cartilha do 1° de maio

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1º DE MAIO - DIA DE LUTA DO PROLETARIADO INTERNACIONAL

em acordo com o governo e os patrões. A campanha não estava de forma nenhuma voltada para mobilizar os trabalhadores. Pelo contrário, seu objetivo era o de utilizar a reivindicação operária para uma campanha política de propaganda com vistas a pressionar a ditadura a negociar mudanças graduais no regime sindical. Mesmo assim, apesar do esforço para deixar os operários de fora da campanha, esta ficou muito popular entre os trabalhadores por dar expressão, ainda que de maneira deformada, a uma necessidade real de luta contra a ditadura e as péssimas condições de vida impostas pelo regime. A disposição dos trabalhadores para a luta assumiria um caráter independente com as greves nos anos seguintes. Para a burguesia, o sindicalismo lulista, um sindicalismo burguês, expressão de um partido burguês direitista como era o MDB, que conseguia apoio entre os operários 37

sem mobiliza-los para a luta, sem organiza-los, em resumo, sem escapar ao regime sindical da ditadura, aparecia como a nona maravilha do mundo moderno. 1978... A greve de 1978 começou depois que a burocracia lulista havia assinado o acordo salarial, em abril. Lula havia sido reeleito presidente do sindicato em chapa única no mesmo mês. A greve foi precedida de diversas paralisações espontâneas dos trabalhadores em outras empresas, revoltados com a discriminação imposta pelos patrões, o pagamento de aumentos a uma parcela dos trabalhadores da Mercedes; na Ford, cerca de 100 trabalhadores de um setor da produção pararam o trabalho em um dia para reivindicar um aumento de 20% em relação com o que fora acordado entre a FIESP e o sindicato. A partir destas paralisações,


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