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Difusão paralela em matrizes porosas
Quando o uirapuru canta os demais pássaros se calam, reverenciando-o. Diz a lenda que, durante quinze minutos ininterruptos sem se repetir, a sua melodia atravessa a floresta amazônica e o ser afortunado que o ouvir, pode pedir e será atendido; quem carregar uma de suas penas ou um ramo de seu ninho, se tornará irresistível. O uirapuru (Cyphorhinus aradus), seresteiro, cantador de meu sertão, a mata inteira fica muda ao seu cantar (JACOBINA; LATINI, 1963) beira à extinção devido à caça predatória. Ao ser extinto, parte da cultura brasileira deixa de existir, como deixam de existir outros seres mágicos como o Curupira e a Caipora, protetores das florestas. O desmatamento iguala-se à caça, pois mata o som da mata, o espírito da mata, a fertilidade do solo, levando-o à desertificação. A busca quase insana pela riqueza econômica em que se dizimam florestas em troca de monoculturas e pastagens ameaça não só os seres encantados, como também a própria humanidade. Mesmo a exploração de determinada espécie nativa a põe em risco de extinção, inclusive comprometendo aspectos econômicos. Como exemplo, pode-se citar o caso do safrol, importante insumo para diversos compostos químicos. O Brasil, até o final da década de 1980, era o principal produtor mundial de safrol, presente majoritariamente no óleo essencial da canela de sassafrás (Ocotea Pretiosa Mezz), encontrada no bioma Atlântico, em particular no vale do rio Itajaí-Açú, Santa Catarina. O risco de extinção da canela de sassafrás fez com que, no clarear dos anos 1990, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis vetasse a exploração predatória da Ocotea Pretiosa Mezz. O país, em piscar de olhos, passou de exportador para importador desse óleo essencial
Cap Tulo 23
Difusão de Knudsen
A pandemia de covid-19, no início da década de 2020, marcou a história da humanidade, representando a interrupção abrupta da vida. Notícias veiculadas na mídia brasileira, em meados de abril de 2021, mostraram que o número de internações em UTIs de jovens superaram àqueles de mais idades; o número de óbitos ultrapassou àquele de nascimentos, bem como esse número duplicou quando se tratou de mulheres grávidas e puérperas que contraíram o coronavírus. É necessário que se escreva que o estudo e o combate à covid-19, entre outros males, envolvem conhecimentos e aptidões associados às ciências da saúde, humanas, biológicas, exatas, sociais; engenharias, arte, literatura, pois urge compreender e ter a dimensão da vida em sua plenitude, tendo em vista que a covid-19 interrompe o seu curso natural. O esforço direcionado ao combate à covid-19 transcende à especificidade de qualquer conhecimento e de atuação profissional, abarcando a todos feito células para formar tecido único. Como fica a Engenharia Química nesse contexto enquanto profissão voltada à técnica pela técnica, cujo objetivo de otimização de processos visa a lucros financeiros? A triste experiência da covid-19 chacoalha os alicerces clássicos da formação profissional, impondo a necessidade de habilidades múltiplas e sistêmicas (destacando-se a interconexão entre as habilidades técnica e humana), para a ampliar a formação técnica além das ciências ditas naturais; a consciência deve ser ampla, sobretudo humana e social, atrelada à sólida formação técnica para que se encontrem soluções criativas e factíveis em diversas