Em Cartaz - Outubro de 2018

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RE V I S TA DA SECRE TA RI A MUNICIPA L DE CULT UR A

O utub ro 2 018 Ediç ão 12 2

Conexões Urbanas, Culturas Artísticas Festival leva arte e alta tecnologia às ruas e espaços culturais da cidade

Teatro Morte Acidental de um Anarquista chega ao Teatro Arthur Azevedo

Festival CCJ promove a Primavera entre os Punks emcartaz | outubro 2018

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EDITAL DE APOIO AOS ESPAÇOS INDEPENDENTES 1ª EDIÇÃO. Para valorizar a programação dos espaços culturais independentes da cidade, permitindo um melhor acesso da população a esses locais, a Secretaria Municipal de Cultura lança o inédito Edital de Apoio aos Espaços Independentes 1ª Edição. Serão selecionados até 15 projetos em qualquer linguagem artística: dez com valor máximo de R$ 50 mil e cinco de até R$ 100 mil. Do total de projetos escolhidos, no mínimo cinco devem ser de espaços localizados fora do centro expandido da cidade. Interessados podem enviar suas propostas até dia 15 de outubro pelo site Spcultura (http://spcultura. prefeitura.sp.gov.br/). 2

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editorial C.U.C.A. – Culturas Urbanas, Conexões Artísticas. Novo Festival na cidade. Entre os dias 8 e 21, ruas, praças e terminais de ônibus servirão de palco para experiências artísticas inovadoras, misturando linguagens e formatos: música eletrônica ou convencional, produzida pelos mais variados instrumentos, se funde a projeções inusitadas; também ao som de música, como o maracatu, o público é convidado a ganhar pinturas corporais que se camuflam com o espaço urbano do entorno das apresentações. Pensada e criada especialmente para o C.U.C.A., a Orquestra de Beatmakers reúne cerca de 20 artistas no palco da Praça das Artes. DJs, músicos e as cantoras Tulipa Ruiz e Xênia França mostram um repertório com músicas autorais e adaptações, tocadas por diversas formas, inclusive plataformas de mixagem. Como cenário, além dos artistas, o público tem seus movimentos corporais capturados por câmeras e projetados. Em outubro, também damos destaque para Morte Acidental de um Anarquista. Depois de percorrer diversas salas da cidade, a peça, escrita por um dos dramaturgos mais festejados da Itália, Dario Fo, faz temporada no Teatro Arthur Azevedo a preços populares. Essas são algumas das atrações deste mês. Para saber de toda a programação, acesse cultura. prefeitura.sp.gov.br Boa leitura! André Sturm Secretário Municipal de Cultura

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Às segundas-feiras, acompanhe o programa TV EmCartaz no Facebook e Youtube. emcartaz | outubro 2018

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Jaloo e MC Tha

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Mostra Homens à Deriva - Peça Memorias nao Inventada

índice

17 EM FOCO SUA AGENDA

CAPA: C.U.C.A. - CULTURAS URBANAS, CONEXÕES ARTÍSTICAS

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04 06

MÚSICA: JALOO E MC THA

08 13

FESTIVAL: PRIMAVERA ENTRE OS PUNKS

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TEATRO: MORTE ACIDENTAL DE UM ANARQUISTA + MOSTRA HOMENS À DERIVA

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João Caldas Fo

A Bruxinha que era Boa | Jerônimo Gomes

20 20

INFANTIL: PEÇA A BRUXINHA QUE ERA

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MÚSICA: CHINESA + JUDAICA + FEIRA LATINA

26 28 30 31

BOA + BALÉ SUÍTE DOM QUIXOTE

ÓPERA: PELLÉAS E MÉLISANDE NO MAPA DA CULTURA VEM AÍ NOSSOS ENDEREÇOS

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em foco

CASA DE CULTURA RAUL SEIXAS faz aniversário Neste mês, a Casa de Cultura Itaquera - Raul Seixas completa 29 anos. Localizado dentro do parque de mesmo nome, o espaço cultural ocupa o casarão sede da antiga fazenda de produção de carvão da família Morganti e tem uma arquitetura que lembra a Itália dos anos 30. A criação dessa casa de cultura, localizada no bairro de Itaquera, na zona leste, atendeu às reivindicações de jovens artistas, roqueiros e população em geral do entorno que ansiavam por um espaço cultural na região. Confira abaixo a programação especial de aniversário: Raul Seixas em exposição Com curadoria de Sylvio Passos, a exposição reúne itens de seu acervo pessoal que permitem ao público relembrar o cantor e compositor Raul Seixas em diversas fases da vida. | De 19 a 21, das 9h às 18h Peixe Elétrico A banda caiçara mistura xote com reggae e lançou seis CDs, o mais recente é Ligação. | Dia 20, 16h Edvaldo Santana O músico, ícone da MPB da zona 4

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leste, apresenta o show Só Vou Chegar Mais Tarde, com repertório do CD homônimo composto por canções de sua trajetória artística, acompanhado de violão mestiço, no qual música latina se funde com blues, samba, choro e coco. | Dia 21, 16h Roberto Seixas (foto) O artista é cover de Raul Seixas e apresenta o show De Raul a Roberto Seixas, 31 Anos de Carreira. Seu último disco se chama Na Contramão e traz músicas próprias e parcerias. | Dia 21, 17h


CAMERATA BACCARELLI toca Villa-Lobos e Tchaikovsky

OS BOÊMIOS DE ADONIRAN faz temporada no Paulo Eiró

Formada por 18 alunos da comunidade de Heliópolis que estudam música no Instituto Baccarelli, a camerata, sob a regência do maestro Edilson Venturelli, interpreta neste concerto obras de Heitor Villa-Lobos e Piotr Tchaikovsky. Do primeiro compositor, o grupo executa Bachianas Brasileiras nº 4, e de Tchaikovsky, Serenata (para cordas). A apresentação acontece no dia 14, às 11h, no Teatro Paulo Eiró. Grátis

Com texto de Juliana Lucilha e direção de Milton Machado, o musical Os Boêmios de Adoniran reúne dez atores e cinco músicos para contarem a história de João que, após receber a carta de um amigo, retorna à Rua Aurora depois de ter saído do bairro, há 30 anos. Lá, encontra o velho turco Jacó, um antigo morador. A partir desse momento, os dois começam a reviver histórias do passado, no qual a música, o modo de vida simples e a boemia paulistana estavam sempre presentes. A montagem ganhou o Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Espetáculo de 2012/13, pelo voto popular. O musical é encenado no Teatro Paulo Eiró, entre os dias 5 e 28 de outubro, de 6ª a sábado, às 21h; domingos, às 19h. 70 min. +10 anos. R$ 40

DUO MANGABÊRA leva chorinho a dois espaços Formado por Carla Pronsato (piano e escaleta) e Luís Passos (bandolim e violão), o Duo Mangabêra faz arranjos próprios para interpretar um repertório de música instrumental brasileira, principalmente o choro. Desde harmonias mais tradicionais das músicas de Pixinguinha, Dilermando Reis, João Pernambuco, até as mais complexas, presentes nas composições de Radamés Gnattali, Garoto, Guinga, Egberto Gismonti e outros. O duo se apresenta no hall de entrada do Teatro Arthur Azevedo, no dia 6, às 18h, convidado do projeto A Hora do Choro; e na Casa do Bandeirante, no dia 13, às 12h, na programação Sábado no Museu. Grátis

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Sua Agenda Neste mês, Sua Agenda destaca alguns projetos da Secretaria Municipal de Cultura que apresentam atrações para você curtir no fim de semana, de graça.

6 Sábado

14h

Dedo de Moça interpreta músicas de seu primeiro CD, Atemporal, na Casa do Bandeirante. Com repertório de samba, o grupo mescla, em sua formação eclética, violão 7 cordas, cavaquinho, violino e violoncelo. Outras atrações deste mês são o Duo Mangabêra, dia 13; e os shows A Bossa é Moça, dia 20; e De Gonzagão a Dominguinhos, dia 27. Sempre às 14h. A programação faz parte do projeto Sábado no Museu.

Andre Stefano

7 Domingo 16h

14 Domingo

16h

O projeto Circulação Forró leva, à Casa de Cultura Santo Amaro, o Trio Beijo de Moça e o DJ Kleber Nóbrega. Em sua apresentação, o grupo toca músicas do CD autoral de xote e baião, além de composições de mestres forrozeiros como Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Também aos domingos, o projeto leva o Trio Flor de Mussambé à Casa de Cultura M’Boi Mirim, no dia 21, às 19h; e Krakatoa Trio e Papó de Forró, com Vagner Sousa e Tio Joca, à Casa de Cultura Freguesia do Ó – Salvador Ligabue, no dia 28, às 19h. 6

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Jonatas Marques

O novo projeto da Secretaria Municipal de Cultura, Arte na Praça, que leva atrações culturais para a Praça Roosevelt, apresenta duas peças com direção do grupo Os Satyros. Uma delas é a infantil Pequeno Cidadão do Futuro, que acompanha Alê e seus amiguinhos em uma divertida festa do pijama. A outra, encenada às 18h, é Vida Bruta. Mesclando dança, música, teatro e circo, o espetáculo é interpretado por adolescentes que contam suas próprias histórias. As apresentações acontecem novamente no dia 21.


14 Domingo

20h

O projeto Maratona Circuito leva o rapper Eduardo à Casa de Cultura Brasilândia. O artista foi um dos fundadores do grupo Facção Central, juntamente com Nego (rapper Mag) e Jurandir. Nesse mesmo dia, apresentam-se na casa de cultura a atração infantil Viagem de Brincar, às 14h; o circo Clownbaret, às 15h; e a encenação da Cia. Teatro Enlatado de Deus Deve Estar Distraído, às 17h. Com direção de Nelson Baskerville, o monólogo acompanha a atriz Maíra De Grandi interpretando Caio Fernando Abreu. Paulo Bareta

21 Domingo 19h A Maratona Circuito leva à Casa de Cultura São Miguel Paulista – Antônio Marcos o cantor Cláudio Goldman. Com carreira internacional –apresentou-se no Casino Estoril (Portugal) –, o artista foi indicado ao Prêmio Sharp e interpreta neste show canções de seu CD Versão Brasileira, entre outras. Antecedem esta apresentação a atração circense Dois Baús, às 15h; a contação Aquarela, às 16h; a atividade infantil Viagem de Brincar, às 16h30; e a encenação teatral O Sorriso da Rainha, às 17h30.

27 Sábado

+

11h

A Casa do Sertanista recebe Dois Baús. A peça infantil mostra o Menino Palhaço, filho da Bailarina de Corda e do Soldado de Chumbo. Feito de tecido, ele encanta a todos os moradores do baú vizinho àquele em que vive. Quando chega um circo de brinquedo, a família se vê obrigada a tomar uma decisão importante. Outras atrações deste mês são o Cabaré Circo 70, dia 6; os Ciclistas Bonequeiros, dia 13; e a contação Aquarela, dia 20. Sempre às 11h. A programação faz parte do projeto Sábado no Museu. Veja a programação completa no site www.cultura.prefeitura.sp.gov.br emcartaz | outubro 2018

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CULTURAS URBANAS, CONEXÕES ARTÍSTICAS Juliana Pitho

n

8 e 21 de Entre os dias tece o outubro, acon ival que C.U.C.A., fest espaços leva às ruas e dade culturais da ci as de arte diversas form

Concerto Acoustic Informatic

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ança, cinema, , música, performance de s saraus, roda Tudo fe inas e stas. conversa, ofic do ão aç m ogra isso está na pr as, Conexões an rb U s Cultura o da U.C.A . O projet Ar tísticas - C. ra icipal da Cultu Secretaria Mun ar nt se re ap tivo tem como obje de linguagens ém al o, ic ao públ , o conhecidas ar tísticas pouc is ta rimen práticas expe as. união entre el da es nt resulta o só mo propõe nã Esse hibridis las tip úl m as e entr uma conexão bém nas, como tam culturas urba por lação à cidade integra a popu e os Realizado entr meio da ar te. ival outubro, o fest dias 8 e 21 de eras atividades conta com inúm ços las ruas e espa espalhadas pe culturais.


capa

Craca

E CRACA G RETRIG ER

STRA DE ORQUEA BEATM KERS

aça No dia 20, na Pr a Cachoeirinha akers, m at O Terminal Nov be s, das Arte rformances ultié palco para pe a DJs, músicos m musicais. No di s, tecladistas, audiovisuais e n, liá Ju instrumentista e lip utor Fe e vocalistas 10, o DJ e prod va le a, sintetizadores ac Cr o o com questra mais conhecid co criam, uma or ni rô et ido el unir samples às ruas um híbr eletrônica para imagens de de s õe s, eç ira oj asile com pr de músicas br mos oceânicos. , ruídos micro-organis beats, scratchs úsica eletrônica ias. No dia 17, da m ,o sonoros e poes experimentais às vanguardas a Compondo a nt se re ap ger se experiência músico Retrig performance da de ks ystic ões mixam com laptops, jo sonora, projeç ntetizadores e si , da vi es de am tilo videog to imagens do es eiro instrumen Paulo ao theremin (prim a urbano de São m co ), undo tegrando-se eletrônico do m ar. público que, in r o público danç ze fa us se de m ta te os , op ão pr aç nt se s do à apre ra referências pturados O artista mistu nk, pu movimentos ca do es ad às sonorid po real. 60 m te os an em os id e exib úsica popular árabes e da m França a os ni m Xê rit as or nt As ca ndo uma viagem rticipam do brasileira, faze e Tulipa Ruiz pa eio de colagens ao tempo por m s. espetáculo. tas e nostálgica sonoras futuris : Apresentação s tes. Dia 20, Ar Apresentaçõe s da a . aç | Pr a Cachoeirinha ov N al in rm Te | 18h h Dias 10 e 17, 19 emcartaz | outubro 2018

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SALTO VAZIO

Apresentação ral Olido – Sala | Centro Cultu h Olido. Dia 21, 18

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Salto Vazio

CONCEIRCTO ACUSTMATIC INFOR música às Também unindo cnológicas, o plataformas te no l Olido recebe, Centro Cultura r ta e composito dia 21, o pianis em ano Dan Tepfer franco-americ Informatic. Ao Concerto Acustic icos mos matemát integrar algorít os a um piano computadorizad ta faz com que acústico, o artis a das pela músic as ondas gera o tocada sejam que está send ados gráficos projet convertidas em tor, si . Como compo em tempo real uma bolsa de Tepfer recebeu ana ademia Americ estudos na Ac us se as e estreou de Artes e Letr s re rais em luga trabalhos auto de Praga e o o como o Castel ciona O músico cole Carnegie Hall. eles re êmios, dent uma série de pr zz Ja de do Festival dos Concursos lo So de e do Piano da Costa Leste zz Festival. do Montreux Ja

mente para Criado especial petáculo Salto o C.U.C.A, o es Cia., mistura Vazio, da Aletal A ance e teatro. dança, perform es çõ ostra as rela dramaturgia m de o rtir do diálog humanas a pa paço tistas com o es um casal de ar um senvolve em urbano e se de o do, simulando automóvel para A . to garrafamen caos de um en ce ntação aconte se primeira apre o tr ea darias do Th dia 8, nas esca Municipal. ipal. Theatro Munic | Escadaria do Dia 8, 16h h iarca. Dia 9, 16 | Praça do Patr o ni tô a. Pça. An | Coreto Bovesp 16h Prado. Dia 10, 16h rreios. Dia 11, | Praça dos Co


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Largo São Francisco

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Sylvia Mas

Filme A Paixão de Joana d`’Arc

CINE NO DECK

no Largo São O deck montado uma ansforma em Francisco se tr que em re a ao ar liv sala de cinem ma, ne ci do s clássico serão exibidos s ra no so as das trilh com execução no o rã re or ões oc ao vivo. As sess do ado um marco er id ns dia 19. Co 3º r tle Hi e m l, o fil cinema margina sé Jo iro ile tor bras Mundo, do dire as ula, tem as su Pa de Agrippino úsicos m s lo pe iadas composições cr Com Cadu Tenório. Kiko Dinucci e e o sã us o, perc guitarra, violin zer a proposta é fa , es or sintetizad ns so e os íd dos ru uma releitura o e caracterizam qu os desconex m. longa-metrage io, o Sonpekiza Tr a, id gu se Em músicos Bruno formado pelos , a e Paulo Bira Iasi, André Senn a rim -p ra ob icas da interpreta mús ana o A Paixão de Jo do cinema mud Carl r dinamarquês d’Arc, do direto r. Theodor Dreye s Apresentaçõe , de ancisco. Dia 19 Fr o Sã | Largo 19h às 22h

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Aline Rosa

EfêmereSP BodyPaint

SP NA RUA

EFÊMERESP

bosa o Raurício Bar O artista plástic do ão st aracatu Arra e o grupo de m h, 17 às bém a 18, das 15h O C.U.C.A. tam Beco fazem, di s. õe aç iz et ão do im iç m ed o, recebe a 6ª no Beco do Pint ia cr eto a oj pr tic O tís ar SP na Rua. A experiência m 40 co o de ic s bl ai pú m conta com camuflagens do as ur nt do pi en de ec o er ei of coletivos, o espaço por m stas com s. ai dez horas de fe or rp co da o musicais, 22h, no Larg manifestações Já das 18h às s, õe aç iz e de outras das mimet performáticas Memória, além do an B ticas. O ú Sampler e linguagens artís os grupos Guai o is ov tece dia 13 ssão de impr encontro acon fazem uma se s, re do ta s 20h às ndo compu de outubro, da musical, utiliza , as locais rr os ita rs gu ve , 6h, em di sintetizadores nectar a co ra para pa m s ve ze e , vo do centro percussões e e outros ais a zz m ja a ao nd ca ai ni estimular música eletrô o, ng s espaços aracatu, jo valorização do ritmos como m palco para . públicos como ciranda e coco tísticas, intervenções ar ciar o s além de eviden Apresentaçõe s 15h às da , o ser 18 ul ia D Pa o o. nt Sã fato de | Beco do Pi s variados conhecida pelo 17h de er vi Xa esentações ória. R. discursos, repr | Largo da Mem h 22 às h 18 lturais. 18, das e identidades cu Toledo, 161. Dia

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música

JALOO E MC THA EM SHOW NO CCJ

Intérpretes cantam Céu Azul, música gravada em parceria, e hits de suas carreiras

Cidy Dionísio

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epois de três anos sem dividirem o palco, o cantor Jaloo e a MC Tha se apresentam no Centro Cultural da Juventude, dia 13, às 19h, a convite do C.U.C.A. No show, cantam sucessos da carreira de ambos, além de Céu Azul, música gravada em conjunto. A simbiose entre os artistas ocorre de longa data: ela compôs Cidade, gravada por Jaloo em seu disco de estreia, #1, lançado em 2015; e ele coproduziu Bonde das Panteras e Pra Você, canções do EP Baile Saboroso, de MC Tha. “Conheci Jaloo há algum tempo e convivemos intensamente durante cinco anos. Já tínhamos uma parceria além dos palcos e das plataformas musicais. É sempre uma troca boa!”, afirma a cantora. Com capa alusiva a uma antiga imagem de Gal Costa com Caetano Veloso, o single Céu Azul une Jaloo e MC Tha no vocal e chega às plataformas digitais juntamente com um clipe inspirado nos musicais das décadas de 70

e 80. “Céu Azul é o fruto de tantas experiências juntos. É a força da nossa amizade se transformando em arte”, revela a intérprete. Jaloo traz uma sonoridade que mistura batidas eletrônicas e gingado de seu estado de origem, o Pará. Ele também é um dos grandes reprentantes da comunidade LGBT, ao lado de Pablo Vittar, Johnny Hooker, entre outros. Recentemente, transitou pelo cinema como ator e cantor em Paraíso Perdido, longa-metragem de Monique Gardenberg. Filha de baianos e criada em Cidade Tiradentes, na zona leste, MC Tha lançou em 2014 seu primeiro hit, Olha Quem Chegou. “A mensagem das minhas letras procura trazer questões sociais, falar com quem não é beneficiado e comentar sobre as coisas que importam para nós”, diz a MC. Apresentação | Centro Cultural da Juventude – anfiteatro. Dia 13, 19h. Grátis emcartaz | outubro 2018 13


O PUNK É MAIS SÉRIO DO QUE OUSAMOS IMAGINAR

Festival no CCJ reúne representantes da velha guarda do punk nacional em shows, debates e exibição de filmes

Luísa Bittencourt

E

m setembro, teve início a primavera, estação do ano que marca a renovação. Democrática, ela se inicia para todos, inclusive para os marginalizados pelo sistema: os punks. Organizado por Ariel Invasor e Tina, dois representantes da velha guarda do punk nacional, o festival Primavera entre os Punks traz para o Centro Cultural da Juventude (CCJ), nos dias 19 e 20 de outubro, shows, debates e exibição de filmes. O objetivo é resgatar a história do movimento no Brasil que, nesses 40 anos, marcou a música, a política, a moda e o comportamento de toda uma geração. Desde o florescimento do punk, Ariel é uma das figuras mais ativas na cena. Nunca parou. Sua história de vida e a do movimento estão sobrepostas. Um pouco dessa confluência pode ser vista no documentário Ariel: Sempre pelas Ruas, dirigido por Marcelo Appezzato, que é exibido no dia 19. Após a sessão, acontece um debate sobre punk com nomes

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pioneiros do movimento: Pierre (Carolina Punk), Rose (Punks Anjos), Juvenal (Punk Terror) e Paulinho (Phuneral Punk). Ariel, além de vocalista da banda Invasores de Cérebros, poeta e ativista, também ataca de ator. Baseado em um conto homônimo de Carlos Drummond de Andrade publicado no Jornal do Brasil em 1983, o curtametragem João Brandão Adere ao Punk, de Ramiro Grossero, traz Ariel na pele do escritor, e será exibido no dia 20. O encerramento da programação traz ao palco do CCJ um show das bandas Lixo Suburbano e Invasores de Cérebros, parceria que acontece desde 1988. CONFIRA A ENTREVISTA COM ARIEL INVASOR: O documentário Ariel: Sempre nas Ruas traz a imagem de uma São Paulo tomada por punks na década de 80. Já há algum tempo que essa cena não é mais tão comum. O que você acha que mudou nesses anos?


festival

Você se considera um dos poucos sobreviventes do punk nacional na ativa ainda hoje? A.I.: Acredito que sim... Temos alguns sobreviventes que, quando se encontram, é realmente uma festa. Mas estar na ativa, ainda com o mesmo ideal libertário, são realmente poucos que restam... Seremos nós, os punks das antigas, uma raça em extinção? No documentário, o Fábio Massari (ex-VJ da MTV) te chama de “satélite”. Você se considera um satélite? A.I.: Sou um cara antenado com o movimento intergaláctico e que mantém atividades rebeldes pelo planeta.

Inv

as

or

Muitas vezes colocam você e o Redson (vocalista da banda Cólera, morto em 2011) em oposição, como ele tendo sido o representante do punk da paz e você da desordem. Você concorda? A.I.: Concordo! Eu mesmo dizia isso a ele, que éramos muito

iel

É mais difícil ser punk hoje ou foi na década de 80? A.I.: Nunca foi fácil, nem ontem, nem hoje e nunca será... Acontece que, antigamente, resolvíamos tudo nas ruas, desde alianças até desavenças. Precisava gostar muito para poder ser punk em SP. Hoje, o que vemos é uma apatia geral, o pessoal não quer mais sair para confraternizar, trocar ideias e interagir, e isso torna a coisa fria demais e vai, a cada dia, distanciando as pessoas. Sinto

muita falta disso tudo.

Ar

O jovem de hoje tem procurado outros estilos musicais para se expressar? Ariel Invasor: Os anos 80 foram de descobrimento e de uma explosão de juventude querendo ter expressão. As ruas eram o grande ponto de encontro dessa juventude revolucionária, onde pensadores, poetas, músicos, artistas marginais, todos estavam inseridos nas gangues. Tudo isso formou um movimento, o punk. Acredito que hoje em dia o grande ponto de encontro de todas essas manifestações é a internet e as redes sociais. Depois de tanta diluição, não há mais uma única cena e, sim, diversas. No entanto, aonde formos, ainda encontraremos muita gente que curte o som e está em movimento, produzindo muita cultura rebelde. O punk ainda resiste.

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festival

diferentes, que nossas bandas eram muito diferentes, desde a sonoridade até as letras, mas dizíamos, um ao outro, que isso não nos afastava e, sim, nos completava e ao movimento punk como um todo, pois na verdade, esse movimento nunca foi uniforme e talvez sua duração se deva a isso. Sua ligação com a literatura sempre foi forte. O curta João Brandão Adere ao Punk também é uma associação entre punk e literatura. Drummond era um punk revolucionário? A.I.: Drummond era um observador das coisas que interessavam. Ele literalmente desafinava o coro dos contentes, com sua poesia e com sua visão de mundo. Quase no fim de sua vida, ele abordou um tabu, o punk, até então tratado por todos como juvenil. Com lucidez, falou respeitosamente e apaixonadamente, tratando o punk como movimento revolucionário. Sendo assim, ele era punk para caralho, não é!? Ariel Invasor e Drummond têm algo em comum? A.I.: Talvez o gosto pelas coisas que interessam, além da calvície (brinca). Não vai sair briga no debate sobre punk, no CCJ, em que participam Pierre, Rose, Juvenal e Paulinho?

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A.I.: De jeito nenhum sairá briga entre o pessoal da velha guarda. Esse pessoal esteve na linha de frente de suas respectivas gangues e tem muita história para contar. As gangues foram necessárias para se manter uma identidade naquele momento. Como é a primavera entre os punks? A.I.: Primavera remete à renovação da flora e também da fauna, com hormônios e pólens em suspensão. Então, como estamos há 40 anos nos renovando e criando algo novo, a esperança está no ar... Mais uma vez. Fala-se muito sobre a história e origens do punk como tempos áureos. Mas como o movimento tem atuado hoje em dia, em pleno século XXI? A.I.: Punk rock é minha forma de expressão desde sempre e sinto-me orgulhoso de deixar um legado para que todos que se interessam em fazer música rebelde tenham essa referência de atitude. Acredito que há pessoas com esse mesmo pensamento e que, de uma forma ou de outra, colocam em prática, ainda, boa música rebelde. E isso sempre irá existir. Como diria o velho poeta, “o punk é mais sério do que ousamos imaginar” (frase de Carlos Drummond de Andrade).


PRISÕES

teatro

ENTRE

Morte Acidental de um Anarquista | Erik Almeida

FICTÍCIAS E REAIS

Teatro Arthur Azevedo recebe a peça Morte Acidental de um Anarquista e a mostra de repertório do diretor André Garolli, Homens à Deriva; em comum, os espetáculos trazem diversas formas de prisões Gabriel Fabri

J

ogando luz sobre incertezas e paradoxos da nossa sociedade, cinco peças chegam, em outubro, ao Teatro Arthur Azevedo. Ocupando a sala principal a partir do dia 19, a comédia Morte Acidental de um Anarquista tem texto assinado pelo célebre dramaturgo italiano Dario Fo, vencedor do Nobel de Literatura. Já na sala multiuso tem início, no dia 11, a mostra de repertório Homens à Deriva, com quatro peças, cada uma representando um tipo diferente de “prisão”.

MORTE ACIDENTAL DE UM ANARQUISTA Dirigida por Hugo Coelho, Morte Acidental de um Anarquista se passa dentro de uma delegacia, onde um homem teria se atirado da janela. O texto ficcional de Dario Fo foi inspirado em um caso real que ocorreu em Milão (Itália), em 1969, e enfoca os momentos depois do suposto suicídio. Interpretado por Marcelo Laham, o personagem principal não é o anarquista do título, mas sim um louco cuja mania é se passar por outras pessoas. Assim, ele assume diversas personalidades ao longo da peça, convencendo emcartaz | outubro 2018 17


Memórias não Inventadas | TFarina

a todos que é, por exemplo, um juiz. “Para construir esse personagem multifacetado, a gente conta com a participação espontânea do público, de quem quiser contribuir”, conta Coelho. “É uma interação bem divertida, acolhedora”. Com a intenção de criar esse ambiente confortável para a audiência e aproximar o elenco dos espectadores, os atores apresentam e contextualizam o texto antes do espetáculo começar, como nas montagens originais de Fo. “Eliminamos as referências à Itália daquela época e inserimos, bem ao estilo do Dario, com muita improvisação e com a plateia presente, algumas referências da nossa realidade política”, explica o diretor. O texto do dramaturgo continua atual, pois trata de uma realidade que não é exclusividade da Itália dos anos 1970 e tampouco do Brasil de hoje. “Dario faz uma crítica aos abusos do Estado, do poder”, explica o diretor. “Essas pessoas que têm 18

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poder, do policial na rua ao juiz; quando um comete um abuso, a população toda sai prejudicada”. Ele sublinha, porém, tratar-se de uma crítica divertida. “Essa é uma comédia muito engraçada para criticar os poderosos”, conclui.

REPERTÓRIO HOMENS À DERIVA A mostra Homens à Deriva selecionou quatro peças com direção de André Garolli. Cada uma delas representa um cárcere diferente: o mental, simbolizado pela loucura, é explorado em Abre a Janela e Deixa Entrar o Ar Puro e o Sol da Manhã, de Antonio Bivar, que abre a programação no dia 11. Na semana seguinte, é encenado Desilusão da Meia-Noite, espetáculo que aborda o cárcere geográfico, com foco na questão dos refugiados. A prisão social, a da exclusão, é tema da peça Memórias (Não) Inventadas, de Tennessee Williams, que pode ser vista a partir do dia 25. Encerra a mostra, em novembro, Histórias dos Porões, com


teatro ao mesmo tempo em que é uma prisão na qual ela não tem condições nem de sair ou de ficar, é a única representação concreta de suas memórias. A ideia de estar à deriva é um dos principais questionamentos dos espetáculos. “Se não estamos encarcerados, provavelmente estamos à deriva, sem saber para onde ir e como prosseguir”, explica o diretor. “Qualquer tipo de cárcere é nocivo, em qualquer época”, completa. “Mas sempre podemos pensar em uma fuga - se não, não existe liberdade. Pensamos que estamos livres, mas não”, finaliza.

História dos Porões

Desilusão das Dez Horas | Fernanda Procópio

texto de Analy Alvarez sobre cárcere político durante a ditadura militar brasileira. Garolli explica a maneira na qual as peças, completamente independentes uma da outra, dialogam entre si. “Os personagens são pessoas encarceradas, de alguma maneira, que são obrigadas a criar mentiras e ilusões, usar o imaginário para poder sobreviver dentro desse universo”, afirma. Um exemplo é Memórias (Não) Inventadas. No texto, uma prostituta doente é ameaçada pela proprietária do bordel de ser expulsa. Aquele espaço, entretanto,

APRESENTAÇÕES Morte Acidental de um Anarquista | Teatro Arthur Azevedo – sala principal. 90 min. 14 anos. De 19/10 a 18/11. 6ª e sáb., 21h. Dom., 19h. R$ 30 Mostra Homens à Deriva | Abre a Janela e Deixa Entrar o Ar Puro e o Sol da Manhã. 75 min. 16 anos. De 11 a 14/10. 5ª a sáb., 21h. Dom., 19h | Desilusão das Dez Horas. 70 min. 16 anos. De 18 a 21/10. 5ª a sáb., 21h. Dom., 19h | Memórias (Não) Inventadas. 55 min. 16 anos. De 25 a 28/10. 5ª a sáb., 21h. Dom., 19h | Histórias dos Porões. 60 min. 16 anos. De 1º a 4/11. 5ª a sáb., 21h. Dom., 19h | Debates. De 11/10 a 1º/11. 5ª, 22h15 | Teatro Arthur Azevedo – sala multiuso. De 11/10 a 4/11. Grátis (retirar ingresso uma hora antes)

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Veja a programação completa no site www.cultura.prefeitura.sp.gov.br emcartaz | outubro 2018 19


CLÁSSICOS PARA CRIANÇAS

Peça A Bruxinha que Era Boa e balé Suíte Dom Quixote levam cultura e alegria ao público infantil

Victor Kiyoshi Matsumura

N

o mês das crianças, o Teatro Arthur Azevedo recebe A Bruxinha que Era Boa, texto teatral clássico de Maria Clara Machado; e cinco casas de cultura, o balé romântico Dom Quixote.

A BRUXINHA QUE ERA BOA Ângela é uma estudante da Escola de Maldades da Floresta que deseja muito ganhar a cobiçada vassoura a jato, prêmio dado para a bruxa que melhor se sair na prova final. Somente dessa forma, a menina poderá voar entre árvores e nuvens, seu grande sonho. Para isso, precisa enfrentar seu maior obstáculo: aprender a ser má. Seu amigo Pedrinho a ajudará a contornar a terrível exigência. Com essa história sobre bondade e maldade, a peça A Bruxinha que Era Boa, de Maria Clara Machado, tornou-se um dos maiores clássicos da dramaturgia infantil brasileira. O espetáculo está em cartaz até dia 21 de outubro, no Teatro Arthur Azevedo. O diretor Theo Hoffmann acredita que fazer teatro infantil é mais do que uma 20

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responsabilidade. “É onde tudo começa, é onde as crianças começam a desenvolver um gosto de ir ao teatro, e a nossa obrigação como artistas é a de ajudar a formar essa plateia para que não deixe de ir ao teatro, como já está acontecendo com muitos adultos”, afirma. Apresentando um belo visual para chamar a atenção das crianças, o espetáculo agrada também ao público de todas as idades. O texto é clássico, mas tem situações discutidas até hoje, como a questão do bullying, uma vez que a bruxinha é caçoada pelas demais colegas por não ter maldade. “Acho muito necessário que as próprias crianças percebem isso”, diz o diretor. “Eu sempre achei a Maria Clara além do tempo dela”, completa.


Suíte Dom Quixote

A Bruxinha que era Boa | Jerônimo Gomes

infantil

SUÍTE DOM QUIXOTE Em uma vila espanhola mora Kitri, apaixonada por Basílio. Ao descobrir que seu pai lhe arranjou um casamento com um nobre rico, decide fugir com o amado. Para isso, conta com a ajuda de Dom Quixote e seu fiel escudeiro Sancho Pança. Com o objetivo de levar o balé clássico a diversos espaços, a Cia. Paulista de Dança Adriana Assaf encena a Suíte Dom Quixote na Casa de Cultura M’Boi Mirim, dia 6, às 16h30. Em outubro, o espetáculo chega a outras quatro unidades, integrando a programação do Circuito Municipal de Cultura. Sob a direção de Robson Luna e de Adriana Assaf, a apresentação é inspirada no livro Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, e faz uma releitura resumida do balé clássico criado em 1868 pelos coreógrafos russos Marius Petipa e Alexander Gorsky, com música de Ludwig Minkus.

Apresentações A Bruxinha que era Boa. 50 min. Livre. | Teatro Arthur Azevedo. Até dia 21/10. Sáb. e dom., 16h. Apresentações extras: dia 11, 10h e 15h. Dia 12, 16h. R$ 16 Dom Quixote. 45 min. Livre. | Casa de Cultura M’Boi Mirim. Dia 6, 16h30. | Casa de Cultura Freguesia do Ó - Salvador Ligabue. Dia 13, 18h30. | Casa de Cultura São Rafael. Dia 20, 13h. | Casa de Cultura Vila Guilherme - Casarão. Dia 27, 17h30. | Casa de Cultura Itaim Paulista. Dia 28, 18h. | Grátis

+ Veja a programação completa no site www.cultura.prefeitura.sp.gov.br emcartaz | outubro 2018 21


VIAJANDO SEM SAIR DE SÃO PAULO

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música

ENSEMBLE GAOSHAN LIUSHUI

Aryanne Valgas

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ara muitos de nós, não há nada mais prazeroso do que fazer uma viagem tão esperada. Ter contato com novas culturas, hábitos, além de experimentar parte da gastronomia local, são conhecimentos que levamos para toda a vida. Mas, para adquiri-los, não temos necessariamente de colocar o pé na estrada. Neste mês, foram programadas atividades que permitirão ao público ‘viajar’ por três diferentes culturas: a apresentação do Ensemble Gaoshan Liushui de Música Chinesa, na Biblioteca Mário de Andrade (BMA); o 9º Festival Internacional de Músicas Judaicas, na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato e no Teatro Décio de Almeida Prado; e a 1ª Feira de Cultura Latina, no Centro Cultural da Vila Formosa.

Em mandarim, “Gaoshan Liushui” é uma expressão chinesa clássica retirada do patrimônio literário, que significa a união da poesia, música e companheirismo, ou seja, a aspiração máxima da música oriental. E esse é o nome escolhido pelo primeiro grupo de música chinesa atuante no Brasil: Ensemble Gaoshan Liushui. Formado em 2010, surgiu a partir de uma grande busca pela colônia de imigrantes chineses em São Paulo. Ao som de instrumentos étnicos da China, o repertório traz canções tradicionais e folclóricas, com arranjos musicais de autoria do grupo. “No show, apresentaremos o nosso álbum ‘Paisagens da China’, que é uma mostra das músicas das regiões norte e sul do país”, diz André Ribeiro, instrumentista que toca cítara, “gugin”, em chinês, e alaúde, “zhongudan”. Além dele, formam o Ensemble Cintia Harumi, tocando flautas de bambu, “dizi”, e Nelson Lin, cítara de martelo, “yangqin”. Apresentação | Biblioteca Mário de Andrade - auditório. Dia 19, 19h. Grátis (retirar ingresso a partir das 18h) emcartaz | outubro 2018 23


KLEZTIVAL, FESTIVAL INTERNACIONAL DE MÚSICAS JUDAICAS O Instituto de Música Judaica do Brasil realiza anualmente o Kleztival, um festival internacional de vários estilos de música. Em sua 9ª edição, o evento, que acontece entre os dias 20 e 28 de outubro em diversos locais, tem, pela primeira vez, a parceria da Secretaria Municipal de Cultura, além de outras instituições. A programação leva à Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato e ao Teatro Décio de Almeida Prado, no dia 21, artistas nacionais e internacionais. Na biblioteca, apresenta-se a Um Tza Fanfarra, grupo que faz a fusão do estilo musical original de países do sudeste europeu, como Sérvia, Romênia Bulgária e Macedônia, e da típica música klezmer. O mais curioso é que a Um Tza nasceu em apresentações agitadas nos casamentos judaicos, transformando o tradicional em algo inovador. Já no Teatro Décio de Almeida Prado, a festa fica por conta do grupo Klezmer! Klezmer! Klezmer!, que apresenta A Voz Mística do 24

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Judaísmo Contemporâneo, uma mistura de canções ídiche tradicionais do leste europeu, além de obras autorais do álbum Raízes, da vocalista Nicole Borger. Também se apresenta nesse palco o grupo norteamericano Midwood, liderado pelo violinista Jake ShulmanMent. Seus shows celebram a música experimental e tradicional judaica, com canções folclóricas em ídiche. Nesta apresentação, Klezmer! Klezmer! Klezmer! toca ao lado da Midwood, transformando dois shows em apenas um, colocando no mesmo palco o que cada artista tem de melhor. “Acabo de voltar de Nova York onde me apresentei com os meninos da Midwood. É maravilhoso poder trazê-los para conhecer o Brasil”, afirma a vocalista da Klezmer!. Apresentações | Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato. Dia 21, 11h | Teatro Décio de Almeida Prado. Dia 21, 19h | Grátis (retirar ingresso a partir de uma hora antes)


música

1ª FEIRA DE CULTURA LATINA A Feira de Cultura Latina, evento que reúne diversas atividades artísticas presentes em países da América Latina, tem sua primeira edição no Centro Cultural Vila Formosa. A programação leva à zona leste da cidade artistas da Argentina, Bolívia, Chile e Brasil. A ideia da Feira surgiu por meio de uma iniciativa da comunidade de imigrantes latino-americanos que vive em São Paulo. São diversas atrações, dentre elas pintura ao vivo de grafite com o artista Mudo, exposição fotográfica Sentido Sur, do artista argentino Martín Avaro, contação de histórias e aula aberta de dança folclórica boliviana. O público também tem a oportunidade de provar comidas e bebidas dos países e comprar peças típicas de artesanato latino americano. Confira a programação completa: Jam Session Especial Latina DJ Emerson / Damian Bilbao | Área externa. Dia 20, das 10h às 20h Feira Gastronômica - Culinária Latina | Saguão. Dia 20, das 10h às 22h Exposição Fotográfica: Sentido Sur, de Martín Avaro | Saguão. Dia 20, das 10h às 22h

Pintura ao Vivo de Grafite, com artista Mudo | Saguão. Dia 20, das 10h às 20h Oficina de Jogo da Memória com Carimbos - Stampaneo | Sala Multiuso. Dia 20, das 10h às 12h Dança com Associação Folclórica Cultura Bolívia-Brasil | Teatro Zanoni Ferrite. Dia 20, das 14h às 15h Contação de Histórias: El Quirquincho y La Naturaleza, com Grupo Alma Andina | Saguão. Dia 20, das 15h às 16h Espetáculo Fiu Fiu - Um Encontro entre Pássaros, com Grupo Tibanaré | Teatro Zanoni Ferrite. Dia 20, das 16h às 17h Aula Aberta de Dança Folclórica Boliviana | Sala Multiuso. Dia 20, das 17h às 18h Mesa de Debate: Entre Linhas Imaginárias - O Que Nos Une? Participam do encontro Martín Avaro (Argentina), Glória Larraguibel (Chile) e Antônio Andrade (Bolívia). Os convidados discutem o panorama atual dos imigrantes | Teatro Zanoni Ferrite. Dia 20, das 18h às 19h Show de Encerramento: Celina Canta Encanta | Teatro Zanoni Ferrite. Dia 20, das 19h às 20h emcartaz | outubro 2018 25


UM TRIÂNGULO FATAL Dois irmãos e uma bela mulher vivem um triângulo amoroso na ópera Pelléas e Mélisande, de Claude Debussy Gilberto De Nichile

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screva aí: se hoje o Theatro Municipal de São Paulo tem um palco giratório, é graças a mim”. Quem afirma isso, é o encenador teatral Iacov Hillel, diretor da ópera Pelléas e Mélissande, de Claude Debussy, que volta a ser encenada nesse palco a partir do dia 12 de outubro. A primeira montagem estreou em 2012 e necessitava desse recurso cênico para transmitir à plateia a sensação da passagem de tempo, com os locais das ações se sucedendo sem interrupção. “Para adquiri-lo, suprimi tudo que considerava supérfluo na produção, até chegarmos a uma versão minimalista. Afinal,

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uma obra de caráter simbólico e sensorial como esta não pede cenários grandiosos e realistas”, diz Hillel. “Estes são apenas sugeridos, como é o caso do uso de projeções de obras de pintores impressionistas, associadas à iluminação adequada, que explora os contrastes claro/ escuro. Isso tudo combinado com a música, despida de grandes árias e temas orquestrais.” A soprano Rosana Lamosa protagoniza novamente Mélisande. Para a cantora, esse papel é o mais difícil de todas as óperas -e foram muitas- das quais já participou. “É uma história aparentemente banal: eu me caso com um


literatura música homem mais velho [Golaud], me apaixono pelo irmão jovem dele [Pelléas], que é morto pelo meu marido quando este percebe que foi traído”. Segundo a soprano, por de trás dessa trama, inspirada na peça simbolista do dramaturgo belga Maurice Maeterlinck, existe toda uma atmosfera de sonho e sutilezas românticas. “É preciso transmiti-las não à cabeça, mas ao coração do espectador.” O barítono chinês Yunpeng Wang interpreta Pelléas e o baixo-barítono norteamericano Stephen Bronk, Golaud.

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João Caldas Fo

Apresentações Pelléas e Mélisande. 180 min. 12 anos. | Theatro Municipal de São Paulo. Dia 12, 17 e 19, 20h. Dias 14 e 21, 18h. R$ 20 a R$ 120

Veja a programação completa no site www.cultura.prefeitura.sp.gov.br emcartaz | outubro 2018 27


NO MAPA DA CULTURA

CONHEÇA A EQUIPE DE PROGRAMAÇÃO Giovanna Longo

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ual é o perfil ideal para uma pessoa poder exercer a função de programador cultural? De tão ampla que é a questão, fica difícil estabelecer uma área específica de formação ou de atuação. O que conta mais, estudo ou experiência? Tudo isso junto, é claro! Atores, sociólogos, relações públicas, comunicólogos e até economistas. Em vez de um perfil, melhor pensarmos em vários, muitas vezes reunidos em uma pessoa só. Neste mês, No Mapa da Cultura destaca a equipe de programação da Secretaria Municipal de Cultura, responsável pela coordenação e produção da Virada Cultural, do Aniversário de São Paulo, do Circuito Municipal de Cultura de muitas outras atividades. Coordenada pela atriz e produtora cultural Gabrielle Araújo, essa equipe faz a curadoria artística dos centros culturais, bibliotecas, casas de cultura e tantos outros espaços da cidade. Para você saber quem é quem na equipe, reunimos todos no último andar do Edifício Sampaio Moreira, nova sede da Secretaria, localizada no centro da cidade. Completam a equipe, além dos programadores, os jovens monitores Federico Torres e Guilherme Carvalho, os estagiários Alexandre Ilha, Letícia Barbosa e Danielle Quartarolli, a secretária Viviane Tomás e o assistente administrativo Ronaldo Mariano. 28

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Lucas Borges Ramos Apoio à comunicação e divulgação dos eventos. Destaque da programação: SP na Rua.

Gabrielle Araújo Coordenação geral Tainah Fagundes Eventos especiais. Destaque da programação: C.U.C.A. - Culturas Urbanas, Conexões Artísticas


André Mendes Teatro, circo e eventos especiais. Destaque da programação: Mês do Brincar.

Gabriela Fontana Programação infantil e eventos especiais. Destaque da programação: Mês do Brincar.

Beatriz Pereira Eventos especiais. Destaque da programação: SP na Rua.

Sylvia Masini

QUEM É QUEM NA EQUIPE DE PROGRAMAÇÃO E O QUE DESTACAM DE ATRAÇÃO EM OUTUBRO.

Vander Lins Coordenação de operações e implantações de atividades artísticas e eventos. Destaque da programação: SP na Rua.

Danilo Cabral Música. Destaque da programação: Edgar, BNegão e Ambulance. Katia Dell’Agnolo Bocchi Música. Destaque da programação: Ellen Oléria no Centro Cultural da Juventude, Sandália de Prata no Centro Cultural Vila Formosa e Amelinha no Centro Cultural Olido.

Sylvia Monasterios Artes visuais. Destaque da programação: Sábado no Museu - infantil na Casa do Sertanista e de música na Casa do Bandeirante.

Fernando Dourado Dança. Destaque da programação: espetáculo Suíte Dom Quixote em cinco casas de cultura.

Veja as todas atrações destacadas pelos programadores no site www.cultura.prefeitura.sp.gov.br

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vem Aí EM NOVEMBRO

ÓPERA TURANDOT Obra-prima de Giacomo Puccini encerra a temporada lírica 2018. André Heller-Lopes, direção cênica Roberto Minczuk, regência Orquestra Sinfônica Municipal Coro Lírico Coral Paulistano ELENCO Turandot Elizabeth Blancke-Biggs (16, 19, 22, 25) Annemarie Kremer (17, 21, 24) Calaf David Pomeroy (16, 19, 22, 25) Eric Herrero (17, 21, 24) Liù Gabriella Pace (16, 19, 22, 25) Marly Montoni (17, 21, 24) Timur Luiz-Ottavio Faria (16, 19, 22, 25) Carlos Eduardo Marcos (17, 21, 24) Theatro Municipal de São Paulo. 12 anos. R$ 40 a R$ 150 30

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gostou da programação? Veja onde vai acontecer

Biblioteca Mário de Andrade | Sylvia Masini

Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato R. General Jardim, 485, Vila Buarque, Centro | tel. 3256-4122 e 3256-4438

Casa de Cultura Itaquera – Raul Seixas R. Murmúrios da Tarde, 211, Cohab 2 José Bonifácio. Itaquera (Parque Raul Seixas). Zona Leste | tel. 2521-6411

Biblioteca Mário de Andrade R. da Consolação, 94, Consolação. Centro | tel. 3775-0002

Casa de Cultura do M’Boi Mirim Av. Inácio Dias da Silva, s/nº, M’Boi Mirim. Zona Sul | tel.: 5514-3408

BIBLIOTECAS MUNICIPAIS

CASAS DE CULTURA Casa de Cultura Brasilândia Pça. Benedicta Cavalheiro, s/nº, Brasilândia. Zona Norte | tel. 3922-9123 Casa de Cultura Freguesia do Ó – Salvador Ligabue Lgo. da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 215, Freguesia do Ó. Zona Norte | Tel.: 3931-8266

Casa de Cultura Santo Amaro Pça. Floriano Peixoto, 131, Santo Amaro. Zona Sul | tel.: 5523-6455 Casa de Cultura São Miguel Paulista – Antônio Marcos R. Irineu Bonardi, 169, Vila Pedroso. Zona Leste | tel.: 2297-9177 CASAS HISTÓRICAS Beco do Pinto R. Roberto Simonsen, 136. Centro

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Teatro Décio de Almeida Prado - Espaço Cultural Itaim | Sylvia Masini

Casa do Bandeirante Praça Monteiro Lobato, s/nº. Butantã. Zona Oeste | tel. 3031-0920 Casa do Sertanista Pça. Dr. Ênio Barbato, s/nº, Caxingui. Zona Oeste | tel. 3726-6348

TEATROS MUNICIPAIS Teatro Arthur Azevedo Av. Paes de Barros, 955, Mooca, Zona Leste | tel. 2604-5558 Teatro Décio de Almeida Prado R. Lopes Neto, 206, Itaim Bibi. Zona Oeste | tel. 3079-3438

CENTROS CULTURAIS Centro Cultural da Juventude Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641, Vila Nova Cachoeirinha. Zona Norte | tel. 3984-2466 Centro Cultural Olido Av. São João, 473, Centro | tel. 3331-8399 e 3397-0171 Centro Cultural Vila Formosa R. Renata, 163, Vila Formosa. Zona Leste | tel.: 2216-1520 Praça das Artes Av. São João, 281. Centro. | tel.: 4571-0401

Teatro Paulo Eiró Av. Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro. Zona Sul | tel. 5546-0449 e 5686-8440 Theatro Municipal de São Paulo Pça. Ramos de Azevedo, s/nº, Centro | tel. 3053-2090 OUTROS ENDEREÇOS C.U.C.A. Coreto Bovespa Pça. Antônio Prado, Centro Largo da Memória R. Xavier de Toledo, 161, República Terminal Nova Cachoeirinha. Av. Inajar de Souza, Vila Nova Cachoeirinha. Zona Norte

A relação completa dos espaços culturais está no site: www.cultura.prefeitura.sp.gov.br 32

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expediente Secretário de Cultura André Sturm Secretária adjunta Marilia Barbour Arte Gráfica Viviane Lopes

Chefe de Gabinete Juliana Velho Redação

Fotografia Sylvia Masini Secretária de redação Ivani Yara dos Santos

Coordenação editorial André Sturm Editor-chefe Luiz Quesada Editora-assistente Giovanna Longo Redação Aryanne Valgas Cidy Dionisio (+redes sociais) Gabriel Fabri Gilberto De Nichile Isabela Almeida (audiovisual) Juliana Pithon Luísa Bittencourt Paulo Vinícius (design) Projeto gráfico e design Viviane Lopes Isoda

Estagiários Camila Ceccato (revisão) Isabel Sachetti (audiovisual) Maria Carolina Marchi (design) Victor Kiyoshi Matsumura (redação) Impressão QuadBR Tiragem 60.000 exemplares Em Cartaz é uma publicação da Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo Endereço: Av. São João, 473 10º andar. São Paulo | SP CEP. 01035-000 Tel: 3397-0000 | Fax: 3224-0628 e-mail leitoremcartaz@prefeitura. sp.gov.br Site da Secretaria Municipal de Cultura www.cultura.prefeitura. sp.gov.br

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