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Difusão em sólidos cristalinos
Um dos olhares de Benjamim Franklin sobre o ser humano foi o de vê-lo como um animal que fabrica instrumentos. Somos tentados a debruçar no olhar dessa figura do iluminismo norte-americano e estender a reflexão para perceber que o ser humano, enquanto ente tecnológico, surgiu no instante em que tomou uma pedra e fez dela um instrumento para lascar, cortar, enfim usá-la para garantir a sua sobrevivência. Da pedra lascada, os seres humanos passaram à pedra polida e daí para o cobre, o bronze e o ferro (CREMASCO, 2015a). Períodos distintos da humanidade que foram nomeados de acordo com o respectivo material característico, indo da Idade da Pedra à dos Metais (NAVARRO, 2006), sendo uma delas, a Idade do Ferro. Convencionalmente, a Idade do Ferro estende-se de sete mil anos a.C. até o surgimento do domínio romano, por volta de seiscentos anos a.C. Embora ferramentas tenham existido desde a mais longínqua antiguidade, a civilização moderna caracteriza-se por seu caráter mecânico e automático (CUPANI, 2016). O emprego de materiais é determinante para tanto, desde a criação de ferramentas até a construção de pontes, edifícios etc. O ferro destaca-se, pois é o quarto metal mais abundante em massa na crosta terrestre, encontrando-se na forma de minérios, como hematita (Fe2O3), limonita (Fe2O3.H2O), magnetita (Fe3O4), pirita (FeS2) e siderita (FeCO3). A sua liga com o carbono para a produção do aço contribuiu, até a segunda década do século XXI, em mais de 70% do total de produção de metais no Brasil. Os dividendos dessa produção acabam por não computar valores elementares do ser humano, a começar de sua própria existência. Em novembro