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Major Prado Texto Heloiza Helena C. Zanzotti
Francisco de Paula Almeida Prado nasceu em Itu, no dia 13 de fevereiro de 1821. Após a morte de seu pai, como não havia recebido nenhuma propriedade rural de herança uma vez que, na época, somente o filho mais velho tinha direito de receber bens produtivos, mudou-se para Indaiatuba, onde morou com sua primeira esposa, Izabel Xavier de Almeida Prado, de quem ficou viúvo em 1866. Considerado um benfeitor, Francisco de Paula Almeida Prado esteve em Jaú pela primeira vez em 1862 e achou que a vila tinha futuro, embora ainda tenha mantido sua residência por mais três anos em Indaiatuba por considerar Jaú ainda carente de melhorias. Segundo o memorialista Sebastião Teixeira, o Major Prado contava que, naquela época, um alemão passou pela Vila do Jahu e, por achá-la muito pouco desenvolvida, disse que “ela não podia ser nem Lambari, quanto mais Jahu”, fazendo uma alusão aos tamanhos dos peixes e à proporção da vila recentemente formada. Mas o Major pensava diferente e veio para fazer dinheiro. Filho de donos de engenho, aqui chegou já com alguns bens e 40 escravos. Casou-se novamente em 1867 com Anna Joaquina Ferraz, na época com 18 anos e já viúva por duas vezes. Foi líder político do partido conservador, major pela guarda nacional durante o Império, delegado na Vila de Jahu e sócio fundador do Banco Melhoramentos de Jaú. A RE conversou com o tataraneto do Major Prado, Guilherme Eduardo Almeida Prado de Castro Valente, 45, professor. Ele contou que seu tataravô era muito querido, recebeu muitas homenagens, gostava muito de cantar, ouvir ópera e era muito religioso. “Ele até comprou um órgão alemão e doou para a igreja matriz”, diz Guilherme. E ainda contou que Major Prado também doou terreno e chácara para a construção da Santa Casa, onde há uma ala com seu nome e outra com o nome de sua esposa, Anna Joaquina. Segundo pesquisas realizadas por Guilherme em um trabalho que escreveu sobre nosso homenageado, Francisco de Paula Almeida Prado foi conquistando espaço na vida social da Vila do Jahu e mostrando seu lado articulador. Foi juiz municipal suplente e um dos principais articuladores da criação da comarca jauense. Também
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formou a Companhia Agrícola, no século dezenove, para aumentar o volume de café e otimizar seu processo de produção, o que era novidade na ocasião. Com o auxílio de seu filho mais novo do primeiro casamento, Francisco de Paula Almeida Prado Filho, administrava suas propriedades rurais que, quando faleceu, somavam três fazendas: Riachuelo (que ganhou este nome em uma homenagem do Major à batalha da Guerra do Paraguai), Mandaguahy e Monte Alegre. Major Prado e Anna Joaquina foram casados por 37 anos e moravam ora na Fazenda Mandaguahy, ora na cidade de Jaú, na rua que hoje leva seu nome e cuja casa, atualmente, é a Casa Paroquial. Também tem seu nome a Escola Estadual Major Prado, construída em 30 de agosto de 1914 e inaugurada em 15 de novembro do mesmo ano. Faleceu em 1904, aos 83 anos, e está sepultado no Cemitério Municipal de Jaú.