Sua vez! Poesia romântica brasileira
1. Existe sensualidade na concepção da musa neste poema? Justifique sua resposta. 2. Em que medida o poema é romântico? 3. Comparando-se esse poema com as características da poesia de Álvares de Azevedo, quais diferenças podem ser observadas em relação ao tratamento da figura feminina? 4. Que função a natureza assume no poema (notadamente o galho do jasmim)?
Sua vez!
SINTETIZANDO
Esta seção traz questões que promovem uma reflexão maior por parte dos alunos em relação ao que foi estudado na exposição teórica.
CAPÍTULO 10
Este ícone indica a existência de um objeto educacional digital (OED). Trata-se de uma ferramenta multimídia relacionada ao tema ou assunto que você está estudando.
Principais características da poesia romântica brasileira: • afirmação da nacionalidade brasileira; • influência da literatura estrangeira em razão da chegada da corte portuguesa ao Brasil e do maior contato com artistas estrangeiros; • exaltação do exotismo da paisagem e dos habitantes primitivos do Brasil. Primeira geração romântica brasileira – exaltação dos indígenas e do exotismo da paisagem (idealizados). Principais poetas: Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias. Segunda geração romântica brasileira – Ultrarromantismo, Mal do Século, ou Byronismo – geração de poetas ultrarromânticos, influenciados pelas obras de Lord Byron e de Alfred de Musset. Principais poetas: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela. Terceira geração romântica brasileira – poesia de combate social, hugoana, ou condoreira. Principal poeta: Castro Alves.
A PROPÓSITO DO TEMA
CAPÍTULO 10
Aprecie As obras dos pintores românticos brasileiros, em especial Victor Meirelles, Pedro Américo, Rodolfo Amoedo, Almeida Júnior e Araújo Porto-Alegre. Esses artistas, que receberam forte apoio do imperador D. Pedro II, empenharam-se em consolidar um repertório iconográfico próprio e foram os principais responsáveis por criar um imaginário visual nacionalista que até hoje é referência para a identidade brasileira. Dentre as obras desses artistas, destacam-se: • Independência ou morte, 1888, de Pedro Américo; • Batalha de Guararapes, 1879, de Victor Meirelles; • O último tamoio, 1883, de Rodolfo Amoedo; • A batalha do Avaí, 1872-1877, de Pedro Américo; • O violeiro, 1899, de Almeida Júnior; • A primeira missa no Brasil, 1861, de Victor Meirelles; • Selva brasileira, de Araújo Porto-Alegre; • Moema, 1866, de Victor Meirelles.
Sintetizando Ao retomar os conteúdos teóricos vistos no capítulo, esta seção apresenta um resumo em forma de tópicos.
Assista Castro Alves – retrato falado do poeta, de 1999, dirigido por Silvio Tendler. É um filme brasileiro, misto de documentário e ficção, que apresenta a vida e a luta do poeta condoreiro pela proclamação da República e pela abolição da escravatura.
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A propósito do tema Esta seção traz indicações de livros, filmes, peças de teatro, obras de arte, dentre outras manifestações artísticas, pertinentes ao movimento estudado.
2. A seguir, de volta à arte literária, reproduzimos quatro poemas que abordam o mesmo tema: o amor. Leia-os com atenção procurando perceber se o poeta fez uma abordagem sensual ou espiritualista do tema; como ele situa o amor diante do mundo e da própria vida e quais são os efeitos de prazer e de dor que esse sentimento provoca. Procure também o que há em comum entre eles.
Teste seus conhecimentos
Têmpera sobre madeira. The Metropolitan Museum of Art, Nova York, EUA
1. Observe as obras de arte a seguir. São pinturas de períodos e autores distintos, mas tratam de um mesmo tema: Maria e o Menino Jesus. Note que os artistas usaram técnicas, iluminação e cores diferentes. Perceba também que o conteúdo dos quadros revela diferentes concepções sobre os personagens representados. Procure estabelecer algumas dessas diferenças.
Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer;
É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade.
É É É É
Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
um não querer mais que bem querer; solitário andar por entre a gente; nunca contentar-se de contente; cuidar que ganha em se perder;
Luís de Camões. In: Massaud Moisés. A literatura portuguesa através dos textos. 14. ed. São Paulo: Cultrix, 1985. p. 72.
Texto 2 O gondoleiro do amor Teus olhos são negros, negros, Como as noites sem luar... São ardentes, são profundos, Como o negrume do mar;
Imagem 1
[...] Teu sorriso é uma aurora, Que o horizonte enrubesceu, – Rosa aberta com biquinho Das aves rubras do céu.
Madona e criança, 1228-1236, de Berlinghiero (século XIII).
Teste seus conhecimentos
Texto 1
[...] Teu seio é vaga dourada Ao tíbio clarão da lua, Que, ao murmúrio das volúpias, Arqueja, palpita nua;
Imagem 2 Tê m
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itage, São Petersb
Teste seus conhecimentos Ao final de cada capítulo, há exercícios adicionais sobre o conteúdo estudado que podem ser utilizados como “lição de casa”.
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Teu amor na treva é -- um astro, No silêncio uma canção, É brisa -- nas calmarias, É abrigo -- no tufão; Por isso eu te amo, querida, Quer no prazer, quer na dor,... Rosa! Canto! Sombra! Estrela! Do Gondoleiro do amor. Castro Alves. Espumas flutuantes. São Paulo: Ateliê, 1997. p. 103-104.
1. (UEL-PR) Leia atentamente os textos abaixo, respectivamente de Platão e de Aristóteles: [...] a admiração é a verdadeira característica do filósofo. Não tem outra origem a filosofia. (Platão. Teeteto. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belém: Universidade Federal do Pará, 1973. p. 37.)
Virgem com o menino, c. 1503, de Rafael Sanzio (1483-1520).
Com efeito, foi pela admiração que os homens começaram a filosofar tanto no princípio como agora; perplexos, de início, ante as dificuldades mais óbvias, avançaram pouco a pouco e enunciaram problemas a respeito das maiores, como os fenômenos da Lua, do Sol e das estrelas, assim como a gênese do universo. E o homem que é tomado de perplexidade e admiração julga-se ignorante (por isso o amigo dos mitos é, em certo sentido, um filósofo, pois também o mito é tecido de maravilhas); portanto, como filosofavam para fugir à ignorância, é evidente que buscavam a ciência a fim de saber, e não com uma finalidade utilitária.
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Caiu no Enem e no vestibular
(Aristóteles. Metafísica. Livro I. Tradução Leonel Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969. p. 40.)
Trata-se de uma seção que traz questões propostas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e em vestibulares de todo o Brasil.
Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre a origem da filosofia, é correto afirmar: a) A filosofia surgiu, como a mitologia, da capacidade humana de admirar-se com o extraordinário e foi pela utilidade do conhecimento que os homens fugiram da ignorância. b) A admiração é a característica primordial do filósofo porque ele se espanta diante do mundo das ideias e percebe que o conhecimento sobre este pode ser vantajoso para a aquisição de novas técnicas. c) Ao se espantarem com o mundo, os homens perceberam os erros inerentes ao mito, além de terem reconhecido a impossibilidade de o conhecimento ser adquirido pela razão. d) Ao se reconhecerem ignorantes e, ao mesmo tempo, se surpreenderem diante do anseio de conhecer o mundo e as coisas nele contidas, os homens foram tomados de espanto, o que deu início à filosofia. e) A admiração e a perplexidade diante da realidade fizeram com que a reflexão racional se restringisse às explicações fornecidas pelos mitos, sendo a filosofia uma forma de pensar intrínseca às elaborações mitológicas.
Fernando Gonsales. Níquel Náusea
2. (UEL-PR) Observe a tira e leia o texto a seguir:
Assentemos, portanto, que, a principiar em Homero, todos os poetas são imitadores da imagem da virtude e dos
Caiu no Enem e no Vestibular
Caiu no ENEM e no VESTIBULAR
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restantes assuntos sobre os quais compõem, mas não atingem a verdade [...] parece-me que o poeta, por meio de palavras e frases, sabe colorir devidamente cada uma das artes, sem entender delas mais do que saber imitá-las. Platão. A República. Livro X. 8. ed. Trad., introdução e notas: Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1996. p. 463. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a mimese (imitação) em Platão, é correto afirmar: a) Dispõe o poeta da perfeição para colorir tão bem quanto o pintor, por isso descreve verdadeiramente os ofícios humanos. b) A mimese apresenta uma imagem da realidade e assim representa a verdade última das atividades humanas. c) Por sua capacidade de imitar, o poeta sabe acerca dos ofícios de todos os homens e, por esse motivo, pode descrevê-los verdadeiramente. d) Por saber sobre todas as artes, atividades e atos humanos, o poeta consegue executar o seu ofício descrevendo-os bem. e) Por meio da imitação, descrevem-se com beleza os atos e ofícios humanos, sem, no entanto, conhecê-los verdadeiramente. 3. (Enem-MEC) Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediária entre si e o público a representação. A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação. A peça teatral é, pois, uma composição literária destinada à apresentação por atores em um palco, atuando e dialogando entre si. O texto dramático é complementado pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui uma estrutura específica, caracterizada: 1) pela presença de personagens que devem estar ligados com lógica uns aos outros e à ação; 2) pela ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens encadeadas à unidade do efeito e segundo uma ordem composta de exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas, sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua interpretação real por meio da representação. A. Coutinho. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973. (Adaptado). Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um espetáculo teatral, conclui-se que: a) a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fenômeno de ordem individual, pois não é possível sua concepção de forma coletiva. b) o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebido e construído pelo cenógrafo de modo autônomo e independente do tema da peça e do trabalho interpretativo dos atores. c) o texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como contos, lendas, romances, poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, entre outros. d) o corpo do ator na cena tem pouca importância na comunicação teatral, visto que o mais importante é a expressão verbal, base da comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até os dias atuais. e) a iluminação e o som de um espetáculo cênico independem do processo de produção/recepção do espetáculo teatral, já que se trata de linguagens artísticas diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral.
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