Saiba+ - Edição Outubro de 2014

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Cultura

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30 de outubro de 2014

Glicério gastará R$ 6 mi em revitalização Projeto prevê mudanças nos quiosques, nas calçadas, recuperação de prédios históricos e limpeza

Bruna Gomes Raíssa Bazzo

A

presentado pelo prefeito Jonas Donizette (PSB), no dia 11 de setembro de 2014, o projeto arquitetônico de revitalização do Centro de Campinas, segundo a Prefeitura, deve ter início em janeiro de 2015 e deverá ser finalizado antes do Natal do mesmo ano. O custo será de R$ 6 milhões. O trecho a ser revitalizado vai da Avenida Orosimbo Maia até a Aquidabã e vai servir de modelo para a revitalização de toda área central. O projeto arquitetônico, doado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), foi assinado pela arquiteta Maria Rita Amoroso e tem fotos e informações de como a Glicério ficará depois da obra. Alguns incentivos também serão oferecidos às empresas que desejarem se instalar no Centro, caso um projeto de lei que trata desse assunto seja aprovado na Câmara. O objetivo, segundo a Prefeitura, é valorizar a área central, revitalizar o patrimônio cultural e arquitetônico, resgatar a convivência e impulsionar a economia e a habitação, entre outras ações. Para Debora Correa, de 25 anos, atendente de um quiosque de salga-

dos em frente à agência dos Correios, a obra não será benéfica para os proprietários das barracas estabelecidas na calçada. “Escuto sobre a reformulação há pelo menos seis anos, pois já trabalho aqui há oito, mas acho que não vai ser bom para os comerciantes, porque vão nos tirar dos nossos lugares e colocar as barracas mais para cima”. A atendente se refere ao fato de que as barracas, pelo novo projeto, passarão a ser instaladas apenas do lado esquerdo da avenida, em locais prédeterminados pela Administração Pública. Em reunião na Câmara, os vereadores e secretários responsáveis pelo projeto puderam apresentá-lo aos comerciantes e moradores da Glicério. Segundo Adriana Flosi, presidente da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), que também participou da reunião, o órgão vai contribuir com a fiscalização da obra, auxiliando os comerciantes e moradores da avenida. De acordo com Adriana, um documento será redigido para expor quais são os direitos dos comerciantes da área. O projeto será custeado pela Prefeitura e pelas empresas e associações participantes. As intervenções arquitetônicas

Fotos:Bruna Gomes

Av. Glicério será restaurada a partir de janeiro de 2015 e segundo Prefeitura será entregue no final do ano

valorizam a acessibilidade, a mobilidade de pedestres, a estética e a limpeza visual. As placas publicitárias serão regulamentadas, os fios de energia e telefonia serão aterrados e as calçadas ampliadas, padronizadas e passarão a ter seis metros de largura. Hoje, têm metade disso. Já as barracas e bancas terão a disposição adequada e

Reunião na Câmara dos Vereadores apresenta projeto de restauração para moradores e comerciantes

serão transformadas em quiosques. O piso da calçada, grande reclamação da população, será refeito com material mais resistente para que buracos e elevações inadequadas possam ser evitados. Pontos de ônibus, placas de informações e luminárias serão trocados para valorizar prédios históricos da cidade. O arquiteto e presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano de Campinas (CMDU), Fabio Bernils, defende um plano de requalificação para a área central. Ele leva em consideração as mudanças ocorridas na Rua 13 de Maio, onde calçadas foram ampliadas, aumentando o espaço para o pedestre caminhar sem a intervenção de veículos, mas que, em contexto geral, não provocou nenhuma mudança extrema de intervenção urbana, como, por exemplo, na poluição visual. O arquiteto também questiona a participação de moradores e comerciantes que não foram incluídos no projeto e não possuem conhecimento a respeito da requalificação. “Parece-me algo que vem de cima para baixo. Como uma obra desse porte

que estão propondo está sendo planejada? Quem ou qual órgão público está responsável por esta obra?”, pergunta Bernils. Quando questionada sobre os moradores de rua que tomam as calçadas da avenida, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo da Prefeitura Municipal de Campinas, não apresenta nenhuma solução prática. À noite, é comum ver dezenas de moradores de rua dormindo embaixo de marquises na avenida. A assessoria respondeu apenas que a Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social (SMCAIS), responsável pelos serviços de atendimento às pessoas em situação de rua, disponibiliza uma série de serviços para atendimento dessa população. Qr Code


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