ENS - Carta Mensal 566 - Julho/Agosto 2025

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CARTA

EQUIPES DE NOSSA SENHORA MENSAL

AS CELEBRAÇÕES DO JUBILEU

Como foi celebrado os 75 anos das Equipes no Brasil

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BEM-VINDO PAPA LEÃO XIV

A calorosa recepção de todo o mundo ao novo Pontífice

Pág. 2

Índice

EDITORIAL 1

SUPER-REGIÃO BRASIL

O Movimento a serviço de uma Igreja viva 2

Minha Esperança na Celebração dos 75 Anos das Equipes de Nossa Senhora no Brasil 3

Quinto capítulo: Corações abertos à Palavra de Deus 4

Sexto capítulo: Corações ardentes 5 “Sede Zelosos” 6

Demonstrações Financeiras 2024 Equipes de Nossa Senhora 7

75 anos das Equipes no Brasil: gratidão aos pés do Redentor 11

Levamos o Brasil ao coração da Igreja 12

DATAS DO MOVIMENTO

O Legado Vivo de Pedro Moncau em Nossas Equipes 13 Celebrar seu aniversário, para reconhecer a importância de sua vida 15

O Início do Caminho para a Santidade 16

IGREJA CATÓLICA

Pais e Educadores na Fé: O Exemplo de São Joaquim e Sant’Ana 17

O sacerdote é o amor do coração de Jesus 18

A festa da Gloriosa Assunção da Imaculada Conceição de Maria 19

Este é o nosso derradeiro artigo na Carta Mensal acerca da Palavra do Papa Francisco. 20

A contínua transformação para a Santidade 22

CONSELHEIROS NA CARTA

O sacerdote e os casais: na mesma fonte de graças 23

O Movimento fez muito e continua fazendo em minha vida e em meu sacerdócio... 24

DATAS COMEMORATIVAS

Dia do Pai ou Dia dos pais? 25 TESTEMUNHO

O Milagre da Vida 26

Tocados pelo testemunho de fé, unidade e serviço 27

N. S. Rainha da Paz – São Miguel do Guamá 28

PCEs que ajudam a passar por momentos críticos 29

PARTILHA E PCE

Vivenciar a Escuta da Palavra ................................................................................................................... 30

PCEs termômetro para nossa caminhada 31

REFLEXÃO EM FAMÍLIA

Exortação Apostólica - Gaudete et Exsultate 32

N O T Í C I A S

Está sendo publicado somente na CM DIGITAL acesse pelo site ens.org.br CM 566

566_jul/ago_miolo-capa_NB no 566 edição Julho/Agosto 2025

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro na “Lei de Imprensa” N° 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil – CR Super-Região Brasil Rose e Rubens; Equipe Editorial: Responsáveis: CR Carta Mensal Mirna e Sildson; Conselheiro Espiritual: SCE Carta Mensal: Pe. Antonio C. Torres; Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb.17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais – Rua Tefé, 192 - Perdizes, São Paulo/SP - Fone 11 97574-9718 – e-mail: novabandeira@novabandeira.com – Responsável: Ivahy Barcellos; Revisão: Jussara Lopes; Diagramação, Preparação e Tratamento de imagem: Douglas D. Rejowski; Imagens: (Freeimagens/Pxhere/Unsplash/CanStockPhoto/Canva). Tiragem desta edição: 26.350 exemplares. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS – Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3° Conj. 36, CEP: 01310-905, São Paulo/SP ou através de e-mail: cartamensal@ens.org.br a/c Mirna e Sildson.

IMPORTANTE: consultar instruções antes de enviar o material – pedimos que acessem as instruções na aba/acesso Carta Mensal do site das Equipes de Nossa Senhora (www.ens.org.br).

Caros amigos equipistas, Paz e bem!

Nesta edição com grande júbilo aos 75 anos das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, trazemos matérias onde cada equipe, em cada Setor, Região e Província, festejaram o dia 13 de maio. Momentos de profundo louvor a Deus, através das missas, terços e peregrinação ocorridas por todo o Brasil. Também levamos as ENS aos pés do Cristo Redentor, seguidos de missa e terço. Como é bom celebrar entre amigos-irmãos. Coletânea de Fotos estarão disponíveis na versão eletrônica.

Ainda como despedida ao Papa Francisco, o casal Graça e Roberto, responsáveis pela bandeira Mensagem do Papa, partilha conosco um momento de profunda emoção, quando puderam estar com o Papa Francisco numa de suas audiências. Sua presença carismática e suas palavras de sabedoria tocaram profundamente nossos corações. Este momento foi uma verdadeira bênção e aproveitamos também para darmos as boas-vindas ao novo Papa Leão XIV, para louvar ao Espírito Santo pela escolha, momento ímpar para nossa Igreja, onde a Cátedra de São Pedro se perpetua, desejamos um pontificado cheio de amor, esperança, saúde e paz. Acreditamos que sua liderança promete trazer amor e esperança aos povos, enquanto enfrentamos os desafios contemporâneos com fé e coragem na busca de paz que o mundo tanto precisa. Além disso, recordamos com carinho o aniversário e o batismo do Padre Henri Caffarel, um visionário cuja obra continua a influenciar a vida de muitos casais. Sua devoção e ensinamentos são um legado que perdura, guiando-nos na busca por uma vida plena e espiritualizada.

O Dia do Padre é o momento de cada equipe celebrar com o seu Conselheiro Espiritual e com seu pároco. É uma oportunidade para expressarmos nossa gratidão a todos os sacerdotes que dedicam suas vidas ao serviço de Deus e das Equipes de Nossa Senhora. Sua vocação e sacrifício são fundamentais para a manutenção da fé e da espiritualidade em nossas equipes.

A comemoração de São Joaquim e Santa Ana, avós de Jesus, nos lembra da importância da família e da transmissão dos valores cristãos de geração em geração. Mês de julho, mês de férias, mês de visitarmos aos avós, fontes de amor ou de rezarmos para aqueles que hoje permanecem em nossas memórias com gratas recordações.

A Assunção de Nossa Senhora é uma das festas mais importantes do calendário litúrgico, celebrando a elevação de Maria ao céu. Este evento nos convida a refletir sobre a pureza e a devoção de Maria, um exemplo a ser seguido por todos os fiéis.

O Dia dos Pais é uma ocasião especial para homenagearmos aqueles que, com amor e dedicação, desempenham o papel de guias e protetores em nossas vidas. Que possamos reconhecer e valorizar a importância de nossos cônjuges como pais, em nossas famílias. Que São José abençoe todos os pais.

Que estas celebrações e reflexões nos inspirem a viver com mais fé, amor e esperança, fortalecendo nossos laços com Deus e com nosso Movimento.

Mirna e Sildson CR Carta Mensal

O Movimento a serviço de uma Igreja viva

Vivemos nesse semestre tantas riquezas em nosso Movimento e em sintonia com a nossa Igreja um tempo precioso, repleto da presença de Deus.

O Conclave foi um momento solene e emocionante da vida na nossa Igreja, um ato de fé coletiva, de oração, de expectativa, de esperança e guiados pelo Espírito Santo na revelação do novo sucessor de Pedro. A eleição do Papa Leão XIV, novo rosto visível da unidade da Igreja traz uma verdadeira expressão de uma fé viva, de amor a Igreja.

E neste mesmo espírito, estamos vivendo o Tema do Ano “No caminho de Emaús”, caminhando como os discípulo entre dúvidas, lamentos e esperanças e muitas vezes na nossa jornada de casais, também nos sentimos perdidos, com corações incertos, partidos.

Essa experiência nos provoca a olhar para nossa história conjugal e de fé, percebendo que Ele caminha conosco, mesmo quando às vezes não O enxergamos. Cristo se aproxima, caminha conosco, faz arder nosso coração e, ao partir o pão, se revela vivo. Continuamos com as celebrações do Jubileu dos 75 anos das Equipes e aos pés do Cristo Redentor, fomos impossibilitados da celebração da Santa Missa, naquele momento, pela névoa que o cobria, mas o Cardeal Dom Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro, com sua generosidade e coração voltado às Equipes, presidiu a Missa na Igreja São José da Lagoa e sua homilia, profundamente voltada aos casais equipistas, tocou nossos corações e o Cristo se fez presente. Como nos lembra Padre Caffarel: “Eu gostaria que vocês, ao irem para a oração,

estivessem profundamente convencidos de que estão sendo esperados pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo”. Queremos pedir um empenho a vocês para que seja vivenciado o Retiro não apenas como um PCE que deve ser cumprido, mas como expressão da forma concreta do amor de Deus na vida do casal, um espaço de escuta atenta da vontade de Deus para a vida a dois, onde o Espírito Santo age com delicadeza e graça transformadora.

Convidamos a todos para irem preparando o coração para acolher com alegria e fé, sob a benção de Dom Gregório Ben Lâmed Paixão, Arcebispo de Fortaleza, o IV Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora que será em Fortaleza, de 11 a 14 de maio de 2027 com o Tema: “Discípulos em Caminho, Vidas em Comunhão” e Lema “Vós todos sois irmãos”. Será um tempo de encontro, partilha e comunhão onde testemunharemos que o Senhor caminha conosco. Um encontro que já pulsa no coração de muitos casais envolvidos em diversas equipes de trabalho e que em breve tomará forma em nossos passos, mas desde já deixem que a esperança os conduza.

Que as riquezas vividas no Movimento sejam partilhadas, colocadas a serviço de uma Igreja que precisa de todos nós, do nosso testemunho, da espiritualidade que cultivamos.

Rose e Rubens CR SRB

Minha Esperança na Celebração dos 75 Anos das Equipes de Nossa Senhora no Brasil

Queridos Casais e Conselheiros Espirituais, Espero que todos estejam bem.

É com grande alegria e gratidão que compartilho com vocês minha reflexão sobre os 75 anos das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Este é um momento para agradecer a Deus, especialmente pela família Moncau, casal abençoado e pioneiro, que teve a coragem e a fé de vivenciar essa experiência espiritual no matrimônio. Imaginem o esforço, as dificuldades e os desafios enfrentados, principalmente na comunicação por cartas e na tradução do idioma francês para o idioma português. Mas, com muita oração, fé e determinação, venceram.

Esses primeiros casais acreditaram profundamente na missão de viver a santidade no matrimônio. Mas, e nós, queridos casais? Hoje, será que continuamos a acreditar neste ideal? À medida que celebramos os 75 anos, somos chamados não apenas a agradecer, mas também a refletir sobre como estamos vivendo esse caminho. Durante esses anos, muitos casais fizeram história. Agora, é a nossa vez de dar continuidade a essa missão. Por isso, convido a todos a fazerem uma reflexão pessoal: como estou vivendo a espiritualidade do Movimento? Tenho valorizado o Movimento e contribuído ativamente para o seu crescimento? Na minha equipe de base, estudo o tema em casal? Tenho vivido e testemunhado a Escuta e Meditação da Palavra, a Oração Conjugal, o Dever de Sentar-se, a Regra de Vida e o Retiro? Tenho participado das noites de oração, das missas e das formações no Setor?

Este é o nosso Movimento, e ele depende de cada um de nós. Vamos, juntos, redobrar nossas orações pelo Movimento e levar a missão com mais seriedade e dedicação. A celebração dos 75 anos é um momento de agradecimento, mas também de revisão do nosso caminhar. Como diz São João da Cruz, precisamos voltar ao “amor primeiro” e, assim, fortalecer nossa espiritualidade.

Não sejamos casais medíocres, mas sim santos, pois essa é a nossa verdadeira vocação. Devemos cultivar mais amor pelo nosso Movimento e pela nossa missão.

Permitam-me compartilhar um pouco da minha experiência: sou pároco com várias comunidades, e os desafios são grandes, como os de muitos Conselheiros. No entanto, procuro me dedicar com muito amor às Equipes e ao nosso Movimento. Tenho um grande carinho por cada um de vocês e acredito que, juntos, podemos transformar o Brasil e o mundo, vivendo com alegria e amor a Cristo, através dos Sacramentos da Ordem e do Matrimônio. O nosso Movimento nos proporciona essa oportunidade. Queridos casais e conselheiros, vamos em frente! Vale a pena ser cristão. Vale a pena ser padre. E, sem dúvida, vale a pena viver o matrimônio. Pois são sacramentos de amor, e o amor sempre vencerá.

Deus os abençoe. Um abraço fraterno.

Pe. Toninho SCE SRB

É por sua Palavra que Deus revela o seu grande amor por todos nós. É através de sua Palavra que Ele toca profundamente os nossos corações e a nossa alma, fazendo-nos crescer na fé e na esperança.

Quando deixamos o amor de Deus agir em nós, guiados pela luz do Espírito Santo, abrimos a porta de nossos corações e de nossas mentes, para acolhê-Lo. Muitas vezes, entretanto, pela dureza de nossos corações, fechamos os nossos olhos, tapamos os nossos ouvidos e, como consequência, passamos a não entender a vontade de Deus em nossa vida. Quando as provações fazem-nos sentir abandonados e, muitas vezes, chegamos a nos perguntar o porquê de tantas situações difíceis. Mas é exatamente nesses momentos que precisamos percebê-lo ao nosso lado, e devemos abrir os nossos corações para a sua Palavra. Deus nos carrega nos braços e nos sentimos fortalecidos pela sua ternura passamos a entender o Cristo Ressuscitado que, ao partir o pão, se revela em plenitude em cada um de nós, como pessoa, como casal e como família.

Abrir os nossos corações à Palavra de Deus como os discípulos de Emaús o fizeram, significa permitir que Jesus caminhe conosco; que O escutemos; que deixemos que Ele nos conduza nos momentos de dúvida, de dor, de busca de entendimento, sempre confiando em sua Palavra e sempre insistindo: “fica conosco, Senhor”. Este,

Quinto capítulo: Corações abertos à Palavra de Deus

portanto, é um momento de comunhão e de transformação.

É por meio de sua Palavra que Jesus bate à nossa porta, é pela Sagrada Escritura que devemos abrir os nossos corações para que Ela penetre em nossa intimidade como casal, e que permaneça conosco, nos desafiando a transformar nossa vida para praticar a misericórdia. A Palavra de Deus é um apelo contínuo para sairmos do individualismo, rumo à partilha e à solidariedade. É por meio dela que nos abastecemos para fazermos nossas reflexões e nos colocarmos sob o olhar de Deus e receber suas bênçãos diárias na hora certa que precisamos.

Como cristãos batizados e como casal equipista, devemos pedir sempre a Luz do Espírito Santo para abrir as portas de nossos corações para a Palavra de Deus. Ter intimidade com Ele. Fazer a escuta diária para refletirmos e meditarmos, com os nossos corações receptivos, para entrarmos em Oração Conjugal sob a Palavra divina e entendermos aquilo que Ele espera de cada um de nós. É dessa forma que somos chamados a vivenciar a nossa fé numa Palavra de Vida. Amém!

Concinha e Gláucio CRP Norte

Fica conosco, Senhor! “Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que ia adiante. Eles, porém, insistiram: Fica conosco, pois já é tarde e à noite vem chegando! Nessa viagem de Jerusalém a Emaús, o evangelista Lucas nos recorda, que em Jesus, Deus se torna próximo da humanidade, fazendo parte da nossa história. Embora Jesus tenha ensinado longamente aos dois discípulos, eles estão tão cegos, desiludidos, que não O reconhecem. Jesus Ressuscitado, é o peregrino que anda com eles pelo caminho, não na noite que cai ao final do dia, mas na noite da mente deles, das dúvidas e incompreensões. Quando atravessamos a noite das provações, onde nada vemos e nada entendemos, possamos insistir como os discípulos de Emaús, clamando sua presença: “Fica conosco Senhor, preenche o nosso vazio com tua presença, as nossas trevas com tua luz.” O caminho dos dois discípulos de Emaús nos oferece um modelo e uma consolação. A santidade não está no sucesso permanente, nem nos livra de vez das tentações. O Papa Francisco descreve como “um caminho de amadurecimento, onde cada um dos cônjuges é um instrumento de Deus para fazer crescer o outro.” (Amoris Laetitia, 221) Através do matrimônio, somos chamados a viver em comunhão com Cristo, uma vida comum de forma extraordinária. São nas pequenas

Sexto capítulo: Corações ardentes

atitudes de amor e querer bem entre o casal, na abertura de coração um para o outro, que Cristo se manifesta. Padre Henri Caffarel diz: “Quero dizer que é preciso defender, manter, aprofundar o amor conjugal, pois você sabe muito bem, o amor não é uma sorte grande caída do céu, mas uma conquista cotidiana.” (Encruzilhadas do amor, pág. 32) Nas Equipes de Nossa Senhora temos a graça, a oportunidade de crescer na fé e viver uma verdadeira comunhão entre os casais e os Sacerdotes Conselheiros Espirituais, num vínculo humano e fraterno que “repousa o crescimento do Corpo de Cristo”, assim nos diz padre Henri Caffarel. (No caminho de Emaús, pág.113) Suplicamos a Jesus Ressuscitado: “Fica conosco, Senhor!” Cura as nossas cegueiras, para que possamos compreender tua palavra, crer em Ti, Te amar e servir. Queremos carregar nossa cruz, junto a quem nos confiastes, com nosso cônjuge, nossa equipe de base, participando da Santa Eucaristia, realizando os Pontos Concretos de Esforço, renovar nossa comunhão contigo, Senhor Jesus.

Marli e Orlando CRP Sul III

“Sede Zelosos”

“ Sede zelosos e diligentes, fervorosos de espírito, servindo sempre ao Senhor, alegres por causa da esperança, fortes nas tribulações, perseverantes na oração. ” (Romanos 12, 11-12).

Esses versículos refletem a nossa missão de cristãos e equipistas, de sermos zelosos, alegres, fervorosos, termos esperança, sermos fortes nas situações de adversidades e sempre perseverantes na oração. No entanto, muitas vezes nos esquecemos dessas palavras de São Paulo, devido à nossa condição humana, que é falha; somos envolvidos pelos afazeres, preocupações e desafios diários e não deixamos espaço para a ação de Deus.... Porém, quando nos lembramos e tomamos consciência dessas palavras, elas nos fortalecem, sustentam e amparam em nossa missão. Deus está sempre ao nosso lado, nos dando confiança, nos orientando e conduzindo no caminho a ser percorrido.

Somos um Movimento de espiritualidade conjugal, em essência, porém, a questão administrativa caminha em paralelo, e não está isolada de nossa realidade, como podemos ler no Guia das ENS: “É necessário assegurar a vida

material de uma comunidade à qual se pertence e da qual se recebe muito.”

Com a graça de Deus, o Movimento cresce a cada dia, e, devido a esse crescimento, precisamos nos estruturar cada vez mais, e isso exige que estejamos em constante atualização e evolução no que diz respeito à área administrativa, para que tenhamos um sistema de gestão e controles internos cada vez mais eficaz e que atenda às necessidades atuais e futuras, e esses assuntos precisam ser tratados e enfrentados com coragem e determinação, para a estruturação e o bem do Movimento.

Estamos caminhando, e muito já foi feito nestes 75 anos, porém, ainda temos muito trabalho pela frente, mas, que com o coração ardente, e confiantes nas palavras de São Paulo, seguimos no caminho o qual o Senhor nos chamou.

Abraços fraternos e fiquem com Deus.

Erica e Laor CR Tesouraria

Demonstrações Financeiras 2024

Equipes de Nossa Senhora

Com a graça de Deus e a contribuição de cada casal equipista, a Super-Região Brasil apresenta as Demonstrações Financeiras do Exercício de 2024, para conhecimento de todos os equipistas, com a Demonstração de Resultados do Exercício, o Balanço Patrimonial, as respectivas Notas Explicativas e o Parecer dos Auditores Independentes.

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO 2024

PATRIMONIAL EM 31/12/2024 (em R$)

NOTAS EXPLICATIVAS 2024

1. Receitas

Em 2024, registrou-se um crescimento de 11,41% nas receitas em relação a 2023, da qual destacamos os seguintes pontos:

• Aumento de 11,05% na contribuição estatutária;

• Aumento de 3,56% na receita da venda de livros;

• Aumento de 17,73% dos rendimentos de aplicações financeiras.

Assim como em 2023, em 2024, as contribuições representaram 73% da receita total.

2. Despesas

Houve redução de 10,81% nas despesas em relação a 2023.

Apesar da redução das despesas de 2024, elas foram 4,58% (R$ 301.305,42) superiores aos valores das contribuições de 2024, sendo que, o que gerou o superávit de R$ 2.139.486,01, foram as vendas de livros e principalmente os rendimentos das aplicações financeiras.

Dentre as despesas podemos destacar:

Reduções

• nos valores de passagens aéreas e estadias, em função do planejamento e compras antecipadas das passagens para o deslocamento de casais em missão para os locais dos eventos, para formações, colegiados e expansão;

• nas despesas com Correios devido à alteração no tipo de remessa para o envio da Carta Mensal.

Aumentos

• nos valores dispendidos para Encontros, Formações e Colegiados, decorrentes de maior quantidade de eventos e da alta de preços dos locais de realização;

• nas despesas com a impressão de Carta Mensal e publicações diversas, tendo em vista o impacto da alta da inflação sobre os preços de papel e impressão;

3. Composição das Despesas

As despesas do Movimento são direcionadas à sustentação de atividades que visam a formação cristã, a capacitação para a missão, a motivação de todos os equipistas para bem viver o carisma e a expansão do Movimento em níveis local, regional, nacional e internacional.

4. Resultados Financeiros

Em 2024, as receitas foram superiores às despesas, gerando um superávit que será destinado às atividades de formação e capacitação para os equipistas em 2025 e nos exercícios seguintes.

No gráfico comparativo de receitas e despesas de 2018 a 2024, podemos observar:

• As despesas em 2018 a 2019, foram superiores às receitas;

• O declínio das despesas durante 2020 e 2021, decorrentes da pandemia;

• O acentuado aumento das despesas em 2022 e 2023, demonstrando a retomada das formações e expansão em todas as regiões do país.

• Em 2024, é possível verificar que houve reversão na tendência de alta das despesas e o contínuo crescimento das receitas, mantendo-se as formações e expansões.

5.

Doações

A conta de doações registra os valores do Projeto Vocacional, os valores enviados para a Causa de Canonização do Padre Caffarel e a contribuição anual do Brasil para a ERI, que é destinada à expansão das ENS em outros países.

Em 2023, foram realizadas duas remessas para a ERI referentes aos anos de 2022 e 2023, sendo realizada, em 2024, apenas a remessa referente ao ano corrente, por esse motivo a redução na conta doações.

6. Encontro Internacional Turim 2024

Após a realização das remessas para o XIII Encontro Internacional de Turim 2024, obtivemos um saldo remanescente no valor de R$ 96.770,77.

Esse valor remanescente foi divido igualitariamente aos equipistas participantes do encontro e dado a opção de receber a sua parte ou doa-la para a divulgação da causa do Padre Caffarel no Brasil.

Desta forma, foram destinados R$ 78.099,37 para divulgação da causa do Padre Caffarel no Brasil e R$ 18.671,40 aos equipistas que optaram pela restituição e, em dezembro/2024 a conta do XIII Encontro Internacional de Turim 2024 foi zerada.

Impressos e Publicações

Outras Despesas 5%

Passagens

Correios 7%

Deslocamentos 4%

Serviços de Terceiros 2%

Doações 9%

Receitas x Despesas

10.000.000

9.000.000

8.000.000

7.000.000

6.000.000

5.000.000

4.000.000

3.000.000

2.000.000

1.000.000 0

Receitas Despesas

Relatório do auditor independente sobre as Demonstrações Contábeis

Aos Administradores das Equipes de Nossa Senhora Opinião

Examinamos as demonstrações contábeis da Equipes de Nossa Senhora, levantado em 31 de dezembro de 2024 e as respectivas Demonstrações de Superavit e/ou Déficit, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas, para o exercício findo acima mencionado.

Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Equipes de Nossa Senhora, em 31 de dezembro de 2024 e foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, aplicáveis às entidades do Terceiro Setor.

DCA Auditores Independentes S/S CRC/GO Nº 000757/0

Página 3 do relatório de 26/03/2025

75 anos das Equipes no Brasil: gratidão aos pés do Redentor

Para celebrar o Jubileu de Diamante das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, a Super-Região Brasil escolheu um dos cenários mais simbólicos da fé cristã: o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. O monumento, conhecido mundialmente, reflete a grandeza de Cristo, que conduz e sustenta a espiritualidade conjugal do nosso Movimento. A data oficial dos 75 anos, 13 de maio , foi vivida em todo o Brasil com celebrações locais, nos Setores e Regiões — onde pulsa o coração das Equipes. Missas, Terços, Adorações e momentos fraternos marcaram essa data tão especial.

Já no dia 23 de maio , a Super-Região Brasil preparou uma celebração nacional, com transmissão ao vivo pelo canal do Movimento no YouTube, desejando reunir espiritualmente todos os equipistas do Brasil numa ação de graças aos pés do Cristo Redentor. No entanto, ao chegarmos ao Rio de Janeiro, nos deparamos com o inesperado: chuva constante e uma neblina densa cobriam o Corcovado. Subimos até o monumento para fazer uma transmissão lá do alto. Envoltos pela névoa, entendemos que nossos planos não se concretizariam como imaginado. Transmitimos ali, ao vivo, a notícia aos equipistas: o céu havia descido até nós. Era o Senhor nos acolhendo com delicadeza e mistério.

Descemos, então, para a Igreja de São José da Lagoa, onde celebramos a Eucaristia em ação de graças. A poucos metros da base do Corcovado, ali fomos recebidos por aquele que é patrono da Igreja e fiel esposo de Nossa Senhora, a intercessora das Equipes. O simbolismo não se perdeu — ao contrário, se aprofundou.

A Missa foi presidida por Dom Orani Tempesta, que acolheu as Equipes com carinho e entusiasmo. Em sua homilia, expressou gratidão à missão do Movimento, exaltou a figura do Padre Henri Caffarel e a riqueza da união entre os sacramentos da Ordem e do Matrimônio. Suas palavras nos emocionaram e confirmaram a presença do Espírito Santo nesta celebração.

Mesmo sem enxergar o Cristo com os olhos, O sentimos fortemente com o coração. Ele nos mostrou, mais uma vez, que devemos confiar. Ele providencia. Ele abençoa. Ele cuida.

Levamos o Brasil ao coração da Igreja

Roma nos esperava. Mas não era apenas uma viagem. Era missão. Era graça. Era a oportunidade de, em pleno Ano Santo, permitir que as famílias equipistas do Brasil também atravessassem as Portas Santas da Misericórdia, tocassem com os olhos a beleza da fé e renovassem suas esperanças. Nós fomos, mas não fomos sozinhos. Levar cada um de vocês conosco foi o nosso propósito e nossa alegria.

De 30 de maio a 1º de junho, a Igreja celebrou, no coração de Roma, o Jubileu das Famílias, dentro do Ano Santo de 2025, proclamado pelo Papa Francisco com o tema “Peregrinos da Esperança". Foi um convite a renovar a fé e a redescobrir a força da família como dom, como caminho e como Igreja doméstica. E nós, como Casal Comunicação da Super-Região Brasil, fomos enviados para viver, registrar e compartilhar ao vivo essa peregrinação espiritual com nossos irmãos equipistas.

Iniciamos no túmulo do Papa Francisco, na Basílica de Santa Maria Maior. Em silêncio, entregamos ali os pedidos, as dores e os agradecimentos de tantas famílias brasileiras. Em seguida, atravessamos a Porta Santa da Basílica de São Pedro, convidando milhares de corações a fazer o mesmo, em oração e esperança.

Na Igreja Trinità dei Monti, durante a Vigília, escutamos sobre o exemplo de santidade de Luís e Zélia Martin, pais de Santa Teresinha. Aprendemos que a santidade na família é possível, é concreta, é chamada. E isso renovou em nós o ardor da nossa própria vocação.

No sábado, peregrinamos à Basílica de São João de Latrão e visitamos o Santuário da Escada Santa. Cada passo nosso era um ato de fé por cada casal que representávamos. Mais tarde, passamos pela Porta Santa da Basílica de Santa Maria Maior e nos unimos aos equipistas de Roma na oração pública do Magnificat, selando nossa comunhão com toda a Igreja.

Ao final do dia, vivemos a Festa das Famílias, na praça da Basílica de São João de Latrão, ao lado de peregrinos do mundo inteiro. Um verdadeiro Pentecostes familiar, cheio de canto, dança e alegria. Ali também nos unimos a irmãos da Pastoral Familiar do Brasil, celebrando juntos a beleza da nossa fé. No domingo, a Praça de São Pedro transbordava emoção. Lá estávamos, com a bandeira do Brasil e uma plaquinha com a logomarca das ENS, esperando o Papa. Quando ele passou, sorrindo, sentimos que todo o Brasil era abençoado ali. A Santa Missa encerrou essa missão abençoada com gratidão, alegria e esperança.

A internet foi o barco, mas o Evangelho foi o leme. Deus nos levou e trouxe. Juntos vivemos esta missão e compartilhamos nossa fé como peregrinos da esperança.

Érica e Wilson

CR Comunicação

O Legado Vivo de Pedro Moncau em Nossas Equipes

Eis que renovo todas as coisas” (Ap 21, 5)

Queridos casais equipistas, que a paz e o amor de Cristo ressuscitado renovem a esperança em nossos corações neste tempo pascal. Ao refletirmos sobre a beleza da ressurreição, somos naturalmente conduzidos a recordar aqueles que, em suas vidas, testemunharam a força transformadora do amor de Deus e cujo legado continua a iluminar nossa caminhada. Entre eles, ocupa um lugar especial o nome de Pedro Moncau, um dos pilares da implantação das Equipes de Nossa Senhora (ENS) no Brasil.

Nossa própria história como casal equipista se entrelaça com esse legado. Há alguns anos, movidos pelo desejo de aprofundar o amor, o perdão e a reconciliação em nossa família, iniciamos nossa jornada nas ENS. Participamos da Experiência

Comunitária (1997) e em 18.02.1998 ingressamos nas ENS, fase da Pilotagem, cujo Casal Piloto vinha a Maués-Am. Recordamos com gratidão os casais que nos apresentaram a riqueza deste Movimento, partilhando conosco a inspiradora história de seu nascimento na França e sua chegada abençoada ao nosso Brasil.

Foi então que o nome de Pedro Moncau e de sua esposa, D.

Nancy, ecoou em nossos corações. Através do relato de suas vidas dedicadas ao Evangelho e ao serviço dos casais, compreendemos a profundidade do carisma e da mística das ENS. Seu testemunho de entrega total a Deus e ao ideal da espiritualidade conjugal foi a semente que germinou e permitiu que inúmeros casais brasileiros trilhassem o caminho do seguimento de Jesus dentro deste Movimento.

A profecia de nosso fundador, Padre Henri Caffarel, encontrou em Pedro Moncau um terreno fértil. Naquela São Paulo do início do século XX, em 13 de maio de 1950, a primeira reunião equipista no Brasil marcava o início de uma história de amor e serviço que se espalharia por todo o país. A fundação da

primeira equipe brasileira, a “Nossa Senhora de Todas as Alegrias”, liderada com entusiasmo e fé pelo casal Moncau, é um marco indelével em nossa história.

O entusiasmo contagiante de Pedro Moncau na descoberta e vivência da fé cristã, ao lado de D. Nancy, inspirou gerações de casais, incluindo nós. Fomos atraídos por essa proposta de santidade a dois, de crescimento mútuo no amor de Deus.

Tivemos a graça de participar do Encontro Nacional em Brasília 2003, onde a figura de Pedro Moncau foi especialmente lembrada por D. Nancy. Nesse encontro, a força de seu legado se fazia ainda mais presente, através das palavras também de outros casais que o conheceram e foram por ele inspirados.

Para nós, é uma certeza confortadora saber que Pedro Moncau repousa agora nos braços do Pai. Sua vida terrena, dedicada a propagar a beleza do matrimônio cristão e a espiritualidade conjugal, floresceu

em incontáveis famílias. E cremos firmemente que, dessa morada eterna, ele continua a nos acompanhar em nossa caminhada equipista, intercedendo por cada um de nós, por nossas equipes e por todas as famílias que buscam viver o amor de Deus em seus lares.

Seu legado não é apenas uma memória do passado, mas uma força viva que nos impulsiona no presente. O chamado à vivência da espiritualidade conjugal, a busca pela santidade no matrimônio, a abertura ao serviço e ao apostolado –tudo isso ecoa o SIM generoso de Pedro Moncau ao plano de Deus. Neste mundo contemporâneo, onde a instituição familiar enfrenta tantos desafios, somos chamados a ser testemunhas vivas desse legado. Que a inspiração de Pedro Moncau nos fortaleça em nossa missão de sermos peregrinos da esperança, anunciando com nossas vidas a beleza do sacramento do matrimônio e a alegria de caminhar juntos, como casais equipistas, rumo à plenitude do amor de Deus.

Que a certeza da presença de Cristo ressuscitado e a intercessão de Pedro Moncau continuem a nos guiar e a abençoar nossa jornada.

Maria Wiliam e Dinho ENS do Perpétuo Socorro Setor Maués Província Norte

Celebrar seu aniversário, para reconhecer a importância de sua vida

Estamos próximos de 30 de julho, data em que celebramos o nascimento do nosso inesquecível Pe. Henri Caffarel, que junto com os 4 jovens casais franceses, fundaram o Movimento das Equipes de Nossa Senhora, que muito nos auxilia na busca da santidade conjugal, nem mais nem menos como ele mesmo dizia. Como é bom ler suas obras e perceber quão maravilhoso era este pequeno grande homem, que iluminado pelo Espírito Santo de Deus, o levava a ser e fazer tantas coisas que contribuíram para evangelizar as pessoas, os casais, as viúvas e viúvos, e todos aqueles que por ventura, se tornavam companheiros de caminhada espiritual. Pe. Caffarel contribuiu muito para o avanço da valorização do Sacramento do Matrimônio pelos casais e pela Igreja de Cristo. Era um profeta para o seu tempo, e para o nosso tempo, pois lendo seus escritos percebemos o quanto ele estava à frente de sua geração e com que sabedoria propunha uma forma específica de espiritualidade para os casais. Sua sensibilidade nos alcança através de suas inúmeras obras. Assim, são muitos os motivos pelos quais temos que comemorar a data de seu nascimento, de sua chegada a este mundo, que se tornou melhor com a sua entrega ao chamado de Deus. Certamente um santo, mesmo que ainda não tenha sido reconhecido pela Igreja, pois sabemos que esse

buscador de Deus muito colaborou e colabora ainda para o crescimento da vida conjugal dos casais. Sua atenção à oração e a vida cotidiana dos casais cristãos, o possibilitou construir um itinerário para ajudar a cada casal que se dedicar, uma vivência do Sacramento do Matrimônio mais consciente e fomentadora de muitas graças e bênçãos para a vida familiar. Queridos irmãos e irmãs equipistas, precisamos intensificar nossa confiança em sua intercessão, rezando sua oração diariamente, para que logo tenhamos sua canonização, e assim confirmar definitivamente a importância da sua vida para a humanidade como um homem santo, um homem que buscou viver a verdadeira felicidade na complementariedade das duas grandes vocações ao serviço na Igreja: os Sacramentos do Matrimônio e da Ordem. Busquemos valorizar e celebrar a data de seu aniversário como forma de reconhecer a importância de sua vida e de sua vocação para nós, casais, que fazemos parte do Movimento das Equipes de Nossa Senhora.

Servo de Deus Henri Caffarel, intercedei a Deus por nós.

Joice e Jerson Garcia

CRR RS I
Província Sul III

O Início do Caminho para a Santidade

O dia amanheceu ainda mais abençoado naquele domingo de verão, 2 de agosto de 1903. Na casa n.º 8 da Rue du Plat, em Lyon, França, o papai Ferdinand Caffarel e a mamãe Elise Voisin, em suas orações matinais, agradecem a Deus pela especialíssima benção com que foram agraciados no passado dia 30 de julho: o nascimento de seu filho que receberá o nome de Henri August Marie. Neste domingo levariam o pequeno para ser batizado. Com o Batismo ele se tornaria sacerdote do Reino, profeta e rei. Eles lhe haviam dado a vida material, agora o Senhor lhe daria a vida espiritual, seria membro da Igreja de Deus! Que felicidade invadia aqueles corações!

No caminho para a Basílica de São Martinho d’Ainay, Papai Caffarel pensava em como seria aquele pequeno no futuro. Sentia o coração ardente e lembrou-se de Emaús: levava seu menino para o encontro com Cristo!

Ao chegar à igreja, já lá estavam os padrinhos, vovó Caffarel e vovô Voisin. Logo chegou, todo paramentado, o celebrante Padre Louis Venard, tio do batizando.

O menino cresceu. Aos 20 anos descobriu o amor de Cristo: “ Jesus Cristo tornou-se, num instante, alguém para mim.”1 Em 19/04/1930 foi ordenado sacerdote. Viveu plenamente seus compromissos batismais, não só no encaminhamento de sua própria santidade, mas na santidade de centenas de milhares de almas que ele orientou e

orienta, nas ENS, em seus livros, etc.

Na Carta das ENS (Estatuto), em 1947, ele nos desafia a viver nosso Batismo, como casais que “ Ambicionam levar até o fim o compromisso de seu Batismo. Querem viver para Cristo, com Cristo, por Cristo. Entregam-se-LHE sem condições.”

O Padre Caffarel foi batizado com três dias de vida.

Você sabe o dia de seu Batismo? Nós sabemos os nossos, mas só aprendemos a honrar essas datas com a chegada às ENS, pela inspiração do Padre Caffarel.

Tivemos a felicidade de conviver com um SCE, Padre Alberto Bresciani, SDB (1938–2023), que não gostava de parabéns no dia de seu nascimento, mas sim no dia de seu Batismo. Levava isso muito a sério! Como o Padre Caffarel, que solicitou que em sua lápide houvesse apenas as datas de seu Batismo, Ordenação e Morte. E lá está ela, em Troussures, onde o visitamos antes do Encontro de Turim.

Precisamos reverenciar esta data, refletir sobre nossa vida de batizados, celebrar na Santa Missa desse dia. O Batismo é o início de nossa caminhada para a santidade.

Magnificat!

Rita e Fernando ENS de Guadalupe Belém/PA Província Norte

1 Allemand, Jean. Henri Caffarel, um homem arrebatado por Deus, ENS, 1999, pág. 20.

Pais e Educadores na Fé:

O Exemplo de São Joaquim e Sant’Ana

Sant’Ana e São Joaquim, celebrados pela Igreja no dia 26/07, são apresentados pela tradição cristã como os pais da Virgem Maria e avós de Jesus. Apesar de nunca serem citados nos evangelhos canônicos, o evangelho apócrifo de São Tiago os nomeia e dá detalhes bastantes significativos de suas vidas para todos nós.

Segundo essa tradição, aprendemos que o milagre da vida de Maria não aconteceu por acaso, mas foi preparado por uma história marcada por fé e fidelidade. Já idosos e sem filhos, Ana e Joaquim nunca perderam a esperança. Joaquim, após um Retiro no deserto, recebe de Deus a graça que mudaria suas vidas: Ana concebe milagrosamente Maria, a futura Mãe do Salvador.

O mais importante, porém, é o exemplo que esse casal santo nos deixa como pais e educadores. Tudo o que vemos resplandecer na vida da Virgem Maria foi moldado em seu lar, pela vivência piedosa de seus pais.

Como afirma a liturgia da festa: “Seus gestos de bondade não serão esquecidos... Seus netos são sua melhor herança” (Eclo 44, 10–13).

No ambiente simples de Nazaré, Maria foi formada nas virtudes que a tornaram o modelo perfeito de fé, disponibilidade e entrega a Deus. Aprendeu desde cedo, no cotidiano, o valor da oração, da obediência, do serviço e da confiança — não por acaso, mas pela santidade de seus pais. O “sim” de

Maria ao anjo é fruto de uma fé amadurecida no seio familiar.

O Papa Francisco reforça esse papel ao dizer: “São Joaquim e Sant’Ana fazem parte de uma longa corrente que transmitiu a fé e o amor a Deus, no calor da família, até Maria, que acolheu em seu seio o Filho de Deus e o ofereceu ao mundo, ofereceu-o a nós. Vemos aqui o valor precioso da família como lugar privilegiado para transmitir a fé!” (Angelus, 26/07/2013).

Ao celebrarmos, portanto, a Festa Litúrgica desses grandes santos da nossa tradição católica, solicitemos ao Bom Deus a graça de imitar suas virtudes e de sermos hoje, também nós: homens e mulheres, casais, sacerdotes, consagrados e consagradas que vivem o mais profundamente possível a sua fé e a transmitam com eficácia, gerando homens novos para um mundo novo!

São Joaquim e Sant’Ana, rogai por nós!

Pe. Eduardo Oliveira de Almeida

SCE – Região Norte I Província Norte

O sacerdote é o amor do coração de Jesus

A vocação sacerdotal é dom divino e decisão pessoal, é “presente” e chamado de Deus, é resposta e atuação humana. O dom da vocação conferido por Deus no coração dos sacerdotes segue a dinâmica do chamado divino: precisa ser escutado, discernido e respondido com amor. No dia 4 de agosto, a liturgia celebra a memória de São João Maria Vianney, conhecido como São Cura D'Ars, inicialmente patrono dos párocos, mas que a partir do ano sacerdotal (2009-2010), Bento XVI o designou modelo e patrono de todos os padres no exercício de seu ministério sacerdotal. Jean Allemand assim descreve a vocação sacerdotal e o ministério do Pe. Henri Caffarel: “Foi, desde a sua juventude, um homem arrebatado por Deus e que disse sim à ascendência divina”. De fato, é comum aos personagens bíblicos descreverem sua missão a partir de um diálogo com o Senhor que chama e que este é tão convincente que é difícil recusar. Toca as profundezas da alma e do coração, é um envolvimento único, que mexe com existência inteira da pessoa. Segundo São João Maria Vianney, “o sacerdote é o amor do coração de Jesus”. A identidade mais

profunda do presbítero não está em fazer muitas coisas, como até muitas pessoas comentam: “Esse padre é bom, ele participa de tudo”. “Ele nunca diz não para nada”. “Parece Santo Antônio, está em dois lugares ao mesmo tempo”. Todo padre precisa estar vigilante para não cair no ativismo ou na superficialidade. O encanto e a beleza sacerdotal não podem vir apenas do ministério ou das atividades pastorais, mas sim da proximidade e amizade com Jesus. O padre é aquele que encarna os valores do evangelho, tornando-se no mundo um sinal visível do amor misericordioso do Pai. Todo padre deve “ser um pastor segundo o coração de Deus”. Foi o motivo pelo qual Davi foi escolhido por Deus, não por ser perfeito ou melhor do que seus irmãos, mas porque possuía um coração voltado para Deus, disposto a se submeter à sua vontade e a aprender com seus erros. Para que produzam frutos maduros em seu ministério, os padres precisam buscar formação permanente, uma vida espiritual e sacramental assídua, estar em comunhão com a Igreja. São João Paulo II dizia, o sacerdócio possui uma essencial dimensão comunitária, pois contribui com o “Corpo Místico do Senhor”. As diversas formas concretas de fraternidade sacerdotal, de convivência e amizade precisam ser valorizadas na vida do padre para que mantenha sua saúde mental e maturidade afetiva e espiritual

Pe. Luiz Carlos Franzener

SCER Paraná Oeste Província Sul III

A festa da Gloriosa Assunção da Imaculada Conceição de Maria

Celebrada no dia 15 de agosto, é um dogma da Igreja e comemora a elevação da Virgem, mãe de Jesus, em corpo e alma aos céus. Ao findar sua vida terrena, Maria é elevada diretamente e assumida na Glória Celestial. A Gloriosa Assunção de Maria é vista como um sinal de esperança cristã na ressurreição e na vida eterna. No credo apostólico professamos a fé na ressurreição da carne e na vida eterna, sentido e fim último no caminho da vida humana. Essa promessa de fé, cumpriu-se em Maria. Trata-se de um privilégio reservado a ela, pela imaculada concepção, por ser intimamente ligada a Jesus, seu filho, visto que a morte e a corrupção do corpo são consequências do pecado. Maria não viveu esse processo da corrupção, por isso ela se encontra na glória de Deus. Maria alcançou a meta, onde um dia todos nós nos encontraremos. Maria é sinal de consolação e esperança, pois se ela, criatura como nós, conseguiu, pela misericórdia de Deus, nós também o conseguiremos. Mantenhamos nosso olhar e nosso coração fixos naquela que nunca abandonou seu filho Jesus, e com Ele, agora goza a alegria da Glória Celeste. A Assunção de Maria tem um significado profundo para nossa vida espiritual e nossa esperança na vida eterna. Ao contemplarmos sua Assunção, recordamos uma promessa divina: como membros do seu corpo, temos o chamado a compartilhar da mesma Glória Celestial. Essa verdade nos inspira a olhar para além das fragilidades terrenas. Maria nos ensina e encoraja a

enfrentar as tentações e angústias da vida e a fixar nossos olhos naquilo que é nosso fim último: viver a eternidade em sua companhia, no seio de seu filho glorificado. Assim como Maria, elevada ao céu, também nós, com fé e amor em Cristo, almejamos o mesmo destino. “Se ressuscitastes com Cristo esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus Pai; aspirai as coisas celestes e não as terrestres” (Cl 3,1-2). Vivamos de acordo com os valores do evangelho, cultivando uma vida de santidade, pureza e amor, para um dia, desfrutar da plenitude da comunhão com Deus na glória do céu. Confiemos, portanto, em Maria. Que ela nos ajude a percorrer o caminho da vida no mundo, reconhecendo os grandes feitos de Deus nela e em nós, sendo capazes de engrandecê-lo com o cântico de nossa criatura, proclamado por Maria: “O Senhor fez em mim maravilhas...” (Lc 1,49).

Pe. Laudenor Teloken SCE Província Sul III

Este é o nosso derradeiro artigo na Carta Mensal acerca da Palavra do Papa Francisco

O desafio de colocar ao alcance dos irmãos e irmãs equipistas as reflexões realizadas entre fevereiro de 2024 e o recente mês de maio, marcaram-nos profundamente. Foram quinze meses. Tempo de graça! Nele, a vida pastoral do Papa e suas palavras de sabedoria encorajaram-nos a deixar para trás o comodismo, o egocentrismo e outros “ismos” a fim de compartilhar com os irmãos-leitores o amor recebido de Deus, razão do amor que temos para lhes oferecer.

Quando acessamos o site do Vaticano no dia 21 de abril, tarefa cotidiana das nossas manhãs, a fim de nos atualizarmos com as atividades do Papa, deparamo-nos com a mensagem oficial do seu falecimento. Estava encerrado o seu pontificado e sua missão na terra.

A notícia, ainda que de certa forma esperada, deixou-nos “paralisados”! Veio o silêncio, prenúncio da ausência que se iniciara e que, em breve, se tornaria saudade. Saudade de alguém que aprendêramos amar pelo seu protagonismo para reavivar em nós a esperança, aquela que não falha, por ter sua razão fundada nas promessas do Cristo Ressuscitado, Amor que se doa.

Incansável e fiel à sua missão na Igreja e no mundo, Francisco carregara sua cruz até o último dia de vida, consciente de que este era o preço do verdadeiro amor. Pois é da cruz que Cristo nos ensina amar

a todos, inclusive aqueles que não nos amam 1. “ Senhor, dai-nos a força para aceitar e carregar nossas cruzes”1 , pois onde há cruz, dizia ele, há esperança. Por isso, em sua catequese da Eucaristia (2023) convida-nos a ultrapassar a vivência deste sacramento como obrigação ritual, para abrir nossos corações a um encontro com Jesus ressuscitado, “a esperança que proporciona à vida do homem uma janela para o Eterno2”.

Uma sensação de perda passou a acompanhar-nos, pois não poderíamos mais apreciar o intenso dinamismo do Papa, nem a sua mobilização incessante.

Sentiremos falta dos seus conselhos às lideranças dos países alvos de ameaças externas, às quais insistia quanto a necessidade de voltar às origens, pois o conhecimento da cultura e da história dos antepassados é o melhor meio de resistência que uma nação pode ter contra ameaças.3

Da mesma forma, sentiremos falta da presença pastoral do Papa, com seus artigos, despertando a consciência dos fieis quanto a importância de mantermos as nossas raízes familiares; de não permitimos que separem as crianças dos avós. Estes são a memória da família, da cultura e da história. Àquelas, as crianças, são o futuro da nação e da humanidade. Importa ainda restaurar a esperança aos jovens, ajudar os idosos e disseminar o amor4

Durante o seu pontificado, o Papa Francisco foi um testemunho marcante de proximidade com o Povo de Deus. O anseio de proximidade trazido por Francisco remonta à sua experiência de pastor vivida, pelo então bispo Bergoglio, no seu ministério na Argentina.

A consciência que tinha da sua importância o levou a expressá-la nas mais variadas situações em seu pontificado. Por exemplo: ao visitar os funcionários do Vaticano em seus gabinetes; ao realizar as Sextas-feiras da Misericórdia no Jubileu de 2016; nas suas aspirações missionárias que o levavam a locais de marginalização e exclusão para superar o que chamava de “cultura do descarte”; nas celebrações da Quinta-feira Santa em prisões, asilos e centros de acolhida para superar a “globalização da indiferença” que se expande no mundo; nas visitas às escolas de periferia e nos longos tours em paróquias dos subúrbios romanos.5

Admiramos o Papa Francisco pelo amor dedicado às pessoas, em especial aos marginalizados do mundo, com quem compartilhava a esperança, a alegria de redescobrir Cristo em suas vidas e de abraçar os desafios da realidade, confiando no Senhor. Assim cativara milhões de pessoas e

nós nos alegramos em sermos contados entre elas.

Se o que permanece na memória de quem vê um testemunho, são os gestos e atitudes que o coração de quem os expressa sente, o que permanece em nossa memória acerca do Papa Francisco é que nele, o amor sempre fiel simplesmente flui e não pode ser contido.

O amor para o Papa Francisco: “O verdadeiro poder é o amor,

O amor que dá poder às outras pessoas, O amor que dá impulsos às iniciativas, O amor que nenhuma corrente pode conter

Pois ele é capaz de amar até Na cruz ou no leito de morte.6

Graça e Roberto ENS das Graças - Porto Alegre/RS Província Sul III

1 Cf. As lições da cruz. Pág. 390 e 392. In: Assaf, Andrea Kirk. A sabedoria do Papa Francisco. – 2ª ed. – São Paulo :Planeta. 2017.

2 Título de um artigo do Papa Francisco publicado no site do Vaticano em 18/ 04 /2025.

3 Francisco: “Papa ao povo húngaro: conservar o vínculo com as suas raízes e construir pontes” Vaticano, 03/05/2013.

4 Cf. Esperança e contentamento. Pág. 39. In: Assaf, Andrea Kirk. A sabedoria do Papa Francisco. – 2ª ed. – São Paulo :Planeta. 2017.

5 Pastor no meio do povo. Pág. 2. In: Papa Francisco, 12 anos de novos dinamismos e portas abertas. Vaticano, 21/04/2025.

6 Cf. Amor e verdade, Pág. 173. In: Assaf, Andrea Kirk. A sabedoria do Papa Francisco. – 2ª ed. – São Paulo: Planeta. 2017.

A contínua transformação para a Santidade

Caríssimos equipistas, Paz e Bem! No segundo Domingo da Quaresma, a Liturgia da Palavra colocou para a nossa reflexão e Meditação o evento da Transfiguração do Senhor Jesus. Na caminhada rumo Paixão, Morte e Ressurreição, Cristo quis se transfigurar diante dos Apóstolos na veste esplendorosa do Glorificado para que eles se lembrassem na hora que chegasse sua Paixão e Morte. Diante desta visão quis me perguntar qual poderia ser a relação dessa passagem, com a essência do nosso Movimento. Parece-me vislumbrar que tem uma relação, sim! A Transfiguração de Cristo nos impulsiona a transformar nossas vidas todos os dias em tudo aquilo que precisamos, cada qual sabendo onde está falhando mais como equipista. Acredito que o Carisma e a Mística das Equipes de Nossa Senhora têm como finalidade a nossa contínua transformação para um caminho de santidade.

Durante os meses de janeiro, fevereiro e março, tive a Graça de acompanhar e participar, junto ao casal provincial e aos regionais, a sete EACRES da Província Norte, nos Estados do Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima. Uma verdadeira, magnífica e abençoada maratona de viagens.

Pois bem! Sabem qual foi a minha reflexão final? Foi de apreço, estima e maravilha de ver como as ENS estão presentes e atuantes nas diferentes comunidades. Constatei, sobretudo, escutando o amor, a paixão e o forte sentimento de pertença às ENS e como a seiva do Movimento transforma vidas conjugais e familiares, beneficiando a Igreja local. PARABÉNS!

Terminando este breve testemunho faço votos e rogo ao Espírito de Deus que iluminou e inspirou o Padre Caffarel a dar início ao Movimento das ENS, que todos nós equipistas sintamos e cultivemos dentro de nós mesmos a necessidade de todos os dias transfigurar sentimentos, transfigurar desejos e, sobretudo, transfigurar atitudes para caminho de santidade. Continuamente solicitados e provocados pela Palavra de Deus experimentando assim seu Amor para conosco, sintamo-nos impulsionados a uma sincera prática cotidiana, mensal e anual dos Pontos Concretos de Esforço. Que este compromisso não se torne um opcional, mas sim, uma renovada disposição interior a vivenciarmos a beleza da vocação conjugal e sacerdotal rumo à Santidade. Podemos SIM! Amém

Pe. Mário Missiato

SCEP - Província Norte

O sacerdote e os casais: na mesma fonte de graças

A participação de um sacerdote nas Equipes de Nossa Senhora é uma graça que transborda em via dupla: tanto para os casais, quanto para o sacerdote. Pessoalmente, sempre me senti agraciado em ter sido convidado por dois casais que entraram em contato comigo e me disseram que gostariam de marcar uma reunião para me fazerem uma proposta. Esse dia inesquecível foi há doze anos!

Ainda me recordo que pensei que se tratasse de alguma pastoral ou atividade em minha paróquia. Mas, à medida que os casais iam apresentando o Movimento, compreendi que o convite para ser um Sacerdote Conselheiro Espiritual era inusitado e que minha resposta implicaria uma guinada na minha espiritualidade. Durante a semana seguinte, eu li sobre o Movimento e pesquisei sobre aquele sacerdote, cuja vida interessei-me subitamente. Eu julgo que entre mim e o Pe. Henri Caffarel nasceu uma amizade espiritual. No domingo seguinte, após a Santa Missa, respondi meu, sim, ao Movimento.

Assim, passei a integrar, como um recém-nascido, uma Equipe de Nossa Senhora. Logo marcamos a reunião preparatória. Foi-me dado o Livro de Estudos. E, em passos lentos, aproximei meu coração sacerdotal às Equipes de Nossa Senhora. Lembro, com particular afeto, o Casal Regional, me acolhendo na primeira Santa Missa mensal.

Enquanto Sacerdote Conselheiro Espiritual me coloquei à disposição dos casais de minha Equipe. E, de fato, celebrei exéquias, batizados, casamentos, datas comemorativas, entre outros momentos celebrativos nas famílias da minha Equipe ou em famílias mais próximas. Os casais, entendendo

a necessidade em momentos mais dramáticos, sentem a liberdade de oferecer o que tem ao interno da Equipe: um sacerdote. Em alguns momentos, a Equipe me foi muito próxima. Recordo que quando me sentia frustrado em alguns afazeres pastorais e pude manifestar meu estado de espírito, recebi na medida certa palavras de ânimo. Numa ocasião em que a igreja da comunidade foi inundada por chuvas torrenciais e precisei de palavras de consolo para enfrentar os momentos nos quais nada se poderia fazer, enquanto as águas corriam deixando seu natural rastro, os casais, em sua maioria, me providenciaram ouvidos e ombros. Foram momentos marcantes e eternos.

O que mais me toca, as vezes me comove ainda, é quando minha Equipe reza por mim. Eu, humildemente silencio e escuto as vozes e pulsar dos corações, solidariamente rezando por mim. Imagino que muitos rezem por mim, nos grupos de oração em minha paróquia. Mas, ouvir uma Equipe rezando é mais emocionante. A oração é por mim e eu estou exatamente ao vivo, ouvindo-a e recebendo-a.

Sou grato ao Senhor que me chamou a ser Conselheiro Espiritual! Que pela intercessão de Nossa Senhora e de São José, o meu sacerdócio seja vivenciado nesse intercâmbio espiritual que o Movimento suscita na Igreja, entre os sacerdotes e casais.

Pe. Francisco Valter Lopes ENS do Rosário e ENS da Divina Providência Região Norte II Belém/PA Província Norte

O Movimento fez muito e continua fazendo em minha vida e em meu sacerdócio...

Fui convidado a falar um pouco sobre a minha história com o movimento das Equipes de Nossa Senhora. Posso dizer que o Movimento marcou e continua marcando minha vida e meu ministério. Meus primeiros contatos com o Movimento foram ainda no tempo de seminário. Um padre que era conselheiro e um casal que veio dar uma formação. Esses primeiros contatos despertaram em mim uma profunda admiração pelas ENS. Após concluir meus estudos na Teologia, fui designado a uma paróquia, lá recebi ao final de uma Missa o convite para ser SCE e o aceitei. A Equipe estava em Período de pilotagem. Isso me possibilitou conhecer e amar mais ainda o nosso movimento. Naquele mesmo ano, fui ordenado Diácono e Padre. Foi uma grande graça, pois minha equipe acompanhou de perto, partilhando comigo cada etapa da preparação para as ordenações. Hoje continuo como Sacerdote da mesma Equipe de Base, Equipe Nossa Senhora do Silêncio, Equipe 42 do Setor E. São quase 07 anos de caminhada junto a Equipe. Nas reuniões de equipe, encontro um espaço de acolhida, escuta e entreajuda fraterna, os Pontos Concretos de Esforço ajudam-nos a viver a Santidade. Nos casais, descubro uma verdadeira família espiritual, que me sustenta e me anima na vocação. Além

da Equipe, Deus me chamou para uma nova Missão junto ao Movimento, como SCE da Região Santa Catarina I. Na Região, tive a oportunidade de participar de Encontros Provinciais e do Encontro do Colégio Nacional, onde pude contemplar a beleza e a grandeza das Equipes que deixam marcas profundas na vida de tantos casais e sacerdotes. As partilhas, a preparação dos temas, a espiritualidade vivida com carinho e dedicação mostram o quanto cada casal e sacerdote se doa com alegria. Após quase sete anos de caminhada nas Equipes, posso afirmar com gratidão: muito o Movimento fez e continua fazendo em minha vida e em meu ministério. O Padre Henri Caffarel, sem dúvida foi iluminado pelo Espírito Santo ao ouvir o chamado de Deus e iniciar esta grande obra. Sou profundamente agradecido a Deus por essa família que me acolheu e que me ajuda a ser um sacerdote mais humano, mais fraterno e mais próximo do Coração de Cristo. Desejo que o Movimento possa frutificar ainda mais na vida de tantos outros casais.

Pe. Clovis Martins SCER Santa Catarina I Província SUL III

Dia do Pai ou Dia dos pais?

Nosso primeiro pai foi Abraão, aquele cuja promessa de Deus seria uma descendência tão numerosa quanto as estrelas do céu. Mas, Deus resolveu descer até nós, e para isto era preciso um “superpai”. O escolhido foi José, o justo, desta mesma descendência.

José foi escolhido para ser o guardião do Redentor, o esposo da Virgem Maria, aquele que daria o exemplo a seguir, a quem pode-se recorrer para ajudar a entender o que é o casamento e a família, o Chefe da Sagrada Família. Nós precisamos da paternidade espiritual de São José para nos ajudar a proteger o casamento e a família... e nos tempos modernos, as ameaças atingiram níveis extraordinários. (Livro Consagração a São José - Calloway H. pág. 17).

Para combater e superar os enganos de Satanás, o exemplo e a proteção de São José são a única maneira de sair da confusão encontrada no mundo hoje. Ele é para os pais de hoje, que lutam todos os dias, exemplo de como cuidar dos que lhe são entregues. Pais que muitas vezes não conseguem o sustento necessário, como pagar a escola, o médico, o remédio, o mercado, a roupa, o lazer, e que choram escondidos para não demonstrarem seu sofrimento na dificuldade. É neste José que encontram misericórdia e coragem. O pai José também sofreu, teve angústias, e o seu consolo, o seu alento, era o anjo do Senhor. Que todos os pais, os “Josés” espalhados em tantas Equipes, possam seguir firmes todos os dias, com suas

incertezas e tristezas. Seja o consolo chegar em casa, no lar, olhando os filhos, a esposa, quem sabe os netos, cujo sorriso e a troca de ideias sobre o dia, fazem a diferença. Busquem a força em São José, ao qual Deus confiou o seu Filho, junto com Maria, cuja confiança depositava nele, sendo um carpinteiro, com quem Cristo cresceu e se tornou homem. Durmam o sono sereno de São José com profunda fé e obediência à vontade de Deus. Ao raiar de um novo dia, numa vida nova que começa, sigam em frente sem desistir e sem deixar de confiar, pois para isso os pais nasceram e para isso foram criados: CUIDAR E PROTEGER

A FAMÍLIA. Inspirados por São João da Cruz, um dos maiores místicos da igreja, reconheçamos humildemente a grandeza de São José. Vejamos também em nosso pai biológico, muitas vezes longe ou já no céu, a imagem perfeita deste santo, pai adotivo de Jesus. Feliz Dia dos Pais!

Elaine e Rogério
CRR Santa Catarina II
Província Sul III

O Milagre da Vida

Sempre sonhamos em ser pais, mas não imaginávamos que os planos de Deus seriam tão especiais conosco. Nos conhecemos em um grupo de oração e, com o tempo, nossa amizade se transformou em namoro. Noivamos após quatro anos e, um ano depois, nos casamos. Durante a celebração, fomos convidados para participar das ENS. Logo após o casamento, ingressamos nas ENS e os PCE nos ajudaram a alinhar nossa vida como casal.

Dois anos se passaram e ainda não tínhamos filhos. O coração começava a se apertar, mas continuamos firmes na fé. Na Semana Santa, recebemos a notícia: Rayssa estava grávida! Confirmamos na Sexta-feira Santa e anunciamos à família na Páscoa. A alegria era imensa. No Dia das Mães, revelamos aos amigos que era uma menina: Maria Lúthien. Mas, no dia seguinte, o ultrassom morfológico revelou algo inesperado: eram gêmeas, ligadas por um único coração — condição rara e considerada incompatível com a vida. A notícia foi devastadora. Mas Deus não nos abandonou. Decidimos que não viveríamos o luto por nossas filhas vivas. Batizamos a segunda de Maria Teresa e entregamos tudo nas mãos de Deus. Não havia como descrever a dor daqueles dias, mas a Oração Conjugal nos sustentava. Sentíamos a presença de Deus em cada detalhe. Tudo isso só estava sendo possível pela força sobrenatural que nos sustentava cada vez que orávamos juntos e mesmo diante de todas as adversidades sentíamos o amor de Deus transbordando em nós e nos fazendo capazes de viver tudo isso com

alegria, aproveitando cada momento com nossas Marias no ventre.

Fomos a São Paulo e conseguimos acompanhamento em um hospital de referência. Ouvimos repetidamente que elas não sobreviveriam, que havia risco para a mãe e que poderíamos interromper a gestação. Mas seguimos com fé.

Rayssa foi convidada por Frei Gilson para rezar o Rosário e, sem esperar, testemunhou nossa história ao vivo. Nossas filhas, que tinham apenas um coração, tocaram milhões.

No dia 04/10/24, dia de São Francisco e primeira sexta do mês dedicado ao Sagrado Coração, nossas Marias nasceram. Lindas. Foram batizadas nos nossos braços enquanto cantávamos as músicas que embalaram nossa gestação. Teresa abriu os olhos e Lúthien parecia cantar com a melodia. Viveram 2 horas e 24 minutos conosco. Na hora da entrega, rezamos: “Senhor, eis aqui as nossas filhas. Elas são Tuas.” E como resposta, Lúthien expirou. Foi o dia mais feliz e mais difícil das nossas vidas. Mas saímos certos: elas cumpriram sua missão. Hoje vivemos unidos por um só coração: o Sagrado Coração de Jesus. Com Deus, tudo é possível. E nunca rezamos sozinhos. Nossa gratidão a cada oração feita por nós. O maior milagre não foi a cura física, mas a Salvação. As Marias nos lembram de buscar o que é eterno.

Rayssa e Sérgio ENS dos Milagres Manaus/AM Província Norte

Tocados pelo testemunho de fé, unidade e serviço

Ainda no namoro, quando participávamos de grupo de jovens, em uma celebração, conduzida pelos casais equipistas, por sinal, belíssima, fomos tocados pelo testemunho de fé, unidade e serviço, refletindo o valor do Matrimônio. Ali, uma semente foi plantada em nossos corações. Estávamos noivos e saímos com a certeza de que queríamos viver esse sacramento e, um dia, fazer parte do Movimento.

Em 2001, nos casamos, celebrando com uma bela festa cheia de sonhos. Porém, a vida nos trouxe uma dura surpresa: minha esposa teve um problema de saúde e recebemos a notícia de que não poderíamos ter filhos, um sonho nosso. Foi um momento difícil, especialmente por sermos recém-casados. Nos apoiamos um no outro, com muito amor, buscando nos curar mutuamente, e sempre lembrando do Movimento que nos havia tocado.

Em 2002, para nossa alegria, um casal nos convidou a conhecer o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Não pensamos duas vezes e aceitamos o convite. Começamos nossa pilotagem com um casal maravilhoso, que nos acolheu com carinho e nos guiou com sabedoria nessa nova etapa. Fomos inseridos na Equipe Nossa Senhora de Fátima e fomos acolhidos com muito amor pelos casais e SCE.

Durante a caminhada, descobrimos que não estávamos sozinhos. Encontramos casais que também

enfrentaram dificuldades, e seus testemunhos nos fortaleceram e continuam nos ajudando até hoje. A espiritualidade conjugal proposta pelas Equipes de Nossa Senhora transformou nossas vidas. Os PCE’S — a Oração Conjugal, o diálogo, a Regra de Vida, o Retiro, a leitura da Palavra e a Eucaristia — nos aproximaram de Deus e de mutualmente. Passamos a ver nosso matrimônio não apenas como um compromisso humano, mas como uma verdadeira vocação.

A cada reunião de equipe sentimos o cuidado fraterno, a escuta e o aprendizado. Caminhar com outros casais e com nosso SCE tem sido fundamental para crescermos, partilharmos a vida e percebermos que não estamos sozinhos nesta missão. Cristo é o centro do nosso lar, e com Maria, aprendemos a confiar, a silenciar e a dizer “sim” a cada novo dia.

Hoje, ao olharmos para trás, somos tomados por gratidão. E ao olharmos para frente, caminhamos com esperança. Após 24 anos no Movimento, continuamos com alegria, certos de que ser equipista é uma graça e um chamado a viver as maravilhas que Deus nos oferece.

Zuíla e Valdson ENS de Fátima Santarém/PA

Província Norte

ENS Rainha da Paz – São Miguel do Guamá

No dia 31 de maio de 1987 – em nossa cidade de São Miguel do Guamá – Estado do Pará, foi fundada e Equipe Nossa Senhora Rainha da Paz – em homenagem as aparições de Maria em Medjugorje. As Equipes de Nossa Senhora foi um marco em nossa vida de casal – lembrando desde os tempos de pilotagem, pois gradativamente fomos adquirindo um sentimento de pertença a esse Movimento de espiritualidade. No início não foi fácil – pois não rezávamos juntos; não íamos a missa com frequência; não tínhamos diálogo; nossos amigos não eram da Igreja; enfim, não éramos necessitados de Deus.

Foi aí que vimos nos PCE’s uma importância fundamental para nossa vida de casal. Foi difícil começar, mas conseguimos iniciar pela Escuta da Palavra e Oração Conjugal. Esses dois PCE’s impactaram nossas vidas, nos fortalecendo na caminhada e aos poucos fomos com muito esforço conseguindo realizar os outros pontos concretos. O mais difícil deles – para nós - foi o Dever de Sentar-se e demorou bastante para conseguirmos – pois era sempre um monólogo – contudo a oração nos fez conseguir – com muita humildade, realizá-lo sem nos machucar. Fomos dando lugar ao perdão, fé, paciência,

perseverança e amor quando decidimos colocar Jesus no “nosso meio”.

Jesus nunca nos faltou e através da sua palavra – foi nos moldando ao seu modo e nos conduzindo em crescente caminhada e hoje, com muita alegria realizamos todos os Pontos Concretos de Esforço – inclusive os Retiros, dos quais participamos de todos os 38 realizados nesses anos de existência da nossa equipe – inclusive um em que o Pedrinho precisou ser carregado em uma cadeira para ir ao andar superior onde ficava o auditório.

As Equipes de Nossa Senhora – são certamente um “divisor de águas” em nossa vida conjugal e de cristãos – inclusive os aprendizados das formações são o alicerce que nos motivam e ajudam no exercício das responsabilidades no Movimento e participação nas pastorais.

Os PCE’s são valorizados como um tesouro deixado pelo nosso fundador, Padre Henri Caffarel, que foi inspirado por Deus, com um carisma que sustenta o nosso Movimento e a nossa espiritualidade conjugal e com reflexos positivos na nossa vida familiar e social.

Seremos infinitamente agradecidos a Deus Pai por nos ter presenteado com este Movimento que continua nos transformando todos os dias de nossas vidas – pois o “Poderoso fez em nós maravilhas e Santo é o Seu nome”.

Palmira e Pedrinho

ENS Rainha da Paz

São Miguel do Guamá/PA Província Norte

PCEs que ajudam a passar por momentos críticos

Quando entramos no Movimento, nem imaginávamos como nossas vidas iriam se transformar ao receber esse presente de Deus: as Equipes de Nossa Senhora. A vivência dos Pontos Concretos de Esforço aconteceu de forma lenta e gradual, mas tem nos ajudado na busca por Cristo, a viver melhor em casal e a compreender nossa missão como cristãos. Gostaríamos de compartilhar uma experiência em que os PCE foram fundamentais para nós. Foi quando nossa filha, Izabele, faleceu aos 30 anos. Os 12 dias que antecederam sua morte foram, sem dúvida, os mais penosos e difíceis que vivemos. Tudo aconteceu muito rápido: um dia ela estava bem, no outro, já não estava mais conosco. Desde o internamento até a piora progressiva de sua saúde, a sensação de estar perdendo a nossa filha foi angustiante. Passamos pelo processo de aceitação, entrega a Deus e esperança, mesmo diante do sofrimento. Durante esse período, sentimos o

cuidado de Deus por ela e por nós. Os PCE nos ajudaram a passar por esse momento sem nos desesperar, sem perder a fé e a compreender os desígnios de Deus. Apesar da dor, permanecemos unidos como casal, em família e em equipe. Buscamos força na oração conjugal, na Eucaristia diária e na intercessão de nossos familiares, amigos equipistas e da comunidade paroquial, que fizeram missas e correntes de oração. Foram verdadeiros anjos enviados por Deus. Como é bom ter família e amigos de fé! Temos certeza de que suas orações foram essenciais para nos sustentar. Ao enfrentarmos essas dificuldades, percebemos a importância de ter um cônjuge e uma equipe que nos apoia, que compartilha os mesmos ideais e, sobretudo, o amor a Deus. Viver a proposta do Movimento, especialmente os Pontos Concretos de Esforço, tem nos ajudado a trilhar o caminho da santificação conjugal e a buscar o Senhor a cada dia. Estamos felizes por fazermos parte desta grande família que são as Equipes de Nossa Senhora. Louvamos e bendizemos a Deus por esta graça!

Maristela e Luís ENS de Guadalupe Província Sul III

Vivenciar a Escuta da Palavra

Somos Francisca e Edson, casados há 46 anos, temos 6 filhos e 7 netos. Pertencemos à Equipe 92 Nossa Senhora de Fátima em Oriximiná no Pará. Nos sentimos felizes em poder compartilhar um pouco da nossa caminhada com todos vocês nas Equipes de Nossa Senhora.

Em 2010, fomos convidados a fazer parte do Movimento, e mesmo sem nada saber a respeito, sem qualquer conhecimento sobre o Movimento, demos nosso sim para essa experiência com casais. Em 2012, fomos lançados como equipe a qual fazemos parte há 13 anos, e neste mesmo ano, fomos escolhidos como Casal Responsável de Equipe. Foi muito difícil, pois tudo era muito novo, sem conselheiro para nos orientar, porque em nossa região é muito difícil sacerdotes até para celebrar nas comunidades. Então, tivemos medo, bateu a insegurança, pedimos ajuda aos casais mais experientes, que moravam em outro município, mas

tínhamos certeza de que precisávamos fundamentalmente crescer espiritualmente. Foi então que orientados pelo Movimento, buscamos nos Pontos Concretos de Esforço a base para o nosso crescimento, hoje em especial queremos falar da Escuta da Palavra que nos fortalece e nos ajuda, sem dúvida alguma, em nossa mudança espiritual para mais próximo de Deus.

Aprendemos ao vivenciar a Escuta da Palavra diariamente, que ao escutar a mensagem do Senhor para nós, além de descobrirmos as respostas para as nossas dúvidas, vamos sendo moldados à vontade do Senhor, especialmente nos momentos mais difíceis de nossa caminhada. A Escuta da Palavra tem dado discernimento aos nossos passos, fortalecido nossa fé na Trindade Santa, nos transformado diariamente. Enfim, nos tornou buscadores da verdade plena em Deus nosso Criador, salvação para nossas vidas e nosso santificador.

Hoje temos certeza de que os Pontos Concretos de Esforço são um tesouro inestimável, que o Movimento oferece aos casais que querem trilhar esse caminho que nos leva à santidade.

Francisca e Edson ENS de Fátima Juruti/PA

Província Norte

PCEs termômetro para nossa caminhada

Os Pontos Concretos de Esforço são um presente para cada um de nós, basta desembrulharmos. Os PCE são atitudes simples, mas profundamente transformadoras. Padre Caffarel, com inspiração divina, nos propôs esse caminho de santificação concreta, mostrando que o amor se alimenta por gestos e decisões diárias. Renovamos nosso compromisso a cada dia, com amor e cuidado. Ao reservarmos um tempo diário para o encontro com Deus, nossa vida começou a se transformar. A escuta da Palavra passou a nutrir nossa relação com Ele. A cada meditação, não apenas interpretávamos a Bíblia, mas nossa própria vida. Com o coração aberto, fomos entendendo que a Palavra é uma carta de amor de Deus. Ao acolhê-la, Ele nos revelava, pouco a pouco, seu projeto para nós. A frase de Samuel – “Fala, Senhor, que teu servo escuta” – ganhou novo sentido. Escutar de verdade nos levou à prática. E, ao praticar, passamos a ver o outro com o olhar de Deus: “viu, sentiu compaixão e cuidou dele”. A escuta fiel gerou frutos concretos. Recordo um ponto em especial: “escutar com paciência”. Em uma semana difícil no trabalho e em casa, onde o cansaço me deixava impaciente, vi Deus agir. Cada pausa antes de responder, cada silêncio oferecido em oração, era um pequeno sim dado a Ele. Com o tempo, os PCE se tornaram um termômetro da nossa caminhada.

Quando os esquecíamos, a rotina pesava; mas ao retomá-los, era como acender uma vela no escuro: simples, mas cheio de sentido. Destacamos também a Oração Conjugal como alicerce da nossa vida matrimonial. Nela, lembramos: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18,20). Sentimos a força de Deus em nossa vida. Nossa oração é feita à noite, onde entregamos tudo nas mãos de Deus: alegrias, dificuldades, filhos, equipe e todos os que amamos. Para vivermos esse ponto, muitas vezes foi necessário sair da zona de conforto e vencer o orgulho, pois nossa oração só começa quando nos damos as mãos. E dar as mãos, especialmente nos momentos em que não estamos bem, é desafio e graça. Mas é assim que Deus nos molda. Escutar meu cônjuge rezando me permitiu entrar no seu íntimo, tornando nosso o que antes era só dele. Hoje testemunhamos: os PCE mudaram nosso modo de viver, nosso olhar e nossa espiritualidade. Afinal, é “Nos pequenos esforços, grandes encontros com Deus acontecem”, porque é no ordinário da vida que o extraordinário da graça se revela. Com carinho,

Ale e Claiton
CRR Santa Catarina III
Província Sul III

Exortação Apostólica - Gaudete et Exsultate

Capítulo II - dois inimigos sutis da Santidade

Trata-se de duas heresias: o gnosticismo (séc. I-II) e o pelagianismo (séc. V) que tiveram seus inícios nos primórdios do cristianismo, mas com novas roupagens ainda continuam seduzindo os corações de muitos cristãos.

O gnosticismo sempre representou uma séria ameaça à Igreja. O nome, que vem do grego gnosis (conhecimento), deve-se ao fato de que os membros desse movimento afirmavam a existência de um tipo especial de conhecimento, superior ao dos crentes comuns e, em certo sentido, superior à própria fé. Esse conhecimento supostamente conduzia, por si só, à salvação. Segundo o Papa Francisco o “que mede a perfeição das pessoas é o seu grau de caridade, e não a quantidade de dados e conhecimentos que possam acumular”. Os gnósticos professavam um dualismo no qual identificavam o mal com a matéria, a carne ou as paixões, e o bem com uma substância pneumática ou espírito. O fato de Jesus ter assumido um corpo ao se encarnar no seio da Virgem Maria elevou sobremaneira a dignidade da matéria.

O Papa Francisco critica a concepção da realidade dos gnósticos, pois “eles concebem uma mente sem encarnação, incapaz de tocar a carne sofredora de Cristo nos outros, engessada numa enciclopédia

de abstrações”. O gnosticismo é uma ideologia enganadora porque se disfarça de “espiritualidade desencarnada”.

O pelagianismo recebeu esse nome em homenagem a Pelágio (monge da Bretanha). Refere-se a uma heresia do século V que nega o pecado original e a graça de Cristo. O homem adquire as virtudes por seus esforços sem o auxílio da graça. Santo Agostinho, o doutor da Graça, combateu veementemente essa heresia.

Consoante o Papa Francisco, no pelagianismo “já não era a inteligência (como no gnosticismo) que ocupava o lugar do mistério e da graça, mas a vontade”. Porém, uma vontade sem humildade. O Papa cita um trecho da sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium para explicar o pelagianismo atual: “Quem se conforma a esta mentalidade pelagiana ou semipelagiana, embora fale da graça de Deus com discursos edulcorados, no fundo, só confia nas suas próprias forças e sente-se superior aos outros por cumprir determinadas normas ou por ser irredutivelmente fiel a um certo estilo católico”. Com a supervalorização da subjetividade, o homem atual se coloca como protagonista na transformação da sociedade. E essa mentalidade penetrou o ambiente eclesial. Mas o Papa nos lembra que “a Igreja ensinou

repetidamente que não somos justificados pelas nossas obras ou pelos nossos esforços, mas pela graça do Senhor que toma a iniciativa”. São João Crisóstomo dizia: “antes de termos entrado no combate”, Deus derrama em nós todos os seus dons. Seguindo essa linha de pensamento, o Catecismo da Igreja Católica (1998) nos lembra que o dom da graça “ultrapassa as capacidades da inteligência e as forças da vontade humana”.

O Papa apresenta as características dos novos cristãos pelagianos: “a obsessão pela lei, o fascínio de exibir conquistas sociais e políticas, a ostentação no cuidado da liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja, a vanglória ligada à gestão de

assuntos práticos, a atração pelas dinâmicas de autoajuda e realização autorreferencial”.

“No meio de tantos preceitos e prescrições, Jesus não nos oferece fórmulas ou preceitos: mais dois rostos: o do Pai e do irmão!” Não se trata de normais ou leis, mas de amor! Eis o resumo da Lei e dos Profetas e a cura do gnosticismo e do pelagianismo: amar a Deus e amar o próximo!

Pe. Antonio C. Torres SCE Carta Mensal

03 junho 2025

BODAS

DE PRATA

Patrícia e Joelson

ENS do Carmo - São Gonçalo/RJ

Província Leste I

24 junho 2025

Graça e Paulo

ENS Rosário - Campina Grande/PB

Província Nordeste I

24 junho 2025

Izabel e Luciano

ENS Conceição - Campina Grande/PB

Província Nordeste I

29 abril 2025

Keith e Laurentino

ENS da Glória - Belém/PA

Província Norte

06 maio 2025

Luciane e Davi

ENS de Lourdes - Belém/PA

Província Norte

09 junho 2025

Patrícia e Eloi

ENS do Bom Conselho - Belém/PA

Província Norte

24 junho 2025

Sônia e Jorge

ENS da Apresentação - Abaetetuba/PA

Província Norte

30 junho 2025

Coty e Sérgio

ENS de Fátima - Abaetetuba/PA

Província Norte

30 junho 2025

Fátima e Fredson

ENS do Rosario - Abaetetuba/PA

Província Norte

15 maio 2025

BODAS DE DIAMANTE

Dirce e Mourão

Eq. N.S. da Glória

Belém/PA

Província Norte

BODAS DE OURO EPISCOPAL

Sbaraini

SCE ENS Aparecida

Curitiba-PR

16 agosto 2025 Padre Agenor

Província Sul III

VOLTA AO PAI

JULIETA do Coacir 07/05/2025

ENS do Santíssimo Sacramento

Fortaleza/CE

Província Nordeste I

ADRIANA do Mano 02/06/2025

ENS de Fátima

Fortaleza/CE

Província Nordeste I

JÚLIO da Antônia 12/06/2025

ENS do Amor Manaus/AM

Província Norte

JOSÉ NORBERTO da Maria Luciane 21/04/2025

ENS da Rosa Mística Louveira/SP

Província Sul I

TERESINHA do Antônio (falecido) 20/04/2025

ENS Medianeira de Todas as Graças

Santarém/PA

Província Norte

MARIA AMÉLIA do Roberto 27/04/2025

ENS Desatadora dos Nós Belém – PA

Província Norte

Dia do Padre 4 de agosto

“Neste Dia do Padre, rendemos graças àqueles que, com fé inabalável e escuta generosa, assumem a nobre missão de serem conselheiros espirituais em nossas vidas. Que Deus continue abençoando os sacerdotes que nos guiam com sabedoria, nos acolhem com amor e nos conduzem com esperança pelos caminhos da fé.”

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ENS - Carta Mensal 566 - Julho/Agosto 2025 by ENS Equipes de Nossa Senhora - Issuu