do Apocalipse 12, onde “juntos com seus Anjos combateram contra o Dragão” (v.7), ajuda-nos nas batalhas contra o mal; Rafael que significa “Medicina de Deus”, presente no livro de Tobias, nos auxilia no caminho certo; e Gabriel que significa “Força de Deus”, conhecido como o “anjo mensageiro” do anúncio da concepção e nascimento de Jesus a Virgem Maria, recorda-nos a Boa Nova de Cristo que nos salvou.

A devoção aos Santos Arcanjos, portanto, mostra-os como auxiliares na busca pela santidade e sinais da contínua presença de Deus, que é sempre motivo de esperança. Também nos leva a um maior amor e veneração a Virgem Maria; pois os anjos, arcanjos e todos os coros celestes, a ela exultam e prestam-lhe homenagem, já que sendo a Mãe de Deus, torna-se também a Rainha dos Anjos. E, apresenta-os como exemplos, como trouxe o Papa Francisco ao dizer: “nós e os anjos temos a mesma vocação: cooperar com o desígnio de salvação de Deus; somos, por assim dizer; ‘irmãos’ na vocação”. Realidade que deve ser refletida no matrimônio, como sacramento instituído por Cristo, enquanto cooperadores dos Seus desígnios salvíficos; já que este não é apenas um projeto humano, mas a vida conjugal é um caminho onde ambos “auxiliam-se mutuamente para chegarem à santidade” (CIC, 1641).

Portanto, como os Arcanjos devemos ser adoradores e mensageiros da Boa Nova de Cristo que não se cansa de nos mostrar os sinais salvíficos do Amor que brota do Seu coração, para que um dia estejamos juntos unidos a Deus na Glória Eterna.

São Miguel, Gabriel e Rafael, rogai por nós!

Pe. Paulo Henrique
Salvador-BA
Província Nordeste II

30/setembro: Dia da Bíblia e São Jerônimo

Um dos motivos para estabelecer setembro como mês da bíblia e 30 como dia da bíblia, foi a destacada figura de São Jerônimo, contado entre os maiores Doutores da Igreja, um homem de cultura eclética e universal. Nasceu em 340 d.C. Na sua incansável busca pela verdade, dirige-se a Roma, onde, aos 25 anos, é batizado pelo Papa Libério e ordenado sacerdote com 38 anos. Como afirma o missal cotidiano no dia 30 de setembro: “Jerônimo parecia feito de opostos: temperamento de fogo, muito sensível, era leal, austero, impetuoso e reto; vivia de jejum, trabalho, oração e vigílias. Estes dotes, a enorme erudição, as línguas que dominava, o amor a Cristo e à Igreja fizeram dele um escritor de primeira grandeza.” Visitou sábios e academias em todas as metrópoles do Império Romano da época. Finalmente, foi incumbido pelo Papa Dâmaso para traduzir a Bíblia do hebraico e do grego para o latim. A tarefa, dedicou os restantes cinquenta anos de sua vida. Começou-a em Roma e terminou-a em Belém, onde finalizou sua vida como monge de vida despojada e penitente, lá como octogenário. A tradução por ele feita, denominada “Vulgata”, foi largamente usada pela Igreja. Somente após o Concílio Vaticano II, com o

documento sobre a Palavra de Deus, chamado Dei Verbum, surgiram diversas traduções. Só no Brasil são mais de dez. São Jerônimo cunhou uma máxima luminosa: “Quem desconhece a Escritura, desconhece o Cristo!” São Jerônimo é Padroeiro dos biblistas. A Igreja no Brasil através da Comissão de Animação Bíblico-Catequética da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) e por instituições bíblicas, entre elas, o Serviço de Animação Bíblica, promove para o Mês de Setembro o estudo de um livro da Bíblia. Este ano de 2025 foi escolhido A Carta aos Romanos, tendo como lema: “A Esperança não decepciona”, extraído de Rm 5,5. A escolha desse livro e do lema visa a aprofundar a temática do Ano Santo da Encarnação de Jesus Cristo (há 2.025 anos): “Peregrinos de Esperança”. Neste ano, celebram-se, também, os 1.700 anos da proclamação do Credo niceno-constantinopolitano (325 -2025), originalmente elaborado em 325 pelo Concílio de Nicéia e aperfeiçoado no Concílio de Constantinopla em 381. Assim, será recomendada de valia que, se valorize a Bíblia com leitura diária, meditação e escuta da Palavra, aprofundando de maneira especial através dos estudos bíblicos no mês de setembro. “Sejam praticantes da Palavra, e não meros ouvintes” (Tiago 1, 22).

Pe. Gilmar A. F. Margotto SCE ENS da Confiança

Votuporanga-SP Província Sul II

Exaltação da Santa Cruz Um convite à Esperança e à Missão do Amor

Celebramos, neste tempo de graça, o Jubileu da Esperança – um tempo profundamente eclesial que nos convida a olhar para o futuro com os olhos de Deus, sem esquecer, no entanto, o caminho por onde Ele mesmo passou: o caminho da cruz. Não a cruz como peso inútil, dor sem sentido ou sinal de derrota, mas como lugar da fidelidade, da entrega, do amor que não recua, da missão assumida até o fim. Exaltar a Santa Cruz não é, portanto, glorificar a morte, mas proclamar o amor mais alto que há – o amor que se dá, se esvazia, se oferta até o extremo. A cruz de Cristo é a árvore da vida, o altar do novo e eterno casamento entre Deus e a humanidade. Ela é, por excelência, símbolo do compromisso fiel que Cristo, Esposo da Igreja, assume com sua Esposa, derramando sobre ela todo o seu sangue, todo o seu ser. Queridos casais, em cada lar de vocês, há também uma cruz: não como sentença, mas como sinal visível da missão matrimonial que vocês assumiram diante de Deus. A cruz, cravada no centro da vida familiar, lembra a vocês que o amor verdadeiro não é uma emoção passageira, mas uma decisão constante, uma missão sagrada, uma entrega diária. Cristo, ao abraçar a cruz, ensina que amar é doar-se; que a fidelidade é mais forte que o cansaço; que o perdão é mais poderoso que a ferida. Neste Jubileu da Esperança, somos chamados a olhar para a cruz como promessa de fecundidade. Porque da cruz nasce a vida. Da entrega

nasce a reconciliação. Do silêncio de Cristo brota a Palavra que cura. E do amor fiel dos esposos, mesmo em meio às dores, brota a santidade do lar, o testemunho no mundo, a luz no meio da escuridão. A cruz não é fim, mas passagem. E quem a carrega com amor, encontra sentido. A cruz não é obstáculo, mas ponte. E quem a atravessa com fé, alcança a eternidade. A cruz, para nós, é missão: um chamado a amar como Cristo amou – até o fim. Que cada casal, ao contemplar a cruz gloriosa, descubra nela o mapa do amor conjugal: um amor que se ajoelha para servir, que se cala para compreender, que se sacrifica para permanecer. E que, ao erguê-la em seus lares, possam ser, neste mundo ferido, sinal de esperança, de fidelidade e de ressurreição.

Pe Fábio Dungue

SCEP Sul II

Se a equipe vai bem, mérito deles, se vai mal, não é só culpa sua

Conheci as Equipes de Nossa Senhora, em Vinhedo-SP, estava no Mosteiro de São Bento naquela cidade, e tinha data marcada para a ordenação de Diácono, o Prior do Mosteiro, o Superior da casa, me convidou para uma reunião de casais, aceitei conhecer o Movimento. Durante o caminho, ele me falou um pouco sobre as ENS, como era formada cada equipe, e o papel do Conselheiro Espiritual, e o perfil de cada casal, ele me disse: “você se apresenta, e depois fique em silêncio observando quando vou intervir, você não dirige a reunião, tem um casal que faz isso, e você faz parte da equipe, participe da reunião junto com eles, se a equipe vai bem, mérito deles, se vai mal, não é só culpa sua”. E assim foi minha primeira reunião de equipe. Os temas de estudo naquele tempo eram de livre escolha da equipe, o que me forçava a se preparar mais que os casais para cada reunião, surgiam dúvidas, perguntas, e assim as reuniões tornavam-se cada vez mais interessantes, sem preocupação com horário. Me lembro de uma que após o término formal, começaram a fazer perguntas de outros assuntos, quando percebi eram 03h00 da madrugada, ninguém estava cansado, as crianças apagaram, mas os casais estavam ainda animados. Depois de alguns anos retornei para a minha cidade e diocese, Bauru-SP, agora em uma paróquia, fiquei sem equipe por algum tempo, depois voltei a receber convite para

acompanhar novamente equipe, assim voltei, dessa vez com uma nova experiência, em Vinhedo tinha casais novos, agora uma equipe mais madura, casais com mais tempo de vida conjugal e de equipe, eu era o mais novo. Senti assim nesse momento, as equipes como a experiência de família além da paróquia. Como pároco visitei famílias, para uma benção, visitei doentes, mas não acompanhava aquelas famílias, inclusive na paróquia não cheguei a conhecer a casa de alguns agentes de pastoral, no entanto, acompanhei com a equipe suas famílias, participava não só de eventos, mas de suas dúvidas, dramas, inquietações, os problemas com filhos e netos. No Movimento assumi outras funções, Setor e por fim Regional, o que me proporcionou, Encontros de Formações, Encontros Nacionais e Internacionais. Em Pederneiras, cidade onde trabalhei por 10 anos, assumi várias equipes, foi um tempo muito bom, me senti apoiado em meu trabalho pastoral e percebia o crescimento dos casais, novamente uma participação intensa na vida da comunidade, se pudesse resumir a minha experiência de ENS é uma experiência de vida de Família Cristã.

Pe. Luís Sé SCER SP Oeste III Província Sul II

Meu sim às Equipes de Nossa Senhora

Falar da minha experiência nas Equipes de Nossa Senhora é abrir o coração e recordar como o Senhor, em sua misericórdia, vai nos guiando na vida de formas que nem imaginamos. Quando fui convidado a ser Conselheiro Espiritual pelo casal Ody e Hildgard, aceitei com o coração cheio de alegria, mesmo sem saber exatamente o que me esperava. Com o tempo foi percebendo o grande presente que Deus me concedia na minha vida sacerdotal.

As Equipes de Nossa Senhora não são apenas um Movimento da Igreja. São uma verdadeira escola de espiritualidade, partilha, fé e amor. Estar junto aos casais, escutando suas histórias, seus desafios e suas vitórias, me fez entender ainda mais a grandeza e beleza do Sacramento do Matrimônio.

Ao longo desse tempo, percebo que, se de um lado fui chamado para ajudar os casais na orientação de sua caminhada conjugal, do outro, também sou profundamente orientado através de suas vidas. Cada casal, na sua experiência de vida, me ensina muito. Aprendo o valor do dialogar, da oração em família, do cuidado mútuo e do amor que se renova no cotidiano.

Ser Conselheiro Espiritual nas ENS não é conhecer mais ou estar acima dos casais na sua experiência de vida. É estar juntos, caminhando ao lado, escutando, rezando, acolhendo, celebrando e, muitas vezes, sendo também fortalecido por eles. Na verdade, vejo que Deus vai

modelando a minha própria vida de sacerdote através dessa grande missão nas ENS.

Uma das coisas que mais me encanta nas Equipes é ver que, mesmo com todas as dificuldades do cotidiano da vida, é possível viver um matrimônio tendo Deus como centro, buscando uma vida de santidade, na vivência do amor nas grandes e pequenas coisas da vida conjugal. Este modo de viver não é ficção, mas é algo que escuto, vejo e testemunho nas partilhas dos casais.

Desta forma, fazendo uma recordação da minha caminhada nas ENS até agora, sinto o meu coração cheio de gratidão e alegria. Gratidão e alegria a Deus, que me fez este chamado tão belo e me permite fazer parte dessa grande família. Gratidão e alegria a cada casal, que partilha sua vida comigo, que me acolhe e que, com seus testemunhos de vida, fortalece também minha vocação sacerdotal. Caminho, com a graça de Deus e sob o olhar maternal e amoroso de Nossa Senhora, pedindo que Ela continue me ensinando, sustentando e guiando a cada dia a viver com intensidade este chamado de amor, alegria e fidelidade.

Pe. Ivanildo Oliveira SCES Catende A Província Nordeste II

A experiência de ser Conselheiro Espiritual nas ENS

Partilhar essa caminhada é para mim uma grande alegria: alegria pelo chamado de Deus e pela oportunidade de responder, a cada passo, com um generoso “sim, aqui estou”. Minha missão como Conselheiro Espiritual nas Equipes de Nossa Senhora começou em 2017, após retornar de cinco anos de missão na Arquidiocese de Manaus. De volta à Arquidiocese de Ribeirão Preto, fui designado para a reitoria do Seminário Propedêutico Bom Pastor e, ali, recebi o convite para acompanhar uma equipe de base. Dois anos depois, fui convidado a ser Conselheiro da equipe que acompanho até hoje, que celebrou 50 anos em maio. A vivência com as Equipes tem me enriquecido profundamente. Nessa caminhada sinodal – de escuta, partilha e fraternidade –, testemunhei a comunhão dos sacramentos do matrimônio e do sacerdócio. Aprendi muito com os casais, com suas histórias, desafios e alegrias, e pude partilhar a luz do Evangelho e o pensamento da Igreja, ajudando e sendo ajudado no caminho da santidade. A missão na Amazônia me marcou de forma profunda. Sempre incentivei padres e leigos da nossa Arquidiocese a conhecerem aquela realidade. Costumo repetir: “ninguém ama o que não conhece”. Essa mesma lógica me levou a aproximar os seminaristas das Equipes. Desde 2013, os propedeutas fazem uma experiência missionária lá. Hoje, além de acolhê-los, também os acompanho. Com

a equipe que acompanho, criamos uma bela dinâmica: além das reuniões mensais e preparatórias, celebramos a Eucaristia e convivemos ao longo do ano nas casas dos casais. Os seminaristas também participam. No final do ano, encerramos com missa e café festivo no seminário. Assim, proporcionamos aos futuros padres o conhecimento profundo desse carisma. Desde 2020 sou Conselheiro Espiritual de um Setor e, desde 2024, também da Região. Isso me fez compreender que nenhuma equipe caminha sozinha. A estrutura do Movimento –base, Setor, Região – nos liga, apoia, anima e sustenta. Caminhamos bem graças ao compromisso dos casais e à comunhão com o Movimento. Que alegria é caminhar juntos! Um grande abraço a todos.

Pe. Marcus Vinicius SCER SP Nordeste Província Sul II

Não se pode perder de vista o que se espera do SCE

Quando assumi as ENS, foi-me dito que, para a reunião preparatória, eu deveria chegar um pouco antes do Casal Responsável de Equipe e ali ter um diálogo com a família que acolheu a última reunião mensal, para formar um vínculo maior e estreitar o laço entre nós. Fiz conforme solicitado e mais, em cada visita, abençoava a casa dos casais, fazíamos um breve momento de oração, eu dialogava com eles e havia uma partilha de alimentos, depois seguíamos com a montagem do roteiro, avaliando a reunião anterior, a participação dos casais e preparando bem a reunião mensal. Em suma, fazia com que, nossa breve reunião fosse um encontro com Cristo, levando a alegria e a proximidade, mostrando que o Sacerdote Conselheiro Espiritual traz esse vigor para a equipe e está ali para acompanhar, aconselhar, e conforme pede o padre Caffarel “caminhar juntos”, sem perder de foco que ali, somos essa presença de Cristo a todos. Depois de algum tempo, ficou meio repetitivo tal gesto e com isso pensei em inovar, e passar mais tempo com os acolhedores. Eles me perguntavam o que gostava de comer, a fim de fazerem para mim, o que eu gostava, mas aí descobriram que eu gostava de cozinhar, pois nas reuniões mensais sempre levava um prato para eles, partilhando também o alimento; assim, quando eu ia na casa deles, falavam que poderia um dia cozinhar para eles. Tentando unir

o útil ao agradável, eu passei a fazer o seguinte: marcava a reunião preparatória, perguntava aos casais o que eles gostavam de comer; comparecia na casa deles e enquanto cozinhava, eles me ajudavam, e nos falávamos sobre a equipe e suas visões acerca dela; jantávamos e terminávamos a montagem do Roteiro, fazendo uma retrospectiva da última reunião, aprofundávamos a fé e meio que traçávamos uma diretriz para a próxima reunião. Não se pode perder de vista que “o que se espera do Sacerdote Conselheiro Espiritual, em primeiro lugar, é que ele seja sacerdote e preencha, incontinente, na equipe, comunidade eclesial, sua função sacerdotal: “tornar presente o Cristo, cabeça do Corpo’”. (O Sacerdote Conselheiro Espiritual, pág. 16) Na alegria de estarmos juntos, preparando o alimento, os assuntos inerentes às Equipes vão surgindo de forma natural e tratados assim, pois cada casal tem seu tempo, sua individualidade, etc., e na Preparatória, na qual a proximidade entre nós se faz maior, os casais sentem-se livres para poderem partilhar o que quiserem da Vida de Equipe e preparam-se melhor para a Reunião Mensal.

Pe. Flávio Aparecido Pereira SCES Barretos A e ENS 10 e 13 Província Sul II

A misericórdia de Deus nos alcançou

O ano de 2024 ficará marcado em nossas vidas, estamos casados a 18 anos, em abril Marcelo sofreu um grave acidente de moto e ficou internado por 8 dias, fiquei o tempo todo ao lado dele, fraturou o tornozelo e o braço direito, passou por três cirurgias que o deixou sem mobilidade por 50 dias. Foi uma dificuldade aquela situação, mas fomos muito amparados por nossa família, amigos, irmãos de igreja e pela ENS da qual fazemos parte, um verdadeiro suporte de amor e de oração para nós naquele momento. No dia 10 de junho eu passei muito mal e fui hospitalizada, e após realizar exames fui diagnosticada com uma Trombose Venosa Profunda no abdômen o que explicava fortes dores que vinha sentindo, o médico disse que eu poderia ter tido uma embolia pulmonar em casa. Marcelo estava usando muletas e com pouca mobilidade, mas não hesitou em ficar ao lado, ele cuidou de mim com muito amor, até brincavam no hospital quem de nós dois era o doente. Fiquei internada por 10 dias, passei por um procedimento cirúrgico muito arriscado, precisei ficar por dois dias na UTI. Antes da cirurgia

rezamos juntos a oração Magnificat e também a oração de canonização do Padre Caffarel, e como foi emocionante Marcelo tentando me acompanhar até a sala de cirurgia de muletas eu chorei muito, pois ele não conseguia me alcançar. O procedimento foi bem-sucedido, de seis horas foi realizado em apenas três horas e meia, recebi uma graça. No dia 15 de agosto nossa filha Isabela quebrou o braço, foi empurrada na escola por uma colega, mais uma provação, ainda em recuperação não tinha forças para cuidar dela, pensei que não iria suportar. Compreendi o verdadeiro significado do amor, que exige o máximo de nós, pois Jesus não se limitou para nos salvar. Foram momentos difíceis, mas fomos amparados pela providência Divina, o cuidado entre nós foi recíproco, a misericórdia de Deus nos alcançou, Ele agiu em nós e através de nós, somos um milagre!

Ana Claudia e Marcelo ENS Mãe da Divina Providência Jaci/SP
Província Sul II

Um olhar misericordioso com a dor do outro

Quando conhecemos as ENS em 2008 por intermédio de um casal amigo, nem podíamos imaginar o quão grande seria em nossas vidas! Começamos nossa caminhada com o grupo de casais do ECC que animávamos, e íamos nos modificando à medida que aprofundávamos nas propostas oferecidas.

Até então nunca fomos um casal de atividade na Igreja. De fato, éramos de missa e só. No entanto, nutríamos um sonho em comum, o de um dia participar do ECC. E foi em 2004 que ele se concretizou. Daí por diante iniciou-se a transformação.

A entrada no Movimento em 2009 deu um novo fôlego e direcionamento em nossas vidas, selando nosso “sim” em caráter definitivo e irrevogável a Jesus Cristo. Após tê-Lo encontrado no ECC, agora afirmávamos nossa permanência Nele.

Ao nos tornarmos equipistas propriamente ditos, com a apresentação dos Pontos Concretos de Esforço e da pedagogia do Movimento, refinamos nosso senso de planejamento e de organização, sobretudo quando aceitamos a missão de CRE. Percebíamos que a responsabilidade nos aproximava e as graças que tanto pedíamos se realizavam, à proporção que nos envolvíamos nas demandas próprias e nas intercorrências quer das Equipes, quer da vida.

Quando nos vinham no coração os medos e as incertezas da caminhada eram os PCEs que nos socorriam. E foi

com a ajuda deles, aliada à vida de oração perseverante, que superamos três óbitos e sustentamos nossos familiares.

Outro ponto fundamental em nossa vida foi a transformação no hábito da leitura. Antes do Movimento, limitava-se à literatura de sala de espera, isto é, tão somente enquanto aguardava a vez nos consultórios. No entanto, Deus nos reservava o melhor.

Do evangelho diário para os livros das ENS foi um pulo, embora, confessemos, que inicialmente o interesse nasceu por causa da finura deles. No entanto, a linguagem simples e a riqueza dos conteúdos foram nos conquistando natural e gradativamente.

Ademais vieram as palestras e as novas missões que nos auxiliam até hoje a vencermos a timidez, a sermos mais pacientes um com o outro e em família, a trabalhar com os imprevistos e a resolvê-los, a se organizar e planejar com antecedência nossos compromissos, a tomar decisões rapidamente e, principalmente, no exercício da missão nossa visão e acolhimento do outro mudou: Desenvolvemos um olhar misericordioso com a dor do outro e assim o entendemos muito mais.

Por fim, nossa vida é outra com as ENS, pois o Senhor faz maravilhas em nossas vidas e santo é o Seu nome.

Lua e Sol CRR PE-IV Província Nordeste II

Deus nos carrega no colo nas dificuldades

Senhor o que queres de mim? O que queres que eu faça? Quando fomos convidados a participar das Equipes de Nossa Senhora no ano de 2000, o convite nos proporcionou um misto de alegria, preocupação e dúvidas. Nossas primeiras reuniões foram desafiadoras nossos corações batiam forte, até que nos adaptarmos afinal, fomos muito bem acolhido pelos casais da Equipe. Não tínhamos dificuldades com nossas orações com o entendimento sobre a Palavra de Deus, mas, nossas Partilhas eram fracas que nós mesmos sentimos que faltava algo. Fomos melhores, compreendendo a partilha e melhorando com o passar dos meses. Quase tudo já realizávamos, mas nossa Oração Conjugal era muito falha. Nosso Conselheiro sempre dizia que o crescimento espiritual a realização dos pontos concretos de esforço dependia de cada casal que cada um tinha o seu tempo. Enfrentávamos alguns percalços e decidimos em um Dever de Sentar-se que precisávamos de regras de vida em casal se quiséssemos nos tornar pessoas melhores, uma dela foi definir um horário fixo para a realização dos PCEs. Hoje fazemos tudo pela manhã, com a Escuta do Evangelho, a Homilia de dois padres, uma pequena meditação sobre o que foi dito, mesmo que uma frase, uma palavra, que será usada em nossa Oração Conjugal, encerramos com o Magnificat e orações

a outros dois Santos de nossa devoção. Nossas partilhas hoje, às vezes falamos algo sobre dificuldades, mas, é constante falarmos dos frutos, frutos em nossa vida e de estarmos sempre preparados para os desafios que o dia pode nos apresentar, falamos de uma sintonia com Deus, que nos carrega no colo nas dificuldades da vida para logo adiante nos colocarmos de pé novamente para nossa caminhada. Porém, se formos falar em frutos, faltariam linhas para enumerarmos todos, mas vamos citar um deles: sempre nos questionamos como seria diferente a educação religiosa de nossos filhos se logo cedo tivéssemos ingressado nas ENS. Hoje nossa filha participa da ENS tendo como intercessora Nossa Senhora das Graças e graças é o que sempre recebemos em nossas vidas. Hoje entendemos que Deus nos preparou antes de entrarmos nas equipes e sua resposta a minha pergunta: Senhor não sei o que queres de mim mas estou aqui, com certeza ele responderia: caminhem juntos para se santificarem, sejam operários em minha vinha e no final da caminhada terrestre e os receberei no paraíso.

Silvana e Geraldo ENS de Fátima Araras-SP
Provincia SUL II

O Dever de Sentar-se foi

transformador para nossa vida conjugal

Somos equipistas desde 2012 e os PCES sempre nos chamaram muito nossa atenção! Contraimos matrimônio 18/03/2000 em Marília e após 2 anos nos mudamos para Paraguaçu Paulista-SP. Tivemos um encontro com Jesus em 2005 no ECC, alí vivendo um processo de dor, não podendo ter filhos e naquele encontro em momento de oração, pedimos um fillho e, pouco tempo depois recebemos um milagre: Emilene ficou grávida! Nesse processo de busca de conversão e santidade fomos aos poucos evoluindo e iniciamos uma vida de Comunidade, sendo atraídos pela vida de conversão, e ainda durante a gravidez do Pedro, Deus nos chamou para servir na música, mesmo sem saber nada de música nem instrumento. Como um milagre, fiz aula de violão e servimos e, após dez anos, nosso filho Pedro também entrou com a gente no ministério de música e até os dias de hoje servimos como família.Em 2012, percebendo que ainda faltava algo em nossa fé, recebemos a visita de um casal equipista e como nosso filho era pequeno e exigia cuidados pela sua idade, compartilhamos esse medo com o casal, mas eles nos explicaram tudo e aceitamos. E a partir daquele momento iniciamos nossa equipe de base - N. S. de Lourdes – e passamos a compreender porque Deus tinha nos chamado.Tivemos contato com a vida de santidade dentro das ENS e busca pela Espiritualidade Conjugal, fomos praticando os PCEs e percebendo

que tudo começava a fazer sentido dentro de nossa casa e as coisas entre nós como casal, e passamos a enxergar algumas melhoras. É incrível como os PCES são poderosos!Lendo e meditando o evangelho diário com oração nossa de casal e poder viver aquilo no seu dia a dia, começamos a trazer regras de vida simples mais que fizeram toda diferença, começamos a viver melhor os sacramentos, tivemos a partir dali mais atos de fé no dia a dia, mais adoração, confissões freqüentes e com o Dever de Sentar-se muitas curas foram acontecendo, esse PCE foi transformador para nossa vida conjugal e nossa família.Temos convicção que Deus nos trouxe para as ENS para buscarmos e compreender a nossa vida de Santidade, pois os PCES são fundamentais em todo tempo, pois nos leva direto a Jesus e aumentando nosso Amor a Deus. Compreendemos o caminho que precisamos seguir para viver nossa vida de Conversão e Santidade diária, e as ENS dentro do PCES e o caminho, pois Deus vai nos capacitando conforme nossa fé vai crescendo, nossa fé precisa evoluir todos os dias e na fé vivida nos PCES mesmo em meio as provações e dificuldades.

Emilene e Lindomar ENS de LourdesParaguaçu Paulista-SP Província Sul II

A força da oração em meio a tempestade

A vida nos surpreende quando menos esperamos. Em um momento, estamos seguindo nossa rotina normalmente; no outro, somos levados a encarar uma situação que nos faz repensar tudo, inclusive nossa fé.

Foi exatamente assim que aconteceu comigo em novembro de 2021.

Enfrentei um problema de saúde que me levou diretamente para a ala amarela do hospital aqui em nossa cidade Boquim-SE. Era uma sensação estranha: um mal-estar que não dava trégua, acompanhado de uma pressão arterial que só aumentava, vomitei muito e desafiando todas as tentativas de controle, mas não consegui. O clima ao meu redor era de tensão, e a incerteza começou a tomar conta do meu coração.

Ali, em meio aquele cenário hospitalar frio e silencioso, meu esposo Marcos segurou minha mão e oramos juntos. Em voz baixa, com fé trêmula, mas com um coração entregue, clamamos a Deus. Aquela oração conjugal, feita ali mesmo, em um leito de hospital, foi como um bálsamo para a minha alma. Fui submetida a exames importantes como ressonância magnética e tomografia, cheguei a ir ao médico otorrino pensando que era labirintite e, apesar de toda a preocupação, para a glória de Deus, não houve nenhuma alteração, ou seja, não fiquei com nenhuma sequela. Os médicos ficaram surpresos, pois tinha acontecido comigo um AVC isquêmico e eu, profundamente grata. Eu sabia

que havia uma força maior ali comigo e com meu esposo, sustentando não apenas meu corpo, mas também minha mente e meu espírito.

Hoje, ao olhar para trás, tenho certeza de que a Oração Conjugal fez toda a diferença. Quando um casal se une em oração, algo sobrenatural acontece. Deus habita esse momento. Ele ouve. Ele age. A nossa fé foi fortalecida em meio à dor, e nossa união, mais profunda do que nunca.

Não posso dizer que não tive medo, porque tive. Mas posso afirmar que a Oração Conjugal, especialmente a que fizemos juntos, foi minha fortaleza. E é por isso que hoje compartilhamos esse testemunho: para lembrar que, nas batalhas da vida, orar com quem amamos é uma das maiores armas espirituais que temos Que nosso testemunho seja um incentivo para outros casais. Que, mesmo nos dias maus, escolham orar juntos, confiar juntos e perseverar juntos. Porque onde dois ou mais estiverem reunidos em nome do Senhor, Ele ali estará, inclusive em um quarto de hospital. “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” (Tiago 5, 16)

Vera e Marcos
CRR Sergipe II
Província Nordeste II
“Não estava ardendo o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lucas 24, 32).

Neste ano em que somos convidados a caminhar com os discípulos de Emaús, refletimos sobre como o Senhor se faz presente em nossa história. Ele caminha conosco, mesmo quando nossos olhos estão impedidos de reconhecê-Lo. Assim também aconteceu conosco. Nascemos e crescemos em famílias católicas, estudamos em colégios religiosos, recebemos os sacramentos. Tínhamos, portanto, acesso a todos os elementos da fé. No entanto, por um tempo, estivemos mais como espectadores da fé do que como participantes ativos. Estávamos diante da vitrine, admirando, mas sem ajudar a organizá-la por dentro. Deus tem um propósito em tudo: atrair-nos para junto de Si. Nenhuma palavra, nenhum ensinamento se perde. Ele sabe o momento de nos tocar, e nos transformar. Foi após 25 anos de matrimônio que conhecemos as Equipes de Nossa Senhora. Ingressar no Movimento nos fez compreender que podíamos viver nossa vocação matrimonial de maneira mais profunda e verdadeira.

Durante a pilotagem, os Pontos Concretos de Esforço começaram a transformar nosso olhar e nosso coração. Compreendemos que o amor prometido diante de Deus é chamado a ser fonte de crescimento e santificação. Passamos a viver com mais consciência o nosso sacramento.

A frase de padre Henri Caffarel ecoa fortemente em nós:

“O teu amor sem exigência me diminui; a tua exigência sem amor me revolta; o teu amor exigente me engrandece.”

Vivenciar esse “amor exigente” nos ensina a ser cônjuges melhores, atentos às necessidades do outro e dispostos a recomeçar, tantas vezes quantas forem necessárias, com o amor de Jesus como referência.

É claro que nem sempre foi fácil. Houve tropeços, dúvidas, momentos em que nos perguntamos se estávamos realmente vivendo o que o Movimento nos propõe. Mas ter os olhos fixos no Senhor – e o apoio da nossa equipe de base e a orientação de nosso SCE – nos ajudou a perseverar na Oração Conjugal, no Dever de Sentar-se e no serviço.

Como vasos nas mãos do oleiro, fomos sendo moldados. E ainda permanecemos sendo forjados pelo fogo do Espírito Santo.

Cada dia é uma nova oportunidade de aprendizado e entrega.

Pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, seguimos o caminho, desejosos de testemunhar com nossa vida que o Senhor fez, faz e continuará fazendo maravilhas em nós.

Valéria e Fernando CRR PE-II
Província Nordeste II

IV Encontro Nacional das

Equipes de Nossa Senhora/Fortaleza

Escolhido o logotipo do IV Encontro Nacional

O IV Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora, que acontecerá 11 a 14 de maio de 2027, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, agora tem uma identidade visual. Foi escolhido o logo oficial do Encontro, que traduz em imagem o Tema “Discípulos em Caminho, Vidas em Comunhão” e o Lema “…todos vós sois irmãos” (Mt 23,8).

O concurso recebeu 60 propostas criativas, enviadas por equipistas de todo o Brasil. Uma comissão formada pelo Casal Responsável da Super-Região Brasil, Rose e Rubens; pelo Casal Coordenador do Encontro, Rocivania e Julio; e pelo Casal Responsável pela Comunicação da Super-Região Brasil, Érica e Wilson, selecionou uma proposta de cada Província para avançar à etapa final.

A votação para a escolha aconteceu durante o Encontro do Colégio Nacional, no dia 23 de agosto de 2025, com todos os casais participantes deste Colégio, com exceção dos casais integrantes da comissão. A revelação do logotipo vencedor ocorreu no dia 24, com transmissão ao vivo pelo perfil oficial da Super-Região no Instagram (@ensbrasil).

A proposta escolhida foi criada por um casal de Varginha/MG, Marjori e Rodrigo, da Província Leste I, Região Minas IV, Setor Varginha B, Equipe Nossa Senhora da Fé. Como

premiação, o casal ganha a inscrição para o IV Encontro Nacional.

O logo é carregado de simbolismos: a cruz vermelha, no centro, representa Cristo como vela que impulsiona o barco, lembrando que Ele é o guia do Movimento. O mar azul simboliza a vida e a Igreja, espaço da caminhada de fé. O barco traduz as Equipes de Nossa Senhora, que conduzem os casais rumo à santidade conjugal. O sol nascente remete a Fortaleza, terra do sol, e ao Espírito Santo que ilumina os passos dos discípulos; seus raios representam as nove Províncias da Super-Região Brasil. Ao redor do barco, pessoas em diferentes cores representam a diversidade das famílias e missionários do Movimento, reafirmando que todos somos irmãos em comunhão.

Mais que uma marca gráfica, o logotipo do IV Encontro Nacional é expressão da fé e da unidade de milhares de equipistas. Ele acompanhará toda a preparação até 2027 e será lembrança viva de um momento histórico para as Equipes de Nossa Senhora no Brasil.

Erica e Wilson CR Comunicação SRB

Estamos muito felizes e honrados em saber que a logomarca que pensamos para o Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora foi a escolhida entre tantas belíssimas propostas. Somos equipistas há pouco tempo, desde 2019, e já teremos a alegria de participar de um Encontro Nacional deste Movimento que transformou nossas vidas. Nossa gratidão a todos que participaram do concurso e a todos que escolheram a nossa proposta como vencedora. Nos sentimos honrados também em ver a Equipe Nossa Senhora da Fé, do Setor B de Varginha, da Região Minas IV e da Província Leste II representada através da Logomarca do IV Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora.

Marjori e Rodrigo ENS da Fé – Varginha/MG Província Leste I

05 agosto 2025

JUBILEU DE PRATA SACERDOTAL

16 agosto 2025

09 setembro 2025

Frei Faustino

SCE ENS da Divina

Providência

Manaus-AM

Província Norte

Padre Agenor

Sbaraini

SCE ENS Aparecida

Curitiba/PR

Província Sul III

Padre Jair do Carmo Sales Soares

SCE ENS de Nazaré

Belém/PA

Província Norte

BODAS DE DIAMANTE

03 julho 2025

BODAS DE OURO

Dinah e José Carlos

ENS da Confiança

Belém/PA

Província Norte

20 setembro 2025

Cida e Hélio

ENS do Rosário

Aparecida/SP

Província Sul I

07 outubro 2025

BODAS DE PRATA

Raquel e João

ENS do Rosário

Campina Grande/PB

Província Nordeste II

JUBILEU DE PRATA DAS EQUIPES

2025

12

Setor Vinhedo

Vinhedo/SP

Província Sul I

Brasília/DF

abril 2025 ENS de Guadalupe

Província Centro-Oeste

VOLTA AO PAI

CRISTIANO LIMA SANTOS

da Francisca Bezerra Santos

17/07/2025

ENS das Vitórias

Santana do Seridó/RN

Província Nordeste I

JULIETA FERREIRA GONSALEZ, mãe do Padre Paulo Gonzales

03/09/2025

SCE de 5 Equipes

Sorocaba/SP

Província Sul II

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