Revista Controle & Instrumentação nº281

Page 1

Instrumentação, Elétrica, Controle de Processos, Automação Industrial, Predial e Metrologia

Ano 25–nº 281–2023–www.controleinstrumentacao.com.br

O novo caminho das águas

Novo caminho das águas

Governança, demografia, sustentabilidade, tecnologia e economia são os fatores que influenciam a direção de um futuro hídrico sustentável e resiliente. O interesse público e a preocupação com a qualidade e a universalização da água estão aumentando; os recursos limitados e a infraestrutura defasada, somados ao stress hídrico, exigem um pensamento inovador. E saneamento não é apenas água, também é esgoto – e desse conjunto depende uma vida de qualidade.

Segundo o Instituto Trata Brasil, para cada R$ 1 investido em saneamento básico, é possível gerar uma economia de R$ 4 em gastos com Saúde – para um Governo social, é um grande negócio. E investimento é palavra-chave para a infraestrutura de uma forma geral. O saneamento só ganhou um espaço nesse holofote, porque se tornou impossível esconder o descaso com que era tratado depois da organização dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – pela Organização das Nações Unidas, um apelo para que o mundo acabe com a pobreza, proteja o meio ambiente e o clima, para que as pessoas, em todo o mundo, possam desfrutar de prosperidade e paz. São 17 objetivos – ambiciosos e interconectados. Água potável e saneamento estão entre eles (ODS6).

Os investimentos estão seguindo às mudanças na legislação, trazidas pelo Marco Legal do Saneamento, que entregou o protagonismo aos estados, que têm desenvolvido o assunto de forma diferente (19 já aprovaram leis de regionalização – desses, apenas 8 avançaram no assunto –, 2 estavam com projetos de lei em tramitação; 2 sequer consolidaram um projeto de lei; outros 2 passaram por processos de concessões, considerados exceções) e onde uns vêm avançando mais que outros.

E esses investimentos têm necessariamente de incluir muita tecnologia: puxadas pela necessidade de bons resultados, as empresas de saneamento vêm automatizando todo o caminho das águas para, até 2033, universalizar o acesso a água e esgoto no Brasil. Na matéria de capa desta edição, você consegue um entendimento melhor sobre esse assunto tão complexo.

A edição traz ainda um recorte de eventos e notícias, que se somam às que trazemos diariamente pelas mídias sociais e, semanalmente, pelas newsletters.

Boa leitura

Controle & Instrumentação C I &I

www.controleinstrumentacao.com.br

ISSN 0101-0794

20

O novo caminho das águas

Art

32 Saneamento e o monitoramento e controle de válvulas com posicionadores inteligentes

33 Automação inteligente de tratamento de água e efluentes

34 Maneiras de Auxiliar o Monitoramento de Água Doce

Próxima Edição

– Tecnologias para redução de emissão de GEE –gases do efeito estufa (descarbonização, gestão de ativos, ecoeficiência, etc.)

O Editor

www.editoravalete.com.br facebook.com/controleinstrumentacao

Colaboraram, nesta edição, as assessorias de imprensa, com fotos e informações

NESTA EDIÇÃO

www.editoravalete.com.br

DIRETOR RESPONSÁVEL Waldir Rodrigues Freire DIRETORIA editoravalete@editoravalete.com.br

ASSINATURAS comercial@editoravalete.com.br

DEPTO. COMERCIAL/ANÚNCIOS publicidade@editoravalete.com.br

FINANCEIRO financeiro@editoravalete.com.br

REDAÇÃO redacao@editoravalete.com.br

Controle&InstrumentaçãoNº281|2023
ENDEREÇO Rua Siria, 90 Pq. São Jorge São Paulo - SP CEP: 03086-040 Tel/Fax: (11) 2292.1838 / 3798.1838
Sumário Talking About
Cover
@arquivo Seções Permanentes 06 News
Market 18 Energies 31 Flash 36 Impressions 40 Cast
37
Page
13

Com mais de 30 anos de experiência, ocupando posições de liderança em companhias nacionais e multinacionais, Mauricio Sucasas Negrão foi eleito o novo Diretor-Presidente (CEO) da Drausuisse, empresa que oferece soluções que reduzem o consumo de óleo hidráulico e energia elétrica, em máquinas e equipamentos industriais, e será responsável pela expansão dos negócios da companhia. Mauricio é graduado em Engenharia de Produção, pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), e pós-graduado em Administração Financeira, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/CEAG).

O professor Romildo D. Toledo Filho é o novo diretor executivo do Parque Tecnológico da UFRJ. Ex-diretor geral da COPPE/UFRJ, Romildo sucede Vicente Ferreira, que ocupou o cargo de outubro de 2019 até junho deste ano, e conduzirá o relacionamento entre empresas, a universidade e demais agentes de inovação e empreendedorismo.

Segundo Romildo, o Parque Tecnológico da UFRJ tem grande importância para o contexto da inovação no Brasil, pela própria importância que a UFRJ tem para o país.

“ São diversas áreas do conhecimento que temos aqui, e que precisam ser transformadas em empreendedorismo e inovação, para benefício da sociedade brasileira. O Parque tem o papel central de transformar esse conhecimento em bem-estar ”, afirma.

Para Romildo, o Parque também deve ser um ambiente promotor da inovação social e ambiental, do empreendedorismo para áreas como entretenimento, etc. Segundo o novo diretor, o Rio de Janeiro tem vocação natural para essa área, e é necessário diversificar, tendo não só a área tecnológica

tradicional, mas também em outros setores que precisam e querem inovação.

Mestre (1986) e doutor (1997) em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUCRio), e pós-doutor pela Universidade Técnica de Dresden, na Alemanha, Romildo Toledo é Professor Titular da UFRJ, membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), e membro da Academia Nacional de Engenharia (ANE). Ingressou na Coppe em 1999, no Programa de Engenharia Civil, foi diretor geral da Coppe (2019 – 2023), diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe (2013 a 2015), e vicediretor da instituição (2015 a 2019). Recebeu do Instituto Brasileiro do Concreto o prêmio Luiz Alfredo Falcão Bauer, de Destaque do Ano em Engenharia, no campo das pesquisas do concreto e materiais constituintes (2009). Foi quatro vezes contemplado pelos editais da Faperj “Cientista do Nosso Estado” (2010) e “Cientista Jovem do Nosso Estado” (2000). Coordenador executivo do Centro Brasil-China de Mudanças Climáticas e Energias Renováveis – uma parceria entre a Coppe e a Universidade de Tsinghua, em Pequim, na China –, é membro do INBAR Bamboo Construction Task Force, foi presidente e atualmente vice-presidente da Associação Brasileira de Materiais e Tecnologias não Convencionais. Também é membro da Academia Nacional de Engenharia (ANE).

O austríaco Martin Kastner é o mais novo executivo de Solar Energy da Fronius do Brasil, filial da multinacional austríaca, que se dedica a soluções inovadoras para o mercado fotovoltaico, com produtos e serviços voltados para geração, armazenamento, distribuição e consumo de energia solar.

O executivo assume o cargo de diretor nacional de vendas, com a missão de transformar a unidade de negócios líder no segmento Premium Prosumer (fusão das palavras producer e consumer que, em português, se define como prosumidor (produtor + consumidor). Tendência mundial, os prosumidores não só produzem sua própria energia, como também gerenciam todo o sistema, para atingir eficiência energética, com economia e menos impacto ambiental.

Steps 4 NºControle&Instrumentação 281|2023
2023 PEO LE www.controleinstrumentacao.com.br/calendario
Steps 5 Controle&InstrumentaçãoNº281|2023

Nice Brasil inaugura complexo industrial inteligente

A Nice Brasil, multinacional italiana, que atua em soluções para gerenciamento e segurança de residências e edifícios, presente em 23 países de cinco continentes, com 13 fábricas de produção, 15 centros de P&D e 2.800 funcionários, inaugurou uma nova sede em Limeira/SP. Baseada no estilo “show factory”, o complexo industrial teve investimento de R$ 140 milhões, e passa a ter papel fundamental na estratégia da companhia de impulsionar o crescimento na América Latina e expansão nos mercados globais.

A sede brasileira da Nice é uma fábrica inteligente, inspirada nos princípios da Indústria 4.0, com uma nova abordagem de produção baseada no uso de tecnologias de ponta, projetadas para melhorar as condições de trabalho, criar um modelo de negócio sustentável, e aumentar a produtividade e a qualidade de produção das fábricas. Com 20 mil metros quadrados e mais de 260 colaboradores, o complexo é também um dos centros internacionais de pesquisa e desenvolvimento (P&D), que garante produtos de ponta e de alta qualidade, capazes de proporcionar uma vantagem competitiva, e atender às necessidades das pessoas em consonância com as tendências de mercado atuais e os hábitos diários.

A planta, atualmente responsável pela produção da linha de motores basculantes, deslizantes e pivotantes, também deve receber produtos da linha de negócios de Smart Home.

“A inauguração desse complexo industrial reflete o compromisso da Nice com seus clientes, parceiros, comunidade e, principalmente, com o nosso caminho internacional de sustentabilidade. O compromisso da Nice com o respeito ao meio ambiente se baseia em dois aspectos distintos: diminuir o impacto direto das atividades produtivas e comerciais, como passamos a fazer com a nova fábrica de Limeira; e criar dispositivos e soluções inteligentes, que minimizem os impactos ambientais dos edifícios em que são instalados. A planta de Limeira incorpora esses valores e é um marco para o desenvolvimento da companhia no Brasil, na América Latina e globalmente, uma vez que o país é estratégico para o crescimento do Grupo”, declara Roberto Griffa, CEO da Nice.

“Esta fábrica marca uma importante fase para os negócios da companhia, na América Latina. Esse polo vanguardista de soluções inovadoras tem papel fundamental na expansão das nossas linhas de produtos e, consequentemente, negócios na região. Além de se tornar um novo hub de tecnologia, inovação, pesquisa e desenvolvimento global”, acrescenta Hector Trabucco, Diretor Geral da Nice Brasil e América Latina.

“É cada vez mais importante poder dar vida a arquiteturas que realmente dialogam com o contexto, com a natureza. É uma relação que consideramos fundamental

nos séculos passados, mas que, pouco a pouco, fomos deixando de lado. Acredito que Nice possa ser um exemplo virtuoso nesse sentido: uma arquitetura que, graças à sua estreita sintonia com os elementos naturais do território, reduz ao mínimo seu impacto sobre o meio ambiente,” afirmou Mario Cucinella, fundador e diretor criativo da MCA.

A nova sede da Nice no Brasil teve o projeto arquitetônico assinado pelo prestigiado estúdio italiano MCA – Mario Cucinella Architects. A fábrica foi projetada para atender aos requisitos da certificação LEED, e ser referência para a arquitetura industrial sustentável. Ela foi projetada para reduzir o consumo de energia por meio de uma série de medidas ativas e passivas, que aproveitam as condições climáticas da região, e permitem que as instalações e a sede da empresa funcionem totalmente autossustentáveis em alguns períodos do ano, sem emissões de carbono, em acordo com as metas de redução de CO2, realizado pela empresa globalmente. O telhado icônico do edifício, principal característica arquitetônica, é também o mais importante dispositivo de controle ambiental passivo do complexo: ele protege contra a radiação solar direta, durante os meses mais quentes do ano, e permite que todos os espaços internos recebam luz natural difusa. A fachada inclui seções que podem ser abertas, o que possibilita que todo o edifício desfrute de ventilação natural, durante dois terços do ano.

A área de produção opera sem a necessidade de refrigeração ou aquecimento, devido à combinação da massa térmica e da ventilação natural. Já nos showrooms e nos escritórios, há um sistema de uso misto, que incentiva o uso de ventilação natural, reduzindo as cargas gerais de resfriamento.

C&INews NºControle&Instrumentação 281|2023
@Adilson Silveira/Secom-Prefeitura de Limeira O prefeito Mario Botion, a primeira-dama e presidente do Fundo Social, Roberta Botion, e a vice-prefeita Erika Tank participaram da inauguração da nova sede da Nice Brasil, às margens da Via Anhanguera, em Limeira. O CEO da Nice, Roberto Griffa, e o diretor-geral da Nice Brasil, Hector Trabucco, também estiveram presentes.

Águas do Rio, empresa do grupo Aegea, realiza maior oferta de debêntures de infraestrutura já concluída no Brasil

A Águas do Rio, empresa do Grupo Aegea, realizou a maior oferta de debêntures de infraestrutura já concluída no país, no valor de R$ 5,54 bilhões, em duas séries, a primeira com prazo de vencimento de 10 anos e 6 meses, e a segunda com prazo de vencimento de 18 anos e 6 meses. A procura pelos papéis para esta emissão superou R$ 9,6 bilhões, valor 1,7 vezes superior à oferta, sendo que o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – subscreveu R$ 1,9 bilhão das debêntures emitidas.

Esta oferta, em conjunto com outras fontes de financiamento de longo prazo, e com os aportes dos acionistas, assegura os mais de R$ 24 bilhões em investimentos a serem realizados, ao longo dos próximos 35 anos, pela Águas do Rio. Em uma estrutura de Project Finance, inédita no setor de saneamento, os recursos obtidos por meio da emissão, que contou com selo azul e sustentável, se complementam ao financiamento de longo prazo, firmado com o BNDES, em dezembro de 2022, no montante total de até R$ 19,3 bilhões, e com linhas de financiamentos de longo prazo já contratadas com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, Proparco e Saneamento para Todos, totalizando R$ 25,5 bilhões.

“A forte demanda pelo papel reforça a confiança do mercado na capacidade operacional e de entrega da Aegea. A operação marca o início do maior ciclo de investimentos em saneamento no Brasil por uma empresa privada. O BNDES, além de coordenador da oferta com uma participação relevante na alocação da debênture, exerceu um papel fundamental em toda a estruturação da concessão e do financiamento, contribuindo de forma significativa para a universalização dos serviços de saneamento na área de concessão da Águas do Rio”, afirma André Pires, CFO da Aegea.

A oferta foi marcada por ter grande pulverização em pessoas físicas. “ A estruturação deste financiamento, que conta majoritariamente com garantias reais do projeto, é alinhada à estratégia de crescimento da Aegea e da Águas do Rio, respaldada pela disciplina financeira, eficiência operacional e cumprimento de metas. O volume de participação de pessoas físicas na oferta também reforça a crença da população na capacidade da Aegea em reverter o déficit de saneamento no país ”, destaca o executivo.

A universalização do saneamento nos 124 bairros da capital e nos demais 26 municípios que fazem parte da área de concessão da Águas do Rio irá gerar benefícios diretos à sociedade e ao meio ambiente, com um ganho líquido para a população de mais de R$ 37 bilhões, conforme conclusão do estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil, que traz uma abordagem ampla dos ganhos econômicos e socioambientais que o estado terá, com a expansão dos serviços de água e esgoto, durante o período de concessão.

Desde novembro de 2021, quando assumiu a operação, a concessionária já investiu mais de R$ 1,5 bilhão com foco na recuperação de ativos e ampliação do sistema. Neste período, 300 mil pessoas passaram a receber água tratada e encanada pela primeira vez. Praias da Baía de Guanabara, como Flamengo e algumas em Paquetá, apresentam seguidos laudos de balneabilidade, e canais estão sendo recuperados, através de ações de fiscalização de despejo irregular e realização de obras pontuais. Além disso, a Lagoa Rodrigo de Freitas apresenta águas límpidas e biólogos registram, seguidamente, a chegada de espécies que haviam deixado de frequentar o ecossistema.

C&INews NºControle&Instrumentação 281|2023

Sabesp assegura financiamentos de R$ 940 mi para Integra Tietê

A Sabesp assinou novo contrato de financiamento de R$ 470 milhões com o BID Invest, membro do Grupo BID – Banco Interamericano de Investimentos –, que auxilia empresas e projetos sustentáveis. Este é o segundo contrato neste valor, totalizando um apoio de R$ 940 milhões do BID Invest. O primeiro foi assinado em junho do ano passado. Desta vez, a Proparco, subsidiária da Agência Francesa de Desenvolvimento, será a garantidora. O total de recursos será usado em obras de expansão do saneamento na Região Metropolitana de São Paulo.

Com o empréstimo, a Sabesp vai focar na ampliação do sistema de coleta e tratamento de esgoto por meio do Projeto Tietê, maior programa de saneamento ambiental do país, e que é parte do IntegraTietê. Essa expansão vai beneficiar aproximadamente 1,32 milhão de pessoas na RMSP. O montante também será usado para ampliar a ca-

pacidade de três estações de tratamento de esgoto, e para construir outra.

O empréstimo é classificado como financiamento climático, com impactos positivos múltiplos, entre eles: redução de doenças de veiculação hídrica, benefícios ambientais, e contribuição para reduzir emissões de gases de efeito estufa. Desde 1992, o Projeto Tietê já beneficiou mais de 12 milhões de pessoas, e vem contribuindo para a revitalização progressiva da bacia do Alto Tietê.

Lançado em março, o IntegraTietê é um programa estadual para recuperar o principal rio do Estado que, até 2026, investirá R$ 5,6 bilhões em várias frentes, dos quais R$ 3,9 bilhões serão aplicados pela Sabesp em saneamento.

Gerdau celebra 10 anos de aços planos com a usina de Ouro Branco, e investe para aumentar capacidade

A usina da Gerdau, em Ouro Branco, maior unidade da empresa no mundo, chega a marca de 10 anos do início da operação em aços planos. A história da Gerdau nesse segmento começou em 2013, com a produção de Bobinas a Quente, que estão presentes na fabricação de peças para carros, ônibus, caminhões, tratores, construções metálicas, entre outros. Além disso, são usadas na produção de tubos e defensas metálicas, bem como na fabricação de botijões de gás e de rodas para a indústria automobilística.

Segundo Rafael Gambôa , diretor industrial da Gerdau Ouro Branco, com a entrada em operação do laminador de tiras a quente, a empresa deu o primeiro passo para entrar no negócio de aços planos, e a usina se tornou a única unidade da empresa no mundo a produzi-los. “ Com isso, abrimos novas oportunidades, novos negócios, novos clientes, o que contribuiu significativamente com a diversificação do portfólio de produtos, assim como também com a comunidade, com novas oportunidades de trabalho ”, diz.

Em 2016, a Gerdau entrou no mercado de Chapas Grossas, um produto que tem diversas aplicações relevantes, como torres eólicas, oleodutos e gasodutos (indústria petrolífera), construção naval, uso estrutural (máquinas, implementos agrícolas, rodoviários, ferroviários), entre outros. Atualmente, a empresa é líder no abastecimento do mercado brasileiro de torres eólicas metálicas, com essas chapas.

Já na produção atual de bobinas a quente na usina, ao longo da última década, foi produzida uma quantidade de aço que equivaleria a mais de 3 voltas no planeta Terra, quando colocada em linha reta. E para ampliar a produção de bobinas, a Gerdau divulgou, em 2021, o investimento de expansão da capacidade do laminador de tiras a quente, o que acrescentará 250 mil toneladas/ ano de capacidade na Usina Ouro Branco, com início da operação prevista para 2024.

Os aços produzidos nessa linha trazem inovações tecnológicas, que permitem à empresa atender demandas adicionais de setores diversos, como o agronegócio, as montadoras de tratores, carretas, máquinas de construção, carregadeiras e retroescavadeiras, implemento rodoviário, a indústria de óleo e gás, além da energia renovável – solar e eólica, entre outros.

C&INews Controle&InstrumentaçãoNº281|2023

Sabesp é premiada por Novo Rio Pinheiros e combate a perdas

A Sabesp foi reconhecida no 7º Prêmio Casos de Sucesso & ESG do Instituto Trata Brasil, organizado em parceria com o Centro de Estudos de Infraestrutura e Soluções Ambientais da Fundação Getúlio Vargas (CEISAFGV), por seu trabalho de redução de perdas de água e ações para despoluir o rio Pinheiros.

Pela primeira vez, o Instituto Trata Brasil reconheceu publicamente os “Melhores Casos ESG”. A Sabesp foi uma das empresas que se destacaram, com o Novo Rio Pinheiros, projeto que faz parte do programa IntegraTietê.

A superintendente de Sustentabilidade e Governança da empresa, Virgínia Ribeiro, citou os principais benefícios do projeto, não só para a despoluição do rio e preservação do meio ambiente, ao evitar o despejo do esgoto, mas também em relação ao cuidado com a sociedade. “Tão importante quanto despoluir o rio foi a população de quase 2,5 milhões de pessoas que foram beneficiadas com coleta e tratamento de esgoto. Pessoas que, com o Novo Rio Pinheiros, passaram a ter mais saúde e qualidade de vida, e a viver em ambientes mais limpos e saudáveis”, afirmou Virgínia.

“O Novo Pinheiros foi um excelente laboratório para o que realizaremos no IntegraTietê. A partir desse aprendizado, vamos repetir as experiências bem-sucedidas, e conseguir acelerar os investimentos em saneamento para recuperar o principal rio do Estado de São Paulo, e melhorar a vida de milhões de pessoas”, explicou o diretor-presidente da Sabesp, André Salcedo.

Responsável pelo eixo saneamento do Novo Rio Pinheiros, a Sabesp conectou ao sistema, desde 2019, mais

de 650 mil imóveis, que passaram a ter o esgoto levado para tratamento – superando em 22% a meta inicial de 533 mil. No total, aproximadamente 2 milhões de pessoas passaram a ser atendidas com o ciclo completo do saneamento. Foram investidos ainda cerca de R$ 22 milhões, em programas sociais voltados às comunidades vulneráveis da região. Já o IntegraTietê, lançado em março, investirá R$ 5,6 bilhões, até 2026, na revitalização do rio – desses, R$ 3,9 bilhões serão aplicados pela Sabesp em saneamento.

Na categoria “Melhores Evoluções em Perdas de Água”, foi premiado o trabalho da empresa em Taboão da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo. A cidade foi uma das que mais reduziu as perdas de água potável nos sistemas de distribuição, indo, de 35,9%, em 2012, para 17,4%, em 2021. O índice está alinhado com os padrões de excelência (inferiores a 25%), conforme a meta estabelecida para o ano de 2034, pela legislação. Petrópolis/RJ e São José dos Pinhais/PR também foram contemplados nesta mesma categoria.

A superintendente da Unidade Metropolitana Oeste, Eliana Ramos Ruffo, recebeu o prêmio junto com o prefeito José Aprígio da Silva. “Pesquisas de vazamentos não visíveis são ações proativas, que colaboram com a diminuição dos índices de perdas. Regularizações em núcleos de baixa renda, que são fundamentais para levar qualidade de vida à população local, também ampliam o desempenho do sistema, e combatem o desperdício em vazamentos”, disse Eliana.

A Sabesp realiza, desde 2009, o Programa Corporativo de Redução de Perdas, que atua na substituição de redes e troca de ramais e hidrômetros, na inspeção das tubulações para identificar vazamentos e fraudes, e no aumento da eficiência operacional do sistema. A Companhia tem investido, em média, R$ 1 bilhão no programa, por ano, nos 375 municípios atendidos.

C&INews NºControle&Instrumentação 281|2023

Mitsubishi Electric investe no tratamento de águas residuais industriais

A Mitsubishi Electric Corporation anunciou parceria com a Hydroleap Pte. Ltd., startup com sede em Singapura, que desenvolve soluções de tratamento de águas residuais. Esse é o quinto aporte realizado pelo ME Innovation Fund, agora visando a solucionar um problema que atinge o Sudeste Asiático.

A região, que vem atraindo grandes players do setor de manufatura, também conhecida como a “fábrica do mundo”, enfrenta sérios problemas de poluição da água, causados por efluentes industriais provenientes de diversas atividades, como processos produtivos em fábricas, refino de petróleo e gás, construção e manutenção, e gerenciamento de data center.

Os efluentes industriais resultantes dessas atividades podem conter metais pesados altamente tóxicos, altos níveis de substâncias orgânicas e persistentes. Embora os padrões de controle de efluentes de águas residuais estejam tornando-se mais rígidos a cada ano, as abordagens de biotratamento existentes não são mais suficientes para atender a esses requisitos.

Inovadores métodos eletrolíticos estão atraindo a atenção como um meio de complementar o biotratamento no processo de tratamento de águas residuais.

A Hydroleap é especializada em dois tipos de tecnologia de tratamento de águas residuais – Eletrocoagulação (HL-EC) e Eletrooxidação (HL-EO). A empresa se concentra na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias mais econômicas e ecológicas para esse tratamento, e posterior manufatura e venda das soluções.

Para resolver os problemas de águas residuais industriais no Sudeste Asiático, a Mitsubishi Electric e a Hydroleap trabalharão juntas, para promover o uso massivo de soluções elétricas de tratamento, para criar uma sociedade sustentável.

Mohammad Sherafatmand, CEO e fundador da Hydroleap Pte. Ltd., destaca que “com o aumento da população global, a demanda por água limpa continua a aumentar. Garantir o fornecimento desse recurso para nossas gerações futuras é uma prioridade global, sobre a qual precisamos agir coletivamente. A Hydroleap está empenhada em impulsionar a sustentabilidade desse recurso natural, permitindo o uso massivo de nossas soluções de tratamento de águas residuais, com tecnologia aprimorada”.

“Para uma startup fazer a diferença nesse quesito, a parceria com uma grande empresa é fundamental, e estamos entusiasmados com as oportunidades que ela abre. Com nossas raízes no Sudeste Asiático, nossa missão é ajudar as indústrias a tratarem e gerenciarem seus efluentes industriais em toda a região que, por ter uma economia dinâmica, é extremamente carente de água”, ressalta Sherafatmand.

“Com sua recente onda de industrialização, o Sudeste Asiático enfrenta um sério problema, por conta da poluição da água causada por efluentes industriais”, diz Hiroshi Sakakibara, Diretor Executivo e CDO da Mitsubishi Electric Corporation.

“Nem mesmo a Mitsubishi Electric, com suas diversas unidades de produção, está livre desse problema. Por meio do desenvolvimento de negócios com a Hydroleap, minimizaremos a poluição da água no Sudeste Asiático, e usaremos o conhecimento obtido com esse esforço para contribuir para a solução de problemas ambientais em escala global. Ao não poupar esforços no apoio a startups que visam a resolver questões sociais, e ao desencadear uma autotransformação baseada na inovação aberta, manteremos nosso foco na criação de uma sociedade sustentável”.

C&INews Controle&InstrumentaçãoNº281|2023

Bracell recebe selo internacional de produção de energia renovável

A Bracell recebeu o selo I-REC ( International REC Standard ), que atesta a integridade da energia 100% renovável, gerada por sua operação localizada em Lençóis Paulista/SP. O documento, emitido pelo Instituto Totum, é mais um indicativo da priorização de práticas sustentáveis pela companhia.

Daniel Bittencourt, head de Energia da Bracell, explica que a produção da energia sustentável se dá a partir da biomassa de eucalipto, por meio do licor negro gerado no processo produtivo. “Utilizamos sistemas e controles adequados que garantem a precisão e integridade dos volumes de geração. Como resultado, além de atender nossas operações, conseguimos disponibilizar a energia excedente ao GRID nacional, por meio da conexão da subestação 440 kv, com volume mensal entre 150 MW a 180 MW”, diz.

Para Marcio Nappo, vice-presidente de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Bracell, o recebimento do selo I-REC atesta a transparência sobre a origem da energia renová-

vel da empresa. “Estamos muito felizes com esse reconhecimento, que reforça como a sustentabilidade é um pilar estratégico da Bracell, com desdobramentos em todos os nossos processos. Para se ter uma ideia, a energia verde que geramos é capaz de atender 750 mil residências, ou cerca de três milhões de pessoas”.

Desde dezembro de 2021, a Bracell possui aprovação oficial – emitida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) –, para a operação comercial de sua usina termelétrica, com 409.307 MW de capacidade instalada.

Em sua unidade localizada na Bahia, a companhia também trabalha com geração de energia a partir de fontes renováveis, também gerada a partir da biomassa de eucalipto, por meio do licor negro gerado neste processo produtivo. A energia gerada abastece a fábrica, e o excedente é comercializado. Em 2022, a empresa comercializou o total de 892.491,094 MWh, em suas operações no Brasil.

C&INews NºControle&Instrumentação 281|2023

Medidor Mássico Coriólis

O Medidor de Vazão Mássico Coriolis – AXIOM MMF é um equipamento de nova geração destinado à medição de vazão em processos industriais.

Preset Eletrônico

O Computador de Vazão AXIOM MFC é voltado para controlar e medir o processo de carregamento e descarregamento de forma, o AXIOM MFC comporta-se como um predeterminador (preset), computador de vazão e PLC.

Turbina MTF

O Medidor de vazão tipo Turbina MTF da Metroval consiste montado concentricamente no interior de um trecho de tubo gera uma rotação ao rotor que passa a girar a uma velocidade angular proporcional à vazão. As palhetas do Rotor ao atravessar o campo de um Sensor Magnético inserido no corpo da turbina geram uma voltagem pulsada na bobina do Sensor Magnético. Cada pulso representa um volume discreto de forma que o número total de pulsos gerados em determinado período de tempo representam o volume total medido pela Turbina.

Válvula

VCDM

desempenho no controle de vazão em processos de carregamento e descarregamento de combustíveis em tanques

Instalada a jusante do medidor de vazão nos sistemas de mesmo tempo que reduz os efeitos de picos de pressão na linha,

Market Controle&InstrumentaçãoNº281|2023
· Melhor relação de custo x benefício do mercado · Tecnologia avançada de medição e linearidade até 0,15%
www.metroval.com.br Contato:vendas@metroval.com.br +55 (19) 2127 9400
Soluções Customizadas em Medição de Fluidos

WEG adquire totalidade das ações

Conforme comunicado ao mercado divulgado no dia 2 de julho de 2020, a WEG S.A. firmou acordo para a aquisição da BirminD, empresa de tecnologia atuante no mercado de inteligência artificial para processos industriais. A WEG já detinha participação controladora de 51% na empresa, e agora assume a integralidade das ações.

A aquisição faz parte da estratégia da WEG, de crescimento dos negócios digitais, que desde 2020 conta com a tecnologia da BirminD em suas soluções, incluindo pro-

Lançado padrão IEEE

802.11bb Global Light Communications

da BirminD

dutos e serviços, como o B-WISE e Motion Drive Operation Center (MDOC), que é um serviço de monitoramento de ativos industriais, com emprego de sensoriamento de dados e diagnósticos baseados em insights de inteligência artificial e algoritmos de machine learning. Este movimento está alinhado com a estratégia de desenvolvimento de novos produtos e serviços, para otimizar a gestão dos ativos, gestão de energia e gestão de execução das operações de clientes da empresa.

Eclusagem de embarcações é realizada no coração da capital paulista

Existe um serviço de eclusagem no coração da capital paulista, bem no meio do rio Pinheiros. E o processo de movimentação de embarcações, da parte mais baixa do rio para a mais alta e vice-versa, é realizado dentro da Usina Elevatória São Paulo, estrutura operada pela EMAE.

As empresas globais de tecnologia LiFi pureLiFi e Fraunhofer HHI deram as boas-vindas ao lançamento do IEEE 802.11bb como o mais recente padrão global de comunicações luminosas juntamente com os padrões IEEE 802.11 WiFi. O padrão bb é um marco significativo para o mercado LiFi, pois, fornece uma estrutura reconhecida globalmente para a implantação da LiFi – tecnologia sem fio que usa luz em vez de frequências de rádio para transmitir dados. Ao aproveitar o espectro de luz, o LiFi pode desencadear comunicações sem fio mais rápidas e confiáveis, com segurança inigualável, em comparação com tecnologias convencionais, como WiFi e 5G. O Light Communications 802.11bb Task Group foi formado em 2018, presidido pela pureLiFi e apoiado pela Fraunhofer HHI, duas empresas que estão na vanguarda dos esforços de desenvolvimento da LiFi. Ambas as organizações visam a ver a adoção acelerada e a interoperabilidade, não apenas entre fornecedores de LiFi, mas também com tecnologias WiFi, como resultado desses esforços de padronização.

O padrão IEEE 802.11bb define as especificações da camada física e as arquiteturas do sistema, para comunicação sem fio, usando ondas de luz. Este novo padrão estabelece as bases para a ampla adoção da tecnologia LiFi, e abre caminho para a interoperabilidade dos sistemas LiFi com o bem-sucedido padrão WiFi. A ratificação da norma foi concluída em junho de 2023.

O trecho mais baixo, chamado de Pinheiros Inferior, começa na Estrutura de Retiro, confluência dos rios Pinheiros e Tietê, na região do Cebolão, e vai até a Usina São Paulo, próximo à Estação Vila Olímpia. Já a parte mais alta, o Pinheiros Superior, fica entre as usinas São Paulo e Pedreira, na região de Interlagos. Ambos os trechos compreendem os 25 km do rio.

Para o que o procedimento seja realizado, a EMAE fornece os equipamentos necessários e mão-de-obra especializada, para manobrar os painéis de vedação da eclusa. As características de cada embarcação podem variar, porém, os limites para eclusagem são: 7 metros de largura e 25,35 de comprimento.

De forma prática, funciona assim: se a embarcação vier do Pinheiros Inferior para Superior, os painéis de vedação do lado do inferior são removidos com auxílio de um guindaste e, em seguida, a embarcação entra no vão da eclusa. Após essa etapa, os painéis de vedação são reinseridos. A próxima etapa é a remoção dos painéis do lado superior, momento em que o nível da eclusa vai subindo gradualmente, até se equalizar com o nível do superior. Quando o nível estiver estável, a embarcação é rebocada para fora da eclusa, e ingressa no superior. Para fazer o caminho contrário, todo processo é repetido.

A importância da eclusagem está no fato de facilitar a transposição de embarcações entre os dois níveis de um rio ou reservatório, sem a necessidade de remoção dessas embarcações do espelho d’água, o que traria a necessidade de guindastes de grande tamanho. Dependendo do porte dos barcos, haveria a necessidade de uma operação complexa de carga e descarga.

Market NºControle&Instrumentação 281|2023

Augen aplica tecnologia de estações autônomas em infraestruturas de saneamento

A startup Augen nasceu com a proposta de permitir que infraestruturas de tratamento de água, esgoto e poços artesianos, com décadas de uso, sejam alavancadas aos resultados da indústria 4.0, por meio de tecnologia. A solução, baseada em IoT, chamou a atenção do Badesul, agência de fomento estadual, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, e investidor estratégico do Fundo GovTech, gerido pela Cedro Capital e KPTL, que indicou a empresa para entrar no portfólio de mais de 50 investidoras da gestora. O resultado foi um investimento inicial de R$ 4 milhões na companhia, o primeiro do Fundo GovTech, que tem como investidores as empresas Multilaser e Positivo, e as agências de desenvolvimento regionais Agerio e Badesul, com planos de investir em cerca de 30 GovTechs, nos próximos anos.

Criada em 2018, em Rio Grande/RS, a partir da complementaridade da experiência profissional de seus fundadores, a Augen é uma companhia focada na transformação digital do setor de saneamento. Hoje sediada no Parque Tecnológico da Universidade Federal de Rio Grande (FURG), atua de ponta a ponta, fornecendo soluções para tratamento, produção e distribuição de água.

que demanda cuidados, e que exige estar lado a lado com os clientes”, detalha Santana.

Atingir padrões de digitalização e excelência é o principal diferencial da Augen, que implementa soluções da fronteira tecnológica em estações de tratamento de água, esgoto e poços artesianos, até com mais de 40 anos de uso. No Brasil, boa parte da água vem de poços subterrâneos, então, a Augem criou o “Poço 4.0”, com análise, tratamento e gestão da produção, de forma digital, e tratamento profundo de dados. Com a instalação dessa camada digital, houve uma redução de 30% a 45% no uso de produtos químicos, e aumento do controle de qualidade.

Então professores da instituição, os engenheiros químicos Fabricio Butierres Santana e Cesar Augusto da Rosa se uniram ao engenheiro mecânico Moisés Fernandes Borges, com longa carreira no setor privado. Santana e Rosa já atuavam há anos com saneamento, e com a Augen foram contratados pela Corsan – Companhia Riograndense de Saneamento – para um projeto especial de Pesquisa e Desenvolvimento, para promover eficiência nas estações de tratamento de água (ETAs) e poços artesianos (PA) da companhia.

“Queremos migrar, de um modelo de comercialização de hardware e instalações, para um modelo de oferta de infraestrutura como serviço (IaaS). É um processo complexo,

No Brasil, existem hoje cerca de 1.350 prestadores de serviço de saneamento, sendo a maioria autarquias e departamentos municipais, e apenas 0,27% de toda a água que sai das torneiras é ‘digitalizada’. Mas, com o Marco Legal do Saneamento, aprovado em julho de 2020, isso deve mudar. “Queremos ser o braço digital do Marco Legal”, resume Santana.

Um dos focos da Augen é a manutenção da qualidade das águas dos poços cuja operação tradicional é bastante complexa, e envolve deslocamento de técnicos, já que os poços ficam espalhados por toda a área de atuação das empresas. Esses deslocamentos são custosos, e emitem muito CO2. A Augen pode eliminar essa necessidade. Um de seus clientes já economiza 6 mil km por mês, em transporte de pessoal, uma redução de emissão equivalente a 200 árvo-

Market NºControle&Instrumentação 281|2023
Moisés Fernandes Borges, Fabricio Butierres Santana e Cézar da Rosa.

res, por ano, na Mata Atlântica.

O Poço 4.0 é o carro-chefe da empresa, que já monitora mais de 10 mil poços apenas no Rio Grande do Sul, mas não é o único. Como a Augen atende empresas com unidades de tratamento de até 600 litros por segundo, ela disponibiliza uma Estação de Tratamento de Água compacta. De fato, suas soluções ajudam a manter a qualidade da água de cinco ETAs convencionais, e uma compacta – em Canelas/RS. Destaque-se que a indústria também pode beneficiar-se dessas tecnologias, e uma refinaria de petróleo já está testando as soluções.

A empresa desenvolveu eletrônica, software e app próprios. Seus sistemas são de fácil parametrização – sem códigos! – que operam na nuvem. À criptografia, some-se o cuidado de que cada equipamento possui três certificados únicos, e só se comunicam entre si, para aumentar a segurança.

Head do Fundo GovTech da KPTL, o economista

Adriano Pitoli explica que a Augen atraiu a atenção, porque desenvolveu um sistema sofisticado ainda não disponível no mercado.

“Durante nossa apuração, consultamos especialistas, empresas de IoT, e percebemos que quem conseguiu trazer uma solução técnica que passou por provas de conceito foi a Augen. O saneamento é o principal desafio do país hoje; ainda convivemos com indicadores de quarto mundo. Por isso, fomos atrás de empresas que aportassem, de fato, tecnologia. A solução da Augen reduz de forma significativa o custo, seja de capital ou operacional, das companhias para tratar água e esgoto. É um exemplo de inovação, que vai ajudar-nos muito a superar esse gap vergonhoso de acesso ao tratamento de água e esgoto”.

Market Controle&InstrumentaçãoNº281|2023
AS NOTÍCIAS DO MERCADO MAIS PERTO DE VOCÊ issuu.com/editora_valete facebook.com/controleinstrumentacao

Trinity Energias Renováveis projeta expansão para o Nordeste

A Trinity Energias Renováveis vai ampliar sua área de atuação para o Nordeste, com previsão de 15 unidades, até 2024, e investimento de R$ 300 milhões. Só na Bahia, cinco cidades serão contempladas: Lajedão, Ibotirama, Irecê, Aracatu e Morro do Chapéu. A empresa vai expandir também para a cidade de Sairé, em Pernambuco, e para as cearenses Trairi, Senador Pompeu, Jaguaruana, Quixeré, Baturité – com previsão de iniciar as operações entre dezembro de 2023 e julho de 2024. As usinas solares fazem parte dos projetos da empresa para alcançar os 100 MWp, até 2025.

As cidades de Itaguaí, Seropédica e Vassouras, no Rio de Janeiro, e de Bom Sucesso e Mateus Leme, em

Minas Gerais, além de São Gonçalo do Amarante, no Ceará, já possuem usinas da Trinity. Além do Nordeste, a Trinity também quer focar a atuação nas regiões Sudeste e CentroOeste. Vale destacar que as usinas costumam ser construídas em fazendas ou em espaços livres, e que estejam próximos às unidades consumidoras, visto que precisam operar sob a mesma concessionária. Em média, são 15 hectares por projeto, para uma instalação de 11 mil placas fotovoltaicas.

“No nosso modelo de negócio, a gente constrói a usina, e faz a locação dela para um único cliente. Para as 15 unidades que vamos construir, já temos demanda de empresas do Nordeste”, afirma o CEO da empresa, João Sanches

A Caramuru Alimentos S.A., empresa brasileira de processamento de soja, milho, girassol e canola, iniciou a comercialização do etanol hidratado de soja, produzido em seu complexo industrial em Sorriso, no Mato Grosso.

“Estamos muito satisfeitos em anunciar que a Caramuru passa agora também a comercializar o etanol de soja. Essa nova atividade confirma o nosso espírito de sempre buscar soluções novas dentro do setor, ampliando a nossa atuação, e ocupando espaços relevantes dentro do agronegócio”, diz Júlio Costa, Diretor Presidente da Caramuru.

A nova atividade vem para atender uma tendência mundial: de acordo com a Agência Internacional de Energia, a demanda por biocombustíveis deve crescer cerca de 22% nos próximos quatro anos. Isso equivale a 35 milhões de litros anuais, durante o período de 2022 a 2027.

A iniciativa da produção do biocombustível etanol, com a matéria-prima soja, é pioneira na indústria global – as experiências atuais são a partir de cana-de-açúcar, milho ou beterraba. O etanol é produzido a partir do melaço de soja, resultante do processamento do SPC (Proteína Concentrada de Soja). Neste processo, todo o potencial dessa matéria-prima é reaproveitado com alta eficiência energética, minimizando os impactos ambientais, e maximizando o potencial da economia circular.

A unidade industrial de Sorriso, no Mato Grosso, tem capacidade anual de 9,5 milhões de litros de etanol hidratado. Destes, 72% serão comercializados no mercado interno

brasileiro, e 28%, consumidos na planta como insumos. A região também se beneficiará com o processo: a ampliação do complexo industrial da Caramuru em Sorriso, com a criação de 60 novos empregos diretos, e 200 indiretos, contribuindo para a geração de renda.

A unidade também tem um viés mais sustentável: embora a produção de etanol que utiliza o melaço de soja seja similar ao produzido a partir do melaço de cana-de-açúcar, este outro gênero de etanol traz algumas inovações. Isso porque, com a tecnologia para a sua geração, todo o potencial da matéria-prima da soja é aproveitado com alta eficiência energética, minimizando os impactos ambientais. A produção de etanol de soja na indústria reduz a dependência do combustível gerado por outras matérias-primas, e evita novas emissões de CO2, além de aumentar a oferta de combustíveis não-fósseis. Outro ponto é que a transformação do melaço em etanol representa um aumento do valor agregado do produto, o que reduz custos e aumenta receitas. Atualmente, as empresas precisam comprar etanol no mercado, e utilizá-lo como solvente para produzirem o concentrado proteico. Com a produção própria de etanol, as indústrias de SPC conseguem eliminar a necessidade de compra do insumo.

O projeto é tido como pioneiro e inovador, e foi financiado pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação. A planta é uma das primeiras no Brasil e no mundo a produzir etanol de soja em escala comercial.

Energies NºControle&Instrumentação 281|2023
Caramuru inicia a comercialização de etanol hidratado de soja

Neoenergia e Banco MUFG fecham empréstimo bilateral verde para expansão da rede de distribuição

A Neoenergia e o Banco MUFG acordaram financiamento no valor total de R$ 150 milhões para melhorias na rede de distribuição na área de concessão da Neoenergia Brasília, que atende cerca de 1,1 milhão de clientes no Distrito Federal. Este é o primeiro empréstimo bilateral verde entre as duas organizações. Os recursos serão destinados a projetos alinhados a princípios ESG (ambiental, social e governança).

A operação tem prazo de dois anos e meio. A área de concessão da Neoenergia Brasília é de 5.780 quilômetros quadrados, e abrange as 33 regiões administrativas, que compõem o Distrito Federal. O Banco MUFG vem ampliando o volume de operações com características sustentáveis na América Latina, e a parceria com clientes, como a Neoenergia, é fundamental para o crescimento dessa agenda.

“Temos o compromisso de manter a excelência dos serviços para oferecer energia sustentável, segura e confiável aos nossos clientes. Os investimentos serão destinados a projetos para ampliar e reforçar a rede de distribuição, melhorando a eficiência e qualidade no fornecimento de energia, e o bem-estar da população do Distrito Federal”, afirma Frederico Candian, diretor-presidente da Neoenergia Brasília.

Esse é o terceiro acordo entre a Neoenergia e o Banco MUFG. As empresas divulgaram dois acordos de cofinanciamento em parceria com a JICA (Agência de Cooperação Internacional do Japão). O segundo foi firmado este ano, no valor de R$ 703,4 milhões, para ampliar a distribuição de energia na área de concessão da Neoenergia Pernambuco, que atende a cerca de quatro milhões de clientes no estado. A primeira operação, no valor total de R$ 768,3 milhões, foi realizada em maio

de 2021, destinada a expansão da rede de distribuição da Neoenergia Coelba, concessionária na Bahia, que atende a aproximadamente 6,5 milhões de consumidores.

“ Essa operação foi muito importante para nós. Estamos fechando o primeiro empréstimo bilateral verde do MUFG com a Neoenergia, aprofundando o relacionamento com um cliente relevante, e ampliando o nosso portfólio de negócios sustentáveis. Trabalhamos junto com a Neoenergia para viabilizar a melhor solução financeira para as necessidades do seu negócio e o melhor timing para realizar a operação. Estamos contentes com o resultado alcançado ”, afirma Juliane Yung, Head de Corporate & Investment Banking do MUFG para a América Latina.

Além do propósito alinhado às pautas ESG, os custos e os prazos competitivos da operação permitem à Neoenergia diversificar as fontes de financiamentos. “Dessa forma, conseguimos suportar o crescimento das nossas distribuidoras em linha com o nosso plano de negócios, seguindo com foco na promoção das boas práticas ambientais, sociais e de governança, defendidas pela companhia e pelo MUFG” , afirmou Leonardo Gadelha, CFO da Neoenergia.

Energies Controle&InstrumentaçãoNº281|2023

O novo caminho das águas

CoverPage C & I 20 NºControle&Instrumentação 281|2023

Segundo o SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – de 2021, os investimentos em água e esgotamento sanitário foram de R$ 17,3 bilhões. Se a Compesa, empresa de saneamento de Pernambuco, estimava, no mesmo ano, a necessidade de cerca de R$ 20 bilhões para alcançar suas metas, até 2033, nota-se a defasagem e/ou o montante de investimento que deve inundar o mercado de água e esgoto e até lá. Segundo a mesma fonte, 49,5% do total de investimentos vai para o Sudeste, e a menor parcela (5,2%), para o Norte.

Segundo o “Estudo sobre os avanços do novo Marco legal do saneamento básico no Brasil – 2023 (SNIS 2021)”, elaborado pela GO Associados e Trata Brasil, nos últimos três anos, foi possível perceber processos licitatórios, concessões de água e esgoto, ou PPPs de esgoto, com a participação do BNDES como agente estruturador. Os principais projetos mapeados pelo estudo da GO preveem investimentos de quase R$ 68 bilhões, não considerando o montante pago a título de outorga em alguns destes projetos, e outros, de menor porte, que foram licitados no período.

O Brasil já tinha, desde 2007, a lei 11 445 e, em 2020, o o Governo Federal colocou em pauta alterações que geraram a L14026 – exaustivamente dis- geraram cutida no Congresso – que foi aprovada com alguns vetos. Com relação às metas, acredito que tenham ficado muito parecidas com o que se tinha na época do Planasa – Plano Plano Nacional de Saneamento –, de 1971, que de culminou com a criação das companhias estaduais de saneamento, e que foi extinto em 1986 – com um horizonte um pouco menor. A grande questão na nova lei eram as mudanças na as forma de contratação dos serviços, mas, em maio de 2021, o decreto presidencial 10 710 definia claramente como seria a entrega, até o dia 31/12/21, de toda a documen- a tação que cada companhia de saneamento pública deveria apresentar, com estudos de viabilidade, contratos atualizados, viabilidade técnica e econômica, plano de negócios e plano de captação de recursos, enfim, toda a documentação para se ter um retrato da situação.

Isso significa que o Governo federal deu cinco meses para que as empresas planejassem o que poderiam

fazer – determinando assim sua sobrevivência e futuro. Os pilares plano de negócios, plano de captação e estudo de viabilidade, entregues às agências reguladoras, incluíam adequação à auditoria, que também analisaria os indicadores econômicos e financeiros dos últimos 4 anos – com certificação de todo o material base. E aí, as Agências Reguladoras estaduais teriam que, até março de 2022, analisar e validar tudo. A Compesa – Companhia Pernambucana de Saneamento – protocolou toda documentação, e teve seus indicadores aprovados, em

grande medida por que, de 2007 até 2021, a até companhia trabalhou para melhorar a saúde financeira da Compesa, com diversas ações, que nos colocariam entre as melhores empresas de saneamento estaduais, em condições de atender plenamente ao descrito na nova Lei, de acordo com o engenheiro Flavio Coutinho, diretor de eficiência e atenção ao cliente da Compesa.

James Galvani Junior Junior, gerente do Departamento de Automação e Eficiência Operacional da Sabesp, lembra que as metas definidas pela Lei 14.026/2020 (Novo Marco do Saneamento) estão no artigo 11-B, e valem para todo país: os contratos de prestação dos serviços públicos de saneamento básico deverão definir metas de universalização, que garantam o atendimento de 99% (noventa e nove por cento) da população com água potável, e de 90% (noventa por cento) da população, com população, coleta e tratamento de esgotos, até 31 de dezembro de 2033, assim como metas quantitativas de não intermitência do abastecimento, de redução de perdas e de melho-

Controle&InstrumentaçãoNº281|2023
Quadro1

ria dos processos de tratamento. “A capacidade de atingirmos estas metas, também foi contemplada no Marco, que exige a comprovação de capacidade econômico-financeiro das operadoras com contrato em vigor. Estimativas de consultorias e associações indicam que o montante total de investimento necessário para universalização no Brasil poderia chegar a quase R$ 1 trilhão. A Sabesp atualizou recentemente este número e, para universalizar os municípios que opera, estima ter de investir R$ 56 bilhões”.

Cada estado fez seu plano, baseado em sua realidade, e o status do foco principal. Alguns estados focaram na universalização de esgoto, outros de água, mas a Compesa, principalmente pelo fato de o estado de Pernambuco estar entre os piores, em disponibilidade de água, focou aí. A situação hídrica do estado é realmente complicada, com quantidade de água insuficiente para a demanda, e

ainda à espera da finalização das obras do São Francisco – de onde vem quase a totalidade da água para o interior de Pernambuco – para se somar às das adutoras. A natureza da região não permitiu à Compesa focar, senão na luta para a eliminação do racionamento, com muita atenção também à redução de perdas, em áreas onde a quantidade de água é suficiente para abastecimento, principalmente na região metropolitana.

Aqui na Compesa, adotamos a postura de solucionar o problema, ao invés de criticar o que estava escrito na letra da lei; focamos em nos adequar, e não nos preocuparmos com pautas políticas. Então, reunimos toda a documentação para que realmente atendesse o que estava sendo pedido, de forma clara e técnica. Isso foi fundamental para conseguirmos criar, em 5 meses, todo um plano de ação para o curto, médio e longo prazos. A Lei estipula claramente três fases de investimento, com três fases de avaliação: a Compesa – e outras companhias de saneamento – vai ser avaliada de 2021 até 2026, de 2027 a 2030, e de 2031 até 2033”, conta Flavio

A equipe da Compesa conseguiu fazer o planejamento técnico-financeiro de uma empresa que tem como acionista majoritário o Estado – com suas demandas políticas – muito porque seu norte já estava muito claro: atender às metas estabelecidas até 2033. Esse processo trouxe segurança para o mercado, tanto que, mesmo com um planejamento detalhado e as situações de mercado que aumentaram custos de energia e produtos químicos, há muito interesse em estabelecer parcerias com a Compesa que, desde 2013, tem com a BRK Ambiental uma PPP para universalização do esgoto na região metropolitana de Recife, que envolve 15 municípios: serão cerca de R$ 6,7 bilhões, investidos nos 35 anos de contrato, sendo que R$ 670 milhões já foram destinados, nos cinco primeiros anos do projeto.

As Estações Elevatórias de Esgoto operam em locais com desnível do solo. Elas têm a capacidade de transferir o esgoto de prédios ou casas, localizadas nas áreas mais baixas do que o nível da rua, para um ponto mais elevado da cidade. Assim, esse esgoto é bombeado pelas estações elevatórias, até que cheguem ao seu destino, a Estação de Tratamento de Esgoto.

CoverPage NºControle&Instrumentação 281|2023
@Divulgação Compesa @Divulgação Compesa

https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/transparencia/ estatisticas-desempenho/ods?utm_source=linkedin&utm_ medium=social&utm_campaign=AON23-INSTITUCIONALINST&utm_term=AWM&utm_content=engajamento_BR_card_

1200x1200_CONTRIBUICAO-ODS-ONU-CR2_engajamento__CPC_MultiP_

O setor de saneamento básico no Brasil – definido em quatro pilares: abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo das águas pluviais e resíduos sólidos – teve, desde seus primórdios, desafios estruturais, devido aos mais variados fatores, como a ocupação desordenada das cidades, moradias precárias e déficits no atendimento, etc. Um dos motivadores do novo Marco do Saneamento foi o incentivo a investimentos no setor, para se alcançar a universalização do acesso à água potável e esgoto, como preconiza o ODS-6, só que com uma data diferente: as metas estabelecidas no Brasil pelo Marco se fixam em 2033; o ODS acredita que o mundo precisa disso até 2030, e coloca o tema como central, por sua transversalidade.

A Compesa tem várias parcerias sendo estudadas, com a renovação do contrato de PPI – Programa de Parcerias de Investimentos – com o BNDES, firmado ainda no governo Temer, em 2018, e reafirmado agora, com a governadora Raquel Lyra. O objetivo é a realização de estudos para acelerar a universalização do acesso da população pernambucana aos serviços de saneamento até 2033, em linha com o novo marco legal do saneamento básico.

A governadora Raquel Lyra (à direita na foto) pontuou que não se fala em privatizar a Compesa, mas em fazer a concessão administrativa da companhia – que por definição é um contrato celebrado entre a administração pública e um ente privado, delegando a execução de um serviço público ao privado, que, em contrapartida, é remunerado pelos usuários do serviço durante o prazo do contrato, normalmente de 30 anos, podendo ser renovado por igual tempo.

Hoje, o saneamento está no radar dos grandes inves-

“A infraestrutura de saneamento é base fundamental de uma sociedade saudável, inclusiva e sustentável. Universalizar este serviço é um desafio maiúsculo para o Brasil, mas os benefícios são ainda maiores. Nesse contexto, acelerar a transformação digital é essencial, as ferramentas digitais são peças-chave, na inovação e na construção de transparência, eficiência, qualidade, e na melhoria do serviço como um todo: desde a aplicação da automação, até soluções que auxiliem as empresas a entenderem melhor os processos e como otimizá-los, tornando as operações mais eficientes, com menor consumo de energia e com menos perdas. A tecnologia está aqui para trazer retornos imediatos, e respostas que auxiliem na prevenção de doenças, na escassez de água, reduzindo custos e gerando oportunidades de novos negócios”.

Pablo Fava, CEO Brasil da Siemens e Lider de impacto e porta-voz ODS-9 - Indústria, Inovação e Infraestruturas

Controle&InstrumentaçãoNº281|2023 @BRKAmbiental
ETE Peixinhos, Olinda PE @Thiago Facina/Divulgação BNDES

timentos, ainda que sempre tenha sido o “Patinho Feio” da infraestrutura; ele viveu até hoje sob um subsídio cruzado, com as grandes receitas de cidades dando suporte aos serviços nos municípios menores. Agora, o investidor privado vai priorizar as áreas onde ele tenha retorno de investimento mais rápido. Daí a importância dos estudos e bons contratos.

Bons contratos, no caso da Compesa, por exemplo, precisam atender água e esgoto de todos os 171 municípios, mais Fernando de Noronha. A Compesa tem atendido às ETAs e ETEs e, recentemente, finalizou dois grandes projetos de recuperação dos principais rios de Pernambuco – o Ipojuca (que tem 320 km) e o Rio Capibaribe (de 240 km) – com empréstimos junto ao governo, BID e Banco Mundial, para eliminação do lançamento de afluentes nesses rios, ou seja, houve esgotamento sanitário de Gravatá, de Caruaru, de Belo Jardim, como também dos municípios de Santa Cruz de Capibaribe e Surubim. Os investimentos nessas bacias foram decisivos, porque Pernambuco é um estado que não possui muita água.

Segundo Flavio, quando se tem uma regularidade de abastecimento maior, tem-se uma aceitação maior da população também – quando se faz esgotamento sanitário em municípios que possuem restrição de água, a aceitação da população não é boa, por isso, normalmente, se organiza o sistema de água primeiro, para depois trabalhar o sistema de esgotamento sanitário. O que significa que, por fim, o Marco do Saneamento definiu metas arrojadas de saúde, via abastecimento de água e de esgotamento sanitário. E metas difíceis de se cumprir, seja pelo prazo apertado, pelo montante de recursos, necessidade de mão-de-obra qualificada, e insumos suficientes para todos os estados do Brasil, em um horizonte de 12 anos!

Inegável o papel do novo posicionamento ambiental, que fortaleceu as condições políticas para efetivamente fixar uma data para a universalização. E o esticado da corda é muito forte, para que se consiga isso até 2033, para todas as regiões do país: a meta foi imposta para todos os estados igualmente, colocando na mesma cesta São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas, Pernambuco, etc., que têm diferentes status de seus sistemas, diferenças de quantidade de água, de disponibilidade de água, mas estão todos disputando os mesmos recursos de financiamento.

A Compesa, por exemplo, precisa captar cerca de R$ 20 bilhões, para atingir a universalização de água e

esgoto, com erradicação de racionamento, com controle de perdas e controle de qualidade. Desse total, a companhia captou cerca de R$ 7 bi, com a universalização em torno 93% na área atendida, mesmo com o baixo repasse de recursos do governo federal para as obras da adutora que vai levar água do São Francisco para o agreste pernambucano.

Mas, dinheiro pode não ser o problema: a terceira versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) inclui o setor de saneamento, sob o nome “Água para Todos”, e mais oito eixos de investimentos em infraestrutura: “Transporte Eficiente e Sustentável”; “Infraestrutura Social Inclusiva”; “Cidades Sustentáveis e Resilientes”; “Inclusão Digital e Conectividade”; “Transição e Segurança Energética”; “Inovação para Indústria da Defesa”; “Educação, Ciência e Tecnologia”; e “Saúde”. O programa prevê aportes de cerca de R$ 1,7 trilhão, em todos os estados do Brasil, com recursos advindos do Orçamento Geral da União (R$ 371 bilhões), empresas estatais (R$ 343 bi), financiamentos (R$ 362 bi) e do setor privado (R$ 612 bi). O investimento do PAC reservou R$ 26,6 bilhões para o Acre; R$ 57,9 bilhões ao Tocantins; R$ 47 bilhões a Alagoas; R$ 136,6 bilhões a Sergipe; R$ 48,3 bilhões a Santa Catarina; R$ 179,6 bilhões a São Paulo; R$ 28,6 bilhões ao Amapá; R$ 28,6 bilhões a Roraima; R$ 75,6 bilhões ao Rio Grande do Sul; R$ 47,2 bilhões ao Amazonas; R$ 29,6 bilhões a Rondônia; R$ 119,4 bilhões à Bahia; R$ 45,1 bilhões ao Rio Grande do Norte; R$ 342,6 bilhões ao Rio de Janeiro; R$ 73,2 bilhões ao Ceará; R$ 91,9 bilhões a Pernambuco; R$ 56,5 bilhões ao Piauí; R$ 47,8 bilhões ao Distrito Federal; R$ 36,8 bilhões à Paraíba; R$ 107,2 bilhões ao Paraná; R$ 171,9 bilhões a Minas Gerais; R$ 75,2 bilhões ao Pará; R$ 65,9 bilhões ao Espírito Santo; R$ 44,7 bilhões a Mato Grosso do Sul; R$ 60,6 bilhões a Mato Grosso; R$ 98,5 bilhões a Goiás; R$ 93,9 bilhões ao Maranhão. Uma parte disso também vai para o saneamento: entre 2023 e 2026, serão em média R$ 8,5 bilhões, por ano; no total, o valor investido via PAC será de R$ 34 bilhões, sendo R$ 10 bilhões para água, e R$ 24 bilhões para esgoto, montante esse a ser realizado pelos estados, municípios e setor privado.

É difícil precisar o quanto desse volume de investimentos a automação vai abocanhar. Mas, a automação – junto com as tecnologias disruptivas que poderiam ser incluídas em TICs (Tecnologia de Informação e Comunicação) – deve ganhar destaque porque já é reconhecida

CoverPage NºControle&Instrumentação 281|2023
@Divulgação Compesa

como necessária à própria sobrevivência dos negócios. As concessionárias de água precisam garantir uma infraestrutura confiável, em um cenário de crescimento da população urbana, deterioração da infraestrutura, aumento das expectativas dos clientes, orçamentos limitados, impactos das mudanças climáticas, entre outros fatores.

A infraestrutura hídrica consiste em sistemas de engenharia de grande escala, que podem incluir instalações de tratamento de água, estações de dessalinização, barragens, reservatórios, aquedutos e adutoras, concebidos para terem vidas úteis longas – o que também contribui para a dificuldade na implementação de novas tecnologias.

As demandas do setor hídrico exigem investimentos “irrecuperáveis”, e os níveis de ineficiência são muitas vezes significativos, tornando as parcerias público-privadas (PPPs) uma boa saída, ao mesmo tempo que as soluções digitais ganharam importância desde a Pandemia, e destacaram as limitações da gestão da água em todo o mundo.

Ficou muito claro que o gerenciamento do enorme volume de dados é um desafio significativo para as concessionárias de saneamento, e ainda pode introduzir tecnologias que induzam a erros ou aumentem riscos de segurança cibernética, sem contar com a falta de padrões comuns. Uma pesquisa da Water Research Foundation, de 2018, descobriu que as principais barreiras para a adoção de big data para serviços de água e esgoto foram “qualidade de dados” seguidas por “falta de talento para implementar processamento e análise” e “segurança de dados”. Outro obstáculo seria o fato de a integração de dados depender do compartilhamento efetivo de informações entre diferentes departamentos, enquanto as concessionárias operam em silos, o que pode gerar múltiplas versões dos mesmos conjuntos de dados, criando duplicação, má interpretação, ou estratégias conflitantes.

De fato, no mundo atual, tudo muda muito rápido; as soluções de hoje podem não durar, mas os processos precisam funcionar por décadas. Mesmo assim, já se viram muitas mudanças, com uma quebra muito grande dos paradigmas – industriais e sociais –, e o saneamento foi um dos últimos setores a entrar no modelo de transformação digital de um processo operacional – porque, até então, tudo que era digital estava voltado ao cliente, voltado aos processos de billing, faturamento, recursos humanos, contábil, comercial, CRM.

O mundo se transformou em todos os segmentos, e as empresas de saneamento seguiram o mesmo caminho. As empresas viram essa transformação do negócio com a vinda das novas tecnologias, e notaram que era uma grande oportunidade.

Responsável por 30% dos investimentos em saneamento básico do Brasil, a rede da Sabesp, na região me-

tropolitana de São Paulo, é responsável por 6,3 milhões de pontos de ligação de água, 34 ETAs – Estações de Tratamento de Água –, 387 reservatórios, que armazenam 2,3 bilhões de litros de água, e uma rede de distribuição com 40,3 mil km na região metropolitana, e 80 mil km, no estado. É um desafio que só pode ser vencido com a ajuda da tecnologia.

Durante evento da ISA, focado em automação para saneamento, no começo deste ano, Nivaldo Rodrigues da Costa Jr. superintendente de Desenvolvimento Operacional da Sabesp, pontuou que, para o setor de saneamento, a automação é uma questão de sobrevivência. De fato, a Sabesp aumentou seus investimentos em tecnologia em 125%, de 2021 para 2022, para reduzir perdas – programa que recebeu 32% do total dos investimentos –, para integrar seus sistemas operacionais, ampliar o escopo da monitorização da rede, padronizar os quadros elétricos, comprar dados como serviço – possibilitada pelos novos modelos de contrato – além de implantar uma avançada plataforma de controle e detecção de eventos.

James detalha: “Em 2019, a Sabesp contratou a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), para o desenvolvimento de um Plano de Integração dos Sistemas Operacionais (PISO), Plano de Integração que constitui um orientador para implantação da automação em toda a Sabesp, sustentado por conceitos e fundamentos acadêmicos e industriais avançados de automação, caminhando ao encontro das mais modernas organizações e suas práticas de gestão contemporâneas, estruturado por modelagens, projetos típicos e tendências. Dentre seus principais objetivos, podemos mencionar a adoção de uma metodologia para completa integração entre todos os níveis do processo de saneamento, com o desenvolvimento de especificações técnicas, diagramas P&IDs e memoriais descritivos, com vistas ao desenvolvimento dos processos automatizados nos níveis da pirâmide de automação previstos na norma ISA-95; a gestão de ativos integrada com os sistemas de automação dos processos de saneamento; implantação de sistemas de tomadas de decisão baseadas em índices de desempenho (KPIs); otimização da qualidade do fornecimento junto ao mercado consumidor; quantificação dos benefícios operacionais e financeiros; programas de capacitação dos profissionais da Sabesp em automação de processos de saneamento. O PISO está em fase final de elaboração e pretende-se, numa próxima etapa, colocar em prática esse plano tático de automação com vistas à obtenção de inúmeros benefícios, podendo ser destacadas a padronização da automação dos processos operacionais de água e esgoto da Companhia, a melhoria das eficiências de seus equipamentos, e a adequada utilização dos recursos e ativos da empresa”.

Ainda segundo o gerente de automação da Sabesp, a

Controle&InstrumentaçãoNº281|2023

companhia possui padrões para os Quadros Elétricos utilizados na energização, acionamentos e automação das instalações operacionais, na forma de Normas Técnicas Sabesp (NTS). “Em 2015, foi realizada a primeira atualização destes padrões e, desde então, houve uma revisão da normatização correlata e outras normas pertinentes foram estabelecidas. Importante destacar que a Sabesp está constantemente evoluindo, em conjunto com o mercado, e buscando aplicar as melhores tecnologias. A Sabesp está em constante ampliação de seu parque de instrumentos, para monitoração dos processos de água e esgoto e, seguindo os critérios estabelecidos no PISO (Plano de Integração dos Sistemas Operacionais), a companhia pretende priorizar os investimentos nesta área”.

A Compesa também trabalha o controle de perdas onde já se resolveu o problema de abastecimento de água, na região metropolitana. Tem ajudado muito nisso, a alteração dos contratos, dos modelos tradicionais para aqueles que valorizam a performance do prestador serviços. Nesse quesito, o índice de perdas foi de 45,95%, combatidas com uma carteira de projetos, com ações que serão executadas em três fases, em que a primeira, já em curso, finaliza até 2026. A segunda fase, então, vai de 2027 a 2030, e a terceira, de 2031 a 2033. Isso significa que pelos próximos 10 anos, a companhia vai investir R$ 2 bilhões em combate às perdas de água, financiados, parte com recursos próprios, e parte com investimentos de terceiros – nacionais e internacionais – para chegar a apenas 25% de perdas de água na distribuição até o ano de 2033, conforme o Marco do saneamento.

Algumas companhias de saneamento há anos vinham automatizando seus processos, otimizando e customizando cada vez mais suas atividades, e observando a mudança do perfil dos profissionais, caminhando para se alinhar aos conceitos da Indústria 4.0 – área onde se especializou Daniel Bocalão – engenheiro eletricista, com MBAs em Gestão e Inovação em Cidades Inteligentes – Facens e Gestão de Internet – USP/FIA, Gestão de Telecomunicações – FAAP, atualmente atuando na empresa Elliot Cloud como business and product developer, com mais de 34 anos na área de tecnologia da Sabesp, que incluiu nas suas diversas frentes de trabalho, os cuidados com a cybersegurança já que, em muitos pontos, está conectada do corporativo ao sensor da telemetria – seja por IoT, celular, rádio ou cabo. Utilizando as tecnologias disruptivas sempre que possível, Inteligência Artificial, Realidade Virtual e Aumentada, e Machine Learning, já fazem parte do dia-a-dia da companhia, que persegue o Saneamento 4.0. Tanto que, em 2020, a Sabesp incorporou uma avançada plataforma

em sua gestão. A solução implantada foi o Elliot Water fornecido pela empresa Elliot Cloud, sendo uma solução que permite o gerenciamento mais automatizado e eficiente da infraestrutura e dos processos do ciclo integral da água. Contribuindo na otimização e eficiência do processo, detalhamento e identificação do problema e o seu contexto, visão global de todo o ciclo da captação da água bruta ao efluente (de Rio a Rio). Por meio da solução, toda a cadeia produtiva do ciclo integral da água tem o seu monitoramento e a correlação de eventos de todos os seus sensores, com parametrização de regras que permitem a geração de alerta e notificação com instrução às equipes operacionais, melhorando a disponibilidade no abastecimento, menor tempo de reparo nas redes, redução de perdas, e excelentes resultados de eficiência energética, consequentemente a melhora da satisfação do cliente, poder concedente (municípios) e órgãos reguladores.

Bocalão conta que a Sabesp foi a primeira companhia a provar que o conceito de Indústria 4.0 não é só cabível nas empresas de saneamento, mas é fundamental até para sua sobrevivência. E, nesse modelo, é preciso ter alguém que possa coletar, tratar e transmitir dados, porque não se vai montar e gerir uma empresa de Telecom; o saneamento já tem dificuldade de manter seus profissionais de automação e de telemetria que têm de cuidar, manter, calibrar os equipamentos, sensores, micro e macro medidores, etc., então, o caminho lógico foi colocar esse desafio para o mercado.

“Tecnologias disruptivas estão mudando a forma como as empresas funcionam e como seus colaboradores trabalham. Na Sabesp, companhia que busca sempre estar na vanguarda do setor, há várias iniciativas neste sentido. Podemos citar a adoção da tecnologia IoT, para leitura de hidrômetros de grandes consumidores, projetos experimentais de realidade aumentada na área de manutenção, uso de IA e aprendizado de máquina em projeto piloto de sistema de monitoramento de redes de distribuição de água, dentre outras iniciativas”, conta Paula Violante, diretora de Engenharia e Inovação da Sabesp.

“Há risco? Em tudo há risco, mas essa era uma janela de oportunidade, para que a empresa tenha todos os eventos monitorados e correlacionados, de forma a criar regras e uma série histórica, agregar machine learning, inteligência artificial e outras ferramentas para tomadas de decisão nas questões de saneamento. E, quando a gente está falando isso, pode-se pegar um ponto de observação de monitoramento, por exemplo, a qualidade da água. Hoje, a gente consegue identificar a qualidade da água no ponto de captura, no ponto de entrada de uma estação de tratamento, na saída, na reserva, na distribui-

CoverPage NºControle&Instrumentação 281|2023
@Divulgação/Sabesp

ção, no cliente e no efluente do cliente – toda a cadeia, todo o ciclo produtivo, o ciclo integral da água e esgoto, sendo monitorado com todos os eventos correlacionados, criando inteligência sobre o que está acontecendo nessa cadeia – o que evidentemente agrega uma infinidade de serviços, como gestão de perdas, de eficiência energética, disponibilidade, redução do stress hídrico em vários mananciais... o céu é o limite”, destaca Bocalão. A implantação desse cenário acontece em diferentes ritmos, às vezes um pouco devagar, porque tudo tem um custo, e é bom lembrar que caro é relativo porque, ao analisar essas questões, as empresas que estão ganhando mercado, privatizadas, veem isso como potencial até de reduzir custos. Por exemplo, ao identificar perda em uma rede que tem alguns anos de vida, ela pode ver o quadro como um todo, e decidir o seu investimento de uma forma mais rápida. Assim, ela recupera mais rápido esse investimento.

E a concorrência tem aumentado também no nível de sensoriamento, de engenharia para esses sensoriamentos, para os processos automatizados, e para a plataforma de hospedagem de dados, que seria um banco de dados ou um data lake. Hoje, existem soluções com um custo-benefício razoável para atender todas as demandas de IoT, que introduziu novos conceitos na telemetria e automação, que mantêm fontes de dados em pontos estratégicos da cadeia produtiva, mas que dependem de um passo anterior, que é o sensoriamento em vários lugares – coisa que o setor, há anos, vem trabalhando, porque é uma exigência de otimização, monitorar esses pontos, e isso ainda

Controle&InstrumentaçãoNº281|2023

tende a crescer. Vale destacar que a maioria das soluções à disposição do setor de saneamento já provê um meio de comunicação – sensores de vibração, de adutoras de certos diâmetros, o conjunto de motobombas... tudo já vem com sensores para gerar dados e informações. Seja na aquisição ou na troca de algum componente da infraestrutura do saneamento, ele já traz toda essa tecnologia embarcada. “Então, já vem com o sensor, e é preciso transmitir os dados gerados ali para uma base de dados – o volume é realmente grande – e tratar esse Big Data, que vai criar uma camada de análise desse banco de dados, e publicar em um aplicativo que vai para o operador, para o gestor, o diretor da companhia. Mas, já com um primeiro tratamento, já como informação”, explica Bocalão.

E o que fazer com toda a estrutura legada, a instrumentação e os supervisórios? Os sistemas legados devem ser mantidos por um bom tempo, com modernizações e otimizações. Paula Violante cita o exemplo dos sistemas de supervisão e aquisição de dados. “A função do SCADA – Controle Supervisório e Aquisição de Dados – é supervisionar, controlar e operar os sistemas de água e esgoto, enquanto o DaaS deve processar, tratar e analisar os dados, para agregar valor e melhorar as tomadas de decisões; não há necessidade de o SCADA concentrar tudo”.

Para Bocalão, essa estrutura ainda vai continuar trabalhando nas suas especificidades. Mas, ele mesmo ressalta que isso pode variar, de acordo com a filosofia de cada empresa, porque existem diversas novas soluções e modelos para o mundo de tratamento de água.

Por isso mesmo, não importa qual o tipo de solução que se tenha; o negócio só quer o dado e a informação. Então, as empresas de saneamento se fixam no seu core, e deixam para os parceiros a aquisição de dados, a manutenção de instrumentos e sensores, como transmitir as informações, etc. Elas só querem o dado correlacionado em toda a cadeia, de uma forma amigável, que traga informações rápidas.

Parece natural que as empresas, então, invistam muito

nessa camada de inteligência: quando se fala de saneamento digital, não é só automação de um dos processos, um ponto do processo. “A gente está usando um direcionamento agora `de rio a rio, de manancial a manancial´”.

Para Bocalão, é preciso pensar agora no futuro, porque água é vida. É preciso ter o controle rigoroso da qualidade da água, e isso só é possível com rastreabilidade em toda a cadeia produtiva.

Para atender os consumidores, saber quais os componentes da água, de que maneira ela percorre toda a cadeia, de qual manancial ela vem, se a composição química da água desse manancial favorece este ou aquele metabolismo... Esse é meu grande objetivo, meu sonho. Cientistas estão estudando isso. Ter mais qualidade de vida, mais saúde. Eu tive a oportunidade de experimentar isso, em uma unidade da Sabesp no interior (de SP) e, hoje estou evangelizando esse conceito. A plataforma está aderente, coerente, e pode manter isso por um bom tempo. Para chegar a isso, é preciso agregar vários serviços para garantir que, mesmo em um stress hídrico, vamos garantir

CoverPage NºControle&Instrumentação 281|2023
Expectativas sobre DaaS em água e esgoto - https://doi.org/10.1016/j.jup.2023.101492

a qualidade da água, da composição bruta da água. Porque todo mundo já percebe esse conceito na engenharia básica, o que é extremamente importante. Agora, buscamse condições de saber tudo o que está acontecendo no percurso da água, se existe uma infiltração, se algo modificou seus parâmetros, em tempo real, porque quando o cliente reclama, já se passou muito tempo, talvez ele já tenha consumido uma água fora da especificação. Mas, já podemos antecipar isso. Esse é o conceito que tem de se formar, porque leva tempo para alcançar todo o setor, tudo tem o seu momento”, pontua Bocalão.

E o conceito não pára de evoluir, porque os dados já podem ser correlacionados com o histórico e com dados meteorológicos, para saber a previsão e garantias, para este ou aquele manancial. Dessa forma, já se podem tratar as questões hídricas com inteligência e responsabilidade. A antecipação permite a busca de novos recursos. E não só isso. Com o sistema já integrado, se pode ter uma série de outras correlações de saúde, por região, por tipo de captação, etc. Porque a água, no fim, ainda é responsabilidade do poder concedente, do Estado como gestor público. Ele pode (e deve) monitorar como o saneamento está sendo entregue à população, ainda que com a ajuda de institutos e universidades – que podem pesquisar pensando na saúde pública, na melhoria do ambiente. E é impossível uma empresa entregar isso tudo, então, o Estado ganha mais importância, nesse cenário onde o custo da água tem de ser diferente – hoje, as empresas de saneamento trabalham com o mesmo valor para todos os locais.

da não utiliza DaaS (Data-as-a-Service) em larga escala, mas já tem diversas iniciativas e alguns projetos, como exemplo, um módulo de instrumentação analítica, adquirido como serviço para automação de ETA – Estação de Tratamento de Água –, no qual os dados como serviço (DaaS) são acessíveis pela Sabesp, via internet.

A Sabesp trabalha com a definição de DaaS ou Dataas-a-Service como um modelo em que os dados são armazenados e gerenciados por um provedor de serviços em nuvem, e disponibilizados aos clientes de acordo com suas necessidades. Isso pode envolver o acesso a bancos de dados e análises de dados ou qualquer outra forma de informação armazenada digitalmente. Nessa modalidade, os dados são disponibilizados aos usuários por meio da internet, geralmente sob demanda, como um serviço. Daas pode ser adotado tanto para água como para esgoto; não existe nenhuma diferença ou impeditivo para isso.

Uma solução para ETAs modulares, para pequenas capacidades: por meio de módulos baseados na síntese numérica de processos e em uma plataforma de integração de dados que controla a adição de produtos químicos e a análise de parâmetros, o ETA 4.0 informa em tempo real, aos gestores da empresa, o estado operacional de cada estação de tratamento. Da Augen.

Uma ideia é ter uma solução digital para alguém prestar esse serviço de forma igualitária e, ao mesmo tempo, customizada. Que trate a base desse conceito – os dados – como serviço (DaaS – Data as a Service). É um agente de mudança, essa abordagem do gerenciamento de dados terceirizado. O conceito “como um serviço” geralmente está vinculado à computação em nuvem, e pode incluir Infraestrutura como serviço (IaaS), Plataforma como serviço (PaaS), Software como serviço (SaaS), Dados como serviço (DaaS), Sensing-as-a-Service (SaaS), Network-as-a-Service (NaaS) e muito mais – modelos chamados coletivamente de XaaS, onde ‘X’ pode ser virtualmente qualquer coisa.

Paula Violante conta que o setor de saneamento ain-

O DaaS exige um alto grau confiança mútua, que é construída por meio de contratos sólidos, medidas de segurança rigorosas, conformidade regulatória, transparência e uma comunicação aberta. É uma parceria na qual ambas as partes têm um interesse compartilhado em proteger os dados e garantir que sejam usados de maneira adequada. É fundamental que a empresa prestadora de serviços possua uma plataforma segura, e que sejam assinados contratos com acordo de nível de serviço (SLA) e termos de confidencialidade e sigilo. A adoção de DaaS pode exigir mudanças significativas na forma de contrato, em comparação com os contratos tradicionais de prestação de serviços ou de aquisição de hardware e software. Isso ocorre porque o DaaS envolve o acesso e o uso de dados, que têm considerações específicas de segurança e privacidade, exigindo adoção dos contratos com acordo de nível de serviço (SLA) e termos de confidencialidade, sigilo e non disclosure agreement. Também a interface e a relação entre o que está fora do DaaS (ou seja, os usuários, aplicativos ou outras fontes de dados) e os dados do DaaS podem variar, dependendo da implementação específica e do provedor de DaaS. No entanto, geralmente, a interação com um serviço DaaS segue um padrão de interface de acesso, autenticação e autorização de usuários ou aplicações, monitoramento do tráfego de dados, segurança e criptografia”, explica Paula Violante.

Controle&InstrumentaçãoNº281|2023

Sim, confiança mútua é fundamental, na hora de escolher um parceiro/fornecedor. Tudo tem risco, então, o contratante não pode simplesmente entregar o trabalho e se ausentar; precisa acompanhar. E não precisa ser um especialista em TI, mas é necessário ser especialista no negócio.

Para estações de tratamento de água (ETAs), a Sabesp contratou um módulo de instrumentação analítica adquirido como serviço. Esse projeto mitiga o módulo vulnerável da automação, que são os analisadores online da qualidade de água, ao transferir as manutenções e calibrações para os fabricantes e fornecedores. Além dessa solução para ETAs, há também iniciativas de compra de dados analíticos para estações de tratamento de esgoto (ETEs) com o mesmo objetivo.

O DaaS já está sendo implantado no nível de telemetria – que tem de ter a sua rede segregada da corporativa, por conta da segurança cibernética.

As novas tecnologias estão aí, para ajudar a criar esse saneamento 4.0, de forma mais tranquila e segura. Dados como serviço (DaaS), Machine Learning, Gêmeos Digitais, Drones, Realidade Virtual e Aumentada... O setor de saneamento vem implementando pontualmente todas elas. O que vem pedindo atualização dos recursos humanos do setor, mas que com certeza vai demandar muitos cientistas de dados. Essa modificação de perfil de mãode-obra também se viu, quando os bancos e o agronegócio começaram a implantar novas tecnologias.

“Tive oportunidade de conhecer trabalhos semelhantes pelo mundo, e essa digitalização não se restringe ao saneamento, está acontecendo em utilities em geral, e está na base das Smart Cities. É o futuro”, afirma Bocalão.

Na Compesa, as metas são suportadas com muito investimento em tecnologia e inovação. Inclua-se aí contratos de DaaS – Data as a Service – onde o prestador do serviço instala, mantém e envia, em tempo real, todos os dados para o sistema da companhia. Também foram fechados contratos de cinco anos, de Telemetria de variáveis operacionais, ampliando em mais 3.500 pontos o sistema de monitoramento a distância, no abastecimento de água do Estado, representando investimento aproximado de R$ 24 milhões. E ainda foram instalados 800 dataloggers na região Metropolitana do Recife, para melhoria do controle operacional e aumento da disponibilidade de abastecimento. “Mas, não adianta ter esse volume de dados, sem tratamento. Então, estamos construindo com o Porto Digital toda a digitalização desse SSCA – sistema de supervisão e controle de dados e análise –, mostrando

todo o trajeto da água” , pontua o executivo da Compesa. Flavio também destaca o BESS – Battery Energy Storage System –, sistema de Armazenamento de Energia (BESS – Battery Energy Storage System), contratado junto à Baterias Moura, instalado na ETA Petrópolis, em Caruaru, dimensionado para o atendimento do consumo da unidade de forma integral ou parcial, quando houver problemas de interrupção no fornecimento de energia, ou quando a concessionária não atender os parâmetros de fornecimento e qualidade de energia elétrica. O investimento é da ordem de R$ 3,5 milhões, em cinco anos, e a Moura sendo remunerada por performance, baseada na economia obtida entre o armazenamento de energia no horário fora ponta (mais barato) e suprimento de energia demandado pela carga no horário de ponta (mais caro). Já usamos Realidade Aumentada, Inteligência Artificial, monitoramento remoto e outras tecnologias, porque, em 2011, a companhia criou uma gerência de automação, que vem trabalhando para um avanço significativo

em toda a parte de sistemas, supervisão, controle, automação à distância. Cerca de 60% do volume de água produzido pela Compesa está automatizado, e a tendência é de que a gente expanda isso, porque pensamos no caminho da água, desde sua captação até a devolução ao meio ambiente. Automatizamos o controle químico – veja que os custos dos insumos químicos mais que dobraram no último ano. E vale destacar que nossos funcionários criaram soluções de automação que custaram quase 90% menos que soluções de mercado, para as mais de 2.000 unidades da Compesa, um equipamento chamado multi app, que consegue medir e controlar pressão, vazão, nível de reservatório, corrente elétrica, já patenteado. “São várias frentes, que vão aos poucos, dentro das fases estabelecidas entregando água, saneamento e saúde, ainda que com alguns atrasos no cronograma. Estamos em busca de financiamentos com o suporte do Governo que tem todo o interesse em atingir as metas ambientais, e trazer maior desenvolvimento para o estado. A Compesa e seu pessoal está realmente comprometida em entregar as metas”, finaliza Flavio.

CoverPage NºControle&Instrumentação 281|2023
@Divulgação Compesa

FIEE 2023 supera expectativas e alcança

R$ 2,4 bilhões em negócios

Equipamentos, soluções e tendências em instalações elétricas e eletrônicas para todos os tipos de indústrias foram apresentados na última semana durante a 31ª FIEE – Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade. A feira – que recebeu mais de 31 mil visitantes em quatro dias – foi realizada de 18 a 21 de julho, no São Paulo Expo, movimentando cerca de R$ 2,4 bilhões em negócios – um crescimento de 20%, em relação ao volume inicial projetado.

Foram mais de 400 marcas participantes, que reforçam a importância da FIEE como uma vitrine para a transição digital da indústria, preparando-as para as demandas do futuro.

Para Carlos Rubim, gerente de produtos da Fluke para América Latina, a feira foi uma excelente oportunidade, para estar em contato com o público presencialmente, apresentando as principais soluções, e reforçando o trabalho da companhia.

A programação contou com mais de 100 horas de conteúdo, e reuniu os principais especialistas do país e do exterior como speakers. Além disso, as arenas tiveram ocupação de 98% de seus lugares, o que comprova a qualidade dos conteúdos abordados e o interesse do público.

A data da próxima edição já foi escolhida: de 22 a 25 de julho de 2025.

2º Simpósio Nacional de Cidades Inteligentes

A proposta do Crea-SP com o 2º Simpósio Nacional de Cidades Inteligentes foi abrir um debate público sobre planejamento urbano e qualidade de vida, nas 645 cidades do estado de São Paulo, a partir da atuação da área tecnológica. Para isso, o encontro destacou a entrega de um conjunto de relatórios técnicos, formulados pelo Conselho nos últimos meses, a fim de contribuir com novas políticas públicas.

Os documentos a serem apresentados são resultado da interação de mais de 2 mil pessoas, entre engenheiros, agrônomos, geocientistas, tecnólogos e sociedade civil, que trabalharam nos temas de saneamento básico, acessibilidade, agricultura, desenvolvimento urbano e habitação, e a participação das mulheres nas profissões, para entender o real cenário de cidades inteligentes em SP, e fomentar iniciativas de inovação e transformação dos municípios.

“Identificamos formas de implementação do conhecimento técnico na solução dos problemas da sociedade. Com isso, podemos oferecer projetos viáveis, voltados para questões relacionadas à qualidade de vida”, explica o presidente do Crea-SP, Eng. Vinicius Marchese.

O evento convidou o público a integrar novamente os grupos definidos pelos eixos temáticos, para acompanhar painéis sobre a democratização do desenvolvimento urbano, gestão ambiental, mobilidade sustentável, tecnologias agrícolas, educação inovadora, eficiência energética, potencialidade feminina, e outros assuntos que dialogam com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

As ações do Programa Agro Paulista + Verde, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, tam-

bém foram apresentadas no Simpósio, que trouxe 10 salas simultâneas, discutindo temas como estratégias de acessibilidade, saneamento básico, habitação, agricultura e participação das mulheres nas profissões da área tecnológica. O coordenador de Relações Institucionais da Secretaria de Agricultura, o engenheiro agrônomo José Luiz Fontes, participou do painel ‘Os avanços da pesquisa e tecnologias agrícolas’, como representante da SAA.

Segundo Fontes, eventos como este são fundamentais para mostrar o trabalho da Secretaria de Agricultura, em prol do desenvolvimento do agronegócio paulista. “Nossos programas estão focados em ações eficientes, para atender às necessidades dos pequenos e médios produtores paulistas, no âmbito da capacitação, das novas tecnologias e crédito para investimentos”, explica.

Vale ressaltar que as ações de desenvolvimento, apresentadas pela Secretaria de Agricultura, que fazem parte do Programa Agro São Paulo + Verde, estão alinhadas com os relatórios do Colégio de Inspetores do CREA/SP, mostrados no evento. Antes da realização do 2º Simpósio Nacional Cidades Inteligentes, que reuniu 3 mil pessoas, foram realizados quatro encontros regionais e um estadual. Nestas oportunidades, inspetores de todo o estado de São Paulo discutiram temas ligados à engenharia e à agronomia, com o objetivo de consolidar uma série de relatórios técnicos.

O 2º Simpósio Nacional de Cidades Inteligentes conclui um ciclo de quatro encontros regionais do Colégio de Inspetores, que passou por Sorocaba, Atibaia, São José do Rio Preto e Jaguariúna.

Flash Controle&InstrumentaçãoNº281|2023

com posicionadores inteligentes

Quando falamos de saneamento, devemos entender como o conjunto de serviços fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais. A água tem papel essencial na vida do planeta, não só na questão de matar a sede, mas também para a produção de alimentos, remédios, geração de energia elétrica, e muito mais. Sendo assim, a falta de água pode atingir vários setores da economia, gerando consequências significativas para o PIB de um país.

A automação industrial desempenha um papel fundamental no setor de saneamento, e os posicionadores de válvulas desempenham um papel importante nesse processo. Os sistemas de automação industrial permitem o controle e monitoramento eficiente de processos em plantas de tratamento de água e estações de tratamento de esgoto, garantindo um funcionamento seguro e otimizado. As válvulas para saneamento devem atender diversas normas e atender os mais altos níveis de qualidade, para garantir a operação com segurança e confiabilidade. Elas podem ser utilizadas para o controle de vazão, nível e pressão e, assim, possuem modelos aplicáveis para fluidos de diversas viscosidades como, água, esgoto, produtos químicos, hidrocarbonetos, águas residuais derivadas da indústria, e efluentes com ou sem teor de sólidos.

Há diferentes tipos de válvulas, com diversas funções, que vão desde as mais simples, através de abertura e fechamento, até as mais complexas, quando são estabelecidas modificações em ângulos de abertura decorrentes de variações externas, por exemplo, utilizando sensores.

As válvulas desempenham papel de destaque, quando se pretende realizar redução de pressão ou interromper a distribuição.

Os posicionadores de válvulas são dispositivos utilizados para controlar a abertura, fechamento e posicionamento de válvulas, em sistemas industriais. Eles atuam como interface entre os sistemas de automação e as válvulas, garantindo que elas estejam posicionadas corretamente, de acordo com os comandos recebidos. Esses dispositivos são especialmente importantes no setor de saneamento, onde válvulas são amplamente utilizadas para controlar o fluxo de água, produtos químicos e resíduos.

A utilização de posicionadores de válvulas traz diversos benefícios para o setor de saneamento. Primeiramente, eles permitem um controle preciso e rápido das válvulas, garantindo uma resposta imediata às demandas do sistema. Isso é crucial em processos de tratamento de água e esgoto, onde ajustes precisos e rápidos são necessários, para manter a eficiência e a qualidade dos processos.

Além disso, os posicionadores de válvulas contribuem

para a segurança operacional. Eles ajudam a evitar falhas de posicionamento das válvulas, o que poderia resultar em vazamentos, contaminação ou danos aos equipamentos. Com a automação e o uso adequado dos posicionadores, é possível reduzir o risco de erros humanos, e garantir um funcionamento confiável e seguro das válvulas.

Outro benefício dos posicionadores de válvulas é a capacidade de monitorar e registrar informações sobre o desempenho das válvulas. Eles podem fornecer dados em tempo real sobre o status das válvulas, incluindo a posição, a pressão e a temperatura. Essas informações são essenciais para o monitoramento e manutenção preventiva, permitindo a identificação de problemas, antes que eles se tornem mais sérios, e resultem em paradas não planejadas.

O mercado está cheio de posicionadores de baixa qualidade, com braços ou alavancas que, além de requererem ajustes constantes, aumentam a variabilidade do seu processo, aumentando seus custos com matéria-prima e de manutenção, além de aumentar o fator de risco, quando se pensa em segurança.

O VVP10 da VIVACE, é um posicionador de válvula com tecnologia digital, low power, de última geração, e sem contato mecânico. Não possui braços ou alavancas. Utiliza sensor Hall, para gerar a posição controlada, o que simplifica a montagem, aumenta a performance e a segurança operacional.

O VVP10 possui modelo único para diferentes tipos de atuadores, válvulas rotativas e lineares, simples e dupla ação, retorno de posição (HART/4-20mA, sem custos), sensores de pressão, entradas/saídas digitais, modelos para cilindros, possui certificação para áreas classificadas, etc.

Possui auto calibração e auto sintonia, é robusto com o ar de instrumentação, utiliza bobina eletrônica, e não sofre com a baixa isolação. Possui bloco mecânico único de fácil acesso na manutenção. Garantia de fábrica vitalícia.

A utilização adequada dos posicionadores contribui para a eficiência, confiabilidade e sustentabilidade das operações de tratamento de água e esgoto.

Art.com NºControle&Instrumentação 281|2023
Saneamento e o monitoramento e controle de válvulas

Automação inteligente de tratamento de água e efluentes

Gestores e engenheiros focados no gerenciamento de água enfrentam o desafio de fornecer água potável, e garantir a eliminação confiável de águas residuais. Através de rápidas mudanças demográficas e de uma população mundial em rápido crescimento, a atenção está cada vez mais focada na utilização sustentável da água como um recurso valioso, e na eficiência energética no tratamento de esgoto.

Ao mesmo tempo, os custos são uma consideração ainda maior, quando se trata de instalar ou modernizar fábricas existentes nos municípios. Um desafio especial na indústria de tratamento de água é a complexidade dos requisitos de adaptação a diferentes canais de comunicação, sistemas de controle e dispositivos. Via de regra, a complexa coleta de dados exigida por diferentes dispositivos, usados para resolver problemas especiais, evoluiu ao longo dos anos.

Somam-se a isso, as adaptações necessárias, muitas vezes para instalações de software existentes. Estes podem incluir visualização local, registadores de dados locais, bem como sistemas de controle central e sistemas de gestão de operações, por exemplo.

interfaces de hardware e software, o controle baseado em PC suporta todos os meios de comunicação comuns, e padrões de protocolo no nível de processo mais alto, como OPC UA e os protocolos de telecontrole IEC-60870-510x, e, no nível de campo, Ethernet, PROFINET, PROFIBUS e EtherNet/IP, a comunicação de longa distância pode ser realizada através de serviços em nuvem, modens analógicos, redes sem fio, redes de PC ou redes móveis. Isto proporciona aos operadores das instalações uma rede de alta disponibilidade e alto desempenho, para transmitir, armazenar e processar todos os dados, utilizando tecnologias de informação padrão.

Com tecnologia de controle baseada em PC, a Beckhoff oferece a solução ideal para essas complexidades. Como plataforma de controle universal, o controle baseado em PC é ideal, tanto para o controle central de uma estação de tratamento de esgoto, quanto para o controle descentralizado de diferentes estações remotas, como poços, estações de bombeamento, bacias de transbordamento de chuva, torres de água, coletores de areia, pré-tratamento, purificação mecânica e biológica, tratamento de lamas e clarificação secundária.

Ao utilizar as mais recentes gerações de processadores, o controle baseado em PC oferece uma plataforma de automação de alto desempenho, para a aquisição e processamento de todos os dados. Com uma variedade de

O fato da tecnologia de controle baseado em PC ser aberta também permite a adaptação aos sistemas existentes, permitindo uma adaptação fácil das instalações para melhorar a eficiência energética. Além disso, todas as funções de controle, como PLC, visualização, conexão em nuvem, medição e tecnologia de segurança são integradas em uma plataforma consistente, os terminais EtherCAT podem ser livremente combinados com terminais de medição EtherCAT, para medição de precisão e alta velocidade, bem como com módulos de E/S com uma barreira de segurança integrada para conectar dispositivos de campo intrinsecamente seguros da área perigosa. Esses elementos podem então ser integrados em um sistema de controle abrangente, oferecendo aos operadores da planta uma solução completa e eficiente, para todos os requisitos relacionados à aplicação.

O ambiente de engenharia TwinCAT garante planejamento e comissionamento simples do projeto. A integração HART permite aos usuários integrar dispositivos de campo HART diretamente no controlador. Além disso, o TwinCAT reduz o esforço de engenharia: O contêiner TwinCAT FDT permite a integração de DTMs de dispositivos de campo diretamente no TwinCAT Engineering e, portanto, oferece programação e configuração de dispositivos de campo em um único ambiente.

Art.com Controle&InstrumentaçãoNº281|2023
Bárbara Barreiros de Almeida Beckhoff

Maneiras de Auxiliar o Monitoramento de Água Doce

As cianobactérias, também conhecidas como algas azuis, são organismos unicelulares, capazes de realizar fotossíntese e, em alguns casos, podem produzir toxinas prejudiciais à saúde humana. Possuem pigmentos fotossintéticos, como clorofila, ficocianina e ficoeritrina e, apesar de se assemelharem a algas, as cianobactérias não têm um núcleo delimitado por membrana, e não se reproduzem sexuadamente, o que as aproxima das bactérias. Elas desempenham um papel importante em ambientes aquáticos, armazenando nutrientes, fixando nitrogênio atmosférico, formando colônias e produzindo toxinas.

A espécie Microcystis é uma das cianobactérias mais comuns em ambientes de água doce, especialmente em climas tropicais, subtropicais e temperados, com temperaturas elevadas; pode ser encontrada em lagos, rios e reservatórios ao redor do mundo. Quando isoladas, as células de Microcystis são microscópicas, mas, ao formarem colônias, o diâmetro médio pode chegar a cerca de 400 m. Os mecanismos exatos de formação das colônias ainda são desconhecidos, mas fatores como a presença de bactérias, zooplâncton, mudanças de temperatura, altas concentrações de metais, cálcio e intensidade luminosa desempenham um papel importante nesse processo.

A formação de colônias é crucial para a ocorrência de florações de cianobactérias, caracterizadas por uma proliferação excessiva desses organismos em corpos d’água. As florações podem causar uma série de impactos negativos nos ecossistemas aquáticos, como redução da penetração de luz, diminuição do oxigênio dissolvido, e liberação de toxinas prejudiciais à saúde humana e à vida selvagem. Para controlar essas florações, diversas

estratégias são empregadas, incluindo o controle de nutrientes, como nitrogênio e fósforo, por meio de práticas agrícolas e sistemas de tratamento de água. O controle biológico, utilizando predadores naturais de Microcystis, também é uma opção. O monitoramento regular das cianobactérias é fundamental para detectar precocemente as florações, avaliar sua gravidade e extensão, e implementar medidas de controle adequadas. Isso também permite identificar as espécies presentes, e determinar a produção de toxinas. No Brasil, o monitoramento de cianobactérias nos mananciais é estabelecido pela Portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde. Existem várias técnicas e métodos disponíveis para o monitoramento, contribuindo para a gestão dos ecossistemas aquáticos.

A análise de organismos, especialmente cianobactérias, pode ser realizada através de diferentes técnicas. A microscopia de luz é uma técnica acessível, que utiliza luz visível para ampliar e analisar amostras biológicas. Embora seja de baixo custo, possui limitações na coleta e preparo de amostras, resolução das

Art.com NºControle&Instrumentação 281|2023
Natália Pravatta Executiva de Negócios da Yokogawa

imagens e identificação de características morfológicas sutis. A microscopia eletrônica de varredura oferece imagens em alta resolução da superfície das amostras, sendo útil para análises de baixa concentração de cianobactérias. No entanto, é uma técnica complexa, de maior custo e menos adequada para levantamentos em larga escala. A citometria de fluxo permite medir e classificar células individuais, com base em suas propriedades físicas e químicas. É eficiente na quantificação de diferentes tipos de células, incluindo cianobactérias, mas requer calibração frequente, e pode ter limitações na identificação de outras espécies e na presença de interferências inorgânicas.

Já a microscopia de imagem de fluxo permite a visualização das partículas, através de imagens de alta resolução, de maneira individualizada na amostra. É uma metodologia de análise, que agrupa os benefícios de métodos tradicionais, como contador de partícula, microscópio óptico, e uma câmera de alta definição, em um único instrumento, FlowCam. Além da análise direta, este equipamento pode utilizar laser, e relacionar a assinatura dos organismos ao método de obtenção das imagens, diferenciar e quantificar cianobactérias e outras algas, automaticamente. O equipamento apresenta software treinável, baseado em reconhecimento de padrões, é uma tecnologia rápida, eficiente, capaz de detectar organismos em estágios iniciais do desenvolvimento, pode detectar partículas e organismos em baixa abundância, requer baixo volume de amostra para análises robustas, permite associação com pipetador automático para automação do processo, e apresenta rotina de manutenção facilitada. Atualmente, é bastante utilizado como triagem inicial dos dados em rotinas de monitoramento, já que 1 mL de amostra é analisado em cerca de 6 minutos, a depender da configuração do instrumento. Não é capaz de confirmar a presença de toxinas, trabalha de acordo com faixas de tamanho, e pode exigir filtração como parte do preparo de amostras

Os métodos moleculares são utilizados para detec-

ção de genes relacionados a cianobactérias e cianotoxinas. Essas técnicas são sensíveis e específicas, permitem a detecção rápida de toxinas, requerendo equipe especializada, equipamentos e reagentes específicos. Além dos métodos moleculares, é possível identificar e quantificar as toxinas produzidas por cianobactérias, por meio de técnicas de separação de compostos químicos, como a cromatografia líquida de alta pressão (HPLC), uma técnica analítica, que permite a separação e quantificação de compostos presentes em uma amostra, incluindo as toxinas das cianobactérias; apresenta alta resolução e sensibilidade, mas possui limitações relacionadas ao custo, tempo de resposta, complexidade do preparo das amostras. Outra abordagem é o ensaio de ELISA, que utiliza anticorpos, para detectar e quantificar a presença de toxinas específicas em uma amostra. Esse ensaio imunológico pode ser aplicado no monitoramento de cianobactérias, e é especialmente útil para detectar a presença de toxinas, como a microcistina. Embora seja sensível, requer especialistas, equipamentos específicos, e pode gerar resultados falsos positivos. Cada técnica citada apresenta vantagens e limitações, a escolha da maneira de realizar o monitoramento depende do objetivo da análise, informações necessárias, e disponibilidade de investimentos.

É recomendado avaliar os recursos disponíveis, a capacidade técnica da equipe e o volume de amostras, antes de definir uma metodologia de monitoramento. A tendência atual é utilizar mais de uma abordagem, sendo uma triagem inicial rápida e completa, como a análise de partículas em fluxo com o instrumento FlowCam. Em caso de detecção de cianobactérias potencialmente tóxicas, é sugerido realizar uma segunda metodologia, para quantificar a ameaça. O uso complementar de diferentes metodologias é recomendado para um monitoramento eficiente e preciso.

Art.com Controle&InstrumentaçãoNº281|2023

A ISA e a Automação no Setor do Saneamento

O saneamento ambiental, a ISA (The International Society of Automation) e a automação industrial andam juntos, há muitas décadas. Quanto maiores os volumes de água e esgoto, mais necessária se faz a tecnologia que automatiza a visualização e o controle, dos equipamentos e dos processos como um todo. Além disso, sabemos que a automação pode ser uma grande aliada no combate aos inúmeros desafios do setor, como: envelhecimento dos equipamentos, elevado custo e alto consumo de energia, riscos ambientais, aumento sazonal de demanda, dificuldade no controle de perdas, reposição de mão-de-obra qualificada, entre outros.

Esses obstáculos são os maiores motivadores para as recentes ações de atualização tecnológica e inovação, dentro das grandes empresas de saneamento. Empresas como a Sabesp têm criado iniciativas cada vez mais interessantes e disruptivas. Um bom exemplo foi a contratação do projeto dos “Shelters”, em 2018.

A Sabesp tinha por objetivo mitigar os riscos e reduzir custos relacionados à automação em algumas de suas ETAs (Estações de Tratamento de Água). Dessa forma, ao invés de adquirir os sensores, calibradores e instrumentos analíticos, como tradicionalmente faria, ela preferiu licitar a contratação de um serviço de fornecimento online das informações das análises de água de suas ETAs. A responsabilidade pela instalação e manutenção desses “shelters” e todos os equipamentos dentro deles era da empresa fornecedora do serviço, e o pagamento seria feito mensalmente, referente à disponibilização dos dados de processo na rede de automação da Sabesp; dados como potencial óxido de redução (redox), potencial hidrogeniônico (pH), temperatura, turbidez, cloro residual livre, e condutividade das amostras de água das várias etapas do processo. Essa foi a primeira contratação de instrumentação “as a service” de que tive notícia. Outras vieram depois.

Esse modelo de contratação como serviço também pode ser aplicado a outros tipos de hardware e software na coleta de dados, processamento e distribuição em diferentes etapas do processo de saneamento. Projetos de IoT (Internet of Things), por exemplo, tem sido cada vez mais comuns no saneamento. Um bom número de empresas já possui sensores inteligentes e redes LPWAN (Low-Power Wide Area Network) como SigFox e LoRa para a coleta de dados de macro e micromedições, por exemplo.

Essa ideia de contratar como serviço é ainda mais simples e intuitiva, quando falamos de software. Cada vez mais fornecedores de sistemas supervisórios (SCADA – supervisory control and data acquisition) para telemetria e telecomando, historiadores de dados (PIMS – plant information management system), georreferenciamento (GIS – geographic information system), inteligência de negócio (BI – business intelligence), entre outros sistemas, têm vendido suas tecnologias como ser-

viço – SaaS (Software as a Service) Da mesma forma, empresas como Microsoft e AWS têm fornecido cada vez mais máquinas virtuais na nuvem para empresas de saneamento, que estão entrando de cabeça em contratações de Cloud Computing, às vezes, inclusive, na modalidade “private cloud”, com infraestrutura dedicada.

Um ponto muito importante para o sucesso dessas novas iniciativas é a capacitação dos profissionais envolvidos. Eles precisam saber como especificar, projetar, contratar, implantar e operar as novas tecnologias que surgem a cada dia. Nesse contexto, a ISA tem uma missão muito importante. Ela promove treinamentos, organiza eventos e publica periodicamente informações sobre as principais tecnologias do universo de automação e sistemas. Além disso, ela tem como principal produto suas normas técnicas. São dezenas de normas, que tratam das boas práticas relacionadas à instrumentação, equipamentos, sistemas, integração, arquiteturas, segurança, entre outros aspectos das tecnologias de automação industrial.

Várias de suas normas já são utilizadas, há muitos anos, pelos profissionais do setor de saneamento, como a ISA 5.1 para instrumentação, a ISA 18.2 para gerenciamento de alarmes, a ISA 106 para automação de procedimentos, a ISA 101 para criação de interfaces humano-máquina, e a ISA 99, para segurança cibernética (mais recentemente homologada como ISA/IEC 62443).

Vale ressaltar que a ISA tem preocupação constante de manter suas normas atuais, e também de criar novas normas, quando encontra necessidade. Uma nova norma, que será publicada nos próximos anos, e merece especial atenção do setor é a ISA 112.

A Norma ISA 112 para sistemas SCADA (ou sistemas supervisórios) ainda está em criação pelo seu comitê, do qual eu tenho o prazer de fazer parte. A proposta desta norma é tratar das boas práticas relacionadas ao desenho, implementação, operação e manutenção de sistemas de Supervisão e Controle. Ela será aplicável a qualquer tipo de indústria, e terá uma aderência muito boa ao setor de saneamento. Nas atuais arquiteturas de software de ETAs, ETEs, EEEs, EEAs e sistemas de distribuição, os sistemas SCADA são cada vez mais importantes, e trazem grandes benefícios operacionais quando projetados, implantados e operados de forma apropriada. A Norma ISA 112 será uma grande aliada dos profissionais envolvidos com esse tipo de projeto.

Sistemas tradicionais como SCADA, aliados a novas tecnologias habilitadoras, como o IoT, técnicas de Machine Learning, Realidade Aumentada e computação em nuvem possibilitam obter resultados cada vez mais interessantes para as empresas, trazendo vantagens operacionais significativas, impactando na gestão de custos, perdas de água, e uso eficiente de energia.

Impressions NºControle&Instrumentação 281|2023

Cigás avança em plataforma de dados

A Brasoftware apoiou a Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), na adoção da plataforma de inteligência de análise de dados (Power BI). Concessionária de serviços públicos que atua na distribuição e comercialização de Gás Natural para os mais diversos segmentos do Estado, os investimentos da Cigás em tecnologia da informação têm ampliado a qualidade do relacionamento com clientes, fornecedores e colaboradores, sendo um diferencial competitivo no mercado de soluções energéticas. “Entendemos como marco da transformação digital da Cigás, o início da parceria com a Brasoftware, em 2016, quando contratamos a plataforma do Office 365. A partir daquele momento, novas possibilidades, oriundas do uso de tecnologia de ponta, foram abertas”, afirma o Gerente da Tecnologia da Informação da Cigás, Marcelo Nogueira de Alencar.

Desde então, a companhia se beneficia da evolução digital permitida pelo uso de várias ferramentas colaborativas, como Power Automate, Power APPS, Planner e Teams. A mudança trouxe mais agilidade às atividades diárias, assim como à comunicação entre os times. Só no período de janeiro a dezembro de 2022, mais de 87 equipes da Cigás se conectaram por meio de calls, trocaram mais de 105 mil mensagens e compartilharam mais 62 mil minutos de vídeo, via Teams.

Foi com o Power BI, por sua vez, que a companhia pôde perceber mais claramente a importância da análise otimizada de dados. A implantação do Power BI começou como um experimento, mas, com a visão do negócio que proporcionou à companhia, ganhou uma abrangência muito maior, e acabou sendo aplicado em várias áreas. Antes do uso da ferramenta, era preciso abrir várias planilhas de Excel para compartilhar informações. Com isso, participantes de reuniões desviavam a atenção, e a interação e poder de decisão eram prejudicados. O Power BI permitiu automatizar todas as informações de negócios, e agora a equipe tem acesso a dados de forma simples e organizada, o que traz ainda mais agilidade e resultados para o negócio. “Liberdade de quem tem a informação na ponta dos dedos, em apenas alguns cliques”, comemora Marcelo.

“A Brasoftware forneceu a tecnologia e, a partir disso, tivemos uma evolução interna, amparada em um aprendizado contínuo. Sabíamos do poder da plataforma Microsoft, mas estudamos muito e buscamos incessantemente capacitarmos nossas equipes, não só com a Brasoftware, mas também com o auxílio da Microsoft”, completa.

Para a Gestora Comercial da Brasoftware, Roberta Jezler, participar do projeto de transformação da Cigás foi gratificante. “Quando iniciamos com a tecnologia do Office 365, logo percebemos, pelo engajamento do cliente, que não seria apenas um projeto de mensageria, mas sim um grande projeto de colaboração. A utilização do Teams com uma comunicação cada vez mais ágil, desenvolvimento de Apps diversos, e o uso do Power BI, iniciou com uma pequena demanda da área de negócios, mas hoje tem a adesão em massa de todas

as áreas da empresa – com tecnologias integradas e funcionários satisfeitos”, afirma. “O trabalho em conjunto de nossas equipes, a integração e a confiança sempre foram fatores importantes para o sucesso dos projetos”.

A equipe de TI da Cigás desenvolveu vários dashboards, de acordo com seus perfis de áreas e usuários. A integração do Planner com o Power BI, por exemplo, permitiu acompanhar, em um único painel, todas as tarefas e demandas dos planos criados, com as informações apresentadas de forma visual, e muito mais intuitivas.

“Com os recursos do Power BI, todas as verificações podem ser visualizadas sem a necessidade de abrir cada tarefa, o que torna todo o processo muito mais rápido e gerenciável”, afirma o Especialista em Business Intelligence da Cigás, Ícaro Guimarães.

Também foram criados painéis de controle orçamentário, onde há Demonstração do Resultado do Exercício, Custeio e Investimento com o objetivo de disponibilizar a análise econômica e financeira aos gestores para auxílio de tomada de decisão. Os recursos de Power Plataform também foram usados com o público interno. Uma plataforma de treinamentos foi criada, onde é possível acompanhar a evolução dos colaboradores nos cursos elaborados pela companhia, já que o uso do Power BI permite registrar e visualizar a participação em treinamentos, em tempo hábil, por setor, e considerando também outras informações pertinentes. A medida foi muito útil, durante o período de pandemia da Covid-19, quando encontros presenciais que tratavam de temas bastante importantes, como os diálogos semanais de segurança, não podiam mais ser realizados. Os resultados da plataforma foram tão positivos, que agora ela se tornou permanente.

Outro destaque foi o tempo de resposta que o Centro de Controle Operacional (CCO) da Cigás pode aplicar em um chamado. Por meio do Painel do Power BI, a localização geográfica dos clientes é cruzada em tempo real, por meio do mapa do Azure, com informações do trânsito em toda a extensão da Rede de Gás Natural. “O Painel auxilia a Cigás no atendimento dos clientes, de forma a otimizar o processo”, explica Ícaro.

Controle&InstrumentaçãoNº281|2023

IA e tecnologias disruptivas devem criar 69 milhões de vagas até

2027

As profissões e vagas passarão por transformações nos próximos anos, é o que afirma o relatório “Futuro do Trabalho 2023”, do Fórum Econômico Mundial, divulgado no final do primeiro semestre de 2023. O estudo aponta o surgimento de 69 milhões de postos de trabalho, e o desaparecimento de outros 83 milhões, até 2027. A pesquisa mostra que 23% dos empregos devem mudar, neste período, impulsionados principalmente pelas soluções desenvolvidas com o uso da inteligência artificial (IA). Por isso, entre as tendências deste novo mercado, um dos principais destaques são as funções relacionadas ao machine learning e demais ferramentas de IA.

“ A área de aprendizado da máquina está entre uma das mais buscadas pelos nossos clientes, e acreditamos que a demanda deve aumentar, consideravelmente, nos próximos anos. No momento, o mercado tem buscado por talentos cada vez mais especializados, ao mesmo tempo, há o desafio de vencer a escassez da mão-de-obra qualificada ”, comenta Giuliana Corbo, CEO da Nearsure, empresa dedicada a relacionar talentos de TI da América Latina com o mercado norte-americano.

Os profissionais especializados em machine learning são versáteis e podem atuar em empresas que vão, desde as gigantes da tecnologia, como Google, Microsoft, Amazon, Facebook, passando também pelo setor financeiro, comércio eletrônico, medicina, indústria da saúde, entre tantos outros.

No caso da Nearsure, os especialistas em aprendizado de máquina são selecionados por meio da combinação de habilidades técnicas, e competências que trarão muito mais versatilidade, ao aplicar a inteligência artificial em suas operações.

Entre os principais requisitos para estas vagas estão: conhecimento técnico; habilidades de análise de dados; conhecimento em inteligência artificial; capacidade de resolver problemas; conhecimento em domínios específicos; habilidades de comunicação; experiência em projetos reais; adaptabilidade e aprendizado contínuo, entre outros.

Giuliana afirma que os talentos na área de inteligência

artificial são cobiçados pela sua contribuição para a inovação e o progresso tecnológico, principalmente colaborando em projetos interdisciplinares com especialistas de outros setores.

“É uma área que ainda deve expandir com seu imenso potencial. Os candidatos que estão começando os estudos, agora, ainda podem se preparar para as demandas que surgirão nos próximos cinco anos. É importante não perder o foco na qualificação e exigências do mercado”, detalha Corbo.

Para quem deseja inicia os estudos em machine learning, estas são algumas recomendações de ferramentas de IA recomendadas para os estudantes: uso de bibliotecas Python, uma das linguagens de programação mais populares e essencial para o trabalho; a verificação do Kaggle Out, plataforma virtual onde o aluno pode aprender por meio de competições relacionadas ao universo da ciência de dados e aprendizado de máquina. Por último, a participação em fóruns e grupos para a troca de experiências com profissionais.

Outro ponto importante é a compreensão dos sete algoritmos essenciais para os iniciantes em aprendizado de máquinas: Regressão linear; Regressão Logística; Árvores de Classificação e Regressão; Florestas Aleatórias; Máquinas de Vetores de Suporte; K-vizinhos mais próximos e Redes neurais.

NºControle&Instrumentação 281|2023

Software acelera economia global de hidrogênio verde

O AVEVA Process Simulation permite o crescimento do mercado global de produção de hidrogênio, por meio de um projeto mais rápido e eficiente de células eletrolisadoras de óxido sólido.

A Topsoe, empresa de tecnologias de redução de emissões de carbono, e que está ajudando a acelerar o desenvolvimento das soluções de descarbonização necessárias para a produção de hidrogênio verde e outros combustíveis neutros em carbono, escolheu o software AVEVA Process Simulation, da AVEVA, para modelar suas Células Eletrolisadoras de Óxido Sólido (SOECs, pela sigla em inglês), com o objetivo de otimizar seu projeto, e desenvolver sua estratégia de controle.

Para atingir as metas globais do NetZero – de emissões líquidas zero, é essencial uma rápida descarbonização de todas as indústrias, mas nem todas podem ser facilmente eletrificadas. Frequentemente, chamadas de setores de difícil redução, elas incluem as de transporte pesado, como transporte marítimo e aviação, mas também as indústrias intensivas em carbono, como as siderúrgicas e de produção petroquímica. O desafio consiste em encontrar e substituir os combustíveis fósseis por alternativas livres de carbono. É aqui que a Topsoe pode ajudar.

Por meio dos eletrolisadores SOEC altamente eficientes da Topsoe, é possível produzir o hidrogênio verde necessário para descarbonizar as indústrias intensivas em carbono. Como o tempo é essencial, a flexibilidade, a modelagem aberta e a facilidade de uso, o AVEVA Process Simulation está ajudando a acelerar a transição energética, permitindo aos engenheiros da Topsoe projetarem e otimizarem seus eletrolisadores, com mais velocidade e eficiência.

De acordo com Poul Georg Moses, diretor de Tecnologia em Power-to-X da Topsoe, o hidrogênio verde é essencial para descarbonizar indústrias que não podem ser facilmente eletrificadas, e não há tempo a perder, se quisermos alcançar as metas globais NetZero. “A Topsoe já está liderando o caminho, ao construir a maior instalação de fabricação de eletrolisadores SOEC do mundo, que nos está possibilitando entregar soluções de tecnologia Power-to-X de hidrogênio verde, em escala industrial. O software AVEVA Process Simulation é um divisor de águas, e suas simulações dinâmicas está nos ajudando a eliminar gargalos e a acelerar o desenvolvimento de nossas soluções.”

A AVEVA está aprofundando seu relacionamento com a Topsoe, à medida que a indústria Power-to-X se desenvolve.

“A transição energética bem-sucedida dependerá da rapidez com que as indústrias podem fornecer soluções de baixo carbono em escala. Projetamos o AVEVA Process Simulation com o objetivo de acelerar o ciclo de engenharia, para que

as inovações possam ser executadas rapidamente, e proporcionar reduções imediatas de carbono”, destaca Tobias Scheele, vice-presidente sênior de Produtos da AVEVA.

A Topsoe é um cliente AVEVA de longa data. A empresa dinamarquesa, que já utiliza o AVEVA PRO/II Simulation (anteriormente PRO/II) e o AVEVA Dynamic Simulation (anteriormente DYNSIM) há décadas, está adotando o AVEVA Process Simulation, para que seus engenheiros possam projetar soluções sustentáveis, à medida que o mundo se volta para emissões líquidas zero, ampliando a demanda por produtos de energia verde.

A chefe global de Sustentabilidade da AVEVA, Lisa Wee, conta que a empresa está comprometida em construir parcerias com os clientes, para oferecer um futuro mais sustentável e igualitário para todos, por meio da tecnologia. “Reconhecemos que as escolhas e ações tomadas nesta década, pela indústria global, terão impactos agora e nas próximas gerações. Estamos entusiasmados em poder ajudar a acelerar a transição energética, por meio da combinação do nosso software e da tecnologia inovadora da Topsoe”, afirma.

Desde 2021, a capacidade global de fabricação de eletrolisadores vem sendo insuficiente para atender os requisitos líquidos zero, de acordo com a Agência Internacional de Energia. Atualmente, os eletrolisadores de membrana de troca de prótons e alcalinos respondem pela maior parte da produção, com menos de 0,1% do hidrogênio atual produzido por eletrólise. À medida que a energia renovável se torna cada vez mais disponível a custos mais baixos, os eletrolisadores SOEC de altíssima eficiência da Topsoe ajudam a maximizar a entrega de hidrogênio limpo: eles fornecem até 30% mais hidrogênio, com o mesmo volume de eletricidade, a um custo 30% menor.

Controle&InstrumentaçãoNº281|2023

- 01

O Lavador de Gás

Amônia da Fluid Feeder

protege as instalações das indústrias, minimizando prejuízos financeiros, ambientais e de saúde. Muito utilizado durante o processo de refrigeração, o gás amônia é altamente corrosivo, quando exposto à umidade, e extremamente prejudicial, quando emitido na atmosfera.

Além de prevenir danos para a indústria e proteger o meio ambiente, o equipamento tem também a finalidade de proteger os trabalhadores, visitantes, e todos os que circulam por plantas industriais, o que auxilia nos conceitos atuais de proteção ambiental e responsabilidade social.

C&I_281 - 02

O inversor de frequência GA800 da Yaskawa, destinado a aplicações industriais, desde o uso em ventiladores, até processos siderúrgicos, é dotado de alto grau de robustez, confiabilidade, sustentabilidade e flexibilidade. Apresenta como diferenciais o display de alta resolução, com sistema multilíngue, comunicação via Bluetooth e USB, com dispositivos móveis, como Smartphones e Tablets, assistente de programação e armazenamento de dados, tudo isso com um desempenho superior, se comparado às linhas anteriores. Conta com sistema de segurança Safe Torque Off, preparado para atender os sistemas de segurança até o nível SIL3/PLe, reduzindo o tempo de parada, não comprometendo a segurança do operador e a capacidade de controle de quaisquer tipos de motores trifásicos, seja de indução ou de imã. Contém ainda placas de circuito envernizadas, que aumentam a vida útil do produto, para aplicações em ambientes contaminados.

A Schmersal lançou a linha de chaves de segurança AZM 40, com reconhecimento eletrônico RFID, e alta força de bloqueio. O monitoramento seguro de acesso é garantido com a instalação de um sistema completo, que conta com a chave AZM 40 (instalada no batente fixo das portas), o atuador (trabalha em conjunto com a chave, instalado no batente móvel, de modo que fique alinhado com a chave), o cabo elétrico para alimentação (por esse motivo, a chave deve ser normalmente montada na parte fixa das portas), e o painel de controle (uma unidade lógica segura que vai monitorar o comportamento da chave, como a abertura e o fechamento).

As chaves de segurança para monitoramento de portas, assim como a AZM 40, fazem parte da Linha Clássica, produtos tradicionais e de alta relevância para a companhia. Disponível globalmente, a novidade é uma grande aposta para o portfólio de segurança da Schmersal. Normalmente, nas linhas de chaves de segurança, existem muitas opções e variações técnicas, mas a AZM 40 apresenta uma nova abordagem para o portfólio, isso porque um único modelo atende diversas características, ou pode ser adaptado com os futuros acessórios. O equipamento conta com reconhecimento RFID integrado, que atende altos requisitos de segurança, oferecendo maior proteção contra violação e burlas; travamento realizado por sistema de motor biestável, ou seja, em caso de falha de energia, o último estado bloqueado permanece, garantindo uma operação segura, qualquer que seja o status da máquina; e consumo de energia extremamente baixo, já que o bloqueio só requer energia quando a porta deve ser trancada ou destrancada.

Cast NºControle&Instrumentação 281|2023
C&I_281 C&I_281 - 03

Várias são as exigências do setor de tratamento de água e esgoto, para se manter em conformidade com as constantes mudanças de regulamentos. Para se ter uma ideia, de acordo com o Painel Saneamento Brasil 2021, o país investiu mais de R$ 17,3 bilhões em saneamento básico, em 2021. Tendo em vista este cenário, a Fluke conta com uma série de ferramentas, que podem apoiar o desenvolvimento do segmento, tornando o trabalho dos profissionais ainda mais eficiente e seguro.

Os Analisadores de Qualidade de Energia da série 1770, por exemplo, são capazes de potencializar a eficiência energética do setor de saneamento, bem como apoiar a manutenção preventiva, uma vez que grande parte dos custos operacionais das empresas do ramo advém do consumo de energia elétrica e manutenção de motores e bombas. Desta forma, o equipamento apoia a identificação dos desperdícios e falhas no fornecimento de energia que podem, eventualmente, prejudicar a vida útil dos equipamentos.

Além disso, as Câmeras Termográficas Fluke TiS55+ e TiS75+, com resolução adequada e alta praticidade, apoiam o monitoramento da eficiência das operações dos sistemas elétricos e mecânicos das companhias de saneamento, a partir da observação de diferenciais qualitativos e quantitativos de temperatura nestes sistemas, apoiado pela capacidade de leitura de tags de identificação de ativos, vínculo

e gestão das medições, com o apoio do Fluke Connect, software gratuito que coleta, armazena e disponibiliza os dados dos equipamentos da Fluke.

Outro equipamento, essencial para análises da condição da vida útil de máquina rotativas, é o Medidor de Vibração Fluke 805FC, que permite o registro, avaliação e o acompanhamento das medições de vibração global, condição dos rolamentos e temperatura, além da criação de rotas de medição, também com o apoio do Fluke Connect.

Pensando na confiabilidade dos processos de clarificação, aeração, estação de bombeamento, inspeção e desinfecção, destacam-se ainda os principais calibradores portáteis de campo. O Fluke 754, para sinalização de controle e temperatura, e o Fluke 729, para calibração de pressão, devido à precisão e estabilidade da bomba automática. Já o alicate miliamperímetro Fluke 773, possibilita que os usuários verifiquem sinais de controle de 4-20mA, sem abrir o circuito, bem como outras funções de alimentação e controle de sensores e transdutores.

Assim, as soluções da Fluke ajudam a manter o setor de saneamento funcionando, garantindo conformidade com as exigências do segmento de tratamento de água e águas residuais, mitigando custos com energia, solucionando problemas e desempenho e, por fim, garantindo a segurança dos colaboradores.

Cast C&I_281 - 04

Campinas/SP, o novo módulo traz uma maior eficiência energética, o que significa propiciar, além da necessidade de um menor número de placas e uma área mais reduzida de instalação, grande economia no investimento e custo de manutenção. Assim, é possível reduzir a área de instalação, mantendo-se a mesma energia de saída. A vantagem também se reflete na redução das estruturas metálicas e do custo do arrendamento da área ocupada.

Mais uma vantagem do módulo Harpia N-Type TopCon, de 555W-575W, é o seu baixo coeficiente térmico, característica de grande importância para o Brasil, que tem clima tropical. Outros grandes benefícios do produto: tecnologia SMBB de última geração, que reduz algumas perdas de construção do módulo e, como consequência, aumenta ainda mais a eficiência de geração do produto, taxas reduzidas de LID (Degradação Induzida pela Luz), e PID (Degradação Induzida pela Potência), ao longo do tempo. Isso, sem falar no baixo índice de degradação, de apenas 0,4% ao ano.

Desde seu lançamento como o primeiro sistema estatístico de equilíbrio volumétrico, em 1995, o Atmos Pipe tem estado na vanguarda da tecnologia de detecção de vazamentos. Usa o poderoso Teste Sequencial da Razão de Probabilidade (SPRT), com a análise de pressão e vazão para otimizar a detecção de vazamentos.

O projeto do Atmos Pipe permite o ajuste e otimização para cada duto, minimizando os efeitos de falhas de instrumento, incluindo falhas de telecomunicação, mudanças operacionais desde as condições de partida, durante o funcionamento, e até o encerramento, mudanças nas propriedades do fluido, mudanças sazonais ou variações na oferta e demanda, e flutuações e calibragens de instrumentos.

O Atmos Pipe detecta o surgimento, a abertura lenta, e vazamentos já existentes; utiliza dados de fluxo e pressão dos sistemas SCADA, DCS, PLC ou RTU; detecta vazamentos em todas as condições de operação, sem redução do tamanho mínimo de vazamento detectável em condições transientes; “reduz” a probabilidade de alarmes falsos durante o enchimento do duto; está em total conformidade com API 1130, API 1175, API 1155, API 1149, CSA Z662, Regulamentações Alemãs para Detecção de Vazamentos em Gasodutos (TRFL), Recomendações da Shell para Detecção de Vazamentos em Gasodutos (DEP 31.40.60.11Gen); pode ser adicionado a dutos e redes muito grandes, com rapidez e eficiência; opera sem falhas em redes e dutos muito grandes. É um poderoso sistema de sobreposição de pontos de dados, controlado pelo usuário para superar falhas de dados, manutenção de instrumentos e outras operações anormais.

Novo atuador elétrico, compacto e robusto da Smar. Certificado e projetado para atender a diversas normas internacionais, e funcionamento de acordo com os mais altos padrões de segurança e eficiência.

A Série AC500 é de fácil configuração e inteligente, com opções para controle on/off ou modulação contínua. Possui ainda configuração não intrusiva, via interface local ou Bluetooth; Display Backlit LCD; LEDs programáveis para mensagens de operação, aviso e erro; Proteção invólucro elétrico IP66 e IP68. Sua cconstrução é à prova de explosão; possui comunicação digital HART (opções Modbus RTU, Profibus,

Profinet, Foundation Fiedbus); caixa de engrenagens lubrificada em banho de óleo.

Oferece ampla versatilidade para atender à maioria das aplicações:

• Válvula quarto de volta (ISO 5211)

– torque até 2.000 Nm

• Válvula multivoltas (ISO 5210)

– torque até 1.200 Nm

• Válvula linear (ISO 5210) – com força até 200 KN

Trabalha com operação manual, com volante e alavanca de engate com trava; desengate automático na partida do motor, e proteção de giro durante a operação elétrica.

Cast NºControle&Instrumentação 281|2023 C&I_281 - 05 C&I_281 - 06
A BYD Energy do Brasil lançou o novo módulo Harpia N-Type TopCon bifacial double glass, de 555W-575W. Projetado totalmente pela área de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa no Brasil, em C&I_281 - 07

Integração simples ao sistema: Gestão transparente de dados de energia com controle baseado em PC.

Energia elétrica Aquecimento, gás ÁguaPressão do ar TemperaturaMonitoramento de condições

www.beckhoff.com.br/energy-data-management

Apoiando os sistemas de gestão de energia para otimizar custos, o controle baseado em PC da Beckhoff oferece a possibilidade de monitorar, mensurar e analisar dados de energia por um sistema de monitoramento totalmente integrado ao sistema de controle padrão. Componentes específicos de entrada e saída viabilizam o registro altamente preciso e transparente de todos os dados de energia da empresa – da administração a cada um dos atuadores em todas as unidades de produção. O processamento e a análise dos dados são feitos pelo software de automação TwinCAT, de forma a explorar ao máximo o potencial de economia, firmando as bases para conformidade com a norma DIN EN ISO 50001.

Análise, monitoramento Sistema de gestão de energia Detecção

Beckhoff Automação Industrial Ltda.

Santo André – SP

Telefone: (11)4126-3232

info@beckhoff.com.br

Big Data

Controle&InstrumentaçãoNº281|2023 ED11-01BR
Fieldbus, EtherCAT OPC UA, servidor de base de dados Internet das coisas (IoT)

Seus equipamentos eletrônicos industriais estão com defeito ou não estão funcionando corretamente? A UNIS Group é uma empresa internacional de serviços na área de reparo e comercialização de eletrônicos industriais.

Nossos técnicos especializados realizam a reparação analisando os componentes e contam com avançados equipamentos de medição e teste.

Benefícios do reparo efetuado pela UNIS Group:

Preço fixo para os reparos

Reparo na base no cure, no pay

Até 2 anos de garantia

Possibilidade de reparo de emergência

Wilt u uw industriële elektronica laten repareren?

NºControle&Instrumentação 281|2023 www.unisgroup.com.br vendas@unisgroup.com + 55 (19) 3500-2505 Eletrônica industrial com defeito? A
de forma profissional
rápida
UNIS Group repara
e
Solicite
orçamento!
um
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.