Entenda o que significa ter dívidas e tome consciência sobre a dinâmica perigosa do endividamento.
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Dívida?
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Tá pago
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Conhecendo os juros
O motivo das dívidas crescerem.
Entenda a diferença entre ter dívida e ser inadimplente. Endividamento x inadimplência
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Quando a situação fica ainda mais complicada. Inadimplência: oinício de tudo
Você não está só
Um panorama do endividamento no Brasil.
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Vamos acabar com o sentimento de culpa
Como lidar com os sentimentos ruins que a dívida traz?
Papo reto!
Uma mensagem direta e objetiva de quem entende do assunto.
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Papo com a gente
Uma carta da ANBIMA para você!
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Saiba o que fazer em casos de nome sujo e superendividamento. Bora reagir?
Fato ou Fake
Será que as dívidas somem depois de cinco anos?
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Um fôlego para seguir adiante. Carteira de entretenimento
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O que vem aí
Um pequeno spoiler.
Papo com a gente
“Será que só eu tenho dívida?”
Endividar-se é uma situação mais comum do que parece, e muitos de nós, em algum momento da vida, já passamos por isso. Se você está enfrentando di culdades nanceiras, saiba que você não está só. O primeiro passo para mudar esse cenário é trocar o sentimento de culpa pela responsabilidade.
Muitas vezes, quando nos encontramos em meio a dívidas, odesânimo toma conta, fazendo-nos acreditar que não há saída. No entanto, isso está longe de ser verdade.
Com paciência e estratégia, é possível se reerguer. O mais importante é entender a dinâmica do endividamento: identi car as causas, rever seus hábitos nanceiros e, a partir daí, traçar um plano para reestruturar suas nanças.
Por isso, cada página desta edição foi pensada especialmente para você que quer sair das dívidas e decidiu agir. Temos certeza de que aqui você encontrará as informações de que precisa para iniciar sua jornada de educação nanceira.
Boa leitura!
ANBIMA
Você não está só!
O endividamento é um problema crônico no Brasil
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou dados do endividamento das famílias brasileiras medidos pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) e o número de brasileiros e brasileiras com o nome sujo. Confira!
Estar com o nome sujo era a realidade de 41,82% da população brasileira em abril de 2024, de acordo com o levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) do Brasil.
Quase 80% das famílias brasileiras estão endividadas. Isso significa que a cada cinco casas da sua rua, em apenas uma delas mora uma família sem dívidas.
Quase 40% do total de brasileiros e brasileiras em idade adulta estão com o nome sujo.
Inadimplência: o início de tudo
Inadimplência
Ter dívidas, por si só, já pode ser um grande peso na nossa vida. Mas existe uma situação ainda mais complicada, que é quando temos dívidas e não conseguimos mais pagá-las: a inadimplência.
Mas por que tantas dívidas?
Responder a essa pergunta não é simples, como acontece com a maioria dos assuntos que precisam ser analisados a partir de muitas camadas.
Quanto nos endividamos, temos, logicamente, uma responsabilidade individual por isso. Afinal, isso só acontece quando gastamos mais do que podemos, independentemente do motivo que nos levou a isso.
No entanto, não podemos desconsiderar alguns fatores estruturais que contribuem para esse cenário de endividamento crônico no Brasil. São eles:
Desigualdade social
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Essa conclusão foi baseada nos dados de concentração de renda total do país, a renda média anual entre as pessoas mais ricas e as mais pobres, desigualdade de patrimônio e a porcentagem das pessoas ricas na fortuna patrimonial brasileira.
Juros altos
A taxa de juros brasileira tem estado entre as mais altas do mundo historicamente.
Com o cenário mundial de subida de juros, o Brasil lidera o ranking mundial de juros reais (aqueles que descontam a inflação).
O Brasil também tem um dos maiores spreads bancários do mundo.
O spread é a diferença entre as taxas de juros que os bancos cobram e as taxas de juros que eles pagam para quem investe.
Pós-pandemia
O nível de endividamento da população brasileira, que já era alto, aumentou com a pandemia de 2020.
A Serasa e o Opinion Box fizeram um estudo exclusivo com os principais resultados sobre as finanças pessoais da população brasileira nos últimos dois anos de pandemia.
Entender melhor o contexto em que estamos inseridos pode nos ajudar a diminuir um pouco a culpa que sentimos quando estamos com dívidas. A culpa nos paralisa e não nos ajuda a resolver essa situação tão difícil e complexa.
Saiba mais!
Conhecendo os juros
Por que a minha dívida cresce?
Nossa vida financeira não é exatamente algo linear: há períodos em que tudo está (mais ou menos) sob controle e outros em que as contas apertam demais.
Muitas vezes, podemos optar por pagar o valor mínimo da fatura, para ganhar um respiro. O problema é que o mês seguinte sempre chega. E, com ele, os gastos do mês anterior que empurramos para a frente, junto com os gastos novos daquele mês.
Uma boa analogia para essa situação é a bola de neve. Você já assistiu a algum desenho animado em que personagens estão no topo de uma montanha e, de repente, começam a correr ladeira abaixo para fugir de uma pequena bola de neve que começa a se formar?
Eles fazem isso porque sabem que a bola de neve vai crescer rapidamente com o passar do tempo. Assim também acontece com a nossa dívida no cartão por conta dos juros.
O que são juros?
Tal como uma imobiliária aluga casas e apartamentos, um banco funciona como uma imobiliária de dinheiro. Precisamos pagar todo mês o aluguel do imóvel onde moramos porque ele não é nosso, ou seja, a pessoa proprietária nos empresta por um determinado período.
Da mesma forma, também precisamos pagar uma espécie de "aluguel" quando pegamos dinheiro emprestado do banco. O preço que as instituições financeiras cobram nos empréstimos que fazemos com elas são os juros.
Os juros são cobrados em taxa mensal ou anual e consistem em um percentual que incide sobre o valor do dinheiro que pegamos emprestado para comprar alguma coisa. Existem duas formas de se calcular os juros de uma dívida: juros simples ou compostos.
Vamos conferir um exemplo? Se temos uma dívida de R$ 1.000 e não conseguimos mais pagá-la, essa dívida vai aumentar um pouco todo mês. A taxa de juros mensal é de 10%.
Acompanhe como o ritmo de crescimento da dívida é diferente para cada um dos tipos de juros:
Juros simples
Juros compostos
A taxa de juros mensal de 10% é calculada sobre o valor inicial da dívida (10% de R$ 1.000). Esse valor não muda ao longo dos meses, ou seja, todo mês a nossa dívida vai crescer os mesmos R$ 100.
A taxa de juros mensal de 10% é calculada sobre o valor atualizado da dívida, mês a mês. Esse valor muda todos os meses e, quanto mais o tempo passa, maior ele fica. Neste tipo de juros, a taxa incide não apenas sobre o valor inicial que pegamos emprestado, ela considera também os próprios juros da dívida que vão se acumulando com o passar do tempo.
O efeito bola de neve
A diferença entre as parcelas com juros simples e compostos é pequena nos primeiros meses. Mas não podemos esquecer que, nos juros compostos, a dívida cresce em um ritmo mais acelerado com o passar do tempo. Isso pode causar o efeito bola de neve, que nos leva a uma situação de endividamento, quando não conseguimos pagar as parcelas em dia.
É por isso que nos enrolamos com o cartão de crédito. Quando nossas contas estão apertadas ou gastamos demais, é comum pensarmos em pagar o valor mínimo da fatura. Em um primeiro momento, essa até parece ser uma boa solução para o nosso problema financeiro. Só que os R$ 1.000 que deixarmos para pagar, no mês que vem, não serão mais R$ 1.000. Por conta dos juros compostos, passarão a ser R$ 1.100. Se não conseguirmos pagar de novo, serão R$ 1.210 no terceiro mês. E assim por diante.
Conhecendo os juros
Os juros são sempre vilões?
Quando descobrimos os juros compostos, é comum acharmos que eles são os grandes vilões do nosso orçamento. Errado não estamos, principalmente quando imprevistos acontecem e nos endividamos.
É importante pensar mesmo duas vezes antes de fazer qualquer compra parcelada no cartão.
Mas os juros compostos também podem ser nossos aliados.
Quando conseguimos sair das dívidas e começar a investir, em vez de pagar, passamos a receber juros compostos.
Isso porque, na prática, investir funciona como se estivéssemos assumindo o papel do banco e emprestando dinheiro para alguém. Na verdade, emprestamos o nosso dinheiro para uma empresa financiar seus projetos ou para o governo pagar as contas públicas.
O sentimento de pagar juros compostos
O sentimento de receber juros compostos
Endividamento x inadimplência
Dever é sempre ruim?
Existe uma diferença entre ter dívida e ter nome sujo. Ter dívidas nem sempre é uma coisa ruim. Entretanto, elas podem ser um sinal amarelo para cenários de endividamento mais graves.
Muita gente acha que ter dívida é sinônimo de ter nome sujo. E é verdade que todo mundo que tem nome sujo tem dívida.
Mas nem todo mundo que tem dívida tem o nome sujo.
Quando financiamos um carro, pegamos um empréstimo pessoal ou parcelamos compras no cartão de crédito, estamos contraindo dívidas. Entramos, portanto, nas estatísticas das pessoas endividadas. Mas não necessariamente nas estatísticas das pessoas inadimplentes.
Fazer dívida é simplesmente adiar o pagamento de algo.
Ainda que todas as nossas parcelas estejam pagas em dia, fato é que optamos por comprar uma coisa antes de juntar o dinheiro necessário para pagá-la à vista.
Endividamento x inadimplência
Uma dívida pode ser necessária?
Ter dívida não somente é uma situação bastante comum entre brasileiras e brasileiros, como é, também, muitas vezes, necessária. Especialmente para comprar coisas de valor muito alto. Quer um exemplo?
Quantas pessoas você conhece que têm, neste momento, dinheiro suficiente para pagar um imóvel à vista? Especialmente para grandes compras, como uma casa própria ou o financiamento da faculdade, fazer uma dívida pode ser uma boa saída.
Nem toda dívida é uma coisa ruim.
A coisa só fica feia quando perdemos o controle das parcelas e elas começam a ocupar uma parte muito grande do nosso orçamento, comprometendo os gastos necessários para a nossa sobrevivência no dia a dia.
Ainda assim, mesmo quando atrasamos ou deixamos de pagar nossas parcelas por conta de problemas financeiros, não estamos infringindo nenhuma lei. Mas nome sujo é dor de cabeça e traz, sim, uma série de consequências negativas para a pessoa endividada.
Endividamento ou inadimplência?
Qualquer compromisso financeiro futuro firmado com alguém ou alguma instituição.
Pagamento realizado de forma parcelada.
Qualquer tipo de compra no cartão de crédito, mesmo à vista.
Exemplo: financiamento de um imóvel em 30 anos.
Impacta o orçamento do dia a dia, mas não deixa o nome sujo.
O grau de endividamento pode diminuir a oferta de crédito no mercado.
Compromisso financeiro firmado no passado que tenha sido descumprido ou esteja atrasado. Quando se deixa de pagar uma dívida ou alguma parcela dela.
Fatura atrasada do cartão de crédito.
Exemplo: prestações atrasadas do imóvel financiado.
Após um tempo de dívidas em atraso, o nome pode ficar sujo.
O nome sujo diminui muito a oferta de crédito no mercado.
Endividamento x inadimplência
Complicações por conta das dívidas
Ainda que ter dívida seja diferente de ter nome sujo, cenários de endividamento muito graves podem nos levar, sim, à inadimplência. E, consequentemente, a algumas complicações mais sérias, como:
Cobrança extrajudicial
É uma primeira tentativa da pessoa credora de tentar receber os valores que devemos. Ou seja, uma tentativa amigável de se receber o dinheiro sem a necessidade de ingressar nos meios judiciais. Exemplos desse tipo de cobrança: ligações telefônicas, mensagens via WhatsApp e e-mails.
Cobrança em cartório
É uma medida da pessoa credora para oficializar a nossa inadimplência. O registro acontece em cartório de protesto, gerando um documento legal, que é o conhecido popularmente como “dívida protestada”. Esse documento vai registrar a dívida não paga e mostrar a tentativa da pessoa credora de receber o que é devido. Ele nos é enviado para que fique registrado que tomamos conhecimento daquele saldo devedor.
Notificação judicial
É uma previsão do Código de Defesa do Consumidor e tem como principal objetivo evitar que quem deve alegue qualquer tipo de desconhecimento com relação aos valores em questão.
Cobrança judicial
Acontece quando a pessoa credora já tentou receber de formas amigáveis, mas não teve sucesso. Quando a pessoa credora aciona os meios judiciais, podemos ter, além do custo com a dívida atrasada, o acréscimo de contratar um advogado ou uma advogada.
Vamos acabar com o sentimento de culpa
O
que fazer com os sentimentos ruins que a dívida traz?
Ao contrário do que muita gente pensa, lidar com dinheiro vai muito além das planilhas e envolve também aprender a lidar com as nossas emoções.
Só quem já teve dívida sabe o peso de lidar com a conta bancária no vermelho sem ter perspectiva de resolver aquela situação. Quem nunca passou por isso costuma julgar quem tem dívidas, como se essas pessoas fossem erradas ou menores. É como se ter dívida fosse apenas uma questão de falta de controle e esforço.
Isso não é verdade. Ninguém está livre de ter dívidas, e existem diversas razões que podem nos levar a uma situação de endividamento, como desemprego, doenças, separação e até questões estruturais, como a desigualdade social crônica do Brasil.
Não podemos esquecer também que os juros brasileiros têm estado entre os mais altos do mundo. E não é difícil se enrolar com as parcelas do cartão de crédito, especialmente em situações de maior vulnerabilidade.
Segundo o relatório Desigualdade S.A., lançado pela Oxfam:
Quatro das cinco pessoas bilionárias brasileiras mais ricas aumentaram em 51% sua riqueza desde 2020; ao mesmo tempo, 129 milhões de brasileiros e brasileiras ficaram mais pobres.
No Brasil, em média, o rendimento das pessoas brancas é mais de 70% superior à renda de pessoas negras.
Vamos acabar com o sentimento de culpa
A importância da rede de apoio
Ter alguém de confiança para conversar sobre esse assunto é a primeira ação que deve ser tomada. Buscar uma pessoa próxima, disposta a nos escutar e mais focada em nos ajudar a pensar em soluções do que nos julgar é essencial.
Buscar atendimento psicológico especializado feito por terapeutas profissionais também é uma boa pedida.
Lembre-se de só nós sabemos dos nossos problemas, por isso, o julgamento de outras pessoas nunca deve ser o principal critério de definição das nossas ações.
Troque a culpa pela responsabilidade
Mudar o nosso posicionamento interno diante das dívidas é importante para começarmos a assumir a nossa responsabilidade sobre elas. Lidar com a situação de frente e entender o que nos levou a ela, sem julgamentos, é a primeira ação.
Sempre é tempo de começar de novo e, por pior que seja uma situação de endividamento, existe uma luz no fim do túnel. E é perfeitamente possível traçar uma estratégia para sair dela.
A solução não será simples, nem fácil.
Afinal, não foi do dia para a noite que entramos nessa situação e, por isso, não será também do dia para a noite que vamos superá-la.
Toda dívida tem uma história.
Por isso, é muito importante que você recupere a história da sua dívida e entenda por que precisou recorrer ao crédito.
Quer saber mais?
Assista ao vídeo da Gaby Chaves!
https://l1nq.com/TE5AX
Acesse pelo QR Code ou clique aqui
Bora reagir?
Meu nome está sujo. E agora?
Ana
Quando deixamos de pagar nossos compromissos financeiros, as pessoas credoras podem registrar essa inadimplência em órgãos de proteção ao crédito, como a Serasa e o SPC. Quando isso acontece, ficamos com o nome sujo
Esse registro, que fica ligado ao nosso CPF, é consultado por outras instituições financeiras. Com o nome sujo, nossas chances de obter mais crédito ou realizar compras a prazo diminuem consideravelmente, pois o mercado nos considera como um risco maior de inadimplência.
Além disso, o nome sujo afeta negativamente nossa pontuação de crédito (score), limitando ainda mais nossas oportunidades financeiras.
O que é score de crédito?
Score de crédito, ou pontuação de crédito, é um número que vai de 0 a 1000 e reflete nossa capacidade de pagar dívidas. Calculado por órgãos de proteção ao crédito, ele considera nosso histórico financeiro. Quanto maior o score, menor o risco de inadimplência, o que facilita a obtenção de crédito e melhores condições financeiras.
Quando atrasamos o pagamento de uma dívida, é comum começarmos a receber ligações, mensagens e e-mails de cobrança. Quanto mais tempo demoramos para pagá-la, maiores as chances de a instituição financeira para quem estamos devendo tomar outras providências, além de registrar nossa inadimplência nos órgãos de proteção ao crédito.
CRÉDITO
Bora reagir?
Ainda que dever não seja crime, existe a possibilidade de a pessoa credora nos cobrar judicialmente, entrando com uma ação na justiça para reaver o montante devido. Em casos extremos, pode ser solicitada a penhora de bens ou valores das nossas contas bancárias.
Outra prática muito comum que acontece nos bastidores das instituições financeiras, ainda que pouco conhecida fora delas, é a cessão de crédito. Na prática, a pessoa credora pode vender a nossa dívida para outra instituição.
Isso não nos isenta da obrigação de pagar a dívida. A diferença é que passamos a ser cobradas e cobrados pelos escritórios de cobrança parceiros da instituição que comprou a nossa dívida.
Será que tenho um superendividamento?
Ter dívidas, ao contrário do que muita gente imagina, não precisa ser algo necessariamente ruim. Por exemplo, a maioria das pessoas só consegue realizar o sonho da casa própria contraindo uma dívida por meio de um financiamento imobiliário.
Imposto
Empréstimo
O problema, porém, começa quando fazemos muitas dívidas simultâneas, de forma que a soma das parcelas se acumula e compromete uma parte significativa do nosso orçamento mensal. Existe até um termo para definir quem se encontra nesse cenário: pessoa superendividada.
Aluguel
Cartão de créd
Bora reagir?
Comprometer mais de 50% da renda mensal com o pagamento de parcelas de dívidas.
O Banco Central define que quem se encaixa em pelo menos duas das quatro categorias abaixo pode ser considerada uma pessoa superendividada:
Inadimplência das dívidas em períodos superiores a 90 dias.
Ter uma renda que, após o pagamento das dívidas, fique abaixo da linha de pobreza*.
Multimodalidade, ou seja, vários tipos de dívidas/ financiamentos diferentes.
Empréstimo
Cartão
Renda por mês
* Segundo definição do Banco Mundial, a linha de pobreza é em torno de R$ 600.
Demais contas
Acesse o QR Code e confira a matéria publicada pelo Banco Central sobre o tema. Caso esteja acessando pelo celular, clique aqui.
https://abrir.link/aMRcc
Financiamento
Existe também uma lei criada para nos proteger quando entramos nessa situação difícil. Sancionada em 2021, a Lei do Superendividamento permite que as pessoas nessa situação possam renegociar muitas ou todas as suas dívidas de uma vez só, criando um plano de pagamento que se encaixe na renda mensal e não comprometa a sobrevivência da família.
Bora reagir?
Pode renegociar
O que cabe ou não nas renegociações de superendividamento?
Contas de água, luz, telefone, gás etc.
Boletos e carnês de consumo
Empréstimos com bancos e financeiras
Cheque especial e cartão de crédito
Crediários e parcelamentos em geral 60X
Não pode renegociar
Impostos e tributos
Multa de trânsito
Pensão alimentícia em atraso
Financiamentos imobiliários
Produtos e serviços de luxo
Além disso, a Lei do Superendividamento também estabelece alguns direitos específicos para que as pessoas nessa situação possam reorganizar sua vida financeira. São eles:
Renegociar suas dívidas em uma proposta que leve a renda e a capacidade de pagamento em consideração.
Receber informação, com a obrigação de instituições financeiras de oferecer informações objetivas sobre custos totais de crédito e condições.
Não sofrer pressão para contratar crédito ou ser alvo de abuso ou assédio na cobrança da dívida.
Direito ao crédito responsável, com prevenção das situações de superendividamento.
Bora reagir?
Além desses direitos, que mudaram as regras do jogo para quem tem dívidas, há ainda instituições que oferecem apoio às pessoas endividadas, como o Procon e a Defensoria Pública.
As campanhas de renegociação coletiva de dívidas também podem ser grandes aliadas de quem tem dívidas. Vale monitorar os feirões anuais de renegociação, como o Limpa Nome, e iniciativas como o programa desenrola, criado pelo governo federal em 2023.
Mas as dívidas não somem depois de cinco anos?
Muitas pessoas endividadas acabam escutando que as dívidas não pagas somem depois de cinco anos. Mas não é bem assim que funciona.
Esse é um erro de interpretação comum que pode, inclusive, ser utilizado de má-fé por golpistas.
Isso significa que, depois de cinco anos, a dívida não pode mais gerar a negativação do nome de quem está devendo, mas ela continua existindo. Na prática, o CPF deixa de ser negativado e a instituição credora perde a possibilidade de fazer uma cobrança judicial. Mas as cobranças extrajudiciais seguem valendo.
Depoisdecincoanos,adívida nãosome,elaprescreve.
A prescrição da dívida não significa que ela deixa de existir.
Carteira de entretenimento
Dicas de milhões!
Kályton Resende
@kalyton.psi
É um psicanalista que dedica sua clínica aos impactos emocionais que a pobreza gera nos seres humanos. Em seus perfis nas redes sociais, dissemina uma série de conteúdos gratuitos, abordando o conceito de neurose de classe e estudando o sofrimento psíquico no processo de ascensão social, ou seja, a entrada na classe média por meio da educação.
Ter dívidas às vezes pode ser inevitável, mas saber como lidar com elas é crucial. Além de compreender o funcionamento dos juros e das dívidas, aprender a construir um bom planejamento financeiro é muito importante. E é isso que a influenciadora Nath Finanças explica neste vídeo, focado especialmente em uma época em que é comum perdermos a noção com os gastos do cartão de crédito: a virada do ano.
Acesse pelo QR Code ou clique aqui
Filme italiano de 2018, dirigido por Antonio Morabito, que pode ser assistido na Netflix. Nele, Guido, personagem de Claudio Santamaria, fica sem emprego e se vê obrigado a trabalhar como cobrador de dívidas, mas nem sempre utiliza métodos tranquilos para fazer essa cobrança. Guido acaba fazendo alianças não muito agradáveis, o que mostra que o desespero na busca para resolver as questões financeiras pode levar a consequências dramáticas. https://www.youtube.com/watch?v=eqXXssPO6zk
Encontre os principais conceitos que você conheceu nesta edição da revista digital.
Resposta Caça-palavras: Dívida; Inadimplência; Superendividamento; Nome sujo; Score; Juros; Bola de neve; Cobrança
O que vem aí!
Guia da grana
Quero sair dessa!
Entenda como um planejamento adequado e boas práticas financeiras podem ajudar a sair do endividamento.
Não perca a próxima edição!
A jornada de educação financeira continua e, na nossa próxima revista, você descobrirá as principais dificuldades e limitações de quem tem o nome sujo.
Fique por dentro!
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