Revista Comuna 70

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#70 | DEZEMBRO | 2015 DIREÇÃO GERAL: CARLOS ALBERTO DE QUADROS BEZERRA CONSELHO GESTOR: CARLOS BEZERRA JR, SÉRGIO PAVARINI, OSMAR DIAS, AGUINALDO FERNANDES, VALMIR VENTURA, LAIR DE MATOS, RENATO FOGAÇA, CÉZAR ROSANELI, FERNANDO DINIZ, GUSTAVO ROSANELI, RONALDO BEZERRA COORDENAÇÃO EDITORIAL: CARLOS BEZERRA JR. E GUSTAVO ROSANELI COORDENAÇÃO DO PROJETO: GUSTAVO ROSANELI JORNALISTA RESPONSÁVEL: CÉSAR STAGNO - MTB 58740 REVISÃO: MAYRA BONDANÇA COLABORADORES: MAYRA BONDANÇA, DAVI MARTINS, DIREÇÃO DE ARTE E PROJETO GRÁFICO: SALSA COMUNICAÇÃO CIRCULAÇÃO: NO ESTADO DE SÃO PAULO: SÃO PAULO CAPITAL; ARUJÁ; ATIBAIA; BALSA; BRAGANÇA; CAMPINAS; CARAGUATATUBA; GUARULHOS; MAUÁ; MOGI DAS CRUZES; REGISTRO; SANTOS; SÃO BERNARDO DO CAMPO; SOCORRO; SOROCABA; TATUÍ; TAUBATÉ; UBATUBA. RIO DE JANEIRO: MACAÉ.MINAS GERAIS: GOVERNADOR VALADARES; BELO HORIZONTE; SÃO SEBASTIÃO DE VARGEM ALEGRE; VISCONDE DO RÍO BRANCO. PARANÁ: CURITIBA; FOZ DO IGUAÇU; LONDRINA; MARINGÁ; PARANAGUÁ; ROLÂNDIA. PERNAMBUCO: BARREIROS; CARUARU; CATENDE; ITAPISSUMA; JOÃO PESSOA; RECIFE; STA. MARIA DA BOA VISTA. BAHIA: SALVADOR; VITÓRIA DA CONQUISTA

SÓ DEUS QUIS SER MENINO Uma frase bem conhecida diz: “Todo menino quer ser homem. Todo homem quer ser rei. Todo rei quer ser Deus. Só Deus quis ser menino.” O Natal revela-nos a mais gloriosa de todas as mensagens, a mensagem de que Deus se fez homem e veio habitar entre nós. Sendo rico, se fez pobre; sendo eterno, entrou no tempo; sendo infinito, foi enfaixado em panos; sendo o Rei da glória, se fez servo.

DISTRIBUIÇÃO: 12.000 EXEMPLARES

Loucura para o mundo. Um mundo que, egoísta e insaciável, O rejeitou ao chegar e O alojou numa estrebaria, e hoje ainda não entendeu Sua verdadeira mensagem. A esse mundo, Deus respondeu – e responde – com amor incomparável, que teve sua graciosa expressão na generosa entrega do Seu único filho, aquele que é chamado “Príncipe da Paz”.

E AÍ, GOSTOU?

Nesta edição da Revista Comuna, queremos reafirmar que o Natal é Jesus, quem, contra todo paradigma, “não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mt. 20.28).

IMPRESSÃO: GRÁFICA COKTAIL

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Quero enfatizar a importância daquilo que o pastor Ludovico menciona no artigo, “O “deus” desta era. Há uma grande quantidade de pessoas apegadas à religião, o que impede a muitos outros de se aproximarem de Jesus. Muito obrigado pela Revista Comuna, ela tem trazido uma nova visão sobre a vida cristã, e todos que recebem a revista gostam muito das matérias. Ismael Bezerra

UMA IGREJA-FAMÍLIA VIVENDO O AMOR DE CRISTO ALCANÇANDO O PRÓXIMO E FORMANDO DISCÍPULOS

Cristo veio para nos mostrar o caminho da generosidade e da paz, que são as respostas de um Natal que tem Jesus como único protagonista, onde há tempo para gratidão e alegria. Feliz Natal!

GUSTAVO ROSANELI PELA EQUIPE EDITORIAL

COMUNIDADE DA GRAÇA SEDE RUA EPONINA, 390 - V. CARRÃO (11) 2090-1800

ACESSE O PORTAL COMUNA WWW.COMUNA.COM.BR


CAPA | 18

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CRENDO CONTRA O QUE SE ESPERA

12 DE OLHOS BEM ABERTOS

28 LIVRES PARA TER ESPERANÇA

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TEMPO DE AGRADECER

14 A INSPIRAÇÃO DO NATAL

30 PROMESSA DE DEUS

A QUEM HONRA, HONRA

16 PROCURAVAM REFÚGIO, ENCONTRARAM UMA FAMÍLIA

26 O AVIVAMENTO DESEJADO POR DEUS

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RECOMENDO

ACONTECEU


PALAVRA DO PRESIDENTE

CARLOS ALBERTO BEZERRA

C R E N D C O N T R O Q U E S E S P E R

O A E A

CONFIAR NELE SEM SERMOS CONSUMIDOS PELO DESESPERO

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hega dezembro, o final de ano se aproxima, e inevitavelmente começamos a pensar em como os meses passaram tão rapidamente e, mentalmente, preparamos o balanço. É quase como assistir a uma retrospectiva dos 365 dias que se foram. É um tempo de reflexão e de expectativa, porque a chegada do novo ano traz uma sensação de renovação, de esperança.

quando não há mais motivos para ter esperança, mesmo diante de circunstâncias desfavoráveis. Precisamos ter a capacidade e humildade de entender que não é a nossa força, mas sim o poder de Deus que opera em nós. Isso é crer contra a esperança. É confiar nele sem jamais sermos subvertidos pelo desespero. “É Cristo em vós, esperança da glória” (Cs. 1.27).

A nossa expectativa não está no mundo, mas naquele que É lógico que é difícil falar de esperança quando vemos o foi enviado ao mundo em resgate de muitos, Jesus. Ele é a que acontece no mundo. Aliás, o cristão não está – e nem resposta de Deus. Ele é a graça de Deus. Ele é o cumprideve – ficar alheio ao que acontece. Como costumo dizer, mento das promessas de Deus. Ele é o Salvador do mundo, devemos viver com a Bíblia debaixo de um braço e o jornal a própria esperança. debaixo do outro. E a realidade que os jornais mostram, e que vivemos diariamente, é que a crise política e financeira O impossível pode acontecer quando Jesus intervém. Ele tem afetado o desenvolvimento do nosso país. O número de acalmou o mar e fez cessar o vento, quando os discípulos pessoas que fogem das suas nações de estavam quase a perecer (Mc. 4.35-41). A BÍBLIA NOS ENSINA QUE NÃO origem para procurar refúgio aumenta a Ele curou uma mulher hemorrágica, cada dia e, para piorar a situação, essas DEVEMOS ESPERAR O QUE O MUNDO depois que todos os recursos humanos famílias deverão agora enfrentar as inhaviam se esgotado (Mc. 5.25-34). Ele ESPERA, QUE DEVEMOS TER FÉ clemências do severo inverno europeu. ressuscitou a única filha de um líder reA terrível catástrofe gerada pela mineligioso, mostrando que também tem poMESMO QUANDO NÃO HÁ MAIS radora Samarco nos estados de Minas der sobre a morte (Mc. 5.35-43). Ele é a MOTIVOS PARA TER ESPERANÇA” Gerais e Espírito Santo, e que acabou única esperança. com o Rio Doce, demorará - e muito - a ser resolvida. Os grupos extremistas islâmicos continuam realizando ataques 2016 pode ser diferente. Creia contra o que o mundo espee cometendo assassinatos para tentar impor o califado no ra, contra o que os seus olhos veem. Creia que seus famimundo. Enfim, o mundo atravessa uma verdadeira crise liares serão alcançados e terão um novo nascimento. Creia moral. Então, como falar de esperança? que seu casamento pode ser uma bênção e que seus filhos, herança do Senhor, irão alcançar lugares maiores do que O apóstolo Paulo, falando sobre a promessa de paternidade você. Creia no Cristo que habita em você e deixe que Ele que Deus fez a Abraão, diz que o profeta “creu contra a es- lidere sua célula, que Ele cuide das pessoas e expresse Seu perança” (Rm. 4.18). Mas, isso é possível? A que se refere amor e compaixão através de você. É nele que sua vida irá o autor com essa frase? mudar. É nele que a Comunidade da Graça continuará a crescer. É nele que, juntos, alcançaremos mais e mais pesO homem que resultaria ser o “pai das nações” estava com soas para honra e glória do Seu santo nome. Ele é a própria 99 anos quando recebeu essa promessa do Senhor. Nem esperança. E diante dele todo joelho se dobrará e toda línele, nem sua mulher, Sara, tinham idade para ter filhos. De gua confessará que Jesus é o Senhor. Feliz 2016 em Cristo. fato, sua esposa era estéril. Então, aquilo era biologicamente impossível. Mas, contrariando toda probabilidade humana para que a promessa pudesse se cumprir, Abraão creu. CARLOS ALBERTO BEZERRA É FUNDADOR DA COMUNIDADE DA GRAÇA. UM HOMEM Ou seja, quando não havia razão alguma - de fato, quando APAIXONADO POR PESSOAS. PASTOR HÁ 50 toda a razão era contra ele -, ele continuou crendo. Creu ANOS. CASADO COM SUELY HÁ 49. PAI DE contra a esperança, contra o que o mundo esperava. 6 FILHOS E AVÔ DE 16 NETOS. O AMOR, O O contexto mostrava ao profeta que ele e sua mulher jamais seriam pais. Era impossível. Da mesma forma, o contexto nos apresenta um mundo atravessando uma terrível crise moral, caminhando para sua destruição. Parece impossível que as coisas melhorem. Mas a Bíblia nos ensina que não devemos esperar o que o mundo espera, que devemos ter fé mesmo

SERVIÇO E A VALORIZAÇÃO DA FAMÍLIA SÃO SUAS ÊNFASES MINISTERIAIS. PREGADOR APAIXONADO, ESCRITOR INSPIRADOR. MILHARES DE PESSOAS, NO BRASIL E NO EXTERIOR, TÊM SIDO INSPIRADAS E ALCANÇADAS PELA GRAÇA TRANSFORMADORA DE JESUS ATRAVÉS DE SUA VIDA E MINISTÉRIO AO LONGO DOS ANOS.

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TRANSFORMAÇÃO

SUELY BEZERRA

TEMPO DE

Agradecer O PODER DA GRATIDÃO COMO ESTILO DE VIDA

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m coração grato é mais saudável. Foi a essa conclusão que a Associação Americana de Psicologia chegou depois de um estudo com 186 pacientes com problemas cardíacos. Eles mantiveram um diário de gratidão durante oito semanas, enquanto recebiam cuidados clínicos regulares. No resultado, todos apresentaram melhora no humor e no sono, menos fadiga e cansaço e uma redução nos níveis de marcadores inflamatórios, ou seja, melhor saúde cardíaca. Outras pesquisas já haviam mostrado os efeitos da gratidão no sistema imunológico e nos relacionamentos.

gentil com a caixa de supermercado e educada com a garçonete do restaurante. Doe roupas ou comida para moradores de rua, ou para aquela pessoa que passou procurando alguma coisa no seu lixo. Se voluntarie em algum projeto de caridade. Não importa o que escolher fazer, lembre-se sempre de que compartilhar é a melhor maneira de experimentar a alegria.

O apóstolo Paulo foi um dos homens que entendeu o que significava um coração agradecido. Em suas cartas, sempre falava sobre a importância de se sentir feliz e satisfeito em todas as circunstâncias. Em 1 Tessalonicenses 5.18, instruiu aos cristãos de Tessalônica: “Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus.” Somos ensinadas sobre a importância das ações de graças. Mas será que isso só tem a ver com dizer “muito obrigado”, será que o efeito na vida daqueles pacientes foi só escrever uma lista?

Escrever é uma ótima maneira de nos lembrarmos das coisas e de as deixarmos gravadas. Você pode ter um caderno para anotar seus motivos de gratidão, colocar no seu Instagram, compartilhar com uma amiga no WhatsApp. Isso vai te ajudar a registrar os momentos importantes que vão te encher de esperança quando as coisas não estiverem tão bem assim.

Muito além de uma ação ou reação, a gratidão é, na verdade, um estilo de vida. E demonstra fé e confiança, a certeza de que sabemos que Deus realmente é quem Ele diz ser. A missionária e escritora Elisabeth Elliot, certa vez, disse: “Amar a Deus é amar a Sua vontade. É estar contente com o Seu tempo e os Seus propósitos.” Crer que a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita (Rm. 12.2) nos ajuda a cultivar um coração grato.

Ao invés de focar nas coisas que estão dando errado na sua vida e de ficar se comparando com as outras pessoas, preste atenção em tudo aquilo que você já tem e nas coisas que deram certo pra você. Deus sabe o que é melhor para nós e para as pessoas que estão ao nosso redor.

Mas, como podemos adotar o hábito de sermos gratas em qualquer situação? Algumas coisas podem nos ajudar:

LEMBRE-SE DAQUELES A QUEM VOCÊ AMA Acabamos passando por nossos dias sem expressar aos nossos familiares e amigos o quanto eles são importantes para nós. Podemos mudar isso. Fale para o seu marido o quanto você o ama e é grata pela vida dele, expresse isso aos seus filhos. Vá tomar um café com aquela amiga que é tão especial e diga como ela deixa a sua vida mais leve e feliz. Escreva bilhetes, faça pequenas gentilezas.

SEJA O MOTIVO DA GRATIDÃO DE OUTROS A generosidade nos ensina a ter um coração agradecido. Então, ofereça o melhor que você tem todos os dias. Seja

FAÇA LISTAS DE GRATIDÃO

VÁ ALÉM DAS CIRCUNSTÂNCIAS

Ter ações de graças como um estilo de vida, nos lembra de que a nossa alegria está enraizada em Deus, não nos prazeres temporários deste mundo e nas nossas emoções inconstantes. Aproveite o último mês do ano para se lembrar de tudo o que aconteceu nos 365 dias que se passaram, da fidelidade do Senhor em cada situação. Traga à sua memória aquilo que te dá esperança e se prepare uma vida mais leve e muito mais feliz.

FUNDADORA E LÍDER DO MINISTÉRIO MULHERES INTERCESSORAS, SUELY BEZERRA TEM UMA VIDA MARCADA PELA ORAÇÃO E INTERCESSÃO. TEM MENTOREADO LÍDERES E PASTORAS AO REDOR DO PAÍS DURANTE TODA SUA VIDA. É ESPOSA DO PR. CARLOS ALBERTO BEZERRA. ELES ESTÃO JUNTOS HÁ 49 ANOS, TÊM SEIS FILHOS E DEZESSEIS NETOS. @SUELYBEZERRA_

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HOMENAGEM

A QUEM HONRA, HONRA PASTOR CARLOS ALBERTO BEZERRA RECEBE HOMENAGEM E TÍTULO DE CIDADÃO HONORÁRIO DE LONDRINA (PR) apóstolo Paulo, em Romanos 13.7, escreveu: “Deem a cada um o que lhe é devido: se imposto, imposto; se tributo, tributo; se temor, temor; se honra, honra.” A honra ao Senhor é uma marca profunda do ministério do pastor Carlos Alberto Bezerra. E foi por isso que a Câmara Municipal de Londrina o reconheceu como cidadão honorário da cidade, dando também honra a ele, pelo trabalho realizado. No início da década de 1990, o pastor Carlos Alberto Bezerra mudou-se junto com toda a sua família para começar a Comunidade da Graça ali. “Fui a convite do Conselho de Pastores. Deixei amigos queridos lá, tenho vínculos muito profundos com Londrina”, revela o pastor. Desde então, a igreja tem realizado diversos trabalhos sociais nas regiões mais carentes do município. O projeto foi uma iniciativa do vereador Jamil Janene e a cerimônia de reconhecimento foi realizada na Câmara Municipal de Londrina, no dia 27 de novembro. Entre os presentes, o pastor Renato Fogaça destacou: “Para nós isso significa uma mais do que justa homenagem, pois eu e toda a minha casa fomos alcançados, juntamente com outras milhares de pessoas, pelo trabalho

PR. CARLOS ALBERTO RECEBE O RECONHECIMENTO

e dedicação a serviço do Evangelho de Cristo, que levaram o pr. Carlos Alberto a esse reconhecimento. Estamos muito felizes e gratos, pois justiça foi feita e nosso Deus exaltado!” “Uma homenagem justíssima. Reconhecimento ao trabalho e à dedicação do meu pai, por mais de 30 anos a cidade de Londrina, onde, aliás, começamos o trabalho da Fundação, com a primeira creche. É um estímulo ao nosso pastor, para que ele continue semeando as sementes do Reino, de fé, de esperança, de paz, de amor e de justiça, que frutificam de forma especial no Sul do Brasil. Como seu filho, sou testemunha de sua luta e dedicação ao ministério”, comentou o pastor e deputado Carlos Bezerra Jr., que também fez questão de comparecer ao evento junto de sua mãe, a pra. Suely Bezerra. Ao receber o reconhecimento, o novo cidadão honorário de Londrina, disse: “Os méritos não são meus, mas de muitas pessoas que me ajudaram nesta trajetória e, claro, do Senhor Jesus. Um semeou, outro regou, mas o crescimento quem deu foi Deus. Estamos colhendo o resultado da semente que foi plantada em solo muito fértil.”

O PR. CARLOS ALBERTO DISCURSA NA CÂMARA MUNICIPAL DE LONDRINA

IMAGEM DA SESSÃO SOLENE NA CÂMARA MUNICIPAL DE LONDRINA

PASTORES CARLOS ALBERTO, SUELY E CARLOS BEZERRA JR. 11


INSPIRAÇÃO

CARLOS BEZERRA JR.

NÃO ENXERGAR O OUTRO NÃO É UMA AÇÃO PASSIVA, É UMA ESCOLHA

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enho uma queda pelo Natal, confesso. Todas as festas cristãs são especiais, mas essa é a que mais me emociona. Não sei quanto a você, mas eu gosto demais das músicas antigas, dos presépios e das poesias. Para mim, além da adoração que o ato do amor do Pai ao enviar Seu Filho nos desperta, tem algo de único na essência dessa celebração – e que penso estar na raiz do próprio cristianismo: é impossível experimentá-la sozinho. Natal tem a ver com comunhão, não é mesmo? Comunhão com Aquele que veio ao mundo por nós, perdidos, e com o nosso próximo. Diz respeito ao milagre de partilhar a vida com o outro. Por isso, há algo de errado com aqueles que fazem dos dias que o antecedem um frenesi de consumo egoísta, esquecendo-se dos necessitados à sua volta. Se desejamos viver o Natal de verdade, é preciso que, ao nos lembrarmos da simplicidade do Salvador, que veio ao mundo indefeso como um bebê, sejamos levados a enxergar os mais frágeis, aqueles que são “invisíveis” no meio de uma sociedade indiferente como a nossa. Nas filas de hospitais públicos e seus doentes abandonados para morrerem, nos olhares das crianças abusadas e o vazio que transmitem e no rosto de tantos excluídos encontramos as vítimas dessa violência diária. Uma cegueira coletiva que, ao nos tolher a visão, impede-nos também de perceber as angústias de nossos semelhantes, de estender os braços para acolhê-los e para lutar contra aquilo que os oprime. A época bíblica também tinha seus excluídos. Porém, o Mestre nunca os perdia de vista. Em meio às multidões que O acompanhavam, Ele os enxergava e desviava Seu próprio caminho para encontrá-los. Foi assim com a mulher com fluxo de sangue e seus apelos já quase sem forças, foi assim com o cego marginalizado, esquecido à beira da estrada. Ambos foram vistos por Ele. E ao serem notados, receberam o milagre da transformação. Se a realidade de degradação à nossa volta não nos incomoda, é porque estão faltando olhos sensíveis. Não enxergar o outro não é uma ação passiva, é uma escolha. E qual o peso de ser “invisível” numa sociedade fundamentada nas imagens como a nossa? Não

ser visto é quase não existir... Diante disso, como comemorar o Natal em abundância quase ofensiva? “Uma homenagem tem de estar em harmonia com a pessoa homenageada, só assim é possível torná-la presente entre aqueles que a comemoram”, escreveu Rubem Alves. Se isso é verdade, estamos celebrando a festa errada! Se queremos expressar a Cristo nesse Natal, devemos nos questionar: o que tem a ver o espetáculo do comércio capitalista com a chegada do Salvador numa estrebaria? Onde estão os necessitados e os pobres na fartura de nossas mesas? Qual o sentido de nos encerrarmos dentro de templos confortáveis quando o Menino que nos trouxe a vida eterna foi acomodado no cocho onde se põe comida aos animais, a manjedoura? Ora, o verdadeiro Natal está nas ruas da cidade! E, se não encontrarmos os “invisíveis” que nela habitam, como fazia o Mestre, de nada adiantará desejar-nos os melhores votos diante da mesa farta da ceia. O “feliz Natal!” não cai do céu como um presente que, num solavanco, escapou do trenó do bom velhinho. É preciso que nos livremos de nossas diferenças para fazê-lo, construi-lo, todo dia. É de olhos bem abertos que devemos festejar o Natal. Sua alegria não está na individualidade, mas na partilha que une: a partilha da vida que recebemos de Jesus. Que, através de nós, cristãos, os “invisíveis” que hoje estão na mais densa escuridão vejam a luz da esperança, da solidariedade, da justiça e do amor. Que, neste Natal, percebamos que a verdadeira espiritualidade é aquela que nos humaniza, sensibiliza e nos faz enxergar nosso próximo. Que seja essa a nossa verdadeira festa nesse ano: enxergar os excluídos e com eles dividir nosso pão, contando-lhes que o Natal é feliz, sim, porque o Menino na manjedoura continua a olhar para cada um deles.

PASTOR, MÉDICO, DEPUTADO ESTADUAL, PRESIDENTE DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SÃO PAULO. CASADO COM PATRÍCIA BEZERRA, E PAI DE GIOVANNA E GIULIANNA @CARLOSBEZERRAJR

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PASTORAL

PR. MARCOS SILVA

A INSPIRAÇÃO DO NATAL É TEMPO DE COMPARTILHAR O PÃO DA VIDA ogo depois, a estrela apareceu outra vez, a mesma que eles tinham visto no céu do Oriente. Ela os guiou até o lugar em que estava a criança. Eles mal podiam conter a alegria: estavam no lugar certo! Haviam chegado na hora exata! Entraram na casa e viram o bebê nos braços de Maria, sua mãe. Num gesto de submissão, ajoelharam-se e o adoraram. Em seguida, abriram a bagagem e entregaram os presentes: ouro, incenso, mirra.” - Mateus 2.9-11, A Mensagem

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O mês de dezembro traz consigo um clima especial. A proximidade das festas de final do ano geram diferentes expectativas nas pessoas. Por exemplo, pode ser que numa casa o marido esteja feliz e a esposa fique triste, melancólica. Ou pode acontecer que os filhos façam uma lista de presentes que desejam ganhar, e os pais uma das contas a pagar. Alguns ficam tristes nesta época do ano, talvez porque não estarão numa mesa junto com seus familiares, ou talvez porque, infelizmente, foram marcados de uma forma negativa. Outros mostram toda sua ansiedade nos comentários que fazem: “Vai ter peru e vai ter muita comida. Vou comer até não dar mais!” ou “Vai ter presente! Quanta coisa legal que vou ganhar.” Mas a pergunta é: o que inspira o Natal? Alegria ou tristeza? Fartura ou pobreza? União ou solidão? Esperança ou desespero? Por que nosso coração deveria se encher de alegria e espírito de celebração? A palavra de Deus aponta o motivo. O relato contido nestes versículos de Mateus mostra que pessoas de outras partes do mundo, e não apenas de Israel, aguardavam a chegada do Messias. A visita dos magos enfatiza o fato de que Jesus não veio só para os judeus, mas para todos os povos. E a narrativa mostra que eles tinham alegria no coração, entusiasmo. Queriam se encontrar com o Messias, o Mestre. Eles sabiam que a profecia tinha se cumprido e que o Salvador tinha chegado ao mundo. No capítulo anterior do livro de Mateus, um anjo sinaliza um marco na história da humanidade: “A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamarão Emanuel, que significa “Deus conosco.” O mesmo que tinha sido anunciado pelo profeta Isaías no Antigo Testamento (Is. 7.14). A alegria e a expectativa no coração daqueles magos era porque a Palavra do Senhor estava se confirmando naquela manjedoura. Ali começa o seu e o meu Natal. Ali começa tudo! A vida ganha sentido, a alegria é indescritível, o coração explode em júbilo porque há a certeza de que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eternal” (Jo. 3.16). Em Lucas, no capítulo 2, no momento em que Jesus nasceu, há alvoroço, festa na Terra, provocado pela notícia de que, na cidade de Davi, nasceu o Salvador! Uma mul-

tidão do exército celestial se fez presente naquele lugar e louvava a Deus cantando: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor” (Lc. 2.14). Jesus veio ao mundo para trazer a presença de Deus, nos reconciliar com Ele, nos salvar, nos resgatar. Nos salvar dos nossos medos, das nossas confusões, dos enganos de Satanás, do que produz tristeza. O Salvador vem porque pode nos libertar de toda escassez, de toda pobreza, da arrogância, da ganância, do egoísmo, da mentira, do engano, da falsidade, da amargura, da falta de perdão, de nós mesmos! Nasceu Jesus, o seu e o meu Salvador! Senhor soberano, absoluto. É o que nós todos precisávamos. O rei Herodes tinha pedido aos magos para mandar notícias quando encontrassem o menino: “pois eu também quero adorá-lo” (Mt. 2.8). Suas intenções não eram tais – na verdade ele pretendia matar a criança -, mas suas palavras mostram a inspiração do Natal: é momento de adorar a Deus. Aqueles sábios se prostraram diante da manjedoura, naquele lugar tão simples. Aqueles homens reconheceram o presente de Deus para a humanidade e começaram a adorá-lo. Natal é uma festa porque adorar ao Senhor é uma festa. Isso enche nosso coração de alegria e nossa vida de sentido. É o momento de nos colocar diante dele e oferecer nosso melhor, nossa vida, nosso intelecto, tudo o que possuímos de excelente. É momento de compartilhar com o próximo o pão da vida, Jesus. O que podemos fazer para viver o melhor Natal da história de nossas vidas? Compartilharmos o melhor presente que Deus deu à humanidade. Que seu coração seja cheio do amor do Pai, cheio de compaixão e misericórdia, cheio da mesma expectativa que aqueles magos tinham, e que você transborde e compartilhe com todos aqueles que estiverem perto ou longe do maior milagre de Deus, Jesus.

MARCOS SILVA É PASTOR DA COMUNIDADE DA GRAÇA EM BRAGANÇA PAULISTA (SP). É CASADO COM MÍRIAN E TEM DOIS FILHOS, LAÍS E MATEUS.

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SERVIÇO AO PRÓXIMO

PROCURAVAM REFÚGIO, ENCONTRARAM UMA FAMÍLIA CGS PARANAGUÁ E ROLÂNDIA CRIAM PROGRAMAÇÃO ESPECIAL PARA ACOLHER HAITIANOS m 2010, um terremoto de magnitude 7.2 atingiu o Haiti no mês de janeiro. Em 35 segundos, a nação inteira veio abaixo, mais de 250 mil pessoas morreram e cerca de 1,5 milhão ficaram desabrigadas. Cinco anos depois, as coisas não melhoraram muito. Por causa da situação precária e da falta de saneamento básico, um surto de cólera tem atingido o país e já matou 8,5 mil pessoas. 80% da população vive em situação de pobreza. Com um histórico de migração por conta de muitas turbulências políticas, poucas ofertas de trabalho e condições de vida ruins, a população passou a procurar outros países onde pudesse se estabelecer, e um deles é o Brasil. De 2010 para 2011, o número de haitianos no nosso país foi de 200 para 4 mil. Hoje, mais de 38 mil vivem aqui, e os números devem chegar a 50 mil até o final deste ano. Os desafios são muitos: eles enfrentam o desemprego, muitos não têm um visto e nem são considerados refugiados. Além de sofrerem com o preconceito e a xenofobia. As Comunidades da Graça em Paranaguá e Rolândia, no estado do Paraná, têm se esforçado para ser um lugar seguro para essas pessoas, oferecendo programações especiais para que elas se sintam amadas e parte do corpo.

“Eles nos pedem para não desistir, para não os abandonar” No começo deste ano, um grupo de estrangeiros começou a frequentar a Comunidade de Paranaguá. Com saudades de casa e dificuldades para arranjar um emprego e até um lugar para ficar, eles acabaram encontrando ali uma nova família. Ao conhecê-los, Geizi Paes sentiu que deveria fazer algo a mais para ajudá-los, que deveria apresentar a eles a graça de Deus. Esse desejo contagiou todo o GCEM que ela lidera com o seu marido e se espalhou por toda a igreja. Foi en-

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tão que nasceu um grupo de Encontros de Paz específico para haitianos, que hoje já conta com 20 pessoas. “O que nos dá mais força para continuar é que eles não querem parar, nos pedem para não desistir, para não os abandonar”, conta o pastor Noé Antunes. Os encontros semanais têm gerado muitos frutos. Esses homens estão conhecendo o amor de Deus, têm sido libertos e também têm experimentado muitos milagres. Além de terem encontrado uma nova família, mesmo estando tão longe de casa.

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Para o pr. Noé, isso é apenas o começo de um trabalho que ainda vai alcançar muitas pessoas, fazendo da casa de Deus um abrigo de paz e esperança. “Nós estamos gratos por esse privilégio de servir e amar os irmãos do Haiti e não vamos parar por aqui.”

“Temos aprendido muito sobre como é gratificante ajudar ao próximo”

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Em Rolândia, o grupo de haitianos já chegou a 42 pessoas, são 31 adultos e 11 crianças. A igreja tem se empenhado em abraçar essas pessoas e, hoje, luta em unidade para que elas tenham melhores condições de vida em seu novo país. Além de também criar um grupo específico de Encontros de Paz, a igreja tem oferecido trabalhos de desenvolvimento social, como cursos de culinária básica brasileira e organização do lar, acompanhamento das famílias em consultas médicas e outros estabelecimentos, e até o contato com imobiliárias, facilitando o aluguel de imóveis. Cientes das necessidades financeiras dos estrangeiros, os membros também têm se unido para ajudar a mobiliar suas casas e atender às suas necessidades básicas, já que o salário da maioria – que gira em torno de R$ 900 – é quase todo enviado ao Haiti, para os familiares que ainda estão lá. Para Leonardo Campos, um dos responsáveis pela ação social da Comunidade da Graça em Rolândia, essas pessoas são um presente e é um privilégio poder estar com elas. “Temos aprendido muito sobre como é gratificante ajudar ao próximo, aprendemos a dar valor às pequenas coisas da vida”, conta. “Apesar de às vezes chorarem de saudade das famílias, quando olhamos para eles é nítido perceber a gratidão que têm por tudo o que têm vivido e recebido.”

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HAITIANOS PARTICIPANDO DE DIFERENTES EVENTOS DA CG PARANAGUÁ (1, 2 E 3) E NOS CULTOS DE CELEBRAÇÃO NA CG ROLÂNDIA (4 E 5).

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CAPA

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Natal é uma festa comemorada no mundo todo. Não importa o idioma, a condição econômica, a idade ou o clima. Cor, alegria, esperança, amor, presentes, música criam o clima festivo desse evento universal e cada país segue uma tradição diferente. E, embora seja um feriado cristão, é amplamente comemorado por muitos não-cristãos. Na Índia, por exemplo, as pessoas enfeitam as bananeiras e decoram seus lares com folhas de manga. Na Romênia, as crianças vão de casa em casa cantando hinos, contando lendas e recitando poesias, enquanto os poloneses fazem um jejum de 24 horas, que só termina na ceia. Já os gregos têm por costume trocar presentes apenas no dia 1° de janeiro, e na Suíça as pessoas se fantasiam de Papai Noel e participam de um mergulho coletivo nas geladíssimas águas do lago Genebra. Embora o significado verdadeiro do Natal, o nascimento de Jesus, o Salvador do mundo, tenha sido substituído pelo excessivo – e muitas vezes desnecessário – consumismo, essa época do ano se cobre de uma atmosfera especial de confraternização e solidariedade.

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A necessidade de olhar para o outro invade nosso coração com mais força do que nos outros 11 meses do ano. Será que é isso mesmo? Ou será que queremos apenas nos sentir melhor? Recentemente, a fundação britânica Charities Aid Foundation, apresentou os resultados da pesquisa que avalia o comportamento da população de 145 países quando o assunto é generosidade, a The World Giving Index. O estudo analisa a percentagem mensal de pessoas que costuma ajudar estranhos, a que doa dinheiro para instituições de caridade e a que dedica algum tempo para o voluntariado. Para surpresa de muitos, o país que lidera a lista é Myanmar, uma das nações mais pobres do planeta, que sofre há décadas com a estagnação econômica e é governada – desde 1962 – por uma ditadura militar. A ex-Birmânia tem metade dos seus 53 milhões de habitantes vivendo na miséria e, fora da África, é o recordista de pobreza. O paradigma de que o nível de generosidade é diretamente proporcional ao quanto se tem, cai aqui por terra. O que conta é o coração, não o quanto há no bolso. De fato, apenas cinco dos países mais ricos do mundo, aqueles que integram o famoso G20, figuram entre os primeiros dois decênios da lista. São eles: Estados Unidos (2), Canadá (4), Austrália (5), Inglaterra (6) e Holanda (7). O Brasil não faz parte do grupo dos mais generosos, aparece na posição 105 da lista. E o cenário piora se levamos em consideração que os últimos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) revelaram que o país alcançou a marca de 203,2 milhões de habitantes. Uma quantidade de habitantes 150% maior do que a do líder da pesquisa. Contudo, e mesmo com a crise econômica afetando o desenvolvimento de várias nações, o estudo também revela que houve um crescimento no número de pessoas que, ao redor do planeta, doam dinheiro para causas humanitárias e ajudam ao próximo se envolvendo em diversas atividades. Sim, há esperança. Segundo o dicionário, a esperança é o sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja. Desejamos um mundo em paz, um mundo mais generoso, compassivo. Mas o Natal nos lembra de que a esperança deixou de ser um sentimento para passar a ser realidade quando o verbo se fez carne e habitou entre nós. Jesus veio para nos salvar, veio para transformar a mente e o coração do homem e, assim, mudar o mundo. Dependendo da pessoa, o Natal pode ter significados diferentes. Mas a verdade é que a história da humanidade mudou neste dia. Dia em que aquele que amou o mundo de tal maneira, deu, amorosa e generosamente, o Seu único filho para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha vida eterna. Dia em que comemoramos o nascimento da nossa esperança, do nosso Salvador, que se entregou para que façamos parte da família de Deus. O Natal é Jesus.

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Pelo sexto ano consecutivo, a fundação britânica Charities Aid Foundation apresentou o The World Giving Index, uma pesquisa que avalia o comportamento da população de 145 países quando o assunto é filantropia. A ideia é a de eleger os vinte que serão considerados como os mais generosos do mundo. O Brasil não faz parte do grupo dos mais caridosos. Pelo que foi feito durante os últimos 12 meses, o país ocupa a posição 105 do ranking.

4. CANADÁ

2. E.U.A


DE PESSOAS AJUDARAM UM DESCONHECIDO

DE PESSOAS DOOU DINHEIRO

DE PESSOAS FEZ ALGUM TIPO DE TRABALHO VOLUNTÁRIO

1. MYANMAR

105. BRASIL 3. NOVA ZELÂNDIA 5. AUSTRÁLIA

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PR. CARLOS ALBERTO BEZERRA

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queles que me acompanham há algum tempo sabem que uma das frases que tem marcado estes já 50 anos de ministério pastoral é: “O amor é o que o amor faz”. Isso não é um jargão, são palavras que descrevem a realidade prática do cristianismo, reflexo da natureza daquele que habita em nós.

ofensores e amamos nossos inimigos movidos pelo amor. E quando não é aquilo que nos motiva, mas o medo das consequências, nos tornamos religiosos. Então, ou o amor é altruísta e solícito, que arregaça as mangas e olha para o necessitado e prefere mais dar do que receber, ou então não é um amor cristão.

A Bíblia apresenta Deus como o próprio amor em 1 João 4.35. Um amor que se expressou desde a criação do mundo, que deu ao homem Sua imagem e semelhança, que cuidou de Seu povo e o tirou da escravidão do Egito, que permaneceu fiel mesmo diante da infidelidade, e que “entregou Seu único filho para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna” (Jo. 3.16). Ou seja, um amor prático, visível. Não apenas de palavras, mas de ações. Generoso.

O Natal é um momento fundamental na história da humanidade, é o surgimento de uma esperança, é o cumprimento da promessa de Deus de perdoar e reconciliar consigo mesmo o homem perdido, através do Seu próprio filho Jesus. O nascimento de Cristo, fruto do coração amoroso desse Pai que doa tudo a todos que nada merecem, significa a real possibilidade de transformação e salvação do ser humano. Portanto, ninguém conseguirá ser melhor e agradar a Deus enquanto não experimentar o verdadeiro Natal, que é “Cristo em vós, a esperança da glória” (Col. 1.27).

Vivemos em uma sociedade marcada pelo individualismo e o egoísmo. O mundo atravessa uma grave crise moral. Há manifestações de extrema violência, como a que recentemente deixou paralisada a França. Há descaso, como o sofrido pelos nossos irmãos de Minas Gerais e Espírito Santo após o rompimento das barragens da mineradora Samarco. Há medo, dor, corrupção. Como descreve Romanos 8.22: “Toda a criação geme e padece, como em dores de parto.” Segundo o dicionário, a palavra “generosidade” é definida como a “virtude daquele que se dispõe a sacrificar os próprios interesses em benefício de outro.” Nosso irmão mais velho, Jesus, foi a maior expressão de generosidade do Pai para conosco. Ele mesmo sacrificou Sua própria vida em resgate de muitos (Gl. 1.4). E Ele mesmo deixou o desafio em João 13.35: “Dessa maneira todos irão reconhecer que vocês são meus discípulos, quando eles virem o amor que vocês têm uns pelos outros.” Não à toa, Cristo utilizou o verbo “ver” e não “ouvir”. Foi precisamente para ressaltar que o amor faz, ele é prático, ativo. Cuida do órfão, da viúva, do necessitado, do sem voz. Estender a mão é uma forma de expressar o amor de Deus através de nossa vida. Somos constrangidos a fazer isso. Não obrigados, mas convictos, porque Ele fez - e faz diariamente - isso por todos nós. Por ser mais afetiva, mais espontânea, ligada ao coração, a generosidade revela-se na ação, não em função de um mandato, de uma lei, mas unicamente de acordo com os impulsos do amor. Aqueles que passaram por uma verdadeira experiência de arrependimento e novo nascimento, servem ao próximo por amor. O sacrifício de Jesus nos constrange. Andamos em santidade, perdoamos nossos

Essa é a vida cristã. Não permanecer no espírito do mundo, não permanecer na superficialidade, não permanecer na idolatria, não permanecer na vaidade. Permanecer no Senhor, Ele em nós (Jo. 15.4), e deixar que Ele se manifeste através de nós. Como? Muito simples, dando! “Mais bem-aventurado é dar do que receber” (At. 20.35). Aquele que ama, dá. Dá coisas, dá vida, dá-se a Deus e ao próximo. E o faz “conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria” (2 Co. 9.7). A receita para mudar um mundo egoísta é a renúncia, o sacrifício, a doação da própria vida. É fazer com que o Natal seja comemorado todos os dias. Eu costumo cantar uma canção que diz “sempre é Natal pra mim.” Pois hoje, Cristo continua vivendo Sua vida através de cada um de nós que cremos nele. Esta é a grande experiência da minha vida. Acima de tudo, como famílias cristãs, devemos lembrar que este é um tempo de generosidade, de unidade, de comunhão; um tempo de declararmos nosso compromisso de serviço recíproco; um tempo de paz, harmonia e de felicidade interior. Esses são os valores que devemos celebrar. Que neste Natal você aproveite para, ao lado de seus mais queridos amigos, familiares e irmãos, expressar gratidão e louvor ao amoroso Pai que resolveu fazer do Seu coração a manjedoura onde Seu filho Jesus haveria de nascer a cada dia. Faça deste seu coração a eterna morada do Cristo de Deus, que ressuscitou e vive Sua nova vida em mim e em você, para fazer de nós instrumentos nas mãos dele, a fim de abençoar todas as famílias da Terra. O amor é o que o amor faz.

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MARTIN LUTHER KING JR.

EM 1967, MARTIN LUTHER KING JR., PASTOR E UM DOS MAIORES ATIVISTAS PELOS DIREITOS HUMANOS DA HISTÓRIA, PREGOU UMA MENSAGEM NA VÉSPERA DE NATAL NA IGREJA BATISTA EBENÉZER, NOS ESTADOS UNIDOS. É INCRÍVEL COMO, MESMO A QUASE 50 ANOS ATRÁS, ESSAS PALAVRAS SE ENCAIXAM TÃO BEM NO QUE VIVEMOS HOJE. APROVEITE ESSE TEXTO PARA COMPARTILHAR NA CEIA DE NATAL COM A SUA FAMÍLIA E OS SEUS AMIGOS.

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ste Natal nos encontra um pouco desconcertados com a raça humana. Não temos paz nem dentro, nem fora de nós. Por todo lugar, medos paralisantes perseguem as pessoas durante o dia e as assombram pela noite. Nosso mundo está doente. E, no entanto, meus amigos, a esperança de paz que o Natal traz para todos os homens não pode ser descartada como uma espécie de sonho piedoso de alguma utopia. Se não tivermos boa vontade uns para com os outros, vamos nos destruir. Vamos pensar no significado da esperança que o Natal oferece: “Paz na terra, e boa vontade para com os homens” (Lc. 2.14). Se quisermos ter paz na terra, nossos pensamentos devem transcender nossa cor, tribo, classe e nação; e isso significa que temos de desenvolver uma perspectiva mundial. Nenhum indivíduo pode viver sozinho, nenhuma nação pode viver sozinha e, enquanto persistamos em viver desse jeito, teremos guerras. Devemos aprender a viver juntos como irmãos ou iremos morrer juntos como tolos. Sempre houve quem argumentasse que os fins justificam os meios. Então, se você está procurando desenvolver uma sociedade justa, dizem eles, o importante é chegar lá. Mas nunca teremos paz até que os homens reconheçam que os meios representam a semente e o final representa a árvore. Agora, se quisermos ter paz na terra e boa vontade para com os homens, temos que defender a condição sagrada de toda vida humana. Todo homem é alguém, porque é um filho de Deus. Por isso, quando dizemos “não matarás”, queremos dizer que a vida humana é demasiado sagrada para ser perdida nos campos de batalha deste mundo. O homem é mais do que um diminuto capricho dos elétrons. O homem é uma criatura de Deus e deve ser respeitado como tal. Enquanto os homens não perceberem isso, enquanto as nações não compreenderem isso, teremos guerras. Para Jesus não há nem judeus e pagãos, ou escravos e livres. Somos todos um em Cristo. E, quando acreditarmos realmente no caráter sagrado da personalidade humana, não exploraremos os outros, não pisaremos nos outros com os pés de ferro da opressão, não mataremos ninguém. O amor “ágape” é compreensivo, criativo. É a redentora boa vontade para com todos os homens. É um amor transbordante que não deseja nada em troca. Quando você ama assim, não o faz simplesmente porque gosta de todas as pessoas, mas porque sabe que Deus as ama. Isso é o que Jesus quis dizer quando disse: “Amem os seus inimigos”. E eu fico feliz que Ele não tenha dito, “Goste de seus inimigos”, porque há algumas pessoas das quais acho muito difí-

cil gostar. Gostar é uma emoção carinhosa e eu não consigo gostar de quem joga uma bomba na minha casa. Não consigo gostar de quem me trata injustamente, me oprimindo. Não consigo gostar de quem ameaça me matar. Mas Jesus nos lembra de que o amor é mais do que apenas gostar. Nunca devemos deixar a injustiça se manifestar, mas, nesse processo, nunca devemos abandonar o privilégio de amar. O ódio é um fardo muito grande para se suportar. Temos de poder dizer aos nossos inimigos mais fanáticos: enfrentaremos a sua força física com a nossa força moral. Façam o que quiserem, e continuaremos a amar vocês. Não podemos, em boa consciência, obedecer às suas leis injustas e acatar o seu sistema desonesto, porque a não-cooperação com o mal é tanto uma obrigação moral quanto a cooperação com o bem. Mas joguem-nos numa prisão, que nós ainda os amaremos. Bombardeiem as nossas casas, ameacem os nossos filhos e, embora seja difícil, nós ainda os amaremos. Mas fiquem certos de que a nossa capacidade de sofrer triunfará e um dia conquistaremos a nossa liberdade. Não só conquistaremos a liberdade para nós, mas apelaremos de tal maneira ao seu coração e à sua consciência, que também os conquistaremos e a nossa vitória será dupla. Eu sonho com o dia em que os homens se levantarão e verão que eles foram feitos para viver juntos como irmãos. Ainda sonho com o dia em que “a justiça corra como as águas, e a retidão como o ribeiro perene” (Am. 5.24). Ainda sonho com o fim das guerras e com homens transformando suas espadas em arados e suas lanças em foices, para trabalhar juntos. Sonho com o dia em que “o leão e o cordeiro pastarão juntos” (Is. 11.6) e não haverá medo. Com esta fé seremos capazes de adiar os conselhos de desespero e trazer nova luz às câmaras escuras de pessimismo. Com esta fé seremos capazes de acelerar o dia em que haverá paz na terra e boa vontade para com os homens. Será um dia glorioso, as estrelas da manhã cantarão em uníssono e os filhos de Deus vão gritar de alegria. MARTIN LUTHER KING MINISTRANDO NA IGREJA BATISTA EBENÉZER EM 1967. PARA LER O TEXTO NA ÍNTEGRA (EM INGLÊS) ACESSE: HTTP://BIT.LY/MLKNATAL

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NOSSA COMUNIDADE

COMUNIDADES DA GRAÇA EM TODO O BRASIL REÚNEM SEUS MEMBROS PARA UM DIA COMPLETAMENTE DEDICADO À ORAÇÃO

CG SE DE

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CG ERM ELI NO MATAR AZZ

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O


ntes de morrer, Davi deu a seu filho Salomão as plantas para construir o templo de Deus. Uma obra grandiosa, que demorou mais de sete anos para ser completada e que trouxe muita alegria para o povo de Israel. Quando tudo estava pronto, o Senhor disse ao rei Salomão que aquele era o lugar onde Ele iria aceitar os sacrifícios do Seu povo. E também fez uma aliança com ele: “Se eu fechar o céu para que não chova ou mandar que os gafanhotos devorem o país ou sobre o meu povo enviar uma praga, se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra” (2 Cr. 7.13-14). Essa instrução tão relevante ainda é realidade para nós nos dias de hoje. Principalmente, considerando o que temos vivido com relação à economia, à política, à violência. O mundo vive situações terríveis: enfrentamos o maior problema de deslocamento de que se tem notícia na história, milhões de sírios fogem do seu país buscando refúgio em outras nações (e enfrentando as mais adversas e trágicas situações); vemos notícias de ataques terroristas, como os que aconteceram em Beirute (Líbano) no dia 12 de novembro e em Paris (França) no dia 13; no Brasil, a crise econômica toma conta das prateleiras de mercado e só se fala em quanto vai chegar a inflação até o final do ano, a negligência de uma grande empresa afundou uma cidade toda em lama e deixou outras tantas sem água, a falta de confiança no governo e nos políticos deixa o povo sem saída e sem esperança.

passarem as 24 horas daquele dia em jejum. Os motivos de oração eram bem específicos: primeiro, um momento de arrependimento – afinal, se queremos experimentar o avivamento, devemos começar acertando a nossa vida com Deus –; em segundo lugar, um clamor pelas famílias; depois, pelas Comunidades da Graça; pelas cidades e pela nossa nação; e, por último, por razões e pedidos específicos. Todos os grupos encerraram o seu momento de oração colocando diante de Deus as situações de Minas Gerais – onde ainda há pessoas desaparecidas e muitos sofrem com a falta de água – e de Paris – que entrou em estado de emergência depois dos recentes ataques terroristas. “Deus não tem compromisso com métodos ou estruturas, mas com homens totalmente entregues em Suas mãos”, finaliza o pastor. O dia 14 de novembro marcou essa entrega, o desejo de cumprir a nossa parte da aliança para que, então, o Senhor nos ouça dos céus, perdoe os nossos pecados e cure a nossa terra.

CG BR AG AN ÇA

Segundo o pastor Carlos Alberto Bezerra, tudo isso acontece, na verdade, por causa de um grande declínio moral que se instala na nossa sociedade. “A crise que estamos vivendo não é uma crise política, econômica ou financeira, é uma crise moral. E por causa dela temos enfrentado todos esses problemas: corrupção, violência, desordem familiar”, explica. Diante de tudo isso, a solução está no versículo 14 de 2 Crônicas 7: nos humilharmos, orarmos, buscarmos a face do Senhor e nos arrependermos dos nossos maus caminhos. E foi exatamente isso que a Comunidade da Graça fez no dia 14 de novembro. Comunidades no Brasil inteiro participaram do Dia Nacional de Jejum & Oração, se comprometendo a buscar a Deus e a clamar por um novo tempo. “Um verdadeiro avivamento traz mudanças profundas na sociedade, traz transformação. Por isso precisamos desse mover”, comenta o pr. Carlos Alberto.

CG BR AG AN ÇA

Durante todo o sábado, cada igreja reuniu seus GCEMs e áreas em turnos de oração e desafiou todos os membros a CG ERME LINO MATA RAZZO

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SERVIÇO AO PRÓXIMO

SÉRGIO PAVARINI

LIVRES PARA TER ESPERANÇA VIVER O NATAL EM UM PRESÍDIO

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EU TENHO CRISTO EM MINHA VIDA, EU TENHO TUDO, NADA ME FALTA TENHO ESPERANÇA, TENHO O TESOURO, EU TENHO JESUS, NADA ME FALTA uitos estão com os olhos fechados. Outros levantam os braços e interrompem a composição de Daniel Souza com aleluias e expressões de gratidão. São quase 60 homens cantando em um uníssono potente: “Deus me deu perdão”. Vários deles estão com a Bíblia em mãos e localizam rapidamente os textos citados pelo irmão que está compartilhando a Palavra. Entre os presentes, um cantor gospel com CD gravado. Outro é filho de pastor. Um rapaz lembra com alegria do período em que foi diácono em sua comunidade. A única diferença dessa igreja é que ela está cercada por grades. Do lado de fora, centenas de homens aproveitam o período fora das celas para se exercitar, jogar bola ou simplesmente esperar o tempo passar. Para muitos, a espera será longa. Muito longa.

Família toda reunida. Bagunça com os primos. Troca de presentes. Essa é a lembrança mais remota que Chico tem das festas de final de ano quando era criança. Desde pequeno a mãe o levava a uma igreja evangélica. Lá ele aprendeu o significado do Natal e andou nos caminhos do Senhor até a adolescência. “Você sabe como é... Os amigos começam a lhe oferecer coisas e, quando percebe, você se transformou em outra pessoa. Para sustentar o vício, fiz coisas que jamais imaginei fazer.” Como acontece tantas vezes, Chico aproveitou a liberdade condicional para rever os companheiros que restaram e acabou se envolvendo em novas enrascadas. Voltou a ser preso e este será o sexto Natal dentro de uma cela superlotada. “Peço a Deus que complete a obra em mim. Sempre que iniciei algo, abandonava pouco tempo depois. Foi assim também com a minha fé. Há dois meses voltei para Deus. Estava com saudades do amor de Jesus.”

“A pior hora no final de ano é quando começam os fogos. A gente ouve o barulho, imagina todo o mundo se abraçando e a gente aqui dentro. Na minha casa a mesa sempre foi farta nas festas. Nunca faltou nada, inclusive carinho.” Gilson cresceu na igreja. A dedicação era tanta que foi ordenado ao diaconato. O envolvimento com drogas acabou com seu casamento e destruiu seu relacionamento com Deus. A ex-esposa o deixou e o coração fica apertado ao falar do filho que jamais tornou a ver. “A cada seis meses, minha mãe viaja dezenas de horas para me visitar. É um refrigério para mim, especialmente depois que me acertei com o Senhor. Quando sair daqui quero recuperar o tempo perdido. Peço a Deus que nunca mais me deixe voltar para as drogas.”

Bira tem dois filhos. O maior tem vergonha dele e não quer vê-lo. Acompanhado da avó, o menor enfrenta as longas filas para visitar o pai. “Mãe é mãe e a maioria delas não nos abandona. Assim como Deus faz com a gente, vindo nos encontrar aqui. Quero servi-lo todos os dias da minha vida”. Conversamos baixinho para não atrapalhar o papo do pastor Barnabé com os homens naquela manhã cinza. Obedecendo com alegria ao mandamento “lembrem-se dos encarcerados”, ele lidera esse ministério da Comunidade da Graça. A chegada dele é celebrada pelos detentos com abraços apertados. “Deus me deu um amor imenso por esses homens”, revela o “filho da consolação”, significado bíblico de seu nome. Segundo as leis brasileiras, Bira ainda vai passar 20 Natais na cadeia. Para Chico, serão mais 12 vezes. Gilson ainda vai ouvir os fogos de longe durante cinco anos. Os três ainda estarão longe da família, mas na presença do aniversariante. “Tenho o tesouro Nada me falta.”

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TESTEMUNHO

PROMESSA DE DEUS “O SENHOR ATENDEU À MINHA ORAÇÃO EM CADA DETALHE”

eu nome é Carla e eu moro em Boituva, São Paulo. Sou da Comunidade da Graça em Tatuí e quero testemunhar dois dos muitos milagres que Deus tem realizado na minha vida ao longo dos meus mais de 20 anos de conversão.

Em março de 2014, resolvi procurar ajuda. Fiz diversos exames e tudo estava bem comigo, inclusive a diabete. Então, minha médica me deu um prazo até dezembro daquele ano, se nada acontecesse ela me encaminharia para uma clínica de fertilização.

Alguns meses depois que me casei, descobri que estava grávida. Eu e meu marido ficamos muito felizes, mas acabei sofrendo um aborto espontâneo aos três meses de gravidez. Aquilo foi muito difícil, fiquei muito tempo questionando o que eu tinha feito de errado, o porquê de Deus ter deixado aquilo acontecer, tantas coisas passavam pela minha cabeça. Mas, ainda assim, eu me lembro de sentir que em algum momento da minha vida eu iria olhar para trás e ver que o Senhor tinha cuidado de mim naquela situação, tinha me dado um livramento. Eu confiava no Seu amor pela minha vida.

No começo de outubro, comecei a me desesperar. Apesar de estar orando e de crer que Deus podia agir, quando via os dias passando e nada acontecendo, minha fé ficava abalada. Falei para o meu marido que já iria ligar na clínica de fertilização, porque quando chegasse o final do ano – e do prazo dado pela minha médica – já teríamos uma consulta marcada. E foi ele quem me lembrou da fidelidade e do amor do nosso Deus. Disse que o Senhor iria operar um milagre e que nós esperaríamos por ele.

E foi exatamente o que aconteceu. Algum tempo depois, eu descobri que era diabética e que, pelo grau em que estava a doença, tanto eu quanto o bebê correríamos um sério risco de morte se aquela gravidez tivesse prosseguido. O Senhor começou aí o Seu milagre. Iniciei um tratamento para que aquele quadro não se agravasse. Cinco anos depois, meu marido e eu decidimos que tentaríamos ter um filho. Um ano se passou e nada aconteceu, eu não conseguia engravidar. Foi nessa época que começou aqui em Boituva uma reunião das Mulheres Intercessoras. Ali, a pastora Sandra nos desafiou a escrever nossos pedidos de oração em um caderninho, e, sempre que nos encontrávamos, orávamos umas pelos pedidos das outras. Em uma dessas reuniões, compartilhei com as minhas irmãs o desejo que eu tinha de ter filhos e tudo o que já tinha acontecido. 30

Mal sabia eu que já estava grávida! Fiz o exame alguns dias depois e o resultado foi positivo. Mas, o que eu também não sabia era que Deus ia nos surpreender ainda mais. Uma das coisas que eu aprendi quando era nova, foi o quanto o Senhor é detalhista. Quando escrevi meus pedidos naquele caderninho de oração, coloquei cada detalhe do que eu sonhava: queria ter um casal de gêmeos, loirinhos e de olhos azuis. Logo no meu primeiro ultrassom, já pude ver essas coisas começando a se cumprir. Deus atendeu à minha oração em cada detalhe. Nasceram, então, o Bento e a Betina. Seus nomes significam “promessa de Deus”, eles são a promessa do Senhor para a minha vida. E eu sou muito grata, porque tenho experimentado da bondade do meu Pai de amor. Também espero poder encorajar as pessoas a crerem nos milagres de Deus e naquilo que só Ele pode fazer por elas.


SERVIÇO AO PRÓXIMO RECOMENDO

LIVRO

PECADOS E PECADINHOS RUSSELL SHEDD VIDA NOVA Atitudes e práticas pecaminosas, muitas vezes, têm origem real na falta de fé. A fé fraca, com lacunas, favorece o crescimento de atitudes que dificilmente criam o sentimento de culpa pelos pecados; portanto, eles raramente são confessados.

como os espinhos na parábola de Jesus sobre os quatro solos, sufocam a semente boa, e encoraja o leitor a arrancar as ervas daninhas do jardim da fé.

Neste material, que foi intensamente recomendado pelo Pastor Carlos Alberto Bezerra, Russell Shedd apresenta uma lista de pecados que,

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LIVRO

LIVRO

CD

ENCONTROS COM JESUS

AJUSTE SUAS ATITUDES

UNIDOS PELA REVOLUÇÃO

VIDA NOVA

ORVALHO

COMUNIDADE DA GRAÇA

Qual é o meu propósito na vida? O que é uma vida correta? Por que há tanta coisa errada em nosso mundo? A melhor maneira de ter certeza sobre como responder a esses questionamentos é ver como Jesus falava de Si próprio e de Seus propósitos às pessoas com quem encontrava e como a vida delas foi transformada pelas respostas dele.

Um ajuste de atitude vai muito além da mudança de comportamento. Ajustar uma atitude requer uma mudança do coração, que é de onde as nossas ações procedem. Neste livro - prefaciado pelo Pastor Carlos Alberto Bezerra – o autor lança o desafio de refletir para reagir às situações difíceis com atitudes corretas.

“Este CD comemora os 20 anos do MAG. A proposta do material é mostrar que a unidade de Pai, Filho e Espírito Santo gerou a maior revolução da história. Trata-se de uma revolução interior, de princípios, de valores e de atitudes”, explica o pastor Samuel Diniz, líder do MAG Guarulhos.

TIMOTHY KELLER

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MARCELO DE SOUZA

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MAG GUARULHOS

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ACONTECEU

PR. CARLOS ALBERTO BEZERRA PARTICIPA DE CONFERÊNCIA EM SANTARÉM A convite do pastor Abe Huber, o pr. Carlos Alberto Bezerra esteve na Igreja da Paz, em Santarém (PA), para participar da Conferência Nacional da Visão do Modelo de Discipulado Apostólico (MDA). Ele e o seu filho, o pastor e deputado Carlos Bezerra Jr., ministraram no evento.

UMA VOZ CONTRA A ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA “Inspirar as pessoas a compartilharem e fazerem o bem. Esse é o intuito da Conferência VOX, o principal evento de empreendedorismo social, sustentabilidade, ativismo e direitos humanos do nordeste do país, idealizado por Fábio Silva (1), que chegou a sua sexta edição e foi realizada em Recife (PE). O pastor e deputado Carlos Bezerra Jr. foi um dos preletores e junto com a pastora e vereadora Patricia Bezerra, estiveram conversando com mais de 800 participantes - entre os quais também se encontrava o prefeito da cidade, Geraldo Julio (2)”.

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UNIDOS PELA REVOLUÇÃO – OS 20 ANOS DO MAG GUARULHOS

RECEBE A HONRA Para celebrar os 15 anos de ministério, Rachel Novaes gravou um novo DVD, Recebe a Honra, na Comunidade da Graça Sede. O pastor Adhemar de Campos, Gustavo Xavier, Letícia Goes e Enrico Assunção participaram da gravação e cantaram junto com ela as músicas mais conhecidas pelo público, além de algumas canções inéditas.

A galera do MAG Guarulhos decidiu comemorar o seus 20 anos em grande estilo: com a gravação de um CD – o primeiro da banda liderada pelo Samuel Mendonça. No dia 21 de novembro, na Comunidade da Graça em Guarulhos, a grande festa de aniversário contou com a apresentação e o lançamento do novo projeto e também com a presença dos pastores Diniz e Zuleide, Adhemar de Campos, Carlos Bezerra Jr., Osmar Misael Dias, Massao Suguihara e sua esposa, Cris, os líderes nacionais do MAG, Fernando Diniz e Sueli Mendonça, e Gustavo Xavier e Tiago Suguihara, além das mais de 630 pessoas que compraram seu convite para prestigiar este momento memorável

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ACONTECEU

HOMENAGEM À EVANGELIZAÇÃO CARCERÁRIA A pastora e vereadora Patrícia Bezerra participou de uma Sessão Solene na Câmara Municipal de São Paulo que homenageou os evangelistas carcerários. Ela indicou o pastor Celso Barnabé, que tem um trabalho de capelania na Penitenciária Feminina de Santana, para a celebração. O evento também marcou a instituição do último sábado do mês de setembro como o ‘Dia da Evangelização Carcerária’ pelo calendário oficial da cidade.

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VISITAS INTERNACIONAIS A Comunidade da Graça Sede recebeu dois convidados especiais nos meses de outubro e novembro. A pastora Roselen Faccio – do Ministério Sabaoth, em Milão, Itália – e o pastor Marcelo de Souza – da Comunidade Evangélica Vida Abundante, em Kearny, Estados Unidos – estiveram nos cultos de domingo dos dias 25 de outubro e 1º de novembro, respectivamente. Marcelo aproveitou para apresentar o seu primeiro livro, ‘Ajuste Suas Atitudes’ (saiba mais no Recomendo desta edição).


PARABÉNS PRA VOCÊ! As Comunidades da Graça em Itaim Paulista, Ubatuba e Campinas comemoraram seus aniversários em momentos marcantes e de muita alegria. A CG Itaim completou sete anos de vida e comemorou com convidados mais do que especiais: os pastores Carlos Alberto Bezerra, Fernando Diniz, Davis Mosço, Aguinaldo Fernandes, Moisés Santana, Ricardo Reggiani e William Silva. Já a Comunidade de Campinas recebeu o pastor Diniz, da CG Guarulhos, para comemorar seus dois anos. Eles tiveram momentos de muita gratidão e ainda contaram com a participação de pacientes em fase final de recuperação da clínica de reabilitação Jeová Rafá de Hortolândia, que cantaram alguns louvores. O pr. Diniz também esteve em Ubatuba, onde, junto com sua esposa, a pra. Zuleide, e os pastores Virgílio e Márcia, participou da comemoração do aniversário da igreja, que também contou com uma apresentação muito especial dos líderes de células.

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