Cyrela #07

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PARA QUEM SABE VIVER

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O intocável

Amado e odiado, todos se rendem ao talento de John Neschling com seu estilo implacável e eficiente

Z bV^h### AUTOR DE ROBERTO CARLOS EM DETALHES DESABAFA

OS ENCANTOS DA PATAGÔNIA CHILENA

PERCA O MEDO E ABUSE DAS CORES NA DECORAÇÃO

ESPAÇO GOURMET: O MELHOR LUGAR DA CASA




Mariella Lazaretti Diretora Responsável

Cartadoeditor

mariella@4capas.com.br

Rua Andrade Fernandes, 297 CEP 05449-050 - São Paulo-SP Tel/Fax.: (11) 3023-5509 E-mail: 4capas@4capas.com.br Projeto Editorial: 4 Capas Editora

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É uma publicação trimestral da Cyrela Brazil Realty com distribuição gratuita. Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.400 100 andar – Itaim – São Paulo (SP). Tel.: (11) 4502-3000 www.cyrela.com.br REDAÇÃO Editor: Denise Ramiro - denise@4capas.com.br Repórter: Carla Araújo - carla@4capas.com.br Diretores de Arte: Fábio Santos e Nina Franco Assistentes de Arte: Eduardo Galdieri e Lara Habib Colaboraram nesta edição: TEXTO

Alice Carta, Iva Oliveira, Ricardo Castilho, Ricardo Galuppo e Sergio Crusco FOTOS

André Conti, Bob Wolfenson, Daniel Wainstein, Ed Viggiani, João Musa, Helcio Nagamine, Rogério Assis REVISÃO

Paulo Roberto Pompêo Jornalista Responsável - Mariella Lazaretti MTB 15.457 PUBLICIDADE Diretores Doron M. Sadka doroncentral@uol.com.br

Georges Schnyder georges@4capas.com.br

Contatos Auxi Araújo Estela Brussolo Gisele Ávila Sadako Sigematu Silvia Santos Assistente Patrícia Teodoro PRODUÇÃO GRÁFICA

Doron Central e Compras Gráficas IMPRESSÃO

Gráfica Copy Press A revista Cyrela é uma publicação distribuída exclusivamente pela CyrelaBrazil Realty. Dúvidas, críticas e sugestões pelo email: 4capas@4capas.com.br A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas não listadas no expediente não estão autorizadas a falar em nome da revista ou a retirar qualquer tipo de material sem prévia autorização emitida pela redação ou pela Cyrela Brazil Realty. Os preços citados nesta edição estão sujeitos a alterações sem aviso prévio.

Revista com ritmo A

musicalidade dos brasileiros é reconhecida mundo afora. Pensando nisso, a Cyrela traz dois nomes de peso nesta edição. Um deles é Roberto Carlos, o maior cantor da música popular brasileira de todos os tempos. Para falar dele, entrevistamos a pessoa que mais entende do assunto: o historiador Paulo Cesar de Araújo. Apaixonado pelo ídolo desde criança, ele passou os últimos 15 anos em busca de informações sobre Roberto. O resultado foi o livro Roberto Carlos em Detalhes, um verdadeiro tratado sobre a obra e a vida do cantor e o período mais recente da MPB. Pena que o livro tenha sido censurado pelo protagonista da história. Roberto Carlos acusou o autor de invasão de privacidade e o levou aos tribunais. A venda do livro está proibida. O que só aumentou nossa curiosidade. Antes da decisão judicial, 55 mil exemplares foram vendidos. Quem sabe um amigo não tem um para emprestar.Vale a pena. A outra personalidade vem de uma escola totalmente diferente, a da música erudita. Há dez anos no comando da Orquestra Sinfônica de São Paulo (Osesp), John Neschling coleciona glórias e desavenças. Tido como uma pessoa de temperamento difícil, ele é alvo de críticos. Reconhecido pelo seu talento e sua competência, tem admiradores dentro e fora do país. Saiba como ele colocou a Osesp no cenário internacional da música clássica. Mas não é só a música que é a cara do povo brasileiro. A alegria e a descontração fazem parte do nosso cotidiano. Por isso, fizemos uma revista muito colorida. A decoradora Neza Cesar abriu as portas da sua casa no bairro do Morumbi, em São Paulo, para nos ensinar que não devemos temer as cores. A casa é cheia de energia positiva, assim como a simpática dona. A gastronomia brasileira também está presente aqui. O restaurateur Sergio Arno mostra seu terraço gourmet, uma nova tendência de espaço, que vem conquistando muita gente. Arno recebe seus amigos e testa novas receitas no ambiente que ele mesmo projetou. Outro destaque da edição vem do país vizinho, o Chile. Uma viagem cheia de aventura pela Patagônia, com suas montanhas nevadas e lagos azuis. Tudo regado a muito vinho e à poesia do mestre Pablo Neruda. Boa leitura.

Para falar com a redação, escreva para redacao@4capas.com.br. Será um prazer publicar sua opinião.


S達o Paulo Gabriel Monteiro da Silva

Tel: 11 3065 6622 D&D Shopping

Tel: 11 5105 5600

Rio de Janeiro Casa Shopping

Tel: 21 2108 8064


26Sumรกrio | Perfil |

O MAESTRO JOHN NESCHLING ESTร ร FRENTE DA ORQUESTRA SINFร NICA DE Sร O PAULO Hร DEZ ANOS. NESSE PERร ODO, COLECIONA GLร RIAS E MUITOS DESAFETOS

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| Grande Estilo |

FASANO POR PHILIPPE STARCK, O ESPAร O CULTURAL MICASA, PORSCHE EM EDIร ร O LIMITADA E OBJETOS FLUORESCENTES

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| Muitos Mimos |

LUXO, TECNOLOGIA E MUITA DIVERSร O NOS ACESSร RIOS DE BANHEIRO MODERNOS

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| Tecnopop |

Mร QUINA DE CAFร COM DESIGN BMW, GELADEIRA E Rร DIO RETRร , BICICLETA DESMONTร VEL E IMAC TODO ESTILIZADO

34 'OTO DE CAPA #OB 8OLFENSON

| Sala de Estar |

O HISTORIADOR PAULO CESAR DE ARAร JO, AUTOR DE ROBERTO CARLOS EM DETALHES, FALA DE MPB E DA PROIBIร ร O DO LIVRO


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| Ponto de Fuga |

UMA AVENTURA AO CENTRO-SUL DO CHILE: LAGOS, MONTANHAS NEVADAS, VINHO ESPECIAL E MUITA POESIA NA TERRA DE PABLO NERUDA

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| Espaço e Idéias |

A DECORADORA NEZA CESAR ABRE SUA CASA COLORIDÍSSIMA. O RESTAURATEUR SERGIO ARNO MOSTRA SEU TERRAÇO GOURMET

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| Coisas sem as quais... |

A JORNALISTA JOYCE PASCOWITCH E SEU ESPAÇO GLAMURAMA. UM LOCAL DE TRABALHO QUE É O SONHO DE TODO MUNDO

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| Social Já |

A ONG ARTE QUE LIBERTA É UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL PARA PRESIDIÁRIOS E EX-DETENTOS

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| Garfo e Taça |

O CAFÉ ESTÁ NA MODA. CONHEÇA A ORIGEM DO GRÃO, O RITUAL DE PREPARO E DEGUSTAÇÃO E APRENDA ALGUMAS RECEITAS ESPECIAIS

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| Segurança |

TÁTICAS DE GUERRA E ESTRATÉGIAS INTELIGENTES. TUDO PARA PROTEGER SUA CASA E SEU ESCRITÓRIO

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| Caravela |

A CANTORA ROBERTA SÁ E O TANGO MODERNINHO DO BAJOFONDO. O SENSACIONAL VOLVER DE ALMODÓVAR EM DVD

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| Cyrela |

CONSTRUTORA CHEGA A NITERÓI, O CONCEITO LIVING NA BAHIA E NOVOS EMPREENDIMENTOS NO RIO DE JANEIRO

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84 92 78 äÊ ÊÊÊUÊÊÊPONTO DE VISTA A DOCE MATURIDADE ££{ÊÊUÊÊ PONTO FINAL A GRANDE OBRA DE ROMANO


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Po & rs 4 ch * eC ( ay / m ga an nh , s a l on in ho ha d es e co pe n cia su l e mo lim do ita s a da fic . S ion ó ad pa o ra s p 77 or 7 f ca el rr iz o ar , do s

Éparapoucos

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ançado em 2005, o Porsche Cayman ganhará neste ano sua primeira série especial. A fábrica lançará em novembro de 2007 o Cayman S Porsche Design Edition 1, uma edição especial limitada em 777 unidades. Oferecido exclusivamente na cor preta, o Cayman S Porsche Design Edition 1 incorpora detalhes únicos, sendo ainda uma homenagem à Porsche Design e ao famoso Chronograph 1s criado por Ferdinand Alexander Porsche em 1972. O visual dessa série adiciona luxo e classe ao Cayman S. Internamente, a tapeçaria harmoniza com detalhes refinados como os mostradores dos instrumentos, cujo layout reproduz o de todos os cronógrafos Porsche Design.


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-U X OS COM P OR T A M EN T O E AR T E

Nem parece computador... O design é arrojado, o lap-top, de última geração. Seu nome: Ego MC

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squeça aquelas maletas pretas que denunciam imediatamente que você carrega um lap-top. A moderna designer holandesa Monique Collignon criou um modelo elegante do aparelho acoplado a uma bolsa fashion que está dando o que falar. Com o nome de Ego MC, vem em várias cores, carregado de luxo.A tecnologia, claro, é de primeira, com os mais sofisticados recursos como tela de alta resolução, fácil acesso a webcam e um avançado sistema para CDs e DVDs. A edição é limitada e a dona pode ter seu nome gravado em ouro branco.

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tendências

1º Forum Internacional de

Gastronomia de São Paulo

23Quatro , 24, 25e 26 dias que vão abalar

de outubro.

o mundo da gastronomia Gastón Acurio

Jancis Robinson

Philippe Gobet

Quique Dacosta

Ken Oringer

Peru

Master of Wine - Inglaterra

França

Espanha

EUA

Você não pode perder este encontro com os maiores nomes da gastronomia mundial. Eles estarão aqui no Brasil, juntamente com nossos grandes talentos, para os eventos Prazeres da Mesa ao Vivo 4, e Mesa Tendências - 10 Fórum Internacional de Gastronomia de SP.

MESA Tendências Para chefs, estudantes e profissionais Palestras e workshops, em que consagrados chefs da Europa e Américas mostrarão no palco suas técnicas, máquinas e conceitos. Vagas limitadas.

Prazeres da Mesa Ao Vivo Para amantes da gastronomia. Por R$ 60,00, você participa de aulas e degustações abertas, de hora em hora. E prova a edição da revista Prazeres da Mesa de dezembro, antes de ela ir para as bancas. Não fique de fora do maior evento de enogastronomia da América Latina, no Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro. Informe-se: tel. (11) 2179-1199 ou www.prazeresdamesa.com.br Realização:

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www.petybon.com.br

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Rádio oficial:


Grandeestilo

LU XOS, COM PORTA MEN TO E ARTE

G A L E R I A

A alegria dos

fluorescentes N

ão foi só na moda que as cores fluorescentes (cítricas) ganharam espaço, anunciando o próximo verão.A decoração também ficou mais alegre com aqueles tons muito conhecidos nos anos 80: verde-limão,laranja,azul,amarelo... Às vezes basta um toque para sua casa ficar muito mais alegre. Experimente um abajur laranja ou uma cadeira verde.Para não errar,misture com o branco,que sempre dá uma quebrada na ousadia.Vai ficar o máximo!

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Verde-limão, laranja, azul , amarelo... Moda nos anos 80, os cítricos invadem sua casa no verão


Grandeestilo D E C O R A Ç Ã O

LU XOS, COM POR TA MEN TO E AR TE

Fasano com assinatura de

Philippe Starck

O Hotel Fasano do Rio resgata os áureos tempos dos anos 50 e 60 em plena Ipanema

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ecém-inaugurado no Rio de Janeiro, o Hotel Fasano traz a assinatura do renomado arquiteto Philippe Starck que fez um projeto em total sintonia com a cidade e com a visão do restaurateur e hôtelier Rogério Fasano. Desde a fachada do prédio de oito andares, acompanhando a arquitetura da orla da praia,até a escolha dos móveis,selecionados no melhor espírito do design brasileiro dos anos 1950 e 1960, tudo foi pensado para se integrar ao espírito carioca de sofisticada descontração. Localizado no coração da praia de Ipanema, em frente ao mar, na avenida Vieira Souto, o Fasano combina o charme e sofisticação do endereço mais valorizado da capital carioca com a modernidade e a eficiência do design e do serviço.

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Decoração e cultura MiCasa abre espaço para eventos de arte, cultura e design contemporâneos

Espaço cultural da MiCasa leva a assinatura do arquiteto Marcio Kogan

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esde há muito tempo a loja MiCasa se diferencia das outras grifes pelo seu projeto arrojado e opção por parcerias com alguns dos mais festejados arquitetos do Brasil, como Arthur Casas, Marcio Kogan e a turma da Triptyque. Mais recentemente foi mais longe e inaugurou um espaço cultural anexo à loja. A função é abrigar eventos de arte e cultura e design contemporâneos, dando continuidade ao projeto de oferecer o melhor em termos de informação aos seus exigentes consumidores. O espaço, um gigantesco cubo de concreto, foi projetado por Marcio Kogan.



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I love Copacabana O restaurante-bar Atlântico reverencia um dos bairros mais tradicionais do Rio

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om o toque todo especial do chef Cássio Machado, o novo Atlântico (uma mistura de bar e restaurante para os descolados acima de 30 anos) já virou mania no Rio de Janeiro.De frente para o mar e localizado em Copacabana (na avenida Atlântica, claro!), tem cardápio, decoração e serviço sofisticados. Para os clientes sentirem o clima da casa, logo na entrada são recebidos por um garçom e seu Oyster bar volante,um welcome drink com ostras fresquíssimas que chegam num carrinho e são abertas aos olhos dos freqüentadores.Para acompanhar,vinhos chardonnay,espumantes,saquê e dry martini.Chiquérrimo!



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Divertido

O banheiro é um ambiente que pode ter graça. E nada melhor do que esse porta-papel higiênico da marca francesa Phylones, conhecida por seus objetos lúdicos e com humor. Encontrado na loja Esencial.

Chuveirochique

R$ 158 TEL.: (11) 3168-5601 WWW.ESENCIAL.COM.BR

Com design da Equipe Studio IB, esse chuveiro pode ter acabamento cromado e até em ouro. Pode ser encontrado nas duas lojas da Interbagno, na avenida Cidade Jardim e no Shopping D&D, ambas em São Paulo.

R $ 7 5 6 ( A C A B A M E N TO CROMADO) TELS.: (11) 3078-2666 E 3043-9150 WWW.INTERBAGNO.COM.BR

Discreta

Saboneteira Artisan, sofisticada e prática, feita em latão cromado. Mede 13 cm de diâmetro x 3 cm de altura. Encontrada na loja Crismoe, em São Paulo.

R$ 99 TEL.: (11) 4615-8800 WWW.CRISMOE.COM.BR

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De latão

Este conjunto de latão cromado é de muita elegância e bom gosto e pode ser encontrado na lojas Interbagno, em São Paulo.

DE R$ 163 A R$ 224 TELS.: (11) 3078-2666 E 3043-9150 WWW.INTERBAGNO.COM.BR

Lights Estas saboneteiras, bem fininhas, vão bem em qualquer tipo de banheiro. Encontradas na Interbagno, em São Paulo.

DE R $ 102 A R $ 165 TELS.: (11) 3078-2666 E 3043-9150 WWW.INTERBAGNO.COM.BR

Lavatório

O lavatório Nascente é o primeiro com a tecnologia exclusiva de bica oculta da Interbagno. Mecanismos especiais fazem com que o jato forme uma parábola de água, criando um efeito lúdico com a forma desse vital recurso natural.

R$ 4.622,80 TELS.: (11) 3078-2666 E 3043-9150 WWW.INTERBAGNO.COM.BR


.6*504 .*.04 Peças cheias de estilo

Porta-tudo

Uma boa organização dá mais charme ao banheiro. E nada melhor do este conjunto que vem com saboneteira, portasabonete líquido, porta-escova, porta-algodão e porta-cotonetes.

DE R$ 169 A R$ 249 TELS.: (11) 3078-2666 E 3043-9150 WWW.INTERBAGNO.COM.BR

Transparência

Seu banheiro pode ganhar muito mais charme com estes produtos transparentes. São duas bandejas e um porta-sabonete líquido.

DE R$ 165 A R$ 294 TELS.: (11) 3078-2666 E 3043-9150 WWW.INTERBAGNO.COM.BR

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.6*504 .*.04 Peças cheias de estilo

Torneiras com assinatura Já imaginou ter em casa torneiras com a assinatura do designer Philippe Starck? Olha que charmosas estas peças que apostam em tecnologia de ponta, na racionalização do uso da água e na facilidade da instalação. Encontradas na Metalbagno, em São Paulo.

P R E Ç O S O B C O N S U LTA TELS.: (11) 3081-7006 E 3081-0120 WWW .METALBAGNO.COM.BR

Cabine de banho

Isso é para mais que um banho: o shower spa é uma cabine que vem com chuveiro acoplado no teto, ducha manual, assento com jatos verticais e para os pés, sauna úmida inteligente com controle digital de tempo e temperatura, som FM estéreo, entrada para CD e até receptor viva-voz de telefone. Encontrada na Heaven Spas.

R $ 19 . 49 0 TEL.: (11) 5044-0846 WWW.HEAVENSPAS.COM.BR

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aqnĂşncio revista cyrela

7/3/07

3:13:17 AM


Perfil

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o maestro das

notas altas 1OR %ENISE 3AMIRO

Entre tapas e beijos, o maestro John Neschling firma sua fama de temperamental, valoriza os mĂşsicos brasileiros e coloca a Osesp no circuito internacional. Com isso, justifica o maior salĂĄrio jĂĄ pago a um funcionĂĄrio pĂşblico no Brasil

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ohn Neschling ĂŠ um sujeito grande. Mede pra lĂĄ de 1,90, tem um fĂ­sico avantajado e a voz tonitruante de um tenor. A mistura de poder, decisĂŁo e temperamento difĂ­cil, no entanto, fez com que ele adquirisse uma estatura gigantesca. Como diretor artĂ­stico e regente titular da Orquestra SinfĂ´nica de SĂŁo Paulo – a Osesp, o posto mais alto da mĂşsica erudita nacional, Neschling ĂŠ considerado a figura mais controvertida da cidade e do governo do Estado neste momento. Tornouse o epicentro de notĂ­cias que giram em torno de um estremecimento silencioso com o governo, da ruptura com seu regente-adjunto Roberto Minczuk e de ter um salĂĄrio que o torna o funcionĂĄrio pĂşblico mais bem pago da histĂłria do paĂ­s. Na vida pessoal, o recente casamento, com a escritora PatrĂ­cia Melo, tambĂŠm foi fartamente noticiado nas revistas de celebridade. Tudo isso, no entanto, pouco define o homem e o artista que transformou a Fundação Osesp em uma organização com 270 funcionĂĄrios, dos quais 170 mĂşsicos -- 40% deles estrangeiros de

Para criar um batalhĂŁo de artistas impecĂĄveis e enfrentar o batalhĂŁo do contra, Neschling centralizou todas as decisĂľes. Para o bem e para o mal. Para o bem: “NĂŁo hĂĄ orquestra que chegue aos pĂŠs da Osesp na AmĂŠrica Latina. Ela estĂĄ chegando ao mesmo nĂ­vel das cinco maiores dos Estados Unidos (Nova York, Boston, Chicago, FiladĂŠlfia e Cleveland)â€?, diz JoĂŁo Batista Natali, crĂ­tico de mĂşsica erudita do jornal Folha de S. Paulo. “Na ItĂĄlia, nĂŁo hĂĄ orquestra do mesmo nĂ­vel, nem mesmo a do Scala ĂŠ melhor que a nossa.â€? Os resultados das açþes que Neschling empregou sĂŁo indiscutĂ­veis. Mas seus mĂŠtodos, polĂŞmicos. NĂŁo fosse essa competĂŞncia indiscutĂ­vel, jĂĄ teria sido apeado do cargo hĂĄ algum tempo. Seu estilo irascĂ­vel e os enfrentamentos que protagonizou renderam muitas discussĂľes em reuniĂľes de gabinete – mas deram em nada. O maestro foi empossado no governo Mario Covas. Quando Geraldo Alckmin tomou o cargo, houve um exercĂ­cio para substituir Neschling, mas amigos da mĂşsica erudita e patrocinadores da orquestra fizeram-no ficar, sob ameaça de subtrair os investimentos na casa. No atual governo, os gĂŞnios autoritĂĄrios do maestro e de JosĂŠ Serra jĂĄ se confrontaram num embate surdo. Jornais noticiaram que o governador nĂŁo escondia seu desejo de afastĂĄ-lo do cargo e isso se tornou pĂşblico no concerto comemorativo das bodas de dez anos de trabalho do regente na Osesp, em maio. A cadeira do governador ficou vazia e Neschling sentiu o golpe. Segundo a coluna de MĂ´nica Bergamo, da Folha de S. Paulo, na ĂŠpoca, apĂłs o concerto, os gritos do maestro teriam ecoado para fora do camarim: “Por que eu tenho de sair, por que, por quĂŞ?â€? Referindose Ă clara demonstração do governador de tomar-lhe o cargo.

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19 países. Ou seja, quase o dobro da equipe que Neschling encontrou quando chegou ao cargo, hå dez anos, trazido da Suíça onde vivia, pelo então secretårio da Cultura, Marcos Mendonça.


Perfil egocĂŞntrico pelos desafetos. Talentoso, justo e homem de visĂŁo pelos simpatizantes. Aos crĂ­ticos, diz: “Acho que sou mandatĂĄrio de uma autoridade que

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É tido como autoritårio, arrogante e

exerço democraticamente. As críticas fazem parte da profissão, quanto mais

Por estas e outras, quando chega Ă Sala SĂŁo Paulo,onde promove os ensaios e despacha a papelada administrativa, cochichos aflitos entre os mĂşsicos correm, alertando

na ribalta, maiores as críticas�. Sua carreira na Osesp Ê salpicada de cenas de

contra o perigo:“O Deus chegou... o Deus chegouâ€?. Todos se colocam em posição de sentido e preparam os mĂşsculos para a tensĂŁo que se seguirĂĄ invariavelmente. Nada

tango – o que lhe rende uma aura ainda mais iconoclasta. Uma das mais passio-

incomum, durante os ensaios, que gritos, xingamentos e ofensas do maestro misturemse à diapasão dos violoncelos, trombones e tímpanos.A margem de tolerância a erros

nais dos Ăşltimos tempos foi a briga entre Neschling e seu regente-adjunto, o ma-

do maestro ĂŠ, segundo seus mĂşsicos, zero.“Tem gente aqui que agĂźenta o jeito dele tomando remĂŠdio. Eu nĂŁo tomo, mas quando saio dos ensaios abraço uma ĂĄrvore por

estro Roberto Minczuk. Depois de algumas negativas de Neschling para coman-

quarteirão�, diz uma música da casa. Quem tem salårio, ali, tem medo. Uma de suas primeiras medidas à frente da Osesp foi demitir os 95 músicos da or-

dar a parte artĂ­stica do tradicional Festival Internacional de Inverno de Campos

questra e dar o seguinte recado: quem quisesse ficar teria de passar por uma audição comandada por ele. Concedeu seis meses para que se preparassem. Setenta músicos

do JordĂŁo (SP), Minczuk foi convidado a assumir o cargo em 2003 e aceitou.Ao

inscreveram-se, sĂł 42 ficaram. Os demais, ou nĂŁo passaram pelo crivo de Neschling ou se recusaram a submeter-se Ă s suas ordens.“Foi um critĂŠrio justo, era preciso acabar

comunicar a decisĂŁo a Neschling, os dois quase se atracaram. Foram gritos e insultos que ecoaram por todos os cantos. Quem estava na Sala SĂŁo Paulo, naquele dia, conta que deu para comprovar a acĂşstica perfeita do local. Neschling teria se irritado com o colega, alegando que ele ficaria sobrecarregado com mais uma função. AlĂŠm da Osesp, Minczuk tambĂŠm regia orquestras no exterior. Foi a gota d’ågua para o anunciado fim de um casamento conturbado que durou oito anos.Minczuk tomou outros rumos.Hoje,alĂŠm de cuidar do Festival de Campos do JordĂŁo, ĂŠ regente-titular e diretor artĂ­stico da Orquestra SinfĂ´nica Brasileira.

com esse negĂłcio de contratar o amigo do amigoâ€?, diz um crĂ­tico da ĂĄrea, que como quase todo mundo convocado a falar do maestro preferiu manter o anonimato. Seu estilo de reger e gerir ĂŠ ameaçador, completamente diferente do jeito doce de ser do maestro Eleazar de Carvalho, a quem substituiu. “A mudança foi imensa. O Eleazar de Carvalho era um grande regente, mas nĂŁo conseguiu fazer as mudanças de estrutura na orquestra que Neschling fezâ€?, diz Elizabeth Del Grande, musicista e solista de tĂ­mpano da Osesp. Na orquestra desde 1973, Elizabeth foi uma das que se inscreveram para a audição e foi aceita na equipe de Neschling. Segundo ela, a diferença de relacionamento entre mĂşsicos e o maestro foi radical.“O Eleazar chamava todos os mĂşsicos de ‘professores’, era meu amigo; tĂ­nhamos liberdade com ele. Com o Neschling nĂŁo hĂĄ essa abertura.â€? Ela mesma reconhece, porĂŠm, que Neschling ĂŠ determinado, diz que vai fazer e faz, mesmo que isso custe algum sangue de seu fĂ­gado. TambĂŠm ĂŠ duro e inflexĂ­vel na lida com polĂ­ticos – luta pela profissionalização da mĂşsica erudita,sem rodeios. Em entrevista recente Ă revista Bravo, disse:“Eu rejo a orquestra, nĂŁo o governadorâ€?. O maestro Eleazar, segundo mĂşsicos que viveram as duas gestĂľes, era suave, educado e respeitoso. Sempre “arrumadinhoâ€?, se dirigia aos polĂ­ticos polidamente pedindo melhorias.“NĂŁo as conseguia e ainda agradeciaâ€?, diz um mĂşsico que viveu os dois momentos.“O Neschling ĂŠ do tipo de dar murro na mesa e conseguir o que querâ€?, diz Elizabeth. De fato, antes de Neschling havia um descaso com a Osesp. A vinda dele se deu apĂłs a morte do maestro Eleazar, em 1996, que ficou vinte anos Ă frente da orquestra paulista. “Para ser maestro ĂŠ preciso ter grande poder de decisĂŁo e expressĂĄ-lo com pragmatismo. Com autoridade ou como um autoritĂĄrioâ€?,diz o maestro Gil Jardim.Ele considera Neschling

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Neschling se prepara antes de encarar a platéia. Ensaio na Sala São Paulo (pág. ao lado)

estudo. Faltava política pública decente”, diz um ex-funcionário do governo do Estado. Descendente de uma família de intelectuais judeus da Europa – sobrinhoum divisor de águas na música erudita brasileira.“Ele trouxe parâmetros até então não experimentados e a noção de que a música precisava de grandes investimentos.” Ao ser procurado por Marcos Mendonça, há dez anos, John Neschling estava num bom momento da carreira. Vivia na Suíça e estava à frente de orquestras e de um teatro de ópera europeus. Resistiu ao convite num primeiro momento, mas acabou aceitando sob duas condições: exigiu uma sede própria, com a qualidade acústica de Primeiro Mundo, e a garantia de internacionalizar os salários dos músicos. Foi atendido nas duas solicitações. Na época, os músicos da Osesp ganhavam pouco mais de R$ 1.000 por mês, hoje ninguém recebe menos de R$ 7.700.“Estão equiparados ao mesmo nível do salário dos músicos das consagradas sinfônicas de São Francisco e de Boston”, diz o maestro. Quanto à sede própria, ela foi construída na estação ferroviária Júlio Prestes e batizada de Sala São Paulo, tornando-se o cartão-postal que enche a cidade de orgulho. Antes de sua inauguração, em 1999, os paulistanos puderam assistir ao primeiro concerto da Osesp sob a batuta do Neschling, ainda no próprio prédio da Estação Júlio Prestes. Onde hoje fica o palco e a platéia existia um jardim aberto, com uma agência do Banespa e três coqueiros.Ali foi improvisado um palco e desmontado imediatamente após a pré-estréia, como que demarcando a contagem regressiva para o início da construção da sala pleiteada por Neschling. Mas só mesmo quando as obras começaram, consumindo R$ 37 milhões e se arrastando por dois anos e meio de barulho e poeira é que os músicos se deram conta de que a palavra do maestro valia quanto pesava.“Aquilo foi um ganho fantástico para todos nós e para a cidade”, diz a musicista Elizabeth. A fama de inflexível do maestro corre mundo. Em entrevista ao jornal francês Le Monde, declarou-se intratável quando o assunto é disciplina.“Depois de três atrasos ou ausências injustificadas, é rua”, disse. Mas muitos músicos aprenderam a entender o maestro. Suas reações intempestivas, segundo eles, não são de ordem pessoal.“Com a chegada do Neschling alcançamos outro patamar. A Osesp nunca havia saído do país, nunca tinha gravado um disco, os instrumentos eram velhos, não havia salas de Neschling: "Quanto mais na ribalta, mais críticas"

neto do grande compositor austríaco, Arnold Schoenberg -- culto, poliglota e dono de uma carreira construída em grande parte fora do país, Neschling é um maestro consagrado no circuito mundial de música erudita. Foi diretor artístico e regente titular do Teatro São Carlos de Lisboa, do Sankt Gallen, da Suíça, do Massimo, de Palermo, na Itália, e da Ópera de Bordeaux, na França. Foi ainda maestro residente na Ópera de Viena, onde regeu a gravação do Guarany, de Carlos Gomes, com a Orquestra da Beethovenhalle, de Bonn, tendo Plácido Domingo no papel de Peri. Há quem o ache melhor administrador do que regente.O interessante é que aos 14 anos,quando decidiu ser músico, fez um teste vocacional que apontou dois caminhos: administrador e músico. Justamente o perfil ideal para colocar a Osesp na ribalta.“Ele é um chefe que centraliza e se responsabiliza. Desde o papel higiênico até o último respiro do palco ele sabe, e ele cuida”, dizem funcionários da casa.É exigente ao extremo. “Ele não permite que as pessoas se acomodem”, afirma o funcionário.


Perfil car no Musikverein, um dos berços da

que Neschling recebe por mĂŞs. O salĂĄrio, realmente o melhor que um funcionĂĄrio pĂşblico brasileiro jamais ganhou, ĂŠ omitido ao pĂşblico de todas as maneiras possĂ­veis.

música clåssica�, diz Neschling. Este ano o Le Monde não poupou

HĂĄ atĂŠ um folclore que corre entre funcionĂĄrios do gabinete do governo, segundo o qual o valor ĂŠ passado de um governador em fim de mandato para o outro que o

elogios ao maestro e sua orquestra durante uma turnĂŞ em Paris. Saiu com um

assume, ao pĂŠ do ouvido, como segredo de Estado. O maestro Gil Jardim, chefe do departamento de mĂşsica da Universidade de SĂŁo Paulo e diretor artĂ­stico da Orques-

tĂ­tulo bombĂĄstico:“Um milagre musical proveniente de SĂŁo Pauloâ€?.A reportagem

tra de Câmara da USP, no entanto, diz que ele ganha o que qualquer maestro de seu nĂ­vel ganharia, em qualquer parte do mundo.“Temos ĂŠ que botar a boca no trombo-

exaltava ainda a qualidade da Sala SĂŁo Paulo.“Uma sala de concerto montada

ne pelos que ganham mal e nĂŁo ficar criticando quem ganha bemâ€?, diz Jardim.“Eu nĂŁo sei quanto ele ganha, nĂŁo me interessa. Se ele ganhasse muito e seus mĂşsicos

numa estação de trem, uma das mais incríveis instalaçþes arquitetônicas de-

fossem mal remunerados, aí seria um absurdo. Mas se contribui para que seus músicos ganhem algo justo, tudo bem�,diz a musicista Elizabeth. O salårio Ê relativo ao de

dicadas a um auditĂłrio de mĂşsica clĂĄssica: no hall, um vidro grosso separa os

outros profissionais do seu nĂ­vel fora do Brasil. Os regentes da FilarmĂ´nica de Nova York e SinfĂ´nica de Boston chegam a ganhar mais de U$ 5 milhĂľes por ano.

melômanos (aficionados por música), dos viajantes�,diz o autor da reportagem.

“As crĂ­ticas ao meu pai sĂŁo fruto da inveja e ignorânciaâ€?, diz Pedro Neschling, filho do maestro com a atriz LucĂŠlia Santos.“Para o trabalho que ele faz, acho atĂŠ poucoâ€?, afirma.

E ainda:“Villa-Lobos teria amado ouvir ali o seu famoso O Trenzinho Caipira�.

Aqui, um detalhe do lado famĂ­lia de Neschling. Ele tambĂŠm ĂŠ pai de Benjamin, filho adotivo de seu casamento com a flautista australiana Bridget Bolliger. Longe do garoto

A imprensa americana endossou. Na turnĂŞ do ano passado,o jornal Daily News

que mora na AustrĂĄlia, ele disputa a guarda do menino. Fala pouco, concede uma ou outra entrevista (veja quadro) e quando o assunto ĂŠ salĂĄrio costuma perder a paciĂŞncia. Em uma entrevista recente disse:“No Brasil, os grandes animadores de tevĂŞ, que fazem o que hĂĄ de mais baixo, vil e torpe, ganham por mĂŞs o que eu ganho por ano!â€? O homem de ferro da Osesp tem participação direta na criação do Centro de Documentação Maestro Eleazar de Carvalho, de uma editora de partituras e na formação de coros de câmara, juvenil e infantil. Assim como implantou projetos educacionais que trazem cerca de 40 mil alunos da rede pĂşblica de ensino Ă Sala SĂŁo Paulo por ano, para assistir a concertos didĂĄticos e ensaios abertos. O fato Momentos de descontração: mais notĂłrio e reconhecido internacionalmente foi o de a cada ano o maestro recebe 40 mil crianças da escola Neschling ter colocado a Osesp no circuito nacional e pĂşblica para mostrar seu trabalho. Ao lado, com Pedro internacional da mĂşsica erudita.“JĂĄ levamos a Osesp a Neschling, seu filho com a dezenas de cidades, desde Guarulhos atĂŠ Viena, para toatriz LucĂŠlia Santos

classificou o espetĂĄculo como“magnĂ­ficoâ€?. E numa temporada anterior, o The New York Times frisou a reestruturação da orquestra e ressaltou a quĂ­mica do maestro com os mĂşsicos. Por aqui, Neschling tambĂŠm tem seus fĂŁs.A mezzo soprano Luisa Francesconi,que jĂĄ teve oportunidade de gravar um CD com o maestro, conta que em agosto durante uma turnĂŞ da Osesp pelo Rio de Janeiro presenciou uma cena comovente.“Ele teve de voltar quatro vezes ao palco para um pĂşblico enlouquecidoâ€?, diz Luisa. Ela admira o fato de Neschling

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'OTO +OiO .USA

Esses sĂŁo alguns dos fatos que alimentam as justificativas para o salĂĄrio de R$ 100 mil


Foto: André Cont

NeschlingporNeschling Nesta entrevista a Cyrela,o maestro fala do seu momento de vida, de vaidade e da qualidade dos músicos no Brasil. Você já declarou em uma entrevista que “as delícias da vida de regente vêm ao ultrapassar os 60 anos, e o inferno é chegar até ele”. Recentemente, você se casou com a escritora Patrícia Melo. Como vê a vida aos 60? O que foi mais difícil até aqui? Neschling – Após os 60 anos vejo a vida como uma gorjeta! Daqui para a frente tudo é lucro. Com relação ao que foi mais difícil, a resposta mais honesta que posso dar é que o mais difícil foi chegar inteiro até os 60. Bem casado, feliz, saudável e íntegro! Você é vaidoso? Gosta de se vestir bem, se preocupa com a forma física, segue alguma dieta especial? Neschling – Sou vaidoso, sim, mas é uma vaidade completamente diferente da convencional. Não me preocupo com roupas e grifes, tampouco com a forma física. A dieta especial que sigo é comer bem e, se possível, de forma saudável. Procuro, sim, cuidar da saúde, mas isso não me mantém refém de nenhum tipo de privação ou sofrimento. Você se considera o verdadeiro pai da Osesp? O que significa estar à frente de uma orquestra tão importante? Já existe alguém capaz de sucedê-lo? Neschling – Não sou nem posso me considerar o pai da Osesp. Essa orquestra já existia muito antes da minha chegada. Sou, certamente, a mola propulsora da reestruturação que teve início em 1996 e que trouxe à Osesp uma nova dinâmica. Para mim, estar aqui significa trabalhar arduamente todos os dias para dar continuidade a um grande projeto. De qualquer forma, já estive à frente de outras importantes orquestras e o trabalho e dedicação devem ser os mesmos em todas elas. Quanto a existir alguém capaz de ocupar meu lugar... sempre existe alguém tão bom ou melhor que você. Difícil é achar! (rs) Você já pensou em deixar a Osesp? O que o fez mudar de idéia? Neschling – Acredito que todas as histórias têm um começo, meio e fim. Entretanto, penso apenas teoricamente, por isso nunca precisei “mudar de idéia”. Para “mudar de idéia” seria necessário tê-la levado adiante e isso nunca aconteceu. Você se arrepende de algo que tenha feito ou que tenha deixado de fazer? Neschling – Arrependo-me de muitas coisas. Mas não há a possibilidade de voltar atrás! O Millôr diz que “a vida é uma história escrita com caneta BIC”, não a lápis. Como você vê a formação dos músicos eruditos no Brasil? Qual a melhor escola? Temos músicos qualificados para tocar qualquer instrumento no país? Neschling – A questão do ensino musical no Brasil é um problema gigantesco, enorme e não pode ser abordado de forma superficial numa única entrevista. Seria leviano da minha parte. Para tratar desse assunto precisaríamos de um seminário. Escolas existem, mas falta ensino de base. Você se formou no exterior. É fundamental estudar fora do Brasil para se tornar um músico erudito de primeira categoria? Neschling – Não é fundamental, pode ser um diferencial. A troca de experiências e o contato com outros músicos é muito importante. Maestro em geral passa a imagem de uma pessoa brava, impaciente? Devemos temê-los? Neschling – Não, de forma alguma! Devemos amá-los (risos).

Apresentação da Osesp na Sala São Paulo

levar a música brasileira clássica aos mais variados palcos,contemplando compositores como Heitor Villa-Lobos e Mozart Camargo Guarnieri. Amante da música clássica, Manoel Beato,o sommelier do Grupo Fasano,também se diz admirador do maestro.“Só passei a acompanhar o trabalho da Osesp depois da criação da Sala São Paulo e da chegada do Neschling", diz Beato. Ele é um dos 11 mil assinantes que a Osesp conquistou na última década, o que em si é a indicação de progresso: as primeiras apresentações de Neschling, ainda com a sala em construção, tinham mais músicos no palco do que gente na platéia. Tudo indica que Neschling não erra, não comete gafes,não pisa na bola? Não, não é bem assim.Pisa,mas segundo reza a lenda na Sala São Paulo,a vaidade não o deixaria admitir. Certa vez, a orquestra apresentou o poema sinfônico Marabá, do maestro brasileiro Antônio Francisco Braga (1868-1945), e no meio do programa, Neschling errou na condução. Foi uma cena constrangedora.Segundo um especialista que assistia ao espetáculo, os músicos olhavam para ele sem saber o que fazer e aos poucos os instrumentos foram emudecendo. Neschling não perdeu a pose. Virou para o público, desculpou-se e justificou o equívoco dizendo que como a peça não era tocada no Brasil há oitenta anos, os músicos ainda não estavam habituados com a partitura. Reiniciou a apresentação. Perplexos diante da desculpa acusatória, os músicos voltaram a tocar – impecavelmente, até a última nota. E o maestro foi ovacionado. (Colaborou Carla Araújo)


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SaladeEstar

Paulo Cesar de Araújo é fã de Roberto Carlos e autor da biografia do ídolo: documento histórico sobre a MPB

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O

censurado

Em pleno século 21, Paulo Cesar de Araújo teve o livro Roberto Carlos em Detalhes apreendido pelo ídolo. Seu erro: paixão e dedicação 1OR %ENISE 3AMIRO uando o baiano Paulo Cesar de Araújo nasceu, em Vitória da Conquista, em 1962, o capixaba Roberto Carlos Braga estava no Rio de Janeiro tentando a sorte como cantor. No ano seguinte, enquanto Paulo ensaiava os primeiros passos aos embalos de Splish Splash e Parei na Contramão, Roberto começava a chamar a atenção dos brasileiros. Todos queriam saber quem era o garotão que levava os jovens à loucura e deixava os mais velhos ressabiados. Dois anos depois, Paulo já brincava na rua quando Quero que Vá Tudo pro Inferno chacoalhou o Brasil. Roberto ganhava prestígio com sua irreverência e Paulo, um ídolo para sempre. Roberto não imaginava chegar tão longe. Nem Paulo. Ambos são de origem humilde. O pai de Roberto era relojoeiro e a mãe costureira. Paulo tinha pai operário e mãe doméstica. Os dois deixaram suas cidadezinhas aos 16 anos para tentar a sorte na capital. Roberto lutou muito para se tornar um cantor de sucesso. Enfrentou a rejeição dos conservadores e da elite intelectual carioca. Não se intimidou. Cantou Dolores Duran e João Gilberto em boates do Rio, emplacou o rock’n’roll no programa Jovem Guarda, da Record, e partiu para as baladas românticas, estilo que jamais abandonaria. Enquanto isso, Paulo conduzia sua batalha pessoal. Os pais separaram-se quando ele era pequeno. Paulo, o irmão e a mãe foram tentar a vida em São Paulo. Ele cresceu trabalhando, mas enfrentou a dupla jornada para se formar em jornalismo e história. Nos últimos quinze anos dedicou-se a desvendar os caminhos percorridos pelo ídolo. Entrevistou mais de 250 pessoas ligadas à MPB, de Tom Jobim, João Gilberto a Chico Buarque. Ligou para todos do orelhão de frente de sua casa, em Niterói (RJ), onde mora com a mulher, Liliane, a filha, Amanda, e a mãe, Auresina. A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro virou seu segundo endereço. Roberto e Paulo são vitoriosos. O primeiro virou rei da MPB. O segundo não chegou a tanto, mas venceu na vida. Mestre em Memória Social, Paulo leciona história na

rede pública de ensino em Niterói. É autor de Eu Não Sou Cachorro Não, sobre a censura aos cantores bregas na época da ditadura militar, e Roberto Carlos em Detalhes. Este, um verdadeiro tratado sobre o período recente da MPB, que traz o Roberto como fio condutor da história. Além do valor histórico e de uma aula de jornalismo, o livro é uma declaração de amor ao rei. Por um capricho da vida, Roberto Carlos em Detalhes acabou contrapondo autor e personagem. Roberto sentiu sua privacidade invadida e levou Paulo aos tribunais. Venceu a primeira batalha: a venda do livro está proibida. Paulo tentou de tudo para evitar o desfecho. O rei não cedeu. Roberto arrumou um problema: o que fazer com os 11 mil livros apreendidos e guardados num depósito? Paulo ganhou uma causa: o direito de republicar seu livro. Roberto Carlos em Detalhes é o trabalho mais importante da vida de Paulo. A obra é talvez a homenagem mais singela e pura que o rei já recebeu em toda a sua vida. Quando o livro acaba, dá


SaladeEstar vontade de sair correndo para uma lo-

Você falou com parentes do Roberto?

ja de discos e comprar todos os CDs do rei. E, é claro, torcer para que essa his-

Não. Queria entrevistar Roberto Carlos. Se me recebesse, iria dizer a ele que

tória tenha um final feliz para todos. Acompanhe a seguir uma conversa franca e comovente com o autor de Roberto Carlos em Detalhes, realizada numa agradável tarde de agosto no Café Odeon, na Cinelândia, o coração da

queria entrevistar um irmão, um filho. Até a família dele eu preservei.

Você foi para Cachoeiro do Itapemirim? Ficou emocionado? Sim, fiquei uma semana na cidade. Fui até a casa em que ele nasceu, fiz o caminho da escola das freiras, do outro colégio, visitei e conversei com o pessoal da rádio onde ele começou. Senti o ambiente. Só não peguei o trem que vinha para o Rio porque não existe mais a linha.

Cidade Maravilhosa.

Você entrevistou 250 pessoas da MPB durante quinze anos para escrever Roberto Carlos em Detalhes. Qual o depoimento mais marcante? Um depoimento fundamental foi o de Evandro Ribeiro (ex-chefão da CBS, gravadora do Roberto Carlos). Ele nunca tinha dado entrevista. Fiquei seis meses tentando fazer com que me recebesse. Um dia ele aceitou. Estava aposentado na época, hoje já faleceu. Outro depoimento importante foi o de Carlos Imperial, figura polêmica. Ele me deu uma entrevista de cinco horas em sua casa, sete meses antes de morrer. Imperial foi a única pessoa que acreditou que aquele cara suburbano, interiorano, deficiente físico, tímido e de voz pequena pudesse ser um astro. Até porque o padrão na época era de cantores que esbanjavam voz como Orlando Silva e Dalva de Oliveira. Outra entrevista importante foi a da Fifinha, amiguinha do Roberto e única que estava com ele no dia do acidente de trem. Pela primeira vez o acidente foi revelado em detalhes e de forma precisa. Fifinha é dona-de-casa e mora em São Paulo. Foi difícil, ela nunca tinha dado entrevista.

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Quantas vezes você viu Roberto pessoalmente? Já tentou um reencontro após a censura do livro? Fui em todas as coletivas do cantor desde 1990. Eu me infiltrava no meio dos jornalistas e colhia as informações. Não fazia pergunta porque não estava ali como convidado. Só que percebia que muita coisa que ele falava não saía publicado, o que saía eram coisas mais factuais do novo disco. Histórias da vida dele não saía. O único contato mais próximo com o Roberto foi quando fui à casa dele levado pelo meu amigo, o jornalista Lula Branco Martins (Jornal do Brasil).

Você vai a shows do Roberto Carlos? Como é seu lado fã do Roberto? Depois do episódio, ligaram dos jornais perguntando se eu iria ao show dele no Canecão, o primeiro depois da proibição do livro. Não fui, como não fui a vários outros shows. Não sou aquele fanzoca que só gosta do seu ídolo. No interior da Bahia, nos anos 70, tocava no rádio Roberto, Tom, Chico, Valdick Soriano. A voz com a qual eu me identificava era a do Roberto. Até porque na minha infância só o Roberto foi lá na minha cidade e isso ficou marcado. Mas eu me emociono ouvindo João Gilberto e muitos outros também.

O que exatamente o Roberto Carlos não gostou do seu livro? Pela forma como ele agiu, por tudo o que ocorreu na audiência (no Fórum da Barra Funda em São Paulo, em abril deste ano), estou convencido de que não gostou do livro todo. O Roberto não queria uma biografia porque queria fazer essa biografia quando e da forma que bem entendesse. Passaram vinte anos e ninguém fez, trinta anos, quarenta anos e nada. Acho que ele não gostou foi do fato de ter surgido um livro de um autor que ele não tinha nenhuma referência, sem que tivesse dado aval. Tudo mais foi pretexto para proibir o livro. Se não tivesse o caso Maria Rita, iria implicar com o caso Maria Joana, ou o caso Fernanda... Ele não quis conversa, conciliação, revisão. No processo acusa-me de crime material, argumentando que meu livro saindo antes tira a originalidade da biografia que pretende escrever um dia; os fãs não vão querer comprar um próximo livro e assim o artista terá lucros futuros menores. Falta a ele a compreensão de que o livro que pode fazer é um livro de memórias


"Roberto atinge o porteiro, a empregada doméstica e o Abílio Diniz. Isso é talento" e o meu é um livro de história. Contextualizo a obra do Roberto Carlos dentro da

drugada, abrindo jornais antigos...

música brasileira, do pop internacional, da sociedade e da política brasileira.

Fui escrevendo, parava, pesquisava. A gente não acaba um livro, pára.

Então ele achou que você quis se aproveitar dele, a proibição tem a ver com dinheiro? Tem uma preocupação com dinheiro. Está dito lá no processo. Mas tem a ver também com a visão que ele tem da carreira. Roberto já se acostumou com a idéia de mito, é normal, está há quarenta anos como mito da música brasileira. É claro que ele quer que se conte uma história mitológica dele, aquele cara predestinado por Deus a ser um sucesso. E no meu livro mostro além do mito, um Roberto demasiadamente humano. Que chora, que sofre, que teve portas fechadas. Mostro que por vários momentos sua carreira poderia não ter acontecido. A vida é feita de conflitos e contradições. E ele, com talento, determinação e sorte, conseguiu consagrar-se.

O que ficou de fora do seu livro que você não quis publicar? Coloquei tudo o que considerei relevante. Existem fatos que eu não tinha provas, suposições, mas tive a preocupação de falar só aquilo que eu tinha documentos para provar. Por isso é que no processo não puderam me processar por calúnia. Roberto sabe que tudo o que está no livro é verdade. Por exemplo, fala-se que a canção Detalhes não é do Roberto, que alguém fez e ele pagou. Passei quinze anos perguntando: vem cá, essas músicas são do Roberto? Todas as fontes e documentações confirmaram que as músicas que ele compôs são dele.

Como é seu processo de trabalho? Não tenho nenhum prazer em escrever, pra mim é um sofrimento, sempre foi. Meu prazer é pesquisar. Eu ia para a Biblioteca Nacional do Rio, chegava às 8 da manhã e ficava até as 10 da noite. Se deixassem ficava lá até de ma-

Erasmo Carlos e Roberto

E a história que você ligou para o Tom Jobim do orelhão. Você não tinha telefone? Esse negócio de telefone pra todo mundo só veio depois da privatização. Liguei para o Tom, ele ouviu as fichas caindo e me perguntou se eu estava no orelhão. Disse que sim e então ele falou, vem pra cá. Liguei para a casa do Caetano e foi ele quem atendeu. Liguei para o Tom e ele atendeu. O Chico Buarque, caía numa secretária eletrônica. Já com o Roberto eu tinha de falar com a secretária, o assessor de imprensa, com o empresário. Os outros personagens liguei do orelhão.


SaladeEstar Você continua fã do Roberto Carlos?

O que você admira no Roberto Carlos e o que não gosta?

Sempre tive a visão crítica desse

O que não gosto, o que o prejudica, são as tais manias e superstições, que limitam o

negócio de fã. Fui um fã normal. Talvez pelo fato de não acreditar

artista. O que admiro é o compositor, nesse sentido vou na contramão da crítica que diz que ele é um cantor superlativo e um compositor menor. É um grande cantor, mas o que

em Deus, em alma, em espírito, em disco voador. O que aconteceu

o mantém são suas composições. Tem canções na medida exata. Odair José, Daniel, atingem a grande massa, mas não o segmento sofisticado da população. De outro lado

com o Roberto é que ele infelizmente faz parte daquele contin-

Chico, Caetano, artistas geniais, atingem mais a classe média intelectualizada.

gente da população brasileira que não tem o hábito de ler. Não tem intimidade com o livro. Só alguém assim para proibir o livro da forma

É por isso que Roberto é nosso rei?

como fez. Sei do talento e do carisma do Roberto, mas sei das suas

O Roberto é uma pessoa ética?

limitações e contradições. Se tivesse intimidade com livros, claro que não levaria 11 mil exemplares para um depósito para destruir ou sei lá o que vai fazer com eles. Lamento tudo isso. Mas não tenho nenhum problema de ouvir as canções do Roberto. Quando ouço lembro da minha infância e me emociono da mesma forma, volto para a rua em que eu morava, a poeira da rua, os meus amigos. Nada disso mudou.

Claro. Ele conseguiu fazer canções que atingem o porteiro, o cara que mora no barraco, o Abílio Diniz e o Antonio Ermírio de Moraes. Isso é talento.

Há um consenso de que ele é uma pessoa boa. Ninguém falou o contrário.

Existe um tipo de mulher que atrai o Roberto Carlos? O Roberto diz que quando ele ama, ama pra valer. Antes da Nice, namorou a Magda Fonseca, para quem fez Quero que Vá Tudo pro Inferno, que é acima de tudo uma canção de amor. Aí ele conhece a Nice e o maior amor do mundo, que está em Como É Grande o meu Amor por Você: “nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito...” Fez Amada Amante, sobre um amor sem preconceitos. Ele enfrentou o preconceito, a Nice era mais velha, casada e com uma filha, numa época em que casamento era sagrado. Depois conhece a Myrian Rios e canta “eu preciso de você mais que tudo em minha vida....”. Daí casa com a Maria Rita e vive o drama da sua morte. Cantou tudo isso, revelou intimidades e me acusa de invasão de privacidade?

Você diz no livro que ele foi uma criança alegre, sempre contou com o apoio da família. De onde vem a tristeza dele? Ele tem o olhar triste típico dos românticos. Essa imagem está muito cristalizada nas capas de disco do gênero. Não me lembro de Antonio Marcos e Orlando Silva sorrindo. A Ivete Sangalo canta axé e está sempre rindo. Mas Roberto é um cara bem-humorado. No depoimento dos amigos, dizem que Roberto é brincalhão. Nas entrevistas é que está sempre triste.

As pessoas em geral acham exagerado o amor do Roberto Carlos pela Maria Rita? Os estudiosos dizem que a viuvez tem tempo determinado. Ele vive isso cantando o amor eterno. Definiu que vai viver eternamente amando a Maria Rita.

Mas isso não é doentio? Prefiro ver como uma coisa positiva, do amor eterno por alguém. Ele quer ser coerente com esse amor. É bonito num mundo em que tudo é tão descartável, os

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amores, os romances, o casamento. Ele está na contramão. Agora, se fosse seu empresário, acharia ruim. Deve ter fã que não agüenta mais ouvir canções falando de Maria Rita. Mas acho bonito. O amor pra mim nunca é ruim.

Quem são os amigos mais próximos de Roberto Carlos. Ele tem um melhor amigo? Com certeza não é o Erasmo Carlos. Erasmo e Roberto são mais uma sólida parceria musical. O próprio Erasmo diz que eles se vêem pouco, basicamente quando vão compor, que a amizade deles é acima disso tudo. Tem o Dedé, o baterista dele, os dois estão juntos desde 1962.

Ninguém mais íntimo, aquele cara que você liga quando está mal? Diante do episódio do livro, uma pessoa escreveu na internet: “Roberto Carlos é um homem sem amigos”. Será que ele não tem quem diga: Roberto, que absurdo que você está fazendo, isso é ruim pra você, pra sua imagem? Amigo que tenha a franqueza de falar? Talvez não tenha.

Teve alguma situação hilária nas conversas entre os advogados da Planeta e do Roberto Carlos que você presenciou? Não tive a menor vontade de rir, só de chorar. Saí chorando da audiência que proibiu a venda do livro.

Você chora fácil? Você fala que Roberto Carlos sempre acertou nas decisões que tomou na carreira e que o maior erro dele foi a proibição do seu livro. Teve outros? Ele sempre teve o timing de tomar as decisões certas na hora certa. A administração da sua carreira é perfeita, tem empresário, mas é ele quem dá a palavra final. O Evandro Ribeiro me falou que o Roberto tomava as decisões erradas e dava certo. Ele decidiu ir para o festival de San Remo e ganhou. Assinou contrato com a Globo por conta própria e está lá até hoje. Portanto, posso falar com toda a certeza de que o maior erro dele foi a proibição do meu livro. Prejudicou sua imagem, ele que sempre foi cuidadoso com isso, que não se metia em política para não arrumar problema. Faltou alguém para alertá-lo para esse erro. Nessa altura, todo mundo só diz amém a ele.

Você disse que o Roberto foi mal assessorado.... Faltou um Tony Blair para Roberto. O filme A Rainha (do britânico Stephen Frears) mostra que quando Lady Dy morreu a rainha não quis ir ao funeral. Daí a imprensa começou a bater na monarquia. Lá no palácio todo mundo apoiou a decisão da rainha. Daí o Tony Blair liga para a rainha e diz que o mundo está emocionado com a morte da princesa. Ela acaba cedendo. Faltou ao Roberto alguém com visão moderna, com autoridade.

Qual é sua música preferida do Roberto Carlos? (Depois de pensar um pouco.) As Curvas da Estrada de Santos.

Você se sentiu abandonado pela sua editora, a Planeta? Claro.

Não, mas essa foi a situação mais difícil da minha vida profissional. Nunca pensei que fosse viver isso. Logo que entrei no elevador do Fórum da Barra Funda tinha um cara algemado que havia participado de uma chacina na periferia de São Paulo. Pensei: meu Deus, o que estou fazendo aqui... Os advogados até disseram que esse tipo de processo só chega à área cível. Mas o Roberto inovou, talvez para me intimidar partiu com tudo. Abriu um processo cível aqui no Rio e um criminal, em São Paulo.

Na última Feira Internacional do Livro (Flip), durante um debate com os biógrafos Fernando Moraes e Ruy Castro, vocês decidiram fazer um manifesto em favor da liberdade de expressão. O que pede o documento? Nosso objetivo é sensibilizar o Congresso para fazer a Constituição valer. Está claro na Constituição o direito à liberdade de expressão, sem necessidade de pedir licença.


SaladeEstar

"Eu propus: abro mão dos direitos autorais, não quero um centavo, mas vamos lançar esse livro? Roberto não quis" Ao mesmo tempo tem um outro artigo

várias palestras. Em algumas ganho cachê, em outras, passagem e hospeda-

que fala do direito de imagem. Então vira um conflito. O que tem ocorrido no Brasil é que a Justiça tem optado pelo outro lado, o que levou o Moraes a dizer que estamos vivendo uma ditadura togada. Eles têm de colocar lá, de forma clara, que deve prevalecer o direito à informação e à liberdade de expressão. Tem o limite, a calúnia. Temos de ser responsáveis pelo o que

gem. Priorizo o debate e a contextualização. Faço palestras desde Eu Não Sou Cachorro Não. No livro mostro que os cantores bregas foram vítimas da ditadura, toda música amorosa mais picante era censurada. A censura era de ordem moral também. Agora é que sinto a censura na pele. Sou, até agora, um autor marcado pela censura.

escrevemos. Não é o caso do meu livro, que não tem calúnia. Daí o sujeito fica incomodado porque meu livro saiu antes do dele, o que que é isso?

A proibição do livro teve manifestações internacionais? O mundo está perplexo. Dei entrevistas para o México, a Argentina e os Estados Unidos. Eles estão lendo o livro, elogiando, dizem que começam a entender melhor a MPB, a importância do papel do Roberto nela. Um jornalista mexicano chegou a me dizer que não sabia que o Roberto era brasileiro, pensou que fosse boliviano. Nos Estados Unidos, como todo mês sai uma biografia nãoautorizada, estão perplexos.

Você abriu mão dos direitos autorais sobre o livro. Não liga pra dinheiro? Lá na audiência de conciliação propus duas coisas. Primeiro revisar o conteúdo. Falei para o Roberto: menos de 5% do livro é o que você reclama, vamos fazer uma revisão? Ele não quis. Aí eu propus: abro mão dos direitos autorais, não quero um centavo, mas vamos lançar esse livro? Ele não quis. Eu e o dinheiro temos uma relação de total incompatibilidade. Nunca liguei para o dinheiro e o dinheiro nunca ligou pra mim. Nunca fiz nada pensando em dinheiro, sempre estive na contramão do dinheiro. Lembro que quando me formei em História e já tinha diploma de jornalista, me diziam que ganharia mais como jornalista. Mas preferi ser professor. Achei que me daria melhor e que teria mais tempo para pesquisar.

Como você está reagindo na prática à proibição do teu livro? No caso Roberto Carlos em Detalhes estou numa coerência total desde o início. Tudo o que fiz e tenho falado é coerente. Minha advogada está entrando com a minha defesa num processo cível. Não fui citado no processo cível que o Roberto moveu. A editora foi, mas não recebi intimação da Justiça. Isso porque os advogados do Roberto deram para a Justiça o nome de outro Paulo Cesar de Araújo que eles acharam na telelista de Niterói. Este outro Paulo está processando o Roberto por constrangimento.

O que você pede na sua defesa? Que o meu livro possa ser republicado.

Você é historiador, jornalista e professor? Recebe pelas palestras que faz?

Mas você poderia pedir muito mais?

Sou professor da rede pública. Faço

Claro, mas só quero isso.

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Quais os artistas que o apoiaram nessa história da censura?

Você recebe muitas manifestações populares apoiando ou criticando a obra? Sim, do Brasil e de fora. Todas favoráveis. Meu principal advogado é o livro.

Caetano Veloso criticou a atitude do Roberto. Nelson Motta fez uma defesa importante. Zuenir Ventura, Elio Gas-

Alguma especial?

pari, Paulo Coelho também me apoiaram. Lamento a posição do Gilberto

diz: “Roberto, o livro é uma homenagem a você e um presente aos fãs. Que Nossa Senhora o abençoe”.

Gil, não como cidadão, mas como ministro da Cultura deu entrevista e dis-

Como sua família reagiu ao episódio do livro? Sua filha não entende, né?

se que o autor deveria ter procurado o Roberto, dizendo que essa questão da privacidade é coisa grave. Primeiro porque ele está desinformado, tenho falado em entrevistas que tentei durante quinze anos contato com o Roberto. Depois porque lamento que um ministro da Cultura esteja preocupado com privacidade e não com liberdade de expressão no momento em que o livro vai ser destruído.

Achei bacana a de uma menina no site do Roberto. Gostei pela simplicidade. Ela

Pois é, eu pensava que não. Quando saía para entrevistar alguém e a Amanda, hoje com 5 anos, ficava chorando, eu dizia que ia à casa do Roberto Carlos e que ele gravaria uma música pra ela. Punha um CD no bolso e quando voltava mostrava a música para ela. Um dia minha mulher, Liliane, perguntou à Amanda se ela gostava do Roberto Carlos. Para nossa surpresa ela disse: ah, não! Por quê?, perguntou Liliane. Porque ele processou meu pai. Liliane continuou: você então não vai mais ouvir as músicas que o Roberto gravou pra você? Vou ouvir sim, porque essas músicas foram gravadas antes de ele processar meu pai.

Roberto Carlos voltou a cantar Negro Gato. Ele está menos supersticioso? Não vejo tanta evolução. Ele criou tanta coisa, que quando tira uma parece que está melhorando. No dia que ele cantar Quero que Vá Tudo para o Inferno vou dizer que melhorou. O fato de ele cantar Negro Gato é varejo ainda. O Roberto é dogmático, saiu do dogmatismo religioso para o amoroso. Essas manias são ruins para ele. Ele é o rei porque mandou tudo pro inferno, andou a 120 quilômetros por hora, falou acabei com tudo. Se só cantasse o amor positivo desde o início, quem iria se identificar com ele?

Imagina uma ligação do Roberto, pedindo desculpa, voltando atrás na questão da proibição do livro? Você acredita num final feliz para essa história? Já vi tanta coisa acontecer... Acho pouco provável. Não impossível, já que ele agiu assim por desinformação. Não sei se leu o livro, se leu ficou constrangido com várias passagens porque viu a questão do contexto ali. Agora ele está recebendo informações das pessoas que estão lendo o livro, sobre o autor que para ele era mais um oportunista. A vida dele é só isso, oportunistas querendo se dar bem. Aliás, o Roberto só podia ter um livro desse de alguém com a minha trajetória. Tentei explicar isso pra ele lá na audiência. Esse livro não seria feito por alguém da elite brasileira que sempre virou as costas para ele. Sou por acaso um cara que chegou à faculdade com muita dificuldade, trazendo essa informação e essa memória afetiva para produzir esse livro. E estou sendo castigado por isso.


Pontodefuga

Umavisão

1OR $ARLA "RAzJO

do paraíso

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O Chile é um lugar para se contemplar. Tem o frio das cordilheiras, a imensidão do Pacífico, o vinho e a poesia. Tudo de bom do mundo deixou vestígios por ali


O Hotel Pehoe fica em uma ilha dentro do Parque Torres del Paine


Pontodefuga

S

e você é uma pessoa exigente e gosta de um bom vinho, não deixe Saindo da capital Santiago, é O Lago Pehoe é um dos mais bonitos. Pena de ir ao Chile. Se aprecia belas paisagens e se encanta com a natupreciso pegar um vôo até a cique a água gelada não reza: desbrave o interior e a costa chilena. E se gosta de experimentar dade de Punta Arenas, no expermite um mergulho novos sabores e de se aventurar, não tenha dúvida: seu destino é o tremo sul do continente. Depois Chile. O país é conhecido por sua imensa costa no Oceano Pacífico – são mais de aproximadamente cinco horas e de 6 mil quilômetros – e também por abrigar jóias naturais como a Cordilheiduas escalas, o turista enfrenta a sera dos Andes e o Deserto do Atacama. Sem falar da região patagônica, uma de gunda parte da viagem – um “passeio” suas maiores preciosidades.Tanta oferta de atrações deixa o visitante às vezes de três horas de carro ou ônibus até a sem saber por onde começar. Como o país praticamente se estende por toda cidade de Porto Natales, outra surprea costa oeste da América do Sul, viajar por ele requer planejamento e tempo. sa agradável. O cenário é pitoresco e No nosso caso foram sete dias de descobertas e revelações marcantes. A pribastante tranqüilo e, o que é melhor, meira parada foi na ponta sul do país, a deslumbrante Patagônia. com ótimas opções de hospedagem. Um lugar que mescla simplicidade e abundância. Rusticidade com um Até por isso é considerada uma base toque delicado de modernidade.A Patagônia é uma região cercada por monpara a “exploração” da região. Ah, uma tanhas com o topo recoberto de gelo, que divide espaço com uma vegetação revelação importante ao viajante: não árida. A natureza é um show à parte. A fauna e a flora ricas deixam os turistas se assuste ao entrar no quarto do hotel boquiabertos. Mas desfrutar de tudo isso é um desafio. O viajante que quer de Porto Natales, lá não tem televisão. conhecer a Patagônia tem de ter paciência e disposição. É uma viagem longa. Nem tente mudar de hospedagem.Qua-

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A cavalgada é rodeada pela natureza: até o vento gelado tem sabor de aventura

Turistas se aventuram pelas montanhas

Há roteiros de cavalgadas com todos os graus de dificuldade. O desafio são os relevos acidentados

se todos os hotéis da cidade retiraram o aparelho eletrônico dos dormitórios.A medida não tem nada a ver com economia.“Acreditamos que quem vem à Patagônia tem de estar em contato com ela, não é preciso de instrumentos que distraiam, a natureza é a encarregada disso”, conta Alicia Naranjo, gerente do Hotel Índigo, um dos mais modernos e charmosos da região. Confesso: a filosofia do pessoal da região funciona. Depois do susto que levei com o quarto sem a “caixa preta” – uma paulistana agitada que sou – pude enfim relaxar. Mas por pouco tempo. Na seqüência partimos para um dos momentos mais emocionantes da viagem e cheio de aventuras. O primeiro passeio não tem nada de inusitado, pois teoricamente é algo que também podemos fazer Brasil afora: uma cavalgada. Há diversas opções de trilha. Empolgados, optamos por um percurso radical: 18 quilômetros de trajeto em mais de cinco horas de cavalgada. O relevo acidentado e o vento frio acrescentaram ainda mais emoção ao programa.O percurso é tão acidentado e sinuoso que antes


Pontodefuga de se aventurar é preciso assinar um documento se responsabilizando por qualquer acidente, assim como ocorre com os apreciadores do bungee-jump. Felizmente foi tudo tranqüilo, exceto os músculos do corpo que insistiram em relembrar a tarde de cavalgada durante o resto da viagem. Aí vai então outra dica: deixe o passeio para o fim do roteiro. Mas, atenção, não desista! Cavalgar pela Patagônia é uma experiência para guardar para sempre. Não perca a chance de conversar com os gaúchos patagônicos, os tropeiros da região. Além da incrível habilidade com os cavalos,é impressionante como eles parecem fazer parte daquela natureza.Na realidade fazem e são encantadores. São pessoas simples, com um ar inocente. O nosso guia, Caco, da Estância Travel, por exemplo, pedia para que falássemos algumas palavras em português e ria como uma criança com o sotaque e a diferença do idioma.Tímido, não era muito de conversa, mas não economizava sorrisos. Melhor assim,o espanhol da região é difícil de entender.Eles usam muitas gírias e misturam o jeito de falar do chileno e do argentino. Mas nada que atrapalhe a comunicação.

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Torres del Paine: as três montanhas mais famosas da região tornaram-se cartão-postal


Acima, turistas têm à Até porque,nós,brasileiros,temos pisco sour (a famosa bebida chilena). O mais divertido é que os copos, disposição inúmeras um passaporte diferenciado no além do seu teor etílico, vêm com uma linda pedra de gelo diretamentrilhas no Parque Torres del Paine. Chile, como em vários lugares do te retirada das geleiras do Glacial Grey. Isso é uma tradição por lá. E Ao lado, a cachoeira mundo. Falar que somos do Brasil pasmem: o gelo é levemente salgado. de Salto Grande é garantia de recepção calorosa. Além de cavalgadas e passeios de barco, a região de Porto Natales No dia seguinte, ainda com as marcas da permite aventurar-se em passeios de caiaque e emocionantes trilhas. Conhecido cavalgada, fomos ao Glacial Grey, uma excomo um dos grandes destinos da Patagônia, o Parque Nacional Torres del Paine posição de pintura a céu aberto.O passeio une praticamente tudo que um aventureiro persegue: natureza rodeada de obsé feito de barco,dura umas quatro horas e táculos. Patrimônio declarado pela Unesco como Reserva Mundial da Biofera, custa aproximadamente US$ 60. São duas no parque é possível acampar, se hospedar, caminhar de carro ou a pé e, com embarcações por dia,umas às 9 da manhã certeza,tirar muitas e belas fotos.Com uma área total de mais de 200 mil hectares, e outra às 2 da tarde.A visão que se tem das somente 12,5 mil hectares podem ser desvendados, o que não é pouco. Por isso geleiras é de encher os olhos. Além da verreserve alguns dias para se dedicar ao parque e se tiver a chance hospede-se em dadeira parede de gelo é possível perceber algum dos hotéis que ficam dentro da reserva. A paz é impressionante. Imensas o encontro da geleira com o lago,a imagem montanhas e cachoeiras como a Salto Grande fazem qualquer viagem valer a derrete a visão e o coração. Só nos resta a pena. Com uma queda de 20 metros, ela tem uma força incrível. Dá até um certo contemplação. Os blocos de gelo nos receio chegar perto. Lagos também não faltam por ali. O Pehoe é um dos mais acompanham por todo o trajeto da embarencantadores, faltam palavras para definir o que é aquela cor de infinito azul. cação.E surgem novas revelações.Se você A estrutura do parque é de primeira. Tudo organizado.Você pode solicitar pensava que gelo é incolor ou,no máximo, guias ou fazer seu próprio roteiro. Para entrar é preciso pagar 8 mil pesos branco, se engana. As geleiras misturam chilenos (o que equivale a R$ 24). E aí você pode ficar o tempo que quiser azul, verde, cinza e até preto. Isso porque, lá dentro. Mas é tudo registrado, a ficha de controle de entrada mostra o dependendo da quantidade de oxigênio e período que você vai ficar e o que pretende fazer. Assim, os “guarda-parques” de outras substâncias minerais a coloração têm como saber o número de pessoas e onde elas estão. Durante o verão, de é alterada.Ponto auge da viagem de barco: novembro a março, a entrada sobe para 15 mil pesos ou R$ 60. Além de mais um dos guias veste-se de garçom e oferece caro, a alta temporada não é o melhor período para visitar a região. O frio uma bandeja cheia de copos de uísque e que envolve a Patagônia durante o ano todo perde força no verão, quando


Pontodefuga o lugar é tomado por ventos fortes e muita chuva. Os guias recomendam os

Valparaíso num primeiro momento

meses de setembro e outubro como a melhor época para visitar a região. É tempo de primavera, céu claro e preços mais acessíveis.

choca. O lugar é formado por mais de 40 morros habitados, a paisagem mos-

O ápice do parque é avistar os três morros que dão nome ao lugar, as Torres del Paine. Dependendo da posição do sol, a cor dos morros é um

tra um amontoado de casas em ruas muito estreitas e infinitas ladeiras. Até

pouco alaranjada, o que torna a atmosfera quase surrealista. Prefira ir até lá pela manhã, pois as fotos ficam mais bonitas. Contra o sol poente quase não

lembra as favelas brasileiras, mas suas casas coloridas amenizam o cenário

se vê a imagem das torres. Mas, uma coisa é certa, mesmo que você esqueça a máquina fotográfica, a imagem ficará gravada para sempre.

que guarda consigo um pouco da história do país. Algumas carregam até a

VALPARAÍSO E VIÑA DEL MAR

marca do tempo, com a tinta descascada ou aparência enferrujada; outras, já

Mais próxima da capital Santiago, as cidades de Valparaíso e Viña del Mar também são destinos cobiçados. O atrativo principal aqui é a história, a arquitetura e o mar. Também declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, em 2003, Abaixo, o famoso relógio de flores de Viña del Mar. Ao lado, rua de Valparaíso. Abaixo, a Casa da Marinha (à esq.) e um de seus mirantes, no Paseo 21 de Maio

recuperadas, nos levam a uma viagem no tempo. A cidade foi um dos mais importantes portos do país. Durante o século 18, as exportações de vinhos, queijos, couros e outros produtos atraíram muita riqueza para a cidade. Na parte plana, considerada a central, há muitas construções históricas das Forças Armadas e da Marinha chilena. Além disso, inúmeros museus contribuem para mostrar a riqueza cultural do local. Anote esta: nenhum museu abre às segundas-feiras. Apesar da vida em Valparaíso pulsar no morro, é na parte plana que fica o

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Museu Pablo Neruda: o Pacífico, vista predileta do poeta. Sua casa era sua inspiração. Ao lado, imagem de sua sepultura, onde está enterrado com a amada Matilde

centro de comércio e serviços. Isso faz com que os moradores sejam habituados a subir e descer constantemente suas ladeiras. O pessoal que vive por ali costuma dizer que Valparaíso é a cidade das moças de pernas bonitas, por causa do exercício muscular diário.Mas existe um jeito de poupar as pernas. Pode-se subir e descer o morro a bordo de um dos pequenos e antigos elevadores, conhecidos como ascensores. Criados por volta de 1800, há praticamente um para cada morro, só que apenas 13 continuam em funcionamento. Vale a pena. É barato, não sai mais de 200 pe-

sos, equivalente a R$ 0,80. O curioso é que o equipamento não tem motor, é movido por contrapeso. Ligados por uma espécie de roldana, enquanto um ascensor sobe o outro desce. A geografia de Valparaíso favorece ainda as visitas a mirantes. Pequenas lunetas colocadas no alto dos morros dão uma visão completa da cidade. Um dos principais miradores, como chamam os chilenos, fica no Paseo 21 de Maio. A ruazinha tem ótimas barraquinhas com lembranças para se levar para a casa. Aqui, ao contrário da Patagônia, os suvenires não são tão caros. E a grande quantidade de brasileiros que visita a região já faz os ambulantes aceitarem o pagamento em reais. Quase como uma continuação de Valparaíso, Viña del Mar tem praias que são muito apreciadas por chilenos e por turistas.A temperatura da água é que não é muito convidativa – vai de 9º a 14ºC. Por uma questão até cultural, os nativos são praticamente os únicos que se aventuram nas águas frias. Nas areias, todos curtem a praia de roupa – calça jeans, moletom, tênis – uma cena inusitada para brasileiros, acostumados a trajes pra lá de descontraídos. Um dos pontos mais visitados da cidade é o relógio de flores, um jardim esculpido, que realmente funciona. A praia mais famosa da cidade é a Reñaca, que significa praia grande de areia amarela na língua indígena. Ao chegar no fim da orla o visitante é presenteado com uma colônia de leões-marinhos. São mais de 50 animais que emitem um som um tanto assustador, que lembra o uivo de um leão, mas é muito divertido.


Pontodefuga O CHILE É UMA POESIA

e um closet com roupas e objetos do po-

Um dos personagens chilenos mais ilustres, Pablo Neruda, merece um capítulo à

eta dão vida ao lugar. O Museu Pablo Neruda foi uma das três

parte. Se já não bastasse a beleza e a sensibilidade reconhecidas em seus versos, o escritor deixou ao país um verdadeiro tesouro: sua casa.O Museu Pablo Neruda, que fica na praia de Isla Negra, a pouco mais de uma hora da capital, é parada obrigatória. A casa foi projetada pelo próprio poeta e levou 35 anos para ficar pronta.Durante todo esse período,Neruda viveu nela.Lugar de inspiração de grande parte de suas obras,a residência parece ter sido inspirada nos versos que escreveu. A começar pelo formato. Estreita e muito longa, Neruda costumava associar sua casa à geografia chilena. Na parte de dentro uma infinidade de objetos fazem sua decoração exótica e única.A visita é guiada,feita em grupos de até oito pessoas e custa 3 mil pesos por pessoa (R$ 12). Os guias são profundos conhecedores da vida e da obra do autor. Conduzem os visitantes pelos cômodos e contam a história de vida de Neruda como se estivessem recitando poemas. Muitos vidros e muitas cores. A casa tem uma visão aberta para o mar, a maior inspiração do“marinheiro em terra”, como ele mesmo se definia.Algumas janelas têm vidros coloridos, pois o poeta costumava dizer que as cores são também fontes de inspiração. Suas canetas preferidas eram as verdes. Ele associava a cor ao amor e à esperança. A cor era ainda um jeito de agradar os amigos, ele tinha muitos.A enorme coleção de taças coloridas tinha também a função de agradar os amigos. Aos mais queridos, ele sempre oferecia bebidas em copos amarelos, verde e vermelho. Os demais, ficavam com as taças transparentes. O poeta não se considerava um colecionador,se autodenominava um“coisista”. Gostava de coisas. Na casa é possível conhecer um pouco de suas manias. Tem uma infinidade de conchas, insetos, mapas, garrafas com pequenos navios dentro e até aquelas garrafinhas com esculturas de areia,muito características do Nordeste brasileiro, não por outra razão, presentes do amigo Jorge Amado. Sempre dava significado aos objetos que colocava em sua casa, todos faziam parte do seu processo criativo. Além de poeta, ele brincava de ser arquiteto. Quando se casou com sua eterna amada,Matilde Urrutia,ele construiu um novo dormitório.Subindo uma pequenina escada chega-se ao quarto do casal apaixonado.A cama branca fica na diagonal para aproveitar a visão das duas janelas.A penteadeira de Matilde

casas que o escritor teve no Chile, mas, sem dúvida, seu cantinho mais querido. Foi desejo dele ser enterrado ali. Apesar de todas as honras que deveria receber, o poeta que sempre reverenciou sua terra natal e seu povo não conseguiu fazer valer sua vontade.Nem morto os militares desistiram de persegui-lo. Quando morreu em 23 de setembro de 1973 foi enterrado na capital Santiago. Somente em 1992, seu corpo e de sua amada Matilde, que faleceu em 1985, foram exumados e finalmente levados para a Isla Negra. Os amantes estão sepultados juntos. Assim, a sensação que se tem andando pela casa é que o amor dos dois e a poesia de Neruda não morrerão jamais. A ARTE DE BRINDAR E SABOREAR Os vinhos chilenos já são reconhecidos, dispensam apresentação mais detalhadas. A novidade na região vinícola de Casa Branca,a cerca de 80 quilômetros de Santiago, é a vinícola Matetic. Situada no Vale de San Antônio, a casa pode ser considerada a caçulinha de ouro do Chile.Criada em 1999 pela família Matetic, de origem croata, já na primeira colheita, em 2001, uma de suas marcas – a Matetic Syrah San Vinícola Matetic: apesar da jovialidade, vinhos com status e reconhecimento internacional

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Antonio EQ 2004 – entrou no ranking dos cem melhores vinhos do mundo da seleta lista da revista Wine Spectator’s, uma das maiores autoridades no assunto. A vinícola está aberta a visitações, possui um tour guiado com direito a degustação.Além disso,tem um restaurante e três luxuosos dormitórios que podem ser alugados. Se já não bastasse o vinho, a beleza da fazenda Matetic justifica a visita. São 10 mil hectares de terras, sendo 90 deles com vinhedos e várias atrações como cavalgadas e passeios de bicicleta. Mas o lugar é para poucos. Quem resolver descansar por lá vai pagar de US$ 250

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Os preços dos pacotes para a região da Patagônia variam bastante durante o ano. Na baixa temporada é possível encontrar roteiros de quatro dias (com hospedagem e traslado) a partir de US$ 1.100. A empresa chilena First Premium Travel possui inúmeros tipos de pacote e preços promocionais e boa parte dos guias fala português. www.firstpremium.cl A CVC também oferece uma série de pacotes para o país. Há roteiros para a capital Santiago, com passeios em Viña del Mar e Valparaíso (com quatro noites de hospedagem e passagem aérea) a partir de R$ 1.400. www.cvc.com.br Caso queira viajar sem pacote é possível comprar passagens aéreas da companhia Lan Chile e da GOL.

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a US$ 450 a diária. Não tão disseminado mundo afora como os vinhos chilenos,

Não é necessário passaporte para entrar no país. No entanto, é preciso apresentar o documento original de identidade. (Precisa ter uma foto recente.)

o tradicional pisco é muito apreciado na região. Bebida feita à base da aguarden-

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te da uva, os chilenos costumam servi-lo como aperitivo, antes das refeições. Há muitas maneiras de prepará-lo,acrescentando vários ingredientes.O mais comum é o pisco sour, que leva limão, açúcar e clara de ovo. Assim como os vinhos,a culinária chilena também tem uma infinidade de boas opções. A comida em geral tem muitas carnes, de gado, cordeiros e ovelhas.Além da imensa variedade de frutos do mar.São mariscos,camarões,lagostas e uma série de espécies de peixe para todos os gostos. Os pratos típicos como empanadas (espécie de esfihas recheadas) e o Lomo a lo Pobre (filé com batatas fritas, cebolas fritas e ovo) são garantia de satisfação e são servidos por todo o território chileno.Por essas e por outras é que o Chile é encantador.Pablo Neruda disse certa vez sobre o país:“Se tivesse de nascer mil vezes. Ali quero nascer. Se tivesse de morrer mil vezes.Ali quero morrer”. Palavra de poeta.

Coco Loco – O restaurante é uma ótima opção. A casa possui um espaço panorâmico e giratório. É possível apreciar pratos típicos com uma vista geral da cidade. A especialidade da casa são os frutos do mar. Um almoço completo, com entrada, prato principal e sobremesa sai por aproximadamente 13 mil pesos (ou R$ 52). Endereço: Calle Blanco, 1781 – 21º e 22º andar. www.cocolocogiratorio.cl

Restaurant Montealegre – Dentro do Hotel Casa Higueras, localizado no Cerro Alegre, o Restaurant Montealegre possui um terraço amplo e uma decoração aconchegante. A cozinha não deixa a desejar. Experimente o risoto de frutos do mar ou qualquer dos inúmeros pratos que levam mariscos típicos da região. A carta de vinhos da casa também é excelente. Endereço: Calle Higuera, 133 – Cerro Alegre. www.hotelcasahigueras.cl Brighton – Uma mistura de hotel, restaurante e café, o Brigton fica no morro vizinho ao Cerro Alegre, o Cerro Concepcion. Bem no alto do morro, possui uma vista interessante da parte plana da cidade. O menu possui sugestões de combinados, com destaque para o Menu Brighton que tem entrada carpaccio de salmão e opção de prato fundo de churrasco ou merluza, ambos com toques de ingredientes locais. O combinado tem ainda entrada, pisco sour como aperitivo e sobremesa. Tudo por 5.800 pesos (ou R$ 23) Endereço: Pasaje Atkinson 151-153. Tel.: (56) 32-22-3513

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No caminho entre as cidades de Punta Arenas e Porto Natales uma opção de parada para o lanchinho (e quase a única) é o restaurante do Hotel Pousada Rio Rubens. A casa é bastante rústica e preserva seu estilo. Construído em 1929, o local faz você começar a se sentir na Patagônia. Aqui é um local interessante para saborear pratos típicos como Lomo a lo Pobre 5 mil pesos (ou R$ 20). Há ainda opções de sanduíche feitos com pão caseiro.

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Antes de ir, visite o site do Turismo Chile. A página possui dicas de destinos, informações de hotéis e sobre os pontos turísticos da cidade. www.turismochile.cl


Espaçoeidéias

Viver a

cores

O brasileiro adora o branco.

esde os tempos em que vivia em Sorocaba, no interior de São Paulo, a decoradora Neza Cesar já chamava a atenção com suas roupas coloridíssimas. Quando veio morar na capital paulista com uma tia começou a colorir a casa dela.“A tia Maria Helena nunca se importou, ela dava asas a minha imaginação”, recorda. Os móveis tradicionais ganharam vida e inspiraram a artista plástica a fazer disso sua profissão. Antes, na década de 80, Neza lançou uma grife, a Workout, que tinha como marca registrada peças multicoloridas. Já são 18 anos de tra-

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Fotos: Rogério Assis

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Não a decoradora Neza Cesar. Ela defende


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as cores como forma de alegrar e energizar os ambientes da casa

Na sala de jantar, Neza Cesar (na pĂĄg.ao lado) misturou as cores beringela, amarelo e turquesa. E acertou em cheio


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A mistura de cores está presente no quarto de Neza: o vermelho beaujolais na base da parede abraça todo o quarto. Os tons de verde e azul do mar refrescam o ambiente

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balho e estudos sobre o tema. Hoje Neza veste casas e apartamentos de clientes arrojados. Sua casa, no sofisticado bairro paulistano do Morumbi, é o melhor exemplo de sua ousadia. É difícil dizer uma cor que não tem ali. Só que tudo é harmonioso e muito bem pensado. “É preciso ter talento para lidar com as cores. A mistura de tonalidades pode ficar muito chique ou muito brega”, diz Neza. O talento é nato, mas a falta dele não é um impedimento para criar e recriar a decoração da casa. Neza sugere um exercício simples. “Contemple a natureza. Quando estiver numa

praça, observe com mais atenção todo o colorido que está a sua volta: o azul do céu, o verde das árvores, as cores das flores, dos pássaros, os tons de terra”, ensina ela.“Se achamos bonito o que vemos na natureza, por que não transportar isso tudo pra dentro de casa?”, pergunta a decoradora. Antes de mais nada,pense: se você não gostar da cor de tinta que escolheu, tudo bem. É só mudar. A partir daí, vale tudo. Desde as cores clássicas,como o beringela,vermelho beaujolais (vivo),verde-garrafa e amarelo-ouro até os tons mais exuberantes, como laranja e rosa-choque. Marrom, preto e caramelo pedem cautela e



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A combinação de cores quentes e frias alegram o quarto da filha de Neza. Parede turquesa suaviza os tons fortes das almofadas e colcha


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devem ser usados como complemento. A chance de acerto é maior com a mistura de cores quentes e frias. O quarto de Neza,por exemplo,é uma grande aquarela. O vermelho beaujolais aplicado na base da parede abraça todo o quarto, o azul hortênsia cobre o restante do espaço e o verde-marinho aparece nas molduras dos quadros. Nas salas da casa não há limite de cores. O living leva amareloouro na espreguiçadeira, vermelho no sofá e preto na lareira. A sala de jantar é um caso à parte: parede beringela, tela amarela e cadeiras azuis.Tudo em perfeita harmonia. Então, quem se animou a mudar o astral da casa,mãos à obra.“Pintar parede é um dos meus programas preferidos”, confessa Neza.Alguém duvida?

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Vermelho, amarelo, preto, azul-hortênsia, verde, tudo em perfeita harmonia no living (acima e pág. ao lado). A cômoda antiga ganha graça com a aplicação de tecidos florais


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ACERTOS E ERROS Misturar cor quente e fria no mesmo espaço. Cores quentes ficam bem se aplicadas na parte inferior da parede, a partir do piso, porque ela envolve todo o ambiente. Os tons frios, como verde e azul do mar, ficam bem na parte superior, eles dão uma sensação de frescor. Respeite seu momento. Sabe aquela cor que cismamos de vez em quando e só queremos nos vestirmos com elas? Pois é, com a casa é igual. Pinte as paredes sem medo com o tom que lhe agrada. Se enjoar, é só pintar com outra tonalidade. As cores do bem: beringela, a cor da ametista,transforma energias negativas em positivas.Verdes suaves, como o lavanda, são muito usados em hospitais,dizem que ajudam a promover a cura.Um bom lugar da casa para aplicar essa tonalidade é o living, onde as pessoas se encontram. As cores do mal: marrom,preto e bege caramelado causam depressão,preguiça e tristeza. Nunca use-as como cor principal, apenas como complemento. A cor aplicada em paredes que recebem muita luz natural pode ter cores mais robustas.A mistura de luminosidade com tons pastel deixa o ambiente muito claro. Em casos de cores vizinhas, quando uma parede faz quina com a outra, escolha duas cores fortes ou duas suaves para não fazer sombra.

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Olhar moderno no clássico: no detalhe do living e da copa (abaixo), cores fortes dão ar de modernidade a peças tradicionais



Fotos: Rogério Assis

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Terraço com sabor

A cozinha finalmente ganha papel de destaque. Para receber os amigos num ambiente mais intimista e aconchegante, ela invadiu a parte externa da casa e agora atende pelo nome de terraço gourmet

A

cozinha é o lugar mais popular da casa. Todo mundo sabe. A constatação propiciou o surgimento de uma nova tendência na prancheta dos arquitetos: o terraço gourmet. O espaço é uma extensão da cozinha, equipado com churrasqueira, pia, mesa e todos os acessórios imprescindíveis para quem gosta de preparar pessoalmente e de forma descontraída os pratos que serão servidos aos amigos. Foi exatamente essa a razão que levou o chef Sergio Arno, um dos nomes mais respeitados da gastronomia brasileira, a priorizar esse espaço no projeto da sua recém-inaugurada casa, no nobre bairro do Jardim Europa, em São Paulo.“O mundo está muito moderno, estamos todos querendo voltar às raízes, nos reunir em casa, resgatar os livros de receita”, diz Arno. O próprio Arno projetou o terraço gourmet da sua casa, que fica entre a garagem e a cozinha. Ele mesmo escolheu os equipamentos, os móveis e objetos que fazem

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A mesa e os bancos de madeira são protegidos pelo teto de bambu, que suaviza a entrada de luz. Se chover, é só fechar a cobertura de plástico transparente sanfonado. Na pág. ao lado, Sergio Arno, o dono da casa


Espaçoeidéias

Vista da cozinha a partir do terraço gourmet: a ligação entre os dois ambientes facilita a vida do cozinheiro. Arno usa o espaço para receber amigos e testar novas receitas

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do ambiente um cantinho pra lá de aconchegante. O lugar tem fogão e forno a lenha e churrasqueira. Uma mesa retangular de madeira, com bancos do mesmo material, serve de apoio para o cozinheiro e outra mesa redonda ajuda a acomodar os convidados. A praticidade é valorizada. Um suporte de metal que cobre toda a extensão da pia deixa os temperos e as ervas à mão do cozinheiro. Assim como o terraço, que dá acesso direto à cozinha pela porta e por uma ampla janela que fica aberta para facilitar o passa-passa de panelas, louças e alimentos que estão guardados dentro da casa, na geladeira ou na despensa.Tarefa que Neide, assistente que trabalha há 14 anos com o mestre da gastronomia, faz com a eficiência de uma instrumentadora cirúrgi-

ca.“A Neide é a mulher mais famosa e invejada da rua. O Sergio Arno cozinha pra ela todo dia”, brinca o gourmet. O acabamento fica por conta dos azulejos brancos com detalhes em motivos de frutas e legumes, das paredes pintadas num tom de baunilha e das janelas e portas que levam a cor verde-turquesa. O toque final é o revestimento do teto, feito de bambu e coberto por um plástico transparente sanfonado, que pode ficar aberto ou fechado, ao sabor do clima lá fora. Nos dias de sol, os bambuzinhos permitem que uma discreta luminosidade natural invada o ambiente. Se chover, é só fechar a cobertura plástica sanfonada. E o que Arno apronta nesse espaço? Além de receber os amigos e da já tradicional rodada de pizza às


Ao lado, vista do terraรงo a partir da janela da cozinha. Acima, mesa redonda integra o ambiente ao jardim


Espaçoeidéias

O forno a lenha é o mais requisitado do pedaço: além das pizzas, o equipamento substitui a churrasqueira na hora de assar carnes: sem fumaceira, como ensina Arno

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Acima, a deliciosa vaca atolada e arroz com costelinha de porco, couve e milho sobre o fogão a lenha. Tudo preparado por Arno. Abaixo, pia e suporte para deixar todos os temperos à mão

quartas-feiras – quando seu pai, seu Carlos, de 71 anos, se reúne com a turma do tênis para fazer umas redondas na casa do filho – Arno fez do espaço o seu quartel-general para testar novas receitas, que guarnecem o cardápio dos oito restaurantes que administra. Foi lá que descobriu, por exemplo, que um bom churrasco não precisa necessariamente ser feito em uma churrasqueira.“Faz muita fumaça”, reclama. Agora, ele assa as carnes no forno a lenha.“Basta colocar a carne numa forma inoxidável com grelha acoplada e em poucos minutos

ela estará macia e saborosa, sem fumaceira”, ensina. Para os amigos ele também gosta de preparar comida caipira, mineira e baiana. Ao construir o terraço gourmet, Arno trouxe para dentro de casa lembranças da sua história.“Esse pedaço lembra a minha infância, vivida em grande parte na fazenda da família em Campinas”, conta o empresário da gastronomia, enquanto prepara uma vaca atolada e um arroz com costelinha de porco, couve e milho, que a equipe da Cyrela teve a sorte de saborear ao lado do chef.


Coisas sem as quais... O

nome Joyce Pascowitch está di-

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retamente ligado ao glamour, à modernidade, à renovação. Tudo que a jornalista faz acaba ganhando um toque de vanguarda. E não podia ser diferente quando ela criou a Casa Glamurama,um ambiente de trabalho (onde funciona o site Glamurama e a revista Joyce Pascowitch) com cara de casa.“Eu me sinto

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totalmente à vontade aqui. Tenho até uma sala de ioga”, diz a jornalista. O local, decorado com grifes moderninhas como Micasa, é amplo e tem até jardim de inverno. Tudo é muito charmoso e pensado nos mínimos detalhes. Um despojado chique. Na sala da jornalista desfilam quadros

de moto customizada pelo estilista inglês Paul Smith. Ao fundo, um som baixinho, vindo de um rádio.“Falaram que se você deixar uma música bem levinha, ajuda na sua concentração”, acredita Joyce.

Fotos Helcio Nagamine

de Isabelle Tuchband, plantas exóticas e pequenos mimos, como uma miniatura

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+OYCE 1ASCOWITCH

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1 ALMODOVAR Joyce, assim como o cineasta Almodovar, adora vermelho. Esse abajur é da Wall Lamps. 2 QUERIDINHA A jornalista adora as obras de Isabelle Tuchband. 3 ESPAÇO Os jornalistas que trabalham com Joyce dispõem de um amplo jardim de inverno. A decoração é assinada por Isay Weinfeld. 4 ANOS 50 O modernérrimo banheiro anos 50 também tem a assinatura de Isay Weinfeld. 5 NOMES FAMOSOS Essa poltrona, que fica na sala de Joyce, leva o nome de duas marcas reconhecidas. É da Micasa, com tecido da estilista Adriana Barra. 6 REPETECO Está na cara: esse vaso também é de Isabelle Tuchband. 7 MODERNA Quem pode ter uma cozinha inteira da Viking? Joyce pode. A decoração é de Marcio Kogan. 8 PLUS A sala de espera da Casa Glamurama ganha um charme a mais com essas cadeiras da Micasa, cheia de revistas.

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Social

No sentido horário, a partir da esq.: Chico Maia, idealizador do projeto, Charles (vendedor e egresso), Maitê, artesã e braço- direito de Chico na ONG, e Elaine (vendedora e egressa)

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gra des AlĂŠm das

A Arte que Liberta achou uma lacuna no sistema carcerĂĄrio brasileiro:

a inclusĂŁo social. A ONG criou oficinas de artesanato para atender presidiĂĄrios e ex-condenados

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que se pode esperar de uma menina de famĂ­lia humilde que aos 4 anos viu o pai matar a mĂŁe? Se jĂĄ nĂŁo bastasse, depois da tragĂŠdia foi morar com a avĂł materna que a rejeitava por culpĂĄ-la pelo episĂłdio. Sem pai nem mĂŁe, ela teve o destino de muitas outras crianças abandonadas: a rua. LĂĄ, logo aprendeu a batalhar pela sobrevivĂŞncia. A primeira lição que teve na escola da vida foi como “puxarâ€? relĂłgio na praça da SĂŠ, seu novo endereço, no centro de SĂŁo Paulo. Precisava sustentar o vĂ­cio. É, aos 8 anos ela jĂĄ era viciada em crack. A medida que foi crescendo as aulas ficaram mais complexas e as tarefas mais perigosas. Aos 18 foi presa por assalto Ă mĂŁo armada e pegou uma pena de dez anos, cumpriu seis e estĂĄ em liberdade condicional. É difĂ­cil mesmo acreditar que alguĂŠm com uma histĂłria de vida tĂŁo conturbada encontre forças para tocar a vida pra frente. A dona da histĂłria, a paulistana Elaine Cristina da Silva, encontrou. No


Social

Depois de cumprir pena, Elaine descobriu seu talento na Arte que Liberta: ela cuida das vendas no showroom

meio do caminho ela se deparou com a Arte que Liberta, uma ONG que surgiu em 1999, na Bahia, com o objetivo de dar oportunidade de trabalho aos detentos da Penitenciária Lemos Brito, em Salvador. A ONG, voltada para a produção de artesanato, cresceu e passou a atuar também em São Paulo. Elaine foi indicada para trabalhar com o grupo e lá descobriu seu verdadeiro talento: vendas. Hoje cuida da área de atacado no showroom da entidade, em São Paulo. Aos 31 anos, Elaine se considera uma pessoa de sorte. Afinal, não é fácil para um expresidiário achar trabalho. É justamente essa a maior preocupação da Arte que Liberta. Ela nasceu da missão que o artista plástico baiano Chico Maia se impôs: dar oportunidade aos presidiários de aprenderem um ofício e de ganharem dinheiro durante o cumprimento da pena. Maia trabalhava com restauração de móveis e aos poucos transferiu seu ateliê para dentro do

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presídio. “Ali conheci pessoas sem perspectiva, choveu bilhetinho de presos querendo trabalhar comigo”, lembra. Ele aprendeu que dentro da penitenciária tem dois tipos de gente. O bandido social, que não quer se reerguer e acha a vida do crime mais prazerosa, e o bandido que está lá por má sorte, aquele que se tiver uma oportunidade voltará a integrar-se à sociedade. Elaine faz parte do último caso. Assim como o baiano Charles Cosme de Oliveira Jesus, 34 anos, colega de Elaine na loja de São Paulo. Ele foi preso e inocentado pela Justiça após seis anos e quatro meses de reclusão. Atrás das grades trabalhou na oficina da Arte que Liberta, onde aprendeu várias técnicas de pintura, como a pátina. Livre da acusação, hoje é vendedor na loja da entidade, em São Paulo. “Tô muito feliz, faço o que gosto”, diz Jesus. E é gente como Elaine e Charles que inspiraram Maia a encontrar um jeito de ampliar a atuação da ONG para fora do presídio. A sua percepção é fundamentada nas estatísticas do Departamento Penal Nacional, que mostra um índice de 70% de reincidência entre ex-presidiários. Revela também que quando o preso desenvolve algum tipo de atividade ocupacional

Banco de ferro e porta-objetos de piaçaba


durante o cumprimento da pena esse número cai para menos de 5%. Em países como Estados Unidos e Canadá é uma obrigação do Estado oferecer essa oportunidade à população carcerária. Mas isso não ocorre por aqui. “No Brasil as empresas usam eventualmente mão-de-obra carcerária porque é mais barata. Falta um compromisso com um programa de inclusão social”, alerta Maia. A Arte que Liberta decidiu fazer seu papel. Firmou parcerias com grupos privados para criar cooperativas que ofereçam trabalho para ex-presidiários. A rede varejista Wal-Mart apostou na idéia e viabilizou a formação da primeira cooperativa da Arte que Liberta em Salvador, que conta com cinco egressos da vida carcerária. Outros 15, enquanto cumprem pena, trabalham na oficina do presídio baiano, mas assim que saírem já terão um trabalho garantido na cooperativa. O Wal-Mart também está à frente do Projeto da Penitenciária Feminina da Capital, em São Paulo, onde as presas estão começando a produzir peças de tear e confecção feminina. A Petrobras foi a primeira a acreditar na idéia da Arte que Liberta. Patrocinou o projeto da Penitenciária de Salvador e agora apóia o mesmo trabalho na Penitenciária Doutor José Parada Neto, de Guarulhos (SP). Existem outros casos de egressos que após aprenderem o ofício na prisão saem de lá e conseguem uma colocação na área. “Isso mostra pra gente que estamos no caminho certo. O trabalho reconstrói a estrutura familiar e no fim beneficia a nós mesmos, a sociedade”, diz Maia. Desde 2000 ele conta com a ajuda da artesã de velas Maytê Lopes, que conheceu o trabalho no presídio da Bahia, se apaixonou pelo projeto e, mais tarde, por seu idealizador. Hoje, Maytê e Maia são casados e tocam a ONG juntos.

Ferro, madeira e materiais reciclados variados viram peças de design pelas mãos de presidiários: questão de oportunidade


Social

Luminária e abajur de piaçaba e vela, com detalhe de borboleta

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Os produtos confeccionados pelos artesãos da Arte que Liberta chamam a atenção de segmentos varejistas. A BR Mania, da rede de postos da Petrobras, vende seus produtos nas lojas de Salvador e São Paulo. A rede de móveis e objetos para casa Tok&Stok encomendou uma linha de piaçaba para comercializar com exclusividade em suas lojas. A Ornare, fabricante de móveis, doa sobras de madeira que os artistas da Arte que Liberta transformam em peças que dão bom retorno para a ONG. Caso da cristaleira à venda no showroom por R$ 700 ou a cômoda, que custa R$ 500. Instalada num bairro de classe média alta de São Paulo, o Itaim Bibi, a loja tem atraído muitos curiosos. Não é para menos, o pessoal que sonha com a liberdade produz objetos lindíssimos – de cadeiras, luminárias, mesas até velas, bandejas, suportes de mesa e objetos de decoração. É a melhor resposta para quem acreditou neles.



Garfo e taça O MELHOR DA

GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA POR RICARDO CASTILHO*

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A explosão do

café Nossa popular bebida nunca teve qualidade tão alta como agora. As opções de tipos e blends são cada vez maiores

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a mesma maneira que estamos nos acostumando a fazer com os grandes vinhos, um bom café deve ser degustado com calma e,até,com algum ritual. Preparado na hora, no coador ou em máquina de expresso e servido na xícara ideal -- pequena, estreita e com o fundo ligeiramente arredondado --, ele vai liberando seus aromas e conquistando o paladar. Nos últimos anos, com a melhora de qualidade, o surgimento de diversas marcas e de tipos especiais, o brasileiro começou a valorizar muito sua bebida mais popular e, claro, apreciar suas nuances. O café necessita de solo e de climas favoráveis para dar frutas adequadas, colheita e secamento perfeitos dos grãos e, para finalizar, torração e moagem no ponto certo. Para nosso prazer, a bebida que tomamos hoje é, em geral, de grande qualidade. Produzimos cafés que estão entre os melhores do mundo e estamos a cada dia ganhando o reconhecimento e respeito internacional. A Illycaffé, por exemplo, torrefadora italiana que produz um dos mais respeitados e melhores pós para café expresso, utiliza 60% de grãos brasileiros, do tipo arábica, em seu blend. Mas não é só isso. Redes internacionais como a americana Starbucks e a Nespresso, do grupo Nestlé, aportaram com força por aqui, e já fazem grande sucesso.Além delas, diversas cafeterias, com bom café expresso, e butiques especializadas no produto, que oferecem grãos de muitos atributos e de diversas procedências, permitindo ao cliente fazer na hora da compra seu próprio blend, misturando cafés de regiões diferentes, começaram a surgir e a ganhar o gosto do consumidor.


A ORIGEM DO CAFÉ Como acontece com a história de diversas bebidas, não há evidência real sobre a descoberta do café. Inúmeras lendas e suposições cercam sua origem. Uma das mais aceitas e divulgadas é a do pastor Kaldi. Conta que, por volta do ano 800, nas montanhas a sudeste da Etiópia, na África, ele notou que as cabras de seu rebanho, ao comerem as frutas vermelhas de um certo arbusto, ficavam agitadas e cheias de energia. Intrigado, Kaldi recolheu algumas das frutinhas e comentou o fato com o abade do mosteiro em que trabalhava. Curioso e pesquisador incansável, o bom abade logo tratou de fazer e experimentar uma beberagem com a tal planta, que o deixou muito mais disposto. Isso causou uma pequena revolução em sua abadia, já que acabou com a sonolência dos monges durante as orações. Lendas à parte, da Etiópia o café migrou para a Arábia, onde, no século 10, os árabes descobriram o sabor da bebida preparada com água fervente. O nome café vem do árabe Kahoua ou Qahwa (o excitante). Durante muito tempo, até início do século 17,os árabes conseguiram proibir a saída de mudas e da bebida da região. Por esse motivo o café era conhecido como vinho da Arábia.Os primeiros a conseguirem tal feito foram os mercadores venezianos,que conseguiram levar para a Itália grãos já torrados, e holandeses, que plantaram suas mudas em estufas no Jardim Botânico de Amsterdã.Não demorou muito e as primeiras mudas e sementes já estavam sendo contrabandeadas, chegando a França, para, em seguida, partirem para a Martinica e Guiana, territórios franceses.

Foi graças a uma certa malandragem que a bebida entrou no Brasil. O desbravador brasileiro Francisco de Melo Palheta, por volta de 1727, de passagem por Caiena, capital da Guiana Francesa, enamorou-se de Madame Claude D'Orvilliers, esposa do governador local.A paixão, ao que tudo indica, foi correspondida, já que na partida de Palheta, a dama lhe ofereceu um vaso com flores, onde escondeu algumas mudas de café. No Brasil, Palheta passou a cultivar as mudas no estado do Pará. Atualmente, os melhores cafezais brasileiros estão no Cerrado mineiro -região de Patrocínio, Uberaba e Patos de Minas. Sua qualidade é seguida de perto pelo sul de Minas -- Guaxupé e Poços de Caldas -- e pela região da Mogiana -- Franca, Mococa, São João da Boa Vista e Altinópolis, no estado de São Paulo. Além de ser um dos produtos mais consumidos do mundo, o café também tem seu lado esotérico. Conta-se que a borra formada pela bebida na xícara tem o poder de revelar fatos sobre o futuro de quem saboreou seu conteúdo.Até mesmo algumas importantes decisões da história teriam sido tomadas através dessa leitura. Portanto, não perca tempo. Corra para preparar seu tipo preferido de cafezinho, no mínimo, o prazer será garantido.


Garfo e taça O MELHOR DA

GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA

Receitas com café BALA DE CAFÉ Rende 80 unidades 2 xícaras (chá) de leite 1 xícara (café) de café bem forte 2 colheres (sopa) de manteiga 2 colheres (sopa) de farinha de trigo 3 colheres (sopa) de mel 1 gema 2 xícaras (chá) de açúcar 1 Misture todos os ingredientes em uma panela e leve ao fogo, mexendo de vez em quando, até ferver e formar uma massa pesada, que se desprende do fundo da panela. 2 Despeje a massa sobre uma superfície lisa e untada com manteiga e deixe esfriar. 3 Corte quadradinhos de bala ou do formato que desejar, usando uma faca polvilhada de farinha de trigo para facilitar a operação. 4 Embrulhe as balas em papel-celofane. 5 Guarde em pote fechado com tampa. ABACAXI COM CAFÉ 3 doses CAFÉ IRLANDÊS 1 dose 2 doses de café expresso 1 dose de uísque Chantilly e chocolate em pó Coloque em uma taça o café e o uísque.Finalize com o chantilly e, por cima,polvilhe o chocolate.

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250 ml de suco de abacaxi 4 cubos de gelo de café (a bebida que sobrou pode ser congelada e usada em receitas) 5 folhas de hortelã 1 bola de sorvete de creme 4 colheres (sopa) de leite condensado Bata tudo no liquidificador e sirva imediatamente.


Grandes marcas

Tipos cultivados A

s duas espécies de café cultivadas no mundo são o arábica e o robusta -- e apenas no Brasil são encontrados os dois tipos. O arábica é o café mais fino, com sabor adocicado e aroma agradável. Somente ele contém as variações de corpo e acidez encontradas nas melhores marcas. Deve ser plantado em regiões montanhosas, de preferência acima dos 800 metros de altitude, sob chuvas abundantes e muita sombra. Já o robusta tem gosto levemente amargo, sem sabores variados, acidez mais baixa e que pode ser cultivado ao nível do mar. É muito utilizado nos cafés solúveis.

Uma seleção com dez das

s Café Floresta s Fazenda Águas Claras s Astor s Bravo s Pessegueiro s Santa Mônica s Turmalin s Black Gold s Suplicy s Santo Grão

Café e saúde

melhores marcas do mercado

s O consumo diário de café melhora a parte intelectual e estimula a memória da pessoa. A cafeína e a lactona são estimulantes do cérebro, deixando-o mais atento.

s Após as refeições, a menos que você tenha úlcera, o café é benéfico, porque provoca a secreção do suco gástrico, apressando a digestão.

s O consumo diário de até seis xícaras de café pode prevenir o surgimento do diabetes tipo II, não devido à cafeína, mas talvez aos ácidos clorogênicos, seus metabólitos ou aos minerais como o magnésio.

s Novos estudos, ainda em andamento, apontam o possível benefício de seu consumo na prevenção da depressão, tabagismo, alcoolismo e mesmo infarto do miocárdio.

*RICARDO CASTILHO É DIRETOR DA REVISTA PRAZERES DA MESA


Espaçoeidéias Segurança

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Segurança total As empresas do ramo usam todos os recursos tecnológicos para garantir tranqüilidade aos moradores de condomínios. Mas o homem ainda é peça fundamental no combate à criminalidade. Por isso,vale até detector de mentira na hora de contratar pessoal. 1OR $ARLA "RAzJO

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magine um homem alto, bem vestido, falando ao celular de uma forma exaltada se aproximando da guarita do seu prédio. Ainda ao telefone, ele ordena: abra o portão. O que você acha que o porteiro deveria fazer? Não obedecer, é claro. Mas não foi o que aconteceu quando o israelense Ronen Ben-Efraim conseguiu entrar em um grande condomínio de São Paulo. Temendo que o sujeito fosse alguém importante, o funcionário simplesmente cumpriu a ordem, sem titubear. Efraim não morava no edifício, não conhecia ninguém de lá e mesmo assim conseguiu o que queria. A sorte é que ele não é um bandido de verdade. Ao contrário, o trabalho dele é proteger pessoas. Seu currículo é invejável. Um dos mais experientes homens do exército israelense, já fez serviços especiais para o governo de Israel, respondendo até mesmo pela segurança das embaixadas de Israel em Brasília e em São Paulo. Hoje Efraim dirige a empresa de consultoria em segurança Global Advising (GA), há cinco anos no Brasil. A simulação acima é na verdade a principal estratégica do seu negócio: pensar e agir como os ladrões.“O agressor colhe informações e depois prepara sua ação. Nós fazemos o mesmo: pensamos como ele e identificamos onde podemos atacar para nos defendermos”, diz Efraim,“Simulamos ataques e filmamos tudo para mostrar ao cliente quais são as falhas”, diz o consultor. E o contra-ataque das empresas de segurança está cada vez mais sofisticado. O exemplo acima mostra uma das maiores fragilidades da segurança, a falta de pessoal preparado para proteger condomínios residenciais e comerciais, confirmando que apenas a tecnologia de ponta não garante a segurança. É fundamental investir em treinamento de pessoal. Para corrigir essa lacuna, a empresa israelense GA está tra-


Segurança

Salas de monitoramento e câmeras são recursos bastante utilizados, mas o homem continua sendo a peça-chave na hora da proteção

zendo uma novidade para o Brasil que promete revolucionar a contratação de pessoas. Um software chamado Integerity Metter, muito utilizado no serviço secreto israelense, que mede o grau de confiabilidade e até mesmo o caráter dos candidatos. O sistema possui o mesmo princípio do detector de mentiras. Os detentores da tecnologia garantem que através de um teste on-line com mais de 150 perguntas é possível conhecer muito as pessoas.“Vamos conseguir levantar com mais eficiência o nível de risco das pessoas e garantir ainda mais tranqüilidade aos nossos clientes”, conta Efraim. Até o fim do ano o software já deve começar a ser utilizado pela empresa. No total, a GA conta com quatro consultores israelenses que estão envolvidos na estratégia dos projetos de segurança. Um dos principais conceitos da empresa é que a segurança vai além dos muros que cercam os condomínios. É preciso conhecer o entorno do local, a movimentação e até o modo de vida das pessoas que moram ou trabalham por ali.“Um funcionário bem treinado tem a obrigação de conhecer a rotina das ruas próximas para

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desconfiar de qualquer alteração”,ensina Efraim.A política do grupo GR, outra empresa experiente do ramo, com mais de 5 mil funcionários, também decidiu atacar o mau pela raiz.“Estamos sempre treinando, reciclando nossos funcionários, além de buscar remunerações extras, como premiações e bônus”, diz Paulo Roberto Gomes de Sá, diretor comercial do grupo. O grupo GR dá, no mínimo, quatro cursos de reciclagem por ano. Os treinamentos mais comuns são de controle de acesso, abordagem e treinamentos físicos.“Cada função recebe um treinamento específico. Porteiros,seguranças e até faxineiros recebem orientação ligadas as suas atribuições”, diz Sá. É claro que os já conhecidos instrumentos de segurança,como câmeras,guaritas, portões, controles remotos e outras estratégias que restringem o acesso de pessoas indesejadas nos condomínios continuam sendo importantes mecanismos de proteção.Embora siga a cartilha da defesa israelense, a Haganá, empresa com mais de uma década de experiência no ramo,também concentra investimentos nas áreas de treinamento e estratégia.“Não basta utilizar os melhores aparatos tecnológicos, é preciso ter um pessoal bem preparado e treinado”,diz Chen Gilad,diretor de planejamento da Haganá.Mas não se assuste. Todas essas estratégias de guerra utilizadas pelas empresas de segurança não vão transformar seu condomínio em uma unidade de batalhão do exército.As práticas de proteção residencial não incluem seguranças armados, nem significa que você será surpreendido com tanques de guerra na porta do seu condomínio.“O nosso objetivo é combater o bandido fora do nosso território,ou seja, fora dos muros que cercam os condomínios”, diz Gilad, que acredita, por exemplo,que câmeras dentro de elevadores e na área interna do prédio são mais instrumentos de controle da ordem interna do que de segurança propriamente.



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otiguar criada no Rio de Janeiro, Roberta Sá entrou na vida artística de supetão. Estudava jornalismo, mas fazia aulas de canto, e a professora via ali mais talento para letras de canções do que para as do teclado de um computador. Recomendou à garota que fizesse testes, espreitasse oportunidades. Roberta acatou o pedido, e foi aprovada para competir no reality show Fama, da Globo, onde a maioria das meninas são acometidas da síndrome de Mariah Carey ou de Celine Dion. Talvez Roberta tenha tido sorte de não haver vencido a disputa televisiva, pois ali come-

resgata uma música esquecida como Alô Fevereiro, de Sidney Miller. Ou revela-se autora, em Janeiros (parceria com Pedro |Luís). Ou requebra no buliçoso partido alto Laranjeira (Roque Ferreira). Ou faz do som do morro bossa nova em Cansei de Esperar Você (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho). Uma delícia. Mais crescidinha que Roberta Sá, outra artista brasileira que faz bonito em seu novo disco é a paulistana Luciana Souza, cuja carreira foi toda desenvolvida nos Estados Unidos, país onde goza de prestígio como cantora de jazz, com nominações ao Grammy e outros prêmios bacanas. Luciana é legítima filha da bossa – seus pais são os compositores Walter Santos e Tereza

çava uma das carreiras mais elegantes da música brasileira neste começo de milênio, sem melismas e malabarismos de voz

Souza (que nos anos 80 dirigiram o selo de música instrumental Som da Gente). E The New Bossa Nova, seu álbum mais recente,

próprios das reclamantes ao posto de diva esganiçada. Curiosamente, foi a mesma Rede Globo que acabou (re)descobrindo o timbre doce e clean de Roberta, mas não por causa do Fama, e sim por uma gravação demo que ela realizou logo após sua desclassificação no certame. Sua interpretação do samba A Vizinha do Lado, de Dorival Caymmi, foi parar na trilha da novela Celebridade. Em seguida, viria o CD Braseiro (2004), sua estréia oficial – de fazer cair o queixo. Por ousadia (ou ingenuidade, ímpeto juvenil) Roberta regravou e sapecou em Braseiro, logo como faixa de abertura, Eu Sambo Mesmo, canção dos anos 40 registrada definitivamente nos 80 por João Gilberto (e que igualmente abria o álbum João). Claro que ela não desbancou o pai da bossa, mas nem de longe deu vexame. Misturando pérolas do passado a composições de última hora, Roberta impôs respeito e ganhou loas de críticos e bambas – entre eles Paulinho da Viola, seu incentivador, de quem gravou Valsa da Solidão, já cantada por Elizeth Cardoso (mais uma audácia). Seu novo CD, Que Belo Estranho Dia pra se Ter Alegria, investe mais nas composições novas – de Pedro Luís, Moreno Veloso, Junio Barreto, Roque Ferreira. E é no samba que ela melhor dá seu recado, quando

é mais uma jóia na discografia de sete títulos da moça, que já gravou nossos compositores mais importantes e musicou poemas de Pablo Neruda e Elizabeth Bishop. A Nova Bossa Nova de Luciana, se não é exatamente inédita, tem como mérito “acariocar” canções estrangeiras de gênese distante das areias de Ipanema. São músicas já conhecidas – algumas bem famosas, outras obscuras –, reestruturadas a partir da batida ensinada por João Gilberto (o excepcional violonista Romero Lubambo é quem conduz o suingue). Os compositores escolhidos, muitos egressos da geração 60, são o fino do pop: Leonard Cohen, Joni Mitchell, Sting, Randy Newman (um dos momentos mais bonitos do disco é a sua Living Without You), a dupla Walter Becker/Donald Fagen (os gênios do Steely Dan), Brian Wilson (o líder dos Beach Boys, aqui contribuindo com a clássica God Only Knows), James Taylor (que faz dueto com a cantora em Never Die Young) e outros. A única exceção, entre essas canções que não nasceram bossa nova (mas que caem bem como queijo importado misturado à nossa goiabada, num romeu-e-julieta interamericano), é Waters of March, de Tom Jobim, com que Luciana fecha o CD. Em bom português, nossa querida Águas de Março.


C a r a v e l a /AVEGUE PELA CULTURA LIVROS MzSICA CINEMA

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Tango moderninho E

nquanto o grupo francês Gotan Project inaugurava a onda do tango eletrônico (ou tango-lounge, se preferir), os próprios pais da criança tambÊm se davam conta de que o ritmo de Gardel ainda dava muito caldo. Assim surgiu o Bajofondo Tango Club, formado por músicos argentinos e uruguaios, que lançaram o primeiro CD em 2003. O novo ålbum, Mardulce, amplia as possibilidades de mistura do ritmo portenho com outras vertentes, abraçando o hip hop (por meio da participação da rapper espanhola Mala Rodrigues), o rock´n´roll e outros batuques. Gustavo Santaolalla e Juan Campadónico, líderes da banda, convidaram outros nomes chiques para a festa: Elvis Costello, Nelly Furtado e Gustavo Cerati (líder de um dos grupos de rock mais influentes da Argentina, o extinto Soda Stereo). As 16 faixas do CD formam um mosaico bem diverso, às vezes esquizofrênico. Mas quem tem um pÊ na latinidad vai saber digerir a empanada.

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Suave melancolia C

om apenas um disco lançado – Back To Bedlam, de 2005 – o inglĂŞs James Blunt conseguiu fazer barulho no mundo todo. A canção You´re Beautiful virou tema de menininhas apaixonadas e, cĂĄ no Brasil, entrou para a trilha da novela BelĂ­ssima. No ano seguinte, fez a dobradinha Back To Bedlam ao vivo, com CD e DVD e agora chega seu novo trabalho, All The Lost Souls, puxado pela faixa 1973. O estilo continua o mesmo: rock suave e acĂşstico para momentos de namoro, solidĂŁo, devaneio... Ou para cantar com a turma em volta da fogueira. Blunt, que serviu pelo exĂŠrcito britânico em Kosovo e agora nĂŁo quer saber mais do front, consegue ser melancĂłlico atĂŠ quando escreve uma canção intitulada So Happy. E, com certeza, em novas trilhas de novela ele estarĂĄ.


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TEMPESTADE DE RITMOS – JAZZ E MÚSICA POPULAR NO SÉCULO XX Ruy Castro - 440 páginas, R$ 52 Companhia das Letras

Toró musical C

ontando a história da Bossa Nova ou dissecando a vida e

a obra de Carmen Miranda em sua brilhante biografia da Pequena Notável, Ruy Castro deu sua importante contribuição de jornalista e escritor à música brasileira. No entanto, seus escritos sobre os sons estrangeiros (mais notadamente americanos) ainda estavam dispersos nos arquivos dos jornais e revistas onde trabalhou. Boa parte dessa produção agora está reunida em Tempestade de Ritmos – Jazz e Música Popular no Século XX, volume organizado por Heloísa Seixas. Os textos (muitos publicados no jornal O Estado de S. Paulo) celebram estrelas de primeira grandeza como Tony Bennett, Miles Davis, Benny Goodman, Bing Crosby, Ella Fitzgerald, Ray Charles, Judy Garland, Charles Trenet. E artistas menos conhecidos (nem por isso menos geniais) como Blossom Dearie, Clifford Brown, Mabel Mercer, Johnny Hartman, Joe Mooney. É um livro para se ler ao pé do aparelho de som, debulhando sua coleção, fazendo a lista das próximas compras de discos (ou acessando seu programa de compartilhamento de arquivos preferido na internet, que ninguém nos ouça), com sede de ouvir tudo o que a vasta cultura de Ruy nos indica, seja a obra colossal do maestro Moacir Santos (sim, a música brasileira também figura neste livro) ou as manhas sensuais de Eartha Kitt (mais conhecida por ter feito papel de Mulher-Gato no seriado de tevê do Batman). Além de revelar um montão sobre as personalidades perfiladas e fazer conexões inesperadas entre nomes, épocas e estilos, Ruy esfarrapa mitos – o de que Chet Baker é deus supremo do cool jazz, o de que o próprio cool jazz é um estilo “relaxado” e despretensioso, o de que Miles Davis tenha sido absolutamente genial durante toda sua carreira discográfica. E joga luz sobre figuras injustiçadas ou esquecidas – o grande cantor de samba Roberto Silva, os verdadeiros pais do rock´n´roll e até o homem que inventou as capas de disco, o artista gráfico Alex Steinweiss. Recomenda-se não usar guardachuva para encarar esta Tempestade.

Calafrios de poesia Q

uem acompanha cinema e sabe o que é bom de certa

forma sente-se íntimo de Tim Burton, autor de filmes góticos e dark, como Edward Mãos de Tesoura, A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, Peixe Grande, A Noiva Cadáver, O Estranho Mundo de Jack e os dois primeiros – e melhores – da série Batman, entre outras pirações. A mente de Burton, sempre a serviço da fantasia, revela-se ainda mais sombria nos poemas deste livro (também ilustrado por ele), lançado originalmente em 1997 e só agora traduzido para o português por Márcio Suzuki. A obra é classificada como infantojuvenil, mas crianças suscetíveis a sonhos ruins e xixi na cama podem não ir muito com a cara das histórias do Menino Ostra, do Menino Múmia, da Menina Trash, da Garota Vodu, do Menino Brie (um garoto-queijo que tem pesadelos sobre ser fatiado, mas acaba fazendo boa amizade com o vinho Chardonay) e de outros infantes fantasmagóricos e remelentos – vários deles com sinas trágicas – que saem da cabeça descabelada de Burton. No entanto, para os de estômago forte (os que não têm medo de esmagar minhocas com o dedo ou guardar besouros vivos no bolso), eis uma bela introdução à poesia (o.k., há alguns momentos de lirismo e romance, caso da história da Menina de Muitos Olhos). E se você, marmanjo e fã do cineasta, não tem um pequeno com quem possa compartilhar a leitura, não se reprima e procure uma boa casa do ramo para garantir seu exemplar (o livrinho já está vendendo como pipoca!).

O TRISTE FIM DO PEQUENO MENINO OSTRA E OUTRAS HISTÓRIAS Tim Burton 130 páginas, R$ 27 Girafinha


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Para fundir a cuca P

or casualidade (e sorte), o polonês Witold Gombrowicz escapou da ocupação nazista na Polônia, durante a

Segunda Guerra. Estava num cruzeiro, rumo Ă Argentina e, ao desembarcar, descobriu que sua volta se tornara impossĂ­vel. Viveu humildemente por 24 anos na terra do tango, onde produziu a maioria de seus livros. Cosmos, de 1965, jĂĄ ĂŠ da fase em que retornara Ă Europa, e tambĂŠm sua Ăşltima histĂłria, agora editada no Brasil. O narrador ĂŠ um rapaz que, entediado com seus pais, sai de VarsĂłvia sem rumo definido durante suas fĂŠrias.

COSMOS Witold Gombrowicz 192 pĂĄginas, R$ 38,50 Companhia das Letras

Topa com um conhecido na estrada e os dois vĂŁo parar numa pensĂŁo familiar, dirigida por uma dona-de-casa prestimosa e seu marido esquisitĂŁo, que cria um vocabulĂĄrio particular e tem hĂĄbitos estapafĂşrdios. Em torno do casal gravitam sua bela filha e seu marido, e mais uma soturna empregada de lĂĄbios deformados. Outras figuras vĂŁo-se entrelaçar ao suspense, que começa antes mesmo da chegada da dupla ao albergue, quando os jovens encontram um pardal enforcado, pendurado em uma ĂĄrvore, e passam a tentar decifrar os signos que os cercam para desvendar o mistĂŠrio. Mas nĂŁo espere respostas fĂĄceis. Gombrowicz, que se definia como “um palhaço, um provocadorâ€?, leva o leitor, de mĂŁos dadas com o protagonista, numa trama surreal, loquaz, delirante e Ă s vezes irritante, em que topamos com a impossibilidade de colocar ordem ao caos dos acontecimentos, com

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os temores e as ansiedades que nos assaltam, com nossos instintos mais sombrios e com a ameaça que os outros sempre representam. Cosmos Ê leitura para quem pretende sair do sÊrio. Ou ao menos não tem medo disso.

Idas e vindas em Ipanema A

geração que nasceu nos anos 40, viveu a juventude em Ipanema na ĂŠpoca da Bossa Nova e do surgimento do biquĂ­ni e, na casa dos 30 anos, enfrentou o auge da ditadura militar no Brasil ĂŠ retratada por Leopoldo Serran em Arara Carioca. Marco Tristeza (seu apelido de adolescente) ĂŠ o personagem central, um sujeito pacato e solitĂĄrio que se vĂŞ envolvido com a luta armada para fazer favor a um amigo, abrigando o mentor intelectual de um grupo de guerrilheiros urbanos em seu apartamento. Este ĂŠ apenas um dos episĂłdios da histĂłria, contada fora de cronologia, em flashbacks, idas e vindas. A sĂ­ndica metĂłdica do prĂŠdio, a empregada catimbozeira, o tio excĂŞntrico que vive no anexo do Copacabana Palace, a chefa na agĂŞncia de notĂ­cias onde ele trabalha como tradutor, os camaradas da juventude, um acidente que quase o leva Ă morte, uma ruptura inesperada, um “passeioâ€? aos porĂľes da repressĂŁo, um punhado de amores fugazes e Laura, o grande amor, dançam na memĂłria de Marco, que recompĂľe os fatos durante uma hora em que

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passa balançando na rede de seu apartamento. A linguagem de Leopoldo Serran ĂŠ rĂĄpida, sugere vĂĄrias imagens simultâneas, faz referĂŞncias deliciosas Ă mĂşsica popular e Ă cultura carioca, tem por vezes um huARARA CARIOCA mor destruidor e nos “obriLeopoldo Serran gaâ€? a acompanhar as desven192 pĂĄginas, R$ 28 A Girafa turas de Marco em um jorro de leitura, com o coração na boca. Se vocĂŞ acha que tudo isso tem a ver com cinema, acertou em cheio: Serran ĂŠ roteirista e trabalhou em produçþes famosas e premiadas como Dona Flor e Seus Dois Maridos, A Estrela Sobe, O Quatrilho e O Que ĂŠ Isso, Companheiro? (os dois Ăşltimos indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro).


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Batalha feminina P

enĂŠlope Cruz nunca foi grande atriz. VocĂŞ se lembra

dada como morta – e enterrada. Hå ainda Blanca Portillo,

de alguma performance realmente arrebatadora da estrela espanhola antes de Volver, de Pedro AlmodĂłvar?

no papel da sofrida Albertina, sĂŠria na disputa para ver quem ĂŠ a mais bamba do time (no adorĂĄvel filme hispano-

Pois bem, hĂĄ uma PenĂŠlope Cruz antes e outra depois de Volver (ou pelo menos uma durante). É de se imaginar que AlmodĂłvar (que jĂĄ trabalhou com ela no passado, embora sem os mesmos resultados) tenha arrancado o couro da pobre para fazer brotar uma interpretação que lembra alguns dos melhores momentos da jovem Sophia Loren (lembra, pois igualar seria pedir muito). Mas o filme – mais uma das tramas amalucadas do diretor – nĂŁo ĂŠ sĂł da cur-

argentino Elsa e Fred, Blanca ĂŠ a filha chata de Fred – quem viu na certa se lembra, e se espanta com a total falta de semelhança fĂ­sica e espiritual entre as duas personagens). Volver, enfim, ĂŠ um filme de mulheres (o homem que se mete a besta morre logo nos primeiros 10 minutos da fita), bem ao gosto de AlmodĂłvar, e que reserva novas surpresas a cada cena em um vaudeville siderado, misturando dramas amargos com momentos impagĂĄveis de

vilínea ex-musa de Tom Cruise, e sim de uma turma de atrizes fenomenais, a começar por Carmen Maura, mãe

humor. O DVD pode ser comprado em versĂŁo avulsa, mas os fĂŁs vĂŁo preferir a caixa com quatro discos, que reĂşne

de Raimunda (PenÊlope) e Sole (a engraçadíssima Lola Dueùas), que reaparece como assombração depois de ser

as obras mais recentes do diretor: Volver, Må Educação, Fale com Ela e Tudo Sobre Minha Mãe.

Blanca Portillo e Lola DueĂąas (acima), Camen Maura (na cozinha, ao centro) e a bela PenĂŠlope Cruz (ao lado). Estrelas de primeiro time em filme de AlmodĂłvar que traz mais uma vez a mulher como protagonista da histĂłria


Pontodevista A ARTE DE CONVIVER

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As delícias da maturidade

É PROMOTER E EMPRESÁRIA CULTURAL DAS MAIS RESPEITADAS DO PAÍS E AUTORA DO LIVRO NINGUÉM É PERFEITO, MAS PODE MELHORAR

De repente a gente percebe que a maturidade chegou. No começo assusta um pouco, mas com o tempo descobrimos os seus encantos. E que há muitas conquistas ainda pela frente. Essa nova fase merece debate: proponho palestras e uma nova revista sobre o tema.

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erto dia me peguei pensando na vida. Não havia nenhum motivo especial, simplesmente comecei a rever tudo o que estava a minha volta. Percebi que aos 40 anos tinha construído muitas coisas. Os filhos criados, as amizades sólidas, a casa em ordem, um trabalho novo a cada dia. De repente, percebi algo que nem sempre é fácil de enfrentar: a chegada da maturidade.Talvez por medo de enfrentála, por simples displicência ou falta de tempo. A maturidade é um processo lento e, às vezes, passa despercebido mesmo. Cheguei à conclusão que aprendi bastante nesses anos todos. Meus pais me ensinaram muito na infância e adolescência. Depois vieram os altos e baixos da vida adulta e mais tarde o prazer de poder aprender com meus filhos. O melhor de tudo é pensar que ainda poderei passar adiante todo o conhecimento acumulado. Tanta reflexão me levou a prestar atenção na maturidade. Durante um ano inteiro ouvi as pessoas que agora fazem parte da minha turma, ouvindo sugestões, discutindo, lendo. Notei que era muito importante para todos nós termos a perspectiva de algo novo. Dessa busca intensa e com esse objetivo em mente resolvi fazer um grande evento, que recebeu o nome de Conhecimento Vivo. Que tal aprender a jogar bridge? Fazer uma aula de pilates numa academia? Juntar um grupo de amigos queridos e fazer uma viagem aqui mesmo pelo Brasil? Temos visto nas revistas tantos lugares novos e espetaculares, dá uma vontade de conhecer! É só querer. O mesmo se aplica àquela dor que não te abandona nunca. Que tal arranjar um médico maravilhoso, que com um simples remedinho ou uma receita caseira resolve o problema facilmente? E as indagações prosseguem. O que fazer quando a gente encontra muitas pessoas numa festa e não consegue lembrar o nome de alguém? Será que tem uma fórmula milagrosa para preservar a memória? Tem, sim, hoje já existe curso para a memória. Agora pense o que significa para um homem bonitão, sarado e que com apenas 62 anos acaba de se aposentar? Ele se sente mais do que disposto a continuar a carreira, mas a empresa em que trabalha tem como regra a aposentadoria compulsória. E aquela mulher lindíssima, que parava o trânsito e só de entrar nos lu-

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gares todos se viravam para vê-la? De repente, os olhares mudam o foco e ela passa despercebida. Aí vem a dúvida: devo fazer uma plástica? Reforço os cuidados com a pele? Nessa nova fase, com sorte, conseguimos juntar umas economias. E o que fazer com o dinheiro que guardamos com tanto carinho? Como aplicá-lo? Afinal, ninguém quer mudar de vida do dia para a noite, ainda mais se estamos acostumados com conforto e ainda temos tantas coisas para realizar. Como se vestir na moda sem parecer ridículo(a)? Que tal um gato ou um cachorro para fazer companhia? Você sabe que tipo de animal combina com sua personalidade? Todos esses questionamentos passaram a fazer parte da minha vida. Espero que lendo essas idéias que exponho aqui vocês se animem a me procurar e dividir sua experiência de maturidade comigo. Desde já eu os convido para participar das palestras que vão falar sobre o tema. Depois, uma surpresa. Já adianto que vocês vão adorar. Estou preparando o lançamento de uma revista que vai falar de todos esses assuntos e muito mais. Te espero.



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Morumbi: verde por vocação Parques, um belo shopping, restaurantes, padarias e agora um empreendimento que vai dar o que falar

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Parque Burle Marx conserva espécies nativas da Mata Atlântica

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surgimento do bairro do Morumbi, em São Paulo, atesta sua vocação para ser um espaço da cidade que reverencia o verde e a natureza. No início do século 19, o bairro do Morumbi era uma imensa fazenda com mais de 700 alqueires. Na época, a distância da cidade de São Paulo era considerada muito grande. Muitas lendas cercam a história da antiga Fazenda Morumby. A mais comum delas é que o então rei dom João VI deu aquelas terras de presente para o inglês John Rudge em 1825, outras afirmam que o mesmo Rudge chegou a vender a fazenda cem vezes mais caro do que havia pago e depois a comprou de volta inexplicavelmente. Com o passar dos anos, as terras da fazenda foram sendo divididas, criando assim diversas chácaras no local. O bairro predominantemente rural começou a desenvolverse a partir da década de 40, como conseqüência da expansão natural da cidade. Alguns marcos atraíram ainda mais moradores para a região, como a construção do estádio de futebol, Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, em 1952. Oito anos mais tarde, quando o estádio enfim estava pronto, o bairro já estava bem ocupado e não parava de se expandir. Outro destaque da região foi a construção do Palácio dos Bandeirantes, em 1955. A atual residência oficial do governador e sede do governo estadual foi primeiramente planejada para ser a Universidade Fundação Conde Francisco Matarazzo. Devido a problemas financeiros a obra ficou paralisada e apenas em 1964 o endereço passou a ser do governo.


Perspectiva aérea da área de lazer

Perspectiva aérea de lazer (acima), living ampliado do apartamento de 124 m2 privativos (ao lado) e perspectiva ilustrada da fachada

Mesmo com um crescimento sempre ascendente, o Morumbi soube preservar suas raízes e ainda é um bairro que se destaca pela grande quantidade de áreas verdes. Um das principais atrações da região é o Parque Burle Marx. Inaugurado em 1955, o espaço é na verdade destinado à contemplação da natureza. Os 138 mil metros quadrados guardam uma fauna diversificada e uma flora constituída de inúmeras espécies nativas da Mata Atlântica. Antiga propriedade do empresário Baby Pignatari, o marco do local são os jardins projetados pelo arquiteto Burle Marx, que dá nome ao local. A obra data de 1950 e passou por uma reestruturação em 1991. O parque ainda conta com um lindo lago, uma nascente e trilhas pela mata que permitem aos moradores do bairro um intenso contato com a natureza. Predominantemente residencial, o bairro possui uma infra-estrutura de ponta, com escolas e hospitais de qualidades reconhecidas. Além da proximidade com uma das principais vias de ligação da cidade, a Marginal Pinheiros.

ALAMEDA MORUMBI Avenida Giovanni Gronchi, 6829 Tel.: 11 3501-6601 www.alamedamorumbi.com.br Pensando em valorizar as áreas verdes do bairro do Morumbi, a Cyrela e a Magik criaram o Alameda Morumbi Condomínio Parque. Com mais de 34 mil m2 de terreno e 11 mil m2 de bosque, o empreendimento oferece completa infra-estrutura de lazer para toda a família. Além de piscinas, quadras esportivas, sauna, spa e o fitness center, o Alameda Morumbi possui boliche, espaço circo, pista de caminhada e ateliê. Os apartamentos são de três ou quatro dormitórios, com 95 e 124 metros quadrados de área útil, respectivamente. Além de um condomínio completo, o morador do Alameda Morumbi estará muito bem localizado. Praticamente vizinho do Parque Burle Marx, cercado de instituições de ensino de ponta, como Porto Seguro e Miguel de Cervantes, e de importantes centros de compras, como os shoppings Jardim Sul, Morumbi e Market Place. O endereço é nada menos que a principal avenida no bairro, que facilita ainda mais o acesso a esse novo jeito de morar.


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Perspectiva ilustrada das fachadas do Wide Parque Burle Marx

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WIDE PARQUE BURLE MARX

Perspectiva ilustrada do living com pé-direito duplo (acima) e piscina com borda infinita

Rua Maria Antônia Ladalardo Tel. 11 3758-3120 www.cyrela.com.br/wide Sinônimo de estilo de vida com conforto o Wide tem uma localização mais do que privilegiada. No topo do Panamby, com a vista frontal para o Parque Burle Marx e o skyline da cidade. Todos os apartamentos tem vista deslumbrante para o parque. Áreas de lazer, com paisagismo caprichado. Destaque para a praça com espelhosd'água e para a piscina climatizada coberta. Além das piscinas com bordas infinitas, que integram-se ao céu e à natureza, criando um cenário perfeito para você aproveitar melhor a vida. Outra novidade é a quadra de squash. Os apartamentos são amplos, com opções de três ou quatro suítes, em áreas de 253 e 303 metros quadrados privativos. A planta inclui um terraço gourmet separado do terraço social.


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Outras paragens Novos bairros entram no circuito e animam os paulistanos que buscam conforto e tranqüilidade sem abrir mão da praticidade de morar bem

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scolher um bom lugar para morar é uma decisão importante. É preciso avaliar as vantagens e desvantagens de cada local, verificar a infraestrutura e o entorno da região. Na capital paulista, há novos bairros entrando nesse circuito e atraindo cada vez mais a atenção. É o caso da região que engloba bairros como Jardim Marajoara, Chácara Flora e City Campo Grande. Próximos a Marginal Pinheiros e perto de importantes centros de comércio e serviços, a área tem aparecido como nova alternativa e até solução parar resolver alguns problemas do paulistano. Em meio ao caos do trânsito da cidade estar bem localizado representa mais do que economia, significa também mais tempo para usufruir outras coisas importantes na vida. Além da facilidade de acesso por conta da Marginal Pinheiros, estar na região significa também estar a poucos minutos de outras importantes vias, como as avenidas Washington Luís e Luís Carlos Berrini. Há também uma excelente infraestrutura no setor de educação. A região é cercada pos escolas concei-

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Perspectiva ilustrada do living

tuadas, como Pueri Domus, Magister e Escola Suíço-Brasileiro. E como possui grandes empresas, o local une o útil ao agradável. Ou seja, boas opções para toda a família, o que explica o interesse dos paulistanos pelo lugar. No quesito diversão e compras, esse pedacinho especial de São Paulo não deixa a desejar. Além de grandes shoppings, como o Market Place e Morumbi Shopping, há também o Hipermercado Extra e casas de espetáculo, como a Tom Brasil e Credicard Hall. Como opções de lazer, praças e parques que garantem o contato constante com a natureza. O São Paulo Golf Club, tradicional espaço para a prática do esporte, também está localizado entre esses bairros. O que garante ainda mais contato com áreas verdes e uma vista privilegiada e eterna.


Perspectiva ilustrada da fachada e piscinas adulto e infantil

Com todos esses atrativos, obviamente, a região tem-se destacado por atrair novos e importantes empreendimentos imobiliários. E o conforto parece ser um item básico para quem procura morar por ali. Espaçosos e seguros, os condomínios residenciais que estão sendo criados oferecem lazer e tranqüilidade. Um convite, no mínimo, sedutor.

SPLENDIDO JARDIM DO GOLF Av. Engenheiro Alberto de Zagottis, 92 Tel.: 11 5523 2191 www.splendidojardimdogolf.com.br Um terreno único e especial foi escolhido pelas construtoras Cyrela e MAC para abrigar o condomínio Splendido Jardim do Golf. Em uma área de mais de 6 mil m2, o empreendimento se destaca na região. Vizinho do São Paulo Golf Club, além de uma vista extremamente agradável, o condomínio oferece ótimas alternativas para diversão e descanso. As áreas comuns possuem gazebo zen com espelho-d’água, espaço tai chi chuan, redário, pomar, espaço gourmet, entre outros atrativos. Além de cuidar da mente, há locais especiais para cuidar do corpo e se divertir, como o outdoor fitness, piscinas, quadra e salão de festas. Os apartamentos são de 130 metros quadrados, com três suítes e opção de home office e cozinha ampliada. A cobertura tem 231 metros quadrados privativos, com três vagas na garagem.


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Metrópole do interior

A pouco quilômetros da capital paulista, Campinas une as facilidades de uma cidade grande sem perder o brilho de um lugar tranqüilo

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arinhosamente chamada pelos moradores de Princesa d’Oeste, Campinas é uma cidade paulista que tem atraído cada vez mais a atenção. Conhecida por abrigar importantes centros universitários e de pesquisa, como Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, o município também se destaca por sua força econômica. Atualmente, a cidade concentra quase um terço da produção industrial do estado de São Paulo. Além disso, tem desenvolvido cada vez mais seu setor comercial, com importantes centros de compra, como o Shopping Iguatemi e Parque Dom Pedro. Muito próxima a capital paulista, cerca de 90 quilômetros, Campinas é também um dos maiores e mais importantes entroncamentos de transportes do país. A cidade possui dois aeroportos, um deles, o de Viracopos, tem sido utilizado como alternativa para o gargalo do transporte aéreo, por ter uma localização estratégica. Além de estar cercada por nove grandes rodovias. No início de seu desenvolvimento, a agricultura foi a principal atividade econômica do município. Seu solo fértil de terra roxa cultivou por um tempo a cana-de-açúcar, lavouras de café até o grande parque industrial dos dias de hoje. Campinas ainda conta com parques e bosques, entre eles o Bosque dos Jequitibás e Bosque dos Guarantãs.

Hípica de Campinas. Uma opção de lazer aos moradores.

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Na página ao lado,o espaço Home Cinema: diversão e cultura no Breeze Family Club. Ao lado, ilustração artística da fachada

BREEZE FAMILY CLUB

Perspectiva do terraço

www. breezeclub.com.br Para auxiliar ainda mais a ampliação de áreas verdes em Campinas, a Living e a Concima apresentam o seu mais novo empreendimento na região: o Breeze Family Club. Cercado de verde por todos os lados, o condomínio possui um bosque privativo de 11 mil metros quadrados com a assinatura do renomado Burle Marx. Um verdadeiro clube com mais de 30 itens de lazer para todas as idades. Piscina, espaço zen, sala de ioga, sauna, lan house, churrasqueira, forno para pizza e muito mais à disposição de toda a família. Apartamentos com três e quatro dormitórios, com algumas opções de dúplex. Duas vagas na garagem por apartamento. Ao lado do Shopping Iguatemi, em Campinas, o Breeze Family Club é o lançamento que pretende facilitar o sonho da casa própria. Próximo também ao Colégio Notre Dame, ao Galleria Shopping e a Hípica, o Breeze Family Club é um empreendimento que promete valorizar ainda mais a região.


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Uma jóia lapidada O bairro da Aclimação une muito verde, tranqüilidade e proximidade com o melhor que a cidade de São Paulo pode oferecer

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oucos bairros na capital paulista têm o privilégio de possuir uma imensa área verde protegida. O bairro da Aclimação, região central da cidade, orgulha-se em ter um dos maiores patrimônios de São Paulo. O Parque da Aclimação é um dos mais importantes parques do município, e sua existência e preservação estão garantidas graças ao tombamento da área, considerada patrimônio histórico desde 1986. Em seus 112 mil metros quadrados de área verde, o Parque da Aclimação possui trilhas, quadras esportivas e até um jardim japonês, que permite que os moradores do bairro caminhem e desfrutem da natureza praticamente sem sair de casa. O bairro possui dimensões pequenas, é cercado por ruas como Apeninos, Pires da Mota e pela avenida Lins de Vasconcelos. Apesar disso, a Aclimação concentra importantes instituições de ensino, como os tradicionais Colégio Bandeirantes, Anglo Latino e Santo Agostinho. E também oferece ótimas opções culturais, como o Centro Cultural de São Paulo, na rua Vergueiro, que também é uma das principais vias de acesso ao bairro. A proximidade com grandes avenidas como a Paulista e 23 de Maio fazem do bairro uma excelente opção para viver, sem deixar de ter acesso ao restante da cidade. Os principais centros médicos de São Paulo, como Hospital Santa Catarina, Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa e Maternidade Santa Joa-

Parque da Aclimação: opção de lazer para os moradores da região

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na, ficam a poucos minutos do bairro, levando ainda mais tranqüilidade para os moradores. Uma das curiosidades do bairro são os nomes de suas ruas. A maioria delas divide sua origem entre nomes de planetas do sistema solar ou de pedras preciosas. As ruas da Aclimação começaram a surgir em 1916, em torno do parque. A partir da avenida da Aclimação, em direção ao largo Rodrigues Alves, as ruas ganharam nomes de pedras preciosas, como Topázio, Diamante e Safira. Mais para cima, em direção à rua Nilo, a inspiração foram os planetas: Júpiter, Urano, Saturno.

Perspectiva ilustrada do terraço gourmet


Perspectiva ilustrada da fachada do Cristall (ao lado) e piscina coberta (abaixo)

CRISTALL PARQUE DA ACLIMAÇÃO Rua Baturité, 200 Tel.: 11 3207-3262 www.cyrela.com.br/cristall Para contemplar a preciosidade do bairro da Aclimação, a Cyrela e a Mac uniram-se para lançar o Cristall, a uma quadra do Parque da Aclimação. O conceito do empreendimento é lapidar uma verdadeira jóia para oferecer o melhor para seus clientes. Apartamentos amplos, de 227 metros quadrados ou 275 metros quadrados, ambos com quatro suítes e quatro ou cinco vagas

na garagem garantem conforto e espaço aos moradores. O terreno possui mais de 8,4 mil metros quadrados, com uma completa infra-estrutura de lazer, com piscinas infantil e adulto, quadra de tênis, quadra poliesportiva, salão de festas, espaço fitness, sauna e tudo que você pode imaginar em matéria de lazer.


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A praticidade e o conforto da Vila Mariana A proximidade do bairro a regiões centrais e o fácil acesso ao melhor que a cidade de São Paulo oferece faz da Vila Mariana um lugar cobiçado pelos paulistanos

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ma mistura de modernidade e tradição. É assim que se pode definir o bairro da Vila Mariana, em São Paulo. Um das regiões mais desenvolvidas da cidade, a Vila Mariana pode ser considerado um bairro estratégico. Próximo a importantes avenidas, como avenida Paulista, Vergueiro e 23 de Maio, o local oferece serviços de qualidade e com uma extensa variedade, sem deixar de lado a tranqüilidade. A poucos minutos dos parques da Aclimação e do Ibirapuera, a Vila Mariana é conhecida também pela preservação de suas ruas arborizadas. A localização ainda é destacada por conta da proximidade com três estações de metrô: Vila Mariana, Santa Cruz e Chácara Klabin. Como os demais bairros da capital paulista, a Vila Mariana era também uma área verde, que pertencia a importantes famílias do passado. A criação do bairro, com a denominação que hoje é conhecida, ocorreu em 1891, quando José Antônio Coelho comprou a chamada “Chácara da Boa Vista”, na Vila Mariana, e a loteou, abrindo ruas que receberam os nomes de “Central”, “Garibaldi” e

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Perspectiva ilustrada do Bosque Privativo


Perspectiva ilustrada das piscinas adulto e infantil

“dos Italianos”, hoje conhecidas como Humberto I, Rio Grande e Álvaro Alvim, respectivamente. Em 1928 começou a construção do Instituto Biológico, concluída em 1945. O objetivo principal do local, na época, era desenvolver tecnologia e pesquisas para controlar as pragas que atacavam os cafezais. Hoje, o instituto é referência também para pesquisa da saúde humana. Aliás, esse é outro quesito que o bairro supre muito bem. Há excelentes centros médicos na região. O Hospital do Servidor Público, por exemplo, é reconhecido pela qualidade do atendimento. Há ainda instituições dedicadas ao tratamento de jovens e idosos, o que contribui ainda mais para a alta qualidade de vida na região. Importantes centros educacionais estão presentes no bairro. A Escola Superior de Propaganda e Marketing

(ESPM) é um exemplo. Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Paulista (Unip) e Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) são outras universidades disponíveis na Vila Mariana. No ensino fundamental, o bairro contempla duas das escolas mais tradicionais da capital, os colégios Bandeirantes e Arquidiocesano. Opções culturais também não faltam na região. Além do Centro Cultural de São Paulo, a Vila Mariana abriga o Museu Lasar Segall, a Cinemateca e o Teatro João Caetano. Além disso, o bairro é muito bem servido no quesito de centros comerciais. A proximidade dos shoppings Santa Cruz e Paulista garante ao morador acesso ao que há de melhor.

COLETÂNEA VILA MARIANA Rua Conde de Irajá, 142; tel.: 11 5083-2525 www.coletaneavilamariana.com.br Feito para oferecer e preservar os melhores momentos de sua história, o Coletânea Vila Mariana reúne lazer, espaço e conforto para toda a família. O empreendimento é resultado de uma parceria entre a Cyrela e a MAC. O terreno possui mais de 7,4 mil metros quadrados, com muitas atrações. Além das piscinas infantil e adulto, há também uma piscina coberta climatizada, com raia de 25 metros. Trilhas, bosques e praças complementam a beleza do local, incluindo mais natureza no seu dia-a-dia. Os apartamentos são de quatro dormitórios, com 205 ou 211 metros quadrados. Há ainda opções de dúplex. Todos com, mo mínimo, três vagas na garagem.


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A alegria de viver na Bahia

O primeiro residencial resort em Salvador leva um estilo de morar diferenciado aos baianos

A

s belas praias, a riqueza histórica e cultural, a gastronomia regional e a musicalidade do baiano atraem milhares de visitantes brasileiros e estrangeiros a cada ano. O sexto estado mais rico do país tem atraído indústrias e fábricas, elevando o nível de vida da população e tornando a economia baiana ainda mais forte. Um estado com futuro promissor. E a Cyrela Andrade Mendonça acredita nessa idéia. A prova disso é o Le Parc Residential Resort, uma opção de moradia em Salvador que a Cyrela Andrade Mendonça em parceria com a Jotagê criou para oferecer qualidade de vida aos baianos.

LE PARC RESIDENTIAL RESORT

Perspectiva ilustrada da fachada do Le Parc Residential Resort

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www.cyrela.com.br Está nascendo em Salvador um novo bairro em uma área de 100 mil metros quadrados. O Le Parc Residential Resort é um bairro planejado que reúne um verdadeiro clube com mais de 40 itens de lazer e serviços exclusivos. O empreendimento possui uma grande área verde preservada, onde a natureza e diversão, tranqüilidade e praticidade convivem em perfeita harmonia. O novo empreendimento fica em plena avenida Paralela, o mais novo e consagrado


Perspectiva ilustrada da piscina Resort

endereço de qualidade de vida em Salvador. A avenida é um marco de desenvolvimento da cidade, abrindo caminho para uma região em crescimento, e é passagem obrigatória para as praias do litoral norte. O Le Parc conta com o maior clube já visto em empreendimentos residenciais, com 10 mil metros quadrados, onde o morador poderá desfrutar de piscina resort com raia de 50 metros, prainha e borda infinita, piscina infantil, piscina coberta e climatizada com raia de 25 metros, quadras, campo de futebol, salão de festas com pista de dança, fitness, beauty center e muito mais. Além de toda a infra-estrutura de lazer do clube, o empreendimento ainda conta com diversos itens no playground e nos entornos dos prédios: piscina, salão de jogos, salão de festa, brinquedoteca, home theather, ateliê entre outras atrações. O novo empreendimento da Cyrela Andrade Mendonça terá apartamentos de três e quatro quartos, com opções de planta que variam de 112 a 243 metros quadrados.

Perspectiva ilustrada da brinquedoteca (acima) e do campo de futebol do Le Parc Residential Resort (ao lado)


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O lado B da USP

A Cidade Universitária é uma excelente opção de lazer para os paulistanos e os bairros que se formaram em torno dela contam com infra-estrutura completa de serviços e consumo

A

excelência do ensino faz da Universidade de São Paulo a mais cobiçada do país. Mas esse não é o único atrativo da instituição, fundada em 1953. Instalada numa área de 4,4 milhões de metros quadrados, numa região nobre na zona oeste da capital, a USP é uma das principais áreas verdes da cidade. Cerca de 80% da extensão do terreno é formada por avenidas, estacionamentos arborizados e áreas verdes. Pouca gente sabe, mas o lugar guarda muitas espécies de plantas e animais. Um olhar mais atento vai notar que ali vivem lado a lado tucano-de-bico-verde, beijaflor-tesoura, bem-te-vi, siriri, pica-

pau, bicho-preguiça e o inquieto mico-estrela, um sagüi de olho arregalado que pula de galho em galho em movimentos rápidos. Tanta diversidade é garantida pela rica e bela flora que cerca o local. O cedrorosa, com 40 metros de altura e tronco de 1 metro e meio de diâmetro, e a ingá-banana, com suas flores brancas e delicadas, são apenas alguns exemplos de espécies que habitam o lugar. A Cidade Universitária tem ainda uma reserva florestal com 102 mil metros quadrados que funciona como unidade de conservação de espécies e é utilizada nas pesquisas e atividades didáticas do Instituto de Biociência. Apesar do espaço relativamente pequeno, mantém cerca de 90 tipos de árvores nativas. Há ainda um lago no interior da reserva, alimentado por um riacho cuja nascente se situa na própria área. Toda essa natureza está localizada em local privilegiado da capital paulista, às margens da Marginal Pinheiros. Ali estão situados bairros em franca expansão. Caso do Jaguaré que conta com infra-estrutura completa de lazer, comércio e serviços. Três dos mais completos shoppings da cidade, Villa-Lobos, Eldorado ou Iguatemi, estão a poucos minutos dali. Para abastecer a casa, dois hipermercados, Extra e Carrefour. O lugar também é o endereço de algumas das melhores escolas da cidade, como os colégios Santa Cruz, Vera Cruz e

Perspectiva ilustrada do living do apartamento de 156 m2 privativos

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Oswald de Andrade-Caravelas. E o maior chamariz do bairro é a expansão da linha amarela do Metrô. O início das obras, previsto para 2008, além de facilitar a vida de quem vive ali já está trazendo grande valorização para os imóveis da região.

HORIZONTES CIDADE UNIVERSITÁRIA Avenida Escola Politécnica, 942 wwww.cyrela.com.br/horizontes O novo empreendimento da Cyrela em parceria com a Setin, fica em frente à Cidade Universitária. Em um terreno de 32.805 metros quadrados de área, com sete torres, o cliente pode escolher entre apartamentos de quatro dormitórios de 234 metros quadrados, 186 metros quadrados ou 156 metros quadrados. A área de lazer do condomínio possui piscina coberta e aquecida de 25 metros, piscina recreativa, fitness, sala de ginástica, spa, sauna seca e ducha, sala de massagem, pista para caminhada, home office com sala de reuniões, home cinema, quadra poliesportiva, entre outras atrações. O projeto arquitetônico é de Marcio Curi e Azevedo Antunes. Ao lado, perspectiva ilustrada da fachada. Abaixo, imagem do terraço de 234 m2 privativos, com vista privilegiada. A piscina coberta oferece ainda mais conforto


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Modernidade clássica O tradicional bairro carioca de Botafogo mistura tradição aristocrática e modernidade. O local oferece uma das melhores infra-estruturas de comércio e serviços da cidade Perspectiva ilustrada da varanda do Les Palais Botafogo

Entre esses estabelecimentos estão os colégios Nossa Senhora de Lourdes, AngloAmericano e Santa Rosa de Lima. Eles dão um ar cosmopolita ao local, diversificando a vocação inicial de bairro comercial.

LES PALAIS BOTAFOGO

O

bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, tem duas vocações. De um lado o que se vê é um local de passagem que dá acesso aos demais bairros da zona sul carioca -- Copacabana, Flamengo, Urca e Leme -- e um pioneiro centro de expansão imobiliária e populacional da cidade, com a presença de muitos prédios residenciais, shopping centers e uma sofisticada infraestrutura. A verticalização do bairro contribui para sua diversificação ocupacional, trazendo ambulatórios, clínicas médicas e hospitais. De outro lado, o bairro exibe mansões e casarões antigos muito bem preservados, vilas, sobrados e tradicionais colégios fundados na primeira metade do século passado, lembrando o perfil aristocrático que o lugar teve na época.

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Rua Assunção, 02 - Botafogo www.lespalaisbotafogo.com.br Imagine viver em um condomínio com duas construções históricas e tombadas pelo patrimônio histórico no seu quintal. Pois é, isso será possível para os futuros moradores do Les Palais Botafogo. A área de mais de 36 mil metros quadrados de terreno abriga dois casarões do início do século 19, que estão totalmente restaurados. No Chalet Olinda vai funcionar uma academia de ginástica, com musculação, spinning, ioga, lutas marciais, pilates, salão de beleza, entre outras opções. A outra edificação, o Santa Clarice, terá salão de festas, home cinema, brinquedoteca e sala de música. O novo empreendimento da RJZ/Cyrela, em parceria com a incorporadora Gulf, vai incorporar-se a esse cenário bucólico, a cara do bairro. Foi inspirado naquelas pessoas que já moraram em casa e querem resgatar esse estilo de vida com a segurança e a administração de um condomínio. Serão nove torres de apartamentos com até cinco andares cada. Ao todo, o Les Palais tem 22 apartamentos no térreo com grande área de lazer privativa, com hidromassagem, piscina, churrasqueira e amplo terraço. As plantas têm apartamentos de quatro dormitórios, com duas ou quatro suítes. Os serviços oferecidos pelo condomínio são uma facilidade para os moradores. Entre eles, limpeza, salva-vidas, coordenação de festas e eventos, manutenção de instalações elétricas e hidráulicas. Vista geral do Les Palais Botafogo: prédio de quatro andares


Niterói, o oásis da arquitetura Município fluminense atrai olhares admirados para seus monumentos

Perspectiva ilustrada da fachada do Gran Palazzo

projetados por Oscar Niemeyer e também por suas belezas naturais

I

ncrivelmente, Niterói é a única cidade brasileira fundada por um índio. Seu nome até se originou da palavra Nictheroy, que em tupi significa “água escondida”. O nome procurou resgatar o topônimo original tupi Nheteroia, que significava “baía sinuosa”. Apesar do significado do seu nome fazer alusão a águas que não se mostram, Niterói possui mais de 11 quilômetros de praia, todas com suas belezas reconhecidas. Destaque para Camboinhas, Piratinga, Itaipu, Sossego e Itacoatiara, todas na região Oceânica. A praia de Itacoatiara já foi considerada inúmeras vezes umas das mais belas do Brasil. Na Baía de Guanabara, as atenções voltam-se para as praias de São Francisco, Charitas e Icaraí. Aliás, a praia de Icaraí é conhecida também por ser palco de grandes shows. Com Copacabana, na capital fluminense, Icaraí é a única no estado que recebe mais de 30 espetáculos por ano. Além de sua costa litorânea privilegiada, Niterói atrai visitantes durante todo o ano também por causa de seus monumentos históricos. Importante centro histórico-cultural do Brasil, o símbolo da cidade é o Museu de Arte Contemporânea, famoso por ter sido construído pelo arquiteto Oscar Niemeyer. A cidade possui ainda o Caminho Niemeyer. Com o objetivo de revitalizar o centro da cidade e ainda “brigar” pelo título do município brasileiro que mais possui obras do arquiteto, Niterói “encomendou” a Niemeyer novas obras. O caminho Niemeyer ocupará a orla de Niterói, desde o centro da cidade até a praia da Boa Viagem, um percurso de mais de 3 quilômetros. Agora, em 2007, ano do centenário do arquiteto, a cidade inaugurou sua sexta obra projetada pelo mestre Niemeyer, o Teatro Popular, com capacidade para até dez espectadores. A cidade fica a poucos quilômetros do Rio de Janeiro. A ligação entre os dois municípios acontece pela famosa e admirada ponte Rio–Niterói, cuja extensão é de 14 quilômetros. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a cidade possui um dos melhores índices de qualidade de vida do país. Entre os 5,6 mil municípios brasileiros, Niterói é a terceira colocada nesse quesito. A cidade orgulha-se ainda por ter o melhor nível de alfabetização do estado do Rio de Janeiro. Perspectiva ilustrada do Spazio Música (ao lado) e do Spazio Gourmet Gran Palazzo

GRAN PALAZZO Avenida Ary Parreiras, 627 – Niterói – RJ www.cyrela.com.br Com uma arquitetura clássica inspirada no melhor estilo italiano, o Gran Palazzo alia conforto, espaço, lazer e segurança, com localização privilegiada no município de Niterói. Dentro do condomínio, as inúmeras opções de lazer oferecem diversão e entretenimento, com a tranqüilidade de se estar em casa. Além das piscinas, do salão de festas e da sala de ginástica, o Gran Palazzo possui um estúdio de música, minigolfe, espaço para cinema e espaço gourmet. Entre outras atrações, amplos apartamentos de quatro dormitórios também garantem o conforto do morador.


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Cultura em casa

Opções de espaços culturais nos condomínios unem segurança e criatividade. Um estímulo cultural para toda a família

C

onhecer o bairro de Higienópolis, em São Paulo, é também mergulhar um pouco na história da cidade. Tradicional e ao mesmo tempo moderno, o bairro está entre os mais cobiçados locais para se morar na capital. Famoso por abrigar relevantes instituições culturais, como Theatro São Pedro e Jardel Filho, Higienópolis se destaca também por sua arquitetura. Que, aliás, é também um verdadeiro acervo de belas construções. Já na década de 40, a região praticamente liderou uma revolução urbanística paulistana e tornou-se uma espécie de modelos para os empreendimentos imobiliários. A história do bairro explica um pouco sua grandeza de hoje. Um dos únicos da capital que foi planejado, seu projeto tinha como objetivo contemplar a elite paulistana. As inúmeras árvores e praças do bairro agregam ainda mais valor a esse pedacinho de cidade. Higienópolis significa cidade limpa. Algo que, certamente, muitos paulistanos almejam. Além de seu lado cultural muito forte, a infra-estrutura na área da educação é de primeira linha. Colégios como Rio Branco, Sion e Mackenzie oferecem uma formação de qualidade, com o privilégio da proximidade. Apesar de ter um perfil residencial, Higienópolis soube agregar uma estrutura de serviços, sem acabar com a tranqüilidade do bairro. Um exemplo disso é o Shopping Pátio Higienópolis, que foi construído em 1999, preservando uma fachada um pouco mais antiga da casa. E respeitando as características do bairro e de sua história, a Cyrela apresenta o Varanda Expressions, um empreendimento que possui um espaço exclusivo voltado para atividades culturais. Dentro do condomínio, o Espaço da Expressão é um edifício tombado pelo patrimônio histórico que foi restaurado para oferecer aos moradores um local especial.

Perspectiva ilustrada da piscina adulto com raia. Ao lado, churrasqueira e forno para pizza

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VARANDA EXPRESSIONS Rua Brigadeiro Galvão, 143 www.cyrela.com.br Empreendimento que conta com a parceria da Cyrela e MAC, o Varanda Expressions é um edifício diferenciado na região de Higienópolis. Além de uma infra-estrutura completa de lazer, ele apresenta uma construção privada inédita na região: o Espaço Expressão. Com ateliê, cineminha, teatro, salão de jogos e lounge, o local oferece aos moradores a chance de desenvolver talentos e descobrir uma forma nova de viver com a arte. Os apartamentos são de dois ou três dormitórios, com uma área de 67 e 81 metros quadrados. A área total do terreno é de mais de 3,3 mil metros quadrados. Espaço que garante ainda mais conforto para toda a família.


Deolhonofuturo Perspectiva da fachada do Vitória Parque Vila Prudente

N

o início de sua formação, em meados do século 18, o bairro da Vila Prudente recebeu imigrantes italianos com espírito empreendedor. Logo o bairro mostrou forte vocação para a indústria. A primeira fábrica instalada na região foi de doces, balas e bombons e era de propriedade dos irmãos Falchi. A fábrica prosperou e passou a empregar os moradores locais. Depois os pioneiros irmãos Falchi construíram a Cia. de Cerâmica de Telhas e Tijolo. O sucesso atraiu novos empreendedores e a história do bairro começou a ser escrita. O nome do bairro é uma homenagem ao ex-presidente Prudente de Moraes. Hoje, o bairro conta com 450 mil habitantes, possui 30 quilômetros quadrados e fica a poucos minutos da praça da Sé. A localização, próxima ao centro da cidade, sempre foi um diferencial. Hoje, o bairro tem oferecido ainda mais qualidade de vida aos seus moradores. Apesar de um comércio forte, o local é predominantemente residencial e inspira um ar de cidade de interior. As pessoas se conhecem, conversam e até se envolvem em decisões do futuro do bairro. A chegada da Linha 2 – Verde do metrô, prevista para 2010, é considerada uma grande conquista para o bairro. O projeto prevê a criação das estações Vila Prudente e Tamandua-

A estação do metrô vai trazer prosperidade para a Vila Prudente

teí. E por se tratar da linha verde, ligará o bairro diretamente à região da avenida Paulista, um dos mais importantes centros de negócios da capital. No futuro, já existem projetos da construção da Estação Orfanato, que ficará nas ruas centrais do bairro. A chegada do metrô realiza um sonho dos moradores, o de que seus filhos permaneçam no bairro, já que a falta de transporte levou muitos moradores a procurar moradias mais próximas ao trabalho. Agora a realidade mudou. Com novas e excelentes opções para morar, os filhos da Vila Prudente poderão continuar no bairro e se locomover com mais facilidade. Isso prova que uma história sólida e um passado forte podem e devem conviver harmoniosamente com um futuro promissor.

VITÓRIA PARQUE VILA PRUDENTE Rua Costa Barros, 2249 www.vitoriavilaprudente.com.br Pensando em valorizar ainda mais o bairro da Vila Prudente, a Living e a Tecnum buscaram unir o clima acolhedor da região com a vantagem de estar próximo ao centro e lançou o Vitória Parque Vila Prudente. Um condomínio que está ao seu alcance. Com 13 mil m2 de terreno, o Vitória Parque oferece lazer e segurança para toda a família. Os apartamentos são de dois e três dormitórios, com 44 e 56,84 m2. As áreas comuns possuem praça central, espaço multiuso, fitness externo, brinquedoteca, churrasqueira, quadra gramada, salão de jogos, fitness, espaço teen, playground, espaço boa forma e espaço mulher. Além disso, o Vitória Parque é um condomínio inteligente e ecológico, pois dispõe de mecanismos de reuso de água pluvial nas áreas comuns e coleta seletiva de lixo.

PRAÇA IBITIRAMA Rua Ibitirama, 1850 Tel.: 11 6346 3558 Muito bem localizado na Vila Prudente, entre os bairros da Mooca e do Ipiranga, outro importante lançamento da Living e Concima, o condomínio Praça Ibitirama é uma excelente opção para quem quer comodidade, qualidade de vida e boa localização. Os apartamentos são de dois e três dormitórios, com 52 e 64 metros quadrados, ambos com varanda grill. Nas áreas comuns, diversas opções para desfrutar de ótimos momentos com sua família. Lan house, salão de festas, oficina de artes, praça de leitura, solarium, piscinas, fitness center são algumas das opções. O terreno tem mais de 3,860 mil metros quadrados. Visite apartamento decorado no endereço acima.


4 0 1 " 6 - 0

ENTREGA

PINTURA E LIMPEZA

ACABAMENTO

INSTALAÇÃO

FACHADA

VEDAÇÃO

ESTRUTURA

#"*330

FUNDAÇÃO

&.13&&/%*.&/50

PREPARO DO TERRENO

NÚMERO DE DORMITÓRIOS (planta básica)

PREVISÃO DE ENTREGA

Valores em % realizada

ALLORI VILA ROMANA

Vila Romana

4

100

95

ÁPICE SANTANA

Santana

4

100

40

CENNARIO

Hípica Santo Amaro

CENTRAL PARK MOOCA

Mooca

10

Abr-09 Jun-09

4

100

100

100

3e4

70

45

5 100

100

80

85

30

5

Maio-08 Dellacorte, Fifith Av, The Mark, The Plaza e Lincoln Plaza: jun/09 Pierre, Madison, The Belvedere e Metropolitan: jun/10

CHÁCARA DOS PÁSSAROS

São Bernardo do Campo

3e4

100

100

CONTEMPORÂNEO CAMPO BELO

Campo Belo

3e4

100

80

100

ESSÊNCIA ALPHAVILLE

Alphaville

3e4

30

5

Nov-09

FLORAE PARQUE DA ACLIMAÇÃO

Aclimação

4

5

90

Out-09

GRAND LIFE BOSQUE SAÚDE

Bosque da Saúde

4

100

100

77

52

Itaim Bibi

4

100

100

65

10

HUMANARI

Brooklin

3e4

100

100

95

70

100

60

30

NOVA KLABIN

Chácara Klabin

4

100

Moema

4

10

PARC EVIAN

Higienópolis

3

100

PATEO POMPEIA

Pompéia

3

100

97

90

50

Dez-07 Set-09

HLI 120

ORNATO MOEMA

99

15

Set-08 Jul-08

10

40

Cyan: jul/08 Magenta e Rubine: ago/08

15

Abr-09 Out-09

100 100

100 65

95

75

80

70

Jan-08 Sumaré e Pacaembu: set/08 Perdizes: mar/09 Pompéia: set/09

40

PAULISTÂNIA

Brooklin

4

100

100

90

70

10

50

10

Dez-08

PLATEAU JARDINS

Jardins

4

100

100

100

90

10

45

50

Mar-08

REFERENCE KLABIN

Chácara Klabin

4

65

50

RESERVA JARDIM

Jardim Avelino

4

100

70

Jul-09 5

Ago-09

SARAU PINHEIROS

Pinheiros

4

100

100

75

50

THE CITY

Itaim Bibi

com

100

100

100

100

30 75

50

Jan-09 45

45 60

THE COLONY

Cidade Jardim

4

100

100

100

98

98

85

75

THE PARLIAMENT

Pacaembu

4

100

100

100

95

65

70

50

10

80

25

VARANDA PAULISTA

Paraíso

2e3

100

100

100

95

VEREDA IPIRANGA

Ipiranga

3e4

100

98

60

40

100

25

VERTENTES GRANJA VIANA

Granja Viana

4

25

VIA PAULISTA HOME STAY

Paraíso

2

100

VITALE MOOCA

Mooca

4

100

75

Vila Nova Conceição

4

100

100

ÁPPIA LORENA

Jardins Campo Belo

12

Out-07 Jan-08

5

15

Mar-08 Nov-08 Maio-09

WALK VILA NOVA CONCEIÇÃO

CAMAROTTE CAMPO BELO

Jan-08

Mar-09 Ago-09

80

40

40

Ago-08

10

3e4

LANÇAMENTO

Mar-10

4

LANÇAMENTO

Dez-09

CENTRAL PARK PRIME

Tatuapé

4

LANÇAMENTO

a definir

CRISTALL

Aclimação

4

LANÇAMENTO

Ago-10

DOMÍNIO MARAJOARA

Jardim Marajoara

GRAND LIFE IPIRANGA

Ipiranga

PASSEIO BROOKLIN

Brooklin

VANILLA HOUSE & GARDEN

Alto de Pinheiros

3e4

LANÇAMENTO

a definir

4

LANÇAMENTO

a definir

4

LANÇAMENTO

Dez-09

3e4

LANÇAMENTO

Jun-09

VARANDA POMPÉIA

Pompéia

2

LANÇAMENTO

Abr-10

VENTURA

Santo André

4

LANÇAMENTO

Dez-09

VIA IBIRAPUERA

Ibirapuera

VILLA LOBOS OFFICE PARK

Alto de Pinheiros

1e2

LANÇAMENTO

Maio-10

comercial

LANÇAMENTO

a definir

3 * 0 % & + " / & * 3 0 ATMOSFERA - AMBIANCE

Península da Barra

4

100

100

100

100

90

80

70

ATMOSFERA - ESSENCE

Península da Barra

4

100

100

100

100

70

70

70

10

ATMOSFERA- VERVEINE

Península da Barra

4

100

100

100

100

ATMOSFERA - POEME

Península da Barra

4

100

100

80

60

20

Mar-08 Mar-08

70

30

Ago-08

40

20

Ago-08

BARRA FAMILY - LAGUNA BEACH

Barra da Tijuca

2e3

100

100

75

40

70

10

Ago-08

BARRA FAMILY - LONG BEACH

Barra da Tijuca

2e3

100

100

65

30

60

5

Ago-08

BARRA FAMILY - PALM BEACH

Barra da Tijuca

2e3

100

100

75

40

70

10

Ago-08

BARRA FAMILY - SUNSET BEACH

Barra da Tijuca

2e3

100

100

95

65

80

30

Ago-08

20

0

15

0

BARRA FAMILY - VENICE BEACH

Barra da Tijuca

2e3

100

100

BELLE ÉPOQUE - DEGAS

Freguesia

2e3

100

45

$ : 3 & - "

Ago-08 Out-08


ENTREGA

PINTURA E LIMPEZA

ACABAMENTO

INSTALAĂ‡ĂƒO

FACHADA

VEDAĂ‡ĂƒO

ESTRUTURA

#"*330

3 * 0 % & + " / & * 3 0 $0/5*/6"`“0

FUNDAĂ‡ĂƒO

&.13&&/%*.&/50

PREPARO DO TERRENO

NĂšMERO DE DORMITĂ“RIOS (planta bĂĄsica)

PREVISĂƒO DE ENTREGA

Valores em % realizada

BELLE ÉPOQUE - MONET

Freguesia

2e3

100

5

BELLE ÉPOQUE - RENOIR

Freguesia

2e3

100

5

Out-08

COSMOPOLITAN

Barra da Tijuca

Com

100

75

55

FRONT LAKE - LAKE VIEW

Barra da Tijuca

2e3

100

100

30

FRONT LAKE - LAKE VISION

Barra da Tijuca

2e3

100

100

85

Out-08 Abr-08 Ago-08 15

20

Ago-08

GOLF VILLAGE - BLUE

SĂŁo Conrado

4

100

100

100

100

70

90

15

Dez-07

GOLF VILLAGE - GREEN

SĂŁo Conrado

4

100

100

100

100

35

90

15

Dez-07

GOLF VILLAGE CASA

SĂŁo Conrado

4

100

100

100

100

45

90

15

GRAND LIFE BOTAFOGO

Botafogo

4

100

100

100

100

95

100

90

30

75

50

Dez-07 70

Dez-07

LANAI

Barra da Tijuca

2

100

100

99

99

L. R. DE MONACO - BEAU SOLEIL

Barra da Tijuca

4

100

70

25

15

17

Fev-08 Out-08

L. R. DE MONACO - CAP D'AIL

Barra da Tijuca

4

100

100

68

65

18

Out-08

L. R. DE MONACO - CAP MARTIN

Barra da Tijuca

4

100

30

13

0

17

Out-08

L. R. DE MONACO - CONDAMINE

Barra da Tijuca

4

100

100

38

50

18

Out-08

L. R. DE MONACO - MONTE CARLO

Barra da Tijuca

4

100

100

25

25

17

Out-08

L. R. DE MONACO - RIVIERA MARRIOT

Barra da Tijuca

4

100

100

63

60

18

LE MONDE - HONG KONG 1000 / 2000 / 3000

Barra da Tijuca

Com

100

100

100

100

100

85

85

70

Dez-07

LE MONDE - LONDRES

Barra da Tijuca

Com

100

100

30

LE MONDE - TORONTO 1000

Barra da Tijuca

Com

100

100

100

100

100

95

95

90

Dez-07

Out-08 Dez-08

MAISON LEBLON - CASAS

Leblon

3

100

100

100

100

60

50

40

MAISON LEBLON - GĂ“IS

Leblon

3e4

100

100

100

90

25

30

10

RISERVA UNO - BOLZANO

Barra da Tijuca

5e6

100

100

70

5

RISERVA UNO - FIRENZE

Barra da Tijuca

4e5

100

100

RISERVA UNO - MILANO

Barra da Tijuca

4e5

100

100

RISERVA UNO - ROMA

Barra da Tijuca

5e6

100

100

70

RISERVA UNO - VENEZIA

Barra da Tijuca

4e5

100

100

60

Dez-07 Dez-07

5

Dez-08

60

5

Dez-08

60

5

Dez-08

10

5

Dez-08

5

Dez-08

SAINT BARTH - FLAMANDS, SAINT JEAN, LE PETIT ANSE

PenĂ­nsula da Barra

4

80

10

Set-09

SAINT MARTIN - MARIGOT, COLE BAY E GRAND CASE

PenĂ­nsula da Barra

2, 3 e 4

70

10

Set-09

PAÇO REAL - MIRANTE

SĂŁo CristovĂŁo

2e3

60

40

Out-08

PAÇO REAL - BOA VISTA

SĂŁo CristovĂŁo

2e3

50

10

ATAULFO CORPORATE

Leblon

Com

LANÇAMENTO

Set-09

SAINT BARTH - LORIENT E GOUVERNEUR

PenĂ­nsula da Barra

4

LANÇAMENTO

Set-09

SAINT MARTIN - GRAND ILET E SAINT LOUIS

PenĂ­nsula da Barra

2, 3 e 4

LANÇAMENTO

Set-09

UP SIDE ICARAĂ?

NiterĂłi

1e2

LANÇAMENTO

Jun-09

3e4

LANÇAMENTO

Mar-10

Out-08

# " ) * " 4 " - 7 " % 0 3 PROVENCE HORTO

Horto Florestal

& 4 1 ¤ 3 * 5 0 4 " / 5 0 7 * 5 ¨ 3 * " CAIOBAS

Laranjeiras

3e4

100

ALDEIA PARQUE CONDOMĂ?NIO IGUATEMI

Norte Sul

3e4

25

GRAND PARC RESIDENTIAL RESORT

Enseada do SuĂĄ

95

60

55

40

20

Ago-08 a definir

4

LANÇAMENTO

Mar-10

BREVE LANÇAMENTO

a definir

( 0 * ÂĄ 4 ( 0 * Â&#x; / * " SKY LIFE

Setor Bueno

4

. * / " 4 ( & 3 " * 4 # & - 0 ) 0 3 * ; 0 / 5 & GRAND LIDER OLYMPUS

Vila da Serra

4e5

85

80

1ÂŞ fase: mar/09 2ÂŞ fase: mar/10 3ÂŞ fase: mar/11

5

3 * 0 ( 3 " / % & % 0 4 6 - 1 0 3 5 0 " - & ( 3 & CONTEMPORĂ‚NEO

Iguatemi

2e3

PĂ TEO LINDĂ“IA

Jardim LindĂłia

2e3

100

95

5 LANÇAMENTO

Mar-09

VARANDA ZONA SUL

Tristeza

3

LANÇAMENTO

Jun-09

VIVARE

Jardim ItĂĄlia

2e3

LANÇAMENTO

Nov-10

PRAIA DE BELAS PRIME OFFICES

Praia de Belas

Com

LANÇAMENTO

Dez-09

Dez-09

ReferĂŞncia: Setembro/07


Pontofinal POR RICARDO GALUPPO jornalista e escritor ricardo@totumex.com.br

A grande obra de romano A

s lembranças que tenho são remotas – a ponto de eu não ter certeza se ele era do tamanho que imagino ou se é uma dessas figuras que acabam assumindo na nossa memória uma dimensão maior do que realmente tinham. Para mim, ele era enorme e parecia ainda maior dentro do macacão de brim, sempre limpo e bem passado, que usava. Até onde me recordo, nunca o vi em outros trajes. Era mecânico de profissão – mas, por achar mais confortável, insistia em usar a roupa do trabalho até para ir à missa. Convivi pouco com ele, mas as histórias que ouvi a seu respeito acabaram por transformá-lo numa espécie de herói de cinema: uma criatura inatingível, mas capaz de cenas que nos acompanham pela vida inteira. Chamava-se Romano Ernesto Fisher – com todos os erres e esses, como ele mesmo gostava de dizer quando se apresentava. Era bom de conversa e gostava de fazer mistério em torno de uma história que viveu ali pelo começo dos anos 1950 – uma história que intrigou os médicos de Belo Horizonte e até hoje me parece misteriosa. Talvez eu mesmo não acreditasse no que vou dizer agora se meu tio Marcelo, que era médico, garimpeiro e sistemático, não tivesse afirmado que foi tudo verdade. Preste atenção e veja se eu não estou certo em duvidar. Com dores no estômago, Romano internou-se no Hospital São Lucas. Os doutores acreditavam que fosse uma úlcera corriqueira. Abriram, avaliaram a situação e costuraram novamente: as entranhas estavam consumidas por um câncer pavoroso – tudo estava tomado, não havia o que fazer, a não ser entregar nas mãos de Deus. Escolheram a melhor forma de dar a notícia de que o problema era, no final das contas, muito mais grave do que as suspeitas iniciais indicavam. Não sei quem revelou a ele toda a verdade nem como fez... mas acho que isso não tem muita importância. O que eu sei é que Romano saiu do hospital, entrou no primeiro bar que viu aberto e só apareceu em casa três ou quatro dias depois, bêbado da cabeça aos pés, com o macacão encardido e uma expressão feliz demais para quem havia acabado de receber notícia tão pesada. À espera da morte, que poderia vir de uma hora para outra, nunca mais deu às pessoas satisfação sobre seus atos. Tornou-se mais alegre, brincalhão e completamente sem juízo. Às vezes exagerava – mas quem nunca exagerou na vida, não é mesmo? Estava certo de que fazia isso por uma boa causa. Ele próprio assegurava, e até receitava, que havia descoberto o melhor remédio que pode existir contra o câncer na face da terra. Desde que soube da doença, decidiu que só faria o que tivesse vontade. E as vontades que teve depois disso costumavam ser esquisitas.Vou contar uma, só para dar uma idéia de como a cabeça dele passou a funcionar. Quando Juscelino Kubitschek foi governador, nos anos 1950, criou a Companhia Agrícola de Minas Gerais, a Camig, e a encheu de tratores, escavadeiras e um monte de máquinas que saíram pelo interior abrindo estradas, cavando açudes, arando as lavouras e fazendo a alegria dos fazen-

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deiros. Era uma farra. Romano pediu e foi nomeado chefe da oficina de Curvelo – uma das mais importantes da companhia – e foi aí que a farra começou para valer. Pescador de fim de semana, Romano imaginou ganhar rios de dinheiro com uma obra de dimensões federais: pretendia desviar as águas do rio Meleiro, pouco antes do ponto onde ele deságua no Paraopeba e fazer um atalho para enganar os peixes. Em lugar do caminho habitual, cheio de pedras e de corredeiras, eles certamente achariam mais cômodo cortar caminho por uma passagem, livre e desimpedida. Ali, cairiam nas armadilhas armadas por Romano. Como tal passagem não existia, resolveu providenciá-la – e mandou para o tal lugar um número absurdo de tratores, de motoniveladoras e, claro, de funcionários da Camig. Ficaram seis meses por lá, tirando terra daqui e colando mais adiante, sem jamais terem sido incomodados por ninguém. Ninguém do governo se interessou em descobrir onde estavam as máquinas. A obra, claro, nunca ficou pronta. Nem teria cabimento ficar. Uma idéia como aquela jamais teria dado certo, nem no Meleiro nem em qualquer outro rio do mundo. Mas Romano não ligava para isso. Ficou no mato enquanto durou seu sonho, tocou a obra até onde deu e partiu para outras traquinagens. E tocou a vida adiante. Até onde deu. O negócio dele não era terminar nada.Viver era sua grande obra.


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