Azeites de Portugal - Guia 2019

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DE Portugal

Azei tes GUIA

2019



DE Portugal

Ficha Técnica 02 Viveiros Monterosa Edição

Azei tes

2019

Produtores artesanais de Azeite Extra Virgem no Sotavento Algarvio

06 Azeite de qualidade produz-se no ameaçado olival tradicional

80% dos prémios do Concurso Nacional Azeite de Portugal de 2018 nasceram em olivais tradicionais

10 Xylella Fastidiosa: Informação sobre a bactéria e seus vectores Detetada pela 1.ª vez em Portugal

Rua Gabriel Constante, Lt 230, Bloco D, Loja 8 Bairro dos Loios 1950-139 Lisboa Tel.: 218 205 212 E-mail: editores@enigmaprevisivel.pt Site: www.calameo.com/accounts/597853

20 Cooperativa de Olivicultores de Valpaços

Produção e Edição Luís da Conceição

34 Colheita da azeitona

Colaboração Técnica António Manuel Cordeiro Carla Sofia França Inês Clara Serra Cláudia Sá Eugénia Lourenço Francisco Ataíde Pavão Henrique Herculano José Alberto Pereira José Manuel Ventura Mariana Teles Branco Mariana Matos Nuno Rodrigues Paula Baptista Susana Casal Susana Sassetti Vasco Falcão Neves

40 O uso de bioestimulante no olival

Marketing Rui Martins

Uma história de sucesso, a nível nacional e internacional, baseada na qualidade e tradição

24 Concurso de Azeite Virgem Feira Nacional de Olivicultura 2019

Mostra de azeites de grande qualidade com cerca de 40% a obter pontuações superiores a 80 pontos

28 CEPAAL – Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo

Reforço da estratégia do CEPAAL com Projecto “Promoção do Azeite do Alentejo nos Mercados Externos”

32 Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Estremoz

Valorização da cultura da oliveira Galega traduz-se num azeite de carácter inconfundível Uma das operações culturais de maior importância na olivicultura

36 Concurso Nacional Azeites de Portugal 2019

Certame organizado pelo CNEMA e pelo CEPAAL e com o reconhecimento do Conselho Oleícola Internacional Uma tendência ou uma necessidade?

44 Recursos genéticos na olivicultura

A caracterização/identificação e a preservação/conservação através de coleções vivas é fundamental

46 Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos Azeite de Moura (DOP)

48 Azeite de Moura

A mais antiga e reputada Denominação de Origem Protegida a nível nacional

50 Entrevista a Rodrigo Jaén (Diretor da Pieralisi para Espanha e Portugal)

«Os nossos clientes reduzem custos e gastos energéticos na produção de azeite»

54 A olivicultura na Universidade de Évora

Projetos de investigação, ensino e parcerias com produtores

58 Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal Balanço da Campanha Oleícola 2018/219

62 Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra Prémios CA Ovibeja

64 Casa Agrícola Rui Batel

Azeite premium assente em métodos de produção tradicionais e com o máximo respeito pela natureza

66 INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária O INIAV, I.P. e as suas actividades

68 Certificação de material de propagação

Adoção a nível europeu de um programa de certificação harmonizado

70 Variedades de oliveira em Portugal

Cultivares autóctones e cultivares não portuguesas

Publicidade Luís da Conceição Design Maria Rocha Fernando Mano

76 Lentisca

Uma variedade minoritária da região de Trás-os-Montes

78 O azeite no ISA

Ensino, investigação e prestação de serviços no ISA

80 Associação de Agricultores do Ribatejo – AAR Azeites do Ribatejo (DOP)

84 Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior – APABI Azeites da Beira Interior (DOP)

Publicação Anual Depósito Legal n.º 346852/12 Os textos publicitários e publicidade são da responsabilidade dos seus autores.

86 UTAD

Avaliação da composição química e dos parâmetros de qualidade de azeites enriquecidos com diferentes concentrações de cálcio

88 Escola Superior Agrária do IP Bragança

Ensino, investigação científica e apoio à comunidade no âmbito da fileira oleícola

89 Selecção de Marcas


Viveiros Monterosa: produtores artesanais de Azeite Extra Virgem no Sotavento Algarvio Texto da responsabilidade de José Dâmaso e Eduardo Martins (Directores/Sócios dos Viveiros Monterosa)

O Azeite Monterosa tem a sua origem nos 20 hectares de olivais em Moncarapacho. Apanhamos as azeitonas à mão e levamo-las imediatamente para o nosso lagar, que está localizada no centro do olival, a fim de reduzir o tempo entre a colheita e a extracção. Aqui as azeitonas são moídas num moinho de pedra de granito. O azeite é então extraído com equipamentos modernos, filtrado e armazenado em tanques de aço inoxidável até que seja engarrafado. À medida que os tanques ficam vazios a cada engarrafamento, protegemos o azeite do contato com o oxigênio com gás árgon, que é neutro e mais pesado que o oxigênio, criando uma tampa no topo do azeite e evitando a oxidação. Este processo mantém todas as características organolépticas das azeitonas produzindo um azeite cheio de sabor e aroma. A nossa gama de azeites Premium é composta por 4 azeites mono varietais: Verdeal, Maçanilha, Picual, Cobrançosa e um blend chamado Selection que é feito a partir de uma selecção das nossas variedades seguindo um sistema certificado de Boas Práticas que garante o respeito pelo meio ambiente e pelo consumidor. Temos também um azeite standard chamado Horta do Félix, que é uma mistura de 3 das nossas variedades de azeitonas. Este é um azeite mais económico, mas com um nível de qualidade e acidez similar. O nosso olival foi criado em 2000 e, desde então, aprendemos a trabalhar com as diferentes variedades de azeitona, para sabermos quando é a melhor altura de apanha para cada uma delas. Além da produção de azeite, também desenvolvemos um projeto turístico com visitas guiadas à nossa quinta. Aqui os visitantes podem disfrutar de um passeio pelo olival, ver o processo de produção e finalmente degustar a nossa gama de azeites Virgem Extra Premium. Poderá adquirir os produtos ou efectuar um pedido de visita em www.monterosa-oliveoil.com 2


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Tão fino como o Azeite de Moura Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos na vanguarda da ‘tradição moderna’

A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB) nasceu em 1954, tendo como principal missão dar uma resposta eficaz e competitiva à produção de azeitona para azeite dos seus fundadores. Esta intenção “pragmática”, que se iniciou com um pequeno lagar de prensas, rapidamente atraiu a adesão de novos cooperadores, levando a que a cooperativa crescesse com a aquisição de um novo e maior lagar. Em 1987, a CAMB adquiriu à Sociedade dos Azeites de Moura um lagar moderno e com uma capacidade de 230 toneladas de azeitona por dia, o que impulsionou fortemente o crescimento e a produção da cooperativa. Assim começou a história desta marca, que faz hoje parte da alimentação diária de milhares de portugueses. Este crescimento, escalonado mas rápido, levou à consecutiva aquisição de lagares, bem como à aposta no desenvolvimento tecnológico da cooperativa, que é hoje a maior e mais moderna do país, com capacidade diária de moenda de 1.300 toneladas de azeitona. Para além da dimensão e da capacidade produtiva da Cooperativa de Moura e Barrancos, há algo mais que a distingue: a forma de organização do negócio que se posiciona numa clara orientação para os agricultores, remunerando e escoando com maiores vantagens as suas produções para o mercado nacional. Com mais de 4.000 cooperadores, dos quais 1.200 são olivicultores, a Cooperativa coloca no mercado mais de sete milhões de quilos de azeites virgens em cada campanha – oriundos de mais de 20.000 hectares de olival. Este caso de sucesso é, no entanto, reconhecido por mais do que o Azeite de Moura DOP – que garante uma singular combinação entre as técnicas tradicionais e as mais inovadoras tecnologias.


A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos conquistou, ao longo de 65 anos de história, o seu lugar entra os mais reputados produtores de Azeite. Implantada numa região cuja fama enquanto terroir de extraordinários Azeites data à época do Império Romano, a Cooperativa construiu, com base nesta responsabilidade, e também em trabalho, persistência, inovação e competência, uma marca que é hoje sinónimo de qualidade. O clima da região da Margem Esquerda do Guadiana, e a sua caracterização edáfica contribuem decisivamente para a qualidade específica dos Azeites da Cooperativa de Moura e Barrancos, tal como as variedades cultivadas, de onde podemos destacar a Cordovil de Serpa, e tal como o saber-fazer dos olivicultores associados. “Azeites finos” seria a mais tradicional caracterização que se faz desde há muito dos Azeites da Cooperativa. Para além deste atributo, também as notas de frutado entre o verde – erva, folha, maçã – e o maduro – amêndoa, noz – constituem marcas de um Azeite que oferece sensações de amargo e picante discretas, porém assinaláveis. Explorando sobretudo olival tradicional, a oferta da Cooperativa é qualificada no sentido de garantir ao consumidor a origem e as práticas associadas à obtenção do produto, pelo que a jóia da coroa do portfolio da Cooperativa é o Azeite de Moura DOP. Extraído das variedades Cordovil, Galega, e Verdeal Alentejana, é um Azeite que exprime na perfeição a identidade da região, oferecendo sensações de verde folha, conjugadas com notas de maçã e amêndoa, e ligeiros amargo e picante, marcando com personalidade quem o degusta. Outro dos produtos de destaque é o Azeite de Moura DOP Biológico. Para além de ter certificado de origem, e ser proveniente de Agricultura Biológica, é, no volume de 750 ml, o primeiro no mercado a ser embalado em garrafa totalmente reciclada e reciclável, reflectindo desta forma não só a aposta da Cooperativa de Moura e Barrancos na inovação, mas também a preocupação ambiental associada a toda a sua actividade. Porque em cada campanha temos o privilégio de extrair Azeites verdadeiramente excepcionais, a Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos criou o conceito e concretizou-o através do Azeite Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos Seleção. O Azeite Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos Seleção é normalmente extraído das primeiras azeitonas a serem entregues, oferecendo um conjunto de sensações de verde e madurão, entre erva, folha, tomate, maçã, e amêndoa, conjugadas de forma harmoniosa num Azeite complexo e elegante, de encontro às expectativas do mais exigente dos degustadores. A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos não se resume a 65 anos de história e reconhecimento. Continua a trabalhar, a inovar, e a superar, dia após dia, o que de melhor se pode fazer para conquistar quem gosta verdadeiramente de Azeite!


Azeite de qualidade produz-se no ameaçado olival tradicional Texto de Francisco Ataíde Pavão (Presidente da Direcção da APPITAD)

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Oitenta por cento dos prémios do Concurso Nacional Azeite de Portugal de 2018 nasceram em olivais tradicionais. Repetimos: 80%. Isso deveria fazer pensar empresários agrícolas, políticos, donos de restaurantes e consumidores. O país precisa, com urgência, de uma estratégia para a defesa do olival tradicional. O ano de 2017 foi bastante atípico, com seca extrema em grande parte do território nacional, que fez perigar em muito a colheita desse ano, sobretudo no Olival Tradicional, conduzido na sua maioria em regime de sequeiro. Apesar de previsões iniciais bastante más, as chuvas desse Outono minimizaram os impactos negativos da seca, o que aliado a um rendimento superior em termos de azeite, comparativamente a campanhas anteriores, permitiu que Portugal tivesse uma produção recorde de 130000 toneladas de azeite. Em 2018, fruto das chuvas primaveris que minimizaram em parte, os efeitos da seca extrema de 2017, previa-se um ano de excelente produção. Contudo, os cada vez mais notórios efeitos das alterações climáticas, têmse vindo a observar, sobretudo na época de floração e vingamento dos frutos, e este ano não

foi diferente, com ausência de frio motivando baixa diferenciação floral, temperaturas muito altas em períodos críticos e chuva quase constante no período da floração, que provocou taxas de vingamento mais baixas. Aliado a este facto, está o calor extremo que assolou o País neste Verão e início de Outono, que tem provocado nos olivais de sequeiro o aparecimento de sintomas de seca. Prevê-se, portanto, uma campanha inferior à anterior (-15%), mas com poucos problemas fitossanitários, pelo que se avizinha mais um ano de produção de azeite de excelência.

A olivicultura e o azeite em Portugal A produção de azeite tem vindo a crescer em Portugal a um grande ritmo nos últimos 10-15 anos, fruto sobretudo da “autêntica revolução” que ocorreu no panorama olivícola nacional, com reconversão e/ou plantações de grandes áreas de olival de regadio, sobretudo no sul do País, mas também nas outras regiões, ainda que nestas em muito menor percentagem e na sua maioria em regime de sequeiro. A cultura vive um momento único, com produções de excelência em termos de quantidade, mas

sobretudo em termos de qualidade, o que se tem vindo a reflectir no aumento da notoriedade do azeite português, que no mercado interno, mas sobretudo no mercado externo, onde a exportação deste “ouro líquido” tem vindo a crescer. Poderíamos então pensar que o sector do azeite português está a florescer, mas infelizmente, não é essa a realidade. Actualmente temos dois tipos de olivicultura em Portugal: uma primeira associada à nova realidade do Sul do País, onde predomina o olival intensivo e super-intensivo de regadio com utilização maioritariamente de cultivares não portuguesas; a segunda associada à grande área de olival nacional, o olival tradicional, na sua maioria de sequeiro e explorado por um grande número de olivicultores em todo o território. Estas são as duas grandes realidades nacionais, a primeira das quais associada a custos de produção bastantes baixos e com produções elevadas (regadio), sobretudo pela dimensão das parcelas/propriedades, mas também pela mecanização da quase totalidade do ciclo produtivo, o que resulta em azeites de qualidade >> produzidos a um baixo preço.


O Acushla nasce na Quinta do Prado, em Trás-os-Montes. Extraído de variedades de oliveiras típicas da região, cobrançosa, madural, verdeal e cordovil, o Acushla destaca-se pela qualidade de excelência e um design único. Mais do que um azeite, o Acushla pretende ser uma inspiração para quem é exigente, conhecedor e prefere a melhor qualidade e a pureza dos sabores únicos. Mais do que um azeite, Acushla é paixão!


A segunda, associada a custos de produção mais elevados e com produções menores (sequeiro), com difícil ou inexistente mecanização (p.e. no olival do Douro), o que resulta em azeites de qualidade produzidos a um preço mais elevado, mas com características bem marcadas respeitantes ao terroir e às cultivares tradicionais que lhes dão origem. Ambas as realidades praticam um tipo de agricultura moderno, tecnológico e ambientalmente sustentável. Coloca-se-nos então a questão se estas duas realidades poderão vir a coexistir num futuro bem próximo. Claro que sim ... podem e devem! Contudo há que aumentar o conhecimento do público em geral para estas duas realidades produtivas.

Desafios para o olival tradicional

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Se o caminho do olival intensivo e super-intensivo de regadio se avizinha como mais fácil, pois está associado a azeites de custo mais baixo e por conseguinte muito mais competitivos no mercado nacional, mas também no mercado internacional, a realidade do olival tradicional é bem diferente. O que fazer então? É primeiro necessário que toda a Fileira faça uma introspecção no sentido de preservar e potenciar este tipo de olival, convidando para este grupo de trabalho a Investigação Nacional e o Ministério da Agricultura. O desenvolvimento do sector tem sido acompanhado pela investigação nacional? Em alguns casos, sim, mas por exemplo no melhoramento das cultivares tradicionais, nada tem sido feito nos últimos anos em Portugal, que tem ainda um enorme património varietal, que urge conservar e sobretudo estimular. A competitividade de olival tradicional português terá obrigatoriamente que ser alicerçada na produção de azeites de grande qualidade, competindo estes no mercado dos azeites de excelência, pois nunca conseguirão ser competitivos ao nível do volume e dos preços. Os azeites extraídos dos olivais tradicionais, são extraordinariamente complexos e harmoniosos, fruto sobretudo das distintas cultivares que lhes dão origem. Nos últimos anos assistimos também a uma alteração de práticas culturais, destacandose a antecipação da colheita de azeitona dos olivais, o que aliado a sistemas de extracção modernos, permite a obtenção de azeites de

excelência que têm vindo a ver a sua qualidade reconhecida nos Concursos de Azeites nacionais e internacionais. Se analisarmos os resultados do Concurso Nacional de Azeites de Portugal dos anos de 2016, 2017 e 2018, constatamos que: 2016 • 22 (68,75%) dos 32 azeites premiados são de produções de olival tradicional; • O Douro tem 37,50% dos premiados, seguido pelos olivais intensivos de regadio com 31,25% e depois pelos de Trás-os-Montes com 25,00%; • O Prémio Prestígio e o Prémio Grandes Lotes foi para dois azeites de Trás-os-Montes. 2017 • 12 (50%) dos 24 azeites premiados são de produções de olival tradicional; • O Douro e Trás-os-Montes em ex-aequo (16,67%) são as regiões mais representativas. 2018 • 24 (80%) dos 30 azeites premiados são de produções de olival tradicional; • 33,33% dos azeites premiados são do Douro, seguindo-se Trás-os-Montes com 30% e depois o olival intensivo de regadio com 20%. Observando estes dados, constatamos que, a qualidade dos azeites provenientes do olival tradicional português existe e tem vindo a ser premiada. Será que isto é o suficiente? O mercado nacional reconhece a qualidade diferenciada destes azeites? Infelizmente não. Estamos na fase inicial da discussão da Política Agrícola Comum pós 2020, o sector do azeite português terá que unir esforços no sentido de, sensibilização de Bruxelas para um conjunto de problemas que são transversais aos diversos tipos de olival nacional/europeu, nomeadamente a mitigação dos efeitos das alterações climáticas; as questões fitossanitárias, quer ao nível das doenças/pragas (p.e. Xylella fastidiosa), quer ao nível da cada vez maior limitação do uso de produtos fitofarmacêuticos (p.e. o cobre); a importação de azeites de extracomunitários; a manutenção e valorização da análise sensorial como elemento fundamental para a classificação e promoção dos azeites e as questões da promoção do azeite enquanto elementos fundamental da dieta mediterrânica e elemento funcional no que concerne à saúde (p.e. Programa de Azeite Escolar)... O olival tradicional terá ainda que ter esforços redobrados na consciencialização de que para

além da sua função produtiva, apresenta também características que deverão ser consideradas como essenciais para a sua manutenção e apoio, nomeadamente pela diminuição do efeito poluente da agricultura (uso reduzido dos fertilizantes e produtos fitofarmacêuticos), extensificação e/ou manutenção dos sistemas agrícolas tradicionais extensivos (este tipo de olivais é conduzido na sua quase totalidade em regime extensivo de sequeiro, segundo práticas tradicionais de agricultura, contribuindo para a manutenção do “mosaico” agrícola na paisagem portuguesa, caracterizada pela sua heterogeneidade de culturas agrícolas praticadas), conservação dos recursos e da paisagem rural (estes olivais são sobretudo caracterizados por apresentarem cultivares tradicionais com um enorme potencial genético que urge preservar/potenciar) e são ainda uma característica intrínseca da paisagem rural portuguesa. O factor principal da valorização de um produto, passa sobretudo pela sua mais-valia comercial, isto é, potenciar a sua excelência, garantindo a viabilidade e a continuidade da cultura deste tipo de olival tradicional. Neste caso, é necessário concertar estratégias de valorização que passem não só pela promoção da excelência das suas qualidades, efectuada unicamente pelos agentes da fileira, mas sim pela ligação a outros produtos com qualidade certificada produzidos no País, mas também pela promoção da identidade dos territórios, da sua gastronomia e das suas gentes. Como se vê pelos números apresentados, Portugal tem azeite de grande qualidade premiado cá dentro e lá fora. O que faz falta é o Estado e os empresários assumirem de uma vez por todas, a necessidade de desenvolver campanhas de promoção e educação dos consumidores. Se cada português “bem educado” nessa matéria comprasse mais duas garrafas de azeite de qualidade do que aquelas que compra, o impacto na economia das regiões onde temos os nossos olivais tradicionais seria enorme. Ou seja, Portugal, já tem azeite de muita qualidade. Portugal – e à semelhança do que aconteceu com o vinho nos anos 80 – precisa é de gente que consuma azeite de qualidade. E isso faz-se com investimento na educação dos consumidores, mas também na formação junto das Escolas de Hotelaria e Turismo e no ensino superior. ☒

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XYLELLA FASTIDIOSA

SINTOMAS ! ! ! !

INFORMAÇÃO SOBRE A BACTÉRIA E SEUS VECTORES

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Informação da responsabilidade de Clara Serra (DGAV – DIFMPV) e Cláudia Sá (DGAV – DSSV)

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O QUE É?

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Marmoreado Clorose entre nervuras Murchidão Queimaduras foliares (zona marginal e apical das folhas) Declínio rápido (de oliveiras envelhecidas) Morte de alguns ramos (até à totalidade da planta)

Xylella fastidiosa é uma bactéria que infeta plantas pertencentes a uma vasta lista de espécies botânicas bloqueando os seus vasos xilémicos. Esta caraterística dificulta a absorção de água e nutrientes e, consequentemente, conduz ao aparecimento de sintomas semelhantes a stress hídrico. Os sintomas variam em função do hospedeiro. Desde a infeção até aparecimento dos sintomas podem decorrer meses a vários anos dependendo do hospedeiro, das condições climáticas e dos vetores presentes. Em determinadas condições, a infeção pode ser assintomática.

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NÃO EXISTE TRATAMENTO EFICAZ CONTRA ESTA BACTÉRIA NA UE MILHARES DE PLANTAS AFETADAS JÁ FORAM DESTRUÍDAS

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QUAIS AS PLANTAS HOSPEDEIRAS?

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Cerca de 200 espécies e 36 géneros de plantas hospedeiras, destacando-se: I – Culturas Importantes Oliveira, Amendoeira, Cerejeira, Citrinos, Videira, Quercus. II – Diversas ornamentais herbáceas, arbustos e árvores, tais como: Nerium oleander, Polygalla myrtipholia, Spartium junceum, Platanus, Lavandula dentata, etc.

Imagem 1 e 3 © Donato Boscia, Istituto di Virologia Vegetale del CNR, UOS di Bari (IT); Franco Nigro, Di.S.S.P.A., Università degli Studi di Bari (IT); Antonio Guario, Plant Protection Service, Regione Puglia (IT); Imagem 2 © EPPO.


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Xylella fastidiosa apresenta quatro variantes que afetam diferentes espécies de plantas na América do Norte e na América do Sul, e mais recentemente na Europa e na Ásia.

FOCOS DETETADOS NA EUROPA Itália: em 2013, a variante X. fastidiosa subsp. pauca foi identificada como a causa da devastação a decorrer na região da Apúlia, de uma extensa área de olival, bem como de diversas ornamentais. No final de 2018 a presença subespécie multiplex foi assinalada na região da Toscânia em ornamentais. França: nas regiões da Córsega e Nice, a variante X. fastidiosa subsp. multiplex foi detetada em 2015 em Polygala myrtifolia, e desde então em diversas outras espécies ornamentais. Mais recentemente foi também identificada a variante X. fastidiosa subsp. pauca na região de Nice. Alemanha: em 2016, no estado da Saxónia, foi detetada a variante X. fastidiosa subsp. fastidiosa em Nerium oleander. Este foco foi dado como erradicado em março de 2018. Espanha: em 2016, nas Ilhas Baleares, foi detetada a variante X. fastidiosa subsp. multiplex e posteriormente as subespécies pauca e fastidiosa nas mais diversas espécies de plantas ornamentais, agrícolas e florestais. Já em 2017 foi detetada X. fastidiosa subsp. multiplex na Comunidade Valenciana, em amendoeira, representando o primeiro foco da bactéria no território da Península Ibérica. Em 2018, foi detetada a mesma variante na região de Madrid em oliveira.

detetada pela 1.ª vez em portugal em Janeiro de 2019 A bactéria Xylella fastidiosa foi detetada, pela 1.ª vez em Portugal em janeiro de 2019, em Vila Nova de Gaia e toda a área circundante aos 32 locais onde foram detetadas plantas infetadas de diversas ornamentais, plantas espontâneas e espécies florestais (designadamente lavanda, rosmaninho, artemisía, coprosma, murta, vinca, tojo, giesta, acácia, azevinho e sobreiro), chamada área demarcada, é considerada de alto risco. Assim, nessa área estão implementadas medidas oficiais para erradicação dos focos, que envolvem a destruição das plantas infetadas e circundantes, prospeção e proibição do movimento de plantas suscetíveis, envasadas ou que possam ser plantadas, para fora da área. Com essa finalidade, está proibida a venda de plantas suscetíveis em feiras e mercados e apenas está autorizada nos estabelecimentos comerciais se houver o compromisso dos compradores de não as transportarem para fora da área.

A PREvENÇÃO É FUNDAMENTAL PARA EVITAR A INTRODUÇÃO EM NOVAS ZONAS DO NOSSO TERRITÓRIO. A DETECÇÃO PRECOCE É DETERMINANTE PARA O SUCESSO DA ERRADICAÇÃO DE QUALQUER NOVO FOCO QUE OCORRA EM PORTUGAL. Vigie as suas plantas e sempre que detectar uma suspeita isole as plantas e contacte a Direção Regional de Agricultura e Pescas ou o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas da sua Região ou a DGAV_DSSV_DIFMPV.

Presente Transitório Imagem 4. Distribuição Xylella fastidiosa. Fonte: EPPO

A DGAV mantém disponível mais informações em: http://www.dgv.min-agricultura.pt

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TRANSMISSÃO E DISPERSÃO A infecção por Xylella fastidiosa propaga-se através da enxertia de plantas contaminadas ou de forma natural, de umas plantas para outras, através de insectos vetores contaminados pertencentes à ordem Hemiptera, principalmente cicadelídeos, afroforídeos e cercopídeos. A especificidade entre a bactéria e o vetor é baixa, pelo que praticamente qualquer espécie de inseto que se alimenta no xilema pode ser considerada um vetor potencial. Estes vetores, em princípio só atuam como transmissores da bactéria a curta distância (a sua capacidade de voo é de cerca de 100 m), mas podem alcançar grandes distâncias pela ação do vento. A principal via de dispersão da bactéria a longas distâncias é feita através do movimento de plantas infetadas. No entanto, é considerada como uma via potencial a entrada de insetos vetores infetados, transportados em material vegetal. A transmissão da bactéria é feita de forma persistente (é necessário um tempo de exposição do inseto à bactéria para que consiga adquiri-la e persista no seu corpo), e não requer um período de latência (após aquisição, transmite imediatamente). A bactéria é adquirida durante a alimentação das ninfas e dos adultos em plantas contaminadas e, por sua vez irá ser transmitida aquando da alimentação em plantas sãs. A bactéria não se transmite aos ovos e não persiste entre estados ninfais (com a muda, a bactéria é eliminada).

Estratégia principal para rEdução dos nívEis populacionais dE vEctorEs através dE: Controlo com produtos contra os vetores Redução infestantes em redor dos olivais Figura 4. Ciclo biológico (adaptado de Mariano et al., 2007)

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Imagem 5. Ciclo biológico (adaptado de Mariano et al., 2007) Figura 4. Ciclo (adaptado Mariano et al., 2007) Figura 4. Ciclo biológico (adaptado de de Mariano et al., 2007) Figura 4. Ciclo biológico (adaptado de Mariano et biológico al., 2007)

Philaenus sPumarius

Vector disseminador da X. fastidiosa 6

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Imagem 6 e 7. Produção de espuma e ninfa de Philaenus spumarius. Imagem 8. exemplar de Philaenus spumarius © DGAV.

Em Lecce (Itália), foi identificada a espécie Philaenus spumarius (Aphrophoridae) como vetor eficiente. Este vetor está presente no nosso país e na orla mediterrânica. É um inseto com um elevado polimorfismo (cor e padrão de manchas muito variável entre indivíduos da mesma espécie), polífago (elevado número de hospedeiros) e é comum nos olivais. Em Espanha foram identificados vetores infetados Philaenus spumarius e Neophilaenus campestris.



MEDIDAS PREVENTIVAS Xylella fastidiosa é uma bactéria de quarentena e dada a sua perigosidade e deteção na Europa foi publicada legislação comunitária que estabelece medidas de emergência para o seu controlo. Considera-se que o risco de introdução em Portugal é elevado, tendo em conta a importação e circulação na União Europeia de material de propagação proveniente de diversas regiões, e as frequentes infeções latentes (assintomáticas), as quais dificultam a deteção da bactéria. A erradicação desta bactéria, pelas características que apresenta, torna-se difícil, pelo que a melhor estratégia é a prevenção. A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) elaborou um Plano de Contingência onde se detalham as medidas em vigor.

Ações de prospecção Prospecção de locais de maior risco: viveiros e locais de comercialização de plantas; locais de entrada de produtos vegetais; mercados locais; plantações recentes ou replantações (< 5 anos); plantações de olival e amendoal antigas (> 20 anos) ou abandonadas; áreas urbanas (jardins, parques e separadores de vias de comunicação).

Medidas em caso de deteção da bactéria Recolha de informação quanto à origem das plantas infetadas e aos movimentos de materiais na zona. Estabelecimento de uma área demarcada constituída pela zona infetada e uma zona tampão circundante de 5 km de raio. Zona infetada: a zona infetada inclui as plantas que se detetaram infetadas, bem como os vegetais que se encontram num raio de 100 m em redor das plantas infetadas Nesta zona, destruição imediata das plantas infetadas (pelo fogo ou por trituração) antecedida de tratamento inseticida, amostragem e análise de todos os vegetais especificados listados na legislação, destruição de todas as plantas hospedeiras da subespécie da bactéria identificada. Zona tampão de pelo menos 5 km: levantamento dos viveiros, centros de jardinagem, campos de produção. Proibição do movimento de plantas suscetíveis, envasadas ou que possam ser plantadas, para fora desta área, a não ser que sejam produzidas sob condições de proteção física aprovadas e acompanhadas pelos serviços oficiais. Prospeção intensa dos vegetais especificados listados na legislação, com colheita de amostras de plantas com sintomas e sem sintomas. Em caso de nova deteção a zona demarcada é atualizada.

Normas para a circulação de material vegetal na UE: • Obrigatória a receção e/ou expedição das plantas das espécies especificadas

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com passaporte fitossanitário seja qual for a sua origem; • Obrigatória a testagem nos locais de produção das espécies: Coffea, Nerum oleander, Polygalla myrtifolia, Lavandula dentata, Olea europea e Prunus dulcis antes da sua expedição. • Obrigatória a comunicação da aquisição de plantas hospedeiras oriundas de zonas demarcadas, produzidas sob condições de proteção fisica oficialmente aprovadas.

está estabelecida, por lei, a obrigação de qualquer pessoa que saiba ou suspeite da presença de Xylella fastidiosa no nosso país, dar conhecimento deste facto aos serviços oficiais. ENTIDADES ENVolVIDAS no plano de contingência nacional Coordenação: DGAV; Acções de prospecção: DGAV, DRAPs, DRAs, ICNF e organizações de agricultores; Acções de controlo da implementação de medidas de protecção fitossanitária: DGAV, DRAPs, DRAs, ICNF; Acções de formação: DGAV e INIAV; Informação e sensibilização: DGAV, DRAPs, DRAs, ICNF, INIAV e agentes do sector.

CoMPETêNCIAS DA DGAV no plano de contingência nacional Compete à DGAV, tendo em conta as suas atribuições como Autoridade Fitossanitária Nacional: • A definição dos procedimentos e acções a desenvolver; • Tomada de decisão no controlo da praga; • Coordenação da execução do plano de contingência. Contactos da DGAV Tel.: 213 613 285 / E-mail: difmpv@dgav.pt



Épocas de Tratamento em Olival Fases do Olival Problemas

Gomo de Inverno

Rebentação Formação do Coroa mudança Formação Aparecimento gomo floral de coroa dos estames de cor

Infestantes anuais (sistémico, contacto e residual)

Início da floração

Plena floração

Fruto vingado

Endurecimento Mudança do caroço de cor

Musketeer® (1 L/ha) (1)

Musketeer® (1 L/ha)(1)

Infestantes anuais e vivazes (sistémico)

Roundup UltraMax (anuais 1,5-6 L/ha; vivazes 6-10 L/ha) ou Targa Gold (1-3 L/ha) (2)

Olho de pavão

Flint® Max (15-20 g/hl) ® ou Folicur (60 ml/hl)

®

®

Cupravit® (400-500 g/hl) ® Flint (120 g/ha) (3)

Gafa Algodão

Decis® Expert (75-175 ml/ha) Decis® Expert (125-175 ml/ha) ou Decis® Evo (40-50 ml/hl)

Cochonilhas Traça da oliveira Margarónia

Decis® Expert (75-125 ml/ha) Decis® Evo (40-50 ml/hl)

Decis® Expert (75-125 ml/ha) ® Decis Evo (40-50 ml/hl) Decis Expert (75-125 ml/ha) ®

Decis® Expert (125-175 ml/ha) ® ou Decis Evo (40-50 ml/hl) ou Calypso® (20-25 ml/hl) (4)

Mosca da azeitona Adubações foliares

Maturação

Complesal® 12-4-6 (600 ml/hl)

Cenfol® (75-100 ml/hl) ® + Complesal 5-8-10 (600 ml/hl)

Notas: (1) Musketeer® controla a Conyza spp. especialmente aplicado ao estado de roseta da infestante; (1,5-4,7 L/ha); (2) Targa® Gold: herbicida sistémico para o controlo de gramíneas anuais, de preferência nos primeiros estados de desenvolvimento e gramíneas ® ® ® vivazes (ex. grama) em crescimento activo e antes da sua floração; (3) ou Cupravit ; (4) Decis Evo ou Decis Expert contra adultos ou Calypso® contra larvas e adultos. www.cropscience.bayer.pt



São MaMede Coopor • Cooperativa agrícola do Concelho de portalegre, CrL

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A Coopor a Cooperativa agrícola do Concelho de portalegre, CrL iniciou as suas actividades em 17 de Maio de 1979, com o património e o pessoal recebidos do Grémio da Lavoura de portalegre, em consequência do despacho Conjunto dos Ministérios da agricultura e pescas, do Comércio e Turismo e do Trabalho, de 30 de Março de 1979, publicado no diário da república n.º 107, Série II, de 10 de Maio de 1979. desde logo foi intenção da direcção dotar a Cooperativa com os meios julgados mais urgentes para a defesa dos interesses dos seus associados. Na assembleia Geral de 18 de Julho de 1979 resolveu-se criar, a par da Secções de Compra e Venda e de Máquinas e alfaias 12 - 14, June - Junio - Giugno 2017 agrícolas – “herdadas” do extinto Grémio – a SECÇÃO Certify that the Extra Virgin Olive Oil DE OLIVICULTURA, que foi implementada com a construção e equipamento de um lagar de azeite. a inauguração foi no dia 3 de dezembro de 1984. para agregar a área geográfica da Cooperativa, criámos a marca de azeite São Mamede. from Company

Azeite S. Mamede

Coopor - Cooperativa Agrícola Do Concelho De Po Portugal

Coopor - Coop. Agric. do Concelho de Portalegre, CRL

Cooperativa sem fins lucrativos que visa preservar, Has been awarded dinamizar e potenciar o olival tradicional existente Portugal - Azeite S. em toda a zona envolvente do parque natural daMamede Serra de São Mamede.

Prestige Gold


o Lagar da Coopor

o Azeite São Mamede

o nosso lagar está equipado com tecnologia de ponta, com um método de extracção contínua e inteiramente mecânico, que nos permite laborar as azeitonas logo após a colheita, contribuindo assim para a manutenção da frescura da matéria-prima. após o processo de extracção a baixa temperatura, o azeite produzido é armazenado em depósitos em inox, abrigados da luz e das oscilações de temperatura. Fica em estágio nos depósitos durante algum tempo, num processo de decantação natural, a fim de maximizar o verdadeiro e característico sabor do azeite São Mamede.

proveniente dos olivais tradicionais (a grande maioria seculares) em redor da Serra de São Mamede, situada no alto alentejo, o nosso azeite é obtido pelo sistema contínuo, a baixa temperatura (entre 27º e 31º), partindo de uma selecção das melhores azeitonas galegas. pelas excelentes características organolépticas (cor amarelo ouro, brilho, frutado, aroma e sabor intenso) e por ser um azeite 100% natural e sem qualquer aditivo, não temos dúvidas que o azeite São Mamede distingue-se, essencialmente pela sua diferença, em relação à grande maioria dos azeites produzidos em portugal.

ortalegre, Crloferecemos ao consumidor uma garantia de qualidade os Azeites São Mamede Virgem e Virgem Extra produzidos pela Coopor têm origem exclusivamente nas produções de azeitona (100% galega) dos nossos associados, contribuindo a cooperativa para a preservação e ordenação da comunidade rural do concelho de porTaLeGre.


Valpaços: uma história de sucesso, a nível nacional e internacional, baseada na qualidade e tradição Entrevista a Paulo Ribeiro (Presidente da Direção) e José Ventura (Diretor-Geral e Sommelier de Azeite) da Cooperativa de Olivicultores de Valpaços

Não se pode falar no desenvolvimento da agricultura em Trás-os-Montes sem referir o enorme contributo da Cooperativa de Olivicultores de Valpaços. Para nos darem a conhecer a história e crescimento desta unidade empresarial ouvimos duas das pessoas mais importantes que com competência, dedicação e uma grande paixão lideraram o seu destino nos últimos 30 anos. Falamos do Presidente da Direção Sr. Paulo Ribeiro e de José Ventura, Diretor-Geral e seu Sommelier de Azeite.

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A Cooperativa de Olivicultores de Valpaços foi fundada em 1951 por 28 associados, começou por nos dizer Paulo Ribeiro. Passados 68 anos, conta com mais de 2.200 associados, distribuídos pelos concelhos de Valpaços, Mirandela e Vinhais, que globalmente produzem uma média anual de 2 milhões de litros de azeite. Apesar desta enorme quantidade de azeite, a cooperativa consegue manter uma produção de alta qualidade, premiada ano após ano em Portugal e no resto do mundo, «facto que nos dá uma grande visibilidade e motivação para fazer ainda mais» – concluiu Paulo Ribeiro. José Ventura, diretor-geral da Cooperativa, trabalha na empresa há mais de 25 anos, e disse-nos com um brilho nos olhos que entrou para esta casa ainda jovem e em idade escolar. Como os seus pais não tinham recursos para os seus estudos começou a trabalhar para a cooperativa enquanto estudava. Depois que entrou no mundo do azeite, ficou apaixonado por ele. Ano após ano, o seu principal foco e objetivo é «assegurar um Azeite Virgem Extra que preserve todos os aromas e proporcione sensações de palato memoráveis aos consumidores». A paixão que o tem acompanhado aliada aos conhecimentos técnicos adquiridos ao longo de mais de 30 anos, permitem-lhe criar vários perfis de azeite, com intensidades

e caraterísticas sensoriais diferentes, sejam na categoria de monovarietais ou blends. Em termos elogiosos o José Ventura realçou toda a estrutura da Cooperativa e muito particularmente a sua Direção presidida por Paulo Ribeiro dizendo: «O meu trabalho é também facilitado pela experiência dos nossos olivicultores que todos os anos colhem e trazem até ao lagar a azeitona no momento certo. Esta é imediatamente processada, utilizando-se apenas extração a frio, preservando-se assim todas as características de um azeite que queremos genuíno. Estes são os principais ingredientes para um azeite de elevada qualidade, apropriado para temperar ou cozinhar, merecedor do reconhecimento do público». Para José Ventura produzir azeite de alta qualidade não tem muitos segredos. Para ele é fundamental efetuar a colheita no momento certo, quando a azeitona está no estado ideal de maturação. Extrair o azeite no mais curto espaço de tempo possível, entre a apanha, o transporte e a entrega no lagar, utilizando simultaneamente boas práticas de higienização e rigoroso controlo na extração. Oportunidade para o seu Presidente, em nome de toda a Direção, referir: «Temos consciência disso mas o caminho percorrido nunca foi uma tarefa fácil, houve resistência de alguns associados para colher as azeitonas no início da campanha, pois existe uma tendência enraizada de colher mais tarde. Quando estão bastante maduras, aumenta a funda», refere. Com o objectivo de alterar essa mentalidade dos cooperadores sobre o momento ideal para colher e melhorar a qualidade, a cooperativa foi pioneira em Portugal colocando em prática um sistema de recompensas para aqueles que colhem a azeitona no início da campanha. «Todos os que colhem mais cedo, têm uma bonificação de 90 cêntimos por litro», explica ainda Paulo Ribeiro que continua dizendo: «o número de associados que aderiu a essa estra-

tégia elaborada pela Direção da Cooperativa, tem vindo a aumentar de uma forma contínua e progressiva». Como sabemos, Portugal com uma produção de 132 mil toneladas de azeite no ano passado, é o 7.º produtor depois da Espanha, Itália, Grécia, Tunísia, Turquia e Marrocos, segundo dados do International Olive Council (IOC). O Nordeste Transmontano povoado por extensos olivais que desenham uma paisagem única em Portugal, é a segunda maior região produtora de azeite do país depois do Alentejo. É entre as terras altas de Trás-osMontes que crescem os olivais que são a alma dos azeites da cooperativa. Enraizadas nas colinas e vales da “Terra Quente”, as árvores seguem o ritmo dos invernos frios e dos verões de calor. A altitude média favorável (400 m) e a riqueza dos solos completam as condições perfeitas que definem o terroir extraordinário desta região DOP. Na realidade e segundo José Ventura, ao contrário de outras regiões produtoras de azeite em Portugal, onde nos últimos anos têm sido plantados olivais intensivos e super intensivos de regadio, a maioria das explorações nesta área são de sequeiro, mantendo uma distância de 6 metros entre as árvores. Este pedaço de terra tem sido mantido e respeitado pelos olivicultores, preservando o legado deixado pelos seus antecessores. Conservam o mesmo olival tradicional e aplicam praticamente os mesmos processos agrícolas sustentáveis. Por estas razões o Presidente Paulo Ribeiro refere ainda que: «Não podemos competir em termos de quantidade com outras regiões devido às características geográficas dos nossos terrenos e escassez do aproveitamento da água. Procuramos a qualidade, e por isso, mesmo com custos mais elevados, apostamos na preservação dos olivais tradicionais de sequeiro e esperar que essa qualidade seja reconhecida pelos consumido>> res e especialistas».


AZEITE VIRGEM EXTRA COM AUTENTICIDADE

DESDE 1951

Cooperativa Olivicultores Valpaços Rua cidade de Bruxelas, Nº52 • 5340 492 Valpaço, Portugal • +351 278 711 256 • geral@azeite-valpacos.com


José Ventura termina referindo que «tal como no resto da região de Trás-os-Montes a Cobrançosa, Madural e Verdeal Transmontana são as principais variedades autóctones cultivadas em Valpaços». A Cobrançosa – a azeitona mais presente no azeite produzido pela cooperativa e de uma forma geral na região – é a variedade que está a conquistar a atenção dos produtores devido não só ao rápido crescimento das árvores e médias de produção, mas também por ser apreciada por alguns expert do sector. É no entanto o blend das três que as distingue – porque é perfeita a união da exuberância da Cobrançosa com a complexidade da Madural e a robustez da Verdeal. Paulo Ribeiro conclui a nossa conversa explicando que não basta ter uma azeitona de qualidade. É fundamental ter um lagar de classe mundial, capaz de transformar a azeitona em azeite rapidamente: «o nosso lagar tem sido repetidamente classificado como um dos 50 melhores do mundo. Temos máquinas de última geração capazes de processar 900 toneladas de azeitona por dia e 70 depósitos de armazenamento de azeite em aço inoxidável com capacidade para 2 milhões e quatrocentos mil litros». A Cooperativa de Olivicultores de Valpaços tem crescido graças à sustentabilidade em todas as dimensões: «Porque a olivicultura se assume como a principal fonte de rendimentos para a comunidade local, tem sido determinante a sua gestão pelo empenho e diretrizes traçadas pela Direção, mas também o esforço de todos os funcionários e associados, o garante desse sucesso. A recompensa de cada ano tem de ser um incentivo para a colheita seguinte e para a determinação dos nossos produtores. Por isso, somos económica e financeiramente sustentáveis não só por ser fundamental, mas pelo princípio de respeito à nossa agricultura e associados. De igual forma, defender o nosso ecossistema não é uma obrigação, mas um valor de que não abdicamos. Temos orgulho em guardar e fazer crescer um legado com mais de 5 séculos, preservando o olival tradicional, mantendo a cultura de sequeiro. Somos e continuaremos a ser ecossustentáveis». ☒ 22



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Prémio FNo Ouro “Oliveira da Serra Selecção Verde” Refúgio Verde, Lda. Prata “Oliveira da Serra Selecção Ouro” Sociedade Agrícola Vale do Ouro, SA Bronze “Rosmaninho Grand Selection Coop. de Olivicultores de Valpaços, CRL

modo de Produção Biológico Ouro “Herdade do Esporão Biológico” Esporão – Vendas e Marketing, SA Prata “Casa de Valpereiro Praemium” Sociedade Agrícola Alberto Manso, Lda. Bronze “Rosmaninho Biológico” Coop. de Olivicultores de Valpaços, CRL


Aliado há Feira Nacional de Olivicultura (FNO), certame de maior tradição e antiguidade no sector, está o Concurso de Azeite Virgem, o mais antigo em Portugal, contando já com mais de dez edições. Em 2019, este concurso rumou até Valpaços, para a segunda edição da FNO – Olivalpaços, e foi palco para a mostra de Azeites de grande qualidade, comprovada pelo facto de cerca de 40% dos Azeites terem obtido pontuações superiores a 80 pontos. Realizado pelo CEPAAL em parceria com os municípios promotores da FNO, conta com o apoio de um Painel de Provadores Nacionais de referência, que analisa, ao longo de dois dias de provas cegas, os Azeites a Concurso, premiando não só os melhores blends nacionais, com a distinção “Prémio Feira Nacional de Olivicultura”, mas também os melhores Azeites com Denominação de Origem Protegida, os melhores Azeites produzidos em agricultura biológica, os melhores Azeites de Quinta e de Cooperativa e ainda os melhores monovarietais de Galega e Cobrançosa, as variedades nacionais de maior representatividade. A cerimónia de entrega de prémios decorreu durante a Feira Nacional de Olivicultura – Olivalpaços, e contou com a presença do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Valpaços, Amilcar de Castro Almeida, e do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Moura, Álvaro Azedo. Mariana Teles Branco Coordenadora Técnica do CAV/FNO

cooPerativa Ouro “Rosmaninho Grand Selection” Coop. de Olivicultores de Valpaços, CRL Prata “Rosmaninho Grand Madural” Coop. de Olivicultores de Valpaços, CRL Bronze “Rosmaninho Biológico” Coop. de Olivicultores de Valpaços, CRL

QuiNta Ouro “Herdade do Esporão Biológico” Esporão – Vendas e Marketing, SA Prata “Casa de Valpereiro Praemium” Sociedade Agrícola Alberto Manso, Lda. Bronze “Casa de Santo Amaro Praemium” Trás-os-Montes Prime, Lda.

PatrimóNio Português Galega “Amor é Cego” João Miguel Rego Rosado Cobrançosa “Porca de Murça” Coop. Agr. dos Olivicultores de Murça, CRL 25


TEM UMA HISTÓRIA PARA CONTAR Há uma região em Trás-os-Montes, Nordeste de Portugal, abençoada pela natureza, cercada por montanhas, onde colinas e pequenos vales estão praticamente cobertos por oliveiras. As condições climatéricas, invernos frios e verões quentes, a perfeita altitude, média de 400 metros e a riqueza dos solos definem um autêntico terroir desta região DOP.


Os nossos Olivicultores podem assim desfrutar destas condições naturais as quais são fundamentais para produzir uma azeitona de qualidade superior. Este pedaço de terra tem sido mantido e respeitado pelos olivicultores, preservando o legado deixado pelos seus antecessores, conservando o mesmo olival tradicional e aplicando praticamente os mesmos processos agrículas sustentáveis. Os nossos azeites são feitos a partir de três variedades de azeitona - Cobrançosa, Madural e Verdeal.

A Cobrançosa é a azeitona mais presente no azeite que produzimos. É uma variedade que está a conquistar a atenção dos especialistas e que tem vindo a impor-se internacionalmente pela sua versatilidade culinária. Mas é o blend das três azeitonas que nos distingue - porque é perfeita a união da exuberância da Cobrançosa com a complexidade da Madural e a robustez da Verdeal, responsável pela estabilidade de um casamento dourado. Completamente adaptadas ao clima transmontano, são estas três azeitonas que definem a personalidade dos nossos azeites.

Cooperativa Olivicultores Valpaços Rua cidade de Bruxelas, Nº52 • 5340 492 Valpaço, Portugal • +351 278 711 256 • geral@azeite-valpacos.com


CEPAAL

Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo Texto da responsabilidade do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo

Mariana Teles Branco Técnica de Marketing e Qualidade do CEPAAL

O Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL) é uma pessoa colectiva de direito privado, sem fins lucrativos, constituída em Setembro de 1999 e sedeada em Moura, com o objectivo estatuário de “potenciar o estudo e promoção do Azeite constituindo um instrumento fundamental de cooperação e desenvolvimento da respectiva fileira”. Em Junho de 2013, através de uma alteração dos seus Estatutos, o objecto do CEPAAL passou a dar maior ênfase à promoção do Azeite do Alentejo, partindo da intenção de gestão de uma Identificação Geográfica Protegida “Azeite do Alentejo”. No Universo dos associados do CEPAAL, além de empresas privadas e cooperativas produtoras de Azeite, constam também organismos públicos, do Ministério da Agricultura, bem como municípios e associações de municípios, e ainda estabelecimentos de ensino superior e politécnico. Actualmente o CEPAAL conta com 30 associados produtores e 12 institucionais. Como entidade representativa do sector olivícola e oleícola alentejano, de entre as suas atribuições, podem realçar-se as seguintes: • Desenvolver acções de promoção e marketing, em mercados internos e externos, designadamente através da realização de estudos ou pesquisas de mercado com vista à definição de posicionamento do produto num dado

mercado, ou através da elaboração e implementação de planos de comercialização, marketing mix, e através da elaboração e implementação de planos de acção para os Azeites do Alentejo; • Preservar e valorizar, ao longo da fileira, todo o património histórico e cultural, nomeadamente através da dinamização da “Rota dos Azeites do Alentejo” ou integrando esta noutras rotas de interesse turístico e/ou cultural para a região do Alentejo; • Desenvolver quaisquer actividades de caracter científico, técnico, de formação, de transferência de conhecimento e de divulgação de informação que se adeqúem à prossecução dos seus objectivos; • Em geral, divulgar, promover e valorizar toda a fileira do Azeite, desenvolvendo uma cultura de satisfação da procura e das necessidades do mercado e adaptando e qualificando a oferta. Neste seu papel o CEPAAL pretende assim continuar a ser a instituição que representa o sector do Alentejo, apoiando uma maior dinâmica do mesmo, suscitando sinergias com outros sectores e contribuindo para o desenvolvimento integrado da região. A actividade do CEPAAL no que concerne à dinamização do sector do Azeite tem, pois, de romper com soluções do passado e de inovar na abordagem junto dos mercados, das populações, das empresas e das instituições. ☒

Rota dos Azeites do Alentejo Uma viagem surpreendente...

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Azeite: Uma riqueza incalculável desde há muitos séculos, de que apenas alguns povos eleitos puderam desfrutar... Hoje em dia todo o mundo pode ter acesso a este produto que podemos considerar verdadeiro ouro alimentar. No entanto são apenas alguns os países e as regiões onde o Azeite tem origem, sendo o nosso Portugal um destes. Em Portugal o Alentejo é sinónimo de vinho, trigo, cortiça... e Azeite! É desde tempos antigos um dos produtos de excelência da região, sendo

ao mesmo tempo sustento, cultura e modo de vida dos povos alentejanos... O Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo propõe-lhe a descoberta de todo este património de riqueza imensa... Venha desfrutar de toda a envolvência de um povo e de uma região, para os quais o Azeite não é menos do que absolutamente essencial. Nesta Rota dos Azeites do Alentejo poderá conhecer o Azeite em todas as suas facetas... através da visita a olivais e aos lagares onde a azeitona

proveniente destes é laborada, através das Provas técnicas de Azeite, e finalmente, através da riquíssima gastronomia Alentejana, onde poderá provar o Azeite com o qual serão confeccionados os vários pratos para seu prazer... Tradição e modernidade coexistem e complementam-se, em olivais centenários, lagares-museu, plantações de vanguarda, e lagares dos mais modernos do mundo…! Visite o Alentejo, onde a Oliveira é Rainha e o Azeite a maior riqueza!



Reforço da estratégia do CEPAAL

Projecto “Promoção do Azeite do Alentejo nos Mercados Externos” Texto de Mariana Teles Branco (Técnica de Marketing e Qualidade do CEPAAL)

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Entre 2017 e 2019 o CEPAAL levou à cabo um Projecto de “Promoção do Azeite do Alentejo nos Mercados Externos”, co-financiado pelo Alentejo 2020 no âmbito do Programa Operacional Regional do Alentejo, com um investimento total de 320.682 euros, dos quais 256.546 euros provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). O principal objectivo do projecto passou pelo reforço da estratégia de promoção do CEPAAL com vista à internacionalização do Azeite do Alentejo, bem como das empresas directa ou indirectamente ligadas ao sector, para um aumento da dinamização da economia do território e para uma maior competitividade ao sector, promovendo o reconhecimento

internacional colectivo do Azeite do Alentejo. Foram realizadas várias acções de promoção, apresentação e divulgação do Azeite do Alentejo nos seis mercados-alvo identificados pelos Associados (Alemanha, Brasil, EUA, Canadá, Suécia e Dinamarca), incluindo a presença do CEPAAL em certames internacionais de grande relevância, visitas inversas a associados produtores por críticos gastronómicos, chefs de renome, jornalistas, oleólogos, entre outros; e ainda showrooms e provas técnicas, para dar a conhecer as especificidades do Azeite do Alentejo.

Os resultados do projecto foram muito positivos, tendo o projecto, o CEPAAL e o Azeite do Alentejo, sido mencionados por várias vezes na imprensa nacional e internacional, conferindo-lhes grande notoriedade. Confirmaram-se as certezas do interesse crescente por Portugal e pelo que é português, bem como pelo Azeite, o “ouro verde” do Alentejo, concluindo que o caminho da internacionalização do Azeite português, em geral, e do Azeite do Alentejo, em específico, é um caminho a seguir. ☒



Valorização da cultura da oliveira Galega traduz-se num azeite de carácter inconfundível Texto da responsabilidade da Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Estremoz

O Azeite Lavrador é produzido pela Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Estremoz, a partir de azeitonas da variedade Galega, provenientes exclusivamente do concelho. Existindo nas categorias Virgem, Virgem Extra e Virgem Extra DOP, varia entre o amarelo ouro com frutado maduro e o amarelo verde com frutado mais verde – características que marcam os diferentes azeites, mas que mantém o carácter inconfundível da marca Lavrador. A Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Estremoz, fundada em 1952, integra hoje aproximadamente cinco centenas de associados. Tendo como primeira missão valorizar e dar seguimento às tradições da cultura da oliveira Galega e do seu azeite, estabelece um forte elo de ligação e proximidade com os seus produtores. São estes dedicados agricultores que, pelas freguesias do concelho, produzem nos seus olivais tradicionais – alguns dos quais centenários – as azeitonas da variedade Galega. Procurando sempre manter viva a alma e a ligação aos métodos de produção tradicionais, a cooperativa procede à transformação da azeitona num moderno lagar de duas fases a baixas temperaturas. A laboração da azeitona é feita logo após a sua receção, aproveitando a frescura da materia‑prima, importante garante de qualidade para o azeite. Contando com incondicional empenho, dedicação e profissionalismo dos colaboradores, consegue garantir-se a superior e constante qualidade da marca Lavrador. 32

Azeite Lavrador Azeite Virgem › Garantia de acidez máxima 1,5% › Amarelo dourado › Frutado maduro › Proveniente de azeitona Galega › Embalagens: 3L e 5L

Azeite Virgem › Garantia de acidez máxima 1% › Amarelo dourado › Frutado maduro › Proveniente de azeitona Galega › Embalagens: 750 ml e 5L

Azeite Virgem Extra › Acidez máxima de 0,8% › Amarelo ouro ou amarelo ouro verde › Frutado meio verde a maduro › Proveniente de azeitona Galega › Embalagens: 250 ml

Azeite Virgem Extra DOP › Selecionado para cumprir rigorosamente os requisitos de certificação: Denominação de Origem Controlada Azeites do Norte Alentejano › Proveniente de azeitona Galega › Embalagens: 750 ml e 5L

Azeite Virgem Extra Gold Edition ›Proveniente de lote selecionado pelas caraterísticas organoléticas especiais › Proveniente de azeitona Galega › Embalagens: 500 ml


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© Giorgio Giorgi

Colheita da azeitona

Uma das operações culturais de maior importância na olivicultura Texto de António Manuel Cordeiro e Carla Sofia França Inês (INIAV, IP | Pólo de Elvas)

Colheita mecanizada com máquina cavalgante

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A colheita da azeitona é uma das operações culturais de maior importância na olivicultura. O momento de realização da colheita e o método utilizado condicionam a qualidade e a quantidade de azeitona colhida, os custos da produção e a produção do ano seguinte. O azeite surge no parênquima da polpa dos frutos em finais de Julho, aumentando exponencialmente até meados de Setembro. A partir dessa data, o acréscimo de gordura acumulada reduz-se de forma gradual até praticamente se anular em Novembro / Dezembro quando finaliza a maturação da azeitona, aproximadamente 29 semanas após a plena floração. Entenda-se que o período de maturação é o intervalo de tempo desde o surgimento de manchas de cor violácea na epiderme das azeitonas até à coloração definitiva característica da cultivar. Uma característica que pode indiciar a evolução da maturação é variação da cor. A maturação varia fundamentalmente com a cultivar. Entre as cultivares portuguesas com maturação temporã destacam-se: ‘Azeiteira’, ‘Blanqueta de Elvas’, ‘Cordovil de Elvas’, ‘Gama’ e ‘Redondil’. Com maturação média: ‘Cobrançosa’, ‘Cordovil de Serpa’, ‘Galego

Variação de cor

Grado de Serpa’ e ‘Galega vulgar’. Com maturação serôdia: ‘Carrasquenha’, ‘Galego de Évora’, ‘Redondal’ e ‘Verdeal Alentejana’. Entre as cultivares estrangeiras cultivadas em Portugal, ‘Arbequina’ apresenta uma maturação temporã e a ‘Picual’ uma maturação média. A escolha da data / período de colheita da azeitona influi também direta e indiretamente nas características do azeite produzido pois as características organolépticas do fruto alteram-se à medida que a colheita se atrasa. Os azeites extraídos no início da maturação da azeitona são azeites mais frutados e aromáticos, tão apreciados no mercado internacional, enquanto os azeites de final de campanha, são mais doces. Importante também realçar que quanto mais tarde se realizar a colheita, maiores probabilidades haverá das azeitonas ficarem sujeitas ao efeito da geada e que afeta a qualidade do azeite. O método mais tradicional de colheita da azeitona é o varejamento. Os elevados custos e a falta de mão-de-obra disponível nas zonas

Colheita da azeitona com vibrador de troncos complementada com varejamento manual

rurais obrigaram os olivicultores à mecanização desta operação cultural, por exemplo com vibradores de tronco. A resistência ao desprendimento condiciona a queda natural dos frutos e a eficácia dos equipamentos de colheita, seja manual ou mecanizada. A resistência ao desprendimento, que tem uma forte componente varietal, diminui durante o período de maturação. A tradição em cada região ainda condiciona o comportamento dos olivicultores. No entanto, a colheita deve ser determinada em função da cultivar presente no olival, o aspeto sanitário da azeitona e pelas características dos azeites. Nos olivais conduzidos em sebe – olivais superintensivos devido às elevadas produções que se obtêm os frutos não desenvolvem a sua coloração característica. Nestes casos o momento de realização da colheita está associado com a quantidade de gordura acumulada na polpa da azeitona. Nestes olivais a colheita é mecanizada e os equipamentos utilizados são máquinas cavalgantes. ☒



2019

Mariana Teles Branco Coordenadora Técnica do CNAP

Moura DOP

Grandes Lotes

Ribatejo DOP

Trás-os-Montes DOP

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Beira Interior DOP

À semelhança do que tem vindo a acontecer nas 12 edições anteriores, o Concurso Nacional de Azeites de Portugal continua a afirmarse com montra de excelência para os melhores azeites nacionais, mantendo a aposta nos produtores nacionais. Organizado pelo CNEMA e pelo CEPAAL, no âmbito da Feira Nacional de Agricultura, o Concurso Nacional de Azeites de Portugal de 2019 recebeu 125 Azeites em competição e contou com a colaboração de um Painel de Provadores Oficial e exclusivo, composto por profissionais nacionais e estrangeiros. Esta combinação e o facto de ter continuado, pelo quarto ano consecutivo, a receber apoio institucional por parte do Conselho Oleícola Internacional confere ao Concurso não só rigor, nomeadamente no cumprimento das normas estabelecidas pelo COI, como também bastante notoriedade. A cerimónia de entrega de prémios decorreu em plena Feira Nacional de Agricultura e contou com a presença do Senhor Presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa. Entre os premiados contam-se diversos Azeites já distinguidos internacionalmente, todos de origem portuguesa, o que confirma, uma vez mais, que os melhores Azeites de Portugal são, também, dos melhores Azeites do Mundo.

Alentejo Interior DOP

Os melhores azeites de Portugal www.melhoresazeitesdeportugal.pt


Biológico Frutado Verde Suave

Biológico Frutado Verde Intenso

Premiados

Biológico Frutado Verde Médio

Biológico Frutado Maduro

Melhor do Mercado

Azeite D.O.P 1

Azeite Modo de Produção Biológico

Azeite da Beira Interior D.O.P

Azeite Frutado Maduro

Medalha de Ouro

Medalha de Ouro

“Fio da Beira Praemium”

“Casa Grande Biológico”

Fio da Beira, Lda.

Coop. de Viticultores e Olivicultores de Freixo de Numão, CRL

Azeite de Moura D.O.P

Azeite Frutado Verde Suave

Medalha de Ouro

Medalha de Ouro

“Azeite de Moura DOP”

“Vale da Santa”

Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, CRL

Lagazei – Lagar de Azeite Unipessoal, Lda.

Azeite de Trás-os-Montes D.O.P

Azeite Frutado Verde Médio

Medalha de Ouro

Medalha de Ouro

“Rosmaninho Grand Selection”

“Casa de Valpereiro Premium”

Cooperativa de Olivicultores de Valpaços, CRL

Sociedade Agrícola Alberto Manso, Lda.

Azeite do Alentejo Interior D.O.P

Azeite Frutado Verde Intenso

Medalha de Ouro

Medalha de Ouro

“Relíquia da Vidigueira Azeite Virgem Extra DOP”

“Herdade do Esporão Biológico”

Vidcavea – Azeites da Vidigueira, Lda.

Azeite do Ribatejo D.O.P Medalha de Ouro

“Quinta do Pouchão DOP Ribatejo” SAOV – Sociedade Agrícola Ouro Vegetal, SA

Esporão, Vendas e Marketing, SA

Prémio Feira Nacional de Agricultura Medalha de Ouro Grandes Lotes

“Rosmaninho Grand Selection” Cooperativa de Olivicultores de Valpaços, CRL

Medalha Melhor do Mercado

“Herdade do Esporão Biológico” Esporão, Vendas e Marketing, SA

(1) Os azeites premiados DOP foram apurados pelo painel de provadores do Concurso Nacional de Olivicultura OlivaPaços 2019.

Medalha Prestígio

“Quinta do Ataíde”

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Symington Family Estates, Vinhos, SA

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Azeite Frutado Maduro

Azeite Frutado Verde Suave

Azeite Frutado Verde Médio

38 1º


2019 Os melhores azeites de Portugal www.melhoresazeitesdeportugal.pt

Azeite Frutado Maduro

Azeite Frutado Verde Médio

Medalha de Ouro

Medalha de Ouro

“Quinta de Santa Júlia”

“Pintas”

Teresa de Jesus Miranda de Sousa Leite Seixas

Wine & Soul, Lda.

“Quinta do Crasto Selection”

“Oliveira da Serra Selecção Ouro”

Quinta do Crasto, SA

Sociedade Agrícola Vale do Ouro, SA

Medalha de Prata

“Cortes de Cima”

“CAMB Premium”

Medalha de Prata

“Quinta da Pacheca”

“Quinta do Noval”

Quinta da Pacheca, Sociedade Agrícola e Turística, Lda.

Quinta do Noval, Vinhos, SA

Medalha de Bronze

“Quinta do Pouchão DOP Ribatejo”

“Herdade do Esporão Galega” Esporão – Vendas e Marketing, SA 2º

“Casa Anadia Ribatejo DOP”

Polistock, Lda.

Azeite Frutado Verde Suave

Azeite Frutado Verde Intenso

Medalha de Ouro

“Quinta do Ventozelo” Quinta do Ventozelo, Sociedade Agrícola e Comercial, SA

“Rosmaninho Superior” Cooperativa de Olivicultores de Valpaços, CRL

Medalha de Prata

“Quinta dos Malvedos” Symington Family Estates, Vinhos, SA

“Casa de Santo Amaro Praemium”

Prestígio

Saov – Sociedade Agrícola Ouro Vegetal, SA

“Rosmaninho Praemium” Cooperativa de Olivicultores de Valpaços, CRL

Medalha de Bronze

“Casa de Valpereiro Praemium” Sociedade Agrícola Alberto Manso, Lda.

“Olmais” Quinta dos Olmais, Lda.

“Carm Grande Escolha” Celso Hernâni Gastalho Madeira

Azeite Frutado Verde Intenso Medalha de Ouro

“Quinta do Ataíde” Symington Family Estates, Vinhos, SA

Trás-os-Montes Prime, Lda.

Medalha de Prata

Medalha de Bronze

“Oliveira da Serra Lagar do Marmelo”

“Quinta do Crasto Praemium”

Cortes de Cima, SA

Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, CRL

Elaia 2, Investimentos, SA

Quinta do Crasto, SA

Medalha de Bronze

“Montes Ermos Grande Escolha”

“Cabeço das Nogueiras Premium”

Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta, CRL

SAOV – Sociedade Agrícola Ouro Vegetal, SA

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O uso de bioestimulante no olival Uma tendência ou uma necessidade? Texto de Vasco Falcão Neves (Gestor de Vendas da FERTIPOWER)

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Os novos investimentos que temos observado na intensificação de culturas fruteiras, responsáveis por visíveis alterações da paisagem e do tecido económico das zonas rurais, são também eles, o espelho duma nova visão económica para a agricultura. Dominada por consumidores cada vez mais preocupados com questões de segurança alimentar e de sustentabilidade ambiental, os produtores são cada vez mais confrontados com questões de rentabilidade, resíduos e escassez de mão de obra. Garantir a qualidade do produto final, com o necessário destaque para as suas características únicas, obrigam hoje a fortes investimentos quer ao nível da produção, quer da transformação e armazenamento. O sucesso de todo este processo começa por garantir uma entrada, o mais precocemente possível, numa produção elevada, estável, de qualidade e isenta de resíduos. Até hoje, o necessário aumento de produtividade tem assentado em 3 vias orientadoras: melhoramento genético, melhoramento da tecnologia operacional e intensificação do uso de factores de produção. Surge agora uma quarta via, apontada como fundamental, já que é a única que assenta não

na eficiência dos recursos utilizados, mas na “inovadora” ideia de maximizar a eficiência das culturas em si. Estamos a falar do uso dos bioestimulantes de acordo com a mais recente definição acordada pelo Conselho Europeu da Industria de Bioestimulantes (EBIC), ou seja, da utilização de pequenas quantidades de organismos ou substâncias naturais que melhorem a eficiência nutricional das plantas, traduzindo-se através de aumentos na produção e na qualidade, e que simultaneamente aumentem ou induzam resistências sistémicas a situações de stress biótico e abiótico. Esta é um via exclusiva, na medida em que permite potenciar e maximizar todas as restantes vertentes técnicas sem implicar com isso utilizar mais recursos, e por isso garantir um objectivo de sustentabilidade e de redução da pegada ecológica. Baseados em recursos naturais, renováveis e isentos de resíduos, o uso dos bioestimulantes deverá passar a fazer parte da racionalidade dos produtores agrícolas na medida em que permitem perseguir os objectivos da produção ao mesmo tempo que garantem as exigências do consumidor. Foi com este objectivo que a Fertipower assumiu conjuntamente com o visionário produtor de olival superintensivo e produtor de azeite, o enge-

nheiro João Rodrigo Mendes e a Escola Superior Agrária de Santarém coordenado pelo Professor Nuno Geraldes Barba, um estudo de três anos sobre a utilização de bioestimulantes na produção de Azeitona e posteriores resultados em termos da quantidade e qualidade do Azeite. Numa fase inicial este estudo passará por avaliar o efeito ao nível das melhorias na floração, vingamento, peso médio dos frutos, desenvolvimento dos novos lançamentos e distâncias nos entrenós, e nos anos posteriores, efeitos ao nível da diferenciação floral, estabilização de produção e melhoria no vigor e no estado sanitário do olival. Em simultâneo será avaliado o efeito global na produção e qualidade geral do azeite. O objectivo deste ensaio é o de provar os benefícios que o uso regular e continuado dos bioestimulantes pode trazer, se passarem a fazer parte da “fertilidade” das culturas e não utilizados como intervenções pontuais em situações de crise, como habitualmente são. A Fertipower, é uma empresa de biotecnologia que aposta estrategicamente nos bioestimulantes e outros fertilizantes técnicos como soluções futuras para os novos desafios que se põem à produção agrícola, e que vão exigir propostas alternativas sem resíduos e mais sustentáveis. ☒


SOLUÇÕES BAG-IN-BOX® PARA AZEITE Protege o azeite do contacto com a luz e o oxigénio

Fácil e prático de usar

Caixa com imagem personalizada de alta qualidade Torneira VITOP® Original especifica para azeite

SIMPLES E EFICAZ

MAIOR PROTEÇÃO

MENOS POLUIÇÃO

Maior exposição de marca, facilidade de armazenamento e paletização

Mantêm as qualidades organolépticas do azeite preservando-o após a abertura

Baixa Pegada de Carbono em relação a outras opções de embalagens usadas

Preserva a qualidade do azeite até à última gota. Telefone: 261 743 914 Email: enoapoio@sapo.pt www.enoapoio.pt

Rua Principal, 28 - Carreiras 2565-136 Carvoeira Torres Vedras


A EnoApoio foi constituída em 1999 com o objetivo de comercializar produtos químicos e enológicos, destinados à indústria vinícola. Sempre com uma atenção ao mercado e à percepção das necessidades dos clientes, foi realizado em 2002 um acordo comercial com a Plásticos Vicente SL, iniciando-se a comercialização de bolsas para Bag-In-Box®. Este acordo permitiu que fosse a EnoApoio que com a sua experiência e conhecimento, implementasse o Bag-In-Box®(BiB®) em Portugal, apresentando um produto inovador, produzido com os mais elevados padrões de qualidade e que respondesse às necessidades do mercado, tanto dos pequenos produtores como dos maiores. Existiu também uma necessidade e preocupação de consolidar a oferta de serviços com a disponibilização de máquinas de enchimento, como um natural complemento à comercialização do BiB®. Em 2008, fruto da prosperidade do mercado do Bag-in-Box®, surge uma nova etapa na vida da EnoApoio: com a aquisição da Plásticos Vicente SL pela multinacional Smurfit Kappa. A EnoApoio tornou-se então o representante em Portugal de todos os produtos produzidos pela Smurfit Kappa, no âmbito das embalagens flexíveis e dos seus componentes; incluindo todos os produtos Vitop® (torneiras, tampões variados e asas). Isto fez com que EnoApoio passasse a disponibilizar e ter acesso a todo o portfólio Smurfit Kappa; e tivesse assim a sua garantia de qualidade assegurada e reforçada pelas marcas registradas: Smurfit Kappa® e Vitop® Original. O universo das embalagens flexíveis em Portugal tem evoluído bastante nas últimas duas décadas. A EnoApoio tem procurado não só acompanhar as tendências, como também divulgar tendências. Inicialmente usado no embalamento do vinho o Bag-in-Box® começou agora, mais recentemente, a ser procurado para o embalamento de outros produtos como: sumos, águas, lacticínios, ovoprodutos, diversos produtos alimentares e também produtos químicos, com especial destaque para a indústria do azeite.

Bag-in-Box® para azeite porquê? O Bag-In-Box® para os amantes de vinho não é um formato estranho. Os benefícios do Bag-in-Box® são mais que muitos e a indústria vinícola em Portugal, desde há muito que adoptou este tipo de embalagem. Num recente estudo da Nielsen, o Bag-In-Box® ocupa 36.9% da fatia de mercado dos vinhos, aproximando-se da garrafa. Este número só tem comparativo em mercados como a Europa do Norte. O mais importante é manter o conteúdo fresco por período maior de tempo, após a abertura.

O Bag-in-Box® é a embalagem ideal para preservar o azeite.


Quais são os inimigos do azeite Virgem Extra? Luz, calor e oxigénio são três piores inimigos do azeite virgem extra. Quando este tem contato prolongado e constante com qualquer um destes, um azeite mesmo de qualidade superior pode ganhar ranço ou iniciar rapidamente um processo de degradação.

A embalagem do Bag-in-Box® resolve dois destes problemas – luz e oxigénio... A bolsa e a caixa de cartão fornecem uma dupla proteção para qualquer possível penetração de luz no azeite. Ao dispensar o azeite através da torneira VITOP® o saco colapsa, evitando que o oxigénio entre em contato com o azeite. A torneira que funciona por pressão, e anexada à bolsa, tem um design de válvula unidirecional que impede que o ar e o oxigénio entrem na bolsa e contactem com o azeite.

...mantendo a frescura e o sabor O Bag-in-Box®, pode manter a frescura e o sabor aromático do azeite, de forma consistente ao longo de um período de tempo mais longo, em comparação com o embalamento em garrafa de vidro, lata ou garrafão, em particular depois de aberto. Um estudo conduzido pela Universidade de Córdoba mostrou que o Bag-in-Box® tem a menor oxidação em termos de valor de peróxido e K270 e K232 em comparação com garrafas de vidro, garrafas PET e latas; enquanto as embalagens PET apresentam as mais altas taxas de oxidação. O Bag-in-Box® preserva a qualidade e prolonga a vida útil do azeite. Protege o azeite da exposição ao ar e evita o contato com o oxigénio na abertura.

Outros benefícios

SO BA PA

• Baixa pegada de carbono dado ser uma embalagem extremamente leve, compacta e que ocupa pouco espaço no transporte em vazio. • Optimização da logística, paletização e armazenamento quando cheio. • Fácil utilização pelo consumidor tanto para uso doméstico como para restauração e hotelaria. • Diferenciação da marca através de um maior poder de exposição ao consumidor.


Recursos genéticos na olivicultura Texto de António Manuel Cordeiro e Carla Sofia França Inês (INIAV, IP | Pólo de Elvas)

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As atuais variedades, são o resultado da interação entre a variabilidade genética em cada região, induzida pelo ecossistema, e os processos empíricos de seleção realizados pelos agricultores. A preservação dos melhores indivíduos foi sendo feita por multiplicação vegetativa (estacaria e enxertia) pois a oliveira é uma espécie heterozigótica. Nos países mediterrânicos o olival caracteriza-se pela existência de elevado número de variedades e dessas variedades só um número muito reduzido é cultivado em mais do que uma região. Estimase que o número de variedades em plena produção seja superior a 1000. Em Portugal as principais regiões olivícolas são: Alentejo, Trás-os-Montes, Beiras e Ribatejo. As variedades ‘Galega vulgar’ e ‘Cobrançosa’ têm uma importância nacional. Outras variedades têm uma importância regional; no Alentejo: a ‘Azeiteira’, a ‘Carrasquenha’, a ‘Cordovil de Serpa’ ou a ‘Verdeal de Alentejana’; em Trás-os-Montes: a ‘Madural’, a ‘Verdeal de Trás-osMontes’ ou a ‘Cordovil de Trás-os-Montes’; nas Beiras: a ‘Cornicabra’, a ‘Carrasquinha’ ou a

‘Cordovil de Castelo Branco’; e no Ribatejo: a ‘Lentisca’. As variedades locais têm uma difusão ainda mais restrita e normalmente não fazem parte de plantações olivícolas. Em Portugal a caracterização/identificação e a preservação/conservação através de coleções vivas é fundamental atendendo às modificações ocorridas nas últimas décadas: um aumento muito importante da área de plantação de novos olivais com variedades de outras regiões e o arranque de muitos olivais tradicionais de variedades locais. Em Junho de 2012 iniciou-se a plantação da Coleção Nacional de Referência de Variedades de Oliveira na Herdade do Reguengo do INIAV, IP. Pólo de Elvas no âmbito do projeto ProDer, ação 2.2.3.1, PA. 18659 com o objetivo de preservar a variabilidade genética existente nas regiões olivícolas portuguesas. A prospeção na região de Trás-os-Montes (projetos INTERREG e PIDDAC/ INIAP 153/00), incidiu nos Concelhos de Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Vila Flôr. Como resultado dessas prospeções foram marcadas e caraterizadas

57 ecótipos. Para as restantes regiões, e iniciado em 2012, está em curso um trabalho sistemático de prospeção (ProDer, ação 2.2.3.1, PA. 18659) nos principais concelhos com olival tradicional das Beiras, do Alentejo e do Ribatejo. Entre as denominações encontradas destacam-se, entre outras pela curiosidade, a Cordovil Moscatel, a Galega ginjinha, a Vermelhal, a Carrasquenha azuladinha ou a Cordovil branco. A preservação e a valorização dos recursos genéticos nacionais nesta espécie têm assim uma enorme importância. A caracterização/ identificação da biodiversidade é a etapa fundamental para o estabelecimento de coleções vivas de referência, locais onde as oliveiras são mantidas em boas condições culturais. O estudo sistemático da variabilidade intervarietal em coleção é outra etapa importante para o conhecimento do comportamento agronómico, sanitário e tecnológico com o objetivo de recomendar o aumento da área de plantação dessas variedades e/ou a sua utilização como progenitores em Programas de Melhoramento Genético. ☒



Azeite de Moura (DOP)

Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos Texto da responsabilidade da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos

Missão

Helder Transmontano Diretor-Geral

Produtores Distribuidores Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, Crl Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches, Crl Herdade dos Coteis, Lda. Soc. P. C. de Azeite de Ficalho Embaladores Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, Crl Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches, Crl Herdade dos Coteis, Lda. Soc. P. C. de Azeite de Ficalho Transformadores Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, Crl Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches, Crl Herdade dos Coteis, Lda. Soc. P. C. de Azeite de Ficalho

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A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos foi fundada em 1954, com a principal missão de dar resposta comercial competitiva às produções dos seus fundadores. Actualmente a Cooperativa conta 4.000 sócios, dos quais 1.200 são olivicultores. O modelo de negócio da cooperativa é diferente do das outras empresas, passando o objectivo por valorizar ao máximo a matéria-prima, para remunerar da melhor forma os associados. As produções médias da Cooperativa de Moura e Barrancos por campanha rondam os 40 milhões de quilos de azeitona, o que corresponde a 7 milhões de quilos de Azeite, extraído exclusivamente por processos mecânicos. No sentido de proteger e diferenciar no mercado um produto que conquistou ao largo de muitos anos uma reputação incontornável, foi reconhecida a DOP AZEITE DE MOURA, a primeira e mais antiga Denominação de Origem Protegida de Azeite em Portugal, que assenta nas variedades autóctones Cordovil de Serpa, Galega, e Verdeal, representando actualmente a maior produção nacional de Azeites com DOP. Os olivais tradicionais e o conhecimento dos produtores da região permitem produzir um Azeite Português, único e de elevada qualidade, um verdadeiro ex-líbris da Margem Esquerda do Guadiana.

aroma, bem como uma tonalidade absolutamente invulgar, tratando-se, por um isso, de um verdadeiro ex-líbris da região onde é produzido. Registada e protegida pelo Regulamento (CE) n.º 1107/96 de 16/06, a Denominação de Origem Moura, permitiu que o Azeite de Moura seja reconhecido como um produto de Denominação de Origem Protegida (DOP).

Utilização Desde os tempos antigos que o Azeite de Moura está na base de toda a gastronomia da região – sendo exemplos disso as açordas, as migas, os gaspachos e as tibornas. O Azeite de Moura é também utilizado para conservar alguns alimentos, como enchidos, sardinhas ou queijos. Facto curioso é ainda que, até há poucos anos, este azeite era utilizado como forma parcial de pagamento de salários. Para além disso, outrora, e para além da sua utilização vulgar, era também empregue na iluminação e no tratamento de doenças como cicatrizante e desparasitante.

Áreas e produções A área geográfica de produção do Azeite de Moura DOP abrange todas as freguesias de Moura e Serpa e a freguesia da Granja do concelho de Mourão.

Origem e reputação do Azeite de Moura

Produção do Azeite de Moura DOP

A origem dos olivais perde-se no tempo. Encontramos ainda hoje, nesta região e a par da esquadria dos olivais mais modernos, múltiplas manchas de oliveiras centenárias ou mesmo milenares – particularmente nos chamados Coutos de Moura, cercando a velha cidade, como uma ilha no meio de um olival. As origens dos olivais são, na verdade, tão antigas que, já no tempo dos Romanos, se citava em termos elogiosos a arte do povo da região quando se referia a olivicultura, fazendo referência às exportações para Roma do magnífico azeite proveniente da planície alentejana. Por todo o país, a excelência de qualidade dos azeites de Moura teve sempre uma enorme e muito particular aceitação, o que surge tão bem ilustrado no conhecido ditado popular “tão fino como o Azeite de Moura”, quando o povo quer qualificar, por analogia, a finura do espírito de alguém. A singular combinação dos atributos das cultivares que estão na base do Azeite de Moura – isto é, a finura da azeitona Cordovil, com o frutado e suavidade da Galega e com o leve picante a cor da Verdeal – confere a este azeite características organolépticas de sabor e de

O Azeite de Moura DOP é obtido a partir das variedades Cordovil, Galega e Verdeal, sendo, na sua produção, apenas utilizadas as azeitonas colhidas directamente das árvores, sãs e em plena maturação. O transporte das azeitonas até ao lagar é efectuado o mais rapidamente possível após a colheita, para não comprimir a azeitona e não provocar danos mecânicos. Na recepção, as azeitonas são separadas segundo a sua proveniência, variedade e qualidade. Em seguida, são separadas das folhas e dos ramos. A moenda é efectuada de maneira a reduzir o mais possível o contacto com o ar, evitando não só a perda de aroma como as oxidações. A pasta é batida para libertar mais facilmente as gotículas de azeite, a uma temperatura máxima de 27º C. O azeite é depois armazenado em recipientes, a temperatura controlada entre os 15º e os 16º C. Efectuam-se periodicamente trasfegas para evitar a contaminação do azeite pelos aromas e sabores que provenham das partículas decantadas. Todo o material e equipamento em contacto com a pasta de azeitona e o azeite é em aço inox, ou se encontra revestido de material inerte e inócuo. ☒



"Azeite de Moura" a mais antiga e reputada Denominação de Origem Protegida a nível nacional Texto da responsabilidade da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos

Não é por acaso que a Denominação de Origem Protegida “Azeite de Moura” é a mais antiga e reputada a nível nacional. Extraído de azeitona Cordovil de Serpa, complementada com Galega, e com um toque de Verdeal Alentejana, produzida na Margem Esquerda do Guadiana, o Azeite de Moura tem personalidade, que advém do equilíbrio entre as sensações fortes que oferece a quem o degusta. Notas de verde folha, lembrando a planta de tomateiro, conjugadas com um toque subtil de maçã e com notas de amêndoa e frutos secos, enquadradas por sensações discretas de amargo e picante, conferem a este Azeite um perfil complexo e harmonioso, exclusivo e diferenciado. Estas características aromatizam e complementam muito bem as confeções gastronómicas de aromas discretos e complexos como saladas, carnes brancas, peixes magros, massas e arroz branco, queijo frescos e pouco curados. O Azeite de Moura DOP é a jóia da coroa da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, e é, por mérito próprio, uma das mais valiosas peças do património oleícola nacional. A qualidade do Azeite de Moura DOP é reforçada pelo reconhecimento do público que, pelo quarto ano consecutivo, o elegeu como ‘Sabor do Ano’, identificando-o como um dos melhores azeites de Portugal (este reconhecimento resulta de testes sensoriais no laboratório da ALS Controlvet Fullsense e de uma prova cega por oitenta consumidores, sem qualquer referência à marca). A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos tem disponível, no seu portfolio, o Azeite de Moura DOP em formatos de 500 ml, 750 ml e 5 litros. 48


A Nova era do batido chama-se Protoreattore Pieralisi ®

Alta Qualidade / Máxima Eficiência / Mínimo Investimento Com o Protoreattore® o Grupo Pieralisi define um novo marco no campo da maquinaria para a extração de azeite. É um sistema único no mercado oleícola mundial que vem revolucionar o processo tradicional do batido, garantindo importantes vantagens tanto em trabalho contínuo, como em trabalho por maquias. Maior Quantidade e Qualidade do produto processado, devido à grande diminuição do tempo de batido e à gestão automática da relação capacidade, tempo e temperatura. A poupança energética é uma consequência da diminuição dos tempos de trabalho e a menor dispersão térmica. Menores custos de investimento a par da capacidade de produção, através da eliminação substancial de reservatórios de batido. O azeite processado: tem um aumento substancial de polifenóis e melhor qualidade organoléptica. Uma revolução tecnológica que disponibiliza ao cliente Pieralisi uma nova era do batido. PIERALISI ESPAÑA SEDE CENTRAL Polígono Industrial PLAZA. C/ Burtina, 10 50197 ZARAGOZA (España) Tel. +34 976 466 020 • Fax +34 976 515 330 info.spain@pieralisi.com DELEGACIÓN PIERALISI SUR Parque Tecnológico y Científico Geolit Avda. de la Innovación, manzana 41 23620 MENGÍBAR, Jaén (España) Tel. +34 953 284 023 • Fax +34 953 281 715 jaen@pieralisi.com

www.pieralisi.com


«Com tecnologia Pieralisi, os nossos clientes reduzem custos e gastos energéticos na produção de azeite» Entrevista a Rodrigo Jaén (Diretor da Pieralisi para Espanha e Portugal)

Com uma vasta experiência na gestão e reestruturação de empresas do setor agroalimentar, Rodrigo Jaén chega à Pieralisi como referência na renovação da empresa que nasceu como negócio familiar e é actualmente uma multinacional líder no setor da maquinaria para a extração de azeite. Chega à Pieralisi num momento em que a empresa se renova e o coloca como um pilar fundamental na Península Ibérica. Quais são as bases dessa renovação? A Pieralisi, com mais de 50 anos no mercado espanhol, continua a apostar no futuro. Renovámos o plano de negócios a curto e longo prazo, por isso é necessário dinamizar a estrutura interna, focarmo-nos em atender às necessidades dos clientes, fornecer um serviço pós-venda de qualidade e continuar a inovar para criar valor para os nossos clientes e accionistas. Estão a apostar muito no serviço pós-venda. Pode resumir as novidades? A empresa possui uma base de clientes que estimamos terem mais de 50% do mercado oleícola de Espanha. Os clientes exigem um serviço de alta qualidade e assistência rápida, especialmente durante os períodos críticos da campanha. Estamos a fortalecer a nossa estrutura interna, contratámos Francisco Estrella como o novo diretor de pós-venda, estamos a actualizar e fortalecer a equipa de técnicos, assim como a reestruturar a distribuição geográfica para satisfazer os clientes em Espanha e Portugal, bem como os serviços de atendimento ao cliente em Jaén e Zaragoza. As instalações em Jaén serão ampliadas para oferecer um serviço mais rápido na reparação de senfins e bowls de decanter.

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As instalações centrais, que sempre estiveram em Zaragoza, estão a ser transferidas para Jaén. Pode dizer-nos como está a ser o processo? As instalações de Pieralisi em Zaragoza destina-

vam-se principalmente à produção de batedeiras para lagares e à reparação de separadores verticais mas agora, que a produção foi transferida para a Pieralisi Itália e para fornecedores externos em Espanha, Zaragoza está a fornecer serviços pós-venda e de reparação de máquinas, serviços que se vão manter para os clientes na área. As instalações de Jaén serão o nosso centro de operações principal na reparação de maquinaria e distribuição de peças de reposição. Possui uma vasta experiência em multinacionais, especificamente, no setor dos óleos vegetais. O que supõe trabalhar agora na Pieralisi Espanha e Portugal? Mais do que experiência no setor agroalimentar, tenho mais de dez anos de experiência na direção de empresas do ramo agroindustrial, focado na reestruturação de empresas e desenvolvimento de projectos internacionais. Essa experiência, focada na criação de valor, foi o principal factor para a minha incorporação na Pieralisi. O objectivo é orientar a Pieralisi no cumprimento dos objectivos estratégicos, a curto e longo prazo, reforçando a nossa participação no mercado e liderança no sector. Estamos a viver uma nova etapa da Pieralisi, dinâmica, mais próxima do cliente, com a tecnologia e inovação como pilares do nosso crescimento. A Pieralisi existe há 130 anos, praticamente sempre como líder do setor. Em Espanha comemorou meio século há três anos. Quais são os segredos para manter este estatuto? Seguindo sempre o nosso lema “inovadores por paixão”, a Pieralisi concentrou-se em apresentar soluções aos clientes, estabelecendo o ritmo a que a indústria evoluiu. É verdade que a concorrência se intensificou nos últimos anos, por isso, mais que nunca a Pieralisi planifica a sua posição na nova era, nova visão e abordagem tecnológica. A Pieralisi é e conti-

nuará a ser líder neste mercado, com soluções e proximidade com os clientes. No aniversário da Pieralisi em Espanha, o Sr. Gennaro Pieralisi explicou como o setor do azeite era, meio século atrás, um setor atrasado e pouco mecanizado. Como mudou a situação? E que papel a Pieralisi desempenhou no avanço dos lagares de azeite? As soluções da Pieralisi são adaptadas às realidades de cada país e região. No caso de Espanha e Portugal, oferecemos decanter de alto rendimento em segmentos em que nossos concorrentes não têm presença. Além disso, demos soluções para a produção de AOVE de alta qualidade, apresentámos a nova era do batido com o Protoreattore ®, que em lagares especializados em azeite de qualidade obteve resultados muito bons. A linha Leopard, tecnologia DMF, permite produzir um azeite de qualidade superior, com alto desempenho e economia significativa de água e energia. A sua chegada à Pieralisi coincide com um período difícil para os produtores de azeite. Preços baixos e perspectivas de colheita menos positivas. Nestes tempos difíceis, como é que a sua empresa pode ajudar o produtor? A tecnologia Pieralisi está focada em melhorar o rendimento produtivo dos nossos clientes para melhorar as receitas e a eficiência energética para reduzir os custos operacionais. Além disso, a nossa equipa comercial e técnica concentra-se na personalização das ofertas comerciais de modo a fornecer a solução para a realidade de produção de cada um dos nossos clientes. Uma vez que um produtor confie na tecnologia Pieralisi, ele terá um suporte técnico por trás, e estaremos sempre disponíveis para cada um dos nossos clientes. Isto é demonstrado pela lealdade de muitos dos nossos clientes que confiam na Pieralisi há mais de 50 anos no mercado espanhol. ☒


Nova imagem... A paixĂŁo de sempre!

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eLecTrocouP F3015

Na continuidade do aperfeiçoamento Tesoura de poda elétrica ELECTROCOUP F3015 é a nova referência. Criada para os profissionais da poda, a F3015 posiciona-se na continuidade das suas antecessoras como uma ferramenta de qualidade, fiável, amplamente aprovada por todos os seus utilizadores no mundo inteiro. Foram cuidadosamente selecionados materiais de qualidade e efetuado um longo trabalho de Investigação e Desenvolvimento com o intuito de otimizar ao máximo a compacidade e o peso das principais peças. A estrutura de alumínio, peça principal de fixação do conjunto dos componentes da tesoura (em liga especial de aeronáutica) passa a ter garantia vitalícia. Tal como na F3010, esta tesoura oferece a possibilidade de o utilizador trocar a cabeça de corte em função do trabalho que pretende efetuar. Em apenas 5 minutos pode transformar a sua tesoura para outras aplicações. A única tesoura de poda no mundo que possui 3 cabeças intercambiáveis com meia-abertura ajustável e sistema de segurança DSES (sistema anti corte).

Bateria LÍTiO-iON Ultra Compacta

A bateria de Iões de Lítio Cobalto pesa apenas 810g. Os acumuladores desta bateria foram particularmente selecionados devido à sua fiabilidade com o passar do tempo, bem como pela sua capacidade de fornecimento de correntes fortes. Bateria LÍTIO 120Wh • Peso: 810g • Autonomia dia completo 9h* Bateria com um sistema eletrónico integrado de gestão e de proteção dos acumuladores (BMS) • Células de LÍTIO com elevada capacidade – Tecnologia de baterias POWERTOOLS • Células tipo «Potência Forte», inteligência «Long Life». *de acordo com a utilização e condições de armazenamento

Lisagri

DsEs

A Lisagri foi fundada em 1985, comercializando vários equipamentos agrícolas. A partir do início de 2004 dedicou-se a comercializar, como representante regional, a marca INFACO. Esta empresa foi vanguardista nas tesouras eléctricas de poda e decidiu nomear a LISAGRI, LDA., a partir de junho de 2008, como seu importador nacional.

Sistema anti corte inventado e patenteado pela sociedade INFACO para uso exclusivo com as tesouras de poda ELECTROCOUP. Na F3015, é composto por uma luva de segurança condutora, ligada a um cabo espiral específico DSES. A utilização da luva aliada ao sistema eletrónico DSES aumenta a segurança do utilizador e, assim, diminui o risco de corte. Com efeito, mal haja contacto entre a cabeça de corte e a luva condutora, o fecho é interrompido instantaneamente e a lâmina volta para a posição de abertura. Assim, é impossível que a lâmina termine o seu percurso e isso evita o acidente. Contrariamente às luvas reforçadas ou em cota de malha, as luvas utilizadas para funcionar com o DSES garantem, devido à sua flexibilidade, uma excelente destreza e, assim, o trabalho é facilitado.

Importador exclusivo para Portugal

Dispositivo Suplementar Eletrónico de Segurança


PowercouP PW2 Gama de FerrameNtas 6 em 1

Com base no mesmo princípio da tesoura de poda ELECTROCOUP, o punho motorizado funciona com um conceito de cabeças substituíveis. Deste modo, a POWERCOUP PW2 é simultaneamente uma serra, motosserra, aparador de sebes, varejador de azeitonas, desladroadora e desbastadora elétricas. 1 MOTOR = 6 FERRAMENTAS.

LA GAMME LA GAMME POWERCOUP LA GAMME POWERCOUP PW2 POWERCOUP PW2 PW2

Graças a um reconhecimento eletrónico, a velocidade do motor adapta-se automaticamente em função da ferramenta conectada. O sistema patenteado permite ajustar os desempenhos do motor e, assim, definir a melhor relação potência/velocidade/torque em função das ferramentas utilizadas. O motor «plano» de tecnologia Brushless (sem escovas) proporciona um elevado rendimento, superior ao de um motor tradicional. É compacto, leve e oferece uma compatibilidade adaptada a cada ferramenta. Para as ferramentas com risco de cortes (aparador de sebes, máquina de corte e serra), oferece uma segurança adicional durante o relaxamento do gatilho ao interromper o movimento da ferramenta em muito pouco tempo.

LA GAMME LA GAMME POWERCOUP LA GAMME POWERCOUP PW2 POWERCOUP PW2 PW2

MOTOSSERRAMOTOSSERRAMOTOSSERRA

Motoserra

Serra

MOTOSSERRAMOTOSSERRAMOTOSSERRA

Serra

Serra

Serra

APARADORA APARADORA DE SEBESDESLADROADORA APARADORA DE SEBESDESLADROADORA DE SEBESDESLADROADORA

Aparadora de Sebes

Desladroadora

Serra

Serra

Serra

VIBRADORA DE VIBRADORA AZEITONASDE VIBRADORA AZEITONASDE AZEITONAS

Vibradora de Azeitonas

APARADORA APARADORA DE SEBES APARADORA DE SEBES DE SEBES

DESBASTADORA DESBASTADORA DESBASTADORA

Desbastadora


© Beatriz Ferreira

A olivicultura na Universidade de Évora Projetos de investigação, ensino e parcerias com produtores Conteúdo da responsabilidade da Universidade de Évora

54

A relação da Universidade de Évora com a olivicultura e o Azeite inicia-se nos anos 90, através de projetos de investigação, ensino e parcerias com produtores. Desde essa época desenvolveram-se estudos e experimentações nas áreas da Mecanização, Rega, Protecção Fitossanitária, Propagação de material vegetal e Tecnologia dos Azeites. O ENSINO especializado na área da Olivicultura e Azeite, é uma realidade com vários anos, seja através do 1.º ciclo em Agronomia, seja através do 2.º ciclo em Olivicultura e Azeite, uma oferta pós-graduada que pretende aprofundar conhecimentos em áreas multidisciplinares associadas à Olivicultura e à Tecnologia do Azeite, e que

pode ter continuação nos Programas Doutorais em Ciências Agrárias e Ambientais (uma parceria entre a UÉ e UAlg) ou no de Ciências dos Alimentos (parceria entre a FCT/UNL e a UÉ). A INVESTIGAÇÃO fundamental e aplicada na área do olival e do azeite tem sido das áreas mais estudadas pelos investigadores do ICAAM. Atualmente decorrem 8 projetos de âmbito nacional e internacional. • SUSTAINOLIVE: Novel approaches to promote the SUSTAInability of OLIVE cultivation in the Mediterranean. Financiado pelo

programa PRIMA Section 1 Farming Systems: Improving the Sustainability of Mediterranean Agro-ecosystems, conta com 22 entidades parceiras de Espanha, Portugal, Grécia, Tunísia e Marrocos, decorre de 2019-2023 e é coordenador por José Munoz-Rojas. • OliveTrojan: Uma estratégia com base na simbiose para a gestão da mosca da azeitona: à procura de potenciais 'cavalos de Troia'. Financiado pelo Alentejo 2020, decorre de 2018 a 2021, coordenado pela investigadora Tânia Nobre.


GAFAPROTECT: Controle da antracnose da oliveira através de silenciamento e expressão de genes utilizando um vírus de planta como vector. Financiado pelo Alentejo 2020, decorre de 2018 a 2021, coordenado pelo investigador Patrick Materatski. • A Proteção Integrada do olival alentejano. Contributos para a sua inovação e melhoria contra os seus inimigos-chave. Financiado pelo Alentejo 2020, termina no final de 2019, coordenado pelo Prof. Doutor Fernando Rei. • Por3O – Uma abordagem ómica aplicada a azeites Portugueses. Projeto financiado pela FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia), com a duração de 3 anos (2016-2019), coordenado pela Prof.ª Doutora Maria João Cabrita. • OLEAVALOR – Valorização das Variedades de Oliveira Portuguesas. Projeto financiado pelo Alentejo2020, com a duração de 35 meses, coordenado pelo Prof. Doutor Augusto Peixe. • MedOOmics – Mediterranean Extra Virgin Oil Omics: profiling and fingerprinting. Projeto Europeu ArimNet2, com a duração de 3 anos (2016-2019), coordenado pela Prof.ª Doutora Maria João Cabrita. • Salsa – Small farms, small food businesses and sustainable food security. Projeto financiado pelo programa Europeu Horizonte 2020, com a duração de 4 anos e coordenado pela Prof. Doutora Teresa Pinto Correia. • Sufisa – Sustainable finance for sustainable agriculture and fisheries. Projeto financiado pelo programa Europeu Horizonte 2020, com a duração de 4 anos (2015-2019) e coordenado, no ICAAM, pela Prof. Doutora Teresa Pinto Correia. Para além dos projetos de investigação financiados, o ICAAM desenvolve investigação em PARCERIA com diversas empresas agrícolas nacionais, das quais destacamos Torre das Figueiras Sociedade Agrícola Lda (Monforte) e CCV Sociedade Agropecuária Lda. (Vidigueira), para a avaliação da poda mecânica em olival intensivo, com Herdeiros de Joaquim Santos Lima (Santarém), Olivais do Sul – Sociedade Agro-Pecuária, Lda., (Portel) e Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo na avaliação de variedades em modo de condução superintensivo e com a Fundação Eugénio de Almeida, na avaliação e proteção de agentes fitopatogénicos presentes no olival. •

Destaque para a recente linha de investigação do ICAAM, singular em Portugal que aborda os aspectos territoriais, paisagísticos e socio -ecológicos do olival, e que é liderada pela equipa da professora Teresa Pinto-Correia. Este grupo está atualmente envolvido na preparação de diversos projetos Europeus, como o programa PRIMA e Ibéricos, como o programa SUDOE-INTERREG que conta ainda com outros parceiros académicos, industriais e comerciais. A Transferência de Tecnologia e ligação à Comunidade na área da Olivicultura e Azeite é uma realidade e existe deste o início, procurando estreitar a ligação entre a investigação, as empresas e os mercados. Destacamos a Máquina de Colheita em Contínuo de Azeitona, que esteve presente na World Olive Oil Sumit 2018, integrada na Feira Nacional da Agricultura (FNA18) e que obteve uma resposta positiva de Intenção de Concessão da Patente Europeia EP 2617279 - “Equipamento de Colheita em Contínuo”, pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e pelo Instituto Europeu de Patentes (IEP). Destaque também para a Produção in vitro de clones selecionados de oliveira com o objetivo de valorizar a qualidade do material vegetativo para a produção in vitro de plantas de oliveira, capaz de ser aplicado a nível comercial. Desta área de investigação surgiu uma Spin-off – A empresa DespertaFolia, Lda., criada em 2018, na sequência de um projeto bem-sucedido de transferência de tecnologia (ALT20-03-0246-FEDER-000002 “VALREGIA“), um projeto coordenado pelo investigador do ICAAM, professor Augusto Peixe. O Diagnóstico e limpeza sanitária de clones de oliveira infetados por vírus, que recorrendo às mais recentes tecnologias de análise, permite oferecer um serviço de excelência a viveiristas e olivicultores. Através deste controlo e limpeza de vírus que afetam a oliveira, garante-se a qualidade do material vegetativo e assegura-se a maior rentabilidade e produtividade do olival. A Prestação de Serviços de Diagnóstico e Aconselhamento por parte dos Laboratórios de Micologia e Virologia Vegetal do ICAAM, que assim disponibilizam um serviço de apoio a olivicultores e viveiristas, permite também a garantia da qualidade fitossanitária das plantas. ☒

Universidade de Évora ICAAM – Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas A Universidade de Évora fundada em 1559 e reformulada em 1979, dispõe de 17 centros de investigação, dos quais o ICAAM – Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas, que existe desde 1991 é o mais abrangente, congregando cerca de 130 investigadores, distribuídos por 7 grupos de investigação nas áreas Agrícola e Ambiental. O ICAAM, situado na herdade experimental da Universidade de Évora – Pólo da Mitra, a 12 km da cidade de Évora conta com 22 laboratórios e 10 unidades de apoio à experimentação, que desenvolvem investigação, dão apoio ao ensino e prestam serviços à comunidade. A este centro estão também associados uma grande parte das Licenciaturas, Mestrados e Doutoramentos da Universidade de Évora. A Missão do ICAAM é promover a Sustentabilidade da Agricultura Mediterrânica e Ecossistemas Relacionados, para o Desenvolvimento Rural e o Bem-Estar da Sociedade, estando para o efeito organizada em 5 programas integradores: • Sistema Agro-silvo Pastoril • Produção e Saúde Animal • Olival e Azeite • Vinha e Vinho • Culturas Regadas Mais informação em: www.icaam.uevora.pt/infraestruturas

55


Herdade

Paço do Conde A História Implantada na Região do Alentejo (Sul de Portugal), a Herdade Paço do Conde perfaz uma área de 3.500 hectares e é atualmente explorada por três irmãos. O interesse pelo potencial geográfico e agrícola da Herdade, desperta na pré-história, segundo vestígios em diversos núcleos arqueológicos, seguindo da ocupação romana e posteriormente islâmica. O cultivo do olival e o fabrico do azeite vêm já desses tempos como atestam os vestígios cerâmicos, muros, valas de irrigação e antigos tanques de rega descobertos na Herdade. A Tradição oleica de excelência é revivida hoje numa propriedade há dois séculos na família dos produtores.

A Filosofia Os irmãos Castelo Branco descendem de uma família com longa tradição agrícola. Nas terras exploradas a diversidade cultural é uma realidade e além da vinha e olival podemos ver campos de trigo, girassol, milho, melão e pastagens semeadas e naturais. Esta diversidade possibilita a coexistência de Fauna e Flora tradicional com as culturas praticadas. A área explorada respeita as mais exigentes normas ambientais Europeias e toda a produção de uva e azeitona é certificada no Sistema de Produção Integrada. Em cada garrafa de azeite e vinho encontramos um mundo em que a qualidade e tradição, aliada à modernidade e amor ao trabalho testemunham a forma de estar dos nossos antepassados, que continuam a ser para nós uma referência essencial. Visitar a nossa Herdade é ter o prazer de ver e sentir esta harmonia.


Azeite

Herdade Paço do Conde Em 1995 começou a plantação dos cerca de 1.900 hectares de Olival na Herdade Paço do Conde, utilizando a irrigação gota-agota. As variedades escolhidas foram as Galega, Cobrançosa, Frantoio, Arbequina e Picual. A procura de alta qualidade motivou a introdução das variedades referidas, sendo a fraca precocidade e produtividade de algumas das variedades é compensada pela superior qualidade obtida. A produção de azeites Herdade Paço do Conde é feita desde 2007 em instalações próprias. Equipadas com avançada tecnologia têm capacidade para laborar 650 toneladas/dia. A produção de azeite extra virgem utiliza unicamente processos mecânicos de transformação a frio, de forma a não alterar as características naturais do sumo extraído das azeitonas. A paixão pelo azeite leva a Herdade Paço do Conde a produzir todos os anos apenas azeite extra virgem. Fruto de azeitonas das melhores variedades, colhidas no início da maturação, os azeites Paço do Conde são reconhecidos pela sua qualidade superior, e transmitem no aroma e paladar a harmonia que os rodeia. Frutado intenso de azeitona verde, aroma bastante complexo com notas de amêndoa, maça verde e erva verde. Na boca é bem estruturado, com uma característica picante bem marcada e algum amargo terminando com boa persistência.


Casa do Azeite

Associação do Azeite de Portugal Texto da responsabilidade da Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal

Eng.º Ricardo Costa Presidente

Eng.ª Mariana Matos Secretária-Geral

58

A Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal é uma pessoa colectiva de direito privado, constituída para defesa e promoção dos interesses dos seus associados, de âmbito nacional. Esta Associação iniciou a sua actividade em Setembro de 1976, com a designação de Associação dos Armazenistas, Refinadores e Exportadores de Azeite, tendo posteriormente alterado a sua denominação, em 1994, para Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal. A Associação nasceu por razões de carácter eminentemente patronal, na perspectiva da participação em processos de negociação colectiva, e foi definindo ao longo do tempo um campo próprio de intervenção que, sem perder de vista o seu objectivo principal de defesa dos interesses dos seus associados, se caracteriza de forma importante pela divulgação e promoção da imagem do azeite embalado junto do consumidor, enquanto garantia de qualidade, autenticidade e genuinidade do produto. É à luz destes dois objectivos que se alicerçam actualmente as restantes atribuições da Associação, como sejam, o estudo dos problemas relativos aos sectores de actividade económica nela representados ou a proposta de medidas ao Governo e aos órgãos associativos de grau superior sobre assuntos da sua especialidade ou interesse, ou ainda, a instalação dos serviços necessários à prossecução dos seus fins, nomeadamente serviços de contencioso, contratação laboral, serviços de assessoria económica e fiscal e serviços de assessoria de comunicação e imagem. No âmbito das suas atribuições, e por forma a atingir os objectivos nelas previstos, a Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal é membro de várias organizações nacionais e internacionais e tem assento em diversos fora de consultadoria junto da administração pública nacional, comunitária e internacional. De salientar que a Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal é a única estrutura associativa de âmbito nacional a operar no sector do azeite, representando cerca de 95% de todo o azeite de marca embalado em Portugal. A Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal tem por atribuições e conforme consta dos seus estatutos: • Favorecer o entendimento e a solidariedade entre os associados bem como promover a defesa dos seus interesses; • Promover o azeite embalado junto do consumidor; • Fomentar o estudo dos problemas relativos aos sectores da actividade representados, designadamente em matéria de formação e aperfeiçoamento profissional; • Propor às entidades oficiais a adopção de medidas jul-

gadas apropriadas sobre a defesa da política geral do sector, acesso à actividade, características e condições de funcionamento dos estabelecimentos, classificação e comercialização dos produtos, definição da política de crédito, normas contabilísticas e de trabalho, relações com os trabalhadores e previdência; • Negociar e celebrar com os sindicatos interessados convenções colectivas de trabalho; • Dar parecer sobre assuntos da sua especialidade sempre que consultada pela Administração Pública; • Instalar e assegurar o funcionamento dos serviços necessários, nomeadamente, serviços de contencioso, contratação laboral, económicos e fiscais; • Associar-se ou colaborar com organizações nacionais e internacionais com fins idênticos; • Prestar serviços aos associados ou criar instituições para o efeito. Actualmente, são condições de admissão na Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal serem os candidatos pessoas singulares ou colectivas de direito privado, que sejam titulares de uma empresa e que, actuando na fileira do azeite, se achem no pleno gozo da sua capacidade jurídica, preenchendo cumulativamente os seguintes requisitos: • Exerçam a actividade de embalador; • Disponham, para o exercício da actividade referida na alínea anterior, de instalações próprias com linha de embalamento; Os associados, de acordo com a sua dimensão, referenciada a 31 de Dezembro de cada ano, dividem-se nas seguintes categorias: »» Categoria A: até 300t/ano de azeite embalado; »» Categoria B: mais de 300t até 1000t/ano de azeite embalado; »» Categoria C: mais de 1000t até 2000t/ano de azeite embalado; »» Categoria D: mais de 2000t a 10000t/ano de azeite embalado; »» Categoria E: mais de 10000t/ano de azeite embalado. No entanto, e porque esta Associação é hoje o resultado da evolução do sector ao longo dos últimos 20 anos, acomodando e integrando internamente a multiplicidade de realidades que esta mesma evolução gerou, são actualmente associados da Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal, empresas de diferente natureza jurídica e objecto


social, unidas em torno da defesa e promoção do azeite de marca, ou azeite embalado. Por querer ser cada vez mais a voz de todo o sector, incluindo os novos pequenos produtores/embaladores que surgem recentemente neste mercado, a Casa do Azeite adapta-se uma vez mais às novas tendências, com o objectivo primordial de continuar a representar da melhor forma um sector em constante mudança.

Balanço da Campanha Oleícola 2018/2019 Apresenta-se seguidamente um balanço, ainda provisório, da campanha oleícola de 2018/2019, analisando os principais factores na origem do desempenho do sector, particularmente ao nível da produção, do consumo interno e das exportações.

Produção Na campanha oleícola de 2018/2019 a produção portuguesa, segundo os dados do INE (correspondem ao ano civil 2018), atingiu as 100.250 toneladas, valor que representa uma quebra de 25,6% em relação à campanha anterior. Apesar desta quebra, a produção em 2018 foi cerca de 8% superior à produção média dos últimos 5 anos. Esta quebra na produção nacional pode ser justificada por vários factores, sendo uma das principais razões o facto de ser uma campanha de contrasafra, nomeadamente por se ter seguido à maior produção de sempre registada em Portugal, que ocorreu em 2017. Por outro lado ocorreram condições climatéricas desfavoráveis, como a seca que se verificou ao longo de grande parte do ciclo vegetativo, bem como um

Quadro 1 – Evolução da produção em Portugal, por região, em toneladas 2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

584

380

488

281

348

417

247

372

196

520

198

15.098

10.296

16.755

13.277

9.020

13.849

12.607

13.092

11.377

15.615

15.109

Beira Litoral

5.198

5.313

3.231

4.580

2.506

4.583

1.436

5.001

1.954

6.514

2.362

Beira Interior

6.108

5.407

5.949

4.676

3.525

5.115

3.205

4.725

2.669

4.984

3.966

Ribatejo e Oeste

3.264

7.343

4.231

4.761

3.963

5.729

2.629

5.887

3.804

8.761

4.852

22.998

32.664

31.591

47.278

39.436

61.220

40.561

79.344

49.112

96.941

73.576

Entre Douro e Minho Trás-os-Montes

Alentejo Algarve Total

2018

556

1.054

669

1.350

319

673

258

631

263

1.349

187

53.808

62.457

62.914

76.203

59.117

91.587

60.944

109.052

69.375

134.684

100.250

Fontes: INE

Quadro 2 – Exportações nacionais de Azeite Virgem e Azeite, por destino, em toneladas 2014

%

Brasil

44.862,3

França Polónia

2015

%

31.378,0

% 24

2017 39.048,9

% 29

2018 47.811,1

%

32.871,0

4.471,8

3

3.029,1

2

3.449,0

3

2.561,4

2

3.734,0

2

127.6

727,2

1

1.851,5

1

2.725,6

2

3.074,2

2

Angola

5.364,6

4

3.795,5

3

3.972,6

3

3.183,6

2

2.423,2

2

EUA

1.093,8

1

943,4

1

1.219,1

1

1.217,3

1

1.724,1

1

88,1

571,2

1.027,6

1 —

Chile

26

2016

33

27

Cabo Verde

896,4

1

747,2

1

793,4

1

910,2

1

785,1

Alemanha

391,1

586,3

700,4

308,7

573,1

Espanha*

55.827,4

41

62.405,3

49

59.474,2

46

56.176,4

42

76.235,6

44

Itália*

15.362,8

11

16.271,9

13

19.834,3

15

21.066,1

15

31.925,4

18

Outros

6.844,8

5

5.562,4

5

6.604,5

5

5.893,0

4

5.630,5

Total

135.242,6

100

126.939,3

100

Fontes: Eurostat (Dados relativos a exportações de Azeite embalado + Azeite a granel, em toneladas) * Espanha e Itália – exportações maioritariamente a granel

129.365,1

100

133.662,0

100

174.943,9

Associados Agri-Mendes, Lda. Azeol, SA Carm, SA Cidacel, SA Coop. Agr. Beja e Brinches, Crl. Coop. Agr. Moura e Barrancos, Crl. Coop. Agr. de Portel, Crl. Coop. Olivicultores de Borba, Crl. Coop. Olivicultores de Valpaços, Crl. De Prado Portugal, S.A. Esporão Vendas e Marketing, SA Est. Manuel Silva Torrado & Cª, SA Fernandes & Henriques, Lda. Fernando Seco, Sucrs., Lda. Fio Dourado, Lda. Fundação Eugénio de Almeida Gallo Worldwide, Lda. Ingrediente Primavera, Unip., Lda. J. Portugal Ramos Vinhos, SA Lagar Vale Formoso, Lda. Maçarico, SA Manuel Serra, SA Mathias II – Export, Unipessoal, Lda. Olidal, Crl. Olivais do Sul, Lda. Ourogal, S.A. Pecoliva, Lda. Polistock, SA Quinta Colinas de S. Lourenço, Lda. Quinta do Crasto, SA Riazor, SA Sequeira Pedroso, Lda. Sica, Lda. Soc. Agr. Herdade de Alcobaça, SA Soc. Agr. do Vale de Umbria, SA SEGA, SA Sovena Portugal, SA Vineves, SA Viveiros Monterosa, Lda.

3 100

>>

59


rendimento médio (% de azeite obtido por kg de azeitona) mais baixo do que na campanha anterior. Apesar desta quebra, a produção nacional em 2018 foi cerca de 8% superior à média das últimas 5 campanhas, e confirma a tendência para o aumento da produção nacional, a que seguramente continuaremos a assistir no futuro, tendo em conta a plantação de novas áreas bem como a entrada em produção das áreas recentemente plantadas. A região do Alentejo, onde se concentra a maior parte do investimento dos últimos anos em novos olivais altamente produtivos, continua a reforçar a sua liderança no sector produtivo nacional, representando cerca de 74% da produção total de azeite em Portugal. Em face da continuidade dos investimentos em novas áreas de olival altamente produtivo, a Casa do Azeite continua a rever em alta as suas projecções relativamente ao potencial de produção nacional, apontando para uma produção que poderá rondar, em termos médios e num futuro próximo, as 150.000 toneladas de azeite. Consumo O consumo de azeite em Portugal tem-se mantido relativamente estável ao longo dos últimos anos, com uma ligeira tendência para a baixa e, segundo os dados do INE, situa-se 74.000 toneladas, ou seja, cerca de 7,0 kg per capita. Segundo a A.C. Nielsen – que representa sobretudo o consumo na distribuição moderna – o consumo de azeite em Portugal está em decréscimo, tendo sofrido uma quebra de cerca de – 2,4% em volume, em 2018. O preço médio de venda de azeite ao con-

sumidor final, no ano de 2018 e segundo a mesma fonte, foi de cerca de 4,40€/kg, ou seja, -4,1% abaixo do preço médio do mercado em 2017. Esta quebra reflecte a baixa dos preços do azeite na origem, que se verificou ao longo do ano de 2018. Exportações Nos últimos anos, as exportações nacionais tem aumentado a um ritmo bastante acentuado, e prevê-se que esse crescimento se continue a verificar nos próximos anos. Em 2018 as exportações nacionais de azeite cresceram uns impressionates 30,9%, em volume de azeite exportado. Portugal exportou em 2018 cerca de 175.000 mil toneladas de azeite. Os principais mercados de destino do azeite nacional continuam a ser Espanha (44%), Brasil (27%) e Itália (18%, mas o tipo de exportações para Itália e Espanha é maioritariamente a granel, com menor valor acrescentado, enquanto as exportações com destino ao Brasil são maioritariamente de azeite de marca, embalado, com elevado valor acrescentado. Em termos de saldo da Balança Comercial registou-se um saldo positivo de 262,3 milhões de euros, cerca de 70% acima do saldo do ano anterior, e o maior valor de sempre, pelo menos dos dados a que temos acesso. Este resultado reflecte o bom momento que o sector do azeite está a atravessar neste momento em Portugal e está sobretudo relacionado com o aumento das exportações. Não podemos também deixar de assinalar que cerca de 85% do total das exportações nacionais são de azeites virgens, de maior qualidade. ☒

Evolução da Balança Comercial de Portugal do Sector do Azeite (Milhões de Euros) 2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018*

Var % 17/18

Exportação

162.0

222,0

268,0

345,4

379,7

443,6

425,8

518,9

602,2

16,1

Importação

165.8

167,2

203,6

297,3

242,3

317,5

286,6

365,0

339,9

-6,9

- 3.8

54,8

64,4

48,1

137,4

126,1

139,2

153,9

262,3

70,5

Var % 17/18

Saldo Fontes: Eurostat * Valores provisórios

Exportações por Tipos de Produtos (Milhões de Euros) 2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018*

Azeites Virgens

105.8

154.6

187.3

262.3

305,3

366,7

356,5

437,2

508,0

16,2

Outros

56.2

67,4

80,7

83,0

74,4

76,9

69,3

81,6

94,3

15,5

162.0

222,0

268,0

345,3

379,7

443,6

425,8

518,8

602,2

16,1

Total Fontes: Eurostat * Valores provisórios

Exportações por Tipos de Produtos (% Total)

60

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018*

Azeites Virgens

65,3

69,6

69,9

76,0

80,4

82,7

83,7

84,3

84,3

Outros

34,7

30,4

30,1

24,0

19,6

17,3

16,3

15,7

15,7

Total

100

100

100

100

100

100

100

100

100

Fontes: Eurostat * Valores provisórios



LISTA DE PREMIADOS

LIST DE PREMIA

Frutado Verde Ligeiro

Lista de Premiados

Frutado Verde Ligeiro

Frutado Verde intenso

1.º Ouro

1.º Ouro

Trás-os-Montes Prime, Lda.

Molino Virgen de Fatima, S.L.

2.º Prata

2.º Prata

Fima Olá – Produtos Alimentares, SA

Olivapalacios, S.L.

3.º Bronze

3.º Bronze

Elaia 2 Investimentos, SA

Almazara de Muela, S.L.

Menção Honrosa

Menção Honrosa

Carm – Casa Agrícola Reboredo Madeira

Paolo Bonomelli Boutique Olive Farm

Menção Honrosa

Menção Honrosa

Sociedade Agrícola Vale do Ouro, SA

Almazaras de La Subbética, SCA

Menção Honrosa

Menção Honrosa

Sovena Portugal – Consumer Goods, SA

Knolive Oils, S.L.

Frutado Verde Médio

Frutado Maduro

O MADURO 2º Prata

ACEITES ORO BAILÉN GALGÓN 99, S.L.U.

1.º Ouro

1.º Ouro

Almazara Molero Maza (Agroavia, S.L.)

Aceites Oro Bailén Galgón 99, S.L.U.

2.º Prata

2.º Prata

Almazaras de La Subbética, SCA

Finca Las Manillas

3.º Bronze

3.º Bronze

Victor Guedes, SA

Asoma Unipessoal, Lda.

Menção Honrosa

Menção Honrosa

º Bronze Rafael Alonso Aguilera, S.L.

FINCA LAS MANILLAS ASOMA UNIPESSOAL, LDA

Molino Virgen de Fátima, S.L.

LÉN GALGÓN 99, S.L.U. 62

Menção Honrosa

Menção Honrosa

Casas de Hualdo, S.L.

Coop. Olivicultores de Valpaços, CRL

Menção Honrosa

Menção Honrosa

Sucessores de Hermanos López, SA

Cortijo de Suerte Alta

ção Honrosa

FRUTADO MADURO

Menções Honrosas

1º Ouro

ES

MOLINO VIRGEN DE FÁTIMA, S.L.


Frutado Verde Médio 1º 2º

TA E ADOS

Menções Honrosas

Frutado Verde intenso 1º 3º

Menções Honrosas

Frutado Maduro

ES 1º

PT ES

Menções Honrosas

ES

63


Azeite premium assente em métodos de produção tradicionais e com o máximo respeito pela natureza Texto da responsabilidade da Casa Agrícola Rui Batel

A Casa Agrícola Rui Batel estabeleceu-se na região demarcada do Douro em 2010, na localidade de Almendra, Vila Nova de Foz Côa. É neste terroir, património mundial da Unesco que, todos os dias, de forma apaixonada, colocamos à prova a nossa criatividade e empenho na busca de um produto premium, assente em métodos de produção tradicionais, com o máximo respeito pela natureza. Nos cento e vinte e dois hectares em modo de produção biológica certificada, as nossas oliveiras, algumas delas tricentenárias, crescem ao ritmo da natureza, respeitando os ciclos naturais de produção. A frescura da água, o sol intenso e o terroir único são, em si mesmos, a combinação perfeita para um azeite premium, com sabor rico e intenso a azeitonas frescas, cem por cento naturais. Ao preservar o olival intocável estamos a contribuir de forma ativa e sustentada na valorização e preservação do olival tradicional enquanto património, mas, também, na diversidade ambiental permitindo a coexistência de espécies de fauna e flora autóctones. A produção dos nossos azeites (Intenso – Frutado Verde Intenso; Delicado – Frutado Verde Suave; Ligeiro – Frutado Maduro) é feita unicamente com variedades do Douro, recorrendo a processos com tradições ancestrais. O segredo está, como sempre, na qualidade da matéria-prima e na forma como tudo se processa. Durante a colheita, as azeitonas frescas são apanhadas manualmente, em seguida são criteriosamente selecionadas e, posteriormente, prensadas a frio no mesmo dia. Estes métodos, aliados ao terroir único, permitem produzir azeites intensos e frutados, com baixa acidez e de elevada qualidade, diretamente da natureza para a mesa. 64



INIAV

Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária Texto da responsabilidade do INIAV

O Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P. (INIAV, I.P.) é o Laboratório de Estado, da área de competências da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, que, no âmbito da sua missão e atribuições, promove desenvolve atividades de investigação, experimentação e demonstração, nas áreas de produção animal e vegetal, floresta, agroindústrias, recursos genéticos e melhoramento, alimentação animal, saúde animal, sanidade vegetal, segurança alimentar, na linha das políticas públicas definidas para os respetivos setores. As atividades do INIAV, I.P., são diferentes e fundamentais ao país, nas seguintes áreas: Nuno Boavida Canada Presidente do Conselho Diretivo

Laboratório Internacional de Referência Pleuropneumonia Contagiosa Bovina. Laboratórios Nacionais de Referência • Saúde Animal: »» Doenças dos animais incluindo as Zoonoses (Triquinella, BSE, Brucelose, Tuberculose Bovina, Clamidia, etc) e resistências dos agentes bacterianos aos antimicrobianos; • Segurança Alimentar: »» Alimentação Animal; »» Resíduos de medicamentos veterinários e outros contaminantes ambientais em animais vivos e produtos de origem animal; »» Resíduos de pesticidas em frutos, hortícolas e cereais, leites e produtos lácteos; »» Campylobacter; »» Salmonella; »» Escherichia coli O157 e outras E. coli; »» Enteropatogénicas; »» Enterotoxinas estafilocócicas; »» OGM´s; • Conformidade de Fertilizantes; • Sanidade Vegetal (organismos de quarentena); • Organismos Geneticamente Modificados.

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Investigação Aplicada Ambiente e Recursos Naturais; Conservação e Valorização de Recursos Genéticos Animais e Vegetais; Sistemas Agrários: Produção e Sustentabilidade; Produção Florestal; Produção Animal; Produção Vegetal; Saúde Animal; Segurança Animal; Segurança Alimentar; Tecnologia Agroalimentar e Florestal.

Recursos Genéticos • Banco Português de Germoplasma Vegetal (BPGV); • Banco Português de Germoplasma Animal (BPGA); • Programas Nacionais de Melhoramento; salienta-se Programa de Melhoramento por Hibridação da Oliveira focado nas cultivares de maior difusão em Portugal (‘Galega Vulgar’ e ‘Cobrançosa’); • Coleções Nacionais de Referência: »» Coleção Portuguesa de Referência de Cultivares de Oliveira: engloba a diversidade intervarietal presente na instituição, material vegetal local identificado em ações de prospeção nas principais regiões olivícolas portuguesas e diversidade intravarietal em ‘Galega Vulgar’, ‘Cobrançosa’ e ‘Negrinha do Freixo’; Coleção Ampelográfica Nacional; e Coleções Nacionais de outras fruteiras. »» Coleção de Culturas de Microbiologia Industrial: Herbário, Sementes, Madeira e Cortiça, Fungos, Insetos, Ácaros...

Edifício sede do INIAV

Formação Parcerias com Instituições de Ensino Superior: Programas de Mestrado e Doutoramento; Colaboração com Entidades Privadas: Atividade de I&D; Serviços de Extensão; Formação Técnica Especializada; Infraestruturas: Bibliotecas Técnico-Científica; Auditórios e Salas de Formação. Apoio Técnico / Transferência de Conhecimento • Consultas e Recomendações Técnicas; • Dias de Campo e Seminários Técnicos; • Manuais Técnicos; • Publicações Cientificas. ☒



© Manuel Lopez

Certificação de material de propagação Texto de Eugénia Lourenço (DGAV-DIFMPV)

A crescente procura de produtos oleicos, e por conseguinte a expansão da cultura, conduziu à adoção a nível europeu de um programa de certificação harmonizado para produção, controlo, certificação e comercialização de material de propagação de oliveira de qualidade acrescida. Por outro lado, a movimentação de material de propagação infetado, associada muitas vezes à ausência de sintomas de organismos nocivos, representa a principal forma de disseminação de doenças e pragas a longas distâncias, sendo esta prevenida pelo controlo dos materiais produzidos. Os programas de certificação a nível comunitário, estão enquadrados num conjunto de Diretivas, transpostas e consolidadas para o direto nacional pelo Decreto-Lei n.º 82/2017, de 18 de julho. O material de propagação produzido por países não comunitários, só pode ser comercializado na União Europeia, se oferecer garantias equivalentes ao produzido na Comunidade.

Vantagens da certificação Fornecer plantas conformes com a variedade; Obtenção de material comprovadamente são e vigoroso, isto é, isento de organismos nocivos; • Rastreabilidade do material durante a produção e na comercialização. • •

Requisitos da Certificação •

68

As variedades têm de estar inscritas no Registo Nacional de Fruteiras (RNVF) ou na Lista Comum de Variedades; Os fornecedores (produtores, comerciantes ou importadores) têm que estar inscritos na

plataforma “Certiges”, em https://certinet. dgav.pt/certiges, indicando a atividade que pretendem desenvolver; • As categorias admitidas a certificação são Pré-base, Base, Certificado; • É obrigatória a inscrição de plantas-mãe e viveiros com materiais certificados destinados à comercialização, com os seguintes prazos: »» Plantas-mãe: até 1 mês antes da plantação; »» Viveiros: até 1 semana antes da plantação.

cumpre com condições restritivas, consoante o tipo de material e a categoria de certificação a que se propõe. Esse material é propagado com o menor número possível de etapas e em condições que garantam a ausência de infeções, sendo atribuídas etiquetas de certificação com as cores indicadas, isto é, branca com uma faixa em diagonal em cor violeta para a categoria pré-base, branca para a categoria base e azul para a categoria certificada.

O que fazer para submeter o pedido de certificação?

Condições para a certificação

Deverá submeter para apreciação à Direção Regional de Agricultura e Pescas (DRAP) da área geográfica a que pertence, os seguintes elementos: • Indicação das variedades, categorias e tipo de material que pretende produzir; • Comprovativo da origem do material a instalar, incluindo as respetivas etiquetas de certificação; • Resultado das análises ao solo para despiste de nematodes onde pretendem produzir; • Descrição do local de produção e respetivo croqui; • Indicação do sistema de produção, plantas envasadas, em estufa ou ao ar livre; • Esquema das instalações com identificação das parcelas de plantas-mãe, porta-enxertos, plantas finais.

Esquema de Certificação Todo o material produzido num esquema de certificação tem uma genealogia conhecida e

Requisitos dos Fornecedores: • Instalações adequadas para a produção (categoria pré-base: estufa; categoria base e certificada: estufa, estufim, ar livre); • Cumprimento das condições de produção, multiplicação, conservação, requisitos fitossanitários, requisitos do solo e defeitos, conforme a categoria de certificação; • Realização de amostragem e análise de nemátodos do solo e substrato de plantasmãe e material de viveiro, para as categorias Base e Certificado, antes da instalação. Para a categoria Pré-base só pode ser utilizado meio de cultura sem solo ou estéril; • Pessoal com experiência na produção; • Identificação correta de todas as parcelas; • Avaliação do estado sanitário das plantas-mãe e materiais de viveiro, devendo estar livres de organismos nocivos e de quarentena e estar praticamente isentos de defeitos, considerando-se as lesões, descoloração, feridas nos tecidos ou dessecação como defeitos, se afetarem a qualidade do material de propagação;


Realização de observações visuais ao material e de amostragens com colheita oficial de amostras, sendo as análises realizadas em laboratório oficial ou reconhecido pela DGAV; • Possibilidade de realização de processos de depuração para que as plantas produzidas atendam aos requisitos de pureza varietal e estado sanitário; • Existência de condições que garantam a separação dos materiais por variedade, lote e categoria, durante a produção, manuseamento, acondicionamento e expedição; • Identificação, vigilância e registo dos pontos críticos do processo produtivo. Controlos oficiais na produção: • Inspeções anuais realizadas por inspetores oficiais ou por técnicos autorizados pela DGAV no período vegetativo mais adequado para se detetarem organismos de quarentena e outros prejudiciais, devendo incidir no período de abril até outubro, em qualquer fase de produção, bem como nos locais de comercialização do material de produção em causa; • Inspeção documental para comprovar a origem do material (etiquetas e documento de •

onsulta ásicas

acompanhamento) bem como ao local de produção e às instalações; • As inspeções ao material em produção e comercialização tem como objetivo verificar a identidade e pureza varietal, assim como, o seu estado sanitário (tolerância zero).

Organismos de Quarentena: Conforme estabelecido na Decisão de Execução da Comissão n.º 2017/2352/EU de 14 de dezembro, que altera a Decisão de Execução da Comissão n.º 2015/789/EU de 18 de maio, é obrigatória a realização de inspeções visuais e amostragens a todos os lotes de plantas-mãe e material de viveiro para despiste laboratorial de Xylella fastidiosa (Wells et al.). Para a circulação deste material na Comunidade, é obrigatório que o mesmo seja acompanhado de Passaporte Fitossanitário (o passaporte fitossanitário faz parte da etiqueta de certificação), só podendo ser emitido após confirmação da ausência de Xylella fastidiosa. Etiquetagem, selagem e embalamento: • Identificação dos materiais certificados com etiquetas emitidas pelo fornecedor ou outras

entidades, desde que solicitado e autorizado pela DGAV, ou emitidas pela própria DGAV; • Aposição das etiquetas de certificação é realizada pelo fornecedor, sendo controlada oficialmente; • As etiquetas de certificação podem integrar o passaporte fitossanitário, sendo neste caso obrigatória a menção na etiqueta de “Passaporte Fitossanitário”; • As etiquetas devem ser de material resistente para não se deteriorarem com o manuseamento, devem ser impressas de forma indelével e ser facilmente visíveis e legíveis, não conter qualquer forma de publicidade, ter a forma retangular e ter as cores indicadas no esquema de certificação para as várias categorias. • As oliveiras certificadas são comercializadas como plantas isoladas ou acondicionadas em embalagens individuais ou molhos, de modo a que, o material não fique danificado. Material de propagação que não cumpre com os requisitos da certificação é desclassificado para a categoria CAC, desde que preencha os requisitos dessa categoria. ☒

A MARCA 02 Manual de Utilização do Selo

Este Manual de Utilização da Selo, não dispensa a consulta do Manual de Comportamento Técnico e Normas Básicas da Marca Portugal Sou Eu.

69


Variedades de oliveira em Portugal Texto de António Manuel Cordeiro (INIAV, I.P. | Pólo de Elvas) e fotografias de Alberto Miranda (INIAV, I.P.)

A oliveira (Olea europaea L.) é uma espécie heterozigótica da família das Oleacea. Considera-se que o seu cultivo se terá iniciado provavelmente à 2000 a 3000 anos. Uma das características da espécie é que nos países mediterrânicos, a maioria das variedades resultaram de processos empíricos de seleção realizada pelos agricultores e depois mantida por procedimentos de propagação vegetativa. Outra característica é a localização varietal; cada variedade está confinada a determinada região geográfica bem delimitada e são em número reduzido aquelas que são cultivadas em mais do que uma região. Em Portugal a oliveira é cultivada predominantemente nas regiões do interior do país. As

principais regiões produtoras são o Alentejo, Trás-os-Montes, Beira Interior e Ribatejo. Nas restantes regiões e em determinados condicionalismos locais podem ser encontrados excelentes olivais seja nomeadamente na Beira Litoral, na Extremadura ou no Algarve. As variedades diferem consoante a região. Existem duas variedades que têm uma área de difusão nacional: ‘Galega vulgar ou Galega’ e a ‘Cobrançosa’. Na região de Trás-os-Montes não aparece a ‘Galega vulgar’ e as variedades mais comuns são: Cobrançosa, Verdeal de Trás-os-Montes, Madural, Cordovil de Trás-os-Montes e Negrinha do Freixo. Nesta região são conhecidas outras variedades tais como: Borrenta, Negrita,

Madural

Cordovil de Trás-os-Montes

70

Verdeal de Trás-os-Montes

Cornicabra, etc. Nesta região foi criada uma denominação de azeites – Azeite de Trás-osMontes DOP – e as variedades de azeitona utilizadas no seu fabrico são a Verdeal Transmontana, Madural, Cobrançosa e Cordovil de Trás-os-Montes. Foi também criada uma denominação para a azeitona de conserva: Azeitona de Conserva Negrinha de Freixo DOP que pode ser apresentada sob três aspetos: azeitona tipo verde, a azeitona negra tratada e a azeitona madura em salmoura. Na região da Beira Interior temos que considerar a parte Norte (Guarda, Viseu) e as variedades mais comuns são Cobrançosa, Madural, Verdeal de Trás-os-Montes e Galega vulgar. Na parte sul (Castelo Branco) as variedades mais comuns são Cordovil e Bical de


difundidas são a Galega vulgar, a Cobrançosa e a Lentisca. Nesta região olivícola a partir da década de 80 do século XX assistiu-se à introdução das variedades espanholas Picual e Arbequina. Nesta região foi criada uma denominação de azeites – Azeites do Ribatejo DOP. Para extração deste azeite utilizam-se azeitonas das seguintes variedades: Galega Vulgar e/ ou Lentisca e Cobrançosa. Na região do Alentejo, na parte norte as variedades mais difundidas são a Galega, a Cobrançosa e a Blanqueta de Elvas, a Azeiteira e a Carrasquenha. Na região de Moura / Serpa as variedades Verdeal Alentejana, Cordovil de Serpa e Galega vulgar. Nas restantes regiões do Alentejo nomeadamente a Galega

vulgar e a Cobrançosa. No Alentejo são também conhecidas outras variedades tais como Negroa, Planalto, Gama, Galego de Évora ou o Galego Grado de Serpa, etc. Nesta região foram criadas três denominações de azeites – Azeites do Norte Alentejano DOP, Azeites de Moura DOP e Azeites do Alentejo Interior, DOP. Os azeites do Norte Alentejano DOP obtêm-se a partir de azeitona das variedades Galega, Blanqueta e Cobrançosa, sendo a Galega a variedade dominante. Os azeites de Moura DOP obtêm-se a partir das variedades Verdeal Alentejana, Cordovil de Serpa e Galega. Os azeites do Alentejo Interior são obtidos a partir das variedades Galega Vulgar, Cordovil de Serpa e/ou Cobrançosa. ☒

Cordovil de Castelo Branco

Castelo Branco e Galega vulgar. Nesta região são também conhecidas outras variedades tais como Carraspana, Curtideira e Carrasca, etc. Nesta região foi criada uma denominação de azeites – Azeites da Beira Interior DOP. Dadas as características organolépticas e as variedades de azeitona, os Azeites da Beira Interior integram dois tipos regionais: Azeite da Beira Alta e Azeite da Beira Baixa. Os azeites da Beira Alta obtêm-se sobretudo da azeitona das variedades Galega, Cornicabra, Carrasquenha, Negrinha, Madural e Cobrançosa. Os azeites da Beira Baixa obtêm-se sobretudo da azeitona das variedades Galega, Cordovil de Castelo Branco e Bical de Castelo Branco. Na região do Ribatejo as variedades mais

Azeiteira ou Azeitoneira Lentisca

71


Variedades do Alentejo

Variedades do Alentejo

Cobrançosa

Cordovil de Serpa

A oliveira nesta variedade apresenta um vigor médio, porte aberto, originando frutos de dimensão média, de fácil desprendimento, sendo no entanto reduzida a sua queda natural. É uma variedade de grande tolerância ao frio, susceptível à seca, e de elevada capacidade de enraizamento, apresentando produções elevadas e constantes, de maturação média. É uma variedade de aptidão para produção de azeite, de rendimento médio. O azeite de Cobrançosa com origem na região do Alentejo apresenta-se normalmente como um azeite de frutado verde-erva fresco e intenso, com sensações de amargo e picante perceptíveis, normalmente conjugadas de forma harmoniosa.

As árvores da variedade Cordovil de Serpa são normalmente de vigor médio-baixo e porte aberto, sendo os seus frutos de dimensão média, e de considerável resistência ao desprendimento, que desaparece aquando a sua maturação. Sendo uma variedade rústica, apresenta no entanto alguma sensibilidade ao frio e à seca, possuindo uma elevada capacidade de enraizamento. Tem dupla aptidão, com rendimentos médios em azeite, sendo este apreciado pelo elevado teor em ácido oleico. O azeite extraído de azeitonas da variedade Cordovil de Serpa é habitualmente complexo, onde se destacam as sensações de amargo e picante, e o frutado intenso de verde-folha.

Árvore Vigor: médio Porte: aberto Densidade de copa: média Inflorescência Comprimento: curto Número de flores: médio

Árvore Vigor: médio-baixo Porte: aberto Densidade de copa: média-espessa Inflorescência Comprimento: médio Número de flores: médio

Folha Forma: elíptico-lanceolada Comprimento: médio Largura: média

Folha Forma: elíptico-lanceolada Comprimento: médio Largura: média

Fruto Peso: médio Forma: ovóide Simetria: assimétrico

Fruto Peso: médio Forma: ovóide Simetria: levemente assimétrico

Variedades do Alentejo

Variedades do Alentejo

Galega Vulgar

Verdeal Alentejana

É a variedade mais difundida em Portugal, representando cerca de 60% da superfície de olival nacional. Sendo uma árvore de vigor elevado e porte erguido, dá frutos de pequena dimensão, e forma ovóide, de grande resistência ao desprendimento. É uma variedade que apresenta grande tolerância à seca, sendo no entanto sensível ao frio e com uma baixa capacidade de enraizamento. Entra em produção precocemente, dando produções elevadas e alternantes, de maturação média e não simultânea. Apesar de ser uma variedade de dupla aptidão, é mais utilizada para obtenção de azeite, apesar de proporcionar rendimentos baixos, sendo também bastante apreciada como azeitona de mesa. O azeite desta variedade, quando cultivada na região do Alentejo, normalmente apresenta sensações desde um frutado de maçã verde, com amargo e picante ligeiros quando colhida em verde, até um frutado de amêndoa e frutos secos, com sensações de doce consideráveis, e total ausência de amargo e picante, quando colhida em maduro. É considerado um azeite de grande estabilidade.

A variedade Verdeal caracteriza-se por árvores de vigor elevado e porte aberto e frutos de dimensão média. É uma variedade com grande capacidade de adaptação, nomeadamente a condições de frio ou de seca, pese embora a sua baixa capacidade de enraizamento. Originando normalmente produções baixas e regulares, a sua entrada em produção é tardia, tal como o amadurecimento dos seus frutos, que por manterem a cor verde até ao final da campanha dão o nome a esta variedade. Estes apresentam ainda uma grande resistência ao desprendimento. A azeitona apresenta um rendimento médio em azeite, que se caracteriza por sensações consideráveis de verde, amargo, e picante.

Árvore Vigor: elevado Porte: erguido Densidade de copa: espessa Inflorescência Comprimento: médio Número de flores: médio

Árvore Vigor: elevado Porte: aberto Densidade de copa: média Inflorescência Comprimento: médio Número de flores: médio

Folha Forma: elíptico-lanceolada Comprimento: médio Largura: média

Folha Forma: elíptico-lanceolada Comprimento: médio Largura: média

Fruto Peso: baixo Forma: ovóide Simetria: assimétrico

Fruto Peso: médio Forma: ovóide Simetria: assimétrico



Variedades do Algarve

Cultivares não portuguesas

Maçanilha Algarvia

Arbequina

É uma variedade do sotavento algarvio, apresentando as oliveiras um vigor elevado e um porte aberto. A entrada em produção é média assim como média é a sua capacidade produtiva para além de alternante. É uma variedade com boa capacidade de adaptação mas com baixa capacidade de enraizamento. O principal destino da azeitona é a conserva em verde ou mista, mas também é utilizada para azeite dado o bom rendimento no lagar. Os frutos são grandes e têm a forma esférica. A partir do início da maturação os frutos apresentam baixa resistência ao despendimento e queda natural acentuada. No período de viragem o epicarpo dos frutos adquirem a cor avermelhada, matizado de roxo e em plena maturação a cor vermelho escuro a negro.

É uma variedade rústica. O vigor reduzido desta variedade permite a sua utilização em plantações intensivas e superintensivas. A capacidade de enraizamento é elevada e a entrada em produção é precoce. A floração é média e considerada auto-compatível. Os frutos na árvore têm uma força de retenção média. A produtividade é elevada e regular. A azeitona apresenta elevado rendimento em gordura. A qualidade do azeite é apreciada, principalmente pelas suas características organoléticas e apresenta baixa estabilidade. É resistente ao frio e tolerante à salinidade. É suscetível a clorose férrica em terrenos com muito calcário. É suscetível à mosca e verticilose e tolerante ao olho-de-pavão e tuberculose.

Árvore Vigor: elevado Porte: aberto Densidade de copa: média Inflorescência Comprimento: médio Número de flores: baixo Folha Forma: lanceolada Comprimento: elevado Largura: média Fruto Peso: elevado a muito elevado Forma: esférica Simetria: levemente assimétrico

Cultivares não portuguesas

Arbosana

Koroneiki

A capacidade de enraizamento é elevada. O vigor reduzido desta variedade permite a sua utilização em plantações intensivas e superintensivas. A entrada em produção é muito precoce. A floração é temporã a média e a maturação é média. A produtividade é elevada e regular. O rendimento em gordura é média a alto e as características organoléticas do azeite são muito apreciadas. Variedade resistente ao frio. Variedade muito suscetível à tuberculose e resistente ao olho de pavão.

É a principal variedade para azeite da Grécia. É dominante no Peloponeso e nas ilhas de Creta e Samos. A sua capacidade de enraizamento é média. A entrada em produção é precoce. A floração é temporã e a produção de pólen é abundante. A maturação é temporã a média e a produtividade é elevada e regular. O rendimento em gordura é alto e o azeite muito apreciado. O rendimento em ácido oleico é muito elevado, assim como a sua estabilidade. É resistente à seca mas não tolera o frio. É resistente ao olho-de-pavão e medianamente resistente à verticilose. É suscetível à tuberculose.

Inflorescência Comprimento: médio Número de flores: médio

Inflorescência Comprimento: médio Número de flores: baixo Folha Forma: elíptica Comprimento: baixo Largura: média Fruto Peso: baixo Forma: esférica Simetria: simétrico

Cultivares não portuguesas

Árvore Vigor: baixo Porte: aberto Densidade de copa: espessa

Árvore Vigor: baixo Porte: aberto Densidade de copa: média

Árvore Vigor: médio Porte: ereto Densidade de copa: média Inflorescência Comprimento: grande Número de flores: médio

Folha Forma: elíptica Comprimento: baixo Largura: média

Folha Forma: elíptico-lanceolada Comprimento: médio Largura: média

Fruto Peso: baixo Forma: esférica Simetria: levemente assimétrico

Fruto Peso: baixo Forma: ovóide Simetria: levemente assimétrico



Lentisca

Uma variedade minoritária da região de Trás-os-Montes Texto de Nuno Rodrigues, Paula Baptista e José Alberto Pereira (CIMO/ESA-IPB), Francisco Pavão (APPITAD) e Susana Casal (REQUIMTE/FFUP)

Figura 1. Diversidade da paisagem transmontana onde se destaca o olival.

76

A região de Trás-os-Montes é conhecida pela afetividade das suas gentes, riqueza das suas paisagens (Figura 1), e pela diversidade e qualidade dos seus produtos. Entre os produtos de excelência desta região destacam-se os azeites e as azeitonas de mesa. No caso do azeite, a sua riqueza e diversidade de sensações não é alheia ao facto de serem usados frutos de várias cultivares, algumas nunca estudadas ou mesmo desconhecidas. Contudo, nos últimos anos, tem havido uma reestruturação dos olivais também nesta região, com uma redução progressiva no número de cultivares utilizadas, sendo as novas plantações dominadas pela cultivar Cobrançosa, enquanto nas antigas predominam a Cobrançosa, Madural e Verdeal Transmontana. Apesar

de serem cultivares que originam excelentes azeites, a diversidade e tipicidade dos azeites da região pode estar a ser posta em causa. Assim, é da maior importância o conhecimento do património genético da oliveira na região, contribuindo desta forma para a sua caraterização e valorização. Neste sentido, uma equipa pluridisciplinar do Centro de Investigação de Montanha, do Instituto Politécnico de Bragança, da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, e da Associação dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro, tem-se dedicado, nos últimos anos, a fazer o levantamento de algumas das cultivares de oliveira minoritárias da região de Trás-os-Montes, e proceder à sua caraterização genética, à avaliação morfo-

Figura 2. Ramo e frutos da Cv. Lentisca

lógica das folhas, frutos e endocarpos, e à análise físico-química e sensorial dos seus azeites. A Cv. Lentisca é um exemplo de cultivar minoritária, possível de encontrar de forma dispersa por toda a região Transmontana. Os exemplares existentes desta cultivar são, na sua maioria, árvores centenárias. As suas folhas são pequenas (Figura 2), com um comprimento a rondar os 60 mm, e estreitas, com largura em torno dos 9 mm. Apresentam uma curvatura longitudinal e uma posição de largura máxima na zona central. Os frutos são também de pequena dimensão, com comprimento a rondar os 20 mm e largura na posição máxima de


cerca de 14mm, e possuem um baixo peso, na ordem das 2,30 g. As árvores são de porte médio e retumbante. Trata-se de uma cultivar de maturação temporã e produtiva. Contudo, uma vez que normalmente não é colhida no momento em que atinge a maturação, apresenta uma queda acentuada de frutos. Em zonas de baixa, com dificuldades de arejamento e falta de circulação de ar, esta cultivar é muito atreita aos ataques de gafa. A importância económica desta cultivar devese, sobretudo, à tipicidade dos azeites que produz. Quando os frutos são colhidos atempadamente, no momento ideal de maturação, e extraídos com os cuidados devidos, os seus azeites são muito ricos e harmoniosos do ponto de vista sensorial, com uma grande complexidade de aromas e sabores (Figura 3). Realçamse nos seus azeites sensações olfativas invulgares tais como a cereja verde e alperce, o que torna esta cultivar tão especial. Encontram-se também sensações herbáceas de erva recém cortada, misturada com sensações de rama de tomateiro e couve. Nas sensações gustativas, apresenta também uma grande diversidade de atributos que tornam este azeite interessante, nomeadamente a sensação de frutos como o tomate, a maça, a banana e os frutos secos misturados com leves sensações de cereja e alperce, e sensações herbáceas de erva e couve cortada. São azeites muito complexos e persistentes, com entrada doce ligeiro, seguido de um amargo médio e picante em maior intensidade. Do ponto de vista da composição química e nutricional, os azeites desta cultivar têm um elevado teor em ácidos gordos monoinsaturados, de onde se destaca o ácido oleico com teores entre 74 e 80%, e de tocoferóis (com teores médios de 350 mg/kg), e compostos fenólicos (com teores médios de 600 mg/kg). Estes azeites apresentam ainda uma elevada resistência à oxidação, mais de 20 horas em Rancimat, pelo que podem ser consumidos ao longo do ano sem perderam as suas características se armazenados de forma adequada. As características dos seus azeites têm incentivado alguns produtores a multiplicarem esta cultivar e a incluí-la no planeamento de novas plantações, com o objetivo de manterem a elevada qualidade e diferenciação dos azeites da região. ☒

Perfil sensorial dos azeites da cultivar Lentisca Perfil olfativo 10 a k

a

b

8 6 4

j

c

2

d

i

e

h g

Frutado verde

b

Tomate

c

Maçã

d

Banana

e

Frutos secos

f g

Cereja

h

Erva fresca

i

Rama do tomateiro

j

Couve

k

Harmonia

Alperce

f Figura 3A

Perfil sensorial dos azeites da cultivar Lentisca Perfil gustativo e retronasal n

10 8

m

a

a b

6 l

c

4 2

k

d

e

j

f

i h

g

Frutado verde

b

Doce

c

Amargo

d

Picante

e

Tomate

f g

Maçã

h

Frutos secos

i

Cereja

Banana

j

Alperce

k

Erva fresca

l

Rama do tomateiro

m

Couve

n

Harmonia Figura 3B

77


O Azeite no ISA

Ensino, investigação e prestação de serviços no ISA Texto da responsabilidade do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa

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O Instituto Superior de Agronomia (ISA), situado em Lisboa, na Tapada da Ajuda – Parque Botânico e Ambiental com cerca de 100 ha, é a Escola de referência no ensino de graduação e pós-graduação em Ciências Agrárias, em Portugal. A qualidade do ensino e da investigação desenvolvidos no ISA é reconhecida tanto a nível nacional como internacional. Desde 2013, o ISA integra a Universidade de Lisboa (ULisboa), após a fusão da Universidade Técnica de Lisboa, da qual fazia parte desde a sua formação em 1930, com a Universidade de Lisboa. Com cerca de 1500 alunos nos 3 ciclos de ensino (licenciatura, mestrado e doutoramento), conta com um corpo docente constituído por 121 docentes de carreira e 18 docentes convidados, e cerca de 30 investigadores. Com mais de 160 anos de experiência, o ISA tem a preocupação constante de oferecer um ensino de elevada qualidade, adaptado à evolução tecnológica e científica e à realidade Portuguesa, de modo a contribuir para o desenvolvimento sustentável e a competitividade do País. A oferta formativa é feita no domínio das Engenharias Agronómica, Alimentar, Zootécnica, Florestal, do Ambiente e ainda da Arquitectura Paisagista e da Biologia, a nível de cursos de licenciatura (1º ciclo), mestrado (2º ciclo) e doutoramento (3º ciclo). Dada a extrema importância que o sector do azeite representa para a economia do País, é-lhe dado especial atenção na Licenciatura

em Engenharia Alimentar, na unidade curricular de Tecnologia Alimentar, onde há um módulo dedicado ao azeite, e no Curso de Mestrado em Engenharia Alimentar, na unidade curricular de Tecnologia de Óleos e Gorduras. Nessas unidades curriculares, são ministrados conhecimentos sobre as tecnologias de extracção de azeite e os cuidados a ter em cada uma das operações para se obter um azeite virgem extra de elevada qualidade, desde a colheita da azeitona até ao seu consumo. Os alunos aprendem a determinar laboratorialmente e a interpretar os valores dos parâmetros de qualidade e de pureza e a classificar comercialmente o azeite com base nos requisitos legais. As aulas laboratoriais e de análise sensorial do azeite são fortemente apoiadas pelo Laboratório de Estudos Técnicos (LET) do ISA. No campo da investigação, são de salientar os trabalhos desenvolvidos no âmbito da Linha Temática “Cadeia de Valor Azeite e Azeitona de Mesa”, do Centro de Investigação em Agronomia, Alimentos, Ambiente e Paisagem (LEAF – Linking Landscape, Environment, Agriculture and Food). Os projectos de investigação do LEAF dedicados ao azeite centram-se fundamentalmente (i) sobre a tecnologia do azeite, de adição de adjuvantes tecnológicos com o objectivo de aumentar o rendimento da extracção de azeite de qualidade, (ii) de caracterização química e

sensorial de azeites monovarietais extraídos de azeitonas colhidas em diferentes estados de maturação, provenientes de olivais em diferentes modos de produção, (iii) de caracterização enzimática ao longo da maturação e (iv) estratégias para obtenção de azeite virgem extra em resposta a agentes causais da gafa da oliveira, através da modelação da severidade da doença em função de fatores patológicos, ambientais e agroecológicos. Não menos importante são os trabalhos de investigação dedicados à obtenção de produtos funcionais, inovadores e de elevado valor acrescentado, em que o azeite é o componente maioritário, nomeadamente: (i) gorduras de baixo valor calórico destinadas a combater a obesidade e também para pessoas com problemas pancreáticos e de absorção de lípidos, (ii) sucedâneos de gordura de leite humano, de elevada digestibilidade, para incorporar em fórmulas para lactentes e em especial para prematuros, e (iii) misturas de gorduras ricas em azeite com propriedades físicas adequadas à sua incorporação em margarinas e cremes para barrar. Estes produtos são obtidos sem recorrer a catalisadores químicos nem solventes orgânicos, utilizando enzimas, pelo que podem ser rotulados de “produtos naturais”. O desenvolvimento das teses de Mestrado e de Doutoramento na área do azeite é frequentemente suportado por estes projectos de investigação. ☒



Azeites do Ribatejo (DOP) Associação de Agricultores do Ribatejo – AAR Texto da responsabilidade da AAR – Associação de Agricultores do Ribatejo

Eng.ª Susana Sassetti Secretária-Geral

Associados Agri-Mendes, Lda. Arminda Aurora Sousa Luz Arquimino Jesus C. S. Neves Carlos Mendes Nunes Casa Agr. Ant. D. António, Lda. Casa Ag. Ant. Barroso, Lda. Casa Feteira – Soc. Agr., Lda. COLVI, Soc. Agrícola, Lda. Companhia das Lezírias Coop. Olivicultores de Fátima Domus Elaris, Lda. Fio Dourado, Lda. Horta do Bairro, Unip., Lda. João Maria Gonçalves Manuel Fonseca e Filhos, Lda. Manuel Júlio Gomes Vitorino Matarural Miguel O. Antunes & Costa, Lda. Purolive, Unip., Lda. Quinta da Alorna Quinta de Vale de Lobos SAOV, Lda. Soares Lopes, Casa Agrícola Soc. Agr. Lezíria da Palmeira Soc. Agr. Qta Lagoalva Cima Soc. Agro-Tur. Qtª da Silva, Lda.

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A Associação de Agricultores do Ribatejo desenvolve, na Secção de Olivicultura e Azeite, várias iniciativas: • Gestão do Agrupamento de Produtores da Denominação de Origem Protegida “Azeites do Ribatejo DOP”, reconhecido em legislação comunitária e nacional; • apoio na implementação do Sistema HACCP em lagares e adegas da região; • apoio a outras associações na implementação do HACCP; • apoio técnico aos produtores em questões burocráticas, laborais, ambientais e outras; • apoio aos produtores nas áreas de rotulagem, comercialização, legislação, normas, e outros; • serviço de apoio à rega nos olivais; • laboratório especializado em análises químicas e sensoriais de azeite; • painel de Provadores reconhecido, internacionalmente, pelo Conselho Oleícola Internacional; • auditorias a laboratórios de análise sensorial;

participação em diversos projectos de olival e azeite com outras entidades, tais como Universidades, Institutos Politécnicos, Organismos Oficiais e Instituições Privadas, Nacionais e Internacionais; • promoção do Azeite em Feiras, Seminários e Encontros; • organização de Encontros, Seminários, Eventos e visitas técnicas ligados à olivicultura e azeite; • acções de Formação Acreditadas, de Análise Sensorial de Azeites, Código de Boas Práticas, Higiene e Segurança Alimentar, HACCP e Olivicultura; • assento em Conselhos Consultivos do Azeite defendendo os interesses dos olivicultores e donos de lagares, da região; • interligação com os organismos estatais directamente relacionados com os olivicultores e lagares; • apoio na elaboração de Programas para a Olivicultura no âmbito do Novo Quadro Comunitário; • elaboração de projectos de olivais e lagares e orientação de estágios de alunos universitários. ☒ •





Azeites da Beira Interior (DOP)

Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior – APABI Texto da responsabilidade da APABI – Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior

Enquadramento da APABI

Apoio ao setor oleícola

A Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI) é a entidade gestora do Azeite da Beira Interior DOP (Beira Alta e Beira Baixa) e a representante a nível do sector olivícola na região da Beira Interior.

Eng.º João M. Pereira Presidente

Laboratório de análises físico-químicas do azeite; Reconhecimento para a prática da Produção Integrada da Cultura de Oliveira; • Assistência técnica a lagares e olivicultores; • Manutenção do autocontrolo nos lagares (HACCP); • Apoio técnico aos agentes das fileiras da azeitona e do azeite; • Elaboração e acompanhamento de projectos de investimento no âmbito do PDR 2020 e realização de pedidos de pagamento; • Organização de vários cursos de formação em parceria com entidades formadoras acreditadas nomeadamente: Provas de Azeite, Provas de Azeitona, Poda de olival, Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos, Distribuição e Comercialização de Produtos Fitofarmacêuticos, Cursos de Jovens Agricultores e Curso de Produção Integrada e Agricultura Biológica Geral; • Participação/organização em Eventos e Feiras Regionais ou Nacionais, procurado a promoção dos produtos dos seus associados junto dos mercados de destino e do público em geral, nomeadamente, na organização da Bienal do Azeite assim como a presença em certames especializados nacionais e internacionais; • Entidade recetora de candidaturas aos Pedidos de Ajuda IFAP; • Promoção dos azeites de notoriedade nos mercados; • Entidade gestora da Denominação de Origem Protegida (DOP) Azeites da Beira Baixa e Azeites da Beira Alta. •

Área Geográfica

A Associação foi constituída a 12 Fevereiro de 1999, tendo iniciado a sua atividade a 2 Outubro de 2000. A sua actividade tem sido marcada pelo objectivo de produção de azeites de qualidade, através de um conjunto de acções ao nível dos vários estádios da fileira regional do azeite e da azeitona de mesa. Tem vindo a aumentar o seu número de associados e posteriormente a sua representatividade regional e nacional no sector.

Objectivos 84

Os objectivos da APABI passam pela dinamização da fileira oleícola, pelo fomento da produção de azeites de qualidade superior, pela organização da fileira oleícola e pela promoção e divulgação dos azeites da região.

Projectos e metas para o futuro Finalização da Formação e Consultoria para PME´S Lagares de Azeite; • Aprovação como IG da “Azeitona Galega da Beira Baixa IGP”; • Início da Seleção de Provadores de Azeitona, para a criação de um Painel de Provadores de Azeitona; • Execução do SAAF (Sistema de Aconselhamento Agrícola e Florestal) em parceria com a CAP. ☒ •


Produtores, Lagares e Embaladores Azeitona de Conserva / Embaladores EAZ Farinha & Tomé, Lda. EAZ Macroliva – Comércio de Azeitona, Lda. Azeitona de Conserva / Lagares / Embaladores Probeira – Produtos Alimentares da Beira, CRL Lagares Coop. Agrícola das Moitas, CRL Coop. Agrícola de Montes da Senhora, CRL Coop. Agrícola de Transformação de Ortiga, CRL Coop. Agrícola dos Olivicultores de Paiágua, CRL Coop. Agrícola Freguesia do Penhascoso, CRL Coop. Agrícola Monte Fidalgo, CRL Coop. Agricola Olivicultores de Santo Idelfonso, CRL Coop. Agrícola Olivicultores de São Pedro Esteval, CRL Coop. de Olivicultura e Floresta da Freguesia de Mação, CRL Coop. Olivícola da Ribeira da Capela CRL José António Martins, Unipessoal, Lda. José António Ribeiro Lagares / Embaladores Casa Fernandes Coop. Agrícola dos Olivicultores do Açor, CRL Lagar 2000 – Comércio e Produção de Azeitona, Lda. Lagar de Vila de Rei Lagar Novo do Telhado de Ferreira e Gouveia, Lda. Luís Coutinho Dias Maria Isabel Dias Sampaio, Unipessoal, Lda. Ramalho & Filhos, Lda. Lagares / DOP / Embaladores Amado & Gonçalves, Lda. Coop. Agrícola dos Olivicultores de Malpica do Tejo, CRL Coop. Agrícola dos Olivicultores do Ladoeiro, CRL Dulfar – Sociedade Oleícola, Lda. Firmina da Conceição Louro Ramos Rodoliv – Cooperativa de Azeites de Rodão, CRL Lagares / Produtores / Embaladores Olive Company, Lda.

Olivais tradicionais

Produtores Abel Manuel Cardoso Correia Mateus Agrintus, Lda. Amadeu Manuel Coelho Neto António Alvarrão Carreto António Joaquim Rasga Niza António José Martins Ferreira APPACDM Bárbara Santos Price Galvão Castiço Biolapa, Lda. Casa Agrícola Quinta da Curtinha Casa Agrícola Tapada dos Gralhais Cátia Rolo Gonçalves Centro Social dos Amigos da Lardosa Ediagri – Sociedade Agrícola da Grade Elisabete da Conceição Esteves Varanda Marques

Fabrice Cedric Santos Bento Fozmodel, Lda. Gerardus Marinus Adrianus Leijten Gilberto Coelho Riscado Gonçalo Rafael Duarte Gomes Hugo Castelo Pinto Ribeiro João Pires Batista – Cabeça de Casal da Herança de Joaquim Duarte Roque Barata Joaquim Marques Pedro Joaquim Morão Lopes Gaio Jorge Daniel Pinto Fonseca José Afonso Patrício José António Flor José António Tavares Branco José Luís Domingos Reis Sanches José Manuel Martins Alves Coelho Júlio César Ramos Rodrigues Pires Júlio Diogo Carreira Cabaço Luís Filipe Lopes Correia Luso Ecológica, Lda. Manuel Barrete Constâncio Manuel Duarte Cardoso Martins Marco Filipe Guincho da Cruz Maria de Fátima Cunha Coimbra Maria Gabriela Jorge Sebastião S. Henriques Maria João Pires Maria Jorge Brás Ramos Nuno Alexandre Azevedo Lourenço Martins Nuno Miguel Ferro Tavares Olga Maria Esteves Pires Almeida Orlando Daniel Roque Patrick Olivier Purro Quinta da Pereira – Sociedade Agrícola Quinta D’ordaz, Sociedade Agrícola, Unipessoal, Lda. Ricardo Jorge Afonso Couchinho Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco Saul Joaquim Nunes Valente Silvapor – Ambiente & Inovação, Lda. Sociedade Agrícola Horta Grande, Lda. Victor Manuel Leitão Pinto Produtores / Embaladores Aida Monteiro Ferreira Roda Barroca da Malhada – Sociedade Agrícola, Lda. Biolousa, Unipessoal, Lda. Ezequiel José Courelas Feliciano José Alves da Silva Marques José Gregório Faria Quiteres Manuel Gaspar Cunha Monte da Ponte – Agropecuária, Lda. Picoto, Unipessoal, Lda. Poços de Vilar Torpim, Lda. Rui Jorge Monteiro Torres Verdefascínio, Lda.

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Avaliação da composição química e dos parâmetros de qualidade de azeites enriquecidos com diferentes concentrações de cálcio Texto de M. Costa 1, I. Gouvinhas 2, T. Carvalho 3, C. Matos 4 e A. Barros 2 (UTAD) / Fotografias do Campus da UTAD – Autoria Setor de Fotografia da UTAD

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O cálcio (Ca) é um dos principais nutrientes essenciais das plantas, desempenhando papéis importantes no crescimento e desenvolvimento dos frutos, bem como na manutenção da sua qualidade e firmeza, como constituinte das paredes e membranas celulares, proporcionando proteção e resistência contra pragas e doenças (White e Broadley, 2003; Kadir, 2005). A falta deste nutriente nas plantas pode causar o declínio da sua qualidade, bem como do rendimento de produção, para além do prazo de validade dos respetivos frutos (White

e Broadley, 2003). As deficiências de Ca no ser humano, podem originar importantes distúrbios na saúde, como hipertensão, osteoporose e cancro colorretal (Kin et al., 2007). A concentração de Ca presente nas plantas depende de vários fatores, nomeadamente, cultivar, condições ambientais, tipo de solo e estado de maturação dos frutos (Conway et al., 1990). Nesse sentido, é importante o fornecimento regular de cálcio às plantas para

aprimorar os seus mecanismos naturais de resistência e aumentar sua biodisponibilidade (Conway et al., 1990; Gómez-Galera et al., 2010). A maneira mais comum de aumentar a concentração de Ca nas plantas passa pela aplicação exógena pelas práticas de fertilização e calagem, que dependem também das condições ambientais, levando a uma possível redução da produtividade. A azeitona é uma das culturas mais impor-


tantes da região mediterrânea suscetível a algumas doenças, como a mosca da azeitona (Bactrocera oleae) e a antracnose da azeitona (Colletotrichum acutatum e Colletotrichum gloeosporioides), que diminuem o rendimento e qualidade das mesmas e, portanto, a estabilidade dos azeites. Para superar as perdas atribuíveis a essas doenças, foram estabelecidas algumas estratégias de manuseamento, como a aplicação de fungicidas com base no uso de compostos de cobre, na ventilação das árvores, na colheita precoce e no uso de cultivares tolerantes e de maturação tardia (Gouvinhas et al., 2017). A aplicação de cálcio no olival poderia ser outra abordagem, económica e eficaz, para prevenir e minimizar esse risco, além de conferir, através dos azeites produzidos, um valioso alimento nutricional aos consumidores. Tendo em consideração este facto, e dado que, os estudos relativos à importância da nutrição da azeitona com cálcio ser muito escassa, este trabalho foi delineado com o objetivo de estudar o efeito da aplicação foliar pré-colheita de Ca sobre parâmetros químicos e fitoquímicos, bem como o teor em minerais, e parâmetros de qualidade em diferentes azeites monovarietais. Para tal, o trabalho foi desenvolvido em oliveiras, de três cultivares distintas (‘Galega Vulgar’, ‘Cobrançosa’ e ‘Picual’), de um olival certificado, no Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), localizado em Elvas, Portugal, durante o ano de colheita 2018. O delineamento experimental incluiu três tratamentos, adubação com Ca (em duas doses) e controlo (sem aplicação de Ca), e três repetições com três árvores diferentes de idade e vigor comparáveis, totalizando 9 árvores por tratamento e 27 árvores marcadas no total. O fertilizante elementar rico em cálcio foi aplicado em três momentos (agosto, setembro e outubro), cuja composição consiste em CaO (34% p / p), B (0,8% p / p), e Zn (1,72%, p / p), a uma taxa de 20 g Ca árvore-1 e 40 g Ca árvore-1. Em relação às amostras controlo, foram utilizadas árvores correspondentes (n = 9) sem tratamento com Ca. Os resultados demonstraram que a maioria dos parâmetros de qualidade dos azeites foram afetados pela adição de cálcio, independentemente da cultivar em estudo. Relativamente ao

teor em cálcio analisado, foi possível verificar diferenças significativas quer entre cultivares, quer entre as amostras controlo e as amostras enriquecidas em cálcio. Este estudo, apesar de preliminar, pode ser de grande relevância para a olivicultura a nível Nacional. ☒

Referências Conway, W.S., Sams, C.E., Kelman, A., 1990. Enhancing the Natural Resistance of Plant Tissues to Postharvest Diseases through Calcium Applications, 751–754. Gómez-Galera, S., Rojas, E., Sudhakar, D., Zhu, C., Pelacho, A.M., Capell, T., Christou, P., 2010. Critical evaluation of strategies for mineral fortification of staple food crops. Transgenic Res. 19, 165–180. https://doi.org/10.1007/s11248-009-9311-y Gouvinhas, I., Machado, N., Sobreira, C., Domínguez-Perles, R., Gomes, S., Rosa, E., Barros, A.I.R.N.A., 2017. Critical review on the significance of Olive phytochemicals in plant physiology and human health. Molecules 22. https://doi.org/10.3390/molecules22111986 Kadir, S.A., 2005. Fruit Quality at Harvest of “Jonathan” Apple Treated with Foliarly-Applied Calcium Chloride. J. Plant Nutr. 27, 1991–2006. https://doi.org/10.1081/PLN-200030102 Kin, C.F.W., Shan, W.S.Y., Shun, L.J.C., Chung, L.P., Jean, W., 2007. Experience of famine and bone health in post-menopausal women. Int. J. Epidemiol. 36, 1143–1150. https://doi.org/10.1093/ije/dym149 White, P.J., Broadley, M.R., 2003. Calcium in Plants. Ann. Bot. 92, 487–511. https://doi.org/10.1093/aob/mcg164

Autores 1. M. Costa – Aluno da Escola de Ciências da Vida e do Ambiente, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). 2. I. Gouvinhas e A. Barros – Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). 3. T. Carvalho – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV). 4. C. Matos – Departamento de Química, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

UTAD Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) nasceu em 1986, mas a sua história contém a herança do “Instituto Politécnico de Vila Real”, criado em 1973. Foi a primeira Instituição de Ensino Superior do Interior Norte, desde sempre comprometida com a cidade de Vila Real e com toda a Região, envolvendo-se intensamente no seu desenvolvimento. Orientada inicialmente para as ciências agrárias, alargou os campos de trabalho a outras áreas, sendo hoje reconhecida como um importante ponto de referência no sistema universitário português. Organizada institucionalmente por Escolas, quatro de natureza universitária e uma de natureza politécnica, e por seis Centros de Investigação e oito polos e unidades de investigação em diversas áreas de saber, que integram um corpo docente e investigadores altamente qualificados. O Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), que conta com 292 investigadores, tem uma atividade científica elevada, tendo desenvolvido vários projetos em olivicultura e azeite.

Mais informação em: www.utad.pt

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Escola Superior Agrária do IP Bragança

Ensino, investigação científica e apoio à comunidade no âmbito da fileira oleícola Texto da responsabilidade da ESA/IPB

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A Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança (ESA/IPB) é uma das cinco unidades orgânicas do IPB, em funcionamento desde o ano lectivo 1986/87. No âmbito da fileira oleícola tem desenvolvido inúmeras ações ligadas ao ensino, investigação e apoio à comunidade. Ao nível do ensino, a ESA/IPB em parceria com o ISA-UL lecionaram o "Curso de Mestrado em Olivicultura, Azeite e Azeitona de Mesa", primeiro curso de Mestrado do sector em Portugal, e tem colaborado na lecionação destes temas em cursos de Doutoramento e Mestrado a nível nacional e internacional. Mais recentemente foram lecionados os “Curso Avançado de Olivicultura” e “Curso Avançado de Azeite e Azeitona”. A atividade científica da ESA/IPB na fileira oleícola tem vindo a aumentar significativamente, pela qualificação do corpo docente, pela melhoria dos meios materiais e pela participação dos docentes em projetos e redes de investigação mais vastas. Nesta área, atualmente, a ESA/IPB tem em curso vários projetos de investigação e desenvolvimento, sendo de destacar os programas: H2020, PTDC (FCT), PDR 2020, POCTEP e Conselho Oleícola Internacional, projetos que cobrem a fileira: • Gestão da fertilidade do solo e da nutrição mineral das árvores: tem estudado as dife-

rentes modalidades de coberto vegetal, natural ou semeado, e sua influência ao nível ao nível dos ciclos de nutrientes e proteção do solo contra a erosão; os principais problemas nutricionais do olival; as técnicas culturais para mitigar a safra e contrassafra da oliveira. • Mecanização da colheita: tem estudado os sistemas de colheita para olivais. • Proteção da oliveira: tem estudado a bioecologia das principais pragas e doenças da cultura; avaliação dos prejuízos, a definição de níveis económicos de ataque e a realização de ensaios de luta biotécnica e biológica; identificação de agentes de limitação natural (predadores, parasitoides, fungos e bactérias) com vista à valorização da sua ação; fomento da biodiversidade funcional numa estratégia de proteção biológica por conservação; desenvolvimento de métodos de luta alternativos à luta química; efeito das alterações climáticas, sobre as doenças e pragas mais importantes e o impacto na cultura, produtividade e economia; e mais recentemente, na identificação dos vetores de Xyllela fastidiosa, importante doença que ataca a cultura em Itália, sendo a ESA/IPB responsável pela participação nacional no projecto europeu XF-ACTORS “Xylella fastidiosa Active Containment Through a multidisciplinary-Oriented Research Strategy”. • Azeite: tem estudado o efeito do ataque de

pragas e doenças na qualidade do azeite; caraterização química, biológica e sensorial dos azeites das principais variedades de Trás-os-Montes; propriedades químicas dos azeites com Denominação de Origem Protegida “Azeite de Trás-os-Montes”; determinação do momento de colheita para as principais variedades regionais; caracterização de azeites da região do Douro; desenvolvimento e aplicação de agentes aromatizantes para valorização de azeites regionais; e desenvolvimento de azeites singulares produzidos por oliveiras centenárias. • Azeitona de mesa: tem estudado a caracterização físico-química e actividade biológica de diferentes tipos de azeitona de mesa da região; desenvolvimento e caraterização de produtos diferenciados; melhoria de processos artesanais de produção; e aplicação de línguas eletrónicas na sua caraterização e perceção de defeitos sensoriais. Ao nível do apoio à comunidade, várias atividades têm sido desenvolvidas, nomeadamente: apoio técnico/estudos (aproveitamento hidroagrícola do Planalto Noroeste de Mirandela, DOP Douro, DOP Azeitona de mesa, etc.), protocolos de colaboração com diferentes entidades e análises laboratoriais; formação profissional aos mais diferentes níveis; e a realização de eventos técnico-científicos. ☒


NORTE • CARB

Nova embalagem com sistema Bag-In-Box

NORTE • Adega Coop. de Freixo de Espada à Cinta

Azei tes

DE Portugal

Selecção de Marcas

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NORTE • Casa Remondes

"L´amour à Paris" por Sérgio Remondes

Selecção de Marcas

NORTE • Casa Remondes

O AZEITE LAVRADOR é produzido pela Cooperativa Agríc NORTE • ACUSHLA

de Estremoz, a partir de azeitonas da variedade Galega, p O AZEITE LAVRADOR é produzido pela Cooperativa Agrícola dos Olivicultores

de Estremoz, a partir de azeitonas da variedade Galega, exclusi‑ nas categorias Virge vamente doprovenientes concelho. Existindo vamente do concelho. Existindo nas categorias Virgem Extra e o amarelo ouro com VirgemVirgem, Extra DOP , varia entre

Virgem Extra DOP, varia entre o amareloamarelo ouro com frutado o verde commaduro frutadoemais verde – característi amarelo verde com frutado mais verde –diferentes características que marcam os azeites, mas que mantém o carácter incon inco diferentes azeites, mas que mantém o carácter inconfundível da marca Lavrador. Lavrador.

A COOPERATIVA AGRÍCOLA DOS OLIVICULTORES DE E

A COOPERATIVA AGRÍCOLA DOS OLIVICULTORES DE ESTREMOZ, fundada em 1952, integra hoje aproximadamente cinco cente cent

ORTE • Cooperativa de Olivicultores de Valpaços

Tendo como primeira missão valorizar e dar seguime

Tendo como primeira missão valorizar e dar seguimento às tradições da

cultura da oliveira Galega e do seu azeite, estabelece um

cultura da oliveira Galega e do seu azeite, estabelece um forte elo de ligação

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e proximidade com os seus produtores. São estes dedicados agricultores

que, pelas freguesias do concelho, produzem nos seus

que, pelas freguesias do concelho, produzem nos seus olivais tradicionais

– alguns dos quais centenários – as azeitonas da varied

– alguns dos quais centenários – as azeitonas da variedade Galega.

Procurando sempre manter viva a alma e a ligação a

Procurando sempre manter viva a alma e a ligação aos métodos de pro‑

LVT • Quinta do Juncal

dução tradicionais,da a cooperativa procede à transfor dução tradicionais, a cooperativa procede à transformação azeitona

num moderno lagar de duasda fases a baixas temperatu num moderno lagar de duas fases a baixas temperaturas. A laboração CENTRO • Dulfar

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NORTE • Cooperativa de Olivicultores de Valpaços

em 1952, integra hoje aproximadamente cinco centenas de associados.

azeitona é afeita logo da após a sua receção, aproveitando a azeitona é feita logo após a sua receção, aproveitando frescura matéria‑

‑prima, importante garante de qualidade para o azeite. azeite ‑prima, importante garante de qualidade para o azeite.

Contandoe com incondicional Contando com incondicional empenho, dedicação profissionalismo dosempenho, dedicação e p

colaboradores, consegue garantir‑se a superior e con colaboradores, consegue garantir‑se a superior e constante qualidade da marca Lavrador.

marca Lavrador.


cola dos Olivicultores

provenientes exclusi‑

em, Virgem Extra e frutado maduro e o

icas que marcam os

Edições limitadas por Sérgio Remondes

onfundível nfundível da marca

NORTE • Quinta Vale do Conde

Aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos "Aparição de Nossa Sra. aos pastorinhos" por Sérgio Remondes

"Fado em restaurante português" por Sérgio Remondes

Fado em restaurante Português

NORTE • Coop. Agrícola dos Oliv. de Vila Flôr e Ansiães

de Marcas

ESTREMOZ, fundada

tenas enas de associados.

edicados agricultores

s olivais tradicionais

dade Galega.

aos métodos de pro‑

rmação da azeitona

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ALENTEJO • Coop. de Olivicultres de Estremoz

ALENTEJO • Coop. Agrícola de Beja e Brinches

m forte elo de ligação

ALENTEJO • Coop. Agr. de Moura e Barrancos

ento às tradições da

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AlgArve • Olicer

AlgArve • Pecoliva

AlgArve • Lagar Santa Catarina

AlgArve • Monterosa

AleNTeJO • COOPOR

AleNTeJO • Sabores Apurados

AleNTeJO • Herdade Paço do Conde

Selecção de Marcas




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