Azeites de Portugal - Guia 2018

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Ficha Técnica

Edição

Rua Gabriel Constante, Lt 230, Bloco D, Loja 8 Bairro dos Loios 1950-139 Lisboa Tel.: 218 205 212 E-mail: editores@enigmaprevisivel.pt Site: www.calameo.com/accounts/597853 Coordenação Luís da Conceição Colaboração Técnica Ana Barros António Manuel Cordeiro Carla Sofia França Inês Clara Serra Cláudia Sá Eugénia Lourenço Fátima Calouro Francisco Ataíde Pavão Henrique Herculano Irene Gouvinhas João Miguel Pereira José Alberto Pereira Maria Encarnação Marcelo Mariana Matos Nuno Rodrigues Paula Baptista Pedro Jordão Susana Casal Marketing Rui Martins

02 Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal 08 8º Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja 14 36ª Ovibeja vai juntar especialistas nacionais e internacionais 16 Monterrosa: no Algarve produzimos e damos a conhecer a nossa quinta... 18 CEPAAL – Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo 18 Rota dos Azeites do Alentejo: uma viagem surpreendente... 20 Concurso de Azeite Virgem da Feira Nacional de Olivicultura 2018 24 Azeite de Moura (DOP) / CAMB 28 Azeite Virgem Extra Premium CAMB 30 A olivicultura na Universidade de Évora 34 Gabinete de Planeamento e Políticas 40 Azeites do Ribatejo (DOP) / AAR 42 Azeite "Terras da Alfândega" 44 Azeite de qualidade produz-se no ameaçado Olival Tradicional 48 Variedades de Oliveira em Portugal 54 Certificação de material de propagação 56 Cv. Santulhana: uma cultivar de oliveira a redescobrir 58 Beira Baixa, a riqueza de um património olivícola de todos nós... 60 Azeite da Beira Interior (DOP) / APABI 62 World OIive Oil Summit / Feira Nacional de Agricultura 2018

Publicidade Luís da Conceição

66 Concurso Nacional Azeites de Portugal 2018

Design Maria Rocha Fernando Mano

70 Recursos genéticos na olivicultura

Impressão InPressionante

78 Xylella Fastidiosa: informação sobre a bactéria e seus vectores

Publicação Anual Depósito Legal n.º 346852/12 Os textos publicitários e publicidade são da responsabilidade dos seus autores.

68 INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária 72 Colheita da azeitona: uma das operações de maior importância 74 A análise foliar no olival 86 O Azeite: ensino, investigação e prestação de serviços no ISA 88 Qualifica | OriGin Portugal: defesa e valorização das IGs 90 Valorização do azeite como potencial nutracêutico (UTAD) 92 Ensino, investigação científica e apoio à comunidade na ESA | IPB 93 Selecção de Marcas


Casa do Azeite

Associação do Azeite de Portugal Texto da responsabilidade da Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal

Dr. Pedro Cruz Presidente

Eng.ª Mariana Matos Secretária-Geral

2

A Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal é uma pessoa colectiva de direito privado, constituída para defesa e promoção dos interesses dos seus associados, de âmbito nacional. Esta Associação iniciou a sua actividade em Setembro de 1976, com a designação de Associação dos Armazenistas, Refinadores e Exportadores de Azeite, tendo posteriormente alterado a sua denominação, em 1994, para Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal. A Associação nasceu por razões de carácter eminentemente patronal, na perspectiva da participação em processos de negociação colectiva, e foi definindo ao longo do tempo um campo próprio de intervenção que, sem perder de vista o seu objectivo principal de defesa dos interesses dos seus associados, se caracteriza de forma importante pela divulgação e promoção da imagem do azeite embalado junto do consumidor, enquanto garantia de qualidade, autenticidade e genuinidade do produto. É à luz destes dois objectivos que se alicerçam actualmente as restantes atribuições da Associação, como sejam, o estudo dos problemas relativos aos sectores de actividade económica nela representados ou a proposta de medidas ao Governo e aos órgãos associativos de grau superior sobre assuntos da sua especialidade ou interesse, ou ainda, a instalação dos serviços necessários à prossecução dos seus fins, nomeadamente serviços de contencioso, contratação laboral, serviços de assessoria económica e fiscal e serviços de assessoria de comunicação e imagem. No âmbito das suas atribuições, e por forma a atingir os objectivos nelas previstos, a Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal é membro de várias organizações nacionais e internacionais e tem assento em diversos fora de consultadoria junto da administração pública nacional, comunitária e internacional. De salientar que a Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal é a única estrutura associativa de âmbito nacional a operar no sector do azeite, representando cerca de 95% de todo o azeite de marca embalado em Portugal. A Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal tem por atribuições e conforme consta dos seus estatutos: • Favorecer o entendimento e a solidariedade entre os associados bem como promover a defesa dos seus interesses; • Promover o azeite embalado junto do consumidor; • Fomentar o estudo dos problemas relativos aos sectores da actividade representados, designadamente em matéria de formação e aperfeiçoamento profissional; • Propor às entidades oficiais a adopção de medidas jul-

gadas apropriadas sobre a defesa da política geral do sector, acesso à actividade, características e condições de funcionamento dos estabelecimentos, classificação e comercialização dos produtos, definição da política de crédito, normas contabilísticas e de trabalho, relações com os trabalhadores e previdência; • Negociar e celebrar com os sindicatos interessados convenções colectivas de trabalho; • Dar parecer sobre assuntos da sua especialidade sempre que consultada pela Administração Pública; • Instalar e assegurar o funcionamento dos serviços necessários, nomeadamente, serviços de contencioso, contratação laboral, económicos e fiscais; • Associar-se ou colaborar com organizações nacionais e internacionais com fins idênticos; • Prestar serviços aos associados ou criar instituições para o efeito. Actualmente, são condições de admissão na Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal serem os candidatos pessoas singulares ou colectivas de direito privado, que sejam titulares de uma empresa e que, actuando na fileira do azeite, se achem no pleno gozo da sua capacidade jurídica, preenchendo cumulativamente os seguintes requisitos: • Exerçam a actividade de embalador; • Disponham, para o exercício da actividade referida na alínea anterior, de instalações próprias com linha de embalamento; Os associados, de acordo com a sua dimensão, referenciada a 31 de Dezembro de cada ano, dividem-se nas seguintes categorias: • Categoria A: até 300t/ano de azeite embalado; • Categoria B: mais de 300t até 1000t/ano de azeite embalado; • Categoria C: mais de 1000t até 2000t/ano de azeite embalado; • Categoria D: mais de 2000t a 10000t/ano de azeite embalado; • Categoria E: mais de 10000t/ano de azeite embalado. No entanto, e porque esta Associação é hoje o resultado da evolução do sector ao longo dos últimos 20 anos, acomodando e integrando internamente a multiplicidade de realidades que esta mesma evolução gerou, são actualmente associados da Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal, empresas de diferente natureza jurídica e objecto


Produção Na campanha oleícola de 2017/2018 a produção portuguesa, segundo os dados do INE (correspondem ao ano civil 2017), atingiu as 134.684 toneladas, valor que representa a maior produção de azeite desde que existem dados estatísticos em Portugal (1915), com um aumento de 94,1 % em relação à campanha anterior (Quadro 1). Este recorde absoluto na produção nacional pode ser justificado por vários factores, como ser uma campanha de safra, terem ocorrido condições climatéricas favoráveis na altura da floração, pese embora a seca que se verificou posteriormente, mas sobretudo deve-se à entrada em produção de cada vez maiores áreas de novo olival intensivo e superintensivo de regadio, principalmente na região do Alqueva. Para além da

social, unidas em torno da defesa e promoção do azeite de marca, ou azeite embalado. Por querer ser cada vez mais a voz de todo o sector, incluindo os novos pequenos produtores/embaladores que surgem recentemente neste mercado, a Casa do Azeite adapta-se uma vez mais às novas tendências, com o objectivo primordial de continuar a representar da melhor forma um sector em constante mudança.

Balanço da Campanha Oleícola 2017/2018 Apresenta-se seguidamente um balanço, ainda provisório, da campanha oleícola de 2017/2018, analisando os principais factores na origem do desempenho do sector, particularmente ao nível da produção, do consumo interno e das exportações.

Quadro 1 – Evolução da produção em Portugal, por região, em toneladas 2008 Entre Douro e Minho

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

20165

2017

584

380

488

281

348

417

247

372

196

520

15.098

10.296

16.755

13.277

9.020

13.849

12.607

13.092

11.377

15.615

Beira Litoral

5.198

5.313

3.231

4.580

2.506

4.583

1.436

5.001

1.954

6.514

Beira Interior

6.108

5.407

5.949

4.676

3.525

5.115

3.205

4.725

2.669

4.984

Ribatejo e Oeste

3.264

7.343

4.231

4.761

3.963

5.729

2.629

5.887

3.804

8.761

22.998

32.664

31.591

47.278

39.436

61.220

40.561

79.344

49.112

96.941

Trás-os-Montes

Alentejo Algarve Total

556

1.054

669

1.350

319

673

258

631

263

1.349

53.808

62.457

62.914

76.203

59.117

91.587

60.944

109.052

69.375

134.684

Fontes: INE

Quadro 2 – Exportações nacionais de Azeite Virgem e Azeite, por destino, em toneladas 2013 Brasil

%

2014

%

2015

%

2016

%

2017

%

41.702,0

39

44.862,2

33

32.870,9

26

31.378,0

24

39.048,9

30

Angola

4.339,7

4

5.364,6

4

3.795,4

3

3.972,4

3

3.183,6

2

Polónia

171.1

127.5

727,1

1

1.852,7

1

2.721,7

2

França

6.017,6

5

4.471,6

3

3.029,1

2

3.440,1

3

2.562,2

2

EUA

1.122,0

1

1.093,5

1

943,5

1

1.219,2

1

1.217,4

1

Cabo Verde

842,9

1

896,2

1

747,3

1

793,8

1

910,5

1

Países Baixos

210,5

294,0

349,5

419,0

639,6

Chile

3,5

88,1

571,2

43.306,8

40

55.827,3

41

62.405,5

49

59.231,7

46

55.398,2

42

Itália*

5.510,1

5

15.362,9

11

16.271,6

13

19.787,7

15

20.261,1

15

Outros

4.843,6

4

6.941,5

5

5.797,9

5

6.930,7

5

5.853,6

4

108.071,7

100

135.241,3

100

126.937,8

100

129.113,2

100

132.366,1

100

Espanha*

Total

Fontes: Eurostat (Dados relativos a exportações de Azeite embalado + Azeite a granel, em toneladas) * Espanha e Itália – exportações maioritariamente a granel

Associados Agri-Mendes, Lda. Azeol, SA Carm, SA Cartoil, SA Cidacel, SA Coop. Agr. Beja e Brinches, Crl. Coop. Agr. Moura e Barrancos, Crl. Coop. Agr. de Portel, Crl. Coop. Olivicultores de Borba, Crl. Coop. Olivicultores de Valpaços, Crl. De Prado Portugal, S.A. Esporão Vendas e Marketing, SA Est. Manuel Silva Torrado & Cª, SA Fernandes & Henriques, Lda. Fernando Seco, Sucrs., Lda. Fio Dourado, Lda. Fundação Eugénio de Almeida Ingrediente Primavera, Unip., Lda. J. Portugal Ramos Vinhos, SA Leopoldino Freitas & F.º, Lda. Maçarico, SA Manuel Serra, SA Mathias II – Export, Unipessoal, Lda. Moenga, Lda. Olidal, Crl. Olivais do Sul, Lda. Ourogal, S.A. Pecoliva, Lda. Polistock, SA Quinta Colinas de S. Lourenço, Lda. Quinta do Crasto, SA Ramiro Augusto do Vale, Lda. Riazor, SA Sequeira Pedroso, Lda. Sica, Lda. Soc. Agr. Herdade de Alcobaça, SA Soc. Agr. de Pias, Lda. Soc. Agr. do Vale de Umbria, SA SEGA, SA Sovena Portugal, SA Victor Guedes, SA Vineves, SA Viveiros Monterosa, Lda.

3


elevada produtividade dos olivais, verificou-se igualmente um dos maiores rendimentos médios das azeitonas (% de azeite obtido por kg de azeitona), seguramente um dos valores mais elevados que alguma vez se alcançou em Portugal. A região do Alentejo, onde se concentra a maior parte do investimento em novos olivais altamente produtivos nos últimos anos, continua a reforçar a sua liderança no sector produtivo nacional, representando cerca de 72% da produção total de azeite em Portugal. Em face da continuidade dos investimentos em novas áreas de olival altamente produtivo, a Casa do Azeite reviu em alta as suas projecções relativamente ao potencial de produção nacional, apontando para o horizonte de 2020 uma produção que poderá rondar, em termos médios, as 130.000 toneladas de azeite. Consumo O consumo de azeite em Portugal tem-se mantido relativamente estável ao longo dos últimos anos, com uma ligeira tendência para a baixa e, segundo os dados do INE, situa-se 73.000 toneladas, ou seja, cerca de 7,0 kg per capita. Segundo a A.C. Nielsen – que representa sobretudo o consumo na distribuição moderna – o consumo de azeite em Portugal está em decréscimo, tendo sofrido uma quebra de cerca de - 6,7% em volume, em 2017. O preço médio de venda de azeite ao consumidor final, no ano de 2017 e segundo a mesma fonte, foi de cerca de 4,59€/kg, ou seja, 10,9% acima do preço médio

do mercado em 2016. Este aumento reflecte a subida dos preços do azeite na origem, que se verificou ao longo do ano de 2017 e explicará, em parte, a acentuada quebra do consumo já mencionada. Exportações Portugal mantêm-se no TOP 5 dos países que mais exportam a nível mundial, e reforça a sua posição de ano para ano. Nos últimos anos, as exportações nacionais tem aumentado a um ritmo bastante acentuado, e prevê-se que esse crescimento se continue a verificar nos próximos anos. Em 2017 as exportações nacionais de azeite cresceram 2,5% no volume de azeite exportado. Portugal exportou em 2017 cerca de 132.366 mil toneladas de azeite. Os principais mercados de destino do azeite nacional continuam a ser Espanha, Brasil e Itália e Angola, mas o tipo de exportações para Itália e Espanha é maioritariamente a granel, com menor valor acrescentado, enquanto as exportações com destino ao Brasil e Angola são maioritariamente de azeite de marca, embalado, de elevada qualidade e valor acrescentado. Em termos de saldo da Balança Comercial registou-se um saldo positivo de 148,6 milhões de euros, 20,5% acima do saldo do ano anterior, e o maior valor de sempre, pelo menos dos dados a que temos acesso. Este resultado reflecte o bom momento que o sector do azeite está a atravessar neste momento em Portugal e está sobretudo relacionado com o aumento das exportações.

Evolução da Balança Comercial de Portugal do Sector do Azeite (Milhões de Euros) 2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

Var % 10/17

2017*

Var % 16/17

Exportação

162.0

215.4

263.0

341.0

373,0

434,2

411.2

495,6

206,0

20,5

Importação

165.8

164.4

198.2

284,1

235,0

312,3

279,6

347,0

109,3

24,1

- 3.8

51.0

64,9

56,9

138,0

121,9

131.6

148,6

---------

12,9

Saldo Fontes: Eurostat * Valores provisórios

Exportações por Tipos de Produtos (Milhões de Euros) 2010 Azeites virgens Outros Total

2011

2012

2013

2014

2015

2016

Var % 10/17

2017*

Var % 16/17

105.8

154.5

187.3

262.3

305,3

366,7

356,5

430,9

307,2

20,9

56.2

60.9

75.7

78,7

67,7

67,5

54,8

64,7

15,2

18,2

162.0

215.4

263.0

341.0

373,0

434,2

411,2

495,6

206,0

20,5

Fontes: Eurostat * Valores provisórios

Exportações por Tipos de Produtos (% Total) 2010

4

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017*

Azeites virgens

65,3

71,7

71,2

76,9

81,8

84,5

86,7

Outros

34,7

28,3

28,8

23,1

18,2

15,5

13,3

13,1

100,00

100,00

100,00

100,00

100,0

100,0

100,0

100,0

Total Fontes: Eurostat * Valores provisórios

86,9


AZEITE VIRGEM EXTRA COM AUTENTICIDADE DESDE 1951

Cooperativa Olivicultores Valpaços Rua cidade de Bruxelas, Nº52 • 5340 492 Valpaço, Portugal • +351 278 711 256 • geral@azeite-valpacos.com


Herdade

Paço do Conde A História Implantada na Região do Alentejo (Sul de Portugal), a Herdade Paço do Conde perfaz uma área de 3.500 hectares e é atualmente explorada por três irmãos. O interesse pelo potencial geográfico e agrícola da Herdade, desperta na pré-história, segundo vestígios em diversos núcleos arqueológicos, seguindo da ocupação romana e posteriormente islâmica. O cultivo do olival e o fabrico do azeite vêm já desses tempos como atestam os vestígios cerâmicos, muros, valas de irrigação e antigos tanques de rega descobertos na Herdade. A Tradição oleica de excelência é revivida hoje numa propriedade há dois séculos na família dos produtores.

A Filosofia Os irmãos Castelo Branco descendem de uma família com longa tradição agrícola. Nas terras exploradas a diversidade cultural é uma realidade e além da vinha e olival podemos ver campos de trigo, girassol, milho, melão e pastagens semeadas e naturais. Esta diversidade possibilita a coexistência de Fauna e Flora tradicional com as culturas praticadas. A área explorada respeita as mais exigentes normas ambientais Europeias e toda a produção de uva e azeitona é certificada no Sistema de Produção Integrada. Em cada garrafa de azeite e vinho encontramos um mundo em que a qualidade e tradição, aliada à modernidade e amor ao trabalho testemunham a forma de estar dos nossos antepassados, que continuam a ser para nós uma referência essencial. Visitar a nossa Herdade é ter o prazer de ver e sentir esta harmonia.


Azeite

Herdade Paço do Conde Em 1995 começou a plantação dos cerca de 1.900 hectares de Olival na Herdade Paço do Conde, utilizando a irrigação gota-agota. As variedades escolhidas foram as Galega, Cobrançosa, Frantoio, Arbequina e Picual. A procura de alta qualidade motivou a introdução das variedades referidas, sendo a fraca precocidade e produtividade de algumas das variedades é compensada pela superior qualidade obtida. A produção de azeites Herdade Paço do Conde é feita desde 2007 em instalações próprias. Equipadas com avançada tecnologia têm capacidade para laborar 650 toneladas/dia. A produção de azeite extra virgem utiliza unicamente processos mecânicos de transformação a frio, de forma a não alterar as características naturais do sumo extraído das azeitonas. A paixão pelo azeite leva a Herdade Paço do Conde a produzir todos os anos apenas azeite extra virgem. Fruto de azeitonas das melhores variedades, colhidas no início da maturação, os azeites Paço do Conde são reconhecidos pela sua qualidade superior, e transmitem no aroma e paladar a harmonia que os rodeia. Frutado intenso de azeitona verde, aroma bastante complexo com notas de amêndoa, maça verde e erva verde. Na boca é bem estruturado, com uma característica picante bem marcada e algum amargo terminando com boa persistência.


Portugal ganhou sozinho todos os prémios da categoria Frutado Verde Ligeiro Júri do 8º Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja apreciou 150 amostras de 13 países Texto da responsabilidade da ACOS – Associação de Agricultores do Sul

8

No 8º Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja, Portugal arrecadou, sozinho, os três primeiros prémios e as três menções honrosas na categoria de Frutado Verde Ligeiro. Com quatro categorias em escrutínio, esta foi a única com todos os prémios para um único país revelando uma tendência da qualidade dos azeites nacionais. Os resultados, conhecidos hoje à hora do almoço, dão conta de 9 prémios para Portugal e 11 para Espanha. A concurso estiveram azeites de 13 nacionalidades. O Júri do Concurso, constituído por cerca de 40 peritos de 12 países, esteve reunido durante dois dias para apreciação das 150 amostras concorrentes. A concurso estiveram azeites das categorias Frutado Maduro, Frutado Verde Ligeiro, Frutado Verde Médio e Frutado Verde Intenso. Espanha ganhou os três primeiros prémios na categoria de Frutado Maduro,

enquanto que Portugal obteve duas menções honrosas. Nas categorias de Frutado Verde Médio e Frutado Verde Intenso os prémios dividem-se entre Espanha, Portugal, Itália e França. Entre o rigor das normas observadas pelo único concurso português de âmbito internacional, destaca-se a autenticação das amostras por uma entidade idónea independente, o uso de recipiente de vidro escuro, sem rótulo e com sistema de abertura inviolável, o uso de um código de identificação anónimo, sendo os azeites ainda acompanhados de uma análise química e de uma análise organoléptica emitida por um painel de provadores reconhecido pelo Conselho Oleícola Internacional (COI). O 8º Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja, com o patrocínio

exclusivo do Crédito Agrícola, é, juntamente com o Mario Solinas, do COI, exemplo internacional dos critérios de autenticidade no ranking “World’s Best Olive Oils”. Com base neste reconhecimento, os três primeiros classificados, bem como as três menções honrosas em cada categoria a escrutínio na edição de 2018 do Prémio CA Ovibeja beneficiaram de 10 pontos extra, comparativamente aos premiados nos restantes concursos internacionais realizados em todo o mundo. Os prémios aos vencedores foram entregues no decorrer da Ovibeja. O Concurso Prémio CA Ovibeja é organizado pela ACOS, em colaboração com a Casa do Azeite e conta com o Patrocínio exclusivo do Crédito Agrícola.



07

10

Frutado Maduro

Frutado Verde Médio

1.º Ouro Oro Bailen Reserva Familiar Arbequina [01]

1.º Ouro Casas de Hualdo Manzanilla [13]

Aceites Oro Bailén Galgón 99, S.L. [Espanha]

Casas de Hualdo, SL [Espanha]

2.º Prata Abbae de Queiles [02]

2.º Prata Tréfort [14]

Hacienda Queiles, S.L. [Espanha]

Paolo Bonomelli – Boutique Olive Farm [Itália]

3.º Bronze Casas de Hualdo Arbequina [03]

3.º Bronze Galoppa - Moulin Oltremonti [15]

Casas de Hualdo, SL [Espanha]

Moulin Oltremonti, SARL [França]

Menção Honrosa Oliveira da Serra Oliveirinha [04]

Menção Honrosa Rincón de la Subbética (D.O.P) [16]

Elosua Portugal, S.A. (Sovena) [Portugal]

Sca. Almazaras de la Subbética [Espanha]

CARM Clássico – Douro [05]

Gallo Colheita ao Luar [17]

Filipe José Roboredo Madeira [Portugal]

Vitor Guedes, S.A. [Portugal]

Bertolli Black Label [06]

Capricho del Fraile [18]

Carapelli Firenze S.P.A. [Itália]

Fraile Llanos del Castillejo, S.L. [Espanha]

Frutado Verde Ligeiro

Frutado Verde intenso

1.º Ouro Oliveira da Serra Lagar do Marmelo [07]

1.º Ouro Ortice Riserva [19]

Sovena Portugal, S.A. [Portugal]

Frantoio Romano S.R.L. [Itália]

2.º Prata Oliveira da Serra Gourmet [08]

2.º Prata Knolive Epicure [20]

Soc. Agr. Vale de Ouro, S.A. (Sovena) [Portugal]

Knolive Oils, S.L. [Espanha]

3.º Bronze Casa de Santo Amaro Prestige [09]

3.º Bronze Casas de Hualdo Cornicabra [21]

Trás-os-Montes Prime, Lda. [Portugal]

Casas de Hualdo, SL [Espanha]

Menção Honrosa Oliveira Ramos [10]

Menção Honrosa El Empiedro (D.O.P Priego de Córdoba) [22]

J. Portugal Ramos Vinhos, S.A. [Portugal]

Sca. Olivarera la Purísima [Espanha]

Arvólea [11]

Omed Picual [23]

Arvólea, Sociedade Unipessoal, Lda. [Portugal]

Venchipa, S.L. [Espanha]

Olivais do Sul Gourmet [12]

Cladivm (D.O.P Priego de Córdoba) [24]

Olivais do Sul, S.A. [Portugal]

Aceite Aroden Hispania, S.L. [Espanha]

04

08

10 17


18

20

15

05

01

22

13 21

03

12 19

23

24

14

02

11

06

09

16

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eLecTrocouP F3015

Na continuidade do aperfeiçoamento Tesoura de poda elétrica ELECTROCOUP F3015 é a nova referência. Criada para os profissionais da poda, a F3015 posiciona-se na continuidade das suas antecessoras como uma ferramenta de qualidade, fiável, amplamente aprovada por todos os seus utilizadores no mundo inteiro. Foram cuidadosamente selecionados materiais de qualidade e efetuado um longo trabalho de Investigação e Desenvolvimento com o intuito de otimizar ao máximo a compacidade e o peso das principais peças. A estrutura de alumínio, peça principal de fixação do conjunto dos componentes da tesoura (em liga especial de aeronáutica) passa a ter garantia vitalícia. Tal como na F3010, esta tesoura oferece a possibilidade de o utilizador trocar a cabeça de corte em função do trabalho que pretende efetuar. Em apenas 5 minutos pode transformar a sua tesoura para outras aplicações. A única tesoura de poda no mundo que possui 3 cabeças intercambiáveis com meia-abertura ajustável e sistema de segurança DSES (sistema anti corte).

Bateria LÍTiO-iON Ultra Compacta

A bateria de Iões de Lítio Cobalto pesa apenas 810g. Os acumuladores desta bateria foram particularmente selecionados devido à sua fiabilidade com o passar do tempo, bem como pela sua capacidade de fornecimento de correntes fortes. Bateria LÍTIO 120Wh • Peso: 810g • Autonomia dia completo 9h* Bateria com um sistema eletrónico integrado de gestão e de proteção dos acumuladores (BMS) • Células de LÍTIO com elevada capacidade – Tecnologia de baterias POWERTOOLS • Células tipo «Potência Forte», inteligência «Long Life». *de acordo com a utilização e condições de armazenamento

Lisagri

DsEs

A Lisagri foi fundada em 1985, comercializando vários equipamentos agrícolas. A partir do início de 2004 dedicou-se a comercializar, como representante regional, a marca INFACO. Esta empresa foi vanguardista nas tesouras eléctricas de poda e decidiu nomear a LISAGRI, LDA., a partir de junho de 2008, como seu importador nacional.

Sistema anti corte inventado e patenteado pela sociedade INFACO para uso exclusivo com as tesouras de poda ELECTROCOUP. Na F3015, é composto por uma luva de segurança condutora, ligada a um cabo espiral específico DSES. A utilização da luva aliada ao sistema eletrónico DSES aumenta a segurança do utilizador e, assim, diminui o risco de corte. Com efeito, mal haja contacto entre a cabeça de corte e a luva condutora, o fecho é interrompido instantaneamente e a lâmina volta para a posição de abertura. Assim, é impossível que a lâmina termine o seu percurso e isso evita o acidente. Contrariamente às luvas reforçadas ou em cota de malha, as luvas utilizadas para funcionar com o DSES garantem, devido à sua flexibilidade, uma excelente destreza e, assim, o trabalho é facilitado.

Importador exclusivo para Portugal

Dispositivo Suplementar Eletrónico de Segurança


PowercouP PW2 Gama de FerrameNtas 6 em 1

Com base no mesmo princípio da tesoura de poda ELECTROCOUP, o punho motorizado funciona com um conceito de cabeças substituíveis. Deste modo, a POWERCOUP PW2 é simultaneamente uma serra, motosserra, aparador de sebes, varejador de azeitonas, desladroadora e desbastadora elétricas. 1 MOTOR = 6 FERRAMENTAS.

LA GAMME LA GAMME POWERCOUP LA GAMME POWERCOUP PW2 POWERCOUP PW2 PW2

Graças a um reconhecimento eletrónico, a velocidade do motor adapta-se automaticamente em função da ferramenta conectada. O sistema patenteado permite ajustar os desempenhos do motor e, assim, definir a melhor relação potência/velocidade/torque em função das ferramentas utilizadas. O motor «plano» de tecnologia Brushless (sem escovas) proporciona um elevado rendimento, superior ao de um motor tradicional. É compacto, leve e oferece uma compatibilidade adaptada a cada ferramenta. Para as ferramentas com risco de cortes (aparador de sebes, máquina de corte e serra), oferece uma segurança adicional durante o relaxamento do gatilho ao interromper o movimento da ferramenta em muito pouco tempo.

LA GAMME LA GAMME POWERCOUP LA GAMME POWERCOUP PW2 POWERCOUP PW2 PW2

MOTOSSERRAMOTOSSERRAMOTOSSERRA

Motoserra

Serra

MOTOSSERRAMOTOSSERRAMOTOSSERRA

Serra

Serra

Serra

APARADORA APARADORA DE SEBESDESLADROADORA APARADORA DE SEBESDESLADROADORA DE SEBESDESLADROADORA

Aparadora de Sebes

Desladroadora

Serra

Serra

Serra

VIBRADORA DE VIBRADORA AZEITONASDE VIBRADORA AZEITONASDE AZEITONAS

Vibradora de Azeitonas

APARADORA APARADORA DE SEBES APARADORA DE SEBES DE SEBES

DESBASTADORA DESBASTADORA DESBASTADORA

Desbastadora


Internacionalização e alterações climáticas na 36ª Ovibeja de 24 a 28 de Abril de 2019

Mitigação e reversão das alterações climáticas vão juntar especialistas nacionais e internacionais na Ovibeja Texto da responsabilidade da ACOS – Associação de Agricultores do Sul

Laboratório de azeitona e azeite da ACOS Recebe amostras de todo o País A funcionar desde 2012, o Laboratório de Química da ACOS recebe amostras de azeitona, azeite, bagaço de azeitona e óleo de bagaço de azeitona provenientes de todo o País. A experiência acumulada ao longo destes anos, a garantia da qualidade dos resultados, reconhecida pelo Instituto Português da Acreditação e a proximidade fazem deste laboratório um parceiro de confiança para todos os que estão envolvidos no sector olivícola. O Laboratório de Química da ACOS poderá ajudá-lo caso pretenda: • Determinar o momento ideal para a colheita; • Avaliar e monitorizar a qualidade (rendimento e acidez) das azeitonas entregues no lagar; • Determinar a acidez do azeite extraído em poucos minutos; • Determinar a qualidade do azeite produzido; • Determinar as perdas de gordura no bagaço; • Fazer análises para calibração de equipamentos NIR. Os interessados em obter informação adicional sobre este serviço ou em agendar uma marcação, podem fazê-lo presencialmente nas instalações dos Laboratórios da ACOS ou através dos seguintes contactos:

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Responsável: Dr.ª Helena Monteiro Morada: Rua Cidade S. Paulo, n.º 36, Apart. 296 7801-904 Beja Telefone: 284 310 350 / 284 249 011 E-mail: laboratorio@acos.pt

A 36ª Ovibeja, com data marcada para a semana de 24 a 28 de Abril de 2019, vai debater, como tema principal, os impactos das alterações climáticas, as suas consequências para a agricultura e o papel dos agricultores como guardiões da biodiversidade. Com a certeza de que “não há agricultura sem homens nem homens sem agricultura”, os homens da terra são o grupo profissional que está na linha da frente para a tomada de medidas que permitam continuar a produzir alimentos e a desenvolver e dinamizar o espaço rural de forma sustentável. Apresentação e análise de estudos, colóquios, seminários, sessões de esclarecimento, exposições, são alguns dos figurinos que vão reunir contributos de agricultores, estudantes, técnicos e especialistas nacionais e internacionais para o esclarecimento e tomada de medidas sobre esta matéria da ordem do dia. Os agricultores são peças chave na construção da paisagem, com contributos fundamentais para a mitigação e reversão dos impactos causados pelas alterações climáticas. Além da produção de alimentos de origem vegetal e animal, o agricultor é também responsável pela proteção do espaço rural, pela criação de condições que salvaguardem o equilíbrio entre a atividade produtiva e a proteção do meio ambiente. Com os olhos postos na internacionalização, tema incontornável na Ovibeja através de exposições, debates, reuniões de negócios e visitas empresariais, os organizadores do evento têm como propósitos aumentar o conhecimento e a notoriedade do potencial agrícola do Alentejo. Esclarecer os produtores e empresários agrícolas, promover e facilitar

contactos e partilhar estratégias de abordagem de novos mercados são alguns dos propósitos da organização da feira. De grande notoriedade a nível internacional e lugar cimeiro no ranking dos melhores concursos do mundo apresenta-se, mais uma vez, o Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja que, em 2019, entra na 9ª edição. Aberto a produtores individuais, cooperativas e sociedades olivícolas, o nível de qualidade do concurso torna-o cada vez mais apetecível também aos grandes grupos a operar na área oleícola, tanto de expressão nacional, como internacional. As categorias a escrutínio são Frutado Maduro, Frutado Verde Ligeiro, Frutado Verde Médio e Frutado Intenso. O regulamento do concurso, apresentado em português, francês, inglês e espanhol está disponível no site da Ovibeja, em www.ovibeja.pt. As amostras podem ser enviadas até ao dia 22 de março de 2019. Distinguindo-se pela inovação aliada ao rigor profissional, a Ovibeja faz da defesa do mundo rural e do desenvolvimento da agricultura uma das suas principais bandeiras. Também a cultura é uma área incontornável na Ovibeja. A programação cultural pretende chegar aos diferentes visitantes da feira e incluirá Cante Alentejano, grandes concertos e apresentação de projetos musicais emergentes. A atuação de Bandas e de DJ’s que ocupam posições cimeiras no TOP musical, garantirão a festa nas tão famosas Ovinoites! A organização da Ovibeja pertence à ACOS – Associação de Agricultores do Sul.



Monterrosa: no Algarve produzimos e damos a conhecer a nossa quinta, o nosso azeite Texto de José Dâmaso e Eduardo Martins (Directores/Sócios dos Viveiros Monterosa)

A região do Algarve tem uma grande tradição na produção e consumo de azeite. No entanto, há muitos lagares antigos parados e muito olivais que foram abandonados. A agricultura moderna e o tipo de consumo que floresceu na segunda metade do século vinte levaram ao abandono da olivicultura na região, esta quase desapareceu. No final o turismo deu o último empurrão desviando os empreendedores para outros negócios de muito mais rápido retorno. Está a renascer uma região que, nunca podendo competir com as grandes áreas de olival doutras regiões, pode produzir nalgumas pequenas parcelas bons azeites capazes de encantar portugueses e estrangeiros que estejam de visita ao Algarve. Os Viveiros Monterosa podem afirmar-se como uma das alavancas da nova era dos azeites da região, os azeites virgem extra de alta qualidade. Mas como faze-los não chega temos levado a cabo a tarefa de dar a conhecer os bons azeites que saem do nosso lagar. Mostrar e explicar um pouco o cultivo do olival, o processo de extração e por fim dar a provar e descobrir diferentes azeites leva as pessoas a conhecerem e apreciarem mais o azeite virgem extra. Nas visitas aos nossos olivais e lagar é possível provar os nossos monovaretais; Maçanilha, Verdeal, Cobrançosa e Picual. Também se podem degustar o “Selection” e o novo “Horta do Félix” que são combinações muito ricas de diferentes variedades da nossa produção. Sendo todos diferentes a prova conduzida torna-se uma interessante experiência em que finalmente o gosto de cada um é o mais importante. As nossas portas estão abertas para visitas marcadas. Temos uma equipa empenhada em receber portugueses e estrangeiros que queiram visitar a nossa quinta e degustar os azeites que produzimos na região Algarvia que renasce na olivicultura. 16


Patented Model

A nova forma do óleo. MORESCA TOP Bruni Glass apresenta a nova linha dedicada ao óleo com Capacidade de 100, 250, 500 e 750ml. Graças ao nosso Centro de Inovação nós podemos personalizar cada garrafa e fazer um recipiente único e original. A nova linha enriquece a coleção Bruni que oferece uma grande variedade de produtos especiais destinados para o mercado dos destilados, do vinho, de cerveja e óleo.

BruniGlass.com BruniErben.co.uk BerlinPackaging.com


CEPAAL

Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo Texto da responsabilidade do Centro de Estudos e Promoções do Azeite do Alentejo (www.azeitedoalentejo.pt)

Eng.º Henrique Herculano Director Técnico

O Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL) é uma pessoa colectiva de direito privado, sem fins lucrativos, que foi constituída em Setembro de 1999, com o objecto estatutário de “potenciar o estudo e promoção do azeite constituindo um instrumento fundamental de cooperação e desenvolvimento da respectiva fileira”. Em Junho de 2013, através de uma alteração dos seus Estatutos, o objecto do CEPAAL passou a dar maior ênfase à promoção do Azeite do Alentejo, fazendo-se constar que essa promoção será executada, nomeadamente através da gestão da Indicação Geográfica “Azeite do Alentejo”. Esta alteração estatutária decorreu da necessidade de o CEPAAL se adaptar ao facto de se tornar entidade gestora da IG Azeite do Alentejo, a partir do momento da publicação do Despacho n.º 14840/2012, de 20 de Novembro de 2012, do Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, que veio autorizar o uso de Alentejo como indicação geográfica para azeite. No universo dos associados do CEPAAL, além de empresas privadas e cooperativas produtoras de azeite, constam também organismos públicos, do Ministério da Agricultura, bem como municípios e associações de municípios, e estabelecimentos de ensino superior e politécnico. Como entidade representativa do sector olivícola e oleícola alentejano, de entre as suas atribuições, além das relacionadas com a gestão da IG, podem-se realçar as seguintes: • Desenvolver acções de promoção e marketing, em mer-

cados internos e externos, designadamente através da realização de estudos ou pesquisas de mercado, com vista à definição de posicionamento do produto num dado mercado, ou através da elaboração e implementação de planos de comercialização, marketing mix, e através da elaboração e implementação de planos de acção para os azeites do Alentejo; • Preservar e valorizar, ao longo da fileira, todo o património histórico e cultural, nomeadamente dinamizando uma “Rota do Azeite do Alentejo” ou integrando esta noutras rotas de interesse turístico e/ou cultural para a região do Alentejo; • Em geral, divulgar, promover e valorizar toda a fileira do azeite, desenvolvendo uma cultura de satisfação da procura e das necessidades do mercado e adaptando e qualificando a oferta. Neste seu papel, o CEPAAL pretende, assim, continuar a ser a instituição que representa o sector no Alentejo, apoiando uma maior dinâmica do mesmo, suscitando sinergias com outros sectores e contribuindo para o desenvolvimento integrado da região. A actividade do CEPAAL, no que concerne à dinamização do sector do azeite, tem, pois, de romper com soluções do passado e de inovar na abordagem junto dos mercados, das populações, das empresas e das instituições, constituindo o 1.º WOOS – World Olive Oil Summit, do qual o CEPAAL é co-organizador, um óptimo exemplo da dinamização do sector.

Rota dos Azeites do Alentejo Uma viagem surpreendente...

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Azeite: Uma riqueza incalculável desde há muitos séculos, de que apenas alguns povos eleitos puderam desfrutar... Hoje em dia todo o mundo pode ter acesso a este produto que podemos considerar verdadeiro ouro alimentar. No entanto são apenas alguns os países e as regiões onde o Azeite tem origem, sendo o nosso Portugal um destes. Em Portugal o Alentejo é sinónimo de vinho, trigo, cortiça... e Azeite! É desde tempos antigos um dos produtos de excelência da região, sendo

ao mesmo tempo sustento, cultura e modo de vida dos povos alentejanos... O Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo propõe-lhe a descoberta de todo este património de riqueza imensa... Venha desfrutar de toda a envolvência de um povo e de uma região, para os quais o Azeite não é menos do que absolutamente essencial. Nesta Rota dos Azeites do Alentejo poderá conhecer o Azeite em todas as suas facetas... através da visita a olivais e aos lagares onde a azeitona

proveniente destes é laborada, através das Provas técnicas de Azeite, e finalmente, através da riquíssima gastronomia Alentejana, onde poderá provar o Azeite com o qual serão confeccionados os vários pratos para seu prazer... Tradição e modernidade coexistem e complementam-se, em olivais centenários, lagares-museu, plantações de vanguarda, e lagares dos mais modernos do mundo…! Visite o Alentejo, onde a Oliveira é Rainha e o Azeite a maior riqueza!



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2018

Concurso de Azeite Virgem Feira Nacional de Olivicultura

Azeite Virgem Extra

Azeite de Quinta

Azeite Biológico

Medalha de Ouro Coop. de Olivicultores de Valpaços, C.R.L. Medalha de Prata Sovena Portugal – Consumer Goods, S.A. Medalha de Bronze Elaia, S.A.

Medalha de Ouro Esporão Azeites, Lda.

Medalhas de Ouro (ex aequo) Coop. de Olivicultores de Valpaços, C.R.L. e Esporão Azeites, Lda. Medalha de Prata Sociedade Agrícola Alberto Manso, Lda. Medalha de Bronze Vilela, Cardoso, Morais, Lda.


O mais antigo concurso de Azeite Virgem realizado em Portugal rumou em 2018 à cidade “Mãe” – Moura para a sua XV Olivomoura. Contanto com os mais reputados provadores nacionais, que analisaram, ao longo de dois dias, os Azeites em competição, este concurso distingue não só os melhores blends nacionais, como também os melhores monovarietais de Galega e Cobrançosa, os melhores azeites de produção biológica, os melhores azeites de Quinta e de Cooperativa, e os melhores azeites com Denominação de Origem Protegida. O Concurso de Azeite Virgem da FNO realiza-se há mais de uma década e em conjunto com a Feira promove o que de melhor se faz por cá. A cerimónia de entrega de prémios decorreu em plena Feira Nacional de Olivicultura – Olivomoura e contou com a presença do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Moura, Álvaro Azedo. Henrique Palma Herculano Director de Concurso

Azeite de Moura D.O.P.

Azeite do Norte Alentejano

Azeite Galega

Azeite de Trás-os-Montes D.O.P.

Medalha de Ouro Coop. Agrícola de Moura e Barrancos

Medalha de Ouro Esporão Azeites, Lda.

Medalha de Ouro Esporão Azeites, Lda.

Medalha de Ouro Coop. de Olivicultores de Valpaços

Azeite do Alentejo Interior D.O.P.

Azeite da Beira Interior D.O.P.

Azeite Cobrançosa

Azeite de Cooperativa

Medalha de Ouro Vidcavea, Azeites da Vidigueira, Lda.

Medalha de Ouro Fio da Beira, Lda.

Medalha de Ouro Coop. Olivicultores de Valpaços

Medalha de Ouro Coop. Olivicultores de Valpaços

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TEM UMA HISTÓRIA PARA CONTAR


Os nossos Olivicultores podem assim desfrutar destas condições naturais as quais são fundamentais para produzir uma azeitona de qualidade superior. Este pedaço de terra tem sido mantido e respeitado pelos olivicultores, preservando o legado deixado pelos seus antecessores, conservando o mesmo olival tradicional e aplicando praticamente os mesmos processos agrículas sustentáveis. Só assim podem usufruir de uma matéria-prima de exceção.

Colhidas no momento certo e trazidas rapidamente para o lagar, a azeitona é imediatamente processada em extração a frio e utilizando apenas uma primeira extração por forma a minimizar o impacto de todo o processo. O resultado é um Azeite virgem Extra DOP repleto de sabores, aromas delicados e com um palato singular, com características organoléticas únicas, como por exemplo o elevado teor de polifenóis.

Cooperativa Olivicultores Valpaços Rua cidade de Bruxelas, Nº52 • 5340 492 Valpaço, Portugal • +351 278 711 256 • geral@azeite-valpacos.com


Azeite de Moura (DOP)

Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos Texto da responsabilidade da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos

Missão

Produtores Distribuidores Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos,Crl Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches,Crl Herdade dos Coteis, Lda. Soc. P. C. de Azeite de Ficalho Embaladores Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos,Crl Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches,Crl Herdade dos Coteis, Lda. Soc. P. C. de Azeite de Ficalho Transformadores Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos,Crl Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches,Crl Herdade dos Coteis, Lda. Soc. P. C. de Azeite de Ficalho

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A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB) foi fundada em 1954, com a principal missão de dar resposta comercial competitiva às produções dos seus fundadores. Atualmente a CAMB tem 4.000 sócios dos quais 1.200 são olivicultores. O modelo de negócio da cooperativa é diferente das outras empresas, o objectivo passa por valorizar ao máximo a matéria prima, para remunerar bem os associados. As produções médias da CAMB por campanha rondam os 35 milhões de quilos de azeitona o que corresponde a 6,5 milhões de quilos de Azeite, extraído exclusivamente através de processos mecânicos e a frio. Como factor diferenciador da nossa cooperativa temos o AZEITE DE MOURA DOP, a primeira e mais antiga DOP – Denominação de Origem Protegida de Azeite em Portugal, que assenta nas variedades autóctones Galega, Cordovil e Verdeal, representando a maior produção nacional de Azeites DOP. Os olivais tradicionais e o conhecimento dos nossos associados permite-nos produzir um Azeite Português, único e de elevada qualidade, um verdadeiro ex-líbris da nossa região. A estratégia dominante na CAMB é a de produção de Azeite de elevada qualidade, onde começamos por acompanhar os nossos associados, através de aconselhamento técnico, monitorizando os olivais para detectar e prevenir pragas e doenças de modo a garantir a melhor qualidade das nossas Azeitonas e consequentemente do nosso Azeite.

Origem e difusão do azeite de Moura A origem dos olivais perde-se no tempo. Encontramos ainda hoje, nesta região e a par da esquadria dos olivais mais modernos, múltiplas manchas de oliveiras centenárias ou mesmo milenares – particularmente nos chamados Coutos de Moura, cercando a velha cidade, como uma ilha no meio de um olival. As origens dos olivais são, na verdade, tão antigas que, já no tempo dos Romanos, se citava em termos elogiosos a arte do povo da região quando se referia a olivicultura, fazendo referência às exportações para Roma do magnífico azeite proveniente da planície alentejana. Por todo o país, a excelência de qualidade dos azeites de Moura teve sempre uma enorme e muito particular aceitação, o que surge tão bem ilustrado no conhecido ditado popular “tão fino como o Azeite de Moura”, quando o povo quer qualificar, por analogia, a finura do espírito de alguém. A singular combinação dos atributos das cultivares que estão na base do Azeite de Moura – isto é, a finura da azeitona Cordovil, com o frutado e suavidade da Galega e com o leve picante a cor da Verdeal – confere a

este azeite características organoléticas de sabor e de aroma, bem como uma tonalidade absolutamente invulgar, tratandose, por um isso, de um verdadeiro ex-líbris da região onde é produzido. Registada e protegida pelo Regulamento (CE) no1107/96 de 16/06, a Denominação de Origem Moura, permitiu que o Azeite de Moura seja reconhecido como um produto de Denominação de Origem Protegida (DOP).

Utilização Desde os tempos antigos que toda a gastronomia da região de Moura é preparada com este azeite – sendo exemplos disso as açordas, as migas, os gaspachos e as tibornas. O azeite de Moura é também utilizado para conservar alguns alimentos, como a salsicharia, as sardinhas e os queijos. Facto curioso é ainda que, até há poucos anos, este azeite era utilizado como forma parcial de pagamento de salários. Para além disso, outrora, e para além da sua utilização vulgar, era também empregue na iluminação e no tratamento de doenças como cicatrizante e desparasitante.

Áreas e Produções A área geográfica de produção do Azeite de Moura DOP abrange todas as freguesias de Moura e Serpa e a freguesia da Granja do concelho de Mourão.

Produção do Azeite de Moura DOP O Azeite de Moura DOP da CAMB é obtido das variedades Cordovil, Galega e Verdeal, sendo, na sua produção, apenas utilizadas as azeitonas colhidas diretamente das árvores sãs e em plena maturação. O transporte das azeitonas até ao lagar é efetuado o mais rapidamente possível após a colheita, para não comprimir a azeitona e não provocar danos mecânicos. Aquando da armaze- nagem, as azeitonas são separadas segundo a sua proveniência, variedade e qualidade. Em seguida, são separadas das folhas e dos ramos. A moenda é efetuada de maneira a reduzir o mais possível o contacto com o ar, evitando não só a perda de aroma como as oxidações. A pasta é batida para libertar mais facilmente as gotículas de azeite, a uma temperatura máxima de 27º C. O azeite é depois armazenado em recipientes, entre os 15º e os 16º C. Efetuam-se periodicamente trasfegas para evitar a contaminação do azeite pelos aromas e sabores que provenham das partículas decantadas. Todo o material e equipamento em contacto com a pasta de azeitona e o azeite é em aço inox ou se encontra revestido de material inerte e inócuo.



Tão fino como o Azeite de Moura Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos na vanguarda da ‘tradição moderna’

A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB) nasceu em 1954, tendo como principal missão dar uma resposta eficaz e competitiva à transformação das produções dos seus fundadores em azeite. Esta intenção “caseira”, que se iniciou com um pequeno lagar de prensas, rapidamente atraiu a adesão de novos cooperadores, levando a que a cooperativa crescesse com a aquisição de um novo e maior lagar. Em 1987, a CAMB adquiriu à Sociedade dos Azeites de Moura um lagar moderno e com uma capacidade de 230 toneladas de azeitona por dia, o que impulsionou fortemente o crescimento e a produção da cooperativa. Assim começou a história desta marca, que faz hoje parte da alimentação diária de milhares de portugueses. Este crescimento, escalonado mas rápido, levou à consecutiva aquisição de lagares, bem como à aposta no desenvolvimento tecnológico da cooperativa, que é hoje a maior e mais moderna do país, com capacidade diária de moenda de 1.300 toneladas de azeitona. Para além da dimensão e da capacidade produtiva da CAMB, há algo mais que a distingue: a forma de organização do negócio que se posiciona numa clara orientação para os agricultores, remunerando e escoando com maiores vantagens as suas produções para o mercado nacional. Com mais de 4.000 cooperadores, dos quais 1.200 são olivicultores, a CAMB escoa mais de sete milhões de quilos de azeites virgens em cada campanha – oriundos de mais de 20.000 hectares de olival. Este caso de sucesso é, no entanto, reconhecido por mais que o Azeite de Moura – que garante uma singular combinação entre as técnicas tradicionais e as mais inovadoras tecnologias.


Porque o melhor azeite nasce no Alentejo Uma marca com 63 anos de vida só poderia colocar o melhor azeite nas mesas dos portugueses. E o melhor azeite caracteriza-se por manter as tradições e por garantir o bom paladar dos produtos alentejanos. Algo que a CAMB garante com o seu Azeite de Moura DOP, nas referências virgem e virgem extra, que tem origem nas produções de azeitona dos seus cooperadores. Com o processo de extração exclusivamente a mecânico e a frio, sem quaisquer operações para além da lavagem, da moenda, do batimento, da centrifugação e da filtragem, a elaboração do Azeite de Moura DOP exclui por completo processos químicos de refinação de azeites defeituosos, ou a mistura de azeites virgens com azeites refinados, que dá pelo nome comercial de “azeite”. Os azeites biológicos são também parte do processo da CAMB – azeites obtidos a partir das produções de olivais que seguem o Modo de Produção Biológico, sem a utilização de qualquer produto químico de síntese nos controlos fitossanitários contra pragas e doenças. Não podemos, no entanto, esquecer o Azeite Salúquia – uma marca tradicional de Moura que apresenta um cunho lendário, do tempo em que os árabes ocupavam a Península Ibérica, e que faz hoje parte das rotinas gastronómicas dos portugueses que mais prezam a tradição e as raízes do Alentejo. Mas, para enriquecer este portfólio de produtos únicos e tão característicos do Alentejo, no final de 2016 a CAMB voltou a inovar. Para isso, lançou a sua primeira referência premium – o Azeite Virgem Extra Premium CAMB, que apresenta um aroma inicial de erva e maçã verde, deixando na boca a frescura dos aromas verdes, assentes numa textura fina. No seguimento da prova, surge um amendoado discreto cuja suavidade contrasta com um amargo moderado e um leve mas notório picante. O Azeite Virgem Extra Premium CAMB é um produto de alta qualidade que, em 2016, recebeu medalha de ouro em Los Angeles, duas estrelas de ouro no ITQI Bruxelas e menção honrosa em Pequim, tendo sido ainda premiado com medalha de ouro, na categoria frutado maduro, no concurso Mario Solinas (o principal concurso internacional na área dos azeites virgens extra, organizado pelo International Olive Oil Council). Em 2017, este azeite foi distinguido como finalista da categoria frutado maduro no Mario Solinas Portugal e ganhou a medalha de ouro em Nova Iorque, continuando a ser reconhecido pela sua extraordinária qualidade. Porque os melhores azeites são alentejanos, a CAMB reúne, assim, as melhores ofertas para todos os tipos de consumidores. Com qualidade máxima e com total sabor.


Azeite Virgem Extra Premium CAMB apresenta um aroma verde e um sabor ainda mais sofisticado Conteúdo da responsabilidade da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos

A CAMB (Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos) acabou de atualizar o Azeite Virgem Extra Premium CAMB – que apresenta agora um aroma inicial de erva e maçã verde, deixando na boca a frescura dos aromas verdes, assentes numa textura fina. No seguimento da prova, surge um amendoado discreto cuja suavidade contrasta com um amargo moderado e um leve mas notório picante. A embalagem do Azeite Virgem Extra Premium CAMB foi sujeita a uma ligeira melhoria gráfica, mantendo-se a garrafa de vidro escuro que permite que as condições de luz e a temperatura externas não interfiram no azeite, permitindo que ele conserve, por longo período, a cor e o aroma dos frutos de origem. O Azeite Virgem Extra Premium CAMB é elaborado a partir das variedades regionais da Cooperativa, com predominância da Galega – a rainha das azeitonas portuguesas. As azeitonas colhidas caem sobre panos, evitando o contacto com o solo, e daí passam para caixas ou contentores, sendo rapidamente transportadas para o lagar. A extração do Azeite é iniciada com a trituração dos frutos inteiros, seguida de um revolvimento da pasta obtida, em movimentos lentos, durante o tempo suficiente para que as partículas aguçadas do caroço triturado sulquem os canais para libertação do azeite retido nas células. Com a ação centrífuga, o azeite é recolhido e isolado dos restantes constituintes do fruto. Depois de extraído, o azeite fica em depósito, em ambiente escuro e fresco, para que todas as partículas finas da polpa, ainda dissolvidas, possam tranquilamente depositar-se no fundo do depósito, proporcionando uma clarificação natural. Separado das partículas decantadas, o azeite é sujeito a uma avaliação organolética com o objetivo de selecionar os depósitos com os aromas mais intensos e mais complexos. Da escolha e composição destes lotes de intensidades e complexidades variáveis resulta o perfil organolético do Azeite Virgem Extra Premium CAMB, potenciando a frescura e os diferentes aromas dos frutos originais. O novo Azeite Virgem Extra Premium CAMB revela-se ideal para entradas, saladas, acompanhamentos de arroz ou pasta e ainda para grelhados de carne e peixe, aprimorando o empratamento e transformando qualquer refeição numa fascinante degustação. 28



© Beatriz Ferreira

A Olivicultura na Universidade de Évora Conteúdo da responsabilidade da Universidade de Évora

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A relação da Universidade de Évora com a olivicultura e o Azeite inicia-se nos anos 90, através de projetos de investigação, ensino e parcerias com produtores. Desde essa época desenvolveram-se estudos e experimentações nas áreas da Mecanização, Rega, Protecção Fitossanitária, Propagação de material vegetal e Tecnologia dos Azeites. O ENSINO especializado na área da Olivicultura e Azeite, é uma realidade com vários anos, seja através do 1.º ciclo em Agronomia, seja através do 2.º ciclo em Olivicultura e Azeite, uma oferta pós-graduada que pretende aprofundar conhecimentos em áreas multidisciplinares associadas à Olivicultura e à Tecnologia

do Azeite, e que pode ter continuação nos Programas Doutorais em Ciências Agrárias e Ambientais (uma parceria entre a UÉ e UAlg) ou no de Ciências dos Alimentos (parceria entre a FCT/UNL e a UÉ) . Destacamos ainda, o Curso de Especialização em Olivicultura, Elaiotécnia e Marketing de Azeite, uma parceria entre 4 Universidades, Évora, Extremadura, Jaén e Internacional de Andaluzia que receberá inscrições anualmente, sendo lecionado alternadamente em Jaén e em Évora/Badajoz. A INVESTIGAÇÃO fundamental e aplicada

na área do olival e do azeite tem sido das áreas mais estudadas pelos investigadores do ICAAM. Atualmente decorrem 8 projetos de âmbito nacional e internacional. • OliveTrojan: Uma estratégia com base na simbiose para a gestão da mosca da azeitona: à procura de potenciais 'cavalos de Troia'. Financiado pelo Alentejo 2020, decorre desde setembro de 2018, coordenado pela investigadora Tânia Mesquita Nobre • GAFAPROTECT: Controle da antracnose da oliveira através de silenciamento e expressão


de genes utilizando um vírus de planta como vector. Financiado pelo Alentejo 2020, inicia em Outubro de 2018, coordenado pelo investigador Patrick Materatski. • A Proteção Integrada do olival alentejano. Contributos para a sua inovação e melhoria contra os seus inimigos-chave. Financiado pelo Alentejo 2020, termina no final de 2019, coordenado pelo Prof. Doutor Fernando Rei. • Por3O – Uma abordagem ómica aplicada a azeites Portugueses. Projeto financiado pela FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia), com a duração de 3 anos (2016-2019), coordenado pela Prof.ª Doutora Maria João Cabrita. • OLEAVALOR – Valorização das Variedades de Oliveira Portuguesas. Projeto financiado pelo Alentejo2020, com a duração de 35 meses, coordenado pelo Prof. Doutor Augusto Peixe. • MedOOmics – Mediterranean Extra Virgin Oil Omics: profiling and fingerprinting. Projeto Europeu ArimNet2, com a duração de 3 anos (2016-2019), coordenado pela Prof.ª Doutora Maria João Cabrita. • Salsa – Small farms, small food businesses and sustainable food security. Projeto financiado pelo programa Europeu Horizonte 2020, com a duração de 4 anos e coordenado pela Prof. Doutora Teresa Pinto Correia • Sufisa – Sustainable finance for sustainable agriculture and fisheries. Projeto financiado pelo programa Europeu Horizonte 2020, com a duração de 4 anos (2015-2019) e coordenado, no ICAAM, pela Prof. Doutora Teresa Pinto Correia. Para além dos projetos de investigação financiados, o ICAAM desenvolve investigação em PARCERIA com diversas empresas agrícolas nacionais, das quais destacamos Torre das Figueiras Sociedade Agrícola, Lda. (Monforte) e CCV Sociedade Agropecuária Lda. (Vidigueira), para a avaliação da poda mecânica em olival intensivo, com Herdeiros de Joaquim Santos Lima (Santarém), Olivais do Sul – Sociedade Agro-Pecuária, Lda. (Portel) e Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo na avaliação de variedades em modo de condução superintensivo e com a Fundação Eugénio de Almeida, na avaliação e proteção de agentes fitopatogénicos presentes no olival.

Destaque para a recente linha de investigação do ICAAM, singular em Portugal que aborda os aspectos territoriáis, paisagisticos e socio-ecológicos do olival, e que é liderada pela equipa da professora Teresa Pinto-Correia (equipa DYNAMO). Este grupo está atualmente envolvido na preparação de diversos projetos Europeus, como o programa PRIMA e Ibéricos, como o programa SUDOE-INTERREG que conta ainda com outros parceiros académicos, industriais e comerciais. A Transferência de Tecnologia e ligação à Comunidade na área da Olivicultura e Azeite é uma realidade e existe deste o inicio, procurando estreitar a ligação entre a investigação, as empresas e os mercados. Destacamos a Máquina de Colheita em Contínuo de Azeitona, que esteve presente na World Olive Oil Sumit 2018, integrada na Feira Nacional da Agricultura (FNA18), no CNEMA, em Santarém e que obteve uma resposta positiva de Intenção de Concessão da Patente Europeia EP 2617279 "Equipamento de Colheita em Contínuo“, pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e pelo Instituto Europeu de Patentes (IEP) estando atualmente em processo de concretização. e o desenvolvimento de estações/ armadilhas de captura em massa para à moscada-azeitona, com funcionamento autónomo e ativo, cujos protótipos encontram-se atualmente em processo de pedido de patente ao Instituto Europeu de Patentes. Destaque também para a Produção in vitro de clones selecionados de oliveira com o objetivo de valorizar a qualidade do material vegetativo para a produção in vitro de plantas de oliveira, capaz de ser aplicado a nível comercial. O Diagnóstico e limpeza sanitária de clones de oliveira infetados por vírus, que recorrendo às mais recentes tecnologias de análise, permite oferecer um serviço de excelência a viveiristas e olivicultores. Através deste controlo e limpeza de vírus que afetam a oliveira, garante-se a qualidade do material vegetativo e assegura-se a maior rentabilidade e produtividade do olival; A Prestação de Serviços de Diagnóstico e Aconselhamento por parte dos Laboratórios de Micologia e Virologia Vegetal do ICAAM, que assim disponibilizam um serviço de apoio a olivicultores e viveiristas, permite também a garantia da qualidade fitossanitária das plantas.

Universidade de Évora ICAAM – Inst. de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas A Universidade de Évora fundada em 1559 e reformulada em 1979, dispõe de 17 centros de investigação, dos quais o ICAAM – Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas, que existe desde 1991 é o mais abrangente, congregando cerca de 130 investigadores, distribuídos por 7 grupos de investigação nas áreas Agrícola e Ambiental. O ICAAM, situado na herdade experimental da Universidade de Évora – Pólo da Mitra, a 12 km da cidade de Évora conta com 22 laboratórios e 10 unidade de apoio à experimentação, que desenvolvem investigação, dão apoio ao ensino e prestam serviços à comunidade. A este centro estão também associados uma grande parte das Licenciaturas, Mestrados e Doutoramentos da Universidade de Évora. A Missão do ICAAM é promover a Sustentabilidade da Agricultura Mediterrânica e Ecossistemas Relacionados, para o Desenvolvimento Rural e o Bem-Estar da Sociedade, estando para o efeito organizada em 5 programas integradores: • Sistema Agro-silvo Pastoril • Produção e Saúde Animal • Olival e Azeite • Vinha e Vinho • Culturas Regadas Mais informação em: http://www.icaam.uevora.pt/infraestruturas

31


A COOPOR A Coopor - Cooperativa Agrícola do Concelho de Portalegre, 7

CRL iniciou as suas actividades em 17 de Maio de 1979 cm o património e o pessoal recebidos do Grémio da Lavoura de Portalegre em consequência do Despacho Conjunto dos Ministérios da Agricultura e Pescas, do Comércio e Turismo e do Trabalho, de 30 de Março de 1979, publicado no Diário da República Nº.107, II série, de 10 de Maio de 1979. Desde logo foi intenção da sua Direcção dotar a Cooperativa com os meios julgados mais urgentes para a defesa dos reais interesses dos agricultores seus associados pelo que, na sua Assembleia Geral de 18 de Julho de 1979, se resolveu criar, a par da Secções de Compra e Venda e de Máquinas e Alfaias Agrícolas - “herdadas” do extinto Grémio A SECÇÃO DE OLIVICULTURA, foi implementada com a construção e equipamento de um lagar de azeite. A inauguração foi no dia 3 de Dezembro de 1984. Para agregar a área geográfica da Cooperativa, criámos a

12 - 14, June - Junio - Giugno 2017 Certify that the Extra Virgin Olive Oil

Azeite S. Mamede

marca de Azeite São Mamede.

from Company

Cooperativa sem fins lucrativos que visa

Coopor - Cooperativa Agrícola Do Concelho De

Portugal - Coop. Agric. do Concelho de Portalegre, CRL essencialmente preservar, Coopor dinamizar e potenciar o olival tradicional existente em toda a zona envolvente

Has been awarded

Prestige Gold

do parque natural da Serra de São Mamede. Portugal - Azeite S. Mamede


O AZEITE

A COOPERATIVA

O Azeite São Mamede, produzido, embalado e comercializado

O nosso lagar está equipado com tecnologia de ponta, com

pela COOPOR - Cooperativa Agrícola do Concelho de Portalegre,

um método de extracção contínua e inteiramente mecânico.

C.R.L., é proveniente dos olivais tradicionais e ancestrais (a

Permite-nos laborar as azeitonas logo após a colheita,

grande maioria seculares) em redor da Serra de São Mamede,

contribuindo assim para manter a frescura da matéria prima.

situada no Alto Alentejo - Portugal.

Após o processo de extracção a baixa temperatura, o azeite produzido é armazenado em depósitos em inox, abrigados da luz

O Azeite São Mamede é obtido pelo sistema contínuo, a

e das oscilações de temperatura. Fica em estágio nos depósitos

baixa temperatura (entre os 27º. de 31º.), partindo de uma

durante algum tempo, num processo de decantação natural, a

selecção rigorosíssima das melhores azeitonas galegas,

fim de maximizar o verdadeiro e característico sabor do azeite.

distinguido-se, assim, pela sua cor (amarelo ouro), pelo seu brilho, pelo seu frutado, pelo aroma e sabor intenso de um azeite

100% natural e sem qualquer aditivo. Pelas suas excelentes características organolépticas, não temos dúvidas que o Azeite São Mamede se distingue em relação à grande maioria dos azeites produzidos e embalados.

Oferecemos ao consumidor uma garantia de qualidade.

e Portalegre, Crl

Os azeites virgem e virgem extra produzidos pela COOPOR têm origem exclusivamente nas produções de azeitona dos nossos associados, contribuindo a Cooperativa para a preservação e ordenação da comunidade rural do concelho de PORTALEGRE.


Gabinete de Planeamento e Políticas GPP

Texto da responsabilidade do Gabinete de Planeamento e Políticas

Eng.º Eduardo Diniz Diretor-Geral

34

O Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP) é um serviço central da administração direta do Estado que, dentro das suas competências mais abrangentes, tem uma ação permanente no acompanhamento dos mercados agrícolas e agroalimentares a nível internacional, da União Europeia e, mais especificamente, a nível nacional, bem como no apoio na definição e acompanhamento da política setorial. Na área do setor do azeite, sendo este um dos principais produtos agroalimentares nacionais, o GPP acompanha detalhadamente a evolução do mercado em estreita colaboração com o setor. No âmbito da Organização Comum dos Mercados Agrícolas para efeito de acompanhamento e definição de políticas e estratégias setoriais, as entidades representativas do setor são auscultadas no âmbito da Comissão Consultiva do azeite, coordenada pelo GPP, com vista a uma saudável boa articulação entre os diferentes atores das políticas. No atual momento, a discussão da reforma da PAC para o pós 2020 assume particular importância no trabalho do GPP, na procura da defesa dos interesses setoriais nacionais no contexto comunitário. A representação nacional nas reuniões do Comité de Gestão da Organização Comum dos Mercados Agrícolas do setor do azeite e azeitonas de mesa e a participação nas reuniões do Conselho Oleícola Internacional (COI) – “Conselho de Membros” e nos grupos de trabalho: “Observatório de crises”, “Estratégia para a qualidade do azeite”, “Rotulagem do azeite” e “Estatísticas” é uma mais-valia fundamental para a permanente monitorização do setor a nível internacional. Compete ainda ao GPP assegurar o cumprimento das obrigações a que Portugal está sujeito por compromissos internacionais em matéria de envio sistemático de informação setorial sobre preços, produções e comércio internacional, quer à Comissão Europeia, quer ao COI. Neste quadro, foi desenvolvido o SIAZ – Sistema de Informação sobre o Azeite e a Azeitona de Mesa – que assegura a coordenação e o desenvolvimento de produção de informação estatística do setor, e que conta com a colaboração dos agentes económicos, para quem é uma importante ferramenta de acompanhamento e gestão setorial. No ano de 2018, no âmbito da promoção e divulgação do setor, o GPP fez parte da Comissão Organizadora do primeiro World Olive Oil Summit (WOOS), que se realizou nos dias 7 e 8 de junho, integrado na Feira Nacional de

Agricultura em Santarém. Este WOOS envolveu várias iniciativas diferentes, como o Simpósio Ibérico de Olivicultura, o Concurso Nacional de Azeite, e o Congresso Nacional do Azeite, que contou com vários painéis de discussão como o “Painel World Olive Oil Summit”, “ Abordagens de mercado”, “O Azeite – Padrões de consumo em Gastronomia e Turismo”, “Desafios para a Europa” e “Análise sensorial como elemento base na Qualidade dos azeites”, com destaque para a presença dos Comissários Europeus, Phil Hogan e Carlos Moedas, bem como do Deputado do Parlamento Europeu Paolo de Castro e de Abdellatif Ghedira, Diretor Executivo do COI. A produção de azeite nesta campanha (2017/2018) atingiu o nível histórico de 135 mil toneladas, 90% superior ao ano anterior (69 421 toneladas), sendo 94% Azeite Virgem Extra. Este resultado deve-se ao investimento qualificado que tem vindo a ser feito em lagares de azeite de alta tecnologia, à expansão da área de olival com novas plantações com perfil mais produtivo e a uma aposta sustentada no conhecimento e nas novas tecnologias que contribuíram para qualidade diferenciada da produção. O setor tem mantido nos últimos anos um desempenho assinalável que se tem refletido no aumento das exportações de forma exponencial (aumento a uma taxa média anual de 12,3% desde 2000), com particular destaque para as exportações de azeite virgem extra. Este desenvolvimento notável resultou num saldo positivo da balança comercial, em valor, de 148,5 milhões de euros em 2017, dando continuidade à tendência que se iniciou em 2011, quando o saldo comercial tinha sido de 51 milhões de euros. Nos primeiros sete meses da campanha 2017-2018, relativamente ao período homólogo da campanha 2016-2017, o saldo da balança comercial praticamente duplicou (86 milhões de euros para 171,4 milhões de €), segundo as estatísticas oficiais.

SIAZ Sistema de Informação sobre o Azeite e a Azeitona de Mesa A fileira oleícola é uma fileira estratégica na política agrícola e na economia portuguesas. No quadro do fim do regime de apoios ligados à produção, um dos aspetos mais sensíveis para a regulação do sector oleícola e uma das maiores preocupações é a transparência do mercado, que era assegurada pelos mecanismos de comunicação de informação associados ao próprio sistema de ajudas.


Azeite | Portugal 2013/2017 2017 (p) 2013 Superfície de olival para azeite (ha)

da qual em regadio Azeitona produzida e oleificada (ton)

Produtividade média do olival em azeitona (kg azeitona / ha olival)

Lagares em actividade (n.º)

Azeite produzido* (ton)

2014

2015

2016

(kg azeite / ha olival)

Rendimento médio da azeitona (kg azeitona x 100)

Importações de azeite (ton)

Exportações de azeite (ton)

Saldo (Exportações - Importações) (ton)

Consumo aparente de azeite

(produção ano n -1 + (Importações - Exportações) ano n) *** (ton)

Consumo per capita aparente de azeite

(consumo aparente / população residente) (kg)

Autossuficiência aparente em azeite

(Produção ano n-1 / Consumo aparente ano n X 100)

Importações de azeite (mil euros)

Exportações de azeite (mil euros)

Saldo Comercial (Exportações - Importações) (mil euros)

Valor unitário médio das Importações (euro/kg)

Valor unitário médio das Exportações (euro/kg)

Termo de Troca

(rácio entre os valores unitários médios das Exportações e Importações)

Virgem

Virgem Lampante

Outro**

342 982

343 557

342 547

347 093

349 703

na

na

na

na

25,5%

26,0%

26,5%

27,0%

27,5%

na

na

na

na

634 209

437 974

702 140

476 003

858 413

na

na

na

na

1 849

1 275

2 050

1 371

2 455

na

na

na

na

506

474

495

469

462

na

na

na

na

91 647

60 984

109 123

69 421

134 772

129 049

5 258

465

na

100%

96%

4%

0%

na

Quota por tipo de azeite Produtividade média do olival em azeite

Total

Virgem Extra

267

178

319

200

385

na

na

na

na

14,5%

13,9%

15,5%

14,6%

15,7%

na

na

na

na

113 152

104 769

103 260

89 882

97 094

58 602

9 036

1 911

27 544

104 731

127 685

120 451

117 038

122 395

89 203

5 462

12 929

14 802

-8 421

22 916

17 191

27 156

25 302

30 600

-3 575

11 018

-12 742

67 577

68 730

43 793

81 967

44 119

34 684

7 086

na

na

6,5

6,6

4,2

7,9

4,3

3,4

0,7

na

na

88%

133%

139%

133%

157%

188%

50%

na

na

284 100

235 023

312 304

277 469

351 060

219 092

31 511

6 371

94 087

341 033

372 973

434 161

411 746

495 465

375 207

20 323

35 296

64 638

56 932

137 950

121 857

134 277

144 405

156 116

-11 188

28 926

-29 449

2,51

2,24

3,02

3,09

3,62

3,74

3,49

3,33

3,42

3,26

2,92

3,60

3,52

4,05

4,21

3,72

2,73

4,37

1,30

1,30

1,19

1,14

1,12

1,13

1,07

0,82

1,28

* Inclui os produtos "azeite virgem extra", "azeite virgem" e "azeite virgem lampante", produzidos nos lagares de azeite a operar em Portugal. ** Inclui azeite lampante refinado (não comestível) e o produto denominado "azeite" (comestível), resultante da mistura de azeite lampante refinado com azeite virgem/virgem extra. *** A produção de azeite nos lagares concentra-se nos meses de outubro, novembro e dezembro; este azeite é maioritariamente utilizado no ano civil seguinte; assim, para o cálculo do consumo aparente no ano n consideramos a produção do ano n - 1 e as importações e exportações do ano n. p: dados provisórios na: não aplicável. nd: não disponível. Fonte: INE (dados primários); GPP (dados calculados).

35


SIAZ – Inquérito aos Lagares de Azeite | Campanha 2017/2018

Lagares, Existências Iniciais de Azeite, Azeite Extraído e Azeitona Laborada Resultados Regionais e Totais

Região

Existências de azeite no início da campanha (b)

Lagares (a) n.º

%

Azeite extraído

kg

kg

Azeitona laborada (c)

Rendimento Médio (d)

kg

%

%

Norte

54

39

616 309

13 517 002

11,3

82 192 932

16,4

Centro

23

17

164 947

5 098 764

4,3

36 043 030

14,1

8

6

228 052

6 160 015

5,2

39 766 723

15,5

Alentejo

49

36

2 413 403

93 533 955

78,3

570 703 450

16,4

Algarve

3

2

0

1 094 974

0,9

7 202 863

15,2

137

100

3 422 711

119 404 710

100

735 908 998

16,2

Lisboa e Vale do Tejo

Portugal

(a) Lagares inquiridos = 141; não respostas = 4; taxa de resposta = 97%. (b) Existências iniciais de azeite no dia 1 de outubro = existências finais de azeite em 30 de setembro da campanha anterior. (c) Total de azeitona laborada, independentemente da sua origem. (d) Quantidade de azeite extraído / Quantidade de azeitona laborada X 100

SIAZ – Inquérito aos Lagares de Azeite | Evolução

Lagares e Azeite Extraído nas últimas 5 campanhas Lagares Região

2014/2015

2015/2016

Norte

58

Centro

Azeite extraído 2017/2018

2014/2015

2015/2016

64

57

54

10 774 311

11 480 011

39

34

34

9 582 419

13 517 002

41,1

23

2 737 868

5 390 404

2 427 918

5 098 764

110,0

Lisboa e Vale do Tejo

16

10

12

8

2 070 685

3 778 849

2 952 608

6 160 015

108,6

Alentejo

51

48

51

49

35 358 351

68 053 316

46 663 809

93 533 955

100,4

n.º

Algarve Portugal

2016/2017

2017/2018

Variação 2017/18 | 2016/17 (%)

2016/2017

kg

4

4

4

3

249 032

641 434

243 035

1 094 974

350,5

168

160

158

137

51 190 247

89 344 014

61 869 789

119 404 710

93,0

Fonte: GPP

SIAZ – Inquérito aos Lagares de Azeite | Evolução

Azeitona Laborada e Rendimento Médio nas últimas 5 campanhas Azeitona laborada (a) Região*

2014/2015

2015/2016

2016/2017

2017/2018

kg

Variação 2017/18 | 2016/17 (%)

2014/2015

2015/2016

2016/2017

2017/2018

%

Norte

73 565 168

78 584 472

59 911 050

82 192 932

37,2

14,6

14,6

16,0

16,4

Centro

22 988 588

41 339 585

21 091 885

36 043 030

70,9

11,9

13,0

11,5

14,1

Lisboa e Vale do Tejo

17 357 405

28 570 157

19 841 550

39 766 723

100,4

11,9

13,2

14,9

15,5

243 249 121 433 515 453 327 888 909 570 703 450

74,1

14,5

15,7

14,2

16,4

7 202 863

278,4

13,9

12,3

12,8

15,2

358 947 172 587 227 387 430 636 781 735 908 998

70,9

14,3

15,2

14,4

16,2

Alentejo Algarve Portugal

36

Rendimento médio (b)

1 786 890

5 217 720

1 903 387

* Região sob jurisdição de cada Direção Regional de Agricultura e Pescas (a) Total de azeitona laborada, independentemente da sua origem (b) Quantidade de azeite extraído / Quantidade de azeitona laborada X 100


O crescimento do setor oleícola português, o reforço da profissionalização dos operadores e o investimento privado realizado, levam a que seja indispensável ter informação que reflita, com fiabilidade e em tempo útil, a realidade do setor e dos seus agentes económicos, de modo a fazer face a exigências de análise de mercado, cada vez mais rigorosas e oportunas. A informação deverá ainda permitir o cumprimento das responsabilidades de Portugal, enquanto país de relevo e com interesses crescentes no panorama oleícola mundial, no que respeita ao fornecimento de informação a organismos internacionais, como seja a Comissão Europeia e o Conselho Oleícola Internacional (COI). Neste quadro, o SIAZ – Sistema de Informação sobre o Azeite e a Azeitona de Mesa – visa disponibilizar informação sobre o setor oleícola, produzida, quer pelo Gabinete de Planeamento e Políticas (GPP), quer por outras entidades.

onsulta ásicas

O Regulamento (CE) n.º 826/2008, da Comissão Europeia, de 20 de Agosto, relativo ao regime de ajuda à armazenagem privada de produtos agrícolas, estabelece, no seu Anexo III, a obrigação de cada Estado-Membro comunicar mensalmente à Comissão Europeia estimativas da produção mensal de azeite em cada campanha. Em Portugal, cabe ao Gabinete de Planeamento e Políticas (GPP), do Ministério da Agricultura e do Mar (MAM), apurar e comunicar essa informação à Comissão Europeia. Com esse objectivo, o GPP lançou em 2010 dois inquéritos online, de periodicidade anual: • Inquérito mensal aos lagares de azeite; • Inquérito aos industriais de azeitona de mesa. A seleção dos lagares de azeite a inquirir em cada campanha é da responsabilidade da Direção de Serviços de Estatística (DSE), do GPP, e conta com a preciosa colaboração do Instituto Nacional de Estatística (INE). Anualmente são selecionados para inquirição os lagares

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A MARCA 02 Manual de Utilização do Selo

Este Manual de Utilização da Selo, não dispensa a consulta do Manual de Comportamento Técnico e Normas Básicas da Marca Portugal Sou Eu.


SIAZ – Inquérito aos Lagares de Azeite | Campanha 2017-2018

Existências Iniciais de Azeite, Azeite Extraído, Azeitona Laborada e Tempo de Laboração Resultados Regionais e Totais

Existências de azeite no início da campanha (a)

Região*

kg

Norte

Azeite extraído kg

Azeitona laborada (b)

%

kg

Tempo da laboração

%

hora

dia

hora/dia

616 309

13 517 002

11,3

82 192 932

11,2

38 270

2 883

13,3

16 087

385 154

0,3

3 299 437

0,4

1 473

105

14,0

600 222

13 131 848

11,0

78 893 495

10,7

36 797

2 778

13,2

164 947

5 098 764

4,3

36 043 030

4,9

18 468

1 341

13,8

Beira Interior

52 103

2 612 695

2,2

18 565 477

2,5

10 128

654

15,5

Beira Litoral

112 844

2 486 069

2,1

17 477 553

2,4

8 340

687

12,1

228 052

6 160 015

5,2

39 766 723

5,4

9 775

650

15,0

Alentejo

2 413 403

93 533 955

78,3

570 703 450

77,6

49 877

3 293

15,1

Algarve

0

1 094 974

0,9

7 202 863

1,0

3 678

257

14,3

3 422 711

119 404 710

100

735 908 998

100

120 068

8 424

14,3

Entre-Douro e Minho Trás-os-Montes Centro

Lisboa e Vale do Tejo

Portugal

* Região sob jurisdição de cada Direção Regional de Agricultura e Pescas (a) Existências iniciais de azeite no dia 1 de outubro = existências finais de azeite em 30 de setembro da campanha anterior. (b) Total de azeitona laborada, independentemente da sua origem.

Existências Iniciais de Azeite, Azeite Extraído, Azeitona Laborada e Tempo de Laboração Resultados Mensais e Totais

Região

Existências de azeite no início da campanha (a) kg

Azeite extraído

Azeitona laborada (b)

kg

kg

%

Tempo da Laboração

%

hora

dia

hora/dia

2017 Outubro

8 735 877

7,3

61 919 449

8,4

11 925

818

14,6

Novembro

3 422 711

47 192 660

39,5

307 971 195

41,8

42 846

2 921

14,7

Dezembro

50 346 384

42,2

295 000 924

40,1

49 543

3 259

15,2

13 129 789

11,0

71 017 430

9,7

15 754

1 426

11,0

119 404 710

100

735 908 998

100

120 068

8 424

14,3

2018 Janeiro Total

3 422 711

(a) Existências iniciais de azeite no dia 1 de outubro = existências finais de azeite da campanha anterior. (b) Total de azeitona laborada, independentemente da sua origem. Fonte: GPP

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com maior volume médio de produção nas três campanhas imediatamente anteriores à campanha em observação e cujo volume agregado de produção representou 90% do volume total nacional, dados do Inquérito à Produção de Azeite do INE. São ainda inquiridos lagares que tenham iniciado atividade na campanha em observação e que registem elevada capacidade de laboração. Os lagares de azeite inquiridos são convidados a fornecer dados sobre as quantidades de azeitona laborada e de azeite extraído nos meses de outubro, novembro, dezembro e janeiro, da campanha em observação.

A identificação e seleção dos industriais de azeitona de mesa a inquirir é da responsabilidade da DSE, do GPP, que, para o efeito, cruza várias fontes de informação. Os industriais de azeitona de mesa inquiridos são convidados a fornecer dados sobre as quantidades de azeitona (matéria-prima) rececionada no período de setembro a dezembro, da campanha em observação. Os resultados apurados dos dois inquéritos são divulgados anualmente, no site do GPP, nos meses de fevereiro (azeitona de mesa) e março (azeite).



Azeites do Ribatejo (DOP) Associação de Agricultores do Ribatejo – AAR Texto da responsabilidade da AAR – Associação de Agricultores do Ribatejo

Eng.ª Susana Sassetti

Associados Agri-Mendes, Lda. Arminda Aurora Sousa Luz Arquimino Jesus C. S. Neves Carlos Mendes Nunes Casa Agr. Ant. D. António, Lda. Casa Ag. Ant. Barroso, Lda. Casa Feteira – Soc. Agr., Lda. COLVI, Soc. Agrícola, Lda. Companhia das Lezírias Coop. Olivicultores de Fátima Dulcínea Maria R. Santos Eurico José Ventura Ferreira João Maria Gonçalves João Vitor Gomes Mendes Manuel Fonseca e Filhos, Lda. Manuel Júlio Gomes Vitorino Matarural Miguel O. Antunes & Costa, Lda. Quinta da Alorna Quinta de Vale de Lobos SAOV, Lda. Soares Lopes, Casa Agrícola Soc. Agr. Lezíria da Palmeira Soc. Agr. Qta Lagoalva Cima Soc. Agro-Tur. Qtª da Silva, Lda.

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A Associação de Agricultores do Ribatejo desenvolve, na Secção de Olivicultura e Azeite, várias iniciativas, nomeadamente: Gestão do Agrupamento de Produtores da Denominação de Origem Protegida “Azeites do Ribatejo DOP”, reconhecido em legislação comunitária e nacional há mais de dez anos; apoio na implementação do Sistema HACCP em lagares e adegas da região; apoio a outras associações na implementação do HACCP; apoio técnico aos produtores em questões burocráticas, laborais, ambientais e outras; apoio aos produtores nas áreas de rotulagem, comercialização, legislação, normas, e outros; serviço de apoio à rega nos olivais; laboratório especializado em análises químicas e sensoriais de azeite; painel de Provadores reconhecido, internacionalmente, pelo Conselho Oleícola Internacional (um dos três reconhecidos em Portugal e o único privado); auditorias a laboratórios de análise sensorial; sala de provas direccionada para a análise sensorial de azeites; participação em diversos projectos de olival e azeite com outras entidades, tais como Universidades, Institutos Politécnicos,

Organismos Oficiais e Instituições Privadas, Nacionais e Internacionais; promoção do Azeite em Feiras, Seminários e Encontros; organização de Encontros, Seminários, Eventos e visitas técnicas ligados à olivicultura e azeite; acções de Formação Acreditadas, de Análise Sensorial de Azeites, Código de Boas Práticas, Higiene e Segurança Alimentar, HACCP e Olivicultura; assento em Conselhos Consultivos do Azeite defendendo os interesses dos olivicultores e donos de lagares, da região; interligação com os organismos estatais directamente relacionados com os olivicultores e lagares; apoio na elaboração de Programas para a Olivicultura no âmbito do Novo Quadro Comunitário; elaboração de projectos de olivais e lagares e orientação de estágios de alunos universitários.



Azeite "Terras da Alfândega": sabor a fruto fresco, frutado e com uma sensação de amargo e picante Conteúdo da responsabilidade da Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé

Fundada em 1963, a Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé CRL, é o bom exemplo do que a capacidade e criatividade do homem podem construir. Está situada em Alfândega da Fé, região da Terra Quente Transmontana, com características climáticas muito genuínas, relativamente às restantes zonas da região. Produz azeite de categoria superior, obtido unicamente por processos mecânicos, a partir de variedades tradicionais transmontanas como, a Verdeal, Cobrançosa, Madural e Cordovil. O Lagar de Azeite e toda a zona de receção da azeitona da Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé foi modernizado em 2006 e conta com uma moderna Linha de Extração de Azeite. Esta infraestrutura possui uma área coberta total de 2 000 m2, distribuída por várias zonas (receção, sala de laboração e espaços de apoio, laboratório, sala de embalagem/rotulagem de azeite, sala de armazenamento e armazém). Em continuação da modernização e melhoria dos serviços prestados aos associados vai estar em funcionamento uma segunda linha já na presente campanha 2018/2019, ficando assim com uma capacidade de transformação de cerca de 150 toneladas de azeitona/dia e uma capacidade de armazenamento de 600 000 litros de azeite. Na oferta de azeites produzidos pela CAAF, com a marca “Terras de Alfândega”, podemos encontrar o azeite virgem extra, azeite biológico virgem extra, e ainda o azeite virgem extra com a classificação Trás-os-Montes DOP (Denominação de Origem Protegida). A colheita do azeite Trás-os-Montes DOP é feita quando o fruto se encontra num estado de maturação em que a coloração da epiderme é negra e a polpa varia de cor verde a violeta. É um azeite de baixa e muito baixa acidez, de cor amarela esverdeada. Estas particularidades devem-se às características edafoclimáticas da região e das suas variedades tradicionais de azeitona. Este azeite de características absolutamente únicas é dotado de qualidades gustativas excepcionais, caracterizando-se pelo cheiro e sabor a fruto fresco, frutado e com uma sensação notável de verde, amargo e picante. É com enorme prazer que informamos que o Sistema de Gestão da Qualidade da CAAF foi implementado e certificado pela APCER em janeiro de 2018, no âmbito da produção e comercialização de azeite a granel ou embalado, e cumpre os requisitos da Norma ISO 9001:2015, sendo mais um passo importante que damos na nossa afirmação financeira e organizacional. 42



Azeite de qualidade produz-se no ameaçado Olival Tradicional Texto de Francisco Ataíde Pavão (Presidente da Direcção da APPITAD)

Oitenta por cento dos prémios do Concurso Nacional Azeite de Portugal nasceram em olivais tradicionais. Repetimos: 80%. Isso deveria fazer pensar empresários agrícolas, políticos, donos de restaurantes e consumidores. O país precisa, com urgência, de uma estratégia para a defesa do olival tradicional. A campanha anterior O ano de 2017 foi bastante atípico, com seca extrema em grande parte do território nacional, que fez perigar em muito a colheita desse ano, sobretudo no Olival Tradicional, conduzido na sua maioria em regime de sequeiro. Apesar de previsões iniciais bastante más, as chuvas desse Outono minimizaram os impactos negativos da seca, o que aliado a um rendimento superior em termos de azeite, comparativamente a campanhas anteriores, permitiu que Portugal tivesse uma produção recorde de 130000 toneladas de azeite.

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A actual campanha Em 2018, fruto das chuvas primaveris que minimizaram em parte, os efeitos da seca extrema de 2017, previa-se um ano de excelente produção. Contudo, os cada vez mais notórios efeitos das

alterações climáticas, têm-se vindo a observar, sobretudo na época de floração e vingamento dos frutos, e este ano não foi diferente, com ausência de frio motivando baixa diferenciação floral, temperaturas muito altas em períodos críticos e chuva quase constante no período da floração, que provocou taxas de vingamento mais baixas. Aliado a este facto, está o calor extremo que assolou o País neste Verão e início de Outono, que tem provocado nos olivais de sequeiro o aparecimento de sintomas de seca. Prevê-se, portanto, uma campanha inferior à anterior (-15%), mas com poucos problemas fitossanitários, pelo que se avizinha mais um ano de produção de azeite de excelência. A olivicultura e o azeite em Portugal A produção de azeite tem vindo a crescer em Portugal a um grande ritmo nos últimos 10-15 anos, fruto sobretudo da “autêntica revolução” que ocorreu no panorama olivícola nacional, com reconversão e/ou plantações de grandes áreas de olival de regadio, sobretudo no sul do País, mas também nas outras regiões, ainda que nestas em muito menor percentagem e na sua maioria em regime de sequeiro. A cultura vive um momento único, com produções de

excelência em termos de quantidade, mas sobretudo em termos de qualidade, o que se tem vindo a reflectir no aumento da notoriedade do azeite português, que no mercado interno, mas sobretudo no mercado externo, onde a exportação deste “ouro líquido” tem vindo a crescer. Poderíamos então pensar que o sector do azeite português está a florescer, mas infelizmente, não é essa a realidade. Actualmente temos dois tipos de olivicultura em Portugal: uma primeira associada à nova realidade do Sul do País, onde predomina o olival intensivo e super-intensivo de regadio com utilização maioritariamente de cultivares não portuguesas; a segunda associada à grande área de olival nacional, o olival tradicional, na sua maioria de sequeiro e explorado por um grande número de olivicultores em todo o território. Estas são as duas grandes realidades nacionais, a primeira das quais associada a custos de produção bastantes baixos e com produções elevadas (regadio), sobretudo pela dimensão das parcelas/propriedades, mas também pela mecanização da quase totalidade do ciclo produtivo, o que resulta em azeites de qualidade produzidos a um baixo preço.



A segunda, associada a custos de produção mais elevados e com produções menores (sequeiro), com difícil ou inexistente mecanização (p.e. no olival do Douro), o que resulta em azeites de qualidade produzidos a um preço mais elevado, mas com características bem marcadas respeitantes ao terroir e às cultivares tradicionais que lhes dão origem. Ambas as realidades praticam um tipo de agricultura moderno, tecnológico e ambientalmente sustentável. Coloca-se-nos então a questão se estas duas realidades poderão vir a coexistir num futuro bem próximo. Claro que sim ... podem e devem! Contudo há que aumentar o conhecimento do público em geral para estas duas realidades produtivas.

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Desafios para o olival tradicional Se o caminho do olival intensivo e super-intensivo de regadio se avizinha como mais fácil, pois está associado a azeites de custo mais baixo e por conseguinte muito mais competitivos no mercado nacional, mas também no mercado internacional, a realidade do olival tradicional é bem diferente. O que fazer então? É primeiro necessário que toda a Fileira faça uma introspecção no sentido de preservar e potenciar este tipo de olival, convidando para este grupo de trabalho a Investigação Nacional e o Ministério da Agricultura. O desenvolvimento do sector tem sido acompanhado pela investigação nacional? Em alguns casos, sim, mas por exemplo no melhoramento das cultivares tradicionais, nada tem sido feito nos últimos anos em Portugal, que tem ainda um enorme património varietal, que urge conservar e sobretudo estimular. A competitividade de olival tradicional português terá obrigatoriamente que ser alicerçada na produção de azeites de grande qualidade, competindo estes no mercado dos azeites de excelência, pois nunca conseguirão ser competitivos ao nível do volume e dos preços. Os azeites extraídos dos olivais tradicionais, são extraordinariamente complexos e harmoniosos, fruto sobretudo das distintas cultivares que lhes dão origem. Nos últimos anos assistimos também a uma alteração de práticas culturais, destacandose a antecipação da colheita de azeitona dos olivais, o que aliado a sistemas de extracção modernos, permite a obtenção de azeites de

excelência que têm vindo a ver a sua qualidade reconhecida nos Concursos de Azeites nacionais e internacionais. Se analisarmos os resultados do Concurso Nacional de Azeites de Portugal dos anos de 2016, 2017 e 2018, constatamos que: 2016 • 22 (68,75%) dos 32 azeites premiados são de produções de olival tradicional; • O Douro tem 37,50% dos premiados, seguido pelos olivais intensivos de regadio com 31,25% e depois pelos de Trás-os-Montes com 25,00%; • O Prémio Prestígio e o Prémio Grandes Lotes foi para dois azeites de Trás-os-Montes. 2017 • 12 (50%) dos 24 azeites premiados são de produções de olival tradicional; • O Douro e Trás-os-Montes em ex-aequo (16,67%) são as regiões mais representativas. 2018 • 24 (80%) dos 30 azeites premiados são de produções de olival tradicional; • 33,33% dos azeites premiados são do Douro, seguindo-se Trás-os-Montes com 30% e depois o olival intensivo de regadio com 20%. Observando estes dados, constatamos que, a qualidade dos azeites provenientes do olival tradicional português existe e tem vindo a ser premiada. Será que isto é o suficiente? O mercado nacional reconhece a qualidade diferenciada destes azeites? Infelizmente não. Estamos na fase inicial da discussão da Política Agrícola Comum pós 2020, o sector do azeite português terá que unir esforços no sentido de, sensibilização de Bruxelas para um conjunto de problemas que são transversais aos diversos tipos de olival nacional/europeu, nomeadamente a mitigação dos efeitos das alterações climáticas; as questões fitossanitárias, quer ao nível das doenças/pragas (p.e. Xylella fastidiosa), quer ao nível da cada vez maior limitação do uso de produtos fitofarmacêuticos (p.e. o cobre); a importação de azeites de extracomunitários; a manutenção e valorização da análise sensorial como elemento fundamental para a classificação e promoção dos azeites e as questões da promoção do azeite enquanto elementos fundamental da dieta mediterrânica e elemento funcional no que concerne à saúde (p.e. Programa de Azeite Escolar)... O olival tradicional terá ainda que ter esforços redobrados na consciencialização de que para

além da sua função produtiva, apresenta também características que deverão ser consideradas como essenciais para a sua manutenção e apoio, nomeadamente pela diminuição do efeito poluente da agricultura (uso reduzido dos fertilizantes e produtos fitofarmacêuticos), extensificação e/ou manutenção dos sistemas agrícolas tradicionais extensivos (este tipo de olivais é conduzido na sua quase totalidade em regime extensivo de sequeiro, segundo práticas tradicionais de agricultura, contribuindo para a manutenção do "mosaico" agrícola na paisagem portuguesa, caracterizada pela sua heterogeneidade de culturas agrícolas praticadas), conservação dos recursos e da paisagem rural (estes olivais são sobretudo caracterizados por apresentarem cultivares tradicionais com um enorme potencial genético que urge preservar/potenciar) e são ainda uma característica intrínseca da paisagem rural portuguesa. O factor principal da valorização de um produto, passa sobretudo pela sua mais-valia comercial, isto é, potenciar a sua excelência, garantindo a viabilidade e a continuidade da cultura deste tipo de olival tradicional. Neste caso, é necessário concertar estratégias de valorização que passem não só pela promoção da excelência das suas qualidades, efectuada unicamente pelos agentes da fileira, mas sim pela ligação a outros produtos com qualidade certificada produzidos no País, mas também pela promoção da identidade dos territórios, da sua gastronomia e das suas gentes. Como se vê pelos números apresentados, Portugal tem azeite de grande qualidade premiado cá dentro e lá fora. O que faz falta é o Estado e os empresários assumirem de uma vez por todas, a necessidade de desenvolver campanhas de promoção e educação dos consumidores. Se cada português “bem educado” nessa matéria comprasse mais duas garrafas de azeite de qualidade do que aquelas que compra, o impacto na economia das regiões onde temos os nossos olivais tradicionais seria enorme. Ou seja, Portugal, já tem azeite de muita qualidade. Portugal – e à semelhança do que aconteceu com o vinho nos anos 80 – precisa é de gente que consuma azeite de qualidade. E isso faz-se com investimento na educação dos consumidores, mas também na formação junto das Escolas de Hotelaria e Turismo e no ensino superior.



Variedades de Oliveira em Portugal Texto de António Manuel Cordeiro (INIAV, I.P. | Pólo de Elvas) e fotografias de Alberto Miranda (INIAV, I.P.)

A oliveira (Olea europaea L.) é uma espécie heterozigótica da família das Oleacea. Considera-se que o seu cultivo se terá iniciado provavelmente à 2000 a 3000 anos. Uma das características da espécie é que nos países mediterrânicos, a maioria das variedades resultaram de processos empíricos de seleção realizada pelos agricultores e depois mantida por procedimentos de propagação vegetativa. Outra característica é a localização varietal; cada variedade está confinada a determinada região geográfica bem delimitada e são em número reduzido aquelas que são cultivadas em mais do que uma região. Em Portugal a oliveira é cultivada predominantemente nas regiões do interior do país. As

principais regiões produtoras são o Alentejo, Trás-os-Montes, Beira Interior e Ribatejo. Nas restantes regiões e em determinados condicionalismos locais podem ser encontrados excelentes olivais seja nomeadamente na Beira Litoral, na Extremadura ou no Algarve. As variedades diferem consoante a região. Existem duas variedades que têm uma área de difusão nacional: ‘Galega vulgar ou Galega’ e a ‘Cobrançosa’. Na região de Trás-os-Montes não aparece a ‘Galega vulgar’ e as variedades mais comuns são: Cobrançosa, Verdeal de Trás-os-Montes, Madural, Cordovil de Trás-os-Montes e Negrinha do Freixo. Nesta região são conhecidas outras variedades tais como: Borrenta, Negrita,

Madural

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Cordovil de Trás-os-Montes Verdeal de Trás-os-Montes

Cornicabra, etc. Nesta região foi criada uma denominação de azeites – Azeite de Trás-osMontes DOP – e as variedades de azeitona utilizadas no seu fabrico são a Verdeal Transmontana, Madural, Cobrançosa e Cordovil de Trás-os-Montes. Foi também criada uma denominação para a azeitona de conserva: Azeitona de Conserva Negrinha de Freixo DOP que pode ser apresentada sob três aspetos: azeitona tipo verde, a azeitona negra tratada e a azeitona madura em salmoura. Na região da Beira Interior temos que considerar a parte Norte (Guarda, Viseu) e as variedades mais comuns são Cobrançosa, Madural, Verdeal de Trás-os-Montes e Galega vulgar. Na parte sul (Castelo Branco) as variedades mais comuns são Cordovil e Bical de


difundidas são a Galega vulgar, a Cobrançosa e a Lentisca. Nesta região olivícola a partir da década de 80 do século XX assistiu-se à introdução das variedades espanholas Picual e Arbequina. Nesta região foi criada uma denominação de azeites – Azeites do Ribatejo DOP. Para extração deste azeite utilizam-se azeitonas das seguintes variedades: Galega Vulgar e/ ou Lentisca e Cobrançosa. Na região do Alentejo, na parte norte as variedades mais difundidas são a Galega, a Cobrançosa e a Blanqueta de Elvas, a Azeiteira e a Carrasquenha. Na região de Moura / Serpa as variedades Verdeal Alentejana, Cordovil de Serpa e Galega vulgar. Nas restantes regiões do Alentejo nomeadamente a Galega

vulgar e a Cobrançosa. No Alentejo são também conhecidas outras variedades tais como Negroa, Planalto, Gama, Galego de Évora ou o Galego Grado de Serpa, etc. Nesta região foram criadas três denominações de azeites – Azeites do Norte Alentejano DOP, Azeites de Moura DOP e Azeites do Alentejo Interior, DOP. Os azeites do Norte Alentejano DOP obtêm-se a partir de azeitona das variedades Galega, Blanqueta e Cobrançosa, sendo a Galega a variedade dominante. Os azeites de Moura DOP obtêm-se a partir das variedades Verdeal Alentejana, Cordovil de Serpa e Galega. Os azeites do Alentejo Interior são obtidos a partir das variedades Galega Vulgar, Cordovil de Serpa e/ou Cobrançosa.

Cordovil de Castelo Branco

Castelo Branco e Galega vulgar. Nesta região são também conhecidas outras variedades tais como Carraspana, Curtideira e Carrasca, etc. Nesta região foi criada uma denominação de azeites – Azeites da Beira Interior DOP. Dadas as características organolépticas e as variedades de azeitona, os Azeites da Beira Interior integram dois tipos regionais: Azeite da Beira Alta e Azeite da Beira Baixa. Os azeites da Beira Alta obtêm-se sobretudo da azeitona das variedades Galega, Cornicabra, Carrasquenha, Negrinha, Madural e Cobrançosa. Os azeites da Beira Baixa obtêm-se sobretudo da azeitona das variedades Galega, Cordovil de Castelo Branco e Bical de Castelo Branco. Na região do Ribatejo as variedades mais

Azeiteira ou Azeitoneira Lentisca

49


Variedades do Alentejo

Variedades do Alentejo

Cobrançosa

Cordovil de Serpa

A oliveira nesta variedade apresenta um vigor médio, porte aberto, originando frutos de dimensão média, de fácil desprendimento, sendo no entanto reduzida a sua queda natural. É uma variedade de grande tolerância ao frio, susceptível à seca, e de elevada capacidade de enraizamento, apresentando produções elevadas e constantes, de maturação média. É uma variedade de aptidão para produção de azeite, de rendimento médio. O azeite de Cobrançosa com origem na região do Alentejo apresenta-se normalmente como um azeite de frutado verde-erva fresco e intenso, com sensações de amargo e picante perceptíveis, normalmente conjugadas de forma harmoniosa.

As árvores da variedade Cordovil de Serpa são normalmente de vigor médio-baixo e porte aberto, sendo os seus frutos de dimensão média, e de considerável resistência ao desprendimento, que desaparece aquando a sua maturação. Sendo uma variedade rústica, apresenta no entanto alguma sensibilidade ao frio e à seca, possuindo uma elevada capacidade de enraizamento. Tem dupla aptidão, com rendimentos médios em azeite, sendo este apreciado pelo elevado teor em ácido oleico. O azeite extraído de azeitonas da variedade Cordovil de Serpa é habitualmente complexo, onde se destacam as sensações de amargo e picante, e o frutado intenso de verde-folha.

Árvore Vigor: médio Porte: aberto Densidade de copa: média Inflorescência Comprimento: curto Número de flores: médio

Árvore Vigor: médio-baixo Porte: aberto Densidade de copa: média-espessa Inflorescência Comprimento: médio Número de flores: médio

Folha Forma: elíptico-lanceolada Comprimento: médio Largura: média

Folha Forma: elíptico-lanceolada Comprimento: médio Largura: média

Fruto Peso: médio Forma: ovóide Simetria: assimétrico

C Fruto Peso: médio M Forma: ovóide Simetria: levemente assimétrico Y

CM

MY

CY

Variedades do Alentejo

Variedades do Alentejo

Galega Vulgar

Verdeal Alentejana

É a variedade mais difundida em Portugal, representando cerca de 60% da superfície de olival nacional. Sendo uma árvore de vigor elevado e porte erguido, dá frutos de pequena dimensão, e forma ovóide, de grande resistência ao desprendimento. É uma variedade que apresenta grande tolerância à seca, sendo no entanto sensível ao frio e com uma baixa capacidade de enraizamento. Entra em produção precocemente, dando produções elevadas e alternantes, de maturação média e não simultânea. Apesar de ser uma variedade de dupla aptidão, é mais utilizada para obtenção de azeite, apesar de proporcionar rendimentos baixos, sendo também bastante apreciada como azeitona de mesa. O azeite desta variedade, quando cultivada na região do Alentejo, normalmente apresenta sensações desde um frutado de maçã verde, com amargo e picante ligeiros quando colhida em verde, até um frutado de amêndoa e frutos secos, com sensações de doce consideráveis, e total ausência de amargo e picante, quando colhida em maduro. É considerado um azeite de grande estabilidade.

A variedade Verdeal caracteriza-se por árvores de vigor elevado e porte aberto e frutos de dimensão média. É uma variedade com grande capacidade de adaptação, nomeadamente a condições de frio ou de seca, pese embora a sua baixa capacidade de enraizamento. Originando normalmente produções baixas e regulares, a sua entrada em produção é tardia, tal como o amadurecimento dos seus frutos, que por manterem a cor verde até ao final da campanha dão o nome a esta variedade. Estes apresentam ainda uma grande resistência ao desprendimento. A azeitona apresenta um rendimento médio em azeite, que se caracteriza por sensações consideráveis de verde, amargo, e picante.

Árvore Vigor: elevado Porte: erguido Densidade de copa: espessa Inflorescência Comprimento: médio Número de flores: médio

CMY

K

Árvore Vigor: elevado Porte: aberto Densidade de copa: média Inflorescência Comprimento: médio Número de flores: médio

Folha Forma: elíptico-lanceolada Comprimento: médio Largura: média

Folha Forma: elíptico-lanceolada Comprimento: médio Largura: média

Fruto Peso: baixo Forma: ovóide Simetria: assimétrico

Fruto Peso: médio Forma: ovóide Simetria: assimétrico



Variedades do Algarve

Cultivares não portuguesas

Maçanilha Algarvia

Arbequina

É uma variedade do sotavento algarvio, apresentando as oliveiras um vigor elevado e um porte aberto. A entrada em produção é média assim como média é a sua capacidade produtiva para além de alternante. É uma variedade com boa capacidade de adaptação mas com baixa capacidade de enraizamento. O principal destino da azeitona é a conserva em verde ou mista, mas também é utilizada para azeite dado o bom rendimento no lagar. Os frutos são grandes e têm a forma esférica. A partir do início da maturação os frutos apresentam baixa resistência ao despendimento e queda natural acentuada. No período de viragem o epicarpo dos frutos adquirem a cor avermelhada, matizado de roxo e em plena maturação a cor vermelho escuro a negro.

É uma variedade rústica. O vigor reduzido desta variedade permite a sua utilização em plantações intensivas e superintensivas. A capacidade de enraizamento é elevada e a entrada em produção é precoce. A floração é média e considerada auto-compatível. Os frutos na árvore têm uma força de retenção média. A produtividade é elevada e regular. A azeitona apresenta elevado rendimento em gordura. A qualidade do azeite é apreciada, principalmente pelas suas características organoléticas e apresenta baixa estabilidade. É resistente ao frio e tolerante à salinidade. É suscetível a clorose férrica em terrenos com muito calcário. É suscetível à mosca e verticilose e tolerante ao olho-de-pavão e tuberculose.

Árvore Vigor: elevado Porte: aberto Densidade de copa: média Inflorescência Comprimento: médio Número de flores: baixo Folha Forma: lanceolada Comprimento: elevado Largura: média Fruto Peso: elevado a muito elevado Forma: esférica Simetria: levemente assimétrico

Cultivares não portuguesas

Arbosana

Koroneiki

A capacidade de enraizamento é elevada. O vigor reduzido desta variedade permite a sua utilização em plantações intensivas e superintensivas. A entrada em produção é muito precoce. A floração é temporã a média e a maturação é média. A produtividade é elevada e regular. O rendimento em gordura é média a alto e as características organoléticas do azeite são muito apreciadas. Variedade resistente ao frio. Variedade muito suscetível à tuberculose e resistente ao olho de pavão.

É a principal variedade para azeite da Grécia. É dominante no Peloponeso e nas ilhas de Creta e Samos. A sua capacidade de enraizamento é média. A entrada em produção é precoce. A floração é temporã e a produção de pólen é abundante. A maturação é temporã a média e a produtividade é elevada e regular. O rendimento em gordura é alto e o azeite muito apreciado. O rendimento em ácido oleico é muito elevado, assim como a sua estabilidade. É resistente à seca mas não tolera o frio. É resistente ao olho-de-pavão e medianamente resistente à verticilose. É suscetível à tuberculose.

Inflorescência Comprimento: médio Número de flores: médio

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Inflorescência Comprimento: médio Número de flores: baixo Folha Forma: elíptica Comprimento: baixo Largura: média Fruto Peso: baixo Forma: esférica Simetria: simétrico

Cultivares não portuguesas

Árvore Vigor: baixo Porte: aberto Densidade de copa: espessa

Árvore Vigor: baixo Porte: aberto Densidade de copa: média

Árvore Vigor: médio Porte: ereto Densidade de copa: média Inflorescência Comprimento: grande Número de flores: médio

Folha Forma: elíptica Comprimento: baixo Largura: média

Folha Forma: elíptico-lanceolada Comprimento: médio Largura: média

Fruto Peso: baixo Forma: esférica Simetria: levemente assimétrico

Fruto Peso: baixo Forma: ovóide Simetria: levemente assimétrico



© Manuel Lopez

Certificação de material de propagação Texto de Eugénia Lourenço (DGAV-DIFMPV)

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A crescente procura de produtos oleicos, e por conseguinte a expansão da cultura, conduziu à adoção a nível europeu de um programa de certificação harmonizado para produção, controlo, certificação e comercialização de material de propagação de oliveira de qualidade acrescida. Por outro lado, a movimentação de material de propagação infetado, associada muitas vezes à ausência de sintomas de organismos nocivos, representa a principal forma de disseminação de doenças e pragas a longas distâncias, sendo esta prevenida pelo controlo dos materiais produzidos. Os programas de certificação a nível comunitário, estão enquadrados num conjunto de Diretivas, transpostas e consolidadas para o direto nacional pelo Decreto-Lei n.º 82/2017, de 18 de julho. O material de propagação produzido por países não comunitários, só pode ser comercializado na União Europeia, se oferecer garantias equivalentes ao produzido na Comunidade.

Vantagens da certificação • Fornecer plantas conformes com a variedade; • Obtenção de material comprovadamente são e vigoroso, isto é, isento de organismos nocivos; • Rastreabilidade do material durante a produção e na comercialização. Requisitos da Certificação • As variedades têm de estar inscritas no Registo Nacional de Fruteiras (RNVF) ou na Lista Comum de Variedades; • Os fornecedores (produtores, comerciantes ou importadores) têm que estar inscritos na plataforma “Certiges”, em https://certinet.dgav.pt/ certiges, indicando a atividade que pretendem desenvolver; • As categorias admitidas a certificação são Pré-base, Base, Certificado; • É obrigatória a inscrição de plantas-mãe e viveiros com materiais certificados destinados à comercialização, com os seguintes prazos: »» Plantas-mãe: Até 1 mês antes da plantação

»»

Viveiros: Até1 semana antes da plantação

O que fazer para submeter o pedido de certificação? Deverá submeter para apreciação à Direção Regional de Agricultura e Pescas (DRAP) da área geográfica a que pertence, os seguintes elementos: • Indicação das variedades, categorias e tipo de material que pretende produzir; • Comprovativo da origem do material a instalar, incluindo as respetivas etiquetas de certificação; • Resultado das análises ao solo para despiste de nematodes onde pretendem produzir; • Descrição do local de produção e respetivo croqui; • Indicação do sistema de produção, plantas envasadas, em estufa ou ao ar livre; • Esquema das instalações com identificação das parcelas de plantas-mãe, porta-enxertos, plantas finais.


Esquema de Certificação Todo o material produzido num esquema de certificação tem uma genealogia conhecida e cumpre com condições restritivas, consoante o tipo de material e a categoria de certificação a que se propõe. Esse material é propagado com o menor número possível de etapas e em condições que garantam a ausência de infeções, sendo atribuídas etiquetas de certificação com as cores indicadas, isto é, branca com uma faixa em diagonal em cor violeta para a categoria pré-base, branca para a categoria base e azul para a categoria certificada. Condições para a certificação Requisitos dos Fornecedores: • Instalações adequadas para a produção (categoria pré-base: estufa; categoria base e certificada: estufa, estufim, ar livre); • Cumprimento das condições de produção, multiplicação, conservação, requisitos fitossanitários, requisitos do solo e defeitos, conforme a categoria de certificação; • Realização de amostragem e análise de nemátodos do solo e substrato de plantasmãe e material de viveiro, para as categorias Base e Certificado, antes da instalação. Para a categoria Pré-base só pode ser utilizado meio de cultura sem solo ou estéril; • Pessoal com experiência na produção; • Identificação correta de todas as parcelas; • Avaliação do estado sanitário das plantas-mãe e materiais de viveiro, devendo estar livres de organismos nocivos e de quarentena e estar praticamente isentos de defeitos, considerando-se as lesões, descoloração, feridas nos tecidos ou dessecação como defeitos, se afetarem a qualidade do material de propagação;

Realização de observações visuais ao material e de amostragens com colheita oficial de amostras, sendo as análises realizadas em laboratório oficial ou reconhecido pela DGAV; • Possibilidade de realização de processos de depuração para que as plantas produzidas atendam aos requisitos de pureza varietal e estado sanitário; • Existência de condições que garantam a separação dos materiais por variedade, lote e categoria, durante a produção, manuseamento, acondicionamento e expedição; • Identificação, vigilância e registo dos pontos críticos do processo produtivo. Controlos oficiais na produção: • Inspeções anuais realizadas por inspetores oficiais ou por técnicos autorizados pela DGAV no período vegetativo mais adequado para se detetarem organismos de quarentena e outros prejudiciais, devendo incidir no período de abril até outubro, em qualquer fase de produção, bem como nos locais de comercialização do material de produção em causa; • Inspeção documental para comprovar a origem do material (etiquetas e documento de acompanhamento) bem como ao local de produção e às instalações; • As inspeções ao material em produção e comercialização tem como objetivo verificar a identidade e pureza varietal, assim como, o seu estado sanitário (tolerância zero). •

Organismos de Quarentena: Conforme estabelecido na Decisão de Execução da Comissão n.º 2017/2352/EU de 14 de dezembro, que altera a Decisão de Execução da Comissão n.º 2015/789/EU de 18 de maio,

é obrigatória a realização de inspeções visuais e amostragens a todos os lotes de plantas-mãe e material de viveiro para despiste laboratorial de Xylella fastidiosa (Wells et al.). Para a circulação deste material na Comunidade, é obrigatório que o mesmo seja acompanhado de Passaporte Fitossanitário (o passaporte fitossanitário faz parte da etiqueta de certificação), só podendo ser emitido após confirmação da ausência de Xylella fastidiosa. Etiquetagem, selagem e embalamento: • Identificação dos materiais certificados com etiquetas emitidas pelo fornecedor ou outras entidades, desde que solicitado e autorizado pela DGAV, ou emitidas pela própria DGAV; • Aposição das etiquetas de certificação é realizada pelo fornecedor, sendo controlada oficialmente; • As etiquetas de certificação podem integrar o passaporte fitossanitário, sendo neste caso obrigatória a menção na etiqueta de “Passaporte Fitossanitário”; • As etiquetas devem ser de material resistente para não se deteriorarem com o manuseamento, devem ser impressas de forma indelével e ser facilmente visíveis e legíveis, não conter qualquer forma de publicidade, ter a forma retangular e ter as cores indicadas no esquema de certificação para as várias categorias. • As oliveiras certificadas são comercializadas como plantas isoladas ou acondicionadas em embalagens individuais ou molhos, de modo a que, o material não fique danificado. Material de propagação que não cumpre com os requisitos da certificação é desclassificado para a categoria CAC, desde que preencha os requisitos dessa categoria. Publicidade


Cv. Santulhana Uma cultivar de oliveira a redescobrir Texto de Nuno Rodrigues (CIMO/ESA-IPB), Paula Baptista (CIMO/ESA-IPB), Susana Casal (REQUIMTE-FFUP) e José Alberto Pereira (CIMO/ESA-IPB)

Mancha de olival da região de Izeda/Santulhão

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Em Portugal, a cultura da oliveira tem grande tradição, sendo cultivada de norte a sul do País em especial nas regiões do interior. Esta cultura apresenta um elevado interesse não apenas sob o ponto de vista económico, mas também social, paisagístico e ambiental. Há referência de um considerável número de cultivares de oliveira no nosso País, constituindo um património, em grande parte desconhecido, que interessa conhecer para preservar e valorizar. Das cultivares de oliveira conhecidas são poucas as que apresentam implantação nacional, destacando-se a Galega e a Cobrançosa, enquanto a maioria delas têm importância regional e algumas mesmo local. A região de Trás-os-Montes é conhecida pelas suas paisagens onde, em muitas delas, o olival domina. A norte desta região, encontra-se uma mancha importante de olival, que compreende a parte sul do concelho de Bragança e algumas freguesias de Macedo de Cavaleiros e Vimioso, tendo como epicentro as freguesias de Santulhão, Carção e Izeda, mancha essa que é dominada na sua maioria por oliveiras da cultivar Santulhana. Esta cultivar, considerada de dupla aptidão, é, na actualidade, praticamente utilizada exclusivamente para azeite. Após um período em que nas novas plantações se verificava uma substituição desta cultivar por outras conside-

Olival de Santulhana

radas mais produtivas, nos últimos anos essa situação tem vindo a alterar-se com novas plantações em que a Santulhana domina. Para além da melhoria de práticas agrícolas em alguns olivais que têm contribuído para um melhor controlo de pragas e doenças, um aumento das produções e redução da alternância, tem-se registado uma assinalável melhoria ao nível do processo de extracção dos azeites. Na actualidade existe um maior cuidado na determinação da época de colheita dos frutos, com a antecipação da colheita ao que era tradicional na região; um reduzido tempo de espera para entrarem em laboração; e um controlo mais efectivo das temperaturas durante a extração, o que tem levado a uma melhoria da qualidade dos azeites extraídos. As árvores da cv. Santulhana são vigorosas, tendo uma entrada em produção média/tardia e um bom rendimento em azeite, a rondar os 20% na maioria das situações. É a cultivar de Trás-os-Montes que apresenta frutos maiores, apresentando grande tamanho, de forma ovóide, ligeiramente assimétricos e sem mamilo evidente, ficando totalmente negros em plena maturação. Produz azeites de qua-

Frutos da Cv. Santulhana

lidade, caracterizados por um teor em ácido oleico médio entre os 73% e os 75%, e teores em ácido palmítico (entre 10% e 13%) e ácido linoleico (entre 9% e 10%) elevados. Apresenta consideráveis teores em antioxidantes como os tocoferóis, entre 150 mg e 300 mg/kg de azeite e os compostos fenólicos a rondar os 200mg a 300 mg/kg de azeite. Quando as azeitonas são colhidas em estado de maturação adequado e extraído o azeite nas melhores condições, esta cultivar produz azeites expressivos no nariz com notas de couve, maçã verde, tomate, cereja e frutos secos verdes. Por sua vez, na boca apresentam uma entrada doce e um amargo médio que passa a picante forte e persistente. São azeites muito pastosos e que enchem a boca, muito ao gosto dos consumidores da região. Os trabalhos desenvolvidos nos últimos anos, e que têm contado com a nossa equipa, têm mostrado que esta cultivar produz azeites de qualidade com grande singularidade que os distingue das outras cultivares produzidas na região, o que tem vindo a ser reconhecido com distinções a nível nacional e internacional aos azeites monovarietais de Santulhana.


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Beira Baixa, a riqueza de um património olivícola de todos nós… Texto de João Miguel Pereira

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A região da Beira Baixa será porventura, nos dias de hoje, o maior banco de germoplasma vivo de olival em Portugal, pelo conjunto de variedades de azeitona portuguesas que ainda permanecem intactas. Fruto de um conjunto de circunstâncias, a plantação e renovação de olival nesta região ocorreu a um ritmo diferente das outras regiões do País. Tal facto leva a que predominem variedades de azeitona portuguesa, como a Galega, Cordovil de Castelo Branco, Bical de Castelo Branco, Cobrançosa, entre outras, de menor expressão. Esta realidade é uma ameaça ou oportunidade? Comparativamente ao Alentejo que atualmente produz cerca de 70% do azeite em Portugal, os sistemas produtivos são claramente opostos, o que se traduz em indicadores de rentabilidade totalmente díspares. Há, no entanto, um fator de diferenciação irreversível: as variedades de azeitona e esta é claramente uma oportunidade para a sua valorização. Em

primeiro lugar, a azeitona de mesa, produto a que se dá formalmente muito pouca atenção e neste particular a Beira Baixa já preparou o seu futuro através do reconhecimento da Azeitona Galega de Conserva da Beira Baixa como Indicação Geográfica Protegida (IGP), proporcionando assim, a todos os produtores, um instrumento de valorização, mas sobretudo de reconhecimento e promoção junto do consumidor final. E, é para ele – consumidor final – que todas as proteções qualitativas de produtos agrícolas se destinam, assim haja capacidade de organização e espírito colaborativo em torno de uma marca comum. Em segundo lugar, extrair azeites a partir de variedades portuguesas, e em especial a partir da Galega, é um exercício muito mais exigente quando comparados com outros azeites, obtidos a partir de variedades, diria “universais”: pelos rendimentos, pelos custos de produção mas sobretudo pelos mercados. Se este tipo de azeites obtido a partir das nossas

variedades for sendo gradualmente substituído por azeites “iguais” em todo o mundo, o gosto do consumidor final daqui a 20/30 anos estará praticamente “domesticado”. Veja-se o exemplo da galega e logo em primeira instância, a prova organolética: sendo uma variedade de azeite “doce” e colhida no estado de maturação adequado (e não praticamente toda verde para lhe conferir os convenientes atributos amargo e picante), são azeites que em painéis de prova obtém classificações medianas e nalguns casos até são identificados defeitos, que na realidade não existem, pois a formatação dos painéis está orientada para as ditas variedades globais… É pois neste contexto que o azeite da Beira Alta e da Beira Baixa tem a sua grande prova de fogo: que capacidade terá de resistir à voracidade da globalização neste mundo do azeite? Será possível competir pela via da diferenciação? Esta é seguramente a via e só depende de nós….


A Nova era do batido chama-se Protoreattore Pieralisi ®

Alta Qualidade / Máxima Eficiência / Mínimo Investimento Com o Protoreattore® o Grupo Pieralisi define um novo marco no campo da maquinaria para a extração de azeite. É um sistema único no mercado oleícola mundial que vem revolucionar o processo tradicional do batido, garantindo importantes vantagens tanto em trabalho contínuo, como em trabalho por maquias. Maior Quantidade e Qualidade do produto processado, devido à grande diminuição do tempo de batido e à gestão automática da relação capacidade, tempo e temperatura. A poupança energética é uma consequência da diminuição dos tempos de trabalho e a menor dispersão térmica. Menores custos de investimento a par da capacidade de produção, através da eliminação substancial de reservatórios de batido. O azeite processado: tem um aumento substancial de polifenóis e melhor qualidade organoléptica. Uma revolução tecnológica que disponibiliza ao cliente Pieralisi uma nova era do batido. PIERALISI ESPAÑA SEDE CENTRAL Polígono Industrial PLAZA. C/ Burtina, 10 50197 ZARAGOZA (España) Tel. +34 976 466 020 • Fax +34 976 515 330 info.spain@pieralisi.com DELEGACIÓN PIERALISI SUR Parque Tecnológico y Científico Geolit Avda. de la Innovación, manzana 41 23620 MENGÍBAR, Jaén (España) Tel. +34 953 284 023 • Fax +34 953 281 715 jaen@pieralisi.com

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Azeites da Beira Interior (DOP)

Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior – APABI Texto da responsabilidade da APABI – Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior

Enquadramento da APABI

Apoio ao setor oleícola

A Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI) é a entidade gestora do Azeite da Beira Interior DOP (Beira Alta e Beira Baixa) e a representante a nível do sector olivícola na região da Beira Interior. A Associação foi constituída a 12 Fevereiro de 1999, tendo iniciado a sua atividade a 2 Outubro de 2000. A sua actividade tem sido marcada pelo objectivo de pro-

Eng.º João M. Pereira Presidente

Laboratório de análises físico-químicas do azeite; Reconhecimento para a prática da Produção Integrada da Cultura de Oliveira; • Assistência técnica a lagares e olivicultores; • Manutenção do autocontrolo nos lagares (HACCP); • Apoio técnico aos agentes das fileiras da azeitona e do azeite; • Elaboração e acompanhamento de projectos de investimento no âmbito do PDR 2020 e realização de pedidos de pagamento; • Organização de vários cursos de formação em parceria com entidades formadoras acreditadas nomeadamente: Provas de Azeite, Provas de Azeitona, Poda de olival, Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos, Distribuição e Comercialização de Produtos Fitofarmacêuticos, Cursos de Jovens Agricultores e Curso de Produção Integrada e Agricultura Biológica Geral; • Participação/organização em Eventos e Feiras Regionais/ Nacionais, procurado a promoção dos produtos dos seus associados junto dos mercados de destino e do público em geral, nomeadamente, na organização da Bienal do Azeite assim como a presença em certames especializados nacionais e internacionais; • Entidade recetora de candidaturas aos Pedidos de Ajuda IFAP; • Promoção dos azeites de notoriedade nos mercados; • Entidade gestora da Denominação de Origem Protegida (DOP) Azeites da Beira Baixa e Azeites da Beira Alta. •

Área Geográfica

dução de azeites de qualidade, através de um conjunto de acções ao nível dos vários estádios da fileira regional do azeite e da azeitona de mesa. Tem vindo a aumentar o seu número de associados e posteriormente a a sua representatividade regional e nacional no sector.

Objectivos 60

Os objectivos da APABI passam pela dinamização da fileira oleícola, pelo fomento da produção de azeites de qualidade superior, pela organização da fileira oleícola e pela promoção e divulgação dos azeites da região.

Projectos e metas para o futuro Os projectos da APABI, para o futuro, passam pela formação e consultoria para PME´S, pela entrega da candidatura do caderno de especificações da Azeitona Galega de Conserva da Beira Baixa IGP e pelo desenvolvimento da marca criada “Terras da Beira Baixa” para a promoção do azeite e da azeitona da região. A APABI está também envolvida no desenvolvimento do projecto denominado “BBFOODS” em parceria com outras


entidades, que visa a implementação de casos estrangeiros em Portugal e consequente divulgação. Está ainda envolvida na implementação do SAAF (Sistema de Aconselhamento Agrícola e Florestal).

Produtores, Lagares e Embaladores Abel Manuel Cardoso Correia Mateus (P) Aida Monteiro Ferreira Roda (E e P) Amadeu Manuel Coelho Neto (P) Amado & Gonçalves, Lda. (D,E e L) António Joaquim Rasga Niza (P) António José Lopes Dias (P) António José Martins Ferreira (P) António Manuel Alvarrão Carreto (P) António Santos Correia (E e P) APPACDM – Castelo Branco (P) Bárbara Santos Price Galvão Castiço (P) Barroca da Malhada – Sociedade Agrícola, Lda. (E e P) Biolousa Unipessoal, Lda. (P) Carlos Eira (P) Casa Agrícola Quinta da Curtinha (P) Casa Agrícola Tapada dos Gralhais (P) Casa Fernandes (E e L) Cátia Rolo Gonçalves (P) Centro Social dos Amigos da Lardosa (P) Coop. Agrícola das Moitas, CRL L Coop. Agrícola de Montes da Senhora, Crl (L) Coop. Agrícola de São José das Matas, Crl (L) Coop. Agrícola de Transformação de Ortiga, Crl (L) Coop. Agrícola Freguesia do Penhascoso, Crl (L) Coop. Agrícola Monte Fidalgo, Crl (L) Coop. Agrícola Olivicultores Monforte da Beira, Crl (E e L) Coop. Agrícola Olivicultores de Paiágua (L) Coop. Agrícola Olivicultores de Santo Idelfonso, Crl (L) Coop. Agrícola Olivicultores de São Pedro Esteval, Crl (L) Coop. Agrícola Olivicultores do Açor, Crl (E e L) Coop. Agrícola Olivicultores do Ladoeiro, Crl (D, E e L) Coop. Agrícola Olivicultores de Malpica do Tejo, Crl (D, E e L) Coop. de Olivicultura e Floresta de Mação, Crl (L) Coop. Olivícola da Ribeira Capela CRL (L) Dulfar – Sociedade Oleícola, Lda (D, E e L) Ediagri – Sociedade Agrícola da Grade (P) Eduardo Manuel Azevedo (P) Elisabete da Conceição Esteves Varanda Marques (P) Ezequiel José Courelas Feliciano (E e P) Fabrice Cedric Santos Bento (P) Farinha & Tomé, Lda. (E e AZ) Firmina da Conceição Louro Ramos (D, E e L) Fozmodel, Lda. (P) Gerardus Marinus Adrianus Leijten (P) Gilberto Coelho Riscado (P) Hugo Castelo Pinto Ribeiro (P) Ibérica Ecológica, Lda. (P) João Pires Baptista (P) Joaquim Duarte Roque Barata (P) Joaquim Marques Pedro (P) Joaquim Morão Lopes Gaio (P) Joaquim Nogueira Cardoso (P) Jorge Daniel Pinto Fonseca (P) José Afonso Patrício (P)

P Produtores L Lagares

Olivais tradicionais

José Alves da Silva Marques (E e P) José António Flor (P) José António Martins, Unipessoal, Lda (L) José António Ribeiro (L) José António Tavares Branco (P) José Gregório Faria Quiteres (E e P) José Luís Domingos Reis Sanches (P) José Manuel Martins Alves Coelho (P) Júlio César Ramos Rodrigues Pires (P) Júlio Diogo Barreira Cabaço (P) Júlio Magalhães Mendes (P) Lagar 2000 - Comércio e Prod. de Azeitona, Lda (E e L) Lagar Novo do Telhado de Ferreira & Gouveia, Lda (E e L) Luís Coutinho Dias (E e L) Luís Filipe Lopes Correia (P) Macroliva, Comércio de Azeitona, Lda. (E e AZ) Manuel Álvaro Oliveira (P) Manuel Barrete Constâncio (P) Manuel Duarte Cardoso Martins (P) Manuel Gaspar da Cunha (E e P) Manuel Videira (L) Marco Filipe Guincho da Cruz (P) Maria de Fátima Cunha Coimbra (P) Maria Gabriela Jorge Sebastião Simões Henriques (P) Maria Isabel Dias Sampaio, Unipessoal, Lda (E e L) Maria Jorge Brás Ramos (P) Maria Leonor Ferreira (P) Miguel Michelet dos Santos (E e P) Monte da Ponte – Agropecuária, Lda. (E e P) Nuno Alexandre Azevedo Lourenço Martins (P) Nuno Miguel Ferro Tavares (P) Olga Maria Esteves Pires de Almeida (P) Olive Company, Lda. (L, E e P) Orlando Daniel Leitão Roque (P) Patrick Olivier Purro (P) Pedro Farinha Tavares (L) Pedro Manuel Baptista de Ornelas A. Diogo (P) Picadeiro da Quinta da Aldeã, Lda (P) Picoto, Unipessoal, Lda (P) Poços de Vilar Torpim, Lda (E e P) Probeira – Produtos Alimentares da Beira, Crl (E, L e AZ) Quinta da Pereira, Sociedade Agrícola (P) Ricardo Jorge Pires (P) Rodoliv – Cooperativa de Azeites de Rodão, Crl (D, E e L) Rui Jorge Monteiro Torres (E e P) Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco (P) Saul Joaquim Nunes Valente (P) Sérgio Filipe Santos Sousa (P) SILVAPOR – Ambiente & Inovação, Lda. (P) Sociedade Agrícola da Quinta da Tapada (P) Sociedade Agrícola Horta Grande, Lda (E e P) Sociedade Agrícola Quinta da Pimenta, Lda (E e P) Verdefascínio, Lda (E e P) Victor Manuel Leitão Pinto (P)

E Embaladores D DOP AZ Azeitona de Conserva

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World Olive Oil Summit Feira Nacional de Agricultura 2018 Texto de Henrique Herculano (Comissão Organizadora da World Olive Oil Summit)

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Realizou-se nos dias 7 e 8 de Junho em Santarém, Portugal, o primeiro “World Olive Oil Summit”, integrado na Feira Nacional de Agricultura, que em 2018 consagrou como tema o Olival e Azeite. Ao longo destes dois dias trataram-se os temas mais importantes no sector oleícola a nível mundial, tendo sido abordada a ameaça da Xylella fastidiosa, a análise de diferentes perspectivas de mercado, o papel do Azeite na Gastronomia e Turismo, e debatida a importância da análise sensorial na classificação legal do produto. A abertura dos trabalhos foi feita pelo Presidente da Comissão Organizadora, José Baptista de Gouveia, e pelo Presidente da Confederação de Agricultores de Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa. A primeira intervenção do Painel “World Olive Oil Summit” pertenceu ao Director Executivo do Conselho Oleícola Internacional, Abdellatif Ghedira, que apresentou o trabalho recente do COI, os números mundiais actualizados no que concerne à produção e comercialização de azeite, bem como as perspectivas futuras para a pro-


dução e exportação por parte dos Estados membros do Conselho. No seguimento do primeiro painel, foi abordado o tema da Xylella fastidiosa, tendo a Dr.ª Maria Saponari, do Istituto por la Protezione Sustenibile delle Piante de Bari, Itália, apresentado o historial de evolução da ameaça, e a sua fisiologia específica, bem como o trabalho desenvolvido no combate à doença, cujos resultados apontam no sentido da selecção e utilização de variedades resistentes. A apresentação do projecto “Consorzio Laudemio”, na palavra da sua Presidente, Diana Frescobaldi, encerrou o Painel. A história da família, do património, e da marca “Laudemio” constituíram a base para explicação da estratégia do grupo, que vendendo actualmente 87% da sua produção em garrafas de 250 ml, e os restantes 13% em garrafas de 500 ml, e tendo como mercados principais o norte americano e o asiático, consegue remunerar os seus azeites a cotações cinco vezes superiores ao preço médio de mercado. O segundo Painel, dedicado ao tema “Perspectivas de Mercado”, contou com exposições de seis casos práticos de marcas de forte presença, tanto nacional como global. João Roquette apresentou o caso “Esporão”, marca de produção própria familiar, que tem como estratégia a diferenciação por via da origem, sustentabilidade, e qualidade associadas à marca, e que tem como principais mercados de exportação o Brasil e Norte América. Rita Vilaça apresentou o caso “Gallo”, segunda marca mundial, presente em mercados de todo o mundo, com destaque para o Brasil, e um dos dois grandes players do mercado nacional. Otto Teixeira da Cruz, do grupo Sovena, apresentou o grupo, de dimensão multinacional, mas de capital familiar, líder de mercado em Portugal, Espanha, e EUA, e no qual as exportações representam 80% das vendas. A evolução recente do grupo, a sua perspectiva, e a estratégia assente no fortalecimento da presença em todas as etapas da cadeia de valor, foram os tópicos principais da exposição. O produtor do Azeite tunisino “Triomphe de Tuccabor”, multipremiado a nível global, Meher Ben Ismail, apresentou a história da empresa, também ela familiar, e a evolução do negócio desde a sua génese, num exemplo de capacidade exportadora de Azeite de qualidade e diferenciado, em marca própria, a par-

tir de um país que é dos maiores exportadores mundiais de granel. José Duarte, Presidente da Direcção da maior Cooperativa olivícola de Portugal, a Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, expôs os factores de competitivade que levaram ao alcance de uma das posições cimeiras enquanto produtor de Azeite em Portugal, e explicou a estratégia da nova Direcção para os próximos anos. Finalmente, a encerrar o painel, o representante da Cooperativa de Olivicultores de Valpaços, também dos maiores produtores portugueses, Fernando Mourão Vieira, ofereceu a perspectiva de mercado da Cooperativa, descreveu os investimentos mais recentes, e o seu posicionamento para o futuro. A Mesa Redonda dedicada ao tema “Perspectivas de Mercado” foi moderada por Mariana Matos, da Casa do Azeite de Portugal, e contou com Mónica Ventosa, da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, com Rita Bassi, da associação Oliva Brasil, e com Teresa Perez, da Associação Interprofissional da Fileira Olivícola de Espanha. Foi debatida a evolução do mercado global, a importância da qualidade e da confiança do consumidor, e a estratégia que o sector deve adoptar conjuntamente, de forma a reforçar a posição do Azeite face a outras gorduras alimentares. O primeiro dia de trabalhos encerrou com o Painel “Azeite – Padrões de Consumo em Gastronomia e Turismo”. O Chef português José Avillez, recentemente galardoado com o prémio mundial “Grand Prix de l´Art de la Cuisine”, apresentou o trabalho desenvolvido no seu grupo empresarial, que compreende onze restaurantes, e falou da importância e do papel que o Azeite tem na sua cozinha. O Chef grego Vasilis Leonidou, também ele recentemente galardoado com o prémio “Best Executive Olive Oil Chef”, e Chef executivo do hotel cretense “Kapsaliana Village Hotel”, expôs o papel central que o Azeite tem no seu trabalho, e no próprio conceito do hotel cuja cozinha dirige, demonstrando as valias económicas que a paixão pelo Azeite pode potenciar. A mesa redonda dedicada a este painel foi moderada por Henrique Herculano, do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo, e integrou o jornalista português Edgardo

Pacheco, e os Chefs Avillez, Leonidou, e Leopoldo Calhau, também de Portugal. Foi amplamente debatida a diferença de perspectivas que pode existir entre diferentes Chefs no que concerne ao papel do Azeite na cozinha e na empresa, bem como a pertinência e importância da existência de uma “Carta de Azeites” como elemento de qualidade na restauração. Já a descrição dos Azeites que integram os pratos que constituem os Menus foi um tema que se revelou mais consensual, tendo a sua importância sido ilustrada a partir das experiências partilhadas pelos Chefs e pelo Edgardo Pacheco. O “World Olive Oil Summit” foi, no segundo dia, o palco escolhido para um debate promovido pela Confederação de Agricultores de Portugal, centrado na Política Agrícola Comum Europeia, e que contou com os Comissários Europeus Phil Hogan e Carlos Moedas, com o Ministro da Agricultura Português Capoulas Santos, e ainda com o Primeiro-Ministro Português, António Costa. Neste debate foi amplamente discutido a reforma da Política Agrícola Comum e, em particular, os cortes de financiamento propostos pela Comissão para vários Estados Membros, que poderiam, em alguns casos, ser complementados pela via orçamental de cada Estado. A preocupação do Estado Português foi transmitida pelo Primeiro-Ministro, tendo o Comissário Europeu Phil Hogan reafirmado que as negociações ainda estarão em curso, e que as preocupações transmitidas serão tidas em conta pela Comissão. O Comissário Carlos Moedas exaltou a importância da inovação na Agricultura, e assumiu o sector olivícola português como um exemplo a seguir a este nível. A sessão contou ainda com a apresentação do filme comemorativo dos 100 anos do Ministério da Agricultura português, pelo Ministro Luís Capoulas Santos. O último painel do “World Olive Oil Summit” tratou o tema da análise sensorial, e contou com a intervenção de abertura de Luis Mira, Secretário-Geral da Confederação de Agricultores de Portugal, de Choukri Bayoud, Presidente Director Geral do “Office Nationale de l´Huile” da Tunísia, e de Fernando Burgaz, Director de Industria Alimentar de Espanha, que apresentaram as respectivas estratégias nacionais. O painel “Análise Sensorial” contou com a

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apresentação de Juan Ramon Izquierdo, Chefe do Painel de Prova do Ministério da Agricultura de Espanha, e com a apresentação de Rafael Sanchez de Puerta, Presidente do sector Azeite de Cooperativas Agroalimentarias de España. Juan Ramon Izquierdo apresentou em linhas gerais os trâmites do “Panel Test”, e reafirmou a sua importância no controlo de práticas pouco claras na industria oleícola, e na defesa do sector e do consumidor. Rafael Sanchez de Puerta, por sua vez, reconheceu a importância do “Panel Test” como instrumento de controlo de qualidade, manifestando, no entanto, preocupação pela inconsistência de resultados por vezes verificada entre diferentes painéis de prova, bem como

pela insegurança jurídica que daí resulta na gestão de um negócio. O debate que se seguiu foi moderado por Francisco Pavão, da Confederação de Agricultores de Portugal, e integrou, para além dos dois oradores, Manuel Lima Ferreira, do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, de Portugal, e José Maria Penco – Asociacion Española de Municipios del Olivo. Nesta mesa foi discutido o paralelo entre a análise sensorial nos sectores do vinho e do Azeite, e foram analisadas e comentadas as duas apresentações realizadas. José Maria Penco apresentou ainda o Manifesto Espanhol em Defesa do “Panel Test”, documento cuja temática se enquadrou precisamente no tema em debate.

Os trabalhos foram encerrados pelo Presidente da Associação Portuguesa de Horticultura, José Alberto Pereira, pelo Presidente do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo, Gonçalo Morais Tristão, e pelo Presidente da Confederação de Agricultores de Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa. Organizado por uma Comissão constituída por entidades do sector oleícola português, nomeadamente CNEMA, CAP, CEPAAL, AOTAD, APPITAD, Casa do Azeite, APABI, AAR, e ainda as entidades do Ministério da Agricultura Português, GPP e INIAV, o inédito “World Olive Oil Summit” registou mais de 1200 congressistas, tendo constituído, pelo seu sucesso, um marco histórico no Sector Oleícola Mundial.



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2018 www.concursonacionaldeazeite.pt www.melhoresazeitesdeportugal.pt

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03 e 10 e 16

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O Concurso Nacional de Azeites de Portugal mantém a aposta nos produtores nacionais, constituindo a montra de excelência para os melhores azeites nacionais, ano após ano…! Organizado pelo CNEMA e pelo CEPAAL, no âmbito da Feira Nacional de Agricultura, o Concurso Nacional de Azeites de Portugal contou com um Painel de Provadores Oficial e exclusivo, que integrou profissionais de referência na análise sensorial de azeites virgens, tanto nacionais como estrangeiros. Pelo terceiro ano consecutivo, o Concurso recebeu o apoio institucional do Conselho Oleícola Internacional, conferindo ao Concurso Nacional de Azeites de Portugal rigor no cumprimento das normas estabelecidas pelo COI, para os prémios de qualidade de Azeite Virgem. A cerimónia de entrega de prémios decorreu em plena Feira Nacional de Agricultura e contou com a presença do Senhor Comissário Europeu para a Agricultura e Desenvolvimento Rural, Phil Hogan. 2018 marcou a décima segunda edição do CNAP, e uma vez mais se distinguiram os melhores entre os melhores Azeites de Portugal, que, como todos sabemos, são também dos melhores do mundo! Henrique Palma Herculano Director de Concurso


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Medalha Prestígio Oliveira da Serra Selecção Ouro [1] Elaia, S.A.

azeite Modo Produção Biológico Ouro

Herdade do Esporão Biológico [10] Esporão Azeites, Lda. Carm Grande Escolha [11] Celso Hernâni Gastalho Madeira Bronze Olmais Premium [12] Quinta dos Olmais, Lda. Prata

grandes lotes – PréMio Fna Rosmaninho Grand Selection [2] Coop. Olivicultores de Valpaços, C.R.L.

Melhor do Mercado Herdade do Esporão Biológico [3] Esporão Azeites, Lda. Pousio Premium [4] Casa Agrícola HMR, S.A.

azeite de trás-os-Montes doP 32

Ouro

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CARM Grande Escolha [5] Celso Hernâni Gastalho Madeira

azeites da Beira interior doP Ouro

Fio da Beira Praemium [6] Fio da Beira, Lda.

azeites do riBatejo doP Ouro 05

azeites do norte alentejano doP

Bell 500eml 11 e 31

21/02/2018

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Casa Anadia D.O.P. [7] Polistock, Lda.

Ouro

Herdade do Esporão Azeites Norte Alentejano D.O.P. [8] Esporão Azeites, Lda.

azeites do alentejo interior doP Ouro 27

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Ouro

Quinta da Pacheca Premium [13] Quinta da Pacheca, Lda. Herdade do Esporão Galega [14] Esporão Azeites, Lda. Bronze Olivais do Sul Gourmet [15] Olivais do Sul, S.A. Prata

azeite Frutado Verde suaVe Ouro

Herdade do Esporão Biológico [16] Esporão Azeites, Lda. Quinta da Romaneira [17] Soc.Agrícola da Romaneira, S.A. Prata Casa Anadia D.O.P. [18] Polistock, Lda. Fio da Beira Praemium [19] Fio da Beira, Lda. Bronze Pousio Premium [20] Casa Agrícola HMR, S.A. Quinta dos Murças [21] Esporão Produção Biológica, Lda.

azeite Frutado Verde Médio Ouro

Casa de Santo Amaro Prestige [22] Trás-os-Montes Prime, Lda. Quinta de Porrais [23] Sociedade Agrícola Quinta de Porrais Quinta Ataíde [24] Symington Family Estates Prata Ânfora Terras d´Azibo [25] Masaedo, Lda. Herdade Vale de Arca Premium [26] HVA, Lda. Quinta do Bispado [27] Filipe José Roboredo Madeira Bronze Acushla [28] Acushla S.A. Casa de Valpereiro [29] Soc. Agrícola Alberto Manso, Lda. Saloio [30] Sica, Lda.

azeite Frutado Verde intenso

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Relíquia da Vidigueira [9] Vidcavea, Lda.

azeite Frutado Maduro

Ouro

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Carm Grande Escolha [31] Celso Hernâni Gastalho Madeira Casa Afonso Borges “Primis” [32] Agrifiba, Lda. Oliveira da Serra Selecção Ouro [33] Elaia, S.A. Prata Olmais Premium [34] Quinta dos Olmais, Lda. Quinta Valle Madruga Premium [35] Erta, Lda. Rosmaninho Gourmet Cobrançosa [36] Coop. Olivicultores de Valpaços, C.R.L. Bronze Herdade do Sobrado [37] Fitagro, S.L. Pintas [38] Wine and Soul, Lda. Quinta de Santa Júlia [39] Eduardo Francisco da Costa Seixas

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INIAV

Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária Texto da responsabilidade do INIAV

O INIAV, I.P.

Nuno Boavida Canada Presidente do Conselho Diretivo

O Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P. (INIAV, I.P.) é o Laboratório de Estado, da área de competências da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, que, no âmbito da sua missão e atribuições, promove desenvolve atividades de investigação, experimentação e demonstração, nas áreas de produção animal e vegetal, floresta, agroindústrias, recursos genéticos e melhoramento, alimentação animal, saúde animal, sanidade vegetal, segurança alimentar, na linha das políticas públicas definidas para os respetivos setores. As atividades do INIAV, I.P., são diferentes e fundamentais ao país, nas seguintes áreas: Laboratório Internacional de Referência Pleuropneumonia Contagiosa Bovina. Laboratórios Nacionais de Referência: Saúde Animal; Segurança Alimentar; Conformidade de Fertilizantes; Sanidade Vegetal; Organismos Geneticamente Modificados.

Investigação Aplicada Ambiente e Recursos Naturais; Conservação e Valorização de Recursos Genéticos Animais e Vegetais; Sistemas Agrários: Produção e Sustentabilidade; Produção Florestal; Produção Animal; Produção Vegetal; Saúde Animal; Segurança Animal; Segurança Alimentar; Tecnologia Agroalimentar e Florestal. Recursos Genéticos Banco Português de Germoplasma Vegetal (BPGV); • Banco Português de Germoplasma Animal (BPGA); • Programas Nacionais de Melhoramento; salienta-se Programa de Melhoramento por Hibridação da Oliveira focado nas cultivares de maior difusão em Portugal (‘Galega Vulgar’ e ‘Cobrançosa’); • Coleções Nacionais de Referência: »» Coleção Portuguesa de Referência de Cultivares de Oliveira: engloba a diversidade intervarietal presente na instituição, material vegetal local identificado em ações de prospeção nas principais regiões olivícolas portuguesas e diversidade intravarietal em ‘Galega Vulgar’, ‘Cobrançosa’ e ‘Negrinha do Freixo’; Coleção Ampelográfica Nacional; e Coleções Nacionais de outras fruteiras. »» Coleção de Culturas de Microbiologia Industrial: Herbário, Sementes, Madeira e Cortiça, Fungos, Insetos, Ácaros... •

Formação Parcerias com Instituições de Ensino Superior: Programas de Mestrado e Doutoramento; Colaboração com Entidades Privadas: Atividade de I&D; Serviços de Extensão; Formação Técnica Especializada; Infraestruturas: Bibliotecas Técnico-Científica; Auditórios e Salas de Formação. Apoio Técnico / Transferência de Conhecimento Consultas e Recomendações Técnicas; Dias de Campo e Seminários Técnicos; Manuais Técnicos; Publicações Cientificas.

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Edifício sede do INIAV



Recursos genéticos na olivicultura Texto de António Manuel Cordeiro e Carla Sofia França Inês (INIAV, IP | Pólo de Elvas)

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As atuais variedades, são o resultado da interação entre a variabilidade genética em cada região, induzida pelo ecossistema, e os processos empíricos de seleção realizados pelos agricultores. A preservação dos melhores indivíduos foi sendo feita por multiplicação vegetativa (estacaria e enxertia) pois a oliveira é uma espécie heterozigótica. Nos países mediterrânicos o olival caracteriza-se pela existência de elevado número de variedades e dessas variedades só um número muito reduzido é cultivado em mais do que uma região. Estimase que o número de variedades em plena produção seja superior a 1000. Em Portugal as principais regiões olivícolas são: Alentejo, Trás-os-Montes, Beiras e Ribatejo. As variedades ‘Galega vulgar’ e ‘Cobrançosa’ têm uma importância nacional. Outras variedades têm uma importância regional; no Alentejo: a ‘Azeiteira’, a ‘Carrasquenha’, a ‘Cordovil de Serpa’ ou a ‘Verdeal de Alentejana’; em Trás -os-Montes: a ‘Madural’, a ‘Verdeal de Trás-osMontes’ ou a ‘Cordovil de Trás-os-Montes’; nas Beiras: a ‘Cornicabra’, a ‘Carrasquinha’ ou a

‘Cordovil de Castelo Branco’; e no Ribatejo: a ‘Lentisca’. As variedades locais têm uma difusão ainda mais restrita e normalmente não fazem parte de plantações olivícolas. Na olivicultura em Portugal a caracterização /identificação e a preservação/conservação através de coleções vivas é fundamental atendendo às modificações ocorridas nas últimas décadas: um aumento muito importante da área de plantação de novos olivais com variedades de outras regiões e o arranque de muitos olivais tradicionais de variedades locais. Em Junho de 2012 iniciou-se a plantação da Coleção Nacional de Referência de Variedades de Oliveira na Herdade do Reguengo do INIAV, IP. Pólo de Elvas no âmbito do projeto ProDer, ação 2.2.3.1, PA. 18659 com o objetivo de preservar a variabilidade genética existente nas regiões olivícolas portuguesas. A prospeção na região de Trás-os-Montes (projetos INTERREG e PIDDAC/ INIAP 153/00), incidiu nos Concelhos de Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Vila Flôr. Como resultado dessas prospeções foram marcadas e caraterizadas

57 ecótipos. Para as restantes regiões, e iniciado em 2012, está em curso um trabalho sistemático de prospeção (ProDer, ação 2.2.3.1, PA. 18659) nos principais concelhos com olival tradicional das Beiras, do Alentejo e do Ribatejo. Entre as denominações encontradas destacam-se, entre outras pela curiosidade, a Cordovil Moscatel, a Galega ginjinha, a Vermelhal, a Carrasquenha azuladinha ou a Cordovil branco. A preservação e a valorização dos recursos genéticos nacionais nesta espécie têm assim uma enorme importância. A caracterização/ identificação da biodiversidade é a etapa fundamental para o estabelecimento de coleções vivas de referência, locais onde as oliveiras são mantidas em boas condições culturais. O estudo sistemático da variabilidade intervarietal em coleção é outra etapa importante para o conhecimento do comportamento agronómico, sanitário e tecnológico com o objetivo de recomendar o aumento da área de plantação dessas variedades e/ou a sua utilização como progenitores em Programas de Melhoramento Genético.



© Giorgio Giorgi

Colheita da azeitona Uma das operações culturais de maior importância na olivicultura Texto de António Manuel Cordeiro e Carla Sofia França Inês (INIAV, IP | Pólo de Elvas)

Colheita mecanizada com máquina cavalgante

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A colheita da azeitona é uma das operações culturais de maior importância na olivicultura. O momento de realização da colheita e o método utilizado condicionam a qualidade e a quantidade de azeitona colhida, os custos da produção e a produção do ano seguinte. O azeite surge no parênquima da polpa dos frutos em finais de Julho, aumentando exponencialmente até meados de Setembro. A partir dessa data, o acréscimo de gordura acumulada reduz-se de forma gradual até praticamente se anular em Novembro / Dezembro quando finaliza a maturação da azeitona, aproximadamente 29 semanas após a plena floração. Entenda-se que o período de maturação é o intervalo de tempo desde o surgimento de manchas de cor violácea na epiderme das azeitonas até à coloração definitiva característica da cultivar. Uma característica que pode indiciar a evolução da maturação é variação da cor. A maturação varia fundamentalmente com a cultivar. Entre as cultivares portuguesas com maturação temporã destacam-se: ‘Azeiteira’, ‘Blanqueta de Elvas’, ‘Cordovil de Elvas’, ‘Gama’ e ‘Redondil’. Com maturação média: ‘Cobrançosa’, ‘Cordovil de Serpa’, ‘Galego

Variação de cor

Grado de Serpa’ e ‘Galega vulgar’. Com maturação serôdia: ‘Carrasquenha’, ‘Galego de Évora’, ‘Redondal’ e ‘Verdeal Alentejana’. Entre as cultivares estrangeiras cultivadas em Portugal, ‘Arbequina’ apresenta uma maturação temporã e a ‘Picual’ uma maturação média. A escolha da data / período de colheita da azeitona influi também direta e indiretamente nas características do azeite produzido pois as características organolépticas do fruto alteram-se à medida que a colheita se atrasa. Os azeites extraídos no início da maturação da azeitona são azeites mais frutados e aromáticos, tão apreciados no mercado internacional, enquanto os azeites de final de campanha, são mais doces. Importante também realçar que quanto mais tarde se realizar a colheita, maiores probabilidades haverá das azeitonas ficarem sujeitas ao efeito da geada e que afeta a qualidade do azeite. O método mais tradicional de colheita da azeitona é o varejamento. Os elevados custos e a falta de mão-de-obra disponível nas zonas

Colheita da azeitona com vibrador de troncos complementada com varejamento manual

rurais obrigaram os olivicultores à mecanização desta operação cultural, por exemplo com vibradores de tronco. A resistência ao desprendimento condiciona a queda natural dos frutos e a eficácia dos equipamentos de colheita, seja manual ou mecanizada. A resistência ao desprendimento, que tem uma forte componente varietal, diminui durante o período de maturação. A tradição em cada região ainda condiciona o comportamento dos olivicultores. No entanto, a colheita deve ser determinada em função da cultivar presente no olival, o aspeto sanitário da azeitona e pelas características dos azeites. Nos olivais conduzidos em sebe – olivais superintensivos devido às elevadas produções que se obtêm os frutos não desenvolvem a sua coloração característica. Nestes casos o momento de realização da colheita está associado com a quantidade de gordura acumulada na polpa da azeitona. Nestes olivais a colheita é mecanizada e os equipamentos utilizados são máquinas cavalgantes.


O Acushla nasce na Quinta do Prado, em Trás-os-Montes. Extraído de variedades de oliveiras típicas da região, cobrançosa, madural, verdeal e cordovil, o Acushla destaca-se pela qualidade de excelência e um design único. Mais do que um azeite, o Acushla pretende ser uma inspiração para quem é exigente, conhecedor e prefere a melhor qualidade e a pureza dos sabores únicos. Mais do que um azeite, Acushla é paixão!


© LQARS / INIAV

A análise foliar no olival Texto de Pedro Jordão, M.ª Encarnação Marcelo e Fátima Calouro (INIAV, I.P./UEIS-SAFSV/LQARS)

Olival intensivo regado

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A técnica de análise foliar como meio de diagnóstico do estado de nutrição das culturas é, atualmente, largamente utilizada, fundamentando-se a sua utilização nos seguintes princípios: a) é na folha que têm lugar os principais fenómenos metabólicos; b) a variação no fornecimento de nutrientes reflete-se na composição da folha; c) essas variações são mais pronunciadas em determinadas fases de desenvolvimento; d) as concentrações de nutrientes na folha em períodos específicos do desenvolvimento estão relacionadas com o crescimento vegetativo, a produtividade e a qualidade da produção. O conhecimento da composição mineral das folhas permite identificar desequilíbrios nutritivos, tornando assim possível conhecer a necessidade em nutrientes e otimizar a fertilização das culturas. Por outro lado, a composição mineral das folhas é influenciada por fatores como a cultivar, o porta-enxerto, o estado de desenvolvi-

mento da planta e da folha, a distribuição do seu sistema radicular e atividade do mesmo, o nível de produção, as condições climáticas, a disponibilidade de água e de nutrientes no solo e as práticas culturais, nomeadamente a poda, a rega, os tratamentos fitossanitários e a fertilização. É importante definir as condições de amostragem, selecionando o tipo de folha e a fase de desenvolvimento fisiológico. Os primeiros trabalhos realizados na cultura da oliveira apontavam para a época do repouso invernal (Bouat et al. 1953) e, mais tarde, para julho (Beutel et al., 1978; Freeman et al., 1994), mês que na maior parte das situações corresponderia ao repouso estival e que, no geral, coincide com a fase de endurecimento do caroço. Um dos critérios que terá sido determinante para a utilização destas foi o de alguma estabilidade na concentração dos nutrientes nas folhas, especialmente no repouso invernal. A adoção de um programa de fertilização que utilize os

resultados analíticos obtidos nas duas épocas de repouso referidas foi defendida por Monpezat et al. (1996). No que respeita ao tipo de folha, a seleção no terço médio ou metade inferior dos lançamentos da última primavera de folhas completamente desenvolvidas, é a norma adotada. Na amostragem correspondente ao endurecimento do caroço, período mais utilizado, as folhas a colher terão quatro a cinco meses de idade. Estudos efetuados em Portugal com o objetivo de estabelecer valores de referência em duas das nossas mais importantes cultivares (Galega e Cobrançosa) permitiram a sua obtenção nas duas épocas atrás referidas (Marcelo et al., 2014). Definidos os valores de referência, e face a um boletim analítico com os resultados da composição foliar de um dado olival, a classificação desta é efetuada, para cada nutriente, segundo três níveis: insuficiente, normal e elevado. Porém, é de ter presente que qualquer recomendação



© LQARS / INIAV

Colheita de amostras de folhas

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de fertilização deve ter em consideração não só os resultados da análise foliar, mas também dos da análise de terra, bem como de informação sobre as características do olival, práticas culturais efetuadas e sua produção. Nesta apreciação não deve ser esquecida, nos olivais regados, a qualidade da água utilizada. Algumas das suas características, se não cor-

rigidas, podem, por exemplo, diminuir a sua eficácia, nomeadamente por entupimento dos gotejadores. Acontece que, frequentemente, grande parte daquela informação é desconhecida ou ignorada. Assim, por exemplo, um teor foliar de azoto e de potássio num nível adequado pode sugerir que a sua aplicação é dispensável no ano seguinte ou, pelo con-

trário, recomendar a sua aplicação caso o olival onde foram colhidas as folhas se encontrasse com uma reduzida ou nula produção. A ausência desta, e por isso de um importante órgão de consumo (a azeitona é rica em potássio e em azoto), permite que estes nutrientes se venham acumular nas folhas. De igual modo, baixos teores de potássio nas folhas podem recomendar, caso o solo seja rico no mesmo, a sua não aplicação ao solo, aconselhando em olivais de sequeiro o fornecimento de água ou a aplicação daquele nutriente por via foliar. Uma baixa concentração de cálcio e de magnésio foliar pode recomendar a aplicação destes nutrientes ou, por outro lado, se o olival estiver instalado num solo rico naqueles nutrientes, sugerir a eventual presença de outros distúrbios (doenças radiculares e ou carência de boro, por exemplo) que, condicionando a formação e ou o crescimento das raízes, impedem uma adequada absorção. Em olivais regados, a disponibilidade de água pode contribuir para a redução dos períodos de repouso, nomeadamente estival, permitindo, através da fertirrega, o fornecimento nas épocas adequadas dos nutrientes efetivamente necessários. Por outro lado, as características da água de rega podem dispensar o recurso, nem que seja parcial, de fertilizantes, pois muitas vezes não é negligenciável os nutrientes que ela contém, como por exemplo o azoto sob a forma de nitratos, ou aqueles que são veiculados nos corretivos de algumas características desfavoráveis daquela, como sejam o ácido nítrico ou o ácido fosfórico, fontes, respetivamente, de azoto e fósforo. Para as produções de azeitona que hoje em dia é possível alcançar (20 t/ha), com rendimentos em gordura na casa dos 20% (matéria original), a nutrição, a par das restantes fitotecnias, assume um papel de relevo. O desafio começa no estabelecimento das épocas mais indicadas para proceder à avaliação do estado de nutrição destes olivais, ao longo do ciclo. O desconhecimento da dinâmica dos nutrientes nos novos olivais regados, bem como das suas necessidades, sublinha a urgência em gerar conhecimento que permita estabelecer as dotações de rega e das fertilizações mais adequadas, evitando perdas/gastos desnecessários de água e de nutrientes.


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XYLELLA FASTIDIOSA

SINTOMAS ! ! ! !

INFORMAÇÃO SOBRE A BACTÉRIA E SEUS VECTORES

!

Informação da responsabilidade de Clara Serra (DGAV – DIFMPV) e Cláudia Sá (DGAV – DSSV)

!

O QUE É?

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Marmoreado Clorose entre nervuras Murchidão Queimaduras foliares (zona marginal e apical das folhas) Declínio rápido (de oliveiras envelhecidas) Morte de alguns ramos (até à totalidade da planta)

Xylella fastidiosa é uma bactéria que infecta as plantas pertencentes a uma vasta lista de espécies botânicas bloqueando os seus vasos xilémicos. Esta característica dificulta a absorção de água e nutrientes e, consequentemente, conduz ao aparecimento de sintomas semelhantes a stress hídrico. Os sintomas variam em função do hospedeiro. Desde a infecção até aparecimento dos sintomas pode variar entre meses a vários anos dependendo do hospedeiro, das condições climáticas favoráveis e dos vectores presentes. Em determinadas condições, a infecção pode ser assintomática.

2

NÃO EXISTE TRATAMENTO EFICAZ CONTRA ESTA BACTÉRIA NA UE MILHARES DE PLANTAS AFECTADAS JÁ FORAM DESTRUÍDAS

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QUAIS AS PLANTAS HOSPEDEIRAS?

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Cerca de 200 espécies e 36 géneros de plantas hospedeiras, destacando-se: I – Culturas Importantes Oliveira, Amendoeira, Cerejeira, Citrinos, Videira, Quercus. II – Diversas ornamentais herbáceas, arbustos e árvores, tais como: Nerium oleander, Polygalla myrtipholia, Spartium junceum, Platanus, Lavandula dentata, etc.

Imagem 1 e 3 © Donato Boscia, Istituto di Virologia Vegetale del CNR, UOS di Bari (IT); Franco Nigro, Di.S.S.P.A., Università degli Studi di Bari (IT); Antonio Guario, Plant Protection Service, Regione Puglia (IT); Imagem 2 © EPPO.


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Xylella fastidiosa apresenta quatro variantes que afectam diferentes espécies de plantas na América do Norte, na América do Sul, na Europa e na Ásia.

FOCOS DETETADOS NA EUROPA Itália: em 2013, na região de Apúlia, a variante X. fastidiosa subsp. pauca devastou uma extensa área de olival e afectou diversas ornamentais. Recentemente esta zona demarcada foi ampliada. França: em 2015, nas regiões da Córsega e Nice, a variante X. fastidiosa subsp. multiplex foi detectada em Polygala myrtifolia, entre outras ornamentais. Mais recentemente foi tambem identificada a variante Xylella fastidiosa subsp. pauca. Alemanha: em 2016, no estado da Saxónia, a variante X. fastidiosa subsp. fastidiosa foi detectada em Nerium oleander. Este foco foi dado como erradicado em março de 2018. Espanha: em 2016, nas Ilhas Baleares, foi detectada a variante X. fastidiosa subsp. multiplex. Já em 2017 foi detectada na Comunidade Valenciana, em Prunus dulcis, representando o primeiro foco da bactéria no território da Península Ibérica. Em 2018 foi detetada a mesma variante na região de Madrid em oliveira e um foco na região da Andaluzia em Polygala myrtifolia.

A PREvENÇÃO É FUNdAMENTAl pARA EVITAR A INTROdUÇÃO NO NOSSO TERRITóRIO. A DETECÇÃO PRECOCE É dETERMINANTE pARA O SUCESSO dA ERRAdICAÇÃO dE QUAlQUER FOCO QUE OCORRA EM pORTUGAl. Vigie as suas plantas e sempre que detectar uma suspeita isole as plantas e contacte a Direção Regional de Agricultura e Pescas ou o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas da sua Região ou a DGAV_DSSV_DIFMPV. A DGAV mantém disponível mais informações em: http://www.dgv.min-agricultura.pt

Presente Transitório Imagem 4. Distribuição Xylella fastidiosa. Fonte: EPPO, 2015

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TRANSMISSÃO E DISPERSÃO A infecção por Xylella fastidiosa propaga-se através da enxertia de plantas contaminadas ou de forma natural, de umas plantas para outras, através de insectos vectores contaminados pertencentes à ordem Hemiptera, principalmente cicadelídeos, afroforídeos e cercopídeos. A especificidade entre a bactéria e o vector é baixa, pelo que praticamente qualquer espécie de insecto que se alimenta no xilema pode ser considerada um vector potencial. Estes vectores, em princípio só actuam como transmissores da bactéria a curta distância (a sua capacidade de voo é de cerca de 100 m), mas podem alcançar grandes distâncias pela acção do vento. A principal via de dispersão da bactéria a longas distâncias é feita através do comércio de plantas infectadas. No entanto, é considerada como uma via potencial a entrada de insectos vectores infectados, transportados em material vegetal. A transmissão da bactéria é feita de forma persistente (é necessário um tempo de exposição do insecto à bactéria para que consiga adquiri-la e persista no seu corpo), e não requer um período de latência (após aquisição, transmite imediatamente). A bactéria é adquirida durante a alimentação das ninfas e dos adultos em plantas contaminadas e, por sua vez irá ser transmitida aquando da alimentação em plantas sãs. A bactéria não se transmite aos ovos e não persiste entre estados ninfais (com a muda, a bactéria é eliminada). P. spumarius foi observado em Lecce durante o Inverno na forma de adulto, o que indicia a sobrevivência da bactéria no insecto de uns anos para os outros. Em regiões onde os vectores passam o Inverno na fase de ovo, a geração emergente no ano seguinte estará limpa da bactéria.

Estratégia principal para rEdução dos nívEis populacionais dE vEctorEs através dE: Controlo com produtos contra os vectores Redução infestantes em redor dos olivais 80

Imagem 5. Ciclo biológico (adaptado de Mariano et al., 2007) Figura 4. Ciclo biológico (adaptado de Mariano et al., 2007)

Philaenus sPumarius

Vector disseminador da X. fastidiosa 6

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Imagem 6 e 7. Produção de espuma e ninfa de Philaenus spumarius. Imagem 8. exemplar de Philaenus spumarius © DGAV.

Em Lecce (Itália), foi identificada a espécie Philaenus spumarius (Aphrophoridae) como vector eficiente. Este vector está presente no nosso país e na orla mediterrânica. É um insecto com um elevado polimorfismo (cor e padrão de manchas muito variável entre indivíduos da mesma espécie), polífago (elevado número de hospedeiros) e é comum nos olivais. Em Espanha foram identificados vectores infectados Philaenus spumarius Neophilaenus campestris.



MEDIDAS PREVENTIVAS Xylella fastidiosa é uma bactéria de quarentena e dada a sua perigosidade e detecção na Europa foi publicada legislação comunitária que estabelece medidas de emergência para o seu controlo. Considera-se que o risco de introdução no nosso país é elevado, tendo em conta a importação e circulação na União Europeia de material de propagação proveniente de diversas regiões, e as frequentes infecções latentes (assintomáticas), as quais dificultam a detecção da bactéria. A erradicação desta bactéria, pelas características que apresenta, torna-se difícil, pelo que a melhor estratégia é a prevenção. A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) elaborou um Plano de Contingência onde se detalham as medidas em vigor.

está estabelecida, por lei, a obrigação de qualquer pessoa que saiba ou suspeite da presença de Xylella fastidiosa no nosso país, dar conhecimento deste facto aos serviços oficiais.

Ações de prospecção Prospecção de locais de maior risco: viveiros e outros locais de comercialização de plantas; locais de entrada de produtos vegetais; mercados locais; plantações recentes ou replantações (inferiores a 5 anos); plantações de olival e amendoal antigas (> 20 anos) ou abandonadas; áreas urbanas (jardins, parques e separadores de vias de comunicação).

Medidas em caso de suspeita Recolha de informação quanto à origem das plantas com sintomas suspeitos e aos movimentos de materiais na zona e destruição preventiva no local (pelo fogo ou por trituração) do material de poda suspeito. Zona suspeita: destruição das plantas suspeitas ou tratamento insecticida, dependendo do número de plantas envolvidas. Faixa de 100 m em redor: prospecção intensa dos vegetais (listados no Plano de Contingência) com colheita de amostras de plantas com sintomas imobilizando as plantas amostradas até obtenção de resultados laboratoriais; no caso da suspeita de foco ser num viveiro ou garden centre, notificação de proibição do movimento das plantas (listados no Plano de Contingência) até confirmação laboratorial; colocação de armadilhas; eliminação preventiva de infestantes. Zona tampão de pelo menos 5 km: levantamento dos viveiros, garden centers, campos de produção das espécies hospedeiras suspeitas de estarem contaminadas.

Normas para a circulação de material vegetal na UE: • Obrigatória a recepção e/ou expedição das plantas da “lista da Comissão”

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com passaporte fitossanitário seja qual for a sua origem; • Obrigatória a comunicação da aquisição de plantas hospedeiras oriundas de zonas demarcadas. • Obrigatória a testagem nos locais de produção das espécies: Coffea, Nerum oleander, Polygalla myrtifolia, Lavandula dentata, Olea europea e Prunus dulcis antes da sua expedição.

ENTIDADES ENVolVIDAS no plano de contingência nacional Coordenação: DGAV; Acções de prospecção: DGAV, DRAPs, DRAs, ICNF e organizações de agricultores; Acções de controlo da implementação de medidas de protecção fitossanitária: DGAV, DRAPs, DRAs, ICNF; Acções de formação: DGAV e INIAV; Informação e sensibilização: DGAV, DRAPs, DRAs, ICNF, INIAV e agentes do sector.

CoMPETêNCIAS DA DGAV no plano de contingência nacional Compete à DGAV, tendo em conta as suas atribuições como Autoridade Fitossanitária Nacional: • A definição dos procedimentos e acções a desenvolver; • Tomada de decisão no controlo da praga; • Coordenação da execução do plano de contingência. Contactos da DGAV Tel.: 213 613 285 / E-mail: difmpv@dgav.pt





O Azeite: Ensino, investigação e prestação de serviços no ISA Texto da responsabilidade do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa

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O Instituto Superior de Agronomia (ISA), situado em Lisboa, na Tapada da Ajuda – Parque Botânico e Ambiental com cerca de 100 ha, é a Escola de referência no ensino de graduação e pós-graduação em Ciências Agrárias, em Portugal. A qualidade do ensino e da investigação desenvolvidos no ISA é reconhecida tanto a nível nacional como internacional. Desde 2013, o ISA integra a Universidade de Lisboa (ULisboa), após a fusão da Universidade Técnica de Lisboa, da qual fazia parte desde a sua formação em 1930, com a Universidade de Lisboa. Com cerca de 1500 alunos nos 3 ciclos de ensino (licenciatura, mestrado e doutoramento), conta com um corpo docente constituído por 121 docentes de carreira e 18 docentes convidados, e cerca de 30 investigadores. Com mais de 160 anos de experiência, o ISA tem a preocupação constante de oferecer um ensino de elevada qualidade, adaptado à evolução tecnológica e científica e à realidade Portuguesa, de modo a contribuir para o desenvolvimento sustentável e a competitividade do País. A oferta formativa é feita no domínio das Engenharias Agronómica, Alimentar, Zootécnica, Florestal, do Ambiente e ainda da Arquitectura Paisagista e da Biologia, a nível de cursos de licenciatura (1º ciclo), mestrado (2º ciclo) e doutoramento (3º ciclo). Dada a extrema importância que o sector do azeite representa para a economia do País, é-lhe dado especial atenção na Licenciatura

em Engenharia Alimentar, na unidade curricular de Tecnologia Alimentar, onde há um módulo dedicado ao azeite, e no Curso de Mestrado em Engenharia Alimentar, na unidade curricular de Tecnologia de Óleos e Gorduras. Nessas unidades curriculares, são ministrados conhecimentos sobre as tecnologias de extracção de azeite e os cuidados a ter em cada uma das operações para se obter um azeite virgem extra de elevada qualidade, desde a colheita da azeitona até ao seu consumo. Os alunos aprendem a determinar laboratorialmente e a interpretar os valores dos parâmetros de qualidade e de pureza e a classificar comercialmente o azeite com base nos requisitos legais. As aulas laboratoriais e de análise sensorial do azeite são fortemente apoiadas pelo Laboratório de Estudos Técnicos (LET) do ISA. No campo da investigação, são de salientar os trabalhos desenvolvidos no âmbito da Linha Temática “Cadeia de Valor Azeite e Azeitona de Mesa”, do Centro de Investigação em Agronomia, Alimentos, Ambiente e Paisagem (LEAF – Linking Landscape, Environment, Agriculture and Food). Os projectos de investigação do LEAF dedicados ao azeite centram-se fundamentalmente (i) sobre a tecnologia do azeite, de adição de adjuvantes tecnológicos com o objectivo de aumentar o rendimento da extracção de azeite de qualidade, (ii) de caracterização química e

sensorial de azeites monovarietais extraídos de azeitonas colhidas em diferentes estados de maturação, provenientes de olivais em diferentes modos de produção, (iii) de caracterização enzimática ao longo da maturação e (iv) estratégias para obtenção de azeite virgem extra em resposta a agentes causais da gafa da oliveira, através da modelação da severidade da doença em função de fatores patológicos, ambientais e agroecológicos. Não menos importante são os trabalhos de investigação dedicados à obtenção de produtos funcionais, inovadores e de elevado valor acrescentado, em que o azeite é o componente maioritário, nomeadamente: (i) gorduras de baixo valor calórico destinadas a combater a obesidade e também para pessoas com problemas pancreáticos e de absorção de lípidos, (ii) sucedâneos de gordura de leite humano, de elevada digestibilidade, para incorporar em fórmulas para lactentes e em especial para prematuros, e (iii) misturas de gorduras ricas em azeite com propriedades físicas adequadas à sua incorporação em margarinas e cremes para barrar. Estes produtos são obtidos sem recorrer a catalisadores químicos nem solventes orgânicos, utilizando enzimas, pelo que podem ser rotulados de “produtos naturais”. O desenvolvimento das teses de Mestrado e de Doutoramento na área do azeite é frequentemente suportado por estes projectos de investigação.



QUALIFICA / oriGIn Portugal Defesa e valorização das IGs

Texto da Eng.ª Ana Soeiro (Diretora Executiva da Qualifica/oriGIn Portugal)

Ana Soeiro Diretora Executiva da Qualifica/oriGIn Portugal

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A QUALIFICA / oriGIn Portugal tem vindo a acompanhar, de muito perto, todas as acções de defesa e de valorização das IGs, a nível mundial. Com a recente criação da antena do oriGIn em Bruxelas tem vindo a ser mais fácil: a) acompanhar as negociações dos grandes acordos internacionais em que a UE está envolvida: China, Japão, México, Mercosul, Austrália, Nova Zelândia… E se a lista dos produtos portugueses é sempre ínfima e de grande opacidade, o pior é não se conseguir saber quem determina quais os nomes dos produtos incluídos e quais as razões pelas quais está o produto A e não está o produto B! Seguramente que os que lá estão não nos incomodam! O que nos incomoda são os que não estão e deveriam estar até para proteger as exportações actuais e, sobretudo, as possíveis num futuro próximo. b) acompanhar o que se passa em matéria de revisão da PAC e, naturalmente, das propostas feitas pela Comissão em termos de alterações do Regulamento 1151/2012 – regimes de qualidade para os produtos agrícolas e agro-alimentares em geral e Reg. 1308/2013 o qual inclui o regime DOP e IGP para os vinhos. E como nem tudo nos agrada, já estamos a fazer propostas alternativas que melhor sirvam os interesses dos produtores de Produtos como DOP e com IGP. E o Parlamento Europeu será, decerto, uma aliado importante nestas propostas de melhoria. c) acompanhar a futura adesão da EU ao Acordo de Lisboa, alterado pelo Acto de Genebra. Esta adesão trará um enorme impulso e peso político ao Acordo de Lisboa – o que permitira efectuar o registo de DOPs e de IGPs em muitos países não europeus, facilitando o comércio internacional mas também obrigará a Europa a repensar a sua posição em termos de protecção das IGs dos produtos não alimentares (couros, vidros, cutelarias, bordados, pedras ornamentais, utensílios de madeira, mantas e tantos mais produtos com relevância cultural e económica e que se estão a perder se nada se fizer para os valorizar. E, como sempre, proteger as suas Indicações Geográficas e fixar-lhes padrões qualitativos é a melhor aposta e o maior apoio que pode ser dado aos seus produtores. d) acompanhar o que os outros membros do oriGIn fazem em prol das suas IGs. E é muito já que na maior parte dos casos contam com o apoio efectivo dos departamentos da administração pública que, como devem, os apoiam e lhes

facilitam o caminho árduo. Claro que assim se nota muito mais a diferença para Portugal e para o desapoio que é dado a este sector. e) acompanhar o que fazem os outros Estados membros em matéria de alteração do regime de controlo sobre as DOP e IGP. Por cá ninguém fala do assunto, mas o que é facto é que o Regulamento 625/2017 sobre os controlos oficiais e cujas disposições relevantes para este assunto entram em vigor dentro de 1 ano (14.12.2019) e altera e muito todo o “modus faciendi” dos controlos: Desde logo, impõe maiores regras às “autoridades competentes” em termos de lhes ser exigida competência efectiva, procedimentos claros e maior transparência na actuação; E depois porque permite que estas “autoridades” possam delegar tarefas de controlo em organismos de inspecção, acreditado pela Norma EN ISO/IEC 17020. Espera-se que acabem, assim, as confusões com as “certificações” que só vieram trazer confusão e preços mais altos, sempre a expensas dos produtores; E, por outro lado, a delegação de competências de controlo oficial pode ser feita numa ou mais pessoas singulares; Logo, a regra comunitária implica bom senso, eficácia e custos de controlo mais baixos. Resta ver como se passarão as coisas em Portugal! f) e porque tanto assunto tem que ser conhecido dos produtores, a QUALIFICA/oriGIn Portugal tem vindo a publicar pequenos textos de apoio, que podem ser descarregados no site https://qualificaportugal.pt/publicacoes/textos-tecnicos/ g) e ainda arranjamos tempo para organizar 32 concursos de Produtos Tradicionais Portugueses (em parceria com o CNEMA), 1 concurso internacional (Great Taste Award, em parceria com a Consumer Choice), para desenvolver critérios sólidos para qualificar os genuínos produtos tradicionais e para desenvolver em parceria com um membro da Qualifica a app ptpt.pt (já parcialmente disponível em http://ptpt.pt/). Complementarmente, e ainda que com pouco ou nenhum êxito!, a QUALIFICA / oriGIn Portugal manteve a sua posição pró-activa ao oferecer colaboração ao Ministério da Agricultura e a outros, designadamente em matéria de formação profissional e capacitação dos técnicos e inspectores que tão pouco conhecem destes assuntos tão importantes senão mesmo vitais para o Desenvolvimento Rural e para a sustentabilidade de muitas regiões de Portugal.



Valorização do azeite como potencial nutracêutico Texto das investigadoras Ana Barros e Irene Gouvinhas (UTAD)

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O azeite é um alimento que para além das suas características organoléticas apreciadas em grande escala pelos consumidores, possui, na sua constituição, uma grande fonte de fitoquímicos bioativos. Este facto, associa a sua ingestão a um menor risco de os consumidores contraírem diversas condições patológicas relacionadas com o stress oxidativo, como o cancro, doenças cardiovasculares e inflamações. Estes efeitos benéficos na saúde humana têm sido atribuídos principalmente aos compostos fenólicos presentes nesta planta. Por esse motivo, a única alegação de saúde autorizada pela EFSA (Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar) para o azeite extra-virgem estabelece que “um consumo diário de 20 g desse azeite proporciona os efeitos benéficos esperados” unicamente se este azeite contiver “5 mg de hidroxitirosol e seus derivados (por exemplo, complexo de oleuropeína e tirosol)”(Painel da EFSA sobre Produtos Dietéticos, Nutrição e Alergias, 2011). Tendo isto em consideração, a investigação que está a ser levada a cabo pela aluna de Licenciatura em Ciência Alimentar Maria Círiaco, orientada pelas investigadoras Irene Gouvinhas e Ana Barros do Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológi-

cas (CITAB) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em parceria com a investigadora Teresa Carvalho do INIAV, consiste na identificação e quantificação do composto hidroxitirosol presente em azeites de três cultivares com grande impacto socioeconómico a nível Nacional (Cobrançosa, Galega e Picual) em diferentes estados de maturação. Com este trabalho, pretende-se não só verificar se estes azeites podem vir a ser considerados nutracêuticos (seguindo a diretriz da EFSA), mas também produzir quantidades apropriadas de derivados de hidroxitirosol a fim de enriquecer azeites comerciais que proporcionem desta forma efeitos benéficos para a saúde humana. Esta investigação, ainda a decorrer, tem revelado resultados promissores, visto que as investigadoras conseguem provar que é possível valorizar um azeite simples num alimento funcional. De forma a corroborar a importância deste resultado, a atividade antioxidante dos azeites foi determinada por diversos métodos, assim como outros parâmetros químicos, demonstrando ser possível a transformação deste num alimento funcional de acordo com a alegação da EFSA.

UTAD A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) nasceu em 1986, mas o seu historial comporta a herança do “Instituto Politécnico de Vila Real”, criado em 1973. Foi a primeira Instituição de Ensino Superior do Interior Norte, desde sempre comprometida com a cidade de Vila Real e com toda a Região, envolvendo-se intensamente no seu desenvolvimento. Orientada inicialmente para as ciências agrárias, alargou os seus campos de trabalho a outras áreas, sendo hoje reconhecida como um importante ponto de referência no sistema universitário português. Está organizada institucionalmente por Escolas, quatro de natureza universitária e uma de natureza politécnica, e por seis Centros de Investigação, em diversas áreas de saber, que integram um corpo docente e investigadores altamente qualificados. O Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), que conta com 285 investigadores, tem uma atividade científica elevada, tendo desenvolvido vários projetos em olivicultura e azeite. Mais informação em https://www.utad.pt/



Escola Superior Agrária do IP Bragança Ensino, investigação científica e apoio à comunidade no âmbito da fileira Oleícola Texto da responsabilidade da ESA/IPB

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A Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança (ESA/IPB) é uma das cinco unidades orgânicas do IPB, em funcionamento desde o ano lectivo 1986/87. A ESA tem como missão o ensino, a investigação e o apoio à comunidade. A ESA/IPB tem em funcionamento sete cursos de licenciatura: Engenharias (Agronómica, Alimentar, Ambiente, Zootécnica), Biologia e Biotecnologia, Fitofarmácia e PAM`s e Enfermagem Veterinária e oito cursos de mestrado: Agroecologia, Qualidade e Segurança Alimentar, Gestão de Recursos Florestais, Tecnologias da Ciência Animal, Engenharia Biotecnológica, Agricultura Tropical, Tecnologia Ambiental; Farmácia e Química de Produtos Naturais. Informação mais detalhada pode ser consultada em: http://www.esa.ipb.pt/ A investigação científica e o apoio à comunidade foram sempre uma política central no desenvolvimento da Escola. Como resultado dessa política, nos últimos 5 anos, a ESA participou em mais de 70 projectos de investigação, além da cooperação com diferentes instituições, em apoio técnico/estudos, apoio laboratorial e serviços ao exterior. No sentido de dar resposta às necessidades em investigação e desenvolvimento tecnológico foi criado na ESA/IPB o Centro de Investigação de Montanha (CIMO) financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

Olival com cobertura vegetal semeada

No âmbito da fileira oleícola, a ESA/IPB tem desenvolvido inúmeras ações ligadas ao ensino, investigação e apoio à comunidade. Ao nível do ensino, a ESA/IPB em parceria com o ISA-UL lecionaram o Curso de Mestrado em Olivicultura, Azeite e Azeitona de Mesa, primeiro curso de Mestrado do sector em Portugal, e tem colaborado na lecionação destes temas em cursos de Doutoramento e Mestrado a nível nacional e internacional. Mais recentemente foram lecionados os “Curso Avançado de Olivicultura” e “Curso Avançado de Azeite e Azeitona”. Foram concluídas mais de 30 dissertações de mestrado e doze teses de doutoramento, por docentes ou estudantes da ESA/IPB. A atividade científica da ESA/IPB na fileira oleícola tem vindo a aumentar significativamente, pela qualificação do corpo docente, pela melhoria dos meios materiais e pela participação dos docentes em projetos e redes de investigação mais vastas. Nesta área, atualmente, a ESA/IPB tem em curso vários projetos de investigação e desenvolvimento, sendo de destacar os programas: H2020, PTDC (FCT), PDR 2020, POCTEP e Conselho Oleícola Internacional, projetos que cobrem a fileira:

Azeitona de mesa

Gestão da fertilidade do solo e da nutrição mineral das árvores: Área em atividade desde finais da década de 1990, tem estudado: as diferentes modalidades de coberto vegetal, natural ou semeado, e sua influência ao nível ao nível dos ciclos de nutrientes e proteção do solo contra a erosão; os principais problemas nutricionais do olival; as técnicas culturais para mitigar a safra e contrassafra da oliveira. Mecanização da colheita: Tema estudado pela ESA nos últimos 20 anos em vários projetos, focando-se inicialmente nos sistemas de colheita para olivais tradicionais, a que se seguiram trabalhos dedicados a olivais intensivos e mais recentemente aos olivais de alta densidade. Proteção da oliveira: Linha de trabalho com mais de 20 anos em que se tem dedicado a: estudo da bioecologia das principais pragas e doenças da cultura; avaliação dos prejuízos, a definição de níveis económicos de ataque e a realização de ensaios de luta biotécnica e biológica; identificação de agentes de limitação natural (predadores, parasitoides, fungos e bactérias) com vista à


Selecção de Marcas

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NORTE • Casa Remondes

Fado em restaurante Português

NORTE • Cooperativa de Olivicultores de Valpaços

valorização da sua ação; fomento da biodiversidade funcional numa estratégia de proteção biológica por conservação; desenvolvimento de métodos de luta alternativos à luta química; efeito das alterações climáticas, sobre as doenças e pragas mais importantes e o impacto na cultura, produtividade e economia; e mais recentemente, na identificação dos vetores de Xyllela fastidiosa, importante doença que ataca a cultura em Itália, sendo a ESA/IPB responsável pela participação nacional no projecto europeu XF-ACTORS “Xylella fastidiosa Active Containment Through a multidisciplinary-Oriented Research Strategy”. Azeite e Azeitona de Mesa: Os trabalhos neste tema têm sido desenvolvidos nos últimos 15 anos. No caso do azeite, têm incidido sobretudo no estudo de: efeito do ataque de pragas e doenças na qualidade do azeite; caraterização química, biológica e sensorial dos azeites das principais variedades de Trás-os-Montes; propriedades químicas dos azeites com Denominação de Origem Protegida “Azeite de Trás-os-Montes”; determinação do momento de colheita para as principais variedades regionais; caracterização de azeites da região do Douro; desenvolvimento e aplicação de agentes aromatizantes para valorização de azeites regionais; e desenvolvimento de azeites singulares produzidos por oliveiras centenárias. Na azeitona de mesa, tem-se procedido a: caracterização físico-química e actividade biológica de diferentes tipos de azeitona de mesa da região; desenvolvimento e caraterização de produtos diferenciados; melhoria de processos artesanais de produção; e aplicação de línguas eletrónicas na sua caraterização e perceção de defeitos sensoriais. Refere-se também o desenvolvimento de Painel de Provadores de Azeitona de mesa e de azeite, com o apoio do Conselho Oleícola Internacional. Ao nível do apoio à comunidade, várias atividades têm sido desenvolvidas, nomeadamente: apoio técnico/estudos (aproveitamento hidroagrícola do Planalto Noroeste de Mirandela, DOP Douro, DOP Azeitona de mesa, etc.), protocolos de colaboração com diferentes entidades e análises laboratoriais; formação profissional aos mais diferentes níveis; e a realização de eventos técnico-científicos.

Aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos

Edições limitadas por Sérgio Remondes

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ALENTEJO • Coop. de Olivicultres de Estremoz

LVT • Quinta do Juncal

NORTE • ACUSHLA

NORTE • Cooperativa de Alfandega da Fé

NORTE • CARB

Selecção de Marcas


ALENTEJO • Coop. Agr. de Moura e Barrancos

ALENTEJO • Coop. Agrícola de Beja e Brinches

ALENTEJO • Herdade Paço do Conde

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NORTE • Coop. Agrícola dos Oliv. de Vila Flôr e Ansiães

NORTE • Adega de Freixo de Espada a Cinta

NORTE • Quinta Vale do Conde


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AlgArve • Coop. Agrícola Sta. Catarina Fonte do Bispo

AlgArve • Olicer

AlgArve • Pecoliva

AlgArve • Lagar Santa Catarina

AlgArve • Monterosa

AleNTeJO • COOPOR

AleNTeJO • Monte das Louzeiras

AleNTeJO • Sabores Apurados

Selecção de Marcas




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