CINEMA EXPLÍCITO: Representações cinematográficas do sexo

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RODRIGO GERACE é sociólogo, com doutorado em Cinema. Pesquisador, crítico e professor, em 2006 redigiu a dissertação O Cinema de Lars von Trier: Dogmatismo e Subversão (UFMG). Após estágio de doutorado na Universidade Nova de Lisboa, em Portugal, defendeu, em 2011, na UFMG, a tese que originou este volume. Possui diversos artigos publicados em jornais e revistas, além de ensaios acadêmicos. LSC PR-8 (CAPA) CinExplicito.indd 1

acompanha o trajeto sinuoso do sexo no cinema e sua polêmica e insistente oscilação entre o erótico e o pornográfico, desde seus inícios ruidosamente silenciosos até a diversificada pornificação contemporânea do cinema de ficção. Diante de assunto tão espinhoso e muitas vezes evitado pela abordagem acadêmica, Rodrigo Gerace transita com irreverente objetividade entre os voluptuosos terrenos cinematográficos minados pelo prazer. Ao longo de sua cuidadosa análise, Gerace procura perceber os sentidos, tanto artísticos como morais, nas imagens de sexo para além do contexto da pornografia e nas suas influências sobre o cinema de arte. Para isso, revisa o trajeto de noções fundamentais como a ideia do obsceno, a diferença de valor simbólico entre erótico e pornográfico, e as implicações históricas e ideológicas dos diversos modos de representação do sexo, escapando das sedutoras armadilhas moralistas que aparecem pelo caminho da reflexão. O autor enfrenta discussões cruciais provocadas pela presença do sexo na produção de sentido audiovisual. Como fica, por exemplo, a relação entre o sexo explícito e a representação realista? Será que o sexo explícito, ao ser atuado em frente à câmera, não se arrisca a expulsar algo de verdade para fora do ato em si, por sua visualidade? Não teríamos aí um fosso, aberto, entre a realidade da representação e a verdade da experiência? O que sobra de verdade no ato real? Respostas para estas e outras questões estão aqui à disposição de quem se despir de seus preconceitos e entregar-se sem amarras a esta fina reflexão.

CINEMA EXPLI´CITO

na leitura desse título, você, leitor, terá em mãos um dos mais completos estudos em língua portuguesa sobre as representações cinematográficas do sexo, dos stag films no cinema mudo às vanguardas artísticas, das pornografias alternativas ao mainstream à estilização do sexo no cinema de autor, que politizou e escandalizou o desejo por meio de narrativas ora transgressoras e libertárias, ora confinadas em discursos normativos sobre o sexo. Para tanto, são aqui revistos criticamente os conceitos de obscenidade, pornografia e erotismo em face dos seus efeitos morais (cambiáveis por censuras e tabus), estéticos e ideológicos (pelos discursos em torno da imagem do sexo e do corpo), que dinamizam diversas possibilidades de representação e questionamento. Assim, no amplo panorama descritivo e analítico sobre o tema, Rodrigo Gerace faz perceber como as representações cinematográficas potencializaram os dilemas de cada época, provando que as imagens, das mais desfocadas às mais explícitas, são capazes de fascinar, incomodar e desestabilizar discursos, seja visualmente, por meio da cinefilia voyeurística, seja no âmbito performático e político do sexo.

RODRIGO GERACE

CINEMA EXPLÍCITO

CINEMA EXPL CITO

Edições Sesc são paulo

Flávia Cesarino Costa

editora perspectiva

REPRESENTAÇÕES CINEMATOGRÁFICAS DO SEXO

é professora de historia e teoria do cinema no Departamento de Artes e Comunicação da Universidade Federal de São Carlos. É autora de O Primeiro Cinema: Espetáculo, Narração, Domesticação (Azougue, 2005).

RODRIGO GERACE 11/11/2015 12:19:55


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