Fundamentos da Cultura de Tecido e Células Animais – Moacyr Alcoforado Rebello

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Fundamentos da Cultura de Tecido e Células Animais

Guerra Mundial, participando ativamente no programa de produção e distribuição de penicilina.5,6

Desenvolvimento da técnica Em 1910, Simon Flexner, diretor do então recém-criado Rockefeller Institute for Medical Research, decidiu implantar a técnica de cultura de tecido em sua instituição e convidou Montrose T. Burrows, que havia se graduado, à época, pela Universidade Johns Hopkins, para realizar um estágio no laboratório de Harrison na Universidade de Yale.2,10 No laboratório de Harrison, após aprender a técnica original (embrião de sapo), Burrows obteve permissão para desenvolver experiências com tecidos provenientes de embrião de galinha. Este material se mostrou extremamente satisfatório não somente quanto à intensa proliferação das células como também pela facilidade de obtenção do tecido (ovo embrionado) em uma forma normalmente isenta de contaminação com bactérias e fungos (Figura 2.5). A partir desse trabalho ficou evidente que os tecidos embrionários se mostravam mais apropriados para o cultivo quando comparados com os tecidos provenientes de animais adultos. Segundo White (1963), a expressão “cultura de tecido” foi criada por Burrows no decorrer da realização desses estudos.11 Inicialmente, o próprio Burrows introduziu uma modificação na técnica original, passando a utilizar, com grande vantagem, o plasma obtido do sangue de galinha em vez da linfa de sapo,12 o que possibilitou cultivo, com relativa facilidade, de tecidos do sistema nervoso e do coração de embrião de galinha.13 Mediante este procedimento, Burrows mostrou que células do coração do embrião cultivadas in vitro mantinham, por alguns dias, o ritmo de batimento cardíaco (contração das células), visível ao microscópio óptico, provando assim a origem mioblástica da pulsação cardíaca.14 De volta ao Instituto Rockefeller, que o contratara, Burrows foi imediatamente convidado por Alexis Carrel para trabalhar em seu laboratório. Alexis Carrel (1873-1944), nascido na França, graduou-se em Medicina na Universidade de Lyon em 1900, e se especializou em cirurgia, ocupando o cargo de professor de Anatomia e Cirurgia. Seu primeiro trabalho, publicado em 1902 na revista Le Lyon Medical, abordava a anastomose de vasos sanguíneos.15 Em 1904, foi para os EUA, onde continuou seu trabalho no Departamento de Fisiologia da Universidade de Chicago e obteve grande notoriedade com o seu projeto, nada modesto, sobre transplante de órgãos e tecidos humanos. Em 1906 re-

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C o p y r i g h t ©2 0 1 4E d i t o r aR u b i oL t d a . R e b e l l o . F u n d a me n t o sd aC u l t u r ad eT e c i d oeC é l u l a sAn i ma i s . Al g u ma sp á g i n a s , n ã os e q u e n c i a i s , ee mb a i x ar e s o l u ç ã o .

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