Jonal cultura Japonesa

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O estilo cativante, ágil e envolvente de Osamu Tezuka influenciou várias gerações de desenhistas japoneses e fez com que a expressão MANGÁ se tornasse sinônimo desse estilo. Também devido ao trabalho de Tezuka na animação, a expressão MANGÁ virou sinônimo de desenhos animados no Japão nos anos 60 e 70. Posteriormente, o alto grau de especialização da área de animação fez com que se adaptasse a expressão ANIMÊ (do inglês “animation”) para designar desenhos animados japoneses. maior contato com o Ocidente, procurando o mais rápido possível assimilar tecnologias, costumes e ideologias que vinham do estrangeiro. Adaptando seu estilo dos quadrinhos para o desenho animado, Tezuka também foi o pioneiro da animação japonesa, sendo conhecido no exterior (inclusive no Brasil) por produções como “Kimba, o Leão Branco”, “A Princesa e o Cavaleiro” e “Astroboy”.

Osamu Tesuka – (1928 – 1989)

Kimba o Leão Branco - (1950)

Cristiane A. Sato, formada em direito pela Universidade de São Paulo, pesquisadora de mangá e animê, presidente da ABRADEMI – Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações, colaboradora de publicações sobre cultura popular japonesa, mangá e animê desde 1996. Palestrante convidada em eventos diversos no Centro Cultural Itaú, Sesi, Sesc, FAU-USP, Fundação Japão, Embaixada, Consulado Geral do Japão, etc.

Astro Boy – (1963)

Autora: Cristiane A. Sato – 23/12/1993

Mangá é uma dessas palavras de origem nipônica que cada vez mais está sendo utilizada no quotidiano tupiniquim, que nem “sushi”, “origami” e “sashimi”. Poucos, entretanto, sabem definir o que precisamente é o Mangá.

Com a modernização do país e com o desenvolvimento de uma linguagem de quadrinhos própria aos costumes e à realidade japonesa, Mangá se tornou sinônimo de caricaturas e HQs. A idéia de Mangá como um estilo de desenhos e narrativa só surgiu no pósguerra, com o trabalho de Osamu Tezuka (1926-1989), também conhecido como “Deus do Mangá”. Osamu Tezuka é o criador do estilo de desenho que retrata as pessoas com olhos grandes e brilhantes e influenciado pela obra de Walt Disney e pelo cinema europeu, já na década de 40 ele adaptava para a linguagem dos quadrinhos técnicas de cinema como “closeups”, “long-shots” e “slow-motion”, revolucionando a narrativa quadrinhística e fazendo com que os leitores se envolvessem mais com as histórias que criava.As dificuldades da guerra e as duras condições de vida da fase de reconstrução deram a Tezuka uma visão humanista e universalista, visão esta que influenciou constantemente suas criações como “Phoenix”, “Buddha” e “Jumping”.

Assim, entende-se hoje por MANGÁ histórias em quadrinhos e desenhos animados feitos no estilo e na linguagem desenvolvida pelos japoneses, resultado de um processo histórico e cultural iniciado há quase dois séculos. Atualmente o Japão é o maior produtor e consumidor de quadrinhos e desenhos animados no mundo, gerando uma atividade multibilionária na área de comunicações além de lucros decorrentes de licenciamento de uma infinidade de produtos como brinquedos e videogames e influenciando autores em vários países.

:: O que é mangá?

Nessa época destacou-se o trabalho do inglês radicado no Japão Charles Wirgman, que em 1862 criou a revista de humor “JAPAN PUNCH”, abrindo através das charges políticas um novo tipo de arte cômica aos japoneses e a obra de Rakuten Kitazawa (1876-1955), que criou os primeiros quadrinhos seriados com personagens regulares e batalhou pela adoção da palavra Mangá para designar histórias em quadrinhos no Japão.

A palavra MANGÁ é o resultado da união dos ideogramas MAN (humor) e GÁ (grafismo), sendo sua tradução literal para o português “caricatura”, “desenho engraçado”.

Textos: http://www.culturajaponesa.com.br/htm/manga.html

Ana Flávia Cardoso Artes Gráficas B

A primeira pessoa a utilizar a palavra Mangá foi o artista Katsushita Hokusai, extremamente conhecido no Ocidente por suas gravuras “ukiyo-ê”. Entre 1814 e 1849, Hokusai produziu um conjunto de obras em 15 volumes retratando cenas do dia-a-dia que o rodeava, deformando o desenho das pessoas que retratava de forma a salientar seus traços marcantes. Estas caricaturas de época receberam o nome de HOKUSA IMangá e representam os primeiros passos das charges e das histórias em quadrinhos no Japão. Com o advento da Era Meiji na segunda metade do século XIX, o Japão saiu de um isolamento cultural de 200 anos e passou a ter


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