Edição no. 10

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Nutrição

Sênior - Jornal da Terceira Idade

Março de 2010

Feijão e arroz: combinação perfeita de sabor e saúde

Oculto no seu anel papal, habita um demônio

Cíntia Milene Comelli*

Livros

Sênior - Jornal da Terceira Idade

O Anel A Herança do Último Templário

O feijão nosso de cada dia Brasileirinho”, “baião de dois”, “PF brasileiro”, do norte ao sul do país , são vários os termos utilizados para denominar a dupla arroz-feijão, tradicional na mesa do brasileiro desde o século 18, e que, além de oferecer um delicioso sabor, é uma combinação rica em nutrientes e, portanto, indispensável para uma alimentação saudável e variada. O arroz e o feijão são alimentos amplamente consumidos em toda a América Latina e durante muito tempo tiveram um alto simbolismo na culinária nacional. Nas últimas décadas o brasileiro passou por várias mudanças no estilo de vida, em especial nos hábitos alimentares. Houve grandes modificações na aquisição e consumo de alimentos. A Pesquisa do Orçamento Familiar 2002-2003, realizada pelo IBGE, verificou uma importante redução do consumo do típico prato brasileiro (23% redução do arroz e 30% do feijão), concomitante a um considerável aumento no consumo de produtos industrializados e de baixo valor nutricional. Pergunta-se por que um prato acessível a todas as classes, com alimentos de larga produção nacional, preparo simples e altamente nutritivo teve seu consumo tão diminuído nos últimos anos? O cotidiano da sociedade atual, em que cada vez mais as mulheres ingressam no mercado, a carga de trabalho, a falta de tempo foram alguns dos motivos que levaram as pessoas à realizar suas refei-

Março de 2010

Ismail Ali El Assal ções predominantemente em restaurantes ou em casa, mas utilizando pratos prontos e de preparo rápido, deixando de lado o trivial “brasileirinho”. Está bem evidente que o arroz e o feijão foram substituídos por uma lista de alimentos altamente processados, elaborados e menos nutritivos. De fato, é preciso resgatar a cultura do arroz e feijão pois em termos nutricionais não faltam motivos para valorizar estes alimentos que trazem inúmeros benefícios a saúde, e inseri-los com freqüência no cardápio diário. O arroz, além de ser uma fonte rica em

destaca-se a vitamina B1 que exerce uma função especial na memória. O feijão por sua vez oferece proteínas, significativa quantidade de ferro, o que é importante na prevenção da anemia, e alto teor de fibras que contribuem para o bom funcionamento intestinal e para a manutenção de níveis normais de colesterol e glicose no sangue. Ressalta-se que o feijão e o arroz quando consumidos juntos apresentam ainda maior valor nutritivo, pois, o arroz é fonte de metionina e o feijão de lisina, dois aminoácidos essenciais que se combinam oferecendo uma proteína de alta qualidade, comparável inclusive à proteína da carne. Há quem diga que feijão com arroz engorda o que sem dúvida é um mito, só engorda se for consumido em excesso como aconteceria com qualquer outro alimento. Ao contrário, o consumo moderado destes dois alimentos pode ser um aliado das dietas, já que as fibras presentes no feijão auxiliam na saciedade, no controle da glicemia e do colesterol, sendo interessante seu consumo também por indivíduos portadores de diabetes. Depois de tantos benefícios, que tal um feijão com arroz no menu de hoje? ....................

Feijão e arroz, combinação perfeita

carboidratos que fornecem energia, contém proteínas e vitaminas dos complexo B, dentre as quais

*Cíntia Milene Comelli é Nutricionista

CRN10 2147P

clinicfood.cintia@yahoo.com.br

J

orge Molist é espanhol, nascido em Barcelona em 1951 e residindo em Madri atualmente. Engenheiro industrial, viveu vários anos nos Estados Unidos. Seu livro de estréia, Os muros de Jericó, teve uma ótima acolhida pela crítica e pelo público. Seguiu-se Presságio e, depois, O Anel – A Herança do Último Templário, ganhador do Prêmio de Romance Histórico Alfonso X , o Sábio, de 2004. Cristina, nossa heroína, conta sua saga a partir do dia de seu aniversário de 27 anos, quando recebe dois aneis, igualmente belos, mas com intenções e histórias muito diferentes. O primeiro, um belo brilhante, consolida um pedido de casamento e noivado. O outro, um anel de ouro com um vidro vermelho engastado, parece bastante antigo. O que parecia ser um vidro vermelho revela-se um rubi, precioso, porém ao usar a joia ela passa a ter pesadelos que a transportam para o passado. Pessoas gritam, torres desabam e através de brechas homens assaltam o local onde está, com suas espadas, lanças e bestas, protegidos com elmos de ferro, cotas de malha e escudos. Em meio a este sonho ela percebe que tudo mudou e nada mais será como antes. O anel vermelho a levará de volta a Barcelona, cidade em que nasceu e de onde imigrou, junto com sua

mãe, para os Estados Unidos. Enric, seu padrinho, já morto em circunstância misteriosa é quem lhe deixa o anel. Sua busca será também para resgatar as lembranças, que o autor denomina de biblioteca de nostalgias. A leitura é absorvente fazendo com que não a interrompamos até terminarmos o livro. O ritmo é acelerado, os fatos novos e personagens são apresentados de uma forma envolvente. Parte da história das cruzadas é contada. Ficção e realidade se mesclam, ficando a sensação de mistério e a vontade que temos de ajudar na busca do tesouro dos Templários. Enric acreditava que a vida transcorria como uma viagem até Ítaca, a Ítaca de cada um; que a vida está na caminhada, não na chegada. O conhecimento de Jorge Molist é bastante profundo sobre a Ordem dos Templários. Sua época é retratada de forma fiel, e alguns de seus símbolos bastante esmiuçados. De resto, aproveite a leitura para mergulhar na história de Cristina Wilson e seus amigos.

O Anel A herança do último templário Autor:Jorge Molist Preço: R$ 44,90 Formato: 16 x 22,5 cm

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Vivência

O teatro da vida

Como no palco os atores representam, nós também na vida diária, encenamos nossos papeis Marco Votto

A

vida é um teatro e disso não devemos ter a menor dúvida. Às vezes somos atores principais e em outros momentos somos apenas coadjuvantes. O fato é que participamos de uma grande “peça” em que trocamos os figurinos e alteramos os ânimos conforme o título da “obra” que se está encenado. Você acorda, dá um beijo na esposa, vai ao banheiro faz suas necessidades, toma banho e aí já começa a se caracterizar para entrar em cena. Muitos de nós fazemos a barba porque assim requer o personagem. Enxugamo-nos e nos encaminhamos ao quarto para nos vestirmos e podermos representar nossas profissões. Assim, médicos, dentistas, enfermeiros, farmacêuticos e pais de santo vestem-se de branco. Os executivos das mais diversas áreas colocam os seus ternos, os engenheiros seus capacetes de proteção, os jardineiros, mecânicos e frentistas seus macacões e, assim, todos iniciam o seu dia. A maior prova de que você encena, está

nas mais diversas formas como você trata as pessoas durante o dia.

nada de trabalho, você retira o traje que o caracterizava e veste o figurino para o seu outro “papel”, seja de pai, marido ou filho. O seu “script” é alterado conforme a necessidade de seu personagem e, às vezes, você que já encena naturalmente na vida, traz do mundo virtual características para sua interpretação no mundo real. De fato, se você prestar bastante atenção vai observar que as novelas muitas vezes cunham frases ou palavras que viram “chavões” e passam a ser utilizadas imediatamente pelos personagens na vida real. Assim, expressões como: “Com certeza”, “Faz parte”, “Ninguém merece” e tantas outras começaram a “imperar” de forma massiva no vocabulário dos personagens da vida real. Ao final do dia, como no camarim após a apresentação, você, em casa, retira a “maquiagem” ou o vestuário que o caracterizou para, livre da “fantasia”, prepara-se para no dia seguinte reiniciar a encenação.

Ninguém cumprimenta seu chefe ou seus superiores da mesma forma como cumprimenta seus familiares. A entonação da voz também se altera conforme o “papel” que você desempenha. Numa reunião de negócios ou num atendimento de consulta médica sua voz é entonada possivelmente mais grave.Numa situação a dois, num momento de carinho, sua voz fica mais “melosa”, mais “dengosa” e assim você vai alterando a voz conforme a necessidade do seu personagem. Ao chegar em casa, Afinal, o show não pode já finalizando sua jor- parar!


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