Jornal Escolar n.º 20

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Olá! Esta é a vigésima (20.ª) edição do nosso jornal escolar “Campo de Sol”. Com toda a força! Voltámos depois das férias do Natal para um segundo Período cheio de novidades, emoções e coisas novas para aprender e viver. É certo que nem tudo correu bem (a chuva entristeceu um pouco o desfile de Carnaval, por exemplo) mas o esforço e o entusiasmo que todos demonstraram por todas as actividades são bem a prova de que é sempre bom participar e dar o nosso melhor. Nas páginas seguintes estão alguns desses momentos. Momentos vividos com o entusiasmo natural de quem, em alguns casos, está a viver tudo pela primeira vez. Vai valer a pena ver como foi a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima à nossa ilha e as homenagens e tributos prestados pelos nossos alunos, assim como as imagens dos participantes nas provas de Educação Rodoviária e mais, muito mais. A todos, e principalmente aos que não falharam uma festa, uma visita, uma brincadeira, o nosso muito obrigado. É por eles e para eles que se criam e guardam estes momentos. Ora vejam lá!


É Carnaval! Este ano a chuva também se juntou à festa. Mas não foi por isso que esta deixou de ser colorida e animada! O tema escolhido foi “O Eco-Disfarce” e todos tinham que ter algum elemento reaproveitado na sua máscara ou fato de Carnaval. E resultou muito bem, com

alguns

disfarces

criativos e divertidos.

bem






Mais

ou

menos

disfarçados, todos entraram na festa e não deixaram a chuva levar a melhor.



Há sempre alguns retoques a fazer…

…e

são

esses

retoques que fazem toda a diferença!





A chuva bem tentou, mas apenas conseguiu que a festa mudasse de sĂ­tio. Depois de algumas corridas a fugir dela, a diversĂŁo continuou e acabou na nossa escola.


Gostamos de ter a nossa escola enfeitada e colorida, para qualquer ocasiĂŁo. E o Carnaval ĂŠ um dos momentos em que gostamos mais de a encher de alegria. Aqui estĂŁo alguns dos trabalhos feitos pelos nossos alunos.





Antes de encerrar a festa, houve ainda tempo de saber quem foram os felizes contemplados do sorteio de rifas que organizámos. Os que ainda andavam pela escola fizeram

questão

de

participar,

alguns pais e auxiliares incluídos! Não admira, afinal os prémios eram óptimos! Parabéns aos vencedores!



Acontece todos os anos: é a Taça Escolar de Educação Rodoviária. Primeiro, apuramos os nossos melhores. Depois, vemos quem vai representar a nossa ilha na prova regional, numa etapa em que participam todas as escolas do Porto Santo. E este ano passou-se tudo no nosso campo de jogos!




Antes preciso

estar

da

prova, atento

é ao

percurso e às instruções dos professores.



Em Março recebemos uma visita especial. A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, de visita à Região Autónoma da Madeira, também quis abençoar os fiéis do Porto Santo e fomos todos convidados para a receber.


O ponto de encontro de todas as crianças das escolas do Porto Santo foi a nossa escola. Depois, foi só um passo até ao campo de futebol.





A festa terminou com muita alegria.

Certamente

que

Nossa

Senhora de Fátima levará uma linda recordação das crianças do Porto Santo.


Os nossos alunos do 2Âş ano fizeram uma visita aos Bombeiros no aeroporto e atĂŠ vestiram a farda. Assim,

os

pequenos

ficaram

a

conhecer uma instituição importante da nossa ilha, e os bombeiros descobriram potenciais soldados da paz.





O dia do pai é sempre especial. Trata-se de homenagear quem nos dá tanto sem pedir nada em troca. Como sempre, as nossas crianças prepararam uma festinha e ofereceram umas lembranças aos seus pais. Mais uma vez, contaram com a ajuda da professora Paula Rodrigues que os orientou na tarefa. No fim, houve jogo de futebol e todos se divertiram com o convívio.


Antes de toda a diversão, e uma vez que se celebrava igualmente o dia da Segurança na Internet, o professor responsável pelas TIC aproveitou o facto de se poder dirigir a alguns Encarregados de Educação para alertar para os perigos que este meio de comunicação pode esconder. Vale sempre a pena estar alerta.

Os alunos do 4º ano já pensam na sua viagem de finalistas e fizeram uma barraquinha com rifas para conseguirem amealhar mais uns trocos. E toda gente colaborou!


Os alunos da PréEscolar e do 2º ano juntaram forças e dedicaram um poema e uma canção aos seus pais.

Depois,

o

tão

esperado jogo de futebol, onde alguns pais mostraram muito

talento

disposição.

e

boa




No fim, um lanchinho para recuperar as forรงas. Foi

uma

diferente e divertida.

tarde


O Festival da Canção. Momento ideal para alguns corajosos mostrarem o seu talento...

‌e todos os outros cantarem

em

conjunto

darem apoio aos amigos.

e




Não houve vencedores nem vencidos. E a festa foi uma animação!


Para

os

meninos

e

meninas do Pré-Escolar há sempre algo de novo para aprender ou experimentar todos os dias. E aqui estão alguns exemplos do quanto é divertido aprender coisas novas!





O projecto Eco-Escolas procura

alertar

problemas como

para

ambientais,

os assim

desenvolver

uma

consciência ecológica. Desta vez o

professor

Telmo

propôs

como temas “A Primavera” ou o “O Dia da Árvore” e uma só regra: a utilização de materiais reutilizáveis. O resultado foi surpreendente! A criatividade e a

quantidade

apresentados

de

trabalhos

pelos

nossos

alunos, em colaboração com os seus

Encarregados

Educação,

prova

que,

de se

depender de todos os que participaram, vencerá!

a

Natureza






E chegou a Páscoa! Os momentos festivos são para nos divertirmos, mas para os podermos desfrutar, muito há a fazer para que tudo fique pronto e bonito. É tempo de coelhinhos e ovos da Páscoa.




O Ensino Recorrente participa sempre nas mais variadas actividades da nossa escola, mas também tem a sua própria agenda! Sempre muito activos e dinâmicos, também têm destaque neste espaço, que também é deles.

Artigo para o Jornal: O Mensageiro do Recorrente – 2.º Período 2009/2010 Neste segundo período lectivo, a turma do Primeiro Ciclo do Ensino Básico Recorrente da Escola Básica do 1.º Ciclo com Pré-escolar de Campo de Baixo – Porto Santo demonstrou-se muito participativa e entusiasmada em todas as actividades escolares que lhe foram propostas. O diálogo continuou a ser uma constante entre todos os alunos e o professor. Fizeram-se muitas visitas de estudo virtuais a vários locais do mundo e espaços de cultura (museus, bibliotecas,…), utilizando o YouTube e a projecção desses vídeos no projector multimédia. Após estas visitas virtuais, situámos esses locais no mapa. Estes saberes culturais foram muito enriquecedores para todos. Ao longo deste período, realizámos vários espaços de convívio mensal no Ensino Recorrente que foram sugeridos pelos alunos. Foi um tempo de partilha e socialização salutar entre todos os intervenientes. A comunicação por via electrónica continuou a ser incentivada, visto os alunos praticarem a mesma na turma e com os seus familiares emigrados em todos os continentes. Nas aulas, foi oportuna a utilização de material reutilizável para elaborar construções matemáticas, realizar a concretização de aprendizagens e fazer a sistematização de conhecimentos. Juntamente com as restantes turmas da escola, o Ensino Recorrente participou na comemoração da festa do Santo Amaro (15 de Janeiro de 2010), deslocando-se em visita às várias entidades do meio local com cânticos alusivos a esta festividade. Marcámos ainda a nossa presença no desfile de Carnaval das escolas do primeiro ciclo. Participámos também nas Ortografíadas 2010, ficando apurados para a prova regional.


No dia 5 de Março de 2010, envolvemo-nos nas actividades da visita da Imagem da Virgem Peregrina de Fátima ao Porto Santo que decorreram no Estádio de Futebol José Lino Pestana. Colaborámos também nas actividades do Projecto Eco-escolas, dialogando sobre as questões dos resíduos e a política dos três R´s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), separando os resíduos da sala de aula nos ecopontos domésticos e elaborando trabalhos com material reutilizável para a exposição relativa à comemoração do Dia Mundial da Floresta. Envolvemo-nos ainda nas actividades da comemoração do Dia do Pai e nas actividades de encerramento do segundo período lectivo (Páscoa). Os alunos sentiram-se, totalmente, motivados para todas estas actividades. Simultaneamente, demos azo a um espaço de diálogo diário alusivo a todos os temas tratados nas aulas. Todos se sentiram empenhados na partilha dos seus conhecimentos e experiências de vida. Neste âmbito e com o objectivo de participarmos no Projecto: Livro de Cultura Popular Madeirense: “Memórias com história”, promovido pela SREC-DRE, fizemos a recolha da memória da vida pessoal de uma aluna que nos fez a descrição da vida portossantense e suas actividades económicas no século XX. A referida aluna facultou-nos uma fotografia preciosa que documenta a sua família a confeccionar os famosos chapéus de palmito no final da primeira metade do século XX. Foram actividades profícuas para todos. Os alunos do Primeiro Ciclo do Ensino Básico Recorrente da EB1 c/ PE de Campo de Baixo – Porto Santo e o seu professor formulam votos de uma Santa e Feliz Páscoa para todos.

Os alunos e o Professor do 1º CEBR José Raimundo Vasconcelos



MEMÓRIAS DA MINHA VIDA

A vida no Porto Santo do século XX

A vida actual no Porto Santo não tem nada a ver com a vida de há setenta anos atrás. A nossa querida ilha desenvolveu-se e cresceu tal como uma bela jovem. A sua praia de areia amarela e com propriedades terapêuticas deu-lhe o nome de Ilha Dourada. Um nome justo devido ao brilho que ela desperta no Atlântico, vista do espaço. Nessa época, os campos estavam todos cultivados e as searas louras e prontas para a ceifa faziam lembrar um manto dourado e ondulante a estender-se sobre a Ilha do Porto Santo. O gado pastava nas encostas e ocupava também uma parte da população nesta actividade. Outra actividade importante da nossa ilha foi a indústria dos fornos da cal. Muitas pessoas ocupavam-se na extracção da pedra calcária e na produção da cal que era muito procurada pela construção civil quer do Porto Santo quer da Ilha da Madeira. Os barqueiros faziam o transporte das mercadorias e pessoas, entre o Porto Santo e a Madeira e vice-versa, em barcos de carreira muito pequenos. As viagens eram demoradas e cansativas e o desembarque era feito em pequenas lanchas na praia. Havia vendedores ambulantes, os adelos, que iam de casa em casa com o seu fardo às costas para vender os seus produtos. A vida era uma constante aventura. Mas falemos agora de mim. Nasci na Serra de Fora, num dia quente e radioso de Verão, a 12 de Setembro de 1943.Foi um dia muito feliz para os meus pais que me abraçaram mal eu vi a luz do dia. Senti-me envolvida e segura nos braços ternos e fortes da minha mãe que era uma senhora muito atenta e carinhosa para com os filhos. Os seus olhos castanhos e expressivos olharam para mim com tanto amor que o senti no seu abraço terno, quente e forte. Ao todo, éramos cinco filhos. Esses tempos apresentavam outros desafios à população da nossa ilha. Não havia escolas, nem lojas, nem centros comerciais, nem luz eléctrica, nem água canalizada, nem estradas asfaltadas, nem telefones ou outros tipos de comunicações mas havia muito amor, amizade, compreensão, ajuda e partilha entre as pessoas. Nessa época, eram raras as mulheres que trabalhavam fora da sua casa. Só os maridos é que tinham profissões assalariadas ou na agricultura, contribuindo desta forma, para o sustento das suas famílias. No meu sítio, eu fui a primeira mulher a trabalhar por conta de outrem e a ter um salário mensal.


Mas o trabalho dos homens era árduo e o das mulheres também. Além de cuidarem dos filhos e da casa, as mulheres faziam ainda outros trabalhos para ajudarem na economia familiar. Nessa época bordava-se muito e, no sítio onde eu vivia, a confecção de chapéus e outros produtos de palha de palmito e de palha de trigo era uma tarefa quase diária. O palmito (palma tenra do olho da palmeira) é uma matéria-prima que para ser utilizada na confecção dos produtos necessita passar por várias fases de tratamento que são muito morosas e difíceis. É preciso corá-lo, raspá-lo e só depois entrelaçar as tranças do palmito que foi, previamente, desfiado em palhas de largura semelhante. Só depois da trança completar vários metros é que se poderia começar a dar forma aos vários artigos num molde, cosendo as tranças umas às outras com uma técnica especial. Desde muito cedo, as crianças habituavam-se a ver as mães, avós ou parentes a trabalhar este tipo de material muito macio e aprendiam na sua infância esta arte centenária da nossa ilha. Os produtos confeccionados com o palmito (chapéus, carteiras, cigarreiras, bonés e porta-moedas) eram muito procurados pelos veraneantes nacionais e estrangeiros que não voltavam para os seus locais de origem sem uma recordação do Porto Santo. Esses produtos eram vendidos nalguns espaços comerciais existentes na então Vila de Porto Santo. Em anexo a este texto, coloco a foto que encerra uma das minhas memórias da infância. A minha querida mãe está ao centro e eu, junto dela nas minhas brincadeiras, espreitava com muita atenção as suas mãos ternas, hábeis, rápidas e criativas a trabalhar a trança de palmito. Foi assim que também aprendi essa arte portossantense que faz parte do nosso artesanato. Esse tempo passou rapidamente mas tenho óptimas recordações que ficaram para sempre gravadas na minha memória.

Maria Otília de Melim


Família de Otília de Melim a confeccionar os chapéus de Palmito no Sítio da Serra de Fora, na década de 40 do séc. XX. (Foto cedida, gentilmente, pela Sra. Maria Otília de Melim, aluna do Ensino Recorrente da EB1 c/ PE de Campo de Baixo – Porto Santo) (da esquerda para a direita: amigas da família (três primeiras pessoas), ao centro: Sra. Maria Amélia da Silva (mãe da Sra. Otília de Melim) e Otília de Melim (menina), seguindo-se as duas irmãs e irmão da Sra. Otília de Melim (direita).


Mensagem do Director da Escola, professor Élvio Sousa Aproveito a oportunidade para saudar todos os pais, mães e outros familiares que colaboram diariamente com a escola na prossecução de um único objectivo, a educação das nossas crianças, bem como o pessoal docente e não docente, que exerce funções no estabelecimento. Aproveito para agradecer a todas as entidades e empresas que colaboraram com a direcção da Escola, ao longo deste ano lectivo, desde a Câmara Municipal, Direcção Regional de Administração Publica, Casa do Povo, Delegação Escolar, Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, Liga de Pais, entre outros particulares. Agradeço a vossa colaboração e reitero a minha total disponibilidade para o diálogo e aclaração das vossas dúvidas e dificuldades. Quero relembrar que temos um site na internet que podem consultar e encontrar informações importantes e interessantes para o acompanhamento dos vossos filhos ao longo do percurso na EB1/PE Campo de Baixo. Termino referindo que “cada um de nós pode fazer a diferença...se for consequente e se fizer as coisas com paixão”.

Esta foi a nossa 20ª edição. Aproximamo-nos do fim de mais um ano lectivo! Na nossa 21ª edição vamos ter mais imagens e artigos sobre todas as actividades da nossa escola. Até lá!


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