Revista Energia 36

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QuemfezJahu

Texto Heloiza Helena C. Zanzotti

Décio Pacheco de Almeida Prado

A

gricultor, filho de João Pacheco de Almeida Prado e Maria Conceição Cintra Pacheco, nasceu na Fazenda Nova América, no bairro Pouso Alegre de Baixo, em 13 de março de 1910. Estudou no Ateneu Jauense e no Colégio São Bento, em São Paulo. Participou da Revolução de 1932 junto com o irmão Paulo e foi eleito vereador por quatro vezes em nossa cidade, sendo presidente da Câmara de Vereadores em 1956 e 1958, época em que esses representantes do povo não recebiam salário. Sempre gostou de política, sendo considerado um grande articulador, alguém que possuía diálogo com todas as correntes políticas e nunca criava atritos. Com esse perfil foi candidato a prefeito, tendo recebido apoio até mesmo de antigos adversários, e recebeu uma das maiores votações da história, sendo eleito em 15 de novembro de 1963. Tomou posse em 01 de janeiro de 1964 e deveria terminar seu mandato em 31 de janeiro de 1968, mas em virtude do Ato Complementar nº 37 de 14 de março de 1967 teve o referido mandato prorrogado e governou até 31 de janeiro de 1969. Casado com Maria Cacilda de Almeida Prado, o casal teve dois filhos: Ruy Pacheco de Almeida Prado e Maria Cecília Pacheco de Almeida Prado. Entre muitas ações como prefeito, no seu mandato as ruas de Jaú passaram a ter iluminação a vapor de mercúrio, foi lançada a pedra fundamental da construção das primeiras 104 casas pela Cecap, foi iniciada a construção do atual prédio da Prefeitura Municipal e também teve início a primeira exposição agropecuária de Jaú, no então “Parque do

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Centenário”. Ainda na sua gestão, a lei número 9.850 de 26 de setembro deu nome de “Comandante João Ribeiro de Barros” à rodovia SP 255; foi inaugurada a ponte sobre o Rio Jahu, ligando a Rua Rangel Pestana à Álvaro Floret e foi inaugurada a bandeira do município, com a bênção do Padre Bento Braz Belucci. Em meados de 1966 foi implantado o transporte coletivo urbano em nossa cidade, batizado inicialmente de Circular Cidade de Jaú. Décio Pacheco de Almeida Prado trouxe a primeira instituição de ensino superior para a cidade de Jaú, a FAFIJA – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Jahu, com os Cursos de Pedagogia, Letras, História e Geografia. A RE conversou com Ruy Pacheco de Almeida Prado, advogado, que disse: “Meu pai era uma pessoa facílima de lidar, nunca ficava bravo, pouquíssimas vezes o vi irritado com alguma coisa”. Ele conta que o pai acordava muito cedo e às 6h30 já estava na Prefeitura. Segundo ele, a porta do gabinete ficava sempre aberta, as pessoas tinham acesso total ao prefeito. Conhecido como homem muito correto, Ruy lembra uma passagem do pai: “Uma vez ele mandou prender todos os animais que estavam soltos pelas ruas. E prenderam uma vaca de um amigo dele, pessoa muito simples. Como era preciso pagar multa para retirar esses animais apreendidos, o amigo dele pediu para isentá-lo da multa, pois não tinha condições de pagar. Meu pai, então, para não desautorizar a ordem que ele mesmo havia dado, pagou a multa do próprio bolso para aquele homem”. Maria Cecília Pacheco de Almeida Prado, empresária agrícola, recebeu a RE em sua casa e conta: “Meu pai era uma pessoa extremamente carismática, encantadora, de extrema bondade. Gostava demais de música clássica e sempre ouvia no almoço e jantar”. Ela se emociona ao lembrar: “Ele sempre deu atenção para os filhos, era muito dedicado à família. Sempre ia me levar e buscar na escola. Na prefeitura tinha uma sacadinha, eu ficava fazendo tarefa e sempre que tinha um tempinho ele ia olhar. Quando eu era mocinha ele possuía um jipe, colocava minhas amigas todas nesse jipe, levava para a fazenda, a gente se divertia muito”. Maria Cecília conta que o pai faleceu cinco dias depois que ela teve o segundo filho. Décio Pacheco de Almeida Prado morreu de problemas cardíacos em 09 de junho de 1980, aos 70 anos, e está enterrado no Cemitério Municipal de Jaú.


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