Revista Comuna 104

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AMOR NOS JOELHOS Em todas as suas cartas às igrejas, o apóstolo Paulo escrevia frases como: “Sempre damos graças a Deus por todos vocês, mencionando-os em nossas orações” (1Ts. 1.2); “irmãos, orem por nós” (1Ts. 5.25); “dou graças a Deus, a quem sirvo com a consciência limpa, como o serviram os meus antepassados, ao lembrar-me constantemente de você, noite e dia, em minhas orações” (2Tm. 1.3); “desde o dia em que o ouvimos, não deixamos de orar por vocês e de pedir que sejam cheios do pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e entendimento espiritual” (Cl. 1.9). Essas todas eram maneiras de dizer que estava intercedendo por cada um daqueles irmãos, e pedir que eles intercedessem por ele. A intercessão é um dos maiores atos de amor que podemos ter com relação a outra pessoa. Nada é mais precioso do que saber que existe alguém orando por você. Interceder é fazer parte da resposta de Deus a alguma situação.

#104 | OUTUBRO | 2018

DIREÇÃO GERAL:

Carlos Alberto de Quadros Bezerra CONSELHO GESTOR:

Carlos Bezerra Jr, Osmar Dias, Aguinaldo Fernandes, Valmir Ventura, Lair de Matos, Cézar Rosaneli, Fernando Diniz, Gustavo Rosaneli, Ronaldo Bezerra COORDENAÇÃO EDITORIAL:

E nós temos o privilégio de ser chamados para fazer isso. Para levar diante de Deus as questões que envolvem nossos familiares, nossas cidades, nossos amigos, nossas igrejas e, inclusive, a nossa nação. Temos o privilégio de, assim como Paulo, dar graças a Deus por aqueles que estão ao nosso redor e sempre mencioná-los e cobri-los em nossas orações. Nesta edição da Revista Comuna, vamos falar exatamente sobre esse chamado que temos para interceder e de como inserir isso na vida dos nossos filhos e da próxima geração. Também seremos desafiados com situações que estão em pauta em nossos dias e pelas quais precisamos orar. Ouça o chamado do Senhor e se comprometa a ser um intercessor. Não existe nada melhor do que ter amor nos joelhos. Boa leitura,

Carlos Bezerra Jr. Gustavo Rosaneli COORDENAÇÃO DO PROJETO:

Gustavo Rosaneli JORNALISTA RESPONSÁVEL:

César Stagno - MTB 58740 REVISÃO:

Mayra Bondança COLABORADORES:

Mayra Bondança, Enrico Guerrero, Mariana Martins Equipe de Fotografia da Comunidade da Graça DIREÇÃO DE ARTE E PROJETO GRÁFICO:

Gustavo Rosaneli, Pela equipe editorial

Salsa Comunicação CIRCULAÇÃO:

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No Estado de São Paulo: São Paulo Capital; Arujá; Atibaia; Balsa; Bragança; Campinas; Caraguatatuba; Guarulhos; Mauá; Mogi das Cruzes; Registro; Santos; São Bernardo do Campo; Socorro; Sorocaba; Tatuí; Taubaté; Ubatuba. Rio de Janeiro: Macaé. Minas Gerais: Governador Valadares; Belo Horizonte; São Sebastião da Vargem Alegre; Visconde do Rio Branco. Paraná: Foz do Iguaçu; Londrina; Maringá; Paranaguá; Rolândia. Pernambuco: Barreiros; Caruaru; Catende; Itapissuma; João Pessoa; Recife; Sta. Maria da Boa Vista. Bahia: Salvador; Vitória da Conquista IMPRESSÃO:

Gráfica MaisType DISTRIBUIÇÃO:

11.500 exemplares


PODER SECRETO O Espírito Santo em ação na intercessão

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O DESAFIO DE CONSTRUIR RELACIONAMENTOS SINCEROS

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VAMOS ORAR?

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UMA NOITE DE JOELHOS

ANDANDO EM OBEDIÊNCIA

O tempo gasto em oração não é perdido, mas investido em grandes lucros espirituais.

Qual é a dimensão do Evangelho que estamos vivendo?

NATASHI

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12 RECOMENDO

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CULTURA DO REINO Ensinando nossos filhos a ter uma vida de intercessão

“SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO”

O PODER ATRAVÉS DA ORAÇÃO 5


PALAVRA DO PRESIDENTE

UMA NOITE DE JOELHOS

O TEMPO GASTO EM ORAÇÃO NÃO É PERDIDO, MAS INVESTIDO EM GRANDES LUCROS ESPIRITUAIS.

rar é o maior privilégio do cristão, pois a oração nos coloca em contato direto com nosso Deus, que é Todo-Poderoso, Criador dos céus e da terra. Por isso, quanto mais contato tivermos com Ele através desse hábito, maiores serão os grandes benefícios que obteremos para a nossa vida. Em Mateus 6.9-13, Jesus nos deixou um modelo e nos ensinou que a oração é um diálogo com o Pai celestial. O exemplo de Cristo nos serve como esboço, como esqueleto dos elementos que nossa oração deve ter: proximidade (“Pai nosso...”), adoração (“santificado seja Teu nome...”), dependência (“seja feita a Tua vontade...”), arrependimento (“perdoa-nos assim como nós perdoamos...”), etc. Não para apenas repetir, nós não pensamos que por muito falar seremos ouvidos (Mt. 6.7), isso seria uma reza, um mantra. Mas para que nossa boca declare a sede e a fome que sentimos do amor do nosso Pai. Ele quer nos ouvir e atender. Já ouvi várias vezes a pergunta: “Mas se Deus sabe de todas as coisas, por que devemos orar?”. A resposta é simples. Oramos porque podemos desfrutar da presença e do poder de Deus nesse momento tão rico e pessoal. Oramos porque um coração quebrantado não teme abrir sua boca, com humildade, para revelar uma total dependência do Senhor. Essa atitude atrai a glória de Deus para nossa vida. Não é possível ter vitória na oração enquanto a consciência estiver presa a algum pecado. A confissão produzirá o perdão e a bênção de Deus. “Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a Sua graça” (1Pe. 5.5). No capítulo 4, versículo 2, do livro de Tiago está escrito: “Nada tendes, porque não pedis”. Essas palavras contêm o segredo da pobreza espiritual e da falta de poder do cristão: a negligência em orar. É um grande alerta para nossa vida! Não podemos ser negligentes e abandonar a prática de um hábito tão nobre. A oração é um meio de obtenção de graça em tempos de necessidades. E não estamos, por acaso, num tempo de extrema necessidade? 6

O tempo gasto em oração não é perdido, mas investido em grandes lucros espirituais. Uma noite de joelhos irá nos poupar de muitas noites de insônia


Agora, o que acontece quando oramos com constância e persistência? Veja que a oração: •

Promove crescimento espiritual – oração, estudo bíblico e conhecimento de Deus andam de mãos dadas;

Traz o poder de Deus para tudo quanto você fizer;

Tem valor para a conversão de outros;

Traz bênçãos à vida da igreja;

Irá desarraigar toda heresia, corrigir os mal-entendidos, varrer ciúmes e animosidades, eliminar as imoralidades, trazendo com ela a maré cheia da graça vivificadora de Deus. Esta é a maneira indicada por Deus para alcançar a vitória.

Seja insistente e incansável. Por causa da nossa ousadia, Deus se levantará e nos dará o que necessitamos (Lc. 11.8). A oração em nome de Jesus Cristo é o caminho que Ele mesmo indicou a Seus discípulos para obterem a plenitude em Sua obra: “Até agora nada tendes pedido em Meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa” (Jo. 16.24). O tempo gasto em oração não é perdido, mas investido em grandes lucros espirituais. Uma noite de joelhos irá nos poupar de muitas noites de insônia. É o meio indicado por Jesus para que nosso coração não fique sobrecarregado com exces-

sos, ansiedade e cuidados desta vida e para que o dia da volta de Cristo não venha sobre nós repentinamente, como um laço (Lc. 21.34-36). Só há um meio de nos prepararmos para a vinda do Senhor, e é através de muita oração. Os apóstolos consideravam a oração a coisa mais importante em suas vidas (At. 6.3-4), e nós devemos fazer o mesmo. Assim, nossas decisões estarão governadas pelo Espírito Santo; nossa vida espiritual alcançará um patamar acima da mediocridade; nossas atitudes se traduzirão em um transbordar de amor e misericórdia pelo próximo; e a igreja será o poderoso instrumento nas mãos de Deus para que o Reino dele se manifesta aqui e agora. Vamos juntos ter uma fervorosa e contagiante vida de oração.

CARLOS ALBERTO BEZERRA Carlos Alberto Bezerra é fundador da Comunidade da Graça. Um homem apaixonado por pessoas. Pastor há 52 anos e casado com Suely pelo mesmo tempo. Tem seis filhos e 16 netos. O amor, o serviço e a valorização da família são suas ênfases ministeriais. Pregador apaixonado, escritor inspirador.

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TRANS FORMAÇÃO

ANDANDO EM OBEDIÊNCIA QUAL É A DIMENSÃO DO EVANGELHO QUE ESTAMOS VIVENDO?

ocê já fez uma análise da sua vida usando a Bíblia como referência? Já se perguntou, por exemplo, se tem amado como a Palavra de Deus diz que devemos amar? Se tem orado o quanto a Palavra nos manda orar? Se tem, realmente, obedecido? Para todas essas perguntas – e muitas, muitas outras – Jesus, com Sua vida, respondeu sim. Quando as pessoas olhavam para Ele, para Suas atitudes, Suas reações e Suas palavras, enxergavam o caráter de Deus. Jesus tinha comunhão plena com o Senhor. E em João 14, Ele fala sobre como Seus discípulos deveriam viver para seguir o Seu exemplo: “Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele” (v. 21). Aquele que ama, guarda os mandamentos e lhes obedece. Jesus, por Seu amor ao Pai, obedeceu a tudo o que Ele disse, e nos convida a fazer o mesmo. Como tem sido a nossa vida? Será que as pessoas que olham para nós – para nossas atitudes, nossas palavras e reações, nosso jeito de andar – estão vendo Jesus? O apóstolo Paulo fala sobre isso em sua carta aos Colossenses: “Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, enraizados e edificados nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão” (2.6-7). Viver em Cristo é estar com Ele o tempo todo, é estar em comunhão com Deus, conhecer o Seu coração, ouvir a Sua voz e obedecer. É pensar nas coisas do alto. É pedir uma alma faminta e um coração que agrade ao Pai. Viver assim influencia todas as áreas da nossa vida. Afinal, somos colocados sob várias esferas de autoridade – nossos governantes, nossos pais, nosso cônjuge, nossos chefes. Quando quebramos qualquer uma dessas autoridades, nos rebelamos, entramos em colapso e a sociedade também. O Evangelho que vivemos impacta tudo o que fazemos. A Bíblia mostra várias histórias que ilustram as consequências da desobediência: Adão e Eva, Ló, Saul, Jonas. Gostamos de mandar e queremos, na maioria das vezes, ser as autoridades, ditar as regras. 8


Mas a vontade de Deus é que andemos em obediência. E Ele não nos pede coisas difíceis e pesadas, coisas que não conseguimos alcançar (1Jo. 5.3). A partir do momento em que nascemos de Deus, recebemos a Sua natureza e somos capacitados a andar conforme a Sua Palavra. Ele nos dá um novo coração e nos enche do Seu Espírito para que sejamos capazes de obedecer (Ez. 36.26-27). Pela graça e misericórdia do Senhor, experimentamos de tantas bênçãos quando nos dispomos a lhe agradar. Primeiro, temos acesso a todas as Suas promessas. Tudo o que a Palavra diz é para nós, é verdade hoje. Vamos passar por momentos difíceis, mas podemos confiar que Deus vai fazer tudo aquilo que disse que iria fazer. Também somos cheios de firmeza espiritual nesses momentos de dificuldade. O livro de Jó mostra um homem que perdeu tudo o que tinha, suas posses, seus filhos. Em meio a todo o seu sofrimento, sua esposa sugeriu: ““Você ainda tenta manter sua integridade? Amaldiçoe a Deus e morra!”. Jó respondeu: “Você fala como uma mulher insensata. Aceitaremos da mão de Deus apenas as coisas boas e nunca o mal?.” Em tudo isso, Jó não pecou com seus lábios” (2.8-10). Conhecemos o fim dessa história. Apesar de toda a dificuldade, Jó permaneceu fiel, continuou obedecendo a Deus e foi restituído em tudo. E ainda pôde comemorar: “Antes, eu só te conhecia de ouvir falar; agora, eu te vi com meus próprios olhos” (42.5). Andar em obediência também nos enche de coragem e de esperança, porque temos discernimento, autoridade e firmeza na Palavra. Nós fomos criados para amar a Deus, para adorá-lo com a nossa vida, com as nossas atitudes e palavras. E, como Jesus disse para Seus discípulos, fazemos isso quando obedecemos aos Seus mandamentos, ao que Ele nos diz. Salomão termina o livro de Eclesiastes dizendo: “Esta é minha conclusão: tema a Deus e obedeça a seus mandamentos, pois esse é o dever de todos” (12.13). Aquele que nos criou sabe o que é melhor para nós, Ele quer nos curar e nos libertar. Por isso, podemos obedecer. Como está a sua vida quando ninguém está vendo? Você tem convicção de que o seu coração foi mudado e de que a sua mente foi transformada através do novo nascimento? Obedeça ao Senhor e experimente da vida abundante que Ele tem para você!

SUELY BEZERRA Fundadora e líder do Ministério Mulheres Intercessoras, Suely Bezerra tem uma vida marcada pela oração e intercessão. Tem mentoreado líderes e pastoras ao redor do país durante toda sua vida. É esposa do Pr. Carlos Alberto Bezerra. Eles são casados há 52 anos, têm seis filhos e 16 netos.

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FAMÍLIA

CULTURA DO REINO

ENSINANDO NOSSOS FILHOS A TER UMA VIDA DE INTERCESSÃO ultura é um conceito muito amplo, com vários significados. Edward B. Tylor, antropólogo britânico, considerado o pai da definição moderna do termo, afirmou que cultura é “todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Podemos afirmar que uma cultura é percebida através das atitudes. É a tradução de hábitos e padrões de pensamentos em ações. Valores expressos através de atos. Sabendo disso, como podemos ensinar a nossos filhos a cultura da intercessão? Antes de pensarmos em como fazer isso, precisamos avaliar se estamos vivendo uma vida de intercessão, pois nossos filhos são replicadores de cultura, de hábitos. Eles não saberão como viver o sobrenatural se não enxergarem isso em nós. E não me refiro apenas a estabelecer certas práticas como: ir ao culto aos domingos ou participar da célula. Também não estou falando de fazer com que eles participem dos ministérios de crianças, adolescentes ou jovens. Não é isso. Se toda a nossa vida não foi permeada pelo sobrenatural, eles não vão enxergar aquilo como parte da vida natural, diária, mas como hábitos religiosos que pouco produzem. Carregar a cultura do Reino é viver uma vida naturalmente sobrenatural, onde a oração, a intercessão, o momento devocional e a dedicação de energia e tempo com a Palavra, fazem parte do nosso dia a dia. Se declaramos as palavras de Jesus em Marcos 16.17-18: “Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados”, as nossas atitudes têm de acompanhar o discurso. Mas existe uma outra questão. Mais importante ainda. Como pais, precisamos estar cientes de que temos uma 10

função específica na construção da vida espiritual dos nossos filhos. É nossa responsabilidade conduzi-los a uma experiência com Deus. Isso é absolutamente chave se queremos que eles vejam na oração e na intercessão algo além de um hábito religioso. É muito importante que eles vejam seus pais praticando todos os hábitos que nos levam a estabelecer um relacionamento verdadeiro e profundo com Deus. Isso é fato. Mas se, assim como nós, eles não tiverem uma experiência de novo nascimento, apenas estarão tentando reproduzir uma cultura de religiosidade que, ao invés de conduzi-los a uma vida espiritual de liberdade em Cristo, os levará ao cativeiro da religião – que os afastará de Deus e de nós. Somos os discipuladores dos nossos filhos. Ensinando-os em amor, corrigindo, consolando, encorajando, confrontando. Sempre guiados pelo mesmo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2Tm. 3.16-17). Quando os ensinamos a orar e esperar em Deus desde pequenos – mesmo que se trate de coisas simples –, haverá tamanha fé nos seus


corações, que essa será a porta para levarmos eles a Jesus quando crescerem. Precisamos ensiná-los a buscar o Espírito Santo em oração. Precisamos levá-los a viver uma vida naturalmente sobrenatural. Somente o novo nascimento lhes dará a verdadeira noção da importância de vivermos em intercessão, de vivermos conectados com o Espírito Santo, de vivermos uma cultura do Reino e não apenas hábitos praticados sem propósito. Se quisermos ver nossos filhos transformando o mundo e vivendo as promessas de Deus, precisamos deixar claro que é necessário sermos cheios do Espírito Santo! Devemos ser intencionais na construção de pontes que conduzam nossos filhos a receberem um novo coração do Pai (Ez. 36.26). Essa é a nossa responsabilidade. Essa é a forma de afiarmos as flechas que o Senhor nos deu (Sl. 127), para que elas cheguem muito mais longe do que pedimos ou pensamos (Ef. 3.20). Temos pela frente a maravilhosa tarefa de formar Cristo nos nossos filhos. Discipulando, amando, encorajando e conduzindo-os a viverem de forma sobrenatural, cheios do Espírito Santo, para cumprir com o propósito para o qual eles foram chamados. Que nossas casas possam testemunhar isso!

Como pais, precisamos estar cientes de que temos uma função específica na construção da vida espiritual dos nossos filhos. É nossa responsabilidade conduzi-los a uma experiência com Deus

ALESSANDRA BEZERRA CALDAS Alessandra Bezerra Caldas é pastora e pedagoga. É casada com o Dr. Anderson Caldas e mãe de quatro filhos. Atua na área educacional há mais de 20 anos e fez parte da implantação do Colégio da Comunidade, onde hoje é diretora.

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LIDERANÇA

“SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO” sta frase está na peça “A Tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca”, de William Shakespeare. Trazendo para os dias de hoje, nós, os cristãos, que vivemos em comunidades onde a proposta de comunhão, edificação e multiplicação ocorre prioritariamente por meio das células, ouvimos por vezes a frase: “cada membro um líder, cada casa uma igreja”. Dessa forma, nossas pregações, nossos cursos, seminários e tudo o que fazemos deve ser direcionado nesse sentido. Porém, quando nos deparamos com a realidade dos resultados, vemos certa distância do que nos propomos, e não poucas vezes, bate-nos um certo desânimo por não vermos todas as pessoas assumindo a posição de, como membro, também ser um líder. Eis, então, a questão: ser ou não ser? O apóstolo Paulo fala sobre isso em Efésios 4: “E a cada um de nós foi concedida a graça, conforme a medida repartida por Cristo. (...) Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e dos conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo” (v. 7, 11-13). Nem todos foram chamados para liderar, nem todos vão se tornar líderes de células. Mas devemos lembrar que liderar pelos moldes de Jesus é principalmente servir, e não ocupar posição de destaque. Todos nós fomos chamados para uma mesma missão, um mesmo propósito: fazer discípulos de Jesus. Em Mateus 28.19-20 está escrito: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”. Com base nisso, Jesus nos chamou para ser e fazer discípulos! Antes que você me crucifique, quero expressar que entendo claramente e experimento na prática que a melhor forma (depois da amizade) de se fazer discípulos é por meio dos grupos menores, chamados células. Sei que Jesus usou, sim, os grupos menores para discipular, edificar e cuidar, assim como fizeram os apóstolos. É este aspecto que relaciono ao ser ou não ser, pois creio que entendermos o chamado de ser e fazer discípulos tem maior eficácia na vida 12


do cristão do que o ensino de que todos devem liderar. Muitas vezes, o peso da palavra líder, sendo ela substituída por facilitador, dirigente ou qualquer eufemismo que amenize a responsabilidade de uma liderança, é que tem impedido muitos cristãos de experimentar o chamado de Cristo e seu cumprimento. Se começarmos a fazer discípulos, andando e convivendo com eles, ensinando-os a guardar os princípios bíblicos, certamente (e biblicamente), eles serão levados pelo Espírito Santo a gerar discípulos como consequência do que têm vivido. Eles experimentarão que não há peso e nem “obrigação” de serem líderes de células. Liderar é uma consequência – que deve envolver capacitação – daqueles que são e fazem discípulos. Não tenho a menor dúvida de que a paixão por reproduzirmos aquilo que experimentamos é muito maior do que qualquer ensino que possamos receber em sala de aula ou de púlpitos. Por último, e também o mais importante, se desenvolvermos nosso discipulado revestidos do poder que vem do alto, certamente cumpriremos a missão de ser e fazer discípulos. Assim, também experimentaremos e levaremos nossos discípulos a experimentarem os milagres, os prodígios, os sinais e as maravilhas de uma vida cheia do Espírito Santo. Além disso, teremos prazer em liderar, prazer em ter células e prazer em cumprir o chamado de Cristo de forma plena! Como Mateus 28.20 diz: “E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século”, temos a garantia da presença dele. Afinal, sim, a questão é SER, ser como Ele neste mundo, para que o mundo creia que Ele existe, salva, vive e reina em nós e através de nós!

HORÁCIO PERIM Horácio Perim é pastor da Comunidade da Graça em Governador Valadares (MG). É casado com a Áurea e tem duas filhas.

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DISCIPULADO

O desafio de construir relacionamentos sinceros SEM SOMBRAS, RESERVAS OU ENGANOS, MAS COM TRANSPARÊNCIA, AMIZADE E PACIÊNCIA

s relacionamentos, em qualquer circunstância, são sempre um grande desafio para todos nós. Gosto de imaginá-los como uma obra de engenharia, uma construção civil. Quem já trabalhou nessa área sabe perfeitamente o quanto demanda custos – às vezes, milhares de reais –, tempo e muita energia. Ou seja, é trabalhoso. Ao ver o relacionamento de Jesus e Seus discípulos, percebemos que, a despeito de ser o Filho de Deus e possuir habilidade para sondar os corações das pessoas e para suprir as suas necessidades, o Mestre teve muito trabalho para ajustá-lo, mas foi bem-sucedido. E com a ajuda do Espírito Santo, também seremos. Em Mateus, quando Jesus transfigura-se diante de Seus amigos mais íntimos, Ele nos ensina sobre como cultivar relacionamentos sinceros por meio da transparência e da santidade: “E transfigurou-se diante deles... E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: ‘Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tendas, uma para ti, uma para Moisés, e uma para Elias’. E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: ‘Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o’” (17.2,4-5). Ao transfigurar-se diante deles, Jesus Se dá a conhecer. Os discípulos O viram em Sua glória, como homem imortal e exaltado, participante da natureza divina. De fato, só haverá relacionamentos verdadeiros nos mais variados contextos da igreja quando cultivarmos um ambiente de transparência, onde a nossa verdadeira natureza seja revelada para as pessoas. O apóstolo João entendeu perfeitamente a experiência da transfiguração quando escreveu: “Se andarmos na luz, como ele está la luz, temos comunhão uns com os outros” (1Jo. 1.7). Relacionamentos sinceros não são construídos com sombras, reservas ou enganos, mas com transparência, amizade e paciência – elementos muito comuns no relacionamento de Jesus com Seus discípulos. Aquele que não permitiu se conhecer, Judas, acabou se perdendo. 14

Jesus precisa ser escutado, Ele deve ser o centro de nossas experiências, sejam elas com o nosso Pai celestial, a nossa família, os nossos irmãos na igreja, as pessoas do trabalho ou mesmo com os nossos amigos mais íntimos


Não há nada melhor do que um ambiente santo na igreja, principalmente nas relações em que há discipulado. Onde há santificação, a vida de Deus flui, há crescimento espiritual. O autor sagrado registra: “Segui a paz e a santificação com todos, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb. 12.14). Talvez as pessoas ainda não estejam vendo Deus como deveriam porque a paz e a santificação são cada vez mais escassas na vida dos crentes atuais. Mas uma coisa é certa, como o salmista a afirma: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união” (Sl. 133.1). O ápice da transfiguração consolida algo que precisamos levar muito a sério nas relações de cuidado e pastoreio no meio da igreja. A ordem dada por Deus do meio da nuvem é tão necessária hoje quanto foi para Pedro, Tiago e João naquele santo lugar. Jesus precisa ser escutado, Ele deve ser o centro de nossas experiências, sejam elas com o nosso Pai celestial, a nossa família, os nossos irmãos na igreja, as pessoas do trabalho ou mesmo com os nossos amigos mais íntimos. E o discipulado é quando ajudamos os que estão próximos de nós a tirarem o impedimento para que a voz de Deus entre em seus corações. Portanto, como foi dito para Pedro Tiago e João, também é dito para nós: “Escutai-o”.

JOSÉ DE ALMEIDA PAULA José de Almeida Paula, é pastor da Comunidade Vida em Família em Salvador (BA). Formado em Teologia pelo Seminário Teológico do Nordeste e graduado pela Faculdade Unida/ES, é casado com a Viviane e tem duas filhas.

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CAPA

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SUELY BEZERRA

omo lutar em uma guerra sem estar no campo de batalha? Durante a Segunda Guerra Mundial, um grupo de cerca de 100 pessoas fez exatamente isso. Eles não faziam parte do exército, nem mesmo participaram de nenhuma batalha. Mas durante o conflito, essas pessoas fizeram um compromisso: interceder. Liderados por Rees Howells, esses cristãos cheios de fé receberam um chamado para orar. Durante os seis anos do conflito, intercederam todos os dias, sem faltar nenhum. Oravam pela manhã, às vezes na hora do almoço e todas as noites. Sem contar os dias que tiravam para jejuar e orar. Por causa desse compromisso, viram muitos milagres acontecerem: batalhas vencidas, tropas retiradas, planos de ataque frustrados. Sem contar a grande expansão missionária que aconteceu na época, alvo pelo qual o grupo orava incessantemente. Rees Howells foi um homem sensível e obediente à voz de Deus. Seu chamado para a intercessão era: “Deus está pedindo intercessores – homens e mulheres que ofereçam a vida sobre o altar para lutar contra o diabo de forma tão real como se estivessem combatendo como soldados na frente de batalha”. Ainda hoje, Deus faz esse chamado a nós: de sermos intercessores, de nos comportarmos como soldados na frente de batalha, lutando por nossas famílias, pelas pessoas que enfrentam necessidades, pelas nossas cidades, pelo nosso país.

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Interceder não é simplesmente chegarmos diante de Deus e pedirmos para que Ele faça o que pensamos que é a solução para os problemas. É conhecer o Seu coração e os Seus anseios, é termos o nosso coração quebrantado por aquilo que quebranta o Seu coração e clamarmos para que a Sua vontade se cumpra em nosso meio. E só o Espírito Santo pode nos ajudar nisso, porque “ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus” (1Co. 2.11). Ele nos ajuda a olhar para as pessoas e para as situações como o Senhor olha. Nos ajuda a ter compaixão, a sentir a dor do outro, a conhecer a resposta de Deus para cada necessidade e orar para que essa resposta se torne verdade. É Ele que nos torna intercessores de verdade, aqueles que têm o coração firmado no propósito de abençoar outros, de não nos preocuparmos conosco, mas entregarmos a nossa vida em favor de muitos. Nunca seremos intercessores se não tivermos intimidade com Deus e formos cheios do Seu Espírito. O Espírito Santo é a chave para que possamos ser a ponte entre as pessoas e o milagre, entre as necessidades e a resposta. Não podemos fazer coisa alguma sem a Sua ajuda. Mas quando Ele age, quando Se move através de nós, ninguém pode impedir. Se aquele grupo no País de Gales não fosse direcionado pelo Espírito de Deus, não saberia nem como orar e, por causa disso, não alcançaria vitória em nenhuma circunstância. Temos vivido momentos difíceis e desafiadores em nossos dias. Vemos a iniquidade se espalhando, a injustiça em todas as esferas, o amor se esfriando e cada vez mais pessoas que precisam conhecer o amor de Deus. E em meio a tudo isso, nós somos o povo que tem a resposta e o caminho para a solução de todos esses males. O texto de Ezequiel 22.30 mostra uma realidade muito parecida com a nossa. O Senhor procurava por alguém que se colocasse diante dele em favor de Jerusalém: “Procurei entre eles um homem que erguesse o muro e se pusesse na brecha diante de mim e em favor desta terra, para que eu não a destruísse, mas não encontrei nenhum”. “Um homem que erguesse o muro e se pusesse na brecha”. No Antigo Testamento, o muro era a proteção de uma cidade. Quando ele tinha buracos, brechas, os inimigos podiam entrar e destruir tudo o que havia do lado de dentro. Conosco acontece a mesma coisa. Somos protegidos e guardados, mas, muitas vezes, deixamos que brechas se abram em nossos muros, e ficamos desprotegidos. O intercessor é aquele que consegue enxergar essas brechas e decide se colocar diante de Deus para reparar esses buracos. 18


Em sua primeira carta a Timóteo, o apóstolo Paulo escreve: “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos o que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (2.1-4). Jesus veio a este mundo para interceder por nós. Ele não apenas orou por Seus discípulos – e por aqueles que eles alcançariam – como entregou a Sua vida em favor de toda a humanidade. Ele foi a ponte entre nós e Deus, Se colocou em nosso lugar para que pudéssemos viver. Quando subiu aos Céus, Jesus não nos deixou sozinhos, mas enviou o Seu Espírito, o nosso Consolador e o nosso intercessor. A Palavra diz que Ele ora por nós com “gemidos inexprimíveis” (Rm. 8.26-27) e de acordo com a vontade de Deus. Estamos guardados pelo Senhor, por isso podemos agir com confiança na oração. O papel mais importante de um cristão é interceder, é clamar para que a vontade de Deus se cumpra na vida das pessoas, nas nossas cidades e na nossa nação. Tudo acontece por intermédio da oração, é por meio dela que Deus age em todas as coisas. Poderíamos estar vivendo dias muito piores, se não fosse por aqueles que têm se comprometido a orar. O Senhor tem nos chamado para sermos intercessores. Ele já nos deu tudo de que precisamos, nos deu poder através

do Seu Espírito e espera o nosso posicionamento. Grandes milagres vão acontecer quando nos posicionarmos em oração e dependermos completamente do Espírito Santo de Deus. Está pronto para ser um soldado e ir à batalha?

Nunca seremos intercessores se não tivermos intimidade com Deus e formos cheios do Seu Espírito. O Espírito Santo é a chave para que possamos ser a ponte entre as pessoas e o milagre, entre as necessidades e a resposta 19


COMO FUNCIONA A INTERCESSÃO? VISTA E SAIBA COMO USAR A ARMADURA DE DEUS NÁDIA VENTURA

á uma ideia falsa no cristianismo contemporâneo de que aqueles que oferecem oração intercessora por outras pessoas são uma classe especial de super-cristãos. A Bíblia deixa bem claro que todos os cristãos são chamados para serem intercessores. Todos os cristãos têm o Espírito Santo em seus corações e, da mesma forma como Ele intercede por nós de acordo com a vontade de Deus (Rm. 8.26-27), devemos interceder uns pelos outros. Não é um privilégio limitado a uma elite cristã ou apenas para mulheres; é um comando para todos. Mas, mesmo sabendo estas coisas, muitos se perguntam como funciona a intercessão, o que acontece? Particularmente, tenho no meu coração que intercessão é o amor expresso de joelhos. O intercessor é aquele que faz a ligação entre a misericórdia de Deus e a necessidade humana. Ou seja, é alguém sensível à dor do outro. Pressupõe sofrer com os que sofrem, chorar com os que choram, se colocar no lugar do outro e se juntar à sua causa como se fosse a sua própria. É um ato de muita bravura e luta por parte de todos os fiéis que se auxiliam em amor e cuidado mútuo. Interceder é combater. O intercessor é aquele que se volta ao inimigo e declara guerra contra os bloqueios, impedimentos e oposições. É aquele que busca de Deus as estratégias de batalha. É um soldado habilitado para salvar vidas, tirando-as das mãos do inimigo. O intercessor possui uma visão espiritual e se antecipa às investidas do diabo. Por isso o intercessor é chamado de guerreiro de oração, por combater e batalhar espiritualmente dentro das igrejas, dos lares ou de onde estiver. O intercessor se coloca face a face com Deus e face a face com Satanás. Quanto mais intercede, mais ele verá a cara do inimigo. Haverá guerra, sim, mas o guerreiro será cada vez mais forte. 20

Aquele que intercede precisa lembrar que essa é uma luta cuja vitória já foi ganha na cruz do Calvário, há mais de dois mil anos


Cinto da Verdade: Ele une a armadura. Jesus é a verdade e Suas palavras verdadeiras estão escritas na Bíblia. Como usar: estude a Bíblia e creia na verdade (Jo. 14.6). Couraça da Justiça: A couraça protege seu coração. Quando você se arrepende de seus pecados e dedica sua vida a Jesus, Ele apaga a injustiça do pecado do seu coração. Como usar: Arrependa-se de seus pecados e creia que Jesus lhe salvou. Viva em santidade. Sapatos da Prontidão do Evangelho da Paz: Os sapatos protegem os pés; o Evangelho da paz protege seu caminho. Como usar: Promova a paz em todas as situações. Escudo da Fé: O escudo protege das setas; a fé protege dos ataques do diabo. A fé lhe ajuda a se defender das acusações, das dúvidas, das tentações do diabo. Como usar: Na hora da dúvida e da tentação, escolha crer em Jesus. Fortaleça sua fé. Capacete da Salvação: O capacete protege a cabeça; a salvação protege os pensamentos. Jesus salva da escravidão do pecado. Você não precisa mais viver pensando em coisas ruins, que levam ao pecado. Como usar: Rejeite e repreenda os pensamentos errados. Espada do Espírito: A espada fere e defende do inimigo; a palavra de Deus destrói o inimigo. O Espírito Santo dá vida à Palavra de Deus e lhe dá poder para derrotar o inimigo. Como usar: Combata as mentiras e as tentações declarando as verdades da Bíblia. Confie na palavra de Deus.

Aquele que intercede precisa lembrar que essa é uma luta cuja vitória já foi ganha na cruz do Calvário, há mais de dois mil anos. Satanás não tem nenhuma autoridade e nem armas legítimas para lutar, diferentemente do intercessor, que vai à batalha revestido da armadura de Deus, como está escrito em Efésios 6.13-18. Mas, como usar esses elementos?

É muito importante que, ao interceder, o guerreiro não se impressione com o rugir do inimigo. Ele faz muito barulho, como se fosse um leão, mas não é. Jesus é o Leão da tribo de Judá, o diabo procura imitá-lo, mas só faz barulho. Vista a armadura, vá para a luta, interceda pelas causas dos outros como se fossem próprias, e você colherá grandes frutos. A igreja testemunhará transformação e viverá um avivamento conduzido pelo Espírito Santo para alcançar e resgatar mais e mais pessoas para o Reino de Deus. Estamos juntos nessa batalha! 21


FATO

VAMOS ORAR?

PRECISAMOS ESTAR ATENTOS AO QUE ESTÁ ACONTECENDO EM NOSSO PAÍS E NO MUNDO PARA NOS COLOCARMOS DIANTE DE DEUS

impossível orar por situações que não conhecemos. Como cristãos, precisamos estar comprometidos em conhecer os desafios que estão em pauta no Brasil e ao redor do mundo para que possamos nos posicionar e orar, nos colocar na brecha e clamar por uma solução dos céus. Por isso, aqui vão algumas informações para que você possa interceder por algumas questões:

VIOLÊNCIA O Brasil é o país com o maior número de mortes violentas no mundo. Só no primeiro semestre deste ano, foram mais de 26 mil assassinatos – sendo que nem todos os estados brasileiros repassam seus índices. Ou seja, o número é ainda maior. E a taxa de resolução desses crimes fica apenas entre 5% e 8%.

Ore para que a paz se estabeleça no nosso país;

Ore para que os planos de violência sejam frustrados e os esquemas quebrados;

Ore para que as pessoas encontrem o Senhor e desistam de uma vida de pecado;

Ore para que os crimes cheguem a uma resolução;

Ore para que as famílias que perderam entes queridos para a violência sejam consoladas.

A cada 45 minutos, uma pessoa se suicida no Brasil. No mundo, uma pessoa tira a própria vida a cada 40 segundos. Se considerarmos as tentativas, acontece uma a cada três segundos.

Ore para que esta geração seja guardada e tenha a sua identidade firmada no Senhor;

Ore para que aqueles que têm pensado em suicídio peçam e encontrem ajuda;

A OMS considera o suicídio como um grande problema de saúde pública, que não é tratado de maneira eficaz. Mais de 800 mil pessoas decidem dar um fim à própria vida todos os anos.

Ore para que os pais percebam reações diferentes em seus filhos;

Ore para que as pessoas encontrem a esperança em Jesus;

Ore para que as vidas sejam preservadas.

No ano passado, registramos 3,5 vezes mais mortes que todos os ataques terroristas que aconteceram ao redor do mundo.

SUICÍDIO

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VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER O feminicídio é o crime motivado pelo fato de a vítima ser mulher. No Brasil, quase 4.500 mulheres foram assassinadas em 2017, 946 delas vítimas de feminicídio. Em comparação com 2016, o aumento de mortes foi de 16,5%. Nosso país é o sétimo colocado entre os países mais violentos para as mulheres.

Ore para que as mulheres tenham suas vidas preservadas;

Ore para que os planos de violência contra a mulher sejam frustrados;

Ore para que os casamentos sejam restaurados e para que os homens assumam seu papel de amar suas esposas como Cristo amou a igreja.

Ore para que os irmãos que vivem nos países que perseguem os cristãos sejam fortalecidos;

Ore para que o Evangelho se espalhe e a igreja cresça nesses países;

Ore para que as portas estejam abertas para missionários em todo o mundo;

Ore para que haja paz.

PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA Em 2016, houve um aumento de 25% na perseguição religiosa no mundo. Mais de um quarto dos países (28%) tem níveis altos ou muito altos de restrições à religião impostas pelo governo. Também é preocupante o crescimento da rejeição ao povo judeu nos últimos anos.

REFUGIADOS Em 2015, o mundo enfrentou a maior crise de deslocamento populacional desde a Segunda Guerra Mundial. Hoje, acredita-se que mais de 21 milhões de pessoas tenham deixado suas casas, buscando asilo em outros países para fugir da guerra, das consequências de desastres naturais, de grupos extremistas e da pobreza. No Brasil, mais de 30 mil venezuelanos têm atravessado a fronteira para encontrar melhores condições de vida. Isso tem gerado o crescimento de

grupos nacionalistas radicais, diversos países fechando suas fronteiras e uma onda de xenofobia e intolerância por parte do povo. •

Ore para que essas pessoas que tiveram que deixar seus países encontrem um lugar seguro para viver;

Ore para que haja amor, compreensão e tolerância por parte dos países que recebem refugiados;

Ore para que as famílias sejam preservadas e alcançadas pelo amor de Deus;

Ore para que países como a Síria, o Haiti e a Venezuela sejam transformados e voltem a crescer.

Há muitas outras questões pelas quais precisamos orar. Esteja atento e leve todos esses pedidos ao Senhor. Ele, certamente, ouvirá e sarará a nossa terra. 23


AMOR QUE TRANSFORMA

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mor gera amor. Gentileza gera gentileza. E a história de Natashi prova isso. Ela conheceu a Fundação Comunidade da Graça quando ainda era pequena, já que sua avó trabalhava como voluntária. “Na época, eu não entendia por que ela passava tanto tempo lá, até não gostava”, relembra.

O fruto do trabalho veio logo, e ela já tinha uma cartela de clientes que a seguiam por onde fosse. Até que chegou o momento de montar o seu próprio salão. Com a ajuda de seu tio e de uma amiga, ela criou um pequeno espaço em sua casa e passou a receber as pessoas lá, onde está até hoje.

Mas, essa ideia mudou quando Natashi conheceu mais profundamente o trabalho da FCG. Estudante de Recursos Humanos, ela se viu desempregada e sem perspectivas. Apaixonada por cuidar de cabelos e por maquiagem, decidiu, então, aceitar o conselho de sua avó e fazer o curso do Polo de Beleza. E foi aí que uma grande mudança aconteceu.

Para ela, o que faz a grande diferença em seu trabalho é algo que aprendeu com seus professores na Fundação. “Além de nos ensinarem a como fazer tudo muito bem, de nos darem uma base muito boa para o trabalho, eles nos ensinaram a fazer tudo com amor, a tratar bem as pessoas. Hoje, eu recebo muitas clientes aqui na minha casa e elas dizem o quanto se sentem bem não só com o meu trabalho, mas comigo, o quanto gostam de passar tempo comigo. E eu vejo que é assim com as outras alunas da FCG também”, conta.

Nas aulas com Elson e Lú Telles, ela aprendeu a trabalhar como uma profissional: “Os professores eram sempre muito atenciosos e nos ensinaram a não só saber fazer as coisas, uma escova, por exemplo. Eles nos ensinavam a como fazer do jeito certo, a como fazer uma escova que deixa qualquer cabelo bonito, como um profissional mesmo”. A paixão pela beleza cresceu ainda mais durante o curso e Natashi logo começou a trabalhar na área. Passou por grandes salões e fez outros cursos para se profissionalizar ainda mais.

Na FCG, além de nos ensinarem a como fazer tudo muito bem, eles nos ensinaram a fazer tudo com amor, a tratar bem as pessoas

Além do grande impacto profissional, o curso do Polo de Beleza deu à Natashi um novo olhar sobre o serviço ao próximo. Hoje, ela é voluntária na Fundação Comunidade da Graça, assim como sua avó: “Eu ajudo em tudo o que me chamarem. Já trabalhei dando aulas no SASF, coordenando os profissionais no Click Compaixão, cuidando de pessoas que trabalham na FCG”. O amor que transforma gera ainda mais amor, alcança ainda mais vidas, impacta muito mais pessoas. Hoje, a filhinha de Natashi, de oito anos, já tem os mesmos valores que a mãe. “Ela tem ensinado as amiguinhas a doarem seus brinquedos, ama participar do Click Compaixão”, se orgulha a mãe. A FCG tem transformado a vida de milhares de pessoas através do serviço de amor, permitindo que muitos se voluntariem nos diversos programas e formando profissionais que fazem a diferença no mercado. Seja um voluntário ou participe de algum dos cursos de formação. Conheça mais através do site www.fcg.org.br.

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RECOMENDO

LIVRO

Kriptonita JOHN BEVERE | LAN

Assim como o Super-Homem, que pode saltar sobre qualquer obstáculo e derrotar todo inimigo, os seguidores de Cristo têm a habilidade sobrenatural de vencer os desafios que enfrentam. Porém, o problema tanto para o Super-Homem como para nós é que existe uma kriptonita que rouba a nossa força. É claro, o herói dos gibis e a kriptonita são fictícios, mas a vida espiritual não é. Este livro oferece respostas por que muitos de nós somos incapazes de experimentar a força divina que era evidente dentre os cristãos do primeiro século. O autor John Bevere revela o que é a kriptonita espiritual e por que ela está comprometendo as nossas comunidades, além de apresentar como os cristãos podem ser livres da sua escravidão. O livro não é para os fracos de coração, ele confronta a ponto de acelerar a vida cristã de qualquer um, e aborda uma verdade muito séria para qualquer seguidor de Cristo que anseia abraçar o caminho desafiador, mas recompensador, da transformação.

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LIVRO

LIVRO

A receita de Jesus para a felicidade

Deus na era secular

HERNANDES DIAS LOPES | PÓRTICO

TIMOTHY KELLER | VIDA NOVA

Neste novo livro, um dos pastores mais respeitados do Brasil, lança um desafio: “Pare e entenda, de uma vez por todas, qual o único caminho para a real felicidade”. É possível ser feliz, independentemente da sua posição atual? É possível ser feliz em tudo o que faz, mesmo durante o caminho e não só na linha de chegada? É possível construir lares felizes sem necessitar de muitos recursos ou estratégias mirabolantes? A resposta para todas essas perguntas é afirmativa, e Hernandes Dias Lopes explica por quê.

Como seres humanos, não podemos viver sem satisfação, sentido, liberdade, identidade, justiça e esperança. Por isso, neste novo livro, Timothy Keller, pastor e autor best-seller do New York Times, convida o cético a considerar que o cristianismo ainda é a resposta para todas essas necessidades. Escrito para crentes e para quem ainda não vê razões para crer, “Deus na era secular” lança luz sobre o profundo valor e importância de Jesus em nossas vidas.

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Juntas

Livox

CONCEPTU | BEELIVE

CARLOS EDMAR PEREIRA

O aplicativo faz parte de um mecanismo de combate à violência doméstica. Ele possibilita que mulheres em situação de perigo enviem, pelo celular, um pedido de socorro a pessoas previamente cadastradas, que recebem, por mensagem, a exata localização da vítima. Com ele, mulheres expostas à violência doméstica podem construir uma rede pessoal de proteção.

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Reconhecido internacionalmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) por facilitar a inclusão social, Livox é um aplicativo que permite que pessoas com doenças e/ou deficiências que prejudicam a fala possam se comunicar e aprender através de um tablet. Indicado para pacientes com Autismo, ELA, Paralisia Cerebral, Síndrome de Down, sequelas de AVC e outras, foi criado pelo analista de sistema Carlos Pereira para ajudar a filha. Use o leitor de QR Code em seu celular e baixe o aplicativo 27


REFLEXÃO

O PODER ATRAVÉS DA ORAÇÃO eus é soberano e faz todas as coisas conforme o conselho da Sua vontade, mas sendo Ele soberano, escolheu agir em resposta às orações do Seu povo. Orar é conectar o altar com o trono, a fraqueza humana à onipotência divina. Orar é falar com Aquele que está entronizado acima dos querubins e governa o universo. Não há nenhuma força mais poderosa na terra do que a oração, pois a Palavra de Deus diz que muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. Pela oração, situações humanamente irremediáveis acontecem. Ana orou ao Senhor e tornou-se alegre mãe de filhos, mesmo sendo estéril. Deus derrotou o poderoso exército da Assíria em resposta às orações do rei Ezequias. Esse mesmo rei foi curado de uma enfermidade mortal, em resposta ao seu clamor e às suas lágrimas. A oração aciona o braço do Onipotente! Pela oração, as mui ricas e preciosas promessas de Deus são apropriadas. Tiago escreveu: “Nada tendes, porque nada pedis” (Tg. 4.2). Jesus ensinou: “Pedi e dar-se-vos-á, porque todo o que pede recebe” (Lc. 11.9-10). Bênçãos são retidas quando as orações não sobem ao trono da graça. Mas, promessas são cumpridas quando o povo de Deus ergue sua voz aos céus. Pela oração apropriamo-nos das promessas divinas. Pela oração, enfermos são curados. Portanto, devemos orar pelos enfermos. Deus cura com os meios, sem os meios e apesar dos meios. Ele cura segundo o Seu propósito e Sua soberana vontade. Quando Ele deixa de curar é, de igual modo, para mostrar como o Seu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Porém, jamais devemos calar a nossa voz diante do sofrimento, seja nosso ou dos nossos irmãos. Deus é poderoso para reverter a situação mais adversa. Ele pode transformar choro em alegria, desespero em esperança, o cheiro da morte em aroma de vida. Pela oração, a igreja é fortalecida com poder para 28

Nossa maior riqueza não são as bênçãos de Deus, mas o Deus das bênçãos. Deus é melhor do que Suas bênçãos testemunhar. A igreja avança mais rápido e com mais vigor quando caminha de joelhos. É quando nos prostramos diante de Deus que podemos nos levantar diante dos homens. É quando nos curvamos diante de Deus em oração que podemos nos levantar para pregar com eficácia. Não há pregação poderosa sem que primeiro os joelhos se dobrem. Precisamos falar com Deus antes de falar aos homens. Precisamos conhecer o poder de Deus através da oração antes de sermos usados por Deus na pregação. Pela oração, a igreja transforma as ameaças do mundo em ousadia para testemunhar com intrepidez. A perseguição jamais enfraqueceu a igreja. Ao contrário, leva-a ainda mais longe em sua ousadia, para clamar aos céus, rogando intrepidez e poder para testemunhar. Foi assim com os apóstolos diante da perseguição. Foi assim com os crentes primitivos diante da amarga violência dos imperadores romanos. Foi assim ao longo da história da igreja. O sofrimento põe a igre-


ja de joelhos e quando a igreja se ajoelha ela é mais forte do que um poderoso exército. A igreja transforma as ameaças do mundo em oportunidades para buscar a face do Onipotente e sair desse campo das lágrimas revestida com o poder do Espírito Santo. Pela oração, a igreja se deleita em Deus mais do que nas obras de Deus. O maior privilégio da oração é ter intimidade com Deus e deleitar-se nele. Quanto mais nos regozijamos em Deus, mais Ele se deleita em nós. Quanto mais nos apegamos ao Altíssimo, mais temos gozo nele e motivos para andarmos com Ele. Nosso maior problema não é a presença do adversário, mas a ausência de Deus. Nossa maior riqueza não são as bênçãos de Deus, mas o Deus das bênçãos. Deus é melhor do que Suas bênçãos. Ele é mais excelente do que Suas mais excelentes dádivas.

Oh, que a igreja redescubra as bênçãos da oração! Oh, que a igreja deixe de fazer a obra na força do braço humano, para recorrer aos insondáveis recursos divinos. Oh, que a igreja se prostre diante de Deus em oração, para levantar-se diante dos homens em testemunho!

HERNANDES DIAS LOPES Hernandes Dias Lopes é conferencista, escritor, pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória, no Espírito Santo, e pastor colaborador da Igreja Presbiteriana de Pinheiros, em São Paulo. É casado com Udemilta, com quem tem dois filhos, Thiago e Mariana. 29


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CONFERÊNCIA MINISTERIAL

EQUIPANDO OS SANTOS

10 a 13 de Abril de 2019

PRELETORES...

Carlos Alberto Bezerra Fundador e pastor presidente da Comunidade da Graça

Suely Bezerra

Carlos Bezerra Jr.

Fundadora e líder do Ministério Mulheres Intercessoras

Paulo Mazoni Pastor sênior da Igreja Batista Central de Belo Horizonte

Ronaldo Bezerra

Deputado, médico e pastor da Comunidade da Graça

Carlito Paes Escritor e pastor da Igreja da Cidade, em São José dos Campos

Compositor e pastor da Comunidade da Graça

Hernandes Dias Lopes Escritor, conferencista, diretor executivo da Luz para o Caminho e pastor da Igreja Presbiteriana de Pinheiros em São Paulo


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