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Ciência
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Sênior
Fevereiro de 2013
Opostos ao efeito placebo, medo e estresse causam doenças
er a bula dos remédios ou pesquisar sintomas na internet pode levar ao perigoso efeito nocebo. Excesso de informação faz com que paciente inconscientemente desenvolva doenças por medo, alerta neurologista. “A expectativa determina o desenvolvimento de doenças”, afirma o neurologista Magnus Heier. Ele também é jornalista científico e estuda a influência do subconsciente nos seres humanos. O que esperamos tem grande influência sobre o desenvolvimento de doenças, diz o especialista. Segundo Heier, podemos criar sintomas ou fazê-los desaparecerem. Quem lê um artigo que diz que as radiações eletromagnéticas das antenas de celulares provocam doenças pode sentir dor de cabeça mesmo que a antena esteja desligada, afirma o neurologista. Um paciente com câncer pode morrer muito mais rápido caso esteja convencido de que lhe restam apenas poucos meses de vida, mesmo que, de acordo com o diagnóstico, o tumor não esteja mais crescendo. Este é o chamado efeito “nocebo”, sobre o qual Heier escreveu um livro. O medo provoca estresse, e o estresse causa doenças “O efeito [nocebo] ocorre sobretudo quando se tem medo de uma doença ou do tratamento a ser enfrentado. Os efeitos colaterais ficam, então, muito mais fortes”, diz Heier. “Pacientes com câncer começam a se sentir mal quando entram na sala da quimioterapia, porque inconscientemente esperam sentir náusea após a sessão.” Medo significa estresse para o corpo e pode debili-
tar o sistema imunológico. Assim, o corpo fica mais suscetível a infecções, e surgem dores que não deveriam existir, explica o especialista. Outros estudos confirmam tal fenômeno, como os realizados por médicos das clínicas universitárias de Regensburg e Tübingen. Winfried Häuser, Emil Jansen e Paul Enck publicaram estudos sobre o efeito nocebo entre 1960 e 2011 em todo o mundo, tendo verificado e compilado os resultados obtidos. Nocebo e placebo O termo nocebo, em latim, significa “fazer mal,” enquanto placebo significa “agrad a r ” . Tratase basicamente do mesmo efeito, só que um é negativo e o outro, positivo. Ambos afetam as pessoas no ponto que elas menos podem controlar: o subconsciente. Um placebo gera a convicção de que o paciente será ajudado. Muitas vezes, um medicamento que não contém nenhuma substância ativa, como uma simples solução de água com açúcar, tem o mesmo efeito que um medicamento de verdade. O efeito placebo foi estudado a fundo. Ao ser pesquisado na biblioteca virtual do Ministério de Saúde dos EUA, o termo aparece quase 160 mil vezes. Já nocebo aparece apenas 180 vezes. Na Alemanha, o efeito negativo começou a receber atenção somente nos últimos anos.
Muita informação “Se detecto em um paciente um leve estreitamento da artéria carótida – nada relevante, apenas um pequeno estreitamento – e faço o diagnóstico, sempre que o paciente tiver uma tontura, vai associá-la ao problema. Todo mundo sente tontura de vez em quando, mas o paciente fica com aquilo na cabeça, o diagnóstico fica ancorado em seu subconsciente,” afirma Heier. Quando alguém tem medo de desenvolver um tumor, talvez não o desenvolva, mas o estress e pode deixar o paciente suscetível a outra doença. O efeito nocebo geralmente ocorre quando recebemos muita informação e não conseguimos ordená-las corretamente, especialmente ao buscar na internet por doenças e sintomas. Já a bula dos remédios lista todos os possíveis efeitos colaterais, mesmo que alguns raramente se manifestem, ou seja, em algo como um em cada dez mil pacientes. As empresas farmacêuticas são, porém, obrigadas a detalhar todas as possibilidades. Comunicação eficiente Quem ficar preocupado ou tiver medo dos efeitos colaterais não deve simplesmente jogar o remédio no lixo ou se
autodiagnosticar na internet. O melhor a fazer é consultar um médico, alerta Heier. No entanto, até mesmo a comunicação médico-paciente pode desencadear medos no paciente, se o médico não for cuidadoso. “Uma conversa pode ter muita influência”, afirma Sasa Sopka, anestesista e diretor do centro de treinamento em educação médica da Universidade de Aachen. O assunto, que já é tema de estudo dos estudantes de Medicina dos EUA há 30 anos, começou a fazer parte do currículo das universidades alemãs somente nos últimos anos. A disciplina Comunicação com pacientes é obrigatória na Universidade de Aachen desde 2005. “Nas aulas, fica claro que se pode alterar ou até influenciar negativamente os pacientes, caso a conversa não prossiga da maneira adequada”, diz Sopka. Não escutar com atenção, não fazer contato visual, não levar o paciente a sério ou intimidá-lo pode ser nocivo. O médico também tem que ter cuidado para não usar um tom negativo e criar desconforto. Tudo isso pode ocorrer devido à falta de tempo, à pressão no trabalho ou porque os médicos querem ser transparentes sobre os possíveis riscos de um tratamento ou operação. Caso se sinta alguma dor, se deve procurar um médico, enfatiza Heier. Exames preventivos também são indicados. Todo o resto deve ser feito com cautela, pois não se pode subestimar o efeito de bulas de remédios ou diagnósticos médicos na internet sobre o subconsciente. ..................................... Fonte: Deutsche Welle/Marlis Schaum Foto: Fotolia/Picture-Factory
Sênior Ano IV - Número 2 - Santa Catarina - Fevereiro de 2013
Transitar livremente é um direito de todos
Perfil Marcia Brunetto
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Página 13
Crônica de Egon Hilário Musskopf: Experimente para ver
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Talento: Papa Bento XVI Página 10
Foto: Reprodução/revistaregional.com.br
O Código Brasileiro de Trânsito tem como objetivo essencial a proteção da vida, protegendo o mais fraco em uma relação quase sempre desigual. Todos tem o direito de transitar na via pública, e a integridade física dos diversos atores neste cenário, sejam motoristas, motociclistas, ciclistas ou pedestres devem ser preservadas, sempre na ordem do mais vulnerável até aquele instalado dentro de um veículo com algumas toneladas. Entretanto, regras precisam e devem ser seguidas para que todos possam conviver de forma segura e harmoniosa. Lei mais na página 3
Mutirão segue na limpeza de ruas de Balneário Camboriú
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Dr. Ulissses Coelho: A criança que vive em nós
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Página 12
Dislexia: você sabe o que é? Página 4
Pneus, restos de madeira, utensílios domésticos, ferros e até sofás estão sendo retirados das ruas do Bairro dos Municípios, pelos funcionários da Secretaria de Obras. O serviço de limpeza do bairro segue paralelamente ao da Força Tarefa nos bairros, iniciado anteriormente pela Secretaria, em mutirão. Os serviços da Secretaria de Obras seguem de forma ininterrupta, nos três turnos: manhã, tarde e noite, iniciando às 7h até às 22h. No período da manhã os funcionários da Secretaria,
em mutirão, seguem a Força Tarefa, que esta semana deve encerrar no Bairro das Nações e iniciar no Ariribá. À tarde os serviços seguem com a Força tarefa, mas já no bairro Vila Real. “Assim conseguimos contemplar várias comunidades ao mesmo tempo”, justifica o secretário de obras Elton Garcia, informando que durante a noite o mutirão da Secretaria, com uma equipe de aproximadamente sete homens e dois caminhões, segue a limpeza com a retirada de entulhos nas ruas.
Foto: PMBC- Divulgação
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Sênior
Sênior
Jovem talento
Fevereiro de 2013 Foto: Redação
Balneário Camboriú
Mobilidade Urbana
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contramão de uma via congestionada, como por exemplo a Avenida Brasil, a trabalho ou meramento a passeio, deve obedecer as regras de trânsito, afinal, expõe o outro, que tem o mesmo direito de transitar que ele e que o faz obedecendo as normas. Muitas vezes, nesta via, encontramo-nos dentro de nossos automóveis, em uma via estreita, com motociclistas passando entre os carros, ciclistas à esquerda e mesmo ao centro da via (ou da direita) e pedestres que teimam em passar fora da faixa. Não se trata só de lei, mas de educação de nosso povo, que precisa aprender a conviver em espaços urbanos que pertencem a todos. A qualquer momento podemos nos tornar vítimas de situações que deveriam ser evitadas seguindo-se as regras (leis) que foram criadas para disciplinar e para possibilitar a vida em comum, de todos. Não somos sempre motoristas, ou motociclistas, mas também pedestres, reféns de um trânsito caótico e que pode ser melhorado com a ajuda de todos nós.
Há além disto, o bom senso. O mesmo que nos faz, interrompendo o tráfego de uma via, proteger a travessia de um vulnerável.
Sênior Diretores: Ismail Ali El Assal Welligton José Sverzut
Fone: 47 3081-1822 8882-3322
Sênior
Prosa & Verso Cerimônia
Lauana Ferreira, uma jovem de 16 anos se diz apaixonada pelo xadrez, embora, por razões de trabalho e da escola, não possa dedicar-se ao seu estudo com o mesmo afinco com que já o fez anteriormente. O incentivo dos pais, Edezio e Ivanete Ferreira da Silva foram importantíssimos, além das aulas com o professor de xadrez, Angel Arpon (FME), na Escola Professora Francisca Alves Gevaerd de Educação Básica, onde frequentou o ensino fundamental. Lauana participou de vários torneios com ótimos resultados. Para o futuro, o gosto pela arquitetura, que pretende cursar.
Alagoas
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Soneto da porta
Mariana Ianelli
Jornal da 3ª Idade
ste é um dos temas mais atuais e presentes na vida de qualquer um de nós. Na condição de pedestres, ciclistas, motociclistas ou motoristas, além de outras variações (skatistas, ciclomotoristas etc), todos estamos sujeitos às normas que regem o trânsito, tanto no que concerne aos nossos direitos, como, e principalmente, nos nossos deveres. Há, além disto, o bom senso. O mesmo que nos faz, algumas vezes, interromper o tráfego de uma via, para deixar passar uma pessoa (idosa, criança, grávida) fora da faixa e em situação de vulnerabilidade. Vemos isto todos os dias. Se de um lado temos muita estupidez e individualismo, encontramos cada vez mais o gesto solidário, preocupado com a segurança dos demais. O gesto do cidadão consciente deve ser ressaltado, valorizado, mas não como exceção, como exercício de virtuosismo, mas prática cotidiana, regular, habitual, ordinária. A autoridade que regula e pune, deve também, principalmente, orientar, fiscalizar, coordenar. Quando um ciclista transita pela
Fevereiro de 2013
Lêdo Ivo (1924-2012)
Agora saberás o valor ignorado do tempo. De uma vez serás efêmera e eterna Como o animal que anda sobre a campina. Tua boca de amar, Mas amar com demorados intervalos ausentes, Se abrirá sem música, murcha e seca, pedindo água. Então eu virei de outros mundos Em minha jornada violenta para te aliviar E suportar o deserto contigo. Virei de uma andança antiga te pertencer E debaixo de um ramo de avencas Pentear teu cabelo com as unhas. Serás a mulher dentro do meu abraço, E, para quem eu terei vindo, serás mãe. ...A audácia fatigada do tempo posta em ti, porque é agora. Como o animal que caminha francamente E amoroso sobre a grama, serás mãe.
Quem bate à minha porta não me busca. Procura sempre aquele que não sou e, vulto imóvel atrás de qualquer muro, é meu sósia ou meu clone, em mim oculto. Que saiba quem me busca e não me encontra: sou aquele que está além de mim, sombra que bebe o sol, angra e laguna unidos na quimera do horizonte. Sempre andei me buscando e não me achei: E ao pôr-do-sol, enquanto espero a vinda da luz perdida de uma estrela morta,
Mariana Ianelli nasceu em 1979 na cidade de São Paulo. Poeta, mestre em Literatura e Crítica Literária, é autora dos livros Trajetória de antes (1999), Duas Chagas (2001), Passagens (2003), Fazer Silêncio (2005), Almádena (2007), Treva Alvorada (2010) e O amor e depois (2012) todos pela editora Iluminuras. Cerimônia integra Duas Chagas de 2001.
sinto saudades do que nunca fui, do que deixei de ser, do que sonhei e se escondeu de mim atrás da porta.
Culinária
Natureza Foto: Redação
Filés de merluza com ervilhas na vagem
Foto: Ulises Juárez Polanco/Creative Commons
Foto: Reprodução/A Grande Cozinha: cozinha ao forno V.23
Unte uma assadeira com 10 g de manteiga, arrume os filés e leve ao forno a 200 ºC por 15 minutos. Retire e distribua o peixe nos pratos.
Paul Nicklen do Canadá, fotógrafo da Revista National Geographic, ganhou o prêmio na categoria Histórias da Natureza, no World Press Photo 2013. A imagem mostra um grupo de pinguins-imperador, nadando no mar de Ross, na Antártida, em 18 de novembro de 2011. World Press Photo é executado por uma organização independente, em Amsterdã, na Holanda. Esta foi a 56ª Edição. Nem todas as ideias aqui expostas representam o pensamento de Sênior. Expor ideias divergentes é a base do diálogo democrático. Portanto, se não assumirmos a responsabilidade pelas ideias, assumimos a total responsabilidade pela oportunidade que aqui damos à sua divulgação. Uma publicação de: Assal & Sverzut Ltda.
Avenida do Estado, 1771 – sala 8 - 88331-150 Balneário Camboriú – SC CNPJ: 09.236.891/0001-54 http:\\www.jornalsenior.com.br - E-Mail: redacao@jornalsenior.com.br
Esquente a manteiga restante numa frigideira antiaderente e saltei e as vagens de ervilha em fogo alto, temperando-as com sal e pimenta. Salpique o peixe com a salsa, lavada e picada, e sirva-o com ervilhas. Guarneça cada prato com 1 gomo de limão. afervente-as em água com sal por 5 minutos. Escorra-as e esfrie-as sob água corrente para interromper o cozimento.
O vinho Acompanhe este prato com um branco italiano Tocai da região do Friuli.
Lave o limão, corte-o ao meio e esprema uma metade, reservando a outra para a decoração.
Dificuldade: baixa Tempo de preparo: 15 minutos Tempo de cozimento: 25 minutos .............................................
Corte os filés ao meio, regue-os Modo de preparo: com 1 colher de sopa de suco Elimine cuidadosamente a de limão e tempere-os com sal ponta das vagens de ervilha e e pimenta-do-reino.
Fonte: A Grande Cozinha: cozinha ao forno V. 23 - Editora Abril – São Paulo Abril 2007
Ingredientes (4 pessoas): 2 filés de merluza de cerca de 200 g cada um 350 g de ervilhas frescas na vagem 1 ramo de salsa 20 g de manteiga 1 limão siciliano sal pimenta do reino preta
Lêdo Ivo (Maceió, 18 de fevereiro de 1924 — Sevilha-Espanha, 23 de dezembro de 2012) foi um jornalista, poeta, romancista, contista, cronista e ensaísta brasileiro. Seu primeiro livro foi As Imaginações. Fez jornalismo e tradução. Da sua vasta obra, destacam-se títulos como Ninho de Cobras, A Noite Misteriosa, As Alianças, Ode ao Crepúsculo, A Ética da Aventura ou Confissões de um Poeta. Era membro da Academia Brasileira de Letras, eleito em 13 de novembro de 1986 para a cadeira 10, sucedendo a Orígenes Lessa.
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Tecnologia & Capacitação
Sênior
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Programa quer estimular presença feminina em carreiras ligadas à ciência e tecnologia
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oventa e duas estudantes do ensino médio, vindas de todas as regiões do país, participaram da abertura do Programa Science Camp - Elas nas Ciências, destinado a estimular vocações femininas para a carreira científica e tecnológica. Elas passaram uma semana em Manaus, na sede do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), referência mundial em biologia tropical, e instituição que realiza, há quase 60 anos, estudos científicos do meio físico e sobre as condições de vida na região. A iniciativa é uma parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Embaixada dos Estados Unidos, que custeou as passagens aéreas. Durante a manhã, as estudantes ouviram palestras, na sede
Foto: ABr
O programa tem por objetivo a inserção da mulher no mundo científico
do CNPq, sobre as possibilidades da inserção da mulher no mundo científico. O diretor de Cooperação Internacional do órgão, Manoel Neto, lembrou
que a presença das mulheres é pequena na área de engenharia e também escassa na maioria dos segmentos científicos. O estímulo a uma adesão maior
a essas áreas, segundo ele, não deve ser feito porque faltam homens para o setor, mas para dar oportunidade de encontrar novas potencialidades e despertar vocações entre as mulheres. Conselheiro da Embaixada dos Estados Unidos, o ministro Todd Chapman destacou que o governo norte-americano tem interesse em manter a cooperação para o aprendizado científico. A iniciativa foi impulsionada, segundo ele, pela conversa que o presidente Barack Obama manteve sobre o assunto, quando esteve no Brasil há 2 anos, com a presidenta Dilma Rousseff. Chapman relatou que os Estados Unidos desenvolvem iniciativas semelhantes para apoiar jovens estudantes que queiram entrar na área científica e tecnológica. A estudante Diana Cunha,
de Manaus, ainda está cursando o 3º ano do ensino médio e diz que estímulos são positivos para quem ainda não sabe o que vai fazer no futuro. Ela diz que na região amazônica a participação da mulher na área científica é maior em ciências biológicas, mas acredita que pode ser expandida para outras áreas e chegar a postos de liderança, onde só há a presença masculina. A estudante de biologia Eduarda Lopes, da Paraíba, está curiosa em relação à área científica, embora admita que só entrou para o curso porque o acesso era mais fácil. Ela diz que gostaria de fazer engenharia química e que a participação da mulher na área científica na Região Nordeste é pequena.
---------------------------Fonte: Agência Brasil
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Sênior
Cidadania
Transitar livremente é um direito de todos
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o contrário do que muita gente acredita, o texto do Código Brasileiro de Trânsito valoriza essencialmente a vida, não o fluxo de veículos. Na redação de seus artigos, percebe-se uma preocupação acima de tudo com a integridade física dos diversos atores do tráfego, sejam eles motoristas, motociclistas, ciclistas ou pedestres. Bicicletas, triciclos, handbikes e outras variações são todos considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e prioridade sobre os automotores. Portanto, quando falarmos em bicicletas neste artigo, considere que podem também ser “ciclos” de outra natureza. Bicicletas, triciclos, handbikes e outros também são veículos: BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas, não sendo, para efeito deste Código, similar à motocicleta, motoneta e ciclomotor. CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propulsão humana.] Apresentaremos a seguir, algumas leis do Código de Trânsito Brasileiro, em vigor, que disciplinam estes veículos. Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição: (…) II – planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e segurança de ciclistas. (o Art. 24 dispõe o mesmo sobre os órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios) Motoristas não devem “fechar” bicicletas:
Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá: (…) Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de
veículo e os demais, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade, as condições climáticas do local da circulação e do veículo:
Foto: Reprodução/dicasdotimoneiro.com.br
A distância de 1,5 metro é essencial para a preservação da integridade física do ciclista e do motorista direção, o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário pela pista da via da qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem. Ameaçar o ciclista com o carro é infração gravíssima, passível de suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo e da habilitação: Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública, ou os demais veículos: Infração – gravíssima; Penalidade – multa e suspensão do direito de dirigir. Medida administrativa – retenção do veículo e recolhimento do documento de habilitação. Colar na traseira do ciclista ou apertá-lo contra a calçada é infração grave: Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu
Infração – grave; Penalidade – multa. O carro deve dar preferência de passagem ao ciclista quando ele já estiver atravessando a via, mesmo se o sinal abrir: Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a veículo não motorizado: I – que se encontre na faixa a ele destinada; II – que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal verde para o veículo; (…) Infração – gravíssima; Penalidade – multa. IV – quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja sinalização a ele destinada; V – que esteja atravessando a via transversal para onde se dirige o veículo: Infração – grave; Penalidade – multa. Lugar de bicicleta é na rua, no sentido dos carros e nas faixas late-
rais da via (inclusive na esquerda, embora geralmente seja bastante perigoso). E com preferência de uso da via. Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores. O chamado bordo da pista é a lateral da via, mas sem uma definição clara de até onde é considerado bordo (por isso ocupe a faixa, é mais seguro): BORDO DA PISTA – margem da pista, podendo ser demarcada por linhas longitudinais de bordo que delineiam a parte da via destinada à circulação de veículos. Ciclovia é uma estrutura separada do fluxo dos carros (e não é lugar de pedestre): CICLOVIA – pista própria destinada à circulação de ciclos, separada fisicamente do tráfego comum. Ciclofaixa é uma faixa exclusiva para bicicletas: CICLOFAIXA – parte da pista de rolamento destinada à circulação exclusiva de ciclos, delimitada por sinalização específica. Ciclofaixas podem ser implantadas no sentido contrário ao fluxo da via: Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido contrá-
rio ao fluxo dos veículos automotores, desde que dotado o trecho com ciclofaixa. Ao contrário da crença popular, não existe velocidade mínima na faixa da direita: Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à metade da velocidade máxima estabelecida para a via, retardando ou obstruindo o trânsito, a menos que as condições de tráfego e meteorológicas não o permitam, salvo se estiver na faixa da direita: Infração – média; Penalidade – multa. Art. 244, § 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII, além de: a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento especial a ele destinado; b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde houver acostamento ou faixas de rolamento próprias; c) transportar crianças que não tenham, nas circunstâncias, condições de cuidar de sua própria segurança. Além destas, outras regras básicas devem ser observadas: Andar com o carro na ciclovia ou mesmo numa ciclofaixa é o mesmo que dirigir na calçada, infração gravíssima (Art. 193): Bicicleta na calçada, só com autorização da autoridade de trânsito e sinalização adequada na calçada (Art. 59). Calçada é para pedestres, bicicleta só circula nela em casos excepcionais: Quer passar pela calçada ou atravessar com a bike na faixa? O CTB manda desmontar. .............................. Fonte: vadebike.org e CTB Nas próximas edições o Jornal Sênior publicará outras matérias sobre o tema .
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Aprendizagem
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Sênior
Dislexia: Você sabe o que é?
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Associação Brasileira de Dislexia define dislexia como: “Dislexia é uma dificuldade de aprendizagem de origem neurológica. É caracterizada pela dificuldade com a fluência correta na leitura e por dificuldade na habilidade de decodificação e soletração. Essas dificuldades resultam tipicamente do déficit no componente fonológico da linguagem que é inesperado em relação a outras habilidades cognitivas consideradas na faixa etária .“ De modo geral, então, a dislexia caracteriza-se por uma dificuldade na área da leitura, escrita e soletração. A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização, sendo comum provocar uma defasagem inicial de aprendizado. A dislexia é mais frequentemente caracterizada por dificuldade na aprendizagem da decodificação das palavras. Pessoas disléxicas apresentam dificuldades na associação do som à letra (o princípio do alfabeto); também costumam trocar letras, por exemplo, b com d, ou mesmo escrevê-las na ordem inversa, por exemplo, “ovóv” para vovó. A dislexia, contudo, é um problema visual, envolvendo o processamento da escrita no cérebro, sendo comum também confundir a direita com a esquerda no sentido espacial. Esses sintomas podem coexistir ou mesmo confundir-se com
características de vários outros fatores de dificuldade de aprendizagem, tais como o déficit de atenção/hiperatividade, dispra-
“Congenital Word Blindness”. O artigo descreve o caso de um menino de 14 anos de idade que não havia aprendido
dificuldade no aprendizado da leitura. Orton chamou essa condição por strephosymbolia (com o significado de ‘sím-
Pesquisadores estão atualmente buscando uma correlação neurológica e genética para a dificuldade em leitura.
Imagem: fonosp.com.br
Causa físicas Apesar de não haver um consenso dos cientistas sobre as causas da dislexia, pesquisas recentes apontam fortes evidências neurológicas para a dislexia. Vários pesquisadores sugerem uma origem genética para ela. Outro fator que vem sendo estudado é a exposição do feto a doses exageradas de testosterona, hormônio masculino, durante a sua formação in-útero no ramo de estudos da teratologia; nesse caso a maior incidência da dislexia em pessoas do sexo masculino seria explicada por abortos naturais de fetos do sexo feminino durante a gestação. Segundo essas teorias, a dislexia pode ser explicada por causas físico-químicas (genéticas ou hormonais) durante a concepção e a gestação, dando uma explicação sobre os motivos de haver, aproximadamente, 4 pessoas disléxicas do sexo masculino para 1 do sexo feminino. Segundo essa abordagem da dislexia, ela é uma condição que manifesta-se por toda a vida não havendo cura. Em alguns casos, remédios e estratégias de compensação auxiliam os disléxicos a conviver e superar suas dificuldades com a linguagem escrita.
Uma criança que tenha um genitor disléxico apresenta um risco importante de apresentar dislexia, sendo que 23 a 65 % delas apresenta o distúrbio.
xia, discalculia, e/ou disgrafia. Contudo a dislexia e as desordens do déficit de atenção e hiperatividade não estão correlacionados com problemas de desenvolvimento. História Identificada pela primeira vez por BERKLAN em 1881, o termo “dislexia” foi criado em 1887 por Rudolf Berlin, um oftalmologista de Stuttgart, Alemanha. Ele usou o termo para se referir a um jovem que apresentava grande dificuldade no aprendizado da leitura e escrita ao mesmo tempo em que apresentava habilidades intelectuais normais em todos os outros aspectos. Em 1896, W. Pringle Morgan, um físico britânico de Seaford, Inglaterra publicou uma descrição de uma desordem específica de aprendizado na leitura no British Medical Journal, intitulado
a ler, demonstrando, contudo, inteligência normal e que realizava todas as atividades comuns de uma criança dessa idade. Durante as décadas de 1890 e início de 1900, James Hinshelwood, oftalmologista escocês, publicou uma série de artigos nos jornais médicos descrevendo casos similares. Um dos primeiros pesquisadores principais a estudar a dislexia foi Samuel T. Orton, um neurologista que trabalhou inicialmente em vítimas de traumatismos. Em 1925 Orton conheceu o caso de um menino que não conseguia ler e que apresentava sintomas parecidos aos de algumas vítimas de traumatismo. Orton estudou as dificuldades de leitura e concluiu que havia uma síndrome não correlacionada a traumatismos neurológicos que provocava a
bolos trocados’) para descrever sua teoria a respeito de indivíduos com dislexia. Orton observou também que a dificuldade em leitura da dislexia aparentemente não estava correlacionada com dificuldades estritamente visuais. Ele acreditava que essa condição era causada por uma falha na laterização do cérebro. A hipótese referente à especialização dos hemisférios cerebrais de Orton foi alvo de novos estudos póstumos na década de 1980 e 1990, estabelecendo que o lado esquerdo do planum temporale,uma região cerebral associada ao processamento da linguagem é fisicamente maior que a região direita nos cérebros de pessoas não disléxicas; nas pessoas disléxicas, contudo, essas regiões são simétricas ou mesmo ligeiramenFatores que inte maior no lado direifluenciam a dislexia to do cérebro.
Os padrões de movimentos oculares são fundamentais para a leitura eficiente. São as fixações nos movimentos oculares que garantem que o leitor possa extrair informações visuais do texto. No entanto, algumas palavras são fixadas por um tempo maior que outras. Por que isso ocorre? Existiriam assim fatores que influenciam ou determinam ou afetam a facilidade ou dificuldade do reconhecimento de palavras, a saber: familiaridade, frequência, idade da aquisição, repetição, significado e contexto, regularidade de correspondência entre ortografia-som ou grafema-fonema, e Interações. Segundo Alessandra Gotuzo Seabra Capovilla, psicóloga, doutora e pós-doutorada em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo, a intervenção na dislexia tem sido feita principalmente por meio de dois métodos de alfabetização, o multissensorial e o fônico. Enquanto o método multissensorial é mais indicado para crianças mais velhas, que já possuem histórico de fracasso escolar, o método fônico é indicado para crianças mais jovens e deve ser introduzido logo no início da alfabetização. ........................... Fontes: Associação Brasileira de Dislexia (dislexia. org.br), pt.wikipedia. org, fonosp.com.br (fonoaudióloga Ana Paula C. Marques)
Fevereiro de 2013
Balneário Camboriú
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Sênior
Perfil
Segurança orienta condutores e pedestres nas principais vias Com a implantação do novo tem sentido obrigatório, à direita modelo de sistema viário, Balneá- ou à esquerda, sendo proibida a rio Camboriú vem se tornando um travessia direta. Foto: PMBC/Assessoria de Imprensa/Divulgação
Aos pedestres que utilizam a travessia elevada, podem sinalizar com as mãos, levantando os braços, e alertando os motoristas
exemplo em termos de mobilidade urbana. Por isso, com o intuito de conscientizar os condutores de veículos que trafegam pela cidade a oferecerem mais segurança, e os pedestres a atravessarem de modo preventivo e correto a Terceira Avenida, Quarta Avenida, Avenida do Estado e Avenida Martin Luther, a Secretaria de Gestão em Segurança e Incolumidade Pública, através do Departamento de Trânsito e Agentes de Trânsito, orienta quem transita pela cidade. Segundo o coordenador dos agentes de trânsito, Francisco de Assis Silva, todas as avenidas estão bem sinalizadas, e muitas delas
“Os motoristas devem observar a sinalização e transitar sempre na mesma pista, quando houver necessidade de deslocamento, é obrigatório o uso do sinal alertando aos outros condutores de veículos para que fiquem atentos”, frisa. Aos pedestres que usam a travessia elevada e faixas, o coordenador dos agentes sugere que seja sinalizado com as mãos, erguendo o braço para melhor visualização do motorista. “O pedestre também precisa ficar atento à sinalização, pois em alguns pontos da cidade há semáforo específico para eles, e quando não há, o ideal é que ele sinalize ao condutor, para que seja visto”, ressaltou.
Marcia Brunetto
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la tem um sorriso franco e um modo de encarar a vida realmente notável. Como muitos de nós, ela não nasceu em Balneário Camboriú, mas fez dela a sua cidade. Aqui constituiu familia e vive com os filhos, Kelvin, Jean e Gabriel . Ela deixa evidente seu gosto pelo trabalho e pelo contato com as pessoas, arte da qual é mestre. Muito empreendedora, frequentou cursos, aperfeiçoou-se e passou a dominar a confecção de bolos, doces, salgados, tudo com muito profis-
sionalismo e uma apresentação de primeira. Para ela isto é natural. Aprende tudo muito facilmente e imprime no que faz sua marca pessoal. Qual é? Muito amor, delicadeza e perfeccionismo, mas não pensem que é fácil. Dupla, tripla jornada de trabalho fazem parte de seu dia-a-dia e não poderia ser diferente. Afinal, ela se diz abençoada! Se você perguntar ela dirá: o que mais importa são a família, os filhos, os amigos, a cidade em que mora, fazer coisas gostosas para todos a quem ama.
Sênior
Envie sua sugestão de matéria para redacao@jornalsenior.com.br
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Sênior
Olhares
Fevereiro de 2013
Antonio Sabará*
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de seus inimigos. Pois é assim que sobrevive o Jacaré, às vezes desaparece nas
a solidariedade, a comoção, as palavras de alento proferidas por algumas pessoas. Apesar Foto: Antonio Sabará
Prefiro viver a minha realidade, ser o que sou ruas e reaparece entre os carros com as mãos estendidas para receber as moedas do seu sustento. No entanto o que o alimenta não são as moedas e sim
Crônica
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Experimente para ver
Jacaré Urbano uma manhã de domingo, nas ruas laterais da igreja matriz, os carros transitam numa fila indiana à espreita de uma vaga para estacionar. Homens e mulheres se cruzam a todo o momento num vai e vem pelas calçadas, uns saindo e outros chegando, é o momento de intervalo entre as missas matutinas. A maioria das pessoas se conhece, seja pelo convívio religioso ou círculo social, mas uma em especial é conhecida por todos, um sujeito moreno, franzino, de aparência sofrida, maltrapilho e alcoólatra. Seu nome quase ninguém sabe, eu também não, mas se perguntar pelo Jacaré, todos saberão quem é. Ele sobrevive da caridade das pessoas que estacionam ao redor da igreja. Sabemos que jacarés vivem nos pântanos, nos rios, espreitando sua sobrevivência de uma forma quase invisível, camuflado na natureza ele se esconde
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de sua condição de inferioridade perante a sociedade, é um sujeito de muita influência, conhece médicos, dentistas, militares, federais e políticos. Nos
dias de maior sobriedade, pude testemunhar algo de extraordinário, uma metamorfose entre a sandice de um viciado e a sapiência de um homem de polida cultura. Certa vez deparei-me com o Jacaré em um diálogo com um senhor de meia idade nos arredores da matriz. Discutiam sobre políticas públicas, segurança, políticas sociais e econômicas, numa desconcertante igualdade de conhecimento entre ambos, uma vez que, o senhor, era nada mais nada menos que um professor aposentado da Universidade do Rio de Janeiro de férias em Balneário, dono de vasta bagagem cultural. Aquela cena não saia da minha cabeça, Jacaré era muito mais que um simples bêbado morador de rua, algo estava muito errado naquele enredo e fui questioná-lo. Chamei sua atenção quanto ao alcoolismo: Por que não deixa a bebida? Por que não procura ou aceita aju-
da? Para a minha surpresa, tive como resposta uma enxurrada de perguntas: - Pra quê? Você acha que eu não sou normal, que eu não vejo, que eu não ouço, que eu não sinto? Prefiro viver a minha realidade, ser o que eu sou e não ser o que a sociedade quer que eu seja. Este mundo é muito doido, dizia ele, eu não suporto tanta desumanidade, eu não suporto a dor deste mundo, eu não sou Cristo e nem tenho a pretensão de ser, este mundo é muito cruel e insano, minha garrafa é minha concha. Percebi então que Jacaré não é uma vítima do sistema e sim de si mesmo, refugiado em sua condição, fecha os olhos para as regras do mundo as quais não suporta.
.......................................... * O cronista é Jornalista e convidado do Jornal
Sênior
Egon Hilario Musskopf*
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ácil é ficar apontando o dedo para quem joga toco de cigarro no chão como se não fosse lixo, jogar lixo pela janela do carro como se estivesse dando comida aos passarinhos, fazer cara feia com ar superior cada vez que tropeça numa latinha de cerveja ou numa garrafa pet ou qualquer outra coisa que demonstra que um ser humano andou por ali.
menos inundações e menos peixes e charam e outras até me confundiram aves morrerão por engolirem plásti- com um gari. Achei graça. Mas já cos, confundindo-os com alimento. constatei olhares aprovadores e até crianças se juntando a mim para caJá fiz isso algumas vezes e não tar também. quero ser tomado pela vaidade ou pelo orgulho por estar fazendo a coiSenti-me bem, muito, fazendo isso. sa certa. Não é nada demais, coisa É bom fazer o bem! simples, qualquer pessoa pode fazer Ah, sim, não vou percorrer toda a o mesmo. Tomara que uma ou duas praia catando lixo. Basta que eu faça pessoas em cada cem ou duzentas isso em torno do meu espaço. Nem vou limpar toda a praça ou toda a faça algo parecido. Já me incomodei muito com isso. Andando pela praia, cato o lixo rua, mas posso fazer isso muito bem A falta de educação e a falta de cons- que jogaram ali, neste flagrante des- na área que estou ocupando ou deciência ambiental são reais, com to- respeito ao espaço que é de todos... fronte à minha casa. É o suficiente. dos os danos que podem causar. Foto: Reprodução/projetoapemarilia.blogspot.com Provavelmente estas coisas continuarão a me aborrecer, mas concluí que não posso mais ficar me limitando a criticar os outros. Tomei uma decisão ecológica e já comecei a colocá-la em prática. Em qualquer local público em que estiver - sendo público não é só meu - sempre será compartilhado com todos que chegaram antes de mim e que chegarão depois que eu for embora, vou coletar qualquer tipo de lixo não degradável. Plásticos, latinhas, garrafas pet, vidros, arames e até mesmo bitucas de cigarro. Fiz umas continhas e me dei conta de que se uma única pessoa em cada Não vou percorrer toda a praia catando lixo. Basta que eu faça isso cem ou duzentas fizer isso, toda a em torno do meu espaço. praça, toda a praia, toda a rua ficarão limpos. E com esta atitude o esgo- Certamente muitas pessoas reparam Ali adiante – eu sou otimista! – outo pluvial entupirá menos, teremos na minha ação. Algumas já debo- tro também fará isso. E como prega
o ditado chinês, “se cada um limpar a frente da sua casa, a rua toda ficará limpa”. Sei que mais pessoas fazem isso que também optei fazer. Sei também que lendo estas palavras outros se sentirão motivados a repetir esta atitude. Todos ganharão com isso, até mesmo os que deixaram o lixo por ali. E se formos confundidos com garis, tudo bem. Os garis são pessoas muito dignas, que fazem o trabalho de manter limpa a cidade em que moramos. Podem orgulhar-se do seu trabalho. É quase tão importante como alguém que faz a assepsia de um hospital ou de um restaurante. Preciso confessar uma coisa. Talvez devesse me envergonhar disso, mas é mais forte do que eu. Ver a cara constrangida de alguém que acabou de jogar um lixo no chão e me vê recolhê-lo, é a mais doce vingança por tantos anos em que fiquei apenas na crítica. E lá dentro, sem dar demonstração, fingindo não perceber, dou gargalhadas. Nunca poderia imaginar que algo pudesse ser tão bom e divertido. Experimente. ............................................... * O cronista é Jornalista e autor do livro POIS TEU É O PODER e convidado do Jornal Sênior
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Meio ambiente
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Maratona fotográfica para o rio Camboriú Foto: Silvia Bomm/PMBC/Assessoria de Imprensa
Vista aérea do Rio Camboriú com a cidade ao fundo
C
om a correria do dia a dia, raramente paramos para observar algumas coisas que têm importância vital para nós. Por acaso, você já parou para olhar para o Rio Camboriú? Identificar suas curvas, a cor da água, se há ou não vegetação em suas margens? Pois é, sem ele, as populações de Camboriú e Balneário Camboriú ficariam sem água para viver. Foi pensando nisso que o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú, juntamente com a Secretaria de Meio Ambiente de Balneário Camboriú e a Fundação de Meio Ambiente de Camboriú, resolveu aproveitar o mês de março, quando se comemora o Dia Mundial da Água (22), para aguçar estes olhares sobre o rio. Segundo Maria Amélia Pellizzetti, bióloga que pres-
ta serviços voluntários para o Comitê, a maratona fotográfica pretende ainda reunir imagens que mostrem os mais diversos ângulos do Rio Camboriú para compor o arquivo do Comitê. “Vamos selecionar as melhores imagens para ilustrar nossos materiais de divulgação e para promover uma exposição itinerante, levando estes olhares para toda a comunidade”, explicou ela. Como funciona a maratona
tirada. “No caso de fotos antigas, poderemos usar a imagem para comparar com a atual situação no mesmo trecho”, esclarece. A maratona fotográfica não é um concurso, nem prevê premiações. Porém, as melhores fotos enviadas serão utilizadas pelo Comitê para uma exposição itinerante, além de poder ilustrar os materiais de divulgação da entidade. O Grupo Técnico do Comitê será o responsável pela escolha das melhores fotos, seguindo critérios de originalidade, enquadramento, iluminação e composição. As imagens podem receber tratamento, desde que ele não modifique a realidade apresentada na foto.
Qualquer pessoa da comunidade pode enviar sua foto do Rio Camboriú para o Comitê de forma digital. O e-mail deve conter a imagem com boa resolução, o nome completo do autor e um telefone para contato. Maria Amélia explica que O material deve ser enas fotos devem ter também viado para comitecamboalguma informação sobre a localização da imagem e a riu@gmail.com , até o dia data aproximada em que foi 28 de março.
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Livros
1Q84
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aruki Murakami é um
aos poucos se revela. Em paralelo, Tengo, um aspirante a escritor, se envolve em um misterioso projeto de refazer o romance de uma menina de 17 anos. Crisálida de Ar é um livro fantasioso, enigmático, mas o que ele narra pode estar de fato acontecendo - e suas consequências estão prestes a ser percebidas. Este é o primeiro livro da trilogia. Aguardamos com ansiedade os dois próximos volumes desta, que sem dúvida é uma das grandes obras da lietratura japonesa moderna.
fenômeno da literatura contemporânea, e 1Q84 é seu livro mais ambicioso. A obra esteve no topo das listas de mais vendidos do mundo inteiro e, só no Japão, ultrapassou a marca de 4 milhões de exemplares vendidos. Ao narrar duas histórias que aos poucos se cruzam, Murakami constrói uma saga pós-moderna, com mundos paralelos, garotas misteriosas, assassinatos e estranhas seitas. Uma mescla de suspense, distopia e história de amor, em que tudo pode acontecer. O ano é 1984; a cidade Tóquio. Aomame está num táxi, parada no trânsito de uma via expressa. Ela tem um encontro com hora marcada e teme perdê-lo. O motorista, após uma conversa incomum, oferece uma opção: descer por uma escada de emergência em plena avenida. Aomame segue sua sugestão e, aos poucos, irá descobrir que de alguma forma passou a um mundo distinto,
Sugestão de leitura Nietzsche para estressados - Allan Percy é especialista em coaching e em literatura de autoajuda e desenvolvimento pessoal. Autor de Nietzche para estressados e Oscar Wilde para inquietos, presta consultoria a várias editoras espanholas e viaja pelo mundo em busca de inspiração para seus livros. Neste mundo de incertezas e aflições, as ideias dos grandes filósofos podem fun-
cionar como uma verdadeira terapia. Muitas vezes são eles os únicos capazes de responder nossos questionamentos mais
que
profundos. Veja como as máximas de Nietzche nos ajudam a alcançar o bem-estar: O homem que imagina ser completamente bom é um idiota. Se a coincidência nos torn humanos, a imperfeição também é um traço distintivo de nossa espécie. Passamos mais tempo reparando erros do que construindo coisas de valor. Assumir essa característica da nossa condição nos ajuda a ser humildes e, o mais importante, nos faz tomar consciência de quanto ainda precisamos nos aprimorar. Todo fracasso ou erro nos ensina como fazer melhor. Este livro traz 99 máximas que refletem a essência do pensamento de Nietzsche, abordando temas como amor, felicidade, realização pessoal, sucesso e o sentido da vida. Após cada aforismo, Allan Percy comenta, explica e desenvolve o pensamento, mostrando de que forma ele pode ser adaptado à nossa realidade e como pode nos ajudar a sair ilesos das metamorfoses da vida. Nietzsche para estressados Allan Percy Editora Sextante 2011 Tradução de Rodrigo Peixoto 112 páginas R$ 19,90*
Oscar Wilde para inquietos - Cultuado por muitos no início de sua carreira, Oscar Wilde chegou ao fim da vida marginalizado pela sociedade. Suas máximas, entretanto, resistiram à prova do tempo e hoje são um guia para os que buscam orientação em assuntos como relacionamentos amorosos, amizades e finanças. Veja algumas de suas frases mais marcantes:
1Q84 Haruki Murakami Editora Objetiva - 2012 Tradução: Lica Hashimoto 430 Páginas R$ 49,90* O significado de viver varia enormemente de uma pessoa para outra, a ponto de reduzir-se, para algumas, a um mero existir. Se uma pessoa apenas trabalha, paga as contas e vê os dias passarem, ela flutua nas águas da existência, mas não mergulha nas profundezas da vida. Nós deviamos simpatizar com a alegria. Quanto menos falarmos das chagas da vida, melhor. Quando focamos as alegrias do presente, nossos sentimentos e nossa consciência se conectam ao bem-estar do momento e o futuro se apresenta leve diante de nós. Em contraposição, as pessoas que veem apenas o lado sombrio de tudo acabam não só amargurando seu presente mas também prognosticando desgraças. Oscar Wilde para inquietos Allan Percy Editora Sextante - 2012 Tradução de Joana Angélica dAvila Melo 128 páginas R$ 19,90*
Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.
* Preços de referência fornecidos pela Livraria Nobel - BC
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Talento
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“ ...se chegar o momento em que ele vir que as coisas estão mudando, terá coragem para renunciar”
”N
Com estas palavras Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, comunicou, no dia 11 de fevereiro que seu pontificado, iniciado em 19 de abril de 2005 com a morte de seu antecessor João Paulo II, seria encerrado no dia 28 de fevereiro de 2013. Bento XVI, Cardeal-bispo emérito de Roma, foi eleito no conclave de 2005, tornando-se o 265º Papa, com a idade de 78 anos e três dias. Intelectual privilegiado, domina pelo menos seis idiomas (alemão, italiano, francês, latim, inglês e castelhano). Também possui conhecimentos de português, e lê grego antigo e hebraico. É membro de várias academias científicas da Europa como a Académie des Sciences Morales et Politiques e recebeu oito doutorados honoríficos de diferentes universidades, entre elas da Universidade de Navarra. Também é cidadão honorário das comunidades de Pentling (1987), Marktl (1997), Traunstein (2006) e Ratisbona (2006). Joseph Ratzinger é pianista e tem preferência por Mozart e Bach, tendo afirmado: ”...que Mozart entrou até o fundo da minha alma. Não é um simples divertimento: a música de Mozart encerra todo o drama do ser humano”, Infância e juventude Joseph Ratzinger nasceu no dia 16 de abril de 1927 em Marktl Am Inn, uma pequena vila na Baviera, às margens do rio Inn, na Alemanha, filho de Joseph, e de Maria Ratzinger, que era austríaca e trabalhou em pequenos hotéis como cozinheira, tendo falecido em 1963. A família não era pobre no sentido literal do termo, mas os pais tiveram de fazer muitas renúncias para que os filhos pudessem estudar. Vocação A família mudou-se para Anschau em
1932 e foi aí que surgiram os primeiros vislumbres de sua vocação sacerdotal. A partir de 1938 até o final da guerra, em 1945, as crianças alemãs foram obrigadas a incorporar-se na Juventude Hitlerista. Quando fez catorze anos em 1941, portanto, Joseph teve de aderir à Juventude Hitlerista e, de acordo com o seu biógrafo John Allen, não era um membro entusiasta. Em 1943, com 16 anos, foi ingressou no exército alemão, numa divisão da Wehrmacht encarregada da bateria de defesa antiaérea da fábrica da BMW nos arredores de Munique. Serviu em outras unidades e, com a rendição alemã em 8 de maio de 1945 Ratzinger foi recolhido e preso no campo de concentração [aliado] de prisioneiros em Bad Aibling, com mais de quarenta mil prisioneiros. Foi libertado em 19 de junho, aos dezoito anos. Vida religiosa e acadêmica Com o irmão, Georg Ratzinger, Joseph entrou num seminário católico. Em 29 de Junho de 1951, foram ambos ordenados sacerdotes pelo Cardeal Faulhaber, Arcebispo de Munique. A partir de 1952 iniciou a sua atividade de professor na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising lecionando teologia dogmática e fundamental. Em 1953, obteve o doutoramento em teologia com a tese “Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho”. Sob a orientação do professor de teologia fundamental Gottlieb Söhngen, obteve a habilitação para a docência. Lecionou ainda em Bonn (1959 1963); em Münster (1963 - 1966) e em Tubinga (1966 - 1969) onde foi colega de Hans Küng e confirmou uma certa visão tradicionalista como oposição às tendências marxistas dos movimentos estudantis dos anos 1960. A partir de 1969, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde chegou a ser Vice-Reitor. Ascensão a bispo e cardeal Ratzinger foi nomeado Arcebispo de Munique e Freising em 25 de março de 1977, pelo Papa Paulo VI, e elevado a Cardeal no consistório de 27 de junho de 1977 com o título presbiteral de “Santa Maria Consoladora em Tiburtino”. Em 1981, foi apontado como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé pelo Papa João Paulo II, cargo que manteve até ao falecimento do seu predecessor. Foi designado cardeal-bispo da Sé Epis-
Saúde
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Crianças de 1 a 4 anos são principais vítimas de intoxicação por medicamentos, alerta médico
Papa Bento XVI o mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida e para a fé, para governar a barca de Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário vigor, tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu de tal modo em mim que devo reconhecer a minha incapacidade de administrar bem o ministério a mim confiado. (...) Deverá ser convocado, por quem de direito, o Conclave para eleição do novo Sumo Pontífice”.
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nada a o diplom a t a Jacques copal d e Ve l letriSegni em 1993, e tornou-se Decano do Colégio dos Cardeais em 2002, tornando-se o bispo titular de Ostia. Participou do Conclave de agosto de 1978 que elegeu o Papa João Paulo I e do conclave de outubro deste mesmo ano que resultou na eleição de João Paulo II. A sua posição como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cargo que exerceu durante vinte e três anos, o colocava como um dos mais importantes defensores da ortodoxia católica. Pensamento Teológico Considerando toda a sua obra literária, as suas atitudes como sacerdote e bispo ao longo da sua vida religiosa, e ainda do que se verifica dos anos passados à frente da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, Ratzinger possui um pensamento católico ortodoxo que, para muitos de seus críticos, é tido como sendo conservador. Na década de 1990 o Cardeal Ratzinger participou da elaboração de documento sobre a concepção humana como sendo o momento da animação. Na verdade esperava-se que o Papa reafirmasse o Magistério constante da Igreja sobre estes e outros temas da atualidade relacionados com a Moral, a Ética e a Doutrina Social da Igreja, o que de fato ocorreu. Em 2011 Bento XVI respondendo a jornalistas fez referência aos graves problemas econômicos que a Europa atravessa, e aproveitou para fazer uma defesa da ética na economia. Afirmou que o homem deve ser posto no centro das atenções econômicas: “A Europa tem a sua responsabilidade. A economia não pode ser só lucro, mas também solidariedade”, disse. Durante a “Jornada Mundial da Alimentação” de 2011, afirmou que “a libertação da submissão da fome é a primeira manifestação concreta do direito à vida”, que, apesar de ter sido proclamada solenemente, “está muito longe de ser alcançada”. O papa fez esta afirmação direcio-
Diouf, diretor da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Em janeiro de 2013 o Papa Bento XVI publicou os seus escritos conciliares, rememorando o Concílio Vaticano II. A comunicação oficial foi feita no dia 28 pelo coordenador da obra: “Como sétimo volume da Opera Omnia (obras completas), foi publicada agora a coleta, numa síntese de tipo cronológico e organizado, dos escritos de Joseph Ratzinger sobre os ensinamentos do Concílio, que coincide com o cinquentenário do Vaticano II”, afirmou D. Gerhard Ludwig Muller, Arcebispo e Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Segundo o Arcebispo, Bento XVI teve participação significativa na gênese dos textos mais variados, primeiro ao lado do arcebispo de Colônia, cardeal Joseph Frings, e mais tarde como membro autônomo de diversas comissões do Concílio. Em 2012, o arcebispo italiano aposentado Luigi Betazzi, que conhece o Papa há 50 anos, já havia especulado abertamente sobre a possibilidade de sua renúncia: “Aqueles entre nós que têm mais de 75 anos não são autorizados a comandar nem mesmo uma diocese pequena, e os cardeais com mais de 80 anos não podem eleger o papa. Eu entenderia se um dia o Papa dissesse ‘mesmo eu não posso mais realizar meu trabalho’. (...) Acho que se chegar o momento em que ele vir que as coisas estão mudando, terá coragem para renunciar.” O último papa a renunciar foi Gregório XII, que abdicou em 1415, no contexto do Grande Cisma do Ocidente, e, antes dele, houve apenas dois casos: Ponciano e Celestino V. O Papa deixou o Vaticano às 17h de Roma (3 horas antes da formalização da Renúncia) de 28 de fevereiro de 2013 e foi para a Residência de Verão de Castel Gandolfo. Depois de eleito o seu sucessor, o Papa retirar-se-á para um mosteiro de clausura dentro dos muros do Vaticano.
curiosidade infantil e o apelo visual dos medicamentos coloridos em cápsulas, comprimidos ou líquidos acondicionados em frascos são um perigo à saúde das crianças, principalmente, na faixa etária de 1 a 4 anos. O alerta é do médico e toxicologista Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Ele observou que cada vez mais os adultos recorrem a medicamentos para transtornos psíquicos como os antidepressivos, os calmantes, os estimulantes, os ansiolíticos e as drogas para dormir. Segundo o médico, não são raros os casos de
Foto: Reprodução
crianças que, atraídas pela cor ou pelo cheiro, pegam esses remédios em gavetas e armários e acabam tomando-os. Segundo o médico, nem sempre ingerir inadequadamente esses medicamentos leva a uma intoxicação. Ele diz que os responsáveis pela
criança devem agir com calma e buscar orientação. Também alerta que beber água ou leite após o uso indevido de algum medicamento pode até comprometer mais a saúde. Tomar água, por exemplo, potencializa o efeito do remédio, porque o composto químico
de intoxicação, dos quais a maioria das vítimas (25%) era criança de 1 a 4 anos. A faixa de 5 a 9 anos representou 8% dos casos. Os adultos somaram 11% dos atendimentos, prevalecendo os que tinham entre 30 e 39 anos. Mais da metade (60%), incluindo todas as faixas etárias, são do sexo feminino. O Ceatox oferece atendimento para os primeiros socorros por telefone. Médicos, enfermeiros e farmacêuticos estão à disposição 24 horas por dia. Para falar com eles, os interessados podem ligar para número 0800 0148110. ...................................
irá percorrer a corrente sanguínea mais depressa. Se for leite, há risco de uma reação, lembra o especialista. Outro procedimento a ser evitado é provocar o vômito. Uma pesquisa feita pelo Ceatox indicou que, no pri- Fonte: meiro semestre do ano pas- Agência Brasil/Marli Moreira sado, ocorreram 600 casos
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Qualidade de Vida
A criança que vive em nós *Dr. Ulisses Coelho
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or mais idosos que sejamos, muitas vezes, surge um momento espontâneo de alegria que nos faz encantar recordando nossa infância. No final de 2012, estivemos minha filha Adriane e eu, na minha terra natal, São Pedro do Sul. Lá, como aprendizes atentos, assistimos o professor holandês Sat Girish* comentar sobre Criança Interior e uma interessante comparação sobre o ser humano e uma árvore. Na metáfora, Girish dizia que ambos crescem. A árvore inicia pela semente, daí surgem as raízes, depois o caule, as ramificações, os galhos, as folhas, e os frutos. O caule sem ser sempre reto, às vezes apresenta desvios mas, seguindo para o alto. Nós, também crescemos, tornamo-nos adultos, procriamos e seguimos com a prevalência da mente e do conhecimento sobre os encantos naturais da criança, seus ideais, sua criatividade, sua fé, sua arte, sua ale-
Foto: Arquivo pessoal do autor
Sat Girish entre os médicos Ulisses Coelho e Adriane Carvalho Coelho
gria... O adulto se torna sério e compenetrado, mas, não poderá perder o encanto e alegria de viver. Pois, precisamos nos abastecer de nossas raízes como as plantas, elas estão na nossa criança que vive
Temporada de Verão
Praia Limpa: Projeto chega ao final com ótimos resultados
A
pesar de ter iniciado com pequeno atraso, o projeto Praia Limpa já está sendo considerado com resultados muito satisfatórios. Em apenas 49 dias de monitoramento na Praia Central e durante grandes eventos municipais, o trabalho resultou na entrega de 130.245 sacolas oxibiodegradáveis para depósito de lixo, 34.006 pulseiras de identificação em crianças e até em idosos, 1.298 microlixeiras (cinzeiros) e o melhor, 36 casos de crianças perdidas solucionados O projeto, que tem como objetivo manter a praia limpa por meio de atividades de conscientização ambiental e distribuição de sacolas oxibiodegradáveis e microlixeiras (cinzeiros) para acondicionamento dos resíduos gerados na praia, registra importantes avanços ao longo dos anos, uma vez que o número de adeptos à filosofia do projeto aumenta gradativamente. Além da abordagem educativa, o projeto dispõe
de especial atenção às crianças que frequentam a praia. A fim de proporcionar maior tranquilidade aos familiares das crianças, os monitores do projeto distribuem pulseiras de identificação, onde são inseridos o nome da criança, o telefone do responsável e o ponto de milho mais próximo do local onde estão os responsáveis pelas crianças. Conforme informou o coordenador de Projetos da Secretaria do Meio Ambiente, Rogério Kunzler, o resultado do projeto é perceptível ao decorrer de cada edição. “Isso porque os turistas e frequentadores da praia, que já conhecem o Praia Limpa, atuam como parceiros. Não jogam lixo na praia, identificam as crianças com as pulseiras e incentivam os demais a fazerem o mesmo”. Kunzler complementa, afirmando que a educação ambiental é fundamental para o desenvolvimento sustentável e o projeto tem demonstrado isso com resultados concretos.
curiosidade de aprender e saber do mundo. Amigos, convido vocês a se abastecerem dos sonhos e ideais da infância para trazer aos nossos dias a preciosa alegria de viver. Assim, me vieram lembranças de meu pai, Adroaldo, lendo nas reuniões festivas familiares, o poema de Casimiro deAbreu “Meus oito anos”, quando algum filho ou neto completava esta idade. Ele, então abria o “Tesouro da Juventude”, recitando os versos com sentimento e emoção: -“Oh que saudade que tenho, Da aurora da minha vida Da minha infância querida Que anos não trazem mais...”
em nosso interior mantendo a seiva que nutre o nosso adulto. P.S. Sat Girish, recomenda o filme A criança espontânea tem carac- “Duas Vidas”, que aborda este tema. terísticas de entusiasmo, vibração, ............................. sorriso, a aproximando naturalmente de outras crianças, tendo facilidade *O autor é Médico e convidado do de fazer amizades, com o desejo e Jornal Sênior
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Balneário Camboriú
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Plenário da Câmara debate mobilidade urbana em Balneário Camboriú
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plano de mobilidade urbana de Balneário Camboriú foi amplamente discutido em sessão ordinária*, com a presença do secretário de Planejamento Urbano, engenheiro Auri Pavoni, que atendeu a solicitação do vereador Nilson Probst (PMDB) para explanar sobre o tema no plenário do legislativo municipal. A tribuna pública também foi ocupada pelo presidente da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Balneário Camboriú (Coopemar), Cleber Marques Maciel. O secretário Auri Pavoni relatou que o governo municipal está com o plano de mobilidade em execução, que seguindo preceitos federais, deve priorizar uma sequência iniciando pelas pessoas, depois os veículos não motorizados, seguidos pelo transporte urbano e concluindo com os automóveis. Segundo Pavoni foi necessário inverter esta questão, “porque tudo isso depende de espaço. Tivemos que criar várias avenidas, e outras estão previstas no plano diretor, para que os automóveis consigam transitar e seja possível implantar ciclovias, melhorar as calçadas e por fim o transporte coletivo que precisa ter um espaço exclusivo para transitar”. No planejamento para o transporte
Foto: Orval Molina/CAMBC
que vão ligar as grandes avenidas até a beira mar e deverão ser colocados paraciclos para estacionamento das bicicletas em toda a cidade. Na questão das calçadas o secretário disse que muitas tiveram a ampliação da largura de dois para quatro metros. Há mais de um ano está sendo feito um levantamento que apontou não existir uma avenida que atenda 100% das condições de acessibilidade. Obstáculos como árvores, lixeiras e desníveis entre uma calçada e outra dificultam o caminhar de pedestres, principalmente cadeirantes, deficientes visuais e pessoas com dificuldade de locomoção. Auri salientou que a determinação do executivo é investir forte nas calçadas e que as avenidas foram divididas por hierarquização, com padrões desde quantidade do fluxo de pessoas até a largura de passeio. “A meta é que o poder público e a iniciativa privada façam em torno de 150 a 200 mil metros de calçadas. Daí nós vamos poder dizer que teremos uma cidade com a questão de mobilidade urbana eficiente”, conclui o secretário. -------------------------------
A sessão foi acompanhada com grande interesse pelo público presente coletivo estão previstas duas grandes passagem. “É preciso reformular a Av. Braartérias na cidade, o binário com a 4ª avenida que vai desde a divisa com sil, que talvez seja nosso principal Itajaí até a Rua 3.700, e as avenidas problema por ter uma calha muito Terceira e do estado transformadas diminuta, mas nós temos alternativas. Creio que dentro de quatro ou em uma única avenida. Deverá haver um transporte di- cinco anos Balneário Camboriú terá ferenciado nas avenidas Brasil e um transporte coletivo modelo”, deAtlântica, com terminais de integra- clarou o secretário Auri. Quanto ao ção para os pontos de ônibus e tam- sistema cicloviário há projeção para bém veículos menores que farão a 75 km de ciclovias, hoje a cidade chamada costura, transportando da têm implantadas 18,6 km. Após a 4ª Avenida até a Av. Atlântica e vi- implantação na Av. Atlântica de uma *A sessão da Câmara foi no dia 06 de março ce-versa, sem o pagamento de outra ciclovia, serão feitas as ciclofaixas (Quarta-feira).