Frida Kahlo

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Monica Brown

John Parra ilustrações

Laura Erber tradução

Monica Brown John Parra ilustrações Laura Erber tradução 2ª. edição São Paulo — 2021

Copyright da edição brasileira © Editora FTD, 2021

Todos os direitos reservados à EDITORA FTD S.A.

Matriz: Rua Rui Barbosa, 156 — Bela Vista — São Paulo — SP

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Frida Kahlo and Her Animalitos

Escrito por Monica Brown e ilustrado por John Parra

© 2017 NordSüd Verlag AG, CH-8050, Zurique, Suíça Publicado anteriormente nos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, em 2017, por NorthSouth Book, Inc., um selo de NordSüd Verlag AG, CH-8050, Zurique, Suíça

Diretor-geral Ricardo Tavares de Oliveira

Gerente editorial Isabel Lopes Coelho

Editor Estevão Azevedo

Editora assistente Bruna Perrella Brito

Coordenador de produção editorial Leandro Hiroshi Kanno

Preparadora Lívia Perran

Revisoras Aline Araújo e Tatiana Sado Jaworski

Editores de arte Daniel Justi e Camila Catto

Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Brown, Monica

Frida Kahlo e seus animalitos/Monica Brown; ilustrações John Parra; tradução Laura Erber. – 2. ed. – São Paulo: FTD, 2021.

Título original: Frida Kahlo and Her Animalitos

ISBN 978-85-96-03190-5 (aluno)

ISBN 978-85-96-03191-2 (professor)

ISBN 978-0-7358-4269-4 (ed. original)

1. Kahlo, Frida, 1907-1954 – Literatura infantojuvenil 2. Pintoras – México –Biografia – Literatura infantojuvenil I. Parra, John. II. Título. 21-85076

CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático:

1. México: Pintoras: Biografia: Literatura infantil 028.5

2. México: Pintoras: Biografia: Literatura infantojuvenil 028.5

Maria Alice Ferreira – Bibliotecária – CRB-8/7964

Para meu amado sobrinho August – M. B.

Para Sophie Ella Rogers, que você continue curiosa, bondosa e alegre, com todo o amor e as bênçãos de sua família – J. P.

Esta é a história de uma menina chamada Frida, que se tornou uma das pintoras mais famosas de todos os tempos. Frida era especial.

Esta também é a história de dois macacos, um papagaio, três cachorros, dois perus, uma águia, um gato preto e um cervo. Eles eram os bichos de estimação de Frida e também eram especiais.

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Frida tinha um papagaio chamado Bonito. Colorida como o seu papagaio, Frida adorava usar muitas cores.

Ela gostava de sombras fortes nos olhos, celebrando o México indígena e a sua própria origem.

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Frida morava numa casa de um azul muito vivo como as penas do seu papagaio — a Casa Azul —, onde ela cresceu com sua mãe, seu pai e suas irmãs.

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Frida tinha um cervo chamado Granizo. Como o seu cervo, Frida exibia olhos belos e atentos. Quando ela fechava os olhos, lembrava-se da sua vida de menina.

Frida estava sempre com o pai, um fotógrafo que a ensinou a olhar o mundo com olhos curiosos. Ela e o pai caminhavam até o parque para catar besouros e depois examiná-los no microscópio. O pai de Frida também a ensinou a usar tinta para dar um toque final nas fotografias. Ela adorava os pincéis pequenos e as belas cores das tintas.

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Frida tinha um gato preto de pelo lustroso, do mesmo tom dos seus longos cabelos. Como um gato, Frida era brincalhona. Mas, na infância, nem sempre ela podia brincar.

Quando tinha seis anos, Frida adoeceu. Ficou de cama por um longo tempo. Mas não se sentiu triste, nem entediada. Ela usava o ar de sua respiração para deixar o vidro da janela embaçado e, com os dedos, desenhava uma porta. Então, com sua incrível imaginação e seus olhos curiosos, saía por essa porta com a amiga imaginária — uma menina que dançava e brincava como um gatinho!

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Frida era independente como um gato!

A doença de Frida deixou uma de suas pernas mais curta que a outra, e as crianças riam dela. Mas isso não a impediu de patinar e andar de bicicleta e remar nos lagos do Parque de Chapultepec para que sua perna ficasse mais forte. Frida não tinha medo de fazer coisas que as outras meninas não costumavam fazer — ela usava macacão e praticava boxe e luta livre!

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Frida tinha dois macacos-aranha — Fulang Chang e Caimito del Guayabal. Como os seus macacos, Frida podia ser traquinas, mesmo na adolescência!

Quando tinha quinze anos, Frida foi para a escola preparatória e lá encontrou um grupo de amigos que adorou.

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Como Frida, seus amigos eram curiosos e queriam aprender tudo. Juntos, eles liam e estudavam e discutiam e às vezes se metiam em encrenca! Usando chapéus iguais, andavam montados em burros pelos corredores da preparatória e soltavam bombinhas.

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Frida tinha uma águia chamada Gertrudes. Como a sua águia, a imaginação de Frida podia voar muito alto.

Quando Frida tinha dezoito anos, sofreu um acidente terrível e novamente teve que ficar de cama por muitos meses. Dessa vez ela não criou um amigo imaginário — criou obras de arte! Sua mãe providenciou um cavalete especial e pendurou um espelho no dossel da cama de Frida para que ela pudesse pintar. Era aí que Frida usava sua imaginação e seu olhar curioso.

“Pés, para que os quero, se tenho asas para voar?”

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E, como se todos esses animaizinhos não fossem suficientes, Frida tinha ainda dois perus e três cachorros — Señor Xolotl, Señorita Capulina e Señora Kosti!

Os perus de Frida eram inteligentes e sensíveis como ela. E, como Frida, seus cachorros eram meigos e amorosos. Quando estava só ou triste, ela os abraçava, e eles a confortavam.

Seus cachorros eram da raça xolo, a mesma dos cães que corriam e caçavam com os astecas milhares de anos atrás — eles representavam as origens de Frida de que ela tanto se orgulhava!

Os cachorros de Frida não tinham pelo, mas eram quentinhos, e ela sempre os abraçava quando se sentia sozinha ou triste.

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Os animalitos de Frida eram espertos e divertidos, exatamente como ela.

Quando seus macacos-aranha se comportavam bem, Frida ninava-os como se fossem dois bebês. Às vezes, eles faziam travessuras, roubavam meias e frutas e saltavam pelas janelas para que ninguém conseguisse agarrá-los! 22

Seu papagaio Bonito gostava de se aconchegar debaixo das cobertas enquanto Frida cochilava e de fazer números na hora do jantar para ganhar lascas de manteiga.

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Os animalitos de Frida brincavam o dia todo no quintal da Casa Azul, uma casa de um azul muito vivo na Rua Londres.

Seu marido, Diego Rivera, até construiu uma pirâmide para os animalitos subirem — nela eles podiam perambular livremente!

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Quando Frida pintava, seus bichos de estimação lhe faziam companhia. E ela pintava o tempo todo, enquanto os pássaros cantavam, os cães latiam e os perus dançavam no jardim.

Os animais de Frida eram seus filhos, seus amigos e sua inspiração.

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Frida pintava quando estava doente e sentia dores, e também quando estava alegre. Pintava quando Diego estava longe e ela ficava triste. Mas Frida nunca estava realmente sozinha na Casa Azul, uma casa de um azul muito vivo na Rua Londres. Tinha seus animalitos e a si mesma, e pintava tudo isso.

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Frida pintou a si própria com Fulang Chang brincando com fitas. Pintou um retrato dela com o papagaio Bonito e com o Señor Xolotl. E pintou o seu gato preto espiando por cima do seu ombro.

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Frida retratou a si mesma com todos os seus bichos de estimação, que ela tanto amava — e até com borboletas e lagartas. Suas pinturas eram mágicas.

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E, se um dia você visitar a Casa Azul, em Coyoacán, nos arredores da Cidade do México, talvez ouça o som de um pássaro ou talvez veja um gato preto pulando da pirâmide que fica no quintal da casa de um azul muito vivo na Rua Londres, onde Frida e seus animalitos viveram muitos anos atrás.

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NOTA DA AUTORA

Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, mais conhecida como Frida Kahlo, nasceu em 1907, no número 247 da Rua Londres, em Coyoacán, que, em náhuatl, a língua dos astecas, significa “o lugar dos coiotes”. Frida era filha de mãe mestiça e pai húngaro-alemão.

A vida de Frida foi marcada por vários acontecimentos. Quando tinha apenas seis anos, contraiu poliomielite; em 1925, aos dezoito anos, sofreu um terrível acidente de ônibus que a deixou com dores e problemas de saúde para o resto da vida. Foi durante o longo período de repouso causado por esse acidente que Frida começou a carreira de pintora; seu tema mais frequente era o rosto no espelho — ela mesma. Também pintou seus animais, fiéis companheiros durante sua vida adulta.

Sempre me intrigou a relação de Frida com seus animais. Embora seus mais famosos bichos de estimação só tenham acompanhado a artista na vida adulta, escolhi escrever sobre os animalitos de Frida como uma forma de sublinhar a criatividade mágica — sua força, seu senso de aventura, seu espírito indomável — que marcou sua trajetória. Que tipo de luz poderiam trazer esses amados animais para a jovem Frida? Foi uma honra utilizar o real maravilhoso para imaginar tudo isso.

Fulang Chang, Caimito del Guayabal, Bonito, Señor Xolotl, Señorita Capulina e Señora Kosti foram alguns dos muitos animais de Frida. Havia também Granizo (o jovem cervo), Gertrudes “Caca Blanca” (a águia), dois perus, pavões, dois gatos (Galletacera e Tomic) e outros cães (Sombra, Kaganovich, Alfa e Beta) que brincavam no pátio da Casa Azul. Nas antigas culturas do território mexicano, os pavões reais eram considerados animais sagrados. Maias, astecas e toltecas chamavam o pavão de “Grande Xolotl”, ou o “pássaro de pedras preciosas”. Os pavões são inteligentes e sensíveis, altamente gregários. Eles criam laços sociais duradouros entre si e são muito afetuosos, semelhantes aos cães.

Quando jovem, Frida compartilhou suas pinturas com um dos muralistas mais famosos do México, Diego Rivera, que a achou talentosa e encantadora. Diego e Frida se casaram, e sua parceria transformou a arte mexicana contemporânea para sempre.

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As pinturas de Frida estão expostas no Museu do Louvre e no Musée de l’Orangerie, em Paris; no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, e nas principais galerias de todo o mundo — México, Estados Unidos, Inglaterra, Suécia, Alemanha, Canadá e Japão. Em 2001, Frida foi a primeira latino-americana a ser homenageada com um selo postal nos Estados Unidos. Era uma pintora brilhante, e seus autorretratos oferecem preciosos insights sobre uma vida intensa, dolorosa e repleta de amor. Frida não podia ter filhos, mas cercou-se daqueles que amava, incluindo seus inúmeros animais de estimação. Das obras de Frida, mais de cinquenta são autorretratos e em muitos ela aparece junto aos seus animais. Eles foram sua companhia, divertiam-na e traziam-lhe conforto. Você encontra alguns dos bichos de estimação de Frida nas seguintes pinturas:

Fulang Chang e eu, 1937

Cão xoloitzcuintle e eu, 1938

Autorretrato com macaco e fita no pescoço, 1940

Autorretrato com Bonito, 1941

Eu e meus papagaios, 1941

Autorretrato com macaco e papagaio, 1942

Autorretrato com macacos, 1943

Autorretrato com macaco, 1945

Autorretrato com macaco [e Señor Xolotl], 1945

Natureza-morta com papagaio e bandeira, 1951

Autorretrato com o retrato de Diego no peito e Maria entre as sobrancelhas, 1954

Entre 1926 e 1954, Frida Kahlo pintou mais de duzentos quadros, um presente para o futuro. Seu trabalho inspirou sucessivas gerações de artistas e todos aqueles abertos ao esplendor dos seus olhos curiosos. Sua arte é também um presente para aqueles que enfrentam doenças em silêncio. Frida usou seus pincéis para extrair beleza da dor e para encontrar força em meio ao sofrimento.

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INFORMAÇÕES PARATEXTUAIS

Olá, leitor e leitora! A autora deste livro é Monica Brown, que nasceu em 1969 nos Estados Unidos. Ela é escritora e professora de língua inglesa na Universidade do Norte do Arizona.

Em seus livros, Monica Brown trabalha temas relacionados às culturas latino-americanas. É o que podemos ver aqui, por exemplo. A personagem principal é uma artista do México.

uma prosa curta e com foco numa só personagem: Frida Kahlo. Como Monica Brown escreveu em inglês, o texto precisou ser traduzido para o português. Quem fez esse trabalho foi Laura Erber, que também é escritora e artista plástica.

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A narrativa visual foi criada pelo artista John Parra, que fez ilustrações cheias de detalhes. Nelas, podemos acompanhar o crescimento da personagem Frida e conhecer as cores de seus animalitos.

Frida Kahlo enfrentou muitas dificuldades em sua vida. Apesar de tudo o que passou, Frida conseguiu realizar muitos sonhos, entre eles o de ser pintora, com a ajuda de sua família e de seus animais.

Com o apoio de pessoas queridas, fica mais fácil superar os obstáculos e alcançar os objetivos!

Este livro contribui para sua formação como leitor e leito ra. Além disso, ele incentiva o reconhecimento, o respeito e a valorização da diversidade que caracteriza os seres humanos.

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“Pés, para que os Quero, se tenho asas para voar?”
FRiDA KAHLO

A jovem Frida Kahlo não se intimidou com a grave doença em sua infância e o sério acidente na adolescência que deixou sequelas e muitas dores. Seu incrível talento, sua determinação e seus curiosos animais de estimação a ajudaram a superar todas as limitações.

Neste livro, Monica Brown faz um delicado retrato biográfico de Frida, com destaque para o afetuoso relacionamento dela com os seus animalitos.

PRÊMIOS

Pura Belpré Illustrator Honor 2018

ALA Notable Children’s Book 2018

Bank Street Best Children’s Book of the Year 2018

New York Times/New York Public Library Best Illustrated Children’s Book 2017

Barnes & Noble’s Best Book 2017

Smithsonian Top Ten Best Children’s Book 2017

9010302000167 9 788596 031905 ISBN 978-85-96-03190-5
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