PNLD 2022: MANUAL DO PROFESSOR

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Material Digital do Professor baseado na obra “Psiu”, escrita por Aloma e ilustrada por Mathias Townsend. Os autores declaram anuência para a elaboração deste guia com base em sua obra.

Copyright @ 2021 @ Aloma

direção editorial

Aloma Carvalho

assistente editorial

Jessica Spilla

ilustração

Mathias Townsend

projeto gráfico e diagramação

Soma - palavra e forma

DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO - CIP

Aloma.

Psiu – Livro do Professor / Manual Digital do Professor / texto: Aloma. 1a ed. São Paulo/SP: Bamboozinho, 2021.

42 p. : il. colorido, 20,5 x 27,5 cm

ISBN 978-65-89843-06-1

NOSSA MISSÃO

Publicar livros de qualidade que permaneçam na mente de nossos leitores como fonte preciosa de conhecimento e entretenimento.

CDD 028.5

1. Literatura infantil. 2. Livro para bebê e criança pequena.

3.Saúde e hora do sono. 4. Desenvolvimento do infantil.

5.Natureza. I. Título. II. Autora.

ÍNDICES PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO

1. Literatura infantil: livro para bebê – 028.5

2.Creche: literatura infantil – 028.5

3.Descoberta de si e do outro – 028.5

4.Descoberta da natureza – 028.5

OBRAS CORRELACIONADAS:

LIVRO DO ALUNO: ISBN 978-65-86389-85-2

LIVRO DO PROFESSOR: ISBN 978-65-89843-06-1

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Espalhando livros, formando leitores! w w w.bamboozinho. com .br

CARA PROFESSORA, CARO PROFESSOR,

Obrigada pela oportunidade de apresentar o meu livro Psiu a você! Essa é uma obra que escrevi com muito carinho para as crianças bem pequenas que estão descobrindo a si mesmos, aos outros e o mundo que o cerca. A hora do sono é um momento especial, principalmente para as crianças.

Entretanto, nem sempre elas conseguem relaxar rapidamente, algumas crianças gostam de estar com algum objeto por perto, outras dormem em uma posição específica e, às vezes, não querem dormir sozinhas. Por isso, esse livro traz o assunto de forma lúdica, leve e divertida, mas com muito conteúdo em uma obra aparentemente tão simples! Ela foi escrita a partir do estudo de como animais da nossa fauna realmente dormem e você verá nas ilustrações essas particularidades.

Tem bichinho que dorme aninhado com os pais, tem animal que dorme sozinho, de barriga para baixo, com um olho aberto, no alto de uma árvore, em um buraco ou até mesmo na água... Afinal cada indivíduo é único, como as nossas crianças! As imagens são extremamente delicadas e convidam as crianças a conhecer melhor a natureza, admirá-la e, é claro, desfrutarem de um soninho tranquilo, independente do momento do dia ou da noite em que ele aconteça. Psiu também é um livro que parte do meu desejo de aproximar as crianças da natureza, especialmente da fauna e flora brasileiras. Ao conhecer os bichinhos e as suas preferências, as crianças também se conhecerão melhor, refletindo sobre seus gostos pessoais, partes do corpo e, é claro, serão convidadas para uma gostosa soneca! Sabemos da importância do trabalho com a leitura junto às crianças bem pequenas na Educação Infantil e a quantidade de aprendizagens que são realizadas nessa fase tão importante da vida, então, eu espero aqui apresentar um livro e um material de apoio que estimulem novas proposições de leitura, atividades e interações, seja na escola de modo presencial, seja em aulas on-line, seja em atividades de leitura, artes e outras linguagens propostas para serem realizadas com a família. Afinal, como educadora e autora de livros para a infância, também possuo a missão de auxiliar no desenvolvimento e na educação de nossos pequenos grandes leitores! Obrigada por escolher essa profissão maravilhosa e se dedicar a instruir futuros cidadãos conscientes e felizes. Juntos, formamos leitores!

SUMÁRIO SOBRE A OBRA 5 A história por detrás da história 7 Qual é mesmo a história? 8 Quem? Quando? Onde? 9 Virando a página 10 S obre a autora e o ilustrador 12 A FORMAÇÃO DO LEITOR NA PRIMEIRA INFÂNCIA 13 Os livros para a primeiríssima infância 13 A leitura para as crianças bem pequenas 15 Alguma s dicas práticas 17 O livro Psiu e o desenvolvimento da criança bem pequena 18 A rotina e a hora de dormir como temáticas do livro infantil 20 O que as cr ianças podem aprender ao ler esse livro? 22 A LEITURA DO LIVRO 23 Antes da leitura 23 Durante a leitura 25 Depois da leitura 25 O livro, página a página 27 SUGESTÃO DE ATIVIDADES 35 Bichos dorminhocos 35 Festa do pijama 36 O livro dos bichos 36 Projeto Nana Nenê com as famílias 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37

SOBRE A OBRA

PÚBLICO-ALVO, CATEGORIA E TEMÁTICAS

Título: Psiu

Autora: Aloma

Ilustrador: Mathias Townsed

Categoria: Creche II – crianças de 1 e 7 meses a 3 anos e 11 meses. Especificação de uso: Manuseio dos estudantes (crianças bem pequenas).

Temas: 1. Cotidiano, relacionamento pessoal e desenvolvimento de sentimentos de crianças nas escolas, nas famílias e nas comunidades (urbanas e rurais); 2. Animais da fauna local, nacional e mundial.

Gênero literário: Narrativo – história curta, texto com repetições.

A Bamboozinho, desde a sua entrada no mercado editorial, sempre teve a preocupação de produzir livros feitos por autores e ilustradores que se preocupam em transmitir uma sensação de pertencimento ao leitor que está descobrindo a si mesmo, aos outros e ao mundo que o cerca. Estudos apontam o quanto é importante, além de ser divertido e prazeroso, ter o momento diário de leitura em casa e na escola e o quanto os livros podem auxiliar no desenvolvimento dos pequenos. Por isso, os livros da editora exploram os campos de experiência e os direitos de aprendizagens previstos na Base

Nacional Comum Curricular, afinal, toda criança tem o direito de se expressar, de brincar, de conviver, de participar, de explorar e se conhecer. Todo esse conteúdo é entregue aos leitores em livros bem ilustrados e que possuem um suporte de qualidade, sempre pensando no leitor final: a criança bem pequena.

Com Psiu não é diferente. Especialmente pensado para crianças bem pequenas, esse é um livro que tenciona ser um dos favoritos das crianças! Em cada dupla de páginas, há um filhotinho bem brasileiro que mostra a sua forma favorita de dormir. O texto curto e repetitivo, 5

que sempre começa com a interjeição “PSIIIU”, convida a criança a interagir com o livro, a se concentrar na história e também a chama para conversar com os bichinhos que estão pegando no sono, além de ensinar formas diferentes de expressar a saudação na hora de dormir. As ilustrações são feitas com uma mistura de técnicas: delicadas e coloridas em cores vibrantes, que retratam filhotinhos muito simpáticos que ora estão sozinhos, ora com os pais. É a escolha entre ainda estar aninhado a um responsável para se sentir seguro (como acontece muito com os bebês humanos, não é mesmo?!) e um momento de privacidade e o início da independência, como também acontece no desenvolvimento das crianças.

Com a leitura de Psiu, a criança será convidada a estreitar os vínculos afetivos com o adulto mediador e também com as outras crianças da creche e/ou da família, que compartilharão as descobertas realizadas a partir da leitura do livro. Psiu é um livro concebido para o manuseio de crianças bem pequenas, apresentando ilustrações vivas, atrativas e adequadas à faixa etária. Os personagens são retratados de forma clara, sem margem a ambiguidades, elaborados a partir das características reais dos animais. As crianças terão facilidade em identificá-los, reconhecendo os principais elementos que lhes conferem identidade. Os objetos e cenários foram elaborados a partir de cores fortes e com contrastes bem delineados. A presença do azul e do amarelo na obra traz energia e vivacidade. Os tons de marrom e verde rementem à natureza. As ilustrações estão altamente correlacionadas ao texto e ainda apresentam, de forma coerente e consistente ao texto, informações adicionais, conferindo ainda mais graça à narrativa textual. O texto possui uma estrutura que se repete e é constituído de frases simples e previsíveis, embora ricas e diversas do ponto de vista linguístico: interjeições e saudações são formas de expressão que atraem as crianças bem pequenas, que rapidamente conseguem perceber as intencionalidades comunicativas e usá-las também para se comunicar no seu dia a dia. O vocabulário empregado é familiar à faixa etária e está apresentado em contextos que auxiliam na construção de significados pelas crianças. Um texto que elas facilmente se apropriarão e farão uso, espontaneamente, para “ler” o livro mesmo que ainda não saibam ler convencionalmente. Ao longo da leitura do livro e a partir da proposta de trabalho descrita neste guia, as crianças também serão estimuladas a se apropriar desse vocabulário em situações de conversação, ampliando suas capacidades comunicativas. Quando a criança é bem pequena, o seu desenvolvimento leitor depende do leitor mediador que lhe apresentará não apenas o texto através da sua leitura em voz alta, mas também lhe servirá como modelo, mostrando-lhes os gestos da leitura e compartilhando com ela importantes estratégias de leitura.

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AQUI TEM NATUREZA

Psiu traz a natureza através de uma narrativa que revela o nosso orgulho e sentimento de pertencimento à natureza. Criado no contexto da campanha mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA/ONU) pela transformação das condições da infância, esse selo tem a função de apresentar às crianças e aos adultos livros que trazem as riquezas naturais do planeta. Também tenciona conscientizar ainda mais o leitor para a necessidade de proteger a cada bichinho que aqui vive e o seu habitat, as praças, bosques, matas e florestas do mundo todo. A (re)conexão das crianças com natureza é uma forma de ajudá-las a perceber que fazem parte de algo maior e a crescer com o sentimento de respeito e cuidado em relação ao ambiente!

A história por detrás da história

A temática “hora de dormir” é clássica dentre as publicações voltadas para o público infantil. Livros sobre o momento de dormir; os preparativos de cuidado como o banho, o leite e a escovação dos dentes; e até mesmo os objetos relacionados ao sono estão presentes na literatura para bebês e crianças bem pequenas. Mas, no Brasil, essa tradição sempre privilegiou livros de autores e ilustradores estrangeiros que, geralmente, definem padrões e comportamentos não necessariamente relacionados ao modo de vida das crianças brasileiras (tão diverso!). Essas publicações, muitas vezes, também adotam

uma estética pouco representativa da nossa realidade, forjando imagens que muitas vezes as crianças não encontram em suas vivências. Por isso, publicar um livro que tratasse do tema e ainda apresentasse um pouquinho do nosso país sempre foi um desejo da editora e da autora.

Psiu é um livro que discorre sobre a hora de dormir e que também convida a criança a conhecer e a imaginar, descobrindo um pouco sobre si e sobre a natureza, explorando suas capacidades para compartilhar suas experiências. E, no final do livro, a emoção de descobrir que a narrativa se

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transforma em uma outra história, em um jogo de imaginação e ludicidade quando o vemos que todos os animais estão ali, juntinho do bebê que agora adormeceu em seu berço. Quando a criança entra em contato com um livro que apresenta personagens com os quais pode se identificar, com cenários em que pode reconhecer um espaço, uma narrativa que explicita o tempo na história,

a leitura pode causar uma sensação de pertencimento ainda maior. Essa é a proposta do livro Psiu , que traz filhotes animais e um bebê que revelam como gostam de dormir. As ilustrações registram essas preferências em situações muito conhecidas pela criança que logo relacionará o modo como eles dormem com o seu próprio modo de dormir ou o de pessoas que lhes são próximas.

LENDO SEM VIRAR O LIVRO

Psiu é um livro especialmente pensado para as crianças bem pequenas, mas também para o mediador que quer compartilhar momentos de leitura com elas, criando um momento de cumplicidade e afeto que transforma a sua conexão com a criança. Por isso, de forma inédita, todo o texto do livro está na quarta capa, redefinindo o conceito de leitura em voz alta e posicionamento do adulto durante a leitura – que, assim, poderá mostrar o livro aberto para a criança enquanto lê a narrativa na capa. Aprimorar o suporte “livro” para que também o adulto construa os seus modos de ler em voz alta também faz parte das pesquisas da autora.

Qual é mesmo a história?

Na hora de dormir, cada um dorme de um jeito: a preguiça de barriga para baixo, o tamanduá de barriga para cima, o tatu dorme sozinho, a arara com os pais, o mico no colo da mãe, o tamanduá abraçadinho e o jacaré... olha só, dorme com um olho aberto! E, no final do livro, um personagem especial aparece e, surpresa!, ele também tem o seu jeitinho particular de dormir!

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Quem? Quando? Onde?

Há sete personagens animais nessa história: o tamanduá-bandeira, o bicho-preguiça, a onça-pintada, a arara-vermelha, o tatu-canastra, o mico-leão-dourado e o jacaré-do-papo-amarelo. Todos eles animais símbolo da fauna brasileira, presentes nas florestas da Amazônia e da Mata Atlântica, ocorrendo também em áreas do Cerrado.

Quem são esses animais? São filhotes ou adultos? Onde eles estão? Como eles vivem? O que eles estão fazendo? Estão sozinhos ou acompanhados?

Explicitar os personagens da história e estimular as crianças a atribuírem uma personalidade a cada um deles é uma forma de favorecer a apropriação do texto e também de estimulá-las a criar interpretações próprias – procedimentos fundamentais no desenvolvimento do leitor.

Nas páginas finais do livro, porém, um último personagem aparece: um bebê

humano. Quem é esse bebê? Onde ele está? O que ele está fazendo? A sua entrada na narrativa muda toda a história, quando percebemos que os animais, na realidade, fazem parte do quarto do bebê. A preguiça, o jacaré e o tatu são, na realidade, bichinhos de pelúcia; o tamanduá faz parte da estampa dos lençóis da caminha do bebê e a arara compõe o móbile que enfeita o quarto. A entrada do bebê humano representa um ponto de virada na narrativa, conferindo graça e humor à leitura, provocando as crianças a reverem suas hipóteses iniciais sobre a história e seus personagens. Muito comum nas narrativas longas, o ponto de virada é um recurso estilístico usado pelos autores justamente para surpreender e provocar os leitores, obrigando-os a rever aquilo que já sabiam. Em Psiu, esse recurso é utilizado de forma graciosa, em consonância com a idade dos leitores e ao seu momento cognitivo e afetivo.

PASSEANDO PELO LIVRO

Um personagem especial passeia pelo livro de forma discreta e quase despercebida. Sem ter grandes pretensões, o pequeno vaga-lume aparece em todas as páginas para conferir o que está acontecendo. Voa para lá e para cá e com isso cria uma narrativa silenciosa, paralela à narrativa central. Quem ele é? O que ele está fazendo? Para onde ele vai depois que a história terminar? Certamente as crianças apreciarão descobrir esse personagem e acompanhá-lo em sua jornada.

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Virando a página

A estrutura do livro foi planejada de modo que o próprio projeto gráfico fornecesse pistas que favorecessem a construção inicial de importantes procedimentos de leitura, como a antecipação e a localização – além das múltiplas inferências e extrapolações que podem ser elaboradas a partir da leitura da obra. O leitor sempre encontrará na página par, a página da esquerda, o texto escrito da obra. Na página ímpar, da direita, o corpo central da ilustração. No livro para infância, é sempre importante apresentar marcas gráficas ou estruturais que favoreçam a apropriação não apenas dos gestos da leitura como também do seu conteúdo escrito. Para o leitor que ainda não domina o sistema de escrita plenamente, essas referências são um apoio fundamental para que ganhe confiança e autonomia para “ler” mesmo quando ainda não sabe ler convencionalmente, estreitando seus vínculos com o objeto livro e com o ato de ler.

A narrativa textual, toda ela registrada em letra bastão para garantir uma padronização do desenho das letras do alfabeto, recebeu uma tipologia delicada e divertida - que é coerente com a opção gráfica das ilustrações: o traço linha delineia as representações dos personagens e os elementos dos cenários. Texto e imagem estão claramente dispostos, de modo que cada qual tem o seu

espaço, tornando ainda mais evidente para a criança o que é escrita e o que é desenho.

O mesmo recurso linguístico se repete no começo de cada frase que compõe o texto da página par: a interjeição “PSIIIU” inicia a narrativa, como em um ritual sonoro, conferindo certa musicalidade ao texto. Essa repetição não é algo aleatório: sabemos que os elementos repetitivos em uma narrativa para a primeira infância servem como elementos conectivos entre as várias partes do texto, além de permitirem uma apropriação oral (e por que não da escrita também) do texto. Servem como apoio para o avanço da leitura e conferem ainda uma maior graça à leitura. As ilustrações foram feitas a partir de dados reais dos animais: a forma dos corpos (cabeça, tronco, membros, garras, dentes), a textura dos pelos, as cores e até mesmo o cenário têm correspondência aos seus habitats naturais. Claro, por ser um livro ficcional, detalhes como o brilho nos olhos e o rosto sorridente foram introduzidos para despertar ainda maior empatia com os leitores, desmistificando a ideia de que alguns animais são “maus” ou “bravos”, como é o caso do jacaré – atribuições equivocadas da indústria de entretenimento.

O nome de cada animal é apresentado

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logo após a interjeição “PSIIIU”, precedido de uma expressão de despedida associada ao ato de dormir: BOA NOITE, BONS SONHOS, BOM DESCANSO, DURMA BEM, ATÉ AMANHÃ. A introdução desses diferentes modos de se

despedir tem a intenção de justamente mostrar uma série de possibilidades para se dizer uma mesma coisa. A partir de uma cena conhecida, a criança poderá ampliar os modos como se expressa, ampliando o seu vocabulário.

DESTAQUE

Uma das características dos livros para as crianças bem pequenas é a presença de uma única palavra por página. Geralmente essa palavra é um substantivo associado a uma imagem e que, na realidade, não favorece a construção de uma narrativa plena de significados. Na maioria dos casos, o substantivo está ali apenas para nomear o objeto representado na imagem. Nesse livro, há uma palavra que se repete, a interjeição “PSIIIU” que, inclusive, dá nome à obra. Vale lembrar que as interjeições são “palavras-frases”, trazendo em si todo o significado do conteúdo que está sendo comunicado, como se fosse uma frase resumida. Por serem formadas por sons vocálicos, as interjeições ganham especial atenção das crianças bem pequenas que logo se prendem à sua sonoridade e apreciam reproduzi-las. Aqui, o “PSIIIU” pode ser lido com diferentes entonações e intencionalidades. Mais curto e forte para chamar a atenção que não se deve fazer barulho; mais suave e prolongado para fazer um pacto de silêncio; acompanhado de gestos, como o dedo indicador próximo ao lábio. Caberá ao educador e à educadora escolher essas variações e brincar com elas, conferindo ainda mais graça à leitura e possibilitando à criança a apropriação dessa interjeição e seu uso em outros momentos e contextos de sua vida.

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Sobre a autora e o ilustrador

Aloma é o pseudônimo de Aloma Carvalho, pedagoga e professora de Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Já atuou em projetos educativos desenvolvidos pelo MEC e pela UNESCO voltados para formação de educadores da Educação Infantil e para a elaboração do currículo escolar nas áreas de Alfabetização, Ciências, História e Geografia, tanto para o segmento da Educação Infantil como para o Ensino Fundamental. Há mais de vinte anos escreve livros escolares e aproveitou o conhecimento adquirido nessa experiência para escrever também livros para a primeira infância que ajudem no desenvolvimento leitor da criança bem pequena e estimulem a leitura em família de forma prazerosa e ativa. É editora e curadora editorial da Editora Bamboozinho e também influenciadora digital no blog Bebê Leitor, que trata de divulgar a literatura infantil nacional, escrita e ilustrada por profissionais brasileiros, e de difundir a leitura em família e a formação do leitor desde a primeira infância. Seu trabalho pode ser apreciado no site Bebê Leitor: w w w.bebeleitor. com .br (acesso em 19/abril/2021).

Mat hias To wnsend é ilustrador de livros infantis. Sempre gostou muito de desenhar, desde que era uma criança bem pequena, e esse gosto acabou virando a sua profissão. É formado em Desenho Industrial e trabalha com diferentes técnicas, como desenho, pintura tradicional e pintura digital, todas essas utilizadas para compor as ilustrações de Psiu. Mathias é muito ligado às questões ambientais e ecológicas, assim como às artes. Atua como guia ecológico, orientando adultos e crianças em passeios de observação de aves e outras espécies de animais. Seu trabalho pode ser visitado em: https : //w w w. instagram.com /mathias.townsend/ (acesso em 19/abril/2021).

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A FORMAÇÃO DO LEITOR NA PRIMEIRA INFÂNCIA

A primeira infância, que compreende os primeiros seis anos da criança, é uma fase de descobertas infinitas, em que o cérebro cria milhares de conexões por segundo e se desenvolve como em nenhuma outra fase da vida. É o período inicial de identificação e pertencimento, de autoconhecimento, do conhecimento do outro e do mundo que o cerca. Dentro dessa fase, há a subdivisão primeiríssima infância, que contempla até os três anos e onze meses de vida. Aqui, as descobertas são ainda mais intensas, a criança passa de um período extremamente dependente do outro para os seus primeiros atos de autonomia, como segurar objetos, rolar, engatinhar, andar, sair das fraldas, falar. E sobre os livros e a literatura para essa faixa etária, como tudo isso se reflete?

Os livros para a primeiríssima infância

No mercado editorial, há uma variedade de livros para crianças bem pequenas, nomenclatura usada na Base Nacional Comum Curricular para classificar as crianças com idade de um ano e sete meses a três anos e onze meses. Dentro desse grupo, estão diversos livros-brinquedo, livros com suporte cartonado, de pano, de banho e com outras características específicas. Todos esses objetos são interessantes do ponto de vista lúdico e sensorial; contudo, os livros tradicionais, com capa e folhas de papel, também devem ser oferecidos às crianças desde a mais tenra idade, para que elas conheçam o objeto livro tal como ele se apresenta socialmente e se familiarize com ele, sem que haja a confusão de que tal

objeto é um brinquedo (ainda que, entre outras características, o livro também é feito para divertir, e essa é uma de suas características principais). Para melhor compreender a importância do contato da criança bem pequena com um livro de papel, é possível fazer um paralelo com a alimentação. Ninguém duvida da importância de deixá-la pegar a comida com as próprias mãos: trata-se de um estímulo para o desenvolvimento da autonomia e também do paladar. A criança fica com o rosto todo sujo e as mãos enlambuzadas; suas roupas manchadas; a cadeira, a mesa, o chão... Tudo em volta parece ficar cheio de pedacinhos de comida. E a reação das pessoas?

Pura alegria!

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Mas, quando se trata de deixar uma criança pequena pegar um livro de papel com as próprias mãos, muita gente ainda hesita. E se rasgar uma página? Colocar na boca e babar em cima? Cortar a mãozinha? Comer o papel? Amassar o livro? Pois é, embora os livros sejam o alimento da alma, ainda existem aqueles que acreditam que livros e crianças bem pequenas não combinam. Afinal, elas nem conseguem entender o que está escrito, não é mesmo?! Não, não é. No processo de literacia, é fundamental que as crianças bem pequenas sejam expostas a livros de papel, com todas as suas características reais. Livros de plástico, de pano e até livros-brinquedos podem fazer parte da biblioteca da criança. Mas é com o livro de papel que a criança terá as melhores oportunidades para perceber-se como um leitor ativo inserido em uma comunidade leitora. Ao estimular o contato frequente com um objeto social real, tal como ele existe concretamente em nosso dia a dia, a criança aprenderá, gradualmente, a manipulá-lo com segurança, reconhecendo desde o início os cuidados necessários para a sua conservação. Mas o suporte do livro para a primeira infância não deve ser o único ponto a ser levado em conta: juntamente com a ilustração e o texto formam a tríade perfeita para um livro de qualidade. As

Livros de plástico, de pano e até livros-brinquedos podem fazer parte da biblioteca da criança.

cores, as formas representadas, as imagens que complementam o texto chamam a atenção das crianças que veem o adulto mediador segurando o livro, ou quando já possuem a independência de folhear os livros por si sós. Da mesma forma o texto, quando lido em voz alta, convida às crianças a entrarem no universo apresentado pela história, auxilia na construção do vocabulário, estimula a capacidade de concentração e, mais importante do que tudo isso, diverte e forma futuros leitores, contemplando o conceito de literacia. Inserir a leitura na rotina da criança, independentemente da idade, é um fator preponderante para que os pequenos aprendam a reconhecer o valor da leitura e para que a criança tenha a consciência de que esse é também um momento de diversão, mas também de aprendizado e até de reconhecimento. Por isso, é importante que sejam lidos livros de diversas temáticas, com características diferentes e que podem ora se focar em um objeto, ora na rotina, ora em um lugar, ora em uma pessoa ou um animal... as possibilidades são muitas. Com o passar do tempo, as crianças perceberão qual tipo de história e de temas preferem e passarão a eleger seus livros favoritos a partir de seus gostos pessoais.

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LÊ DE NOVO?!

Durante a primeira infância, as crianças gostam da repetição. Para elas, repetir um mesmo passeio, comer uma mesma comida, ouvir várias vezes uma mesma história e ler e reler o mesmo livro é uma estratégia de aprendizagem emocional e cognitiva. Por isso é muito importante reler o mesmo livro várias vezes. As crianças sempre poderão fazer uma interpretação diferente do que foi lido, observar um novo detalhe na ilustração e se sentir mais segura ao saber que já conhece o texto. Esses são pontos que podem estimular a concentração dos pequenos e fazer toda a diferença em suas vidas como leitores.

A leitura para as crianças bem pequenas

A leitura para crianças bem pequenas é necessariamente uma leitura em voz alta realizada por um leitor mais experiente. Ao ler para elas, não apenas traduzimos oralmente aquilo que está escrito no livro ou representado em suas imagens, como também servimos como modelo de leitor. Os nossos gestos ao segurar o livro e ao virar as páginas; a direção do nosso olhar pelo livro; a entonação da nossa voz... Tudo isso serve como pista para a criança que observa o mediador (ora de forma mais atenta, ora de forma mais dispersa, mas sempre observando) e, logo, se sente estimulada a imitá-lo. A criança que participa de situações de leitura, quando diante de um livro, começa a mexer os lábios como se estivesse ela também lendo em voz alta; percebe

que é preciso olhar para as páginas do livro; aprende a apontar com o dedinho para algum conteúdo específico. A leitura para a criança bem pequena deve ser sempre uma situação de cuidado e afeto, proporcionando um intenso momento de convívio entre as crianças e o(a) educar(a) e entre elas e seus familiares. Algumas dicas que podem ajudar a colocar em prática procedimentos que estimulam o desenvolvimento da comunicação oral e o conhecimento linguístico das crianças bem pequenas de uma forma geral:

1. Explorar o livro antes de ler.

É importante que o adulto mediador conheça o livro antes de ler para que possa para estar inteirado de seu conteúdo e melhor explorá-lo durante a leitura.

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2. Preparar a leitura.

A leitura se torna mais estimulante para a criança se o livro render conversas, muitas conversas. Tecnicamente, essas conversas são situações de interpretação do texto (e da ilustração) e o adulto servirá como um modelo para os jovens leitores. O ideal é ler o livro para planejar aquilo que será comentado sobre cada página. Os comentários podem ser sobre o texto ou sobre as ilustrações. Recorrer a eventos vivenciados pela criança, fatos da rotina, outras histórias, livros e até mesmo às suas memórias de infância é sempre interessante, “caldo” para uma boa conversa.

3. Desenvolver um estilo próprio.

Criar um estilo próprio para ler em voz alta. Não existem regras. Algumas pessoas preferem uma leitura mais teatral. Outras preferem ler com a voz séria e baixa. Algumas pessoas preferem ler e contar; outras apenas ler. Mas jamais deixe de efetivamente ler o livro. Muitos adultos acabam apenas contando a história, o que não é interessante para a formação do leitor. Ler é sempre essencial.

4. Variar a posição da criança durante a leitura. A criança pode estar no colo do adulto, com o livro diante de ambos, e ouvir a história quase como um sussurro em seus ouvidos. Ele pode estar ao lado do adulto, os dois observando o livro do mesmo angulo. O adulto pode ler de frente para a criança. Assim ele pode visualizar as expressões do seu rosto durante a leitura. O mesmo pode ser dito com relação à criança: a leitura pode acontecer com o mediador na frente da criança, ao lado, em lugares abertos ou fechados. Essa variação é muito importante, pois permite que a criança tenha diferentes interações com o objeto livro. Em determinados momentos também é interessante deixá-la manipular o livro, mesmo ele sendo de papel.

5. Ler e reler o mesmo livro. As crianças bem pequenas adoram quando os adultos repetem a leitura de um mesmo livro. Maiorzinhas um pouco, essa diversão acaba virando uma necessidade e aos 2 ou 3 anos elas chegam a pedir para repetir eternamente as histórias, os livros, os filmes, as canções. Esta repetição é fundamental para o seu desenvolvimento. Permite que elas lembrem, relacionem e compreendam cada vez mais e melhor um mesmo fato ou sentimento.

6. Criar uma rotina de leitura e relativizar as expectativas.

Criar uma rotina agradável e prazerosa de leitura para as crianças, de preferência envolvendo mais de um adulto. Na instituição creche, esse adulto será, sobretudo, o(a) educador(a) que cuida delas; em casa serão seus familiares. É importante

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determinar um horário fixo na rotina para a leitura no qual as crianças já estejam alimentadas e com suas necessidades de sono já resolvidas. Assim, elas se sentirão mais confortáveis para aderir a alguns procedimentos que, pouco a pouco, devem aprender: como sentar, escutar, esperar a sua vez para falar, olhar o livro. A atenção principalmente da criança bem pequena, porém, é fragmentada e de curta duração. Mesmo que a criança pareça desinteressada, é possível prosseguir com a leitura, pois de alguma forma ela estará prestando atenção - salvo, é claro, naquelas ocasiões nas quais a criança manifestar claro descontentamento com a situação.

A LEITURA EM FAMÍLIA

As indicações feitas aqui podem ser sugeridas aos familiares. A leitura fora do contexto da creche/escola é similar àquela realizada na creche/escola: o adulto leitor precisa estar preparado, o local e a hora da leitura devem estar previamente planejados. Como o livro Psiu aborda uma temática do cotidiano das famílias, a sua leitura será carregada de significados para todos, facilitando a formação de uma comunidade de leitores também em casa.

Algumas dicas práticas

M Mostrar para a criança pequena onde, na página do livro, se localizam o texto e a imagem. Use a ponta do dedo para fazer essa indicação.

M Escolher momentos tranquilos para a leitura - evitando relacionar o livro com os momentos de fome, cansaço, choro ou de “crise”.

M Garantir que o local onde as crianças se sentam para ouvir a história é confortável (o chão às vezes é duro e frio).

M Ler com a criança no colo.

M Ler com a criança ao seu lado.

M Formar uma roda para a leitura ou deixar as crianças sentarem-se à vontade.

M Ler de frente para a criança, com o livro voltado para ela.

M Sempre ler em voz alta – evite contar a história antes de ler, garanta que a criança tenha contato com o texto escrito.

M Comentar algo sobre o texto e a imagem.

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M Relacionar o conteúdo do livro com outras experiências da criança (outras fotos e livros; pessoas ou lugares; momentos da rotina diária).

M Ensinar como segurar o livro e virar as páginas.

M Deixá-las folhear o livro a vontade, mesmo que as folhas fiquem um pouco “amassadinhas”.

M Ensiná-las que o livro não deve ser colocado na boca e tampouco deixado no chão (e que muito menos se deve pisar no livro), ensinando-as sobre como utilizar um livro e os cuidados que se deve ter para não estragá-lo.

O livro Psiu e o desenvolvimento da criança bem pequena

O livro Psiu contém um texto curto e ilustrações extremamente chamativas, que agradam a criança e o adulto pelo seu conteúdo e sentimentos que evoca. A proposta dessa obra é oferecer um livro de qualidade que estimule uma leitura prazerosa em um momento em família ou na escola, seja na hora da leitura ou, principalmente, na hora de dormir. A obra retrata um momento muito especial da rotina de alguns filhotes brasileiros, mas que convida a criança a também pensar na sua rotina. É a criança que convive com pessoas da família e amigos, que brinca à vontade, que participa de um espaço coletivo, que explora o lugar em que vive e tudo o que ele oferece, que se expressa em falas e gestos e que, principalmente, conhece a si mesmo. Esses são os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento previstos para a Educação Infantil na Base Nacional Comum Curricular, que podem ser contemplados a partir da leitura e de atividades a partir do livro. Apesar de retratar especificamente a hora de dormir, Psiu traz à tona o cotidiano da criança e convida à reflexão sobre com quem ela convive, o que ela faz durante todo o dia até chegar à hora de dormir e, sobre esse momento, qual é a sua preferência. Qual é a sua posição favorita? A criança gosta de estar com algum objeto na hora de dormir (usa chupeta, segura uma naninha etc.)? Ela tem o hábito de querer dormir com os pais? Por que é importante descansar? Essas perguntas podem ser trabalhadas com os pequenos dentro do ambiente escolar, mas também são excelentes pontes de interação com as famílias, que podem e devem compartilhar das atividades escolares e também estimular o desenvolvimento das crianças em casa.

Psiu traz à tona o cotidiano da criança e convida à reflexão sobre com quem ela convive, o que ela faz durante todo o dia até chegar à hora de dormir e, sobre esse momento, qual é a sua preferência.

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A Base Nacional Comum Curricular também traz cinco campos de experiência, que exploram as situações e experiências da vida cotidiana, e todas essas definições também estão presentes no livro:

M O eu, o outro e o nós Essa interação está presente em todas as páginas do livro. A criança conhece a si mesma e ao seu corpo quando observa as ilustrações da obra, que apresenta diferentes animais em diferentes posições na hora de dormir. A partir da observação desses filhotes, a criança começa a perceber as diferenças entre eles consigo mesma, observando características que não são presentes no corpo humano e outras que são comuns a todos os animais. O mediador também pode estimulá-la nesse sentido, comentando sobre percepções como: “o jacaré tem dois olhos e dorme com um deles aberto, e você? O tatu está dormindo sozinho, como você no seu berço!”. Essas interações são fundamentais para o desenvolvimento da concentração e observação, mas, sobretudo, para o autoconhecimento e o desenvolvimento da leitura.

M Corpo, gestos e movimentos

A ilustração do livro auxilia na percepção das diferenças entre os animais retratados e o corpo da própria criança. A criança perceberá particularidades existentes de cada espécie animal retratada, como a arara que tem asas, o jacaré que tem um rabo bem diferente do rabo do mico, a onça que dorme de

barriga para cima. Da mesma forma, a criança poderá imitar as posições de cada animal, percebendo como o seu corpo se mexe e descobrindo com esses movimentos qual é a sua posição favorita também. Tudo é estímulo!

M Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações

Ao observar os lugares em que cada animal retratado no livro está dormindo, é possível conhecer uma série de proposições espaciais. Na água, em um buraco, em uma caverna, no chão... são muitas as possibilidades para os animais em seu habitat. Da mesma maneira, a criança passa a refletir sobre o seu próprio espaço e rotina, como em qual horário ela dorme, como é o seu quarto, como é a hora do descanso na escola. As quantidades também estão presentes no livro, pois as crianças podem ser estimuladas a descobrir quantos bichinhos estão presentes no livro, quem gosta de dormir sozinho, quem gosta de dormir acompanhado. Esse é um tópico especial para falar de relações, já que os pequenos podem pensar sobre o motivo de gostarem de dormir com seus responsáveis ou a preferência de, nesse momento de descanso, estar sozinho.

M Escuta, fala, pensamento e imaginação

Na narrativa, há diferentes formas de desejar um bom descanso para cada animal, mas sempre com a interjeição “PSIIIU” no início do texto de cada dupla de páginas. A repetição dessa

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interjeição reforça o convite para o silêncio, mas também para a atenção da criança. A escuta do som em cada página é uma forma de a criança já saber o que virá no decorrer do livro, enquanto as diferentes expressões de “boa noite” trazem a ampliação do vocabulário, o desenvolvimento do pensamento e também abre margem para a imaginação, que pode extrapolar o livro e estimular, depois da leitura, uma conversa sobre outros animais.

M Traços, sons, cores e formas

A narrativa tem como mote, além da hora de dormir, a apresentação da natureza e por isso mostra ao leitor muitas cores e formas, que evocam diferentes sensações. Com a obra, os

educadores e a família possuem uma representação lúdica para mostrar às crianças a natureza brasileira, especialmente a fauna, enaltecendo o que há de melhor no Brasil e estimulando as crianças a observarem e admirarem mais as riquezas na natureza e cultura de sua região, independente da idade que ela tenha.

Todos os pontos presentes na Base Nacional Comum Curricular exploram questões importantes para o desenvolvimento dos pequenos e, por isso, são também abordadas no decorrer do livro Psiu, que tenciona abranger de maneira completa muitas possibilidades de trabalho e interação com as crianças.

A rotina e a hora de dormir como temáticas do livro infantil

Estima-se que um recém-nascido durma em média dezoito horas por dia, enquanto uma criança de dezoito meses já dorme cerca de doze horas durante a noite e tenha até duas sestas de uma a duas horas durante o dia. Até os cinco anos, é comum que as crianças tenham uma média diária de doze horas de sono. Mas por que é importante que as crianças durmam mais?

Vale lembrar que as crianças pequenas estão passando por um desenvolvimento corporal em ritmo acelerado. Órgãos, músculos e ossos estão se desenvolvendo e crescendo, além do desenvolvimento neurológico ser fundamental nessa fase da vida. Uma criança que dorme mais desenvolve melhor o cérebro, o que também acarreta em melhoras comportamentais e psicológicas, já que há estudos que defendem que, quando a criança tem um sono de melhor qualidade e por mais tempo, diminui distúrbios como o déficit de atenção e hiperatividade, são mais concentradas e ficam menos irritadas.

Por todos esses motivos, é fundamental cuidar da rotina das crianças, sobretudo do momento de dormir, seja à noite, quando a criança se prepara para dormir durante toda a madrugada, seja na hora do descanso na creche ou em casa. É importante

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que a criança pequena comece a tomar consciência do seu cotidiano, que o sono da tarde deve acontecer após o almoço e a higiene bucal, que nesse momento ela deve se acalmar, que o ambiente em que irá dormir é sempre um lugar tranquilo e arejado, em uma temperatura agradável. Como citam Barbosa e Horn no artigo “Organização do tempo e espaço na Educação Infantil”:

“Para dispor de tais atividades no tempo é fundamental organizá-las tendo presentes as necessidades biológicas das crianças como as relacionadas ao repouso, à alimentação, à higiene, e à sua faixa etária; as necessidades psicológicas que se referem às diferenças individuais como, por exemplo, o tempo e o ritmo que cada uma necessita para realizar as tarefas propostas; as necessidades sociais e históricas que dizem respeito à cultura e ao estilo de vida, como as comemorações significativas para a comunidade onde se insere a escola e também as formas de organização institucional da escola infantil”.

(BARBOSA, HORN, 2001, p. 68).

Ela também deve se sentir incluída na realização dessa rotina. O simples ato de colocar o creme dental na escova, de desdobrar o seu cobertor ou colocar um brinquedo para dormir já são elementos que a fazem se sentir mais independente e autônoma.

“A ideia central é que as atividades planejadas diariamente devem contar com a participação ativa das crianças, garantindo às mesmas a construção das noções de tempo e de espaço, possibilitando-lhes a compreensão do modo como as situações sociais são organizadas e, sobretudo, permitindo ricas e variadas interações sociais”.

(BARBOSA; HORN, 1998, p. 67-69)

Para tornar o momento da soneca ainda mais especial e prazeroso, uma leitura é uma excelente forma de indicar que está chegando a hora do sono! O livro Psiu tem como objetivo fazer com que a criança perceba como esse momento é único e importante, mas que cada um pode encontrar a sua posição preferida e que cada indivíduo é único!

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O que as crianças podem aprender ao ler esse livro?

Mesmo a criança bem pequena pode aprender muitas coisas durante a leitura de um texto literário. Com a leitura desse livro, ela pode começar a aprender a...

M Ouvir a leitura de um texto em voz alta realizada por um leitor mais experiente – no caso, o leitor mediador.

M Desfrutar da leitura de um texto literário e, neste caso, do jogo sonoro entre a interjeição e as expressões de saudação relacionadas ao ato de dormir.

M Compartilhar a sua opinião e a sua interpretação de um texto com os colegas, com o(a) educador(a) e com seus familiares.

M Distinguir letras de desenhos e reconhecer no livro os trechos correspondentes à parte textual (texto central, títulos, subtítulos etc.).

M Localizar, identificar e descrever elementos das ilustrações.

M Relacionar o conteúdo do texto com o conteúdo das imagens, começando a perceber o papel complementar que existe entre a informação textual e a informação visual no livro infantil.

M Interessar-se pelos animais e suas características.

M Incorporar, pouco a pouco, o vocabulário do livro em seu dia a dia.

M Valer-se da memorização do texto para realizar leituras memorizadas (pseudo leituras), procurando relacionar aquilo que lê com aquilo que está escrito no texto.

M Reconhecer as partes de um livro: capa e parte central, localizando informações como título, nome do autor e da editora.

M Participar da leitura de um livro por prazer e, ao mesmo tempo, desfrutar das informações que ele traz e que complementam a leitura.

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de d ormir! TÁ NA HOrA

A LEITURA DO LIVRO

A leitura do livro infantil para crianças bem pequenas possui, em nossa experiência didática, três eixos fundamentais: a leitura do texto escrito, a leitura da narrativa visual (as ilustrações) e o momento de conversação. É muito importante levar em conta esses três eixos no planejamento da leitura, considerando o que se pode fazer antes, durante e após a sua realização. Decidir se o livro será trabalhado apenas no momento de leitura (as rodas de leitura) ou se será o ponto de partida para o desenvolvimento de uma ação maior (seja ela um projeto ou uma sequência de atividades) é outro fator importante a ser considerado. Psiu é um livro que abre inúmeras possibilidades, além da leitura literária. Por tratar de um tema tão importante para a primeira infância, a hora do sono, a sua leitura pode se desdobrar em ações mais amplas, envolvendo inclusive toda a família na reflexão sobre o sono na primeira infância. As atividades apresentadas nesse tópico são sugestões sobre como a leitura de Psiu pode ser realizada em meio a contextos mais amplos, com atividades a serem realizadas antes, durante e depois envolvendo educadores e familiares. Vale destacar, porém, que mesmo o trabalho com o livro apenas no momento da roda de leitura já representará uma experiência literária intensa para as crianças bem pequenas, que se encantarão em descobrir como os animais dormem, reconhecerão a si próprias na história e se surpreenderão com essa narrativa que, ao final, provoca o leitor com uma mudança de rumo inesperada.

Antes da leitura

O ideal é que o momento da leitura ocorra em lugar calmo, arejado e iluminado, tornando a leitura ainda mais prazerosa. E que as crianças estejam confortáveis. A escolha de quando e onde a leitura será realizada pode ser parte do planejamento do/da educador/educadora, antes que a leitura do livro ocorra.

Outro ponto interessante é ler o livro antes de apresentá-lo às crianças, preparar a leitura em voz alta, decidir o que e quando será destacado. A entonação, o ritmo e a velocidade podem ser ensaiados pelo leitor mediador que, assim, imprimirá a sua marca, o seu modo de ler, à leitura do livro.

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Com relação às crianças, é importante que elas saibam que existe um momento de leitura na rotina da creche e que agora, pouco a pouco, elas já sabem o que acontecerá e o que se espera que elas façam. Para aquelas que recém ingressam na creche, será todo um aprendizado inicial. Por isso mesmo é importante que, antes da leitura, o leitor mediador antecipe o que acontecerá: “vamos ficar sentados, pois vou ler um livro; é importante prestar atenção, ouvir o que eu estou lendo”. Essas são pistas que orientam a criança bem pequena que, sem dúvida, com o passar do tempo compreenderá o que fazer nos momentos de leitura. A organização do espaço e do tempo para a atividade que ocorrerão na sequência da leitura do livro também é muito importante. Assim, leitura e ação ocorrerão com maior fluidez e as crianças se sentirão bem orientadas. Importante ainda planejar como será a interação do livro Psiu com as famílias, envolvendo-as na leitura da obra e também na reflexão do tema que ela apresenta.

LENDO COM O CORPO

Por vezes, as crianças podem interromper a leitura, apontar ou comentar sobre uma ilustração que gostam e interagir com a narrativa ao oferecer exemplos e comparações com as suas próprias vivências. Isso é ótimo! Ainda que essas ações possam interromper o andamento da leitura, tais atitudes por parte das crianças significam que elas estão interessadas e se sentindo estimuladas a participar. Vale lembrar que as crianças pequenas praticamente “leem com o corpo”, ou seja, expressam suas reações à leitura não apenas por meio de palavras mas também de movimentos. É interessante acolher essa movimentação, compreendendo que ela faz parte do desenvolvimento infantil.

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Durante a leitura

A leitura começa pela capa. Se possível, comece mostrando às crian ças onde, na capa do livro, encontram-se as informações sobre o nome dos autores, o título da obra e o nome da editora. É interessante que as crianças saibam o que faz o autor do livro e também o ilustrador. Informe-lhes sobre o trabalho deles na produção de um livro e quem participa dessa produção:

M o autor é quem teve a ideia do texto e depois o escreveu; M o ilustrador é quem desenhou os personagens, elementos e cenários do livro – muitas vezes é o autor do texto quem dá as dicas sobre o que desenhar para o ilustrador;

M a editora é a empresa que faz o livro chegar até o leitor.

Aponte para a sonoridade e também para o significado do título, pergunte para as crianças se elas sabem o significado da palavra “PSIU”. Depois, faça a leitura novamente da palavra, alongando o som “PSIIIU” e colocando o dedo indicador sob os lábios, mostrando para as crianças que essa palavrinha significa “atenção e silêncio”.

Comente sobre a ilustração: as crianças gostam? Instigue a curiosidade delas, perguntando sobre o que pode ter na história desse livro, será que as elas conhecem esse animal que está na capa?

Faça a leitura da história em voz alta e com clareza, em uma velocidade que as crianças acompanhem confortavelmente e mostre as páginas com calma para que elas possam observar todas as ilustrações. Não há problema caso a criança interrompa a leitura para fazer uma pergunta ou apontar algo na imagem, pelo contrário, é sinal que ela está interessada e que há interação com o momento.

Depois da leitura

É interessante que as crianças manuseiem o livro, folheiem as páginas e, após a leitura, revejam os pontos que mais gostaram trocando ideias e impressões entre si. Finalizar a leitura perguntando qual foi a parte favorita na história e o porquê também inclui a criança e faz com que ela se sinta parte do momento de leitura. É importante que ela compartilhe o seu gosto pessoal e seja estimulada a argumentar sobre as suas escolhas e percepções, pois além de reforçar a atividade e memória do que lhe foi apresentado, ela também sente que a sua opinião é importante e relevante, que é ouvida e respeitada. Algumas perguntas também podem ser feitas

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nesse momento após a leitura, questões simples que façam as crianças relembrarem as ilustrações e o texto.

M Quem gostou do livro? Por que gostou?

M O que esse livro mostrou para nós?

M De qual bichinho do livro você gostou mais? Por quê?

M Você tem um bichinho de estimação? Qual?

M Por que não podemos ter os bichinhos apresentados no livro na nossa casa?

M Quantos animais diferentes nós vimos no livro? Vamos contar?

M Os bichinhos estão dormindo durante o dia ou à noite? Por que você acha isso?

M Onde os bichinhos vivem, você sabe? Onde podemos visitá-los?

Caso o livro seja lido em casa, juntamente com a família, as perguntas podem ser encaminhadas para os responsáveis, para que eles possam conversar com as crianças após a leitura e assim, também, criar o hábito de conversar sobre as leituras compartilhadas com os pequenos.

LER PARA FALAR

Após a leitura de um livro, é sempre interessante garantir que as crianças se apropriem do vocabulário do texto (ou pelo menos de uma parte dele). No livro Psiu há dois pontos linguísticos que se destacam de forma muito adequada à fase da criança pequena neste momento: uma interjeição e uma saudação. Para garantir essa apropriação, o mais importante é que o educador e a educadora repitam as expressões do livro em diferentes momentos da rotina na creche e que introduzam outras novas conforme acharem adequado. Assim, as crianças poderão ampliar o seu vocabulário, se expressar de maneira mais diversa (e talvez até mais completa) e, sobretudo, levar um pouquinho do livro para o seu dia a dia, “não é?!” – uma interjeição só para fazer a gente sorrir!

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O livro, página a página

As indicações apresentadas na sequência são como uma palavra da autora ao educador/educadora, revelando suas intenções e desejos ao produzir o conteúdo de cada uma das páginas do livro. São sugestões que podem estimular a criança a localizar, antecipar, inferir e extrapolar o conteúdo do texto e da ilustração, adquirindo uma maior consciência de sua percepção e interpretação da história. Um guia para as conversas que surgirão de forma espontânea ou estimulada pelo educador/educadora. Vale lembrar que ler para a criança bem pequena é conversar para compartilhar aquilo que compreendeu, lembrou e emocionou cada um dos leitores, estreitando os laços de afeto e consolidando a primeira comunidade de leitores da qual elas irão participar e, durante a sua escolarização, vivenciarão de outras inúmeras formas. Nesse momento, ao se preparar para ler o livro, o educador e a educadora poderão decidir se realizarão inicialmente toda a leitura do livro, sem interrupção, voltando a ler novamente dessa vez fazendo comentários e dialogando com as crianças. Ou o contrário, se será realizada uma primeira leitura comentada para posteriormente realizar outras em situações de diálogo. Ambos os encaminhamentos são importantes, sempre lembrando que é a diversidade de situações que ajuda a criança a construir os procedimentos para participar de um momento de leitura: ouvir, prestar atenção, permanecer em silêncio, refletir, esperar a sua vez para falar.

LENDO COM A PONTA DO DEDO

Apontar o texto ou a ilustração com a ponta do dedo indicador é um recurso simples, mas de grande valia para as crianças bem pequenas. Esse gesto corriqueiro para os adultos é um importante instrumento de localização, de identificação do sentido e da direção da leitura (a linearidade do texto) e de reconhecimento entre aquilo que se fala quando se lê em voz alta e aquilo que está escrito no texto (relação fonema/grafema, início do processo de conscientização fonológica que as crianças podem começar a desenvolver, mesmo quando ainda muito pequenas). Com o livro em suas mãos ou com ele apoiado em uma superfície, é fundamental que o leitor mediador use esse recurso ao ler para crianças.

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A leitura de um livro começa pela capa. Ou melhor, pela 1ª capa. Importantes informações textuais como o título da obra, o nome dos autores e da editora estão ali presentes e podem ser compartilhadas com as crianças. No caso do livro ilustrado, a arte da capa já começa a contar a história. Quem ali aparece? Quem ele parece ser? Um animal? Que animal é esse? O que ele está fazendo? Muito importante essa primeira exploração, que já fornecerá pistas sobre o texto que será lido na sequência. Vale destacar que o pequeno desenho entre o nome da autora e da ilustradora é o logo da editora, um elemento gráfico que traz imagem e texto e que se repete em outras passagens da obra: na 4ª capa, na página 1 (o front ou rosto) e na página 2, no expediente. Essa distinção entre o que é desenho, o que é escrita e no caso de uma logomarca a reunião de ambos (texto e imagem), é um procedimento essencial por parte do adulto leitor que, assim, já ensina a criança bem pequena a começar a reconhecer as diferenças entre um e outro.

A capa é formada pela 1ª capa e também pela 4ª capa, o verso do livro. Geralmente, ali se encontra a sinopse da obra. Uma breve resenha que pode e deve ser lida para as crianças. A ilustração também deve ser observada: o que aparece ali? Interessante destacar que em Psiu o texto da 4ª capa é também o texto integral da obra, um recurso criado pela autora para facilitar a leitura do mediador com o livro voltado para o leitor durante toda a leitura. Aqui há um QRCode que linka com o site da editora e dali para as redes sociais – onde o educador e a educadora (até mesmo os pais), encontrarão diversas informações complementares sobre essa obra e sobre a leitura na primeira infância.

A primeira página do livro, chamada de “rosto’ ou “front”, geralmente repete o conteúdo da capa, mas sem o mesmo trabalho gráfico. Essa é uma informação interessante de ser compartilhada com as crianças. Que novidades essa página apresenta com relação à capa? O que repete e o que muda entre a capa e front? A identificação visual de semelhanças e diferenças é uma atividade interessante para ser realizada com as crianças, que poderão ainda ser estimuladas a localizar onde está o texto, o nome da autora, do ilustrador e

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da editora. A observação atenta ainda poderá revelar o personagem “xereta” dessa história, o pequeno vaga-lume que acompanha os leitores em sua jornada história adentro.

Esta página é chamada de expediente. É nela que a editora informa os dados da empresa, tais como o endereço e as redes sociais. É no expediente que também estão os dados do livro, a sua ficha de identificação, informações sobre o nome dos autores e o ano de publicação, tamanho do livro e o número de páginas. Nela, também consta o número do ISBN, que é a identificação da obra. Trata-se de um número internacional, válido no mundo todo, como se fosse o número da carteira de identidade de uma pessoa. Vale lembrar que mostrar a estrutura de um livro para uma criança tem como principal objetivo aproximá-la desse objeto cultural e suas características. Não é necessário de modo algum que ela “decore” ou entenda os dados formais da obra, mas que conheça o objeto livro em sua totalidade e se sinta com domínio sobre ele, apropriando-se através do contato com o livro impresso do direito de pertencer à cultura letrada.

Neste livro, a página 3 traz uma apresentação à leitura, uma frase de motivação para despertar a curiosidade das crianças pelo texto. Trata-se de um momento de pré-leitura, no qual as crianças podem ser convidadas para falar sobre o que acreditam que acontecerá na sequência. Se está na hora de dormir, o que vai acontecer? Quem será que estará dormindo? Onde será que ele estará? Como será que ele dorme? Será que ronca? Um toque de humor poderá aguçar a curiosidade das crianças pela leitura. Ao compartilhar os seus conhecimentos prévios, as crianças reforçam seus vínculos enquanto leitores, construindo certa cumplicidade para a leitura que se realizará na sequência. Importante explorar a imagem que acompanha a frase motivacional: “o que ela mostra? por que aparecem estrelinhas? o que é esse paninho?”. Certamente, muitas hipóteses serão levantadas e as crianças já se animarão a falar sobre si, suas experiências e preferências.

O texto começa com a leitura da interjeição “PSIIIU”. O leitor mediador poderá escolher se realiza essa leitura de forma mais suave ou não – sugerimos que seja uma entrada suave, já sinalizando para as crianças que os personagens estão dormindo e que é preciso tomar cuidado para não acordá-los. Certamente chamará a atenção

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das crianças o início de uma história com um “psiu!”. A saudação é o “boa noite”, já conhecido das crianças.

A ilustração traz o filhotinho do tamanduá dormindo aninhado à mãe, entre as folhagens da mata sob um céu estrelado.

Antes de ler o texto, é possível perguntar às crianças o que elas observam na imagem: “quem está ali? o que está fazendo? quando isso está acontecendo?” são algumas perguntas que podem ser feitas pelo leitor mediador. Importante chamar a atenção para a posição dos animais na hora de dormir: deitados no chão, abraçados de conchinha (a cauda da mamãe tamanduá na realidade serve como proteção e abrigo ao filhotinho).

Após a leitura do texto, será possível conversar sobre o que as crianças observaram (será que alguém descobriu onde está o vaga-lume?). Quem dorme com a mamãe? Quem gosta de ficar abraçado na cama com o papai? Quem já viu as estrelas no céu quando anoitece? Aqui, é interessante convidar a turma para compartilhar as suas próprias experiências.

Essa é a dupla de páginas do bicho-preguiça. É interessante convidar as crianças a considerar: na página anterior, havia o bebê tamanduá dormindo com a mãe no chão, e esse filhote: onde e com quem ele está? As crianças logo perceberão que a preguiça prefere dormir sozinha e no galho de uma árvore, numa posição diferente. Que posição é essa? Será que alguém na turma também gosta de dormir de barriga para baixo? A saudação para a preguiça é “durma bem”. Por que será que falamos assim quando alguém vai dormir?

A comparação entre os modos de dormir do tamanduá e da preguiça, através da observação atenta das ilustrações, favorecerá o desenvolvimento de importantes estratégias de leitura do texto visual: observar, descrever e relacionar.

Chegou a vez da onça-pintada. Assim como o tamanduá, ela também dorme no chão, mas convide as crianças a repararem na posição que ela dorme (de barriga para cima). Será que as crianças também gostam de dormir assim? Será que é uma

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boa ideia fazer carinho na barriguinha da onça? Como será que ela vai reagir? “PSIIIU”, cuidado para não acordar a onça!

“Bons sonhos” é uma expressão diferente, menos usual. Será possível perguntar para as crianças sobre o que elas acham que essa frase quer dizer, qual a relação entre o sonho e a o ato de dormir – algo que provavelmente elas não saberão responder mas que, ao serem questionadas, começarão a construir noções sobre o assunto. O educador e a educadora poderão compartilhar suas experiências pessoais, contando sobre algum sonho interessante de ser compartilhado com as crianças para que elas possam começar a ter uma noção sobre o significado dessa palavra “sonho”.

Agora, há a família de araras. Note que o filhote dorme bem no meio dos pais e todos se sentem confortáveis em dormir bem juntinhos. Por serem as primeiras aves a aparecerem no livro, é interessante apontar as diferenças físicas delas para os outros animais já vistos até então. Também é possível apontar as particularidades do lugar em que elas estão: em um buraco na rocha, que parece ser muito alto, pois estamos no nível de algumas nuvens, acima das copas das árvores. Se possível, comente com as crianças sobre os opostos – alto e baixo – de uma maneira lúdica, para que elas tenham a consciência dessa altura. Por se tratar de um filhote dormindo entre os pais, certamente as crianças terão muito a dizer sobre o que acham disso: “quem dorme com os pais? o que acha disso? como será que o filhotinho da arara se sente dormindo com os seus pais? e você, como se sente dormindo com eles? e na sua própria cama?” são algumas das questões que podem ser feitas à turma. A expressão usada no texto para a despedida da ararinha foi “boa noite”. E se fosse durante o dia, como saudar a ararinha antes dela dormir? Não deixe de convidar as crianças para localizarem o vaga-lume que está acompanhando essa história.

Hora de observar o soninho do tatu. Ele é outro animal que prefere dormir sozinho, mas que diferença entre ele e as araras! Enquanto as aves estão bem no alto, o

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tatu já está bem embaixo, prefere cavar um buraco na terra. Ele também gosta de cobrir a carinha com suas patinhas. Quem no grupo também gosta de dormir com a mão próxima do rosto? O tatu tem características físicas bem diferentes dos demais animais vistos até agora. Será que as crianças conseguem reconhecer algumas delas? As garras certamente chamarão a atenção da criançada, assim como a carapaça que cobre o corpo do animal. E o vaga-lume, está fácil de encontrar? O livro segue com a mesma estrutura textual, a interjeição “PSIIIU” seguida pela saudação de despedida para aquele que se retira para dormir “bom descanso”. O que será que essa expressão quer dizer? Quem já ficou tão cansado ou cansada que precisou dormir para descansar?

Aqui, as crianças conhecerão o pequeno mico. Assim como a preguiça, ele também gosta de dormir no galho de uma árvore, mas prefere dormir nas costas da mamãe! Será que as crianças também gostam de ficar agarradinhas com os seus responsáveis na hora de dormir? Quem aqui gosta de dormir no colinho? No colo de qual adulto: do papai, da mamãe, do vovô ou da vovó? Para as crianças menores, por volta dos 2 anos, adormecer no colo do adulto ainda pode ser uma experiência extremamente prazerosa. Mas, onde estão os macaquinhos? Em um lugar alto ou baixo? Se possível, é interessante estimular as crianças a apontarem na ilustração o galho da árvore, que parece estar bem no alto. Quanto à parte textual, o que será que quer dizer “até amanhã”?. Alguém já ouviu ou usou essa expressão? Em que outras ocasiões é possível dizer “até amanhã”?.

Essa é a dupla de páginas de um animal que dorme de um jeitinho bem diferente: é o jacaré! É interessante comentar para as crianças sobre onde ele está dormindo – na água, diferente de todos os animais vistos até então. Há outra diferença também... Será que as crianças conseguem perceber que o jacaré dorme com um olho aberto? Na realidade, os pesquisadores afirmam que os jacarés e crocodilos provavelmente dormem com um hemisfério cerebral por vez, deixando a outra metade do cérebro

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ativo e em vigilância. Com um dos olhos abertos, eles podem observar a presença de intrusos ou de ameaças e, assim, se proteger. Essa informação pode ou não ser compartilhada com as crianças, dependerá da decisão do educador e da educadora. Mas é uma curiosidade interessante: será que alguém na turma consegue dormir com um olho aberto e outro fechado como o jacaré? Será que quando a gente dorme dá para perceber o que acontece ao nosso redor? O vaga-lume está bem pequeno, ainda mais quando comparado com o tamanho do jacaré, mas eles estão bem próximos! Convide as crianças para localizarem esse companheiro da leitura.

Essa é uma página de surpresa e de reconhecimento. Até agora, as crianças viram diversos bichinhos, mas quem aparece nessa passagem do livro? Será que as crianças sabem responder? Se possível, aponte para o berço e as mãozinhas que seguram as grades, as mãos desse bebê são iguais às das crianças da sala? Repare que temos os mesmos bichinhos que aparecem do decorrer do livro nessa página, mas agora, eles estão na ilustração como bichinhos de brinquedo desse bebê, que também tem um livro muito parecido com o que as crianças estão vendo... Quem é esse bebê? Onde ele está? O que vai acontecer com ele? É de dia ou de noite? Questões como essas podem ser feitas, estimulando as crianças a observar, localizar e extrapolar o conteúdo do texto escrito e do texto visual.

Finalmente, há um bebê humano dormindo em um quarto com muitos detalhes da decoração ilustrados com bichinhos da fauna brasileira. Se possível, peça para as crianças apontarem os bichinhos que aparecem na imagem e pergunte se eles se parecem com os animais vistos nas páginas anteriores. Por fim, será que as crianças gostam

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de dormir na mesma posição que o bebê do livro? Como é o lugar em que elas dormem? É interessante fazer essas questões para que as crianças possam relacionar o que estão lendo no livro com a sua própria rotina, ambiente e preferências.

Essa dupla de páginas traz um paratexto informativo sobre a obra, conteúdo interessante para o leitor adulto que poderá conhecer as intencionalidades da autora e da editora e se informar sobre como a leitura desse livro pode ser instigante para a criança.

Essa seção traz informações sobre a autora e o ilustrador, que podem de ser compartilhadas com as crianças. É muito importante que elas aprendam que um livro é resultado do trabalho de alguém, que geralmente estuda e passa horas se dedicando à sua produção, seja na composição do texto escrito, seja na elaboração das ilustrações.

Aqui, há um paratexto que comenta sobre o propósito de mostrar a natureza para as crianças pequenas, enaltecido a partir do selo Aqui tem Natureza. Também há informações sobre o processo criativo das ilustrações, feitas a partir de fotos de filhotes reais da fauna brasileira.

Página com dicas para a formação do leitor na primeira infância, um texto a ser compartilhado com os familiares em momentos de reunião pedagógica e a ser debatido em situações coletivas entre os educadores na creche, junto à coordenação.

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SUGESTÃO DE ATIVIDADES

Depois da leitura do livro, é interessante conversar com as crianças sobre o que elas mais gostaram nas ilustrações e na história. Comente que é possível fazer algumas atividades para explorar melhor o que foi visto e estimule-as a relembrar as passagens, permitindo que as crianças folheiem o livro novamente. A brincadeira, após a leitura, estimula a concentração, faz com que a criança absorva melhor o que foi lido e também a convida a entrar no campo da imaginação:

“É na situação de brincar que as crianças se podem colocar desafios e questões além de seu comportamento diário, levantando hipóteses na tentativa de compreender os problemas que lhes são propostos pelas pessoas e pela realidade com a qual interagem. Quando brincam, ao mesmo tempo em que desenvolvem sua imaginação, as crianças podem construir relações reais entre elas e elaborar regras de organização e convivência. Concomitantemente a esse processo, ao reiterarem situações de sua realidade, modificam-nas de acordo com suas necessidades. Ao brincarem, as crianças vão construindo a consciência da realidade, ao mesmo tempo em que já vivem uma possibilidade de modificá-la”.

(WAJSKOP, 1995, p. 33) Bichos

dorminhocos

Que tal convidar as crianças para trazer um bichinho de brinquedo (ou algum outro tipo de brinquedo que seja importante para ela – vale até a bola ou o carrinho) e nesse dia as crianças serem os responsáveis pelos cuidados e atenção necessários para fazê-los dormir? Vai ser uma festa, ooops, uma soneca e tanto! A atividade poderá ser planejada em conjunto com as crianças: o que será necessário ter, o que será feito, onde os bonecos dormirão. Um fundo musical com cantigas de ninar completará a brincadeira de forma muito especial. E livros, é claro, estimulando a leitura na hora de dormir.

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Festa do pijama

Cada um traz o seu pijama e também a sua naninha especial (para aqueles que tiverem) e quem sabe até uma mantinha e um travesseiro. Em um determinado momento da rotina, as crianças vão brincar de dormir, realizando todo o ritual de higiene para o sono: escovar os dentes, colocar o pijama, acomodar-se de forma confortável. É uma dramatização, elas não precisam dormir neste momento. A ideia é que elas possam fazer de conta, compartilhando entre si as suas experiências de forma lúdica e cheia de imaginação. E quem gosta de dormir com os pais, como faz? Essa será uma boa questão a ser resolvida pelo grupo. Aqui, as canções de ninar (ou outras do repertório dos educadores –inclusive músicas suaves, clássicas) também tornarão o momento mais especial. Para que a situação não perca o jogo dramático, é importante que depois de todos acomodados “para dormir”, o/a educador/a interrompa a brincadeira e convide as crianças para conversarem entre si sobre como foi essa vivência.

O livro dos bichos

Os sete bichos apresentados em Psiu podem ser tornar objeto de estudo da garotada que, com a mediação dos educadores, poderá pesquisar mais sobre eles: onde vivem, o que comem, suas características físicas. Outros bichos da nossa fauna também podem ser envolvidos – descobrir como também

eles gostam de dormir será uma experiência e tanto. E o resultado dessa pesquisa podem ser desenhos acompanhados pela escrita espontânea com o nome dos animaizinhos que serão reunidos de modo a compor um livro. As crianças podem ditar para o educador escrever as informações que eles acham importante que o livro apresente. E uma cerimônia de entrega do livro junto com os familiares tornará o projeto ainda mais interessante.

Projeto Nana Nenê com as famílias

Psiu trata de um tema importante para todas as famílias. É muito comum crianças bem pequenas apresentarem questões relacionadas ao sono (ou ao sono dos pais): dificuldade para adormecer, a ansiedade da separação, o medo de ficar só no quarto, despertar muitas vezes durante a noite, sentir necessidade de comer ou de ir ao banheiro. Envolver os familiares em uma ação colaborativa entre a creche e as famílias será algo muito importante. Em uma reunião de pais, o livro poderá ser apresentado e até mesmo lido para os familiares. O projeto em torno dele poderá ser apresentado e os pais convidados a falar sobre como é o sono de seus filhos. Pautas em comum podem ser organizadas e as famílias estimuladas a cuidar da higiene do sono das crianças em casa, a ler antes de dormir e, sobretudo, a contar para elas como elas dormiam quando eram pequenas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Psiu é um livro que estimula a leitura, a descoberta de si e do outro, a exploração do entorno e também a percepção da natureza presente no dia a dia das crianças. Para abordar todas essas questões, a seguir apresentamos algumas referências e sugestões de leituras para os educadores e também para os mediadores de leitura que, inclusive, podem ser os familiares da criança. Há também a sugestão de um documentário que trata da relação das crianças pequenas com a natureza, seu desenvolvimento e a importância de reforçarmos seu contato com os elementos naturais que existem a seu redor, cujo link para o trailer está abaixo.

O COMEÇO DA VIDA 2: LÁ FORA. Direção: Ana Lúcia Villela. Produção: Maria Farinha Filmes. Brasil, 2020. DVD. Documentário que trata das conexões entre as crianças e a natureza, sobretudo em grandes contextos urbanos. De forma acessível, o filme traz depoimentos de educadores, pais, estudiosos do tema e das próprias crianças sobre suas experiências e convívio em espaços urbanos, mas nos quais descobrem maneiras de manter o contato com a natureza de diferentes formas. O documentário está disponível em diversas plataformas e o trailer pode ser conferido em: https: //w w w.youtube. com / watch? v=9yNv6U02W1M (acesso em 14/04/2021).

Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. Conta Pra Mim: Guia de Literacia Familiar. Brasília: MEC, SEALF, 2019. Um guia sobre a importância da leitura em família com sugestões práticas para que os educadores possam apresentar roteiros e sugestões de atividades a serem realizadas em casa, no âmbito familiar. A valorização de livros infantis que estimulem a construção de uma comunidade leitora na família, baseada em momentos de convívio, diálogo e interações através de situações simples como conversar, passear, cozinhar, desenhar ou, simplesmente, ler. Disponível em: http: //alfabetizacao. mec . gov.br/images/pdf/ conta-pra-mim-literacia.pdf (acesso em 14/02/2021).

Brasil. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Brasília, 2018.

A BNCC foi amplamente utilizada para a construção desse manual e é um rico material de consulta para os educadores. Para a organização do planejamento das

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atividades de leitura, é interessante consultar a BNCC para identificação de conteúdos e objetivos de aprendizagem. Disponível em: http ://basenacionalcomum. mec. gov.br/ abase/#infantil (acesso 14/04/2021).

BAJOUR, C. Ouvir nas entrelinhas: o valor da escuta nas práticas de leitura. 1ª edição. São Paulo: Pulo do Gato, 2013. Os quatro textos que compõem a obra discorrem sobre a importância da “escuta”, da “conversação literária” e do “registro” para o êxito no trabalho com a leitura literária. Chamam a atenção para a importância da formação do mediador, responsável, em grande parte, pelo sucesso ou pelo fracasso das ações promotoras da formação do leitor nas instituições escolares.

BARBOSA, M. C. S.; HORN, M. G. S. “Organização do espaço e do tempo na escola infantil”. In: CRAIDY, C.; KAERCHER, G. E. (Orgs.). Educação Infantil: pra que te quero?. Porto Alegre: ArtMed, 2001. p. 67-79.

O dia a dia das creches e pré-escolas é repleto de atividades organizadas por educadores que, de uma maneira ou de outra, lidam com o espaço e o tempo a todo o momento. Como organizar tempos de brincar, de tomar banho, de se alimentar, de repousar de crianças de diferentes idades nos espaços das salas de atividades, do parque, do refeitório, do banheiro, do pátio? É tarefa dos educadores organizar o espaço e o tempo das escolas infantis, sempre levando em conta o objetivo de proporcionar o desenvolvimento das crianças.

BENJAMIN, W. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. 2ª edição. São Paulo: Editora 34, 2009.

Estes ensaios apresentam a suma do pensamento de Benjamin sobre a educação. O autor discorre sobre aspectos da vida universitária, o aprendizado da leitura, a prática do teatro, brinquedos, jogos, livros infantis e, ainda, os contrastes entre a educação burguesa e os desafios de uma pedagogia revolucionária. Um livro clássico sobre a infância, que nos ajuda a compreender melhor as crianças e a sociedade.

DEBUS, E. Festaria de brincança: a leitura literária na Educação Infantil. 1ª edição. São Paulo: Paulus, 2006.

Obra interessante para educadores da Educação Infantil, pois fala da leitura literária para crianças pequenas. O livro explana sobre o contato das crianças pequenas com vários tipos de livros (livros tradicionais, livros-brinquedo etc) e trata da importância da leitura no ambiente escolar.

DELORME, M.I.C. Criança e natureza nas cidades . 1ª edição. São Paulo: Baobá, 2019.

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Esta produção apresenta uma coletânea de estudos sobre os espaços de brincar e as tantas relações que se estabelecem nestes espaços. De tantos aspectos essenciais tratados na obra, é possível destacar as inúmeras possibilidades de interação com a natureza como parte do que há de mais genuíno nas infâncias: a brincadeira, a imaginação, a criação e a liberdade. Os estudos interagem e dialogam entre si, através de escritas entre articuladas que inserem os leitores nas praças, nos parques e nas quadras. As autoras assumem um projeto de formação humana, o qual se constrói com sensibilidade, escuta, voz e autoria de quem aprende e ensina, com e para as diversidades, as experiências criadoras e, por que não dizer, o amor.

JUNQUEIRA, R (org). Ler e Ensinar: gestos de leitura na Educação Infantil. 1ª edição. Presidente Prudente: Educação Literária, 2019. Nesse pequeno livro é ampliada a discussão e a teorização sobre literatura, mediação de leitura e livros para bebês e crianças pequenas. Ficamos no desejo de que o livro atraia a todos os leitores, como o tema tem seduzido centenas de professores e pais por muitos anos. Também, esperamos que filhos, netos e alunos tenham oportunidade de desenvolver esses gestos embrionários de leitura, que os colocarão frente ao ato de ser leitor.

JUNQUEIRA, R (org). Literatura e Educação Infantil: Livros, imagens e práticas de leitura (1). 1ª edição. Campinas: Mercado de Letras, 2016. Devemos aproximar livros infantis de crianças bem pequenininhas? Podemos provocar ações de leitura nos bebês? Sim, sim se entendermos os espaços da Educação Infantil como um ambiente que pode e deve impulsionar a humanização através da educação literária. Assim, nessa obra o leitor conhecerá um pouco mais sobre livros infantis, imagens e práticas de leitura para a primeiríssima e a primeira infância.

LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6ª edição. São Paulo: Ática, 2002.

Nessa obra, Marisa Lajolo trata sobre a leitura dentro do ambiente escolar, a sua importância e consequência. Um livro interessante para educadores da Educação Infantil e também para o Ensino Fundamental, pois traz, de maneira acessível, a discussão acerca do contato com os livros e como a leitura influencia diretamente o aprendizado dos alunos.

MCGUINNESS, Diane. Cultivando um leitor desde o berço. Editora Record, 2006. Repleto de comentários fascinantes a respeito do comportamento infantil, este livro não apenas torna mais simples a compreensão sobre os estágios de aquisição da linguagem como também orienta sobre como aumentar a interação de pais e

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filhos. A autora apresenta seu programa inovador que facilita o domínio da leitura e revela o quanto bebês e crianças que ainda estão aprendendo a andar e aquelas em fase pré-escolar sabem e podem expressar desde os primeiros meses de vida.

NINFAS, P. Do ventre ao colo do som a literatura – livros para bebês e crianças. 1ª edição. Rio de Janeiro: RHJ Livros, 2012. Qual a diferença entre livros e literatura para os pequenos? Essas e outras questões são discutidas nessa obra, com exemplos comentados de livros destinados aos bebês. Obra recomendada aos pais, educadores, professores, pedagogos, psicopedagogos, psicólogos e psicanalistas, aos cuidadores dos bebês e das crianças.

REYES, Y. Ler e brincar, tecer e cantar: literatura, escrita e educação. 1ª edição.

São Paulo: Pulo do Gato, 2012.

O título já anuncia como a autora está comprometida com a linguagem, a educação, a formação de leitores e a literatura, que “embora não transforme o mundo, pode fazê-lo ao menos mais habitável, pois o fato de nos vermos em perspectiva e de olharmos para dentro contribui para que se abram novas portas para a sensibilidade e para o entendimento de nós mesmos e dos outros”. Uma obra de referência para educadores.

REYES, Y. A casa imaginária. 1ª edição. São Paulo: Global, 2010.

Resultado de 15 anos de pesquisa da autora, este livro reúne as mais recentes descobertas das ciências que valorizam as etapas iniciais do desenvolvimento infantil.

Sua missão é convencer o público tanto sobre a necessidade de se começar já a tarefa de formar leitores quanto do imenso prazer de ler com as crianças pequenas.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA - Grupo de Trabalho em Saúde e Natureza. Manual de Orientação Benefícios da Natureza no Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes. SBP, 2019. Um documento que apresenta informações sobre a importância do contato com a natureza, considerando tanto aspectos médicos como psicológicos. Traz indicações de atividades, vídeos e sugestões de atividades para fazer com as crianças. Disponível em: https: // www. sbp.com.br/ fileadmin/user_upload/ manual_ orientacao_sbp_cen1.pdf (acesso em 14/04/2021).

TUSSI, R.C. Programa Bebelendo: uma intervenção precoce de leitura. São Paulo: Global, 2009.

Recuperar a importância de conversar com a criança ainda em gestação e, após o nascimento, de cantar canções de ninar e de brincar, de recitar, de contar pequenas histórias são ações que irão propiciar comportamentos precoces de leitura a partir

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da primeira infância. Assim, a participação dos pais e adultos se faz primordial para que se crie uma nação de leitores. Uma dica de leitura para os educadores interessados em aprofundar seus conhecimentos sobre a importância da formação da criança leitora.

WAJSKOP, Gisela. Brincar na Pré-Escola. 1ª edição. São Paulo: Cortez, 1995. O texto apresenta uma abordagem sócio-histórica sobre o brincar e faz um panorama sobre a evolução nas teorias e práticas pedagógicas na Educação Infantil ocidental. Como o livro Psiu também propõe a brincadeira e a imaginação a partir do livro, a obra torna-se uma boa sugestão de leitura para os educadores.

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