Publicação do Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes | Santo André - SP - Ed. 102 - Out/Nov/Dez - 2021
Resolução para o Ano Novo Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino... Somos tangidos por fatos e problemas a exigirem a manifestação de nossa vontade em todas as circunstâncias. Muito embora disponhamos de recursos in nitos de escolha para assumir gesto determinado ou desenvolver certa ação, invariavelmente, estamos constrangidos a optar por um só caminho, de cada vez, para expressar os desígnios pessoais na construção do destino. Conquanto possamos caminhar mil léguas, somente progredimos em substância avançando passo a passo. Daí a importância da existência terrena, temporária e limitada em muitos ângulos, porém rica e promissora quanto aos ensejos que nos facultam para automatizar o bem, no campo de nós mesmos, mediante a possibilidade de sermos bons para os outros.
Decisão é necessidade permanente. Nossa vontade não pode ser multipartida. Ideia, verbo e atitude exprimem resoluções de nossas almas, a fruti carem bênçãos de alegria ou lições de reajuste no próprio íntimo.
Guardas contigo tesouros de experiências acumulados em milênios de luta que podem crescer, aqui e agora, a critério do teu alvitre. Recorda que o berço de teu espírito fulge longe da existência terrestre.
Progresso é fruto de escolha.
O objetivo da perfeição é inevitável benção de Deus e a perenidade da vida constitui o prazo de nosso burilamento, entretanto, o minuto que vives é o veículo da oportunidade para a seleção de valores, obedecendo a horário certo e revelando condições próprias, no ilimitado caminho da evolução. [Decisão, E Cap. XXIV - Item 15]
Não há nobre desincumbência com exibilidade de intenção.
Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...
Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...
Autor: André Luiz
Vacilação é sintoma de fraqueza moral, tanto quanto desânimo é sinal de doença. Certeza no bem denuncia felicidade real e con ança de hoje indica serenidade futura.
Se a eventualidade da sementeira é in nita, a fatalidade da colheita é inalienável.
Psicogra a de Francisco Cândido Xavier. Da obra: “Opinião Espírita”.
Editorial a valor (certo ou errado). O juízo feito a partir da crítica é subjetivo, podendo ter ou não um sentido construtivo, dependendo, dentre outras coisas, da intenção do sujeito da análise.
Do grego kritiké, a palavra “crítica” pode ter signi cados diferentes. Segundo o dicionário Aurélio é utilizada como “forma de análise, comentário ou apreciação teórica e/ou estética.” É muito comum também ela ser empregada como juízo negativo, censura ou condenação. A crítica pode ser de natureza lógica, quando diz respeito a um argumento, de natureza teórica, quando se defronta com um conceito, de natureza estética, quando contempla arte, ou ainda de natureza moral, quando se refere a uma conduta. Em Filoso a, o termo crítica refere-se à apreciação de metodologias, teorias, conceitos, raciocínios e argumentos, por meio de re exão lógica e consistente,
com base em premissas verdadeiras. A partir de uma crítica, ou seja, de uma análise prévia, um estudo, torna-se possível um juízo ou julgamento. Aliás, julgar sem uma crítica prévia, consistente e su cientemente embasada e bem elaborada, torna-se arbitrário, autoritário, com grande risco de injustiça. “Não julgueis para não serdes julgados”, disse o Cristo. Mas tal princípio se aplica sempre? Depende. Em nosso mundo imperfeito, se não houvesse o julgamento, não existiria sistema judiciário, logo, o que aconteceria quando do descumprimento das leis? Em princípio, a crítica, enquanto análise, estudo, é e deve ser neutra no que tange
Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes
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Em sendo construtiva, a crítica e respectivo julgamento estarão de acordo com o espírito cristão, caso contrário, irão contra princípios humanistas e do cristianismo, já que não ensejariam aprendizado, melhoria, superação. Lembrando sempre que a forma como se expõe a crítica é determinante para a sua receptividade: uma pedra preciosa nas mãos do joalheiro torna-se uma peça de grande valor, mas se for atirada no rosto de alguém é uma atitude grosseira e agressiva.
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Edélcio Sardano - Colaborador do Informativo Note Bem
Publicação do Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes | Santo André - SP
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Normalmente, a referência à palavra pobreza signi ca ausência de recursos de toda natureza, conduzindo o indivíduo à miséria. Do ponto de vista histórico, sempre houve pessoas pobres, como sociedades muito necessitadas no seu conjunto, arrastando carências de toda ordem, especialmente a falta de valores amoedados e quaisquer outros que possam proporcionar conforto e bem-estar. Além da situação deplorável pela falta do que pode manter a vida digna, sustentável, é também fonte de situações abomináveis. O nada ou quase nada ter é resultado de injustiças sociais e egotismo de reduzida minoria de criaturas que se apoderam de tudo, em detrimento de posses mais ou menos favoráveis ao crescimento espiritual e moral. Essa situação conduz à posição de indignidade espiritual, por facultar a ausência moral de ideais superiores e de ânsias que digni cam o ser humano. Nesses covis da miséria, onde a fome se aloja e o desespero faz morada, os crimes mais perversos são urdidos e praticados. Numa visita que Jesus realizou a um homem fariseu rico, que O convidara a uma refeição em sua casa, foi homenageado por uma desconhecida que lhe umedecia os pés com raro perfume, enquanto os enxugava com os seus cabelos.
Precipitado e ambicioso, Judas achou a cena um desperdício e reclamou que aquele perfume poderia ser vendido e o seu fruto distribuído aos pobres. Jesus, que sempre estava em vigília, sem censura, respondeu-lhe: – Os pobres sempre os tereis, mas a mim, não! O an trião não teve para com Ele nenhuma das obrigações recomendadas quando da recepção de um convidado: oferecer água e toalha para ablução, dar um ósculo na face. Mas a mulher estranha ofertava-Lhe beijo nos pés, lavados também por suas lágrimas… Aquele fariseu hipócrita, que desejava ser homenageado recebendo no seu lar a gura ímpar do Mestre, fazia parte de uma classe perigosa e infeliz de pobreza, que é a de natureza moral. Ele se houvera reportado a esse gênero humano, quando expôs no Sermão da Montanha que seriam bem-aventurados os pobres de amor, de solidariedade, de compaixão… Espíritos ricos de te-
souros morais. A sociedade contemporânea encontrase rica de técnicas e conquistas exteriores, falando sobre a igualdade dos bens de todos os seres humanos, no entanto, jamais abdica dos recursos que lhe produzem o poder, mediante os mecanismos da corrupção, dos vícios e dos meios lamentáveis de dominação arbitrária. Faz-se indispensável que o pensamento hodierno contemple os legítimos valores que enriquecem, mediante o amor, a fraternidade e a justiça. Nunca houve tanta injustiça no mundo, como hoje. Merece, no entanto, recordar que somente “os justos herdarão o Reino de Deus”. Artigo escrito por Divaldo Franco e publicado no Jornal A TARDE (BA), coluna Opinião, em 21 de outubro de 2021.
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Herança Maldita No livro “Nosso Lar”, o maior Best Seller da literatura espírita de Além-túmulo, editado pela Federação Espírita Brasileira em 1944, no capítulo 30, sob o título Herança e Eutanásia, a história real de uma família destroçada por causa de uma herança. Casos semelhantes se repetem no mundo. Pode parecer que o dinheiro, a fortuna seja algo ruim, destrutivo ou maldito. Ele é neutro, é apenas instrumento na mão do homem que dele faz o uso de acordo com seu caráter e intenção. É uma ferramenta, uma oportunidade que a Lei Divina nos concede como exercício e aprendizado na nossa jornada evolutiva. No presente caso, a herança deixada pelo pai de família gerou tragédia. Acompanhemos a história em que a fortuna arruinou parte dos herdeiros:
- É lamentável - retrucou a jovem -, nem ele, nem os outros cedem no estado mental a que se recolheram. Sempre o mesmo ódio e a mesma displicência.
“Ainda não voltara a mim da profunda surpresa, quando Salústio se aproximou, informando a Narcisa: - Nossa irmã Paulina deseja ver o pai enfermo, no Pavilhão 5. Antes de atender, julguei razoável consultá-la, porque o doente continua em crise muito aguda.
Quando examinamos a desventura de alguém, lembrando as próprias de ciências, há sempre asilo para o amor fraterno, no coração.
Mostrando gestos de bondade que lhe eram característicos, Narcisa acentuou: - Mande-a entrar sem demora. Ela tem permissão da Ministra, visto estar consagrando o tempo disponível em tarefa de reconciliação dos familiares. Enquanto o mensageiro se despedia, apressado, a enfermeira bondosa acrescentava, dirigindo-se a mim: - Você verá que lha dedicada! Não decorrera um minuto e Paulina estava diante de nós, esbelta e linda. Trajava uma túnica muito leve, tecida em seda luminosa. Angelical beleza caracterizava-lhe os traços sionômicos, mas os olhos denunciavam extrema preocupação. Narcisa apresentou-a delicadamente e, sentindo talvez que poderia con ar na minha presença, perguntou, algo inquieta: - E papai, minha amiga? - Um pouco melhor - esclareceu a enfermeira -, no entanto, ainda acusa desequilíbrios fortes.
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Narcisa nos convidou a acompanhá-la, e, minutos após, tinha diante de mim um velho de sionomia desagradável. Olhar duro, cabeleira desgrenhada, rugas profundas, lábios retraídos, inspirava mais piedade que simpatia. Procurei, contudo, vencer as vibrações inferiores que me dominaram, a m de observar, acima do sofredor, o irmão espiritual. Desapareceu a impressão de repugnância, aclarando-se-me os raciocínios. Apliquei a lição a mim mesmo. Como teria chegado, por minha vez, ao Ministério do Auxílio? Deveria ser horrível meu semblante de desesperado.
O velho enfermo não teve uma palavra de ternura para a lha que o saudou carinhosa. Através do olhar, que evidenciava aspereza e revolta, semelhava-se a uma fera humana enjaulada. - Papai, o senhor sente-se melhor? perguntou com extremo carinho lial. - Ai!... Ai!... - gritou o doente em voz estertorosa - não posso esquecer o infame, não posso descansar o pensamento... Ainda o vejo a meu lado, ministrando-me o veneno mortal!... - Não diga isso, papai - pediu a moça delicadamente -, lembre-se de que Edelberto entrou em nossa casa como lho, enviado por Deus. - Meu lho? - gritou o infeliz - nunca! nunca!... É criminoso sem perdão, lho do inferno!... Paulina falava, agora, com os olhos rasos d'água. - Ouçamos, papai, a lição de Jesus, que recomenda nos amemos uns aos outros. Atravessamos experiências consanguíneas, na Terra, para adquirir o verdadeiro amor espiritual. Aliás, é indispensável reconhecer que só existe um
Pai realmente eterno, que é Deus; mas o Senhor da Vida nos permite a paternidade ou a maternidade no mundo, a m de aprendermos a fraternidade sem mácula. Nossos lares terrestres são cadinhos de puri cação dos sentimentos ou templos de união sublime, a caminho da solidariedade universal. Muito lutamos e padecemos, até adquirir o verdadeiro título de irmão. Somos todos uma só família, na Criação, sob a bênção providencial de um Pai único. Ouvindo-lhe a voz muito meiga, o doente se pôs a chorar convulsivamente. - Perdoe Edelberto, papai! Procure sentir nele, não o lho leviano, mas o irmão necessitado de esclarecimento. Estive em nossa casa, ainda hoje, lá observando extremas perturbações. Daqui, deste leito, o senhor envolve todos os nossos em uidos de amargura e incompreensão, e eles lhe fazem o mesmo por idêntico modo. O pensamento, em vibrações sutis, alcança o alvo, por mais distante que esteja. A permuta de ódio e desentendimento causa ruína e sofrimento nas almas. Mamãe recolheu-se, faz alguns dias, ao hospício, ralada de angústia. Amália e Cacilda entraram em luta judicial com Edelberto e Agenor, em virtude dos grandes patrimônios materiais que o senhor ajuntou nas esferas da carne. Um quadro terrível, cujas sombras poderiam diminuir, se sua mente vigorosa
do ainda necessitava regularizar minhas disposições testamentárias! Malvado!... Malvado!... - Cale-se, papai! Tenha compaixão de seu lho, perdoe e esqueça!... O velho, porém, continuou a praguejar em voz alta. A jovem preparava-se para discutir, mas Narcisa endereçou-lhe signi cativo olhar, chamando Salústio para socorrer o doente em crise. Calouse Paulina, acariciando a fronte paterna e contendo, a custo, as lágrimas. Daí a instante, retirava-me em companhia de ambas, sob forte impressão. As duas amigas trocaram con dências, ainda por alguns minutos, despedindose Paulina a evidenciar muita generosidade nas frases gentis, mas muita tristeza no olhar afogado em justa preocupação. não estivesse mergulhada em propósitos de vingança. Aqui, vemo-lo em estado grave; na Terra, mamãe louca e os lhos perturbados, odiando-se entre si. Em meio de tantas mentes desequilibradas, uma fortuna de um milhão e quinhentos mil cruzeiros. E que vale isso, se não há um átomo de felicidade para ninguém? - Mas eu leguei enorme patrimônio à família - atalhou o infeliz, rancorosamente -, desejando o bem-estar de todos... Paulina não o deixou terminar, retomando a palavra: - Nem sempre sabemos interpretar o que seja benefício, no capítulo da riqueza transitória. Se o senhor assegurasse o futuro dos nossos, garantindolhes a tranquilidade moral e o trabalho honesto, seu esforço seria de valiosa previdência; mas, às vezes, papai, costumamos amealhar o dinheiro por espírito de vaidade e ambição. Querendo viver acima dos outros, não nos lembramos disso, senão nas expressões externas da vida. São raros os que se preocupam em ajuntar conhecimentos nobres, qualidades de tolerância, luzes de humildade, bênçãos de compreensão. Impomos a outrem os nossos caprichos, afastamo-nos dos serviços do
Pai, esquecemos a lapidação do nosso espírito. Ninguém nasce no planeta simplesmente para acumular moedas nos cofres ou valores nos bancos. É natural que a vida humana peça o concurso da previdência, e é justo que não prescinda da contribuição de mordomos éis, que saibam administrar com sabedoria; mas ninguém será mordomo do Pai com avareza e propósitos de dominação. Tal gênero de vida arruinou nossa casa. Debalde, noutro tempo, busquei levar socorro espiritual ao ambiente doméstico. Enquanto o senhor e mamãe se sacri cavam por aumentar haveres, Amália e Cacilda esqueceram o serviço útil e, como preguiçosas da banalidade social, encontraram ociosos que as desposaram, visando a vantagens nanceiras. Agenor repudiou o estudo sério, entregando-se a más companhias. Edelberto conquistou o título de médico, alheando-se por completo da Medicina e exercendo-a tão-somente de longe em longe à maneira do trabalhador que visita o serviço por curiosidade. Todos arruinaram belas possibilidades espirituais, distraídos pelo dinheiro fácil e apegados à ideia de herança. O enfermo tomou uma expressão de pavor e acrescentou: - Maldito Edelberto! Filho criminoso e ingrato! Matou-me sem piedade, quan-
Voltando à intimidade, Narcisa disse, bondosa: - Os casos de herança, em regra, são extremamente complicados. Com raras exceções, acarretam enorme peso a legadores e legatários. Neste caso, porém, vemos não só isso, mas também a eutanásia. A ambição do dinheiro criou, em toda a família de Paulina, esquisitices e desavenças. Pais avarentos possuem lhos esbanjadores. Fui a casa de nossa amiga, quando o irmão, o Edelberto, médico de aparência distinta, empregou, no genitor quase moribundo, a chamada "morte suave". Esforçamo-nos por o evitar, mas foi tudo em vão. O pobre rapaz desejava, de fato, apressar o desenlace, por questões de ordem nanceira, e aí temos agora a imprevidência e o resultado - o ódio e a moléstia. E com expressivo gesto, Narcisa rematou: - Deus criou seres e céus, mas nós costumamos transformar-nos em espíritos diabólicos, criando nossos infernos individuais.” Esta lição nos mostra que os bens materiais e todo o universo são obra e propriedade de Deus. Mostra, também, que fortuna, pobreza, saúde, doença etc. fazem parte da Lei de Causa e Efeito. É um episódio na longa trajetória de nossa evolução.
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O novo mandamento “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 13, versículo 34.) A leitura despercebida do texto induziria o leitor a sentir nessas palavras do Mestre absoluta identidade com o seu ensinamento relativo à regra áurea. Entretanto, é preciso salientar a diferença. O “ama a teu próximo como a ti mesmo” é diverso do “que vos ameis uns aos outros como eu vos amei”. O primeiro institui um dever, em cuja execução não é razoável que o homem cogite da compreensão alheia. O aprendiz amará o próximo como a si mesmo.
Jesus, porém, engrandeceu a fórmula, criando o novo mandamento na comunidade cristã. O Mestre refere-se a isso na derradeira reunião com os amigos queridos, na intimidade dos corações. A recomendação “que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” assegura o regime da verdadeira solidariedade entre os discípulos, garante a con ança fraternal e a certeza do entendimento recíproco. Em todas as relações comuns, o cristão amará o próximo como a si mesmo, reconhecendo, contudo, que no lar de sua fé conta com irmãos que se amparam, efetivamente, uns aos outros.
beleceu a intimidade legítima entre os que se entregaram ao Cristo, signi cando que, em seus ambientes de trabalho, há quem se sacri que e quem compreenda o sacrifício, quem ame e se sinta amado, quem faz o bem e quem saiba agradecer. Em qualquer círculo do Evangelho, onde essa característica não assinala as manifestações dos companheiros entre si, os argumentos da Boa Nova podem haver atingido os cérebros indagadores, mas ainda não penetraram o santuário dos corações. Livro Caminho, Verdade e Vida – Emmanuel – Psicogra a de Chico Xavier
Esse é o novo mandamento que esta-
CCJ aprova criação do Dia Nacional do Espiritismo A Comissão de Constituição de Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou em 24 de novembro o Projeto de Lei 3789/19, do Senado, que cria o Dia Nacional do Espiritismo, a ser celebrado anualmente em 18 de abril.
aperfeiçoamento moral do homem, acredita na existência de um Deus único, na possibilidade de comunicação útil com os espíritos através de médiuns e na reencarnação como processo de crescimento espiritual e de justiça divina”.
A data foi escolhida em homenagem ao dia de lançamento da obra “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, em Paris, em 1857.
“O Brasil é o país onde há o maior número de espíritas no mundo, ao todo, são quase 4 milhões de pessoas que se consideram espíritas, sendo assim o terceiro maior grupo religioso brasileiro, tendo ainda cerca de 40 milhões de simpatizantes. Os espíritas têm sua ima-
Segundo a relatora da proposta na CCJ, deputada Caroline de Toni (PSL-SC), “o espiritismo é uma doutrina voltada para o
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gem fortemente associada à prática da caridade, mantendo em todos os estados brasileiros obras de assistência e promoção social”, a rmou a deputada. Tramitação A proposta, por tramitar em caráter conclusivo e não ter sido modi cada na Câmara, poderá seguir para sanção presidencial, a menos que haja recurso para a votação pelo Plenário. Fonte: Agência Câmara de Notícias
Espírito de Sistema e as novas verdades A palavra sistema é bastante utilizada atualmente, representando um conjunto de programas que executam tarefas de nidas em sua programação de trabalho, especialmente considerando a realidade virtual, hoje totalmente expandida nos diversos segmentos sociais. Por outro lado, também pode representar um padrão de condução de uma empresa, ou um sistema de vida, pessoal ou familiar, com critérios escolhidos livremente, como bem sabemos da condição humana e seus variados comportamentos, suas múltiplas escolhas. Em síntese, podemos dizer que é uma maneira de se conduzir, transformandose em hábitos ou costumes, que acabam estabelecendo padrões de comportamento, saudáveis ou não. No conhecido livro Parábolas e Ensinos de Jesus, o ilustre Cairbar Schutel, no capítulo “O Espírito de Sistema e as novas verdades” faz lúcidas referências às sucessivas e penosas lutas das grandes personalidades humanas que transformaram o mundo, trazendo progressos variados, mas que tiveram – todos eles enfrentaram resistência em seu tempo – que lutar contra o “espírito de sistema”, ou esta mentalidade de resistência às novas descobertas ou às mudanças de modelos ultrapassados. Isso é histórico. É aquela mentalidade de desvalorizar esforços alheios, é aquela posição de desprezo para com as pessoas que se destacam e pensam diferente do modelo antes estabelecido. Por suas ideias e projetos muitos foram mortos, sacri cados, torturados, outros sacri caram-se, imolaram-se no isolamento e na renúncia silenciosa, para
legar – todos eles – os esforços de suas pesquisas, seus estudos, que ao longo do tempo bene ciaram toda a humanidade. Não foram compreendidos quando apresentaram suas ideias, quando as divulgaram, sofrendo desprezos, humilhações, perseguições, morte, enfrentando os poderosos de os matizes que outro interesse não tinha senão manter o padrão estabelecido de que se bene ciam. E isso não mudou. A realidade atual mostra isso. O egoísmo ainda nos domina e ainda permanecemos fechados e irredutíveis aos pontos de vistas, aos sistemas a que nos escravizamos, nos condicionamos, deixando-nos conduzir por automatismos deploráveis, sem dar chance de abertura aos novos tempos, às novas ideias, aos transformadores da sofrida realidade social. Mas novos clarões já se projetam, pois, a Lei de Progresso é inevitável. A rma Schutel no primeiro parágrafo de sua re exão: “O mundo não tem progredido senão à custa de lutas e sofrimentos. Todas as novas descobertas, todas as grandes verdades, todos os grandes homens não têm conseguido exercer a sua missão no nosso planeta senão com grandes sacrifícios e depois de uma luta terrível contra o espírito de ignorância, que ensombra todas as camadas sociais”! E depois de valiosas considerações (sugerimos ao leitor buscar o texto na íntegra), ele coloca com propriedade: “Cada jato de luz que vibra na mansão das trevas agita os ignorantes sistemá-
ticos, assim como os lampejos do Sol alvoroça os morcegos e as corujas que só se comprazem com a noite.” Não vou car nas transcrições, quero estimular o leitor a buscar o texto integral. Ele conclui referindo-se à luta das ideias espíritas frente à truculência das ideias materialistas, gradativamente, sendo vencidas pela clareza de uma realidade patente que hoje já compreendemos. Há uma frase, todavia, que chama muito atenção nessas lutas. E que motivou a presente abordagem. Considera o benfeitor: “… a árvore dos bosques não cai ao primeiro golpe do machado; é preciso muitas 'machadadas' (…).” A comparação é belíssima nessas lutas que nunca cessam. É preciso mesmo perseverar, prosseguir e dar as constantes “machadadas” (a comparação em hipótese alguma é com a violência, mas com o trabalho continuado) da perseverança que vai vencer o preconceito, o orgulho e especialmente o espírito de sistema, que teima em escravizar, prender, coibir iniciativas ou impedir o progresso e a felicidade, justamente pela mentalidade de egoísmo que ainda nos domina e que nos faz esquecer a solidariedade…. Mas, como somos potencialmente bons, esse quadro vai passar e conquistaremos com trabalho a dignidade que deve nos caracterizar como lhos de Deus. Autor: Orson Peter Carrara
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