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Regras de convivência

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Cultura indígena

Cultura indígena

Cultura de paz A boa convivência se baseia em respeitar os direitos dos outros, aceitar que existem direitos para todos e, também, deveres. Aprendemos as regras de convivência em casa, na escola, com nossos familiares e com todos aqueles que nos rodeiam. A diversidade está em todos os segmentos da nossa vida e um dos momentos mais importantes para o aprendizado é no dia a dia escolar. Os estudantes vão se deparar durante a sua vida escolar com vários tipos de diferença, sejam elas de religião, raça, valores, de confi guração familiar, de gênero, entre outras. Desde os primeiros anos escolares é muito importante que se ensine o respeito que o estudante deve ter diante das diferenças no ambiente em que estuda. A família, os grupos sociais, os amigos, a mídia são os responsáveis por reforçar padrões culturais e infl uenciar a sociedade. O grande desafi o é que as escolas procurem por propostas pedagógicas que contraponham frente às questões apresentadas como preconceituosas. A instituição toma um passo importante quando busca e tem interesse em desenvolver tais propostas. O trabalho educacional necessita fazer uma transformação da reação de seus alunos frente às diversidades. É preciso instigar os estudantes a questionarem sobre qual é a origem histórica e social, econômica, política, jurídica e cultural dos padrões estabelecidos. É preciso deixar claro que diferenças existem em qualquer lugar, o que não deve e não pode existir é a falta de respeito ao diferente.

Você já imaginou como seria a vida em uma cidade sem regras? Pois é, para conseguirmos viver em grupo e em sociedade, precisamos de algumas regras que garantam o bem-estar individual e coletivo. Essas regras são referências para sabermos como agir nos diferentes contextos: família, escola, trabalho, trânsito, igreja entre outros. Para que sejam valorizadas e respeitadas, é muito importante que sejam construídas de forma coletiva e democrática e, é claro, praticadas no dia a dia.

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Pare e pense

Quais são as regras que você considera mais importantes na sua casa? No seu trabalho? Na sua escola? Entre seus amigos e colegas? Na sua comunidade? Elas têm sido respeitadas por você e pelos demais? O que você considera como boas maneiras? Relate acontecimentos ou situações em que os seus colegas de classe ou mesmo algum professor agiram com boas maneiras com relação a outras pessoas. Da mesma forma, relate alguma ocasião em que você presenciou uma cena de má-vontade, descaso ou mesmo de agressão na sua escola.

As regras de convivência são um conjunto de normas sociais que nos asseguram conviver em paz e harmonia, sem discórdia.

Algumas dicas para boa convivência

1. Chegou? Cumprimente.

2. Vai embora? Se despeça.

3. Te fi zeram um favor? Agradeça.

4. Te perguntaram algo? Responda.

5. Não é seu? Peça permissão.

6. Você tem? Compartilhe.

8. Você errou? Peça desculpas.

9. Estão falando com você? Escute.

10. Te emprestaram algo? Devolva.

11.Prometeu? Cumpra.

12. Não entendeu? Pergunte.

13. Sujou? Limpe.

14. Não gosta? Respeite.

15. Não tem como ajudar? Não atrapalhe.

Conteúdo extra!

Acesse o QR Code e assista a uma animação da Pixar sobre convivência e regras de convivência na escola.

Texto complementar

Convivência escolar:a questão dos confl itos entre alunos

É de conhecimento de todos que vivemos hoje em uma sociedade em que a interação com determinado grupo ao qual se pertence é um foco de grande atenção e valorização de cada indivíduo, sendo assim, não seria diferente quando o assunto é Educação. Mas então por que tantos alunos ainda são isolados pelo resto da classe? Quais os critérios usados pelos colegas para defi nir quem entra e quem sai do grupinho? O que defi ne a qualidade de sua vida escolar? Complicadas relações se estabelecem diariamente na rotina escolar, sendo o aluno o principal foco de atenção, razão pela qual toda a preocupação é para ele direcionada, visando sempre o seu bem-estar biopsicossocial. Mas, nem sempre esses contatos são fáceis, uma vez que, embora o foco seja ele mesmo, as interpretações e compreensões podem ser destoantes dependendo da sua família de origem. Em uma época não muito distante, existia uma relação mais estável na qual a escola possuía um status de valorização em termos de instituição formadora acadêmica, que conferia seriedade e respeito, sendo assim encarada pela família, que depositava grande confi ança nos atos e nas orientações daquela que oferecia aos seus fi lhos a instrução necessária para prepará-los para um futuro enquanto profi ssionais e enquanto cidadãos. Hoje, porém, devido aos novos métodos pedagógicos adotados pelas escolas, a Família assumiu esse papel principal, acolhendo as funções de nutrir, prover, orientar, integrar e socializar, com uma responsabilidade contínua no que se refere ao oferecimento de cuidado e proteção, dando garantias de subsistência e condições dignas de vida, bem como a educação ética e moral. Na sequência, podemos citar a ascola como a segunda instituição formadora de grande importância e signifi cado na vida da criança, sendo de sua responsabilidade, além da formação acadêmica, a continuidade aos ensinamentos cultivados na família, o que proporcio-

nará a inserção da criança em um meio social mais amplo; e, uma vez exposta a regras sociais, a criança vai adquirindo as habilidades necessárias para o convívio em sociedade. Entretanto, apesar de possuirmos esse conhecimento, sabemos que, na prática, a realidade não se apresenta dessa forma tão simples. Com as crises em que vivem as famílias atuais; os desencontros entre pais e filhos; a falta de referências para práticas educativas; as ausências físicas e emocionais; o uso de tecnologias avançadas com pouca ou nenhuma supervisão (Internet, com suas facilidades e, ao mesmo tempo, com seus “perigos” virtuais); o excesso de consumo e condutas materialistas aos quais os jovens são submetidos nos apelos publicitários, a superficialidade e rapidez com que se conduz os relacionamentos, são alguns dos motivos para essa crise atual, que é comprovada pelo grande número de publicações de livros de orientação para educação de filhos presente em nossas livrarias. E é nesse contexto que nos perguntamos: Que tipo de geração nós estamos preparando? Diante dessa situação, podemos perfeitamente compreender o porquê de muitas das funções da família não estarem sendo exercidas ou sendo exercidas de forma insuficiente, pois muitas dessas crianças, ao entrarem na escola, não estão respaldadas pela formação primária da Família, por isso ainda precisam ser preparadas.

Mas será que a escola sozinha conseguirá cumprir bem esse papel?

Afinal, a escola precisa dessa preparação prévia que vem de casa para que a criança esteja minimamente capacitada para novos avanços e novas propostas educacionais, inclusive para uma boa interação com os colegas de turma. Entretanto, muitos desses jovens problemáticos até buscam ajuda e apoio em suas famílias, porém não encontram. Assim, os relacionamentos desses jovens começam a se desencontrar e as funções a se misturarem, pois a escola passa a ser cobrada pela formação que deveria ser promovida pela família, e esta, como está “confusa” em seu papel, não aceita e cobra da escola aquilo que lhe é pedido. No meio dessa triste situação, estão as crianças e adolescentes em formação de personalidade precisando desesperadamente de modelos de boas condutas e formaçao de caráter. E qual referencial que essas crianças e adolescentes, que serão os adultos do amanhã, adotarão para suas atitudes paternais, profissionais, cidadãs e interpessoais no futuro? Quais os conceitos que serão passados para a próxima geração após eles? Enquanto família, precisamos buscar uma instituição escolar que possua princípios educacionais próximos aos nossos. Precisamos entender que um relacionamento “equilibrado” com a escola possui, como únicos beneficiários, os nossos filhos. Mas além disso, é preciso que busquemos o diálogo com nossas crianças e adolescentes

para ensiná-las a viverem em ambientes harmoniosos e a usar caminhos efi cientes na resolução de confl itos com o seu próximo. Busquemos entender os porquês, só assim poderemos questionar, indagar, mas com a devida clareza de estarmos fazendo a nossa parte enquanto pais atuantes e responsáveis, para depois cobrarmos a parte que nós contratamos.

Assim, com certeza, estaremos preparando nossos fi lhos para serem pessoas mentalmente saudáveis, com relacionamentos estáveis e com grandes chances de de sucesso da vida. Além de, claro, grandes companheiros nessa nossa jornada. Sobre a autora: Lycia Barros é autora do livro A Garota do Outro Lado da Rua, e atua apaixonadamente como escritora desde o lançamento do seu primeiro romance em 2010. Paixão essa herdada desde que cursou letras na UFRJ. A autora reside com o marido e os fi lhos em sua cidade natal: Rio de Janeiro. No ano de 2011, suas obras foram indicadas a vários prêmios literários no Brasil e, devido a sua popularidade, Lycia foi apresentadora âncora da primeira edição do evento literário CODEX DE OURO. Atualmente, além de escrever, a autora ministra cursos de escrita para novos autores e dá palestras sobre seus livros por todo Brasil.

Fonte: Blog da editora Novo Século. Disponível em: http://www.novoseculo.com.br/ blog/?p=6005. Acesso em: 27 nov. 2016.

Proposta de atividade Faça uma refl exão sobre suas práticas de convivência, avalie se elas estão aliadas com as dicas registradas acima. Em uma escala de 0 a 10, avalie cada uma delas. Seja honesto e, se sentir vontade, compartilhe com seus colegas para que todos saibam como podem melhorara a convivência diária na escola. Por exemplo:

Te emprestaram algo? Devolva. De 0 a 10 – que nota você se dá com relação à sua prática diária quando te emprestam algo.

O que é democracia?

Democracia: do grego demos, ‘povo’, e kratos, ‘poder’. Segundo o Dicionário Aurélio: 1. Governo do povo; soberania popular; democratismo; 2.Doutrina ou regime político baseado nos princípios da soberania popular e da distribuição igualitária do poder.

Democracia é o governo do povo, para o povo, pelo povo.

“Governo do povo” quer dizer governo com um sentido popular; “para o povo” signifi ca que o objetivo é o bem do povo; “pelo povo” quer dizer realizado pelo próprio povo. Na democracia, é o povo quem toma as decisões políticas importantes (direta ou indiretamente por meio de representantes eleitos). A Democracia surgiu na Grécia onde o governo era realmente exercido pelo povo, que fazia reuniões em praça pública para tratar de vários assuntos e problemas, era a chamada Democracia Direta. Neste tipo de democracia, as decisões são tomadas em assembleias públicas. Com o crescimento das populações, as reuniões em praça pública fi caram impossíveis de acontecer, surgiu, então, um novo tipo de Democracia, a Democracia Representativa, onde o povo se reúne e escolhe – por meio do voto – os representantes que irão tomar decisões em seu nome. Este é o processo mais comum de tomada de decisão nos governos democráticos, também chamado de mandato político. A democracia se opõe à ditadura e ao totalitarismo e reúne princípios e práticas que protegem a liberdade do ser humano.

Algumas características de uma democracia

- liberdade individual; - igualdade perante a lei sem distinção de sexo, raça ou credo; - direito ao voto; - educação; - direito ao livre exercício de qualquer trabalho ou profi ssão. Hoje, todas as pessoas tem o direito ao voto, sem nenhum tipo de preconceito. No Brasil, os cidadãos a partir de 16 anos já podem votar, com exceção dos prisioneiros. Em alguns países, mesmo após a liberdade, dependendo do crime cometido, os detentos continuam sem o direito de votar.

Democracia na escola

Sabemos, então, o que é democracia. Vimos que se trata de uma forma de organização social e política, com a qual, inclusive, estamos de alguma forma habituados em nosso país, pois nós, no Brasil, vivemos em uma democracia, em que todo o cidadão é, pelo menos teoricamente, livre para ir e vir e para escolher sua profi ssão, tem direito ao voto, à dignidade e a ter seus Direitos Humanos respeitados. Mas se a escola é um espaço de convivência social e também política, pois é ali que estamos em contato com diferentes pessoas, como se dá essa prática de escuta? Essa “assembleia pública, como vimos que acontecia na Grécia Antiga, como se dá esse processo de decisão, de tomadas de ideias na prática: é de forma democrática, em que todos os envolvidos participam e podem opinar ou não?

A escola é, sem dúvida, um espaço de convivência e como tal implica uma participação democrática. Você já ouviu falar em escola democrática?

Conteúdo extra!

Assista a uma animação clássica sobre a convivência escolar e refl ita sobre o que pode ser uma escola democrática.

Na escola democrática, todos têm direitos de decisão sobre o seu destino. O compartilhamento das responsabilidades e as decisões que podem alterar a posição de cada um no coletivo são tomadas em conjunto, incluindo gestores, educadores, funcionários, estudantes e pais. Cada um é, nesse sentido, responsável por si, mas também pelos demais. Essa perspectiva política e filosófica impacta diretamente todos os aspectos da organização escolar: seu modelo de gestão, sua espacialidade, seus tempos e, claro, seu currículo.

Cultura de paz A aprendizagem na Educação Democrática baseia-se no estímulo e no exercício do desejo de conhecer e ensinar. Segundo a socióloga e diretora pedagógica da Cidade Escola Aprendiz, Helena Singer, são três os seus princípios: • O primeiro é a autogestão. As pessoas que participam de uma experiência de Educação Democrática são responsáveis por ela. • O segundo é o prazer do conhecimento. Acredita-se que o conhecimento traz alegria, prazer, e por isso as pessoas se envolvem com ele, não sendo necessárias punições ou disciplinas. • O terceiro é que não há hierarquia no conhecimento. O conhecimento científi co, o conhecimento acadêmico, o conhecimento comunitário, o conhecimento tradicional, o conhecimento religioso, todos os conhecimentos são valorizados, respeitados e crescem justamente no seu contato.

“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os seres humanos educam a si mesmos, mediatizados pelo mundo.”

Paulo Freire

Proposta de atividade A democracia é o sistema político que mais tem a participação do povo. Sua maior diferença entre os outros modelos de organização é o direito ao voto, que indica quem a maioria do povo quer como governante. Mas, existem alguns outros sistemas políticos nas nações mundiais. Até reis e rainhas ainda mandam em alguns países, você sabia? Em outros, onde o sistema vigente é a ditadura, a população é obrigada a aceitar todos os mandos e desmandos de quem manda. Que tal fazer uma pesquisa e descobrir qual o sistema político das diferentes nações do mundo? Então, mãos a obra! Reúna-se em grupo e descubra!

Você sabia que, em 2013, foi lançado o manifesto Mudar a escola, mudar a educação: transformar um país. Este manifesto propôs, em síntese, aplicar a democracia no sistema de ensino, fazer com que o processo com que se tem encarado a educação seja reformado, que se possa refl etir e transformar a sala de aula, as práticas de convivência entre educador e aluno, sobretudo.

Com base em uma cultura que mistura as disciplinas, que envolve a todos, que propõe uma troca afetiva, com uma proposta de educação emocional que, claro, valoriza e respeita os valores humanos necessários à boa convivência, com foco nos direitos e deveres individuais. Leia o manifesto e informe-se mais!

Conteúdo extra!

Leia o Manifesto na íntegra pelo QR Code.

Biblioteca

A Bolsa Amarela, Lygia Bojunga

Romance de uma menina que entra em confl ito consigo mesma e com a família ao reprimir três grandes vontades (que ela esconde numa bolsa amarela)- a vontade de crescer, a de ser garoto e a de se tornar escritora.

Extraordinário, R. J. Palacio, Rachel Agavino

August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso, ele nunca havia frequentado uma escola de verdade - até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente - convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.

Texto complementar

A educação para a paz na escola

Escolas públicas e privadas têm, entre suas demandas atuais, a questão das múltiplas formas de violência. Desde a violência direta das incivilidades (falta de respeito, grosseria) até a violência estrutural (desigualdades sociais) que perpassa as relações humanas, interpessoais e intergrupais, o cotidiano das convivências escolares pede novas formas de intervenção. Apontaremos algumas reflexões da educação para a paz nas escolas. Antes, é importante reafirmar que a educação não se limita mais à mera instrução. No século 21, a única educação possível é aquela que entende o aluno como ser humano, com suas possibilidades, limites, diferentes realidades e suas contradições. Nesse contexto, crescem os projetos relacionados à educação para a paz nas instituições escolares. Tais projetos têm alguns pontos a destacar. Primeiro, são considerados como um “tema transversal”, ou seja, não são fragmentados em uma “aula” de paz. É um movimento da escola, pensado desde a equipe de gestão, explicitado no projeto pedagógico, declarando que a escola, dentro da comunidade, assume o desafio do enfrentamento às violências, valorizando as convivências, entendendo que as relações humanas são essenciais para o aprendizado curricular e dos elementos da educação integral, como cidadania crítica, ética, solidariedade e respeito. O segundo ponto dos projetos de educação para a paz é o foco em uma pedagogia dos valores humanos. As relações não violentas dependem de valores de convivência sólidos, claros e construídos no coletivo. Insistimos que não basta falar de valores, é necessário vivê-los no cotidiano da escola. Valores universais precisam ser refletidos e dialogados no dia a dia e não tomados como “cartilha”. Construir ou reconstruir valores é fundamental.

Aliás, o diálogo é o elemento chave que mostra a terceira dimensão da educação para a paz nas escolas, que é o entendimento pedagógico do conflito. Se conflitos são inerentes às relações humanas, entendidos como espaço onde pessoas ou grupos têm perspectivas diferentes, podemos dizer que os conflitos são traços marcantes das instituições educacionais, devido à diversidade da sociedade. Em educação, os conflitos precisam ser pensados como oportunidades de crescimento. Assim, práticas restaurativas e mediação de conflitos passam a figurar na agenda educacional atual. Igualmente importante, o quarto ponto é entender que projetos de educação para a paz não podem ser pensados apenas como o contrário às violências maiores na escola. É um erro supor a educação para a paz como antídoto milagroso para a violência, assim como outro

erro é acreditar que desenhar pombinhas brancas e cantar belas músicas algumas vezes ao ano terão algum efeito. Paz não é o apenas o contrário de guerra ou de violência agressiva. Paz é o fortalecimento de situações positivas e saudáveis de convivência, expressa por uma civilização educada, crítica e consciente, que aos poucos substitui situações não desejadas por valores e atitudes desejadas, ou seja, mais respeitosas, solidárias, responsáveis – em uma palavra, humanas. Se a humanidade foi tão fecunda para aprender tantas formas de violência, podemos aprender igualmente a não violência. As instituições educacionais são muito importantes nesse caminho! Nei Alberto Salles Filho é coordenador do Núcleo de Educação para a Paz da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Pare e pense

Vamos refl etir sobre as seguintes questões:

1. Quais erros cometemos com frequência? 2. Por que, na sua opinião, continuamos cometendo esses mesmos erros? 3. Você aceitaria as desculpas de alguém que lhe fez algo de ruim? 4. Como você se sentiria se alguém agisse mal com você cotidianamente? 5. Como você agiria se precisasse reconhecer que errou com alguém? Você acha que consegue reconhecer suas falhas com seus amigos?

Texto complementar

Meus lápis de cor são só meus

A Lulu estava muito contente naquele dia. É que era o dia do aniversário dela.

Quando ela chegou da escola já encontrou a mamãe preparando a festa. O bolo já estava pronto, os brigadeiros, as balas e os pirulitos. O papai estava enchendo as bolas e a tia Mari estava botando a mesa na sala. Todos almoçaram na cozinha para não atrapalhar as arrumações. Então Lulu tomou banho e vestiu sua roupa nova, que a mamãe tinha comprado para ela. E se arrumou toda e a mamãe botou nela um pouquinho de água de colônia.

O primeiro convidado que chegou foi o priminho da Lulu, o Miguel. Depois chegou a Taís, o Arthur e o Cauã e todos os colegas do colégio. E ficaram todos brincando no jardim. Aí todos entraram para abrir os presentes. Depois foram soprar as velinhas e cantar parabéns. Lulu gostou de todos os presentes, mas o que ela mais gostou foi da caixa grande de lápis de cor que se abria feito uma sanfona e que tinha todas, mas todas as cores, mesmo. Depois que todos foram embora a Lulu foi dormir e ela até botou a caixa de lápis de cor do lado da caminha dela. Então, logo de manhã, a Lulu já se sentou na mesa da sala, pegou o bloco grande de desenho e começou a fazer um desenho bem bonito, com seus novos lápis. Aí chegou o Miguel, que veio passar o dia com ela. Ele se sentou junto da Lulu e disse que também queria desenhar. Mas Lulu não quis nem por nada emprestar os lápis a ele. – Os meus lápis de cor são só meus! – ela disse. A mãe de Lulu ficou zangada: – Que é isso, minha filha? Os dois podem desenhar muito bem. Empreste os lápis para o seu primo! Mas o Miguel já estava enjoado dessa conversa, e foi para fora andar de bicicleta.

A Lulu desenhou casinhas e desenhou bonecas e desenhou um pato e um elefante. E pintou todos os desenhos com seus lápis novos e mostrou para a mamãe. Mamãe disse que estavam todos ótimos, mas que ela guardasse os desenhos e os lápis que ela precisava preparar a mesa para o almoço. A Lulu juntou todos os lápis, mas, em vez de guardar na caixa, que é o melhor jeito para se guardar lápis, ela botou os lápis em cima do bloco e foi para o quarto, equilibrando tudo. Ela foi subindo as escadas, subindo as escadas, até que já estava chegando lá em cima, quando ela perdeu o equilíbrio e deixou os lápis caírem todos escada abaixo. Os lápis rolaram pela escada e foram batendo, batendo, batendo nos degraus.

A Lulu desceu as escadas e viu que todas as pontas dos lápis estavam quebradas. Então ela começou a chorar, que os lápis estavam estragados e que nunca mais ela ia poder desenhar. O Miguel, que estava brincando lá fora, veio correndo apara ver o que tinha acontecido. Então ele disse à Lulu: – Não chore não, Lulu, eu vou buscar meu apontador lá em casa e eu aponto todos os seus lápis. E ele foi e logo ele chegou com o apontador.

O Miguel apontou todos os lápis da Lulu. Então a Lulu convidou:

– Miguel, você não quer desenhar comigo? E o Miguel veio e eles fi zeram uma porção de desenhos, e o Miguel ensinou a Lulu a fazer um automóvel e a Lulu ensinou o Miguel a fazer um elefante. Aí o Miguel ensinou a Lulu a fazer um foguete que voava direitinho. E a Lulu ensinou o Miguel a recostar umas bonecas engraçadas. E a Lulu se divertiu muito mais do que quando ela fi cava desenhando sozinha.

Fonte: Meus lápis de cor são só meus. Ruth Rocha. Disponível em: <http://www. ruthrocha.com.br/livro/meus-lapis-de-cor-sao-so-meus>. Acesso em: 27 nov. 2016.

Proposta de atividade

Responda às seguintes questões: • Quem é a autora do livro Meus lápis de cor são só meus? • Quem é a personagem principal do texto? • Sobre o que fala o texto? • • Você já foi egoísta como a Lulu alguma fez? Qual foi sua última atitude egoísta na sala de aula? • • E qual foi sua última atitude egoísta em casa? Você se acha uma pessoa muito egoísta? Você acha que seus colegas te acham uma pessoa egoísta? • O que você não gosta de partilhar com seus colegas? E o que você gosta? • Se você se considera egoísta, o que pode fazer para passar a ter atitudes mais solidárias e fraternas?

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