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escola espaço/tempo de educação integral
sobre o desenvolvimento humano. Os novos ensinamentos mostram que dificilmente um aluno vai se interessar por um conteúdo apresentado se isso não mexer de modo favorável com sua sensibilidade, pois é por essa via que nasce a curiosidade e dela vem o interesse. Em ambientes de educação integradora, torna-se princípio e prática diária ver o aluno como uma totalidade de percepção e ação, como um organismo vivo em seu devir, em sua singularidade, em sua complexidade.
Educação integral vê no aluno o seu devir É chegado o momento de abrir espaço para a aceitação do ser humano como organização muito mais complexa do que se imaginava. A sua arquitetura composta de várias dimensões, que extrapolam o corpo físico, fisiológico, motor e abrangem dimensões vibracionais, como uma sinfonia, como as dimensões emocionais, vital e espiritual (esta pouco ou nada considerada), todas de funcionamento integrado, de relações interatuantes, foi aos poucos mostrando o ser humano – o organismo vivo – como totalidade de difícil e até mesmo misteriosa decifração. Exige, portanto, a constante busca por sua compreensão. Um exemplo é a formação religiosa, tema presente e dirigido por escolas confessionais. Se não cabe à escola pública, ou particular, isso não justifica ignorar a formação da espiritualidade, aqui não pensada como termo religioso, mas como identidade/singularidade cósmica, humanitária, social e cultural, ou seja, a formação da consciência do sujeito como cidadão do mundo, também responsabilidade da escola. Trata-se de formação/construção da identidade,2 que se torna cada vez mais complexa 2 A TV Cultura apresentou uma série denominada “Desafios da identidade no mundo contemporâneo”, no programa Café Filosófico, no mês de agosto de 2019.
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