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1.3 Classificação de área – visão brasileira e internacional (ABNT/IEC
CAPÍTULO 6
INDÚSTRIAS QUÍMICAS E PETROQUÍMICAS
6.1 INDÚSTRIAS QUÍMICAS E PETROQUÍMICAS
As instalações elétricas em indústrias químicas e petroquímicas, lugares em que existe a possibilidade de formação de ambientes com misturas explosivas, deve receber atenção especial. Essas áreas são as definidas com o código BE3 na norma ABNT NBR 5410 (ABNT, 2018b).
A norma ABNT NBR IEC 60079-14 (ABNT, 2020c) estabelece as condições gerais para instalações de equipamentos elétricos. A prática recomendada para indústrias de superfície com planta química e petroquímica, e que se aplica para as instalações marítimas de plataformas e navios, orienta que o aterramento nesses ambientes tenha como objetivo evitar o surgimento dos níveis de tensão considerados inseguros, uma vez que tratamos com áreas classificadas em função das substâncias explosivas localizadas nesses lugares, na forma de gás, poeiras ou fibras inflamáveis.
Duas situações que devemos considerar com relação a esses ambientes com atmosfera explosiva são: a atmosfera química e a atmosfera salina. Em ambos os casos devemos estimar as contribuições para as falhas dos isolamentos dos equipamentos elétricos que não podem ter suas partes energizadas expostas.
Nesses ambientes hostis, a função principal do aterramento é propiciar um caminho de baixa impedância para as correntes de curto-circuito IF/Icc, das descargas atmosféricas e das cargas estáticas.
6.2 ATMOSFERA SALINA
No caso das plataformas ou unidades marítimas, a massa metálica da estrutura é considerada o eletrodo, e a água do mar, o terra (ground). Módulos de perfuração e outras
partes que não sejam soldadas à estrutura metálica principal devem ser providos de ligação à malha de aterramento – massa metálica, para torná-los equipotenciais à terra.
Peças galvanizadas ou pintadas devem apresentar revestimento adequado que seja compatível com as condições de agressividade existentes nos pontos de instalação, uma vez que o processo de corrosão altera o valor da resistência do material, comprometendo o aterramento. Eletrodutos (fixos/flexíveis) devem possuir meios que garantam a continuidade elétrica da instalação ao potencial de terra.
Toda essa massa metálica integrada deve ter o propósito de formar um único corpo e um único potencial, mantido entre toda estrutura metálica com a água condutora do mar, por meio de medições permanentes.
Essas medições poderão ser realizadas com o uso de instrumentos para confirmar a continuidade elétrica, o microhmímetro ponte de Kelvin, para a verificação da resistência ôhmica das conexões soldadas e fixas (valor abaixo de 0 Ω em ambientes tidos como Zona 1, e, no caso de Zona 2, valor abaixo de 1 Ω).
As partes metálicas destinadas a não conduzir corrente elétrica, como invólucros e carcaças de motores, de luminárias fixas ou portáteis, painéis, eletrodutos, bandejamentos/calhas de cabos e outros, deverão estar aterrados por meio de um contato metálico com o casco da unidade marítima.
Deve-se garantir uma conexão elétrica efetiva e permanente para evitar o aparecimento de arcos ou centelhas caso o aterramento não seja adequado quando solicitado por uma corrente de falta à terra (massa metálica).
O uso de cabo de aterramento dedicado para equipamentos instalados no casco das unidades marítimas fica dispensado desde que seja assegurada uma conexão por meio de solda, parafusos ou rebite, com a raspagem da pintura ou com uso de arruela dentada.
Fi ng Bolt & Nut Parafuso e porca de fixação
Teeth washer (Arruela dentada)
Metal enclosure of apparatus Carcaça metálica do equipamento
Steel base Base de aço
Metal hull (Casco de metal)
Figura 6.1 Conexão com arruela dentada. Fonte: Composição do autor.
A utilização de arruela dentada torna mais efetivo o contato físico quando o equipamento é aparafusado diretamente na estrutura.