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A B A K AT E : C I N E A S TA E P O E TA C A S C AV E L E N S E     DIEGO CAVALCANTE                                     A Andoza Ferreira, mais conhecido como Abakate. Natural de Arapongas, nascido em 1951. Radialista, poeta e roteirista. Produziu diversos filmes em Cascavel e região, como por exemplo o ‘Cachimbo Torto’, ‘Que mordomo é esse?’ e o clássico ‘Chuva de Linguiça’. Abakate também publicou livros, seu último trabalho foi o livro Delírios da Alma, um livro repleto de Poesias. Andoza trabalha há anos no meio radiofônico, atualmente trabalha como técnico na Rádio Colméia de Cascavel.

O filme erótico trás uma mensagem muito importante para a família, porque o filme erótico trás os encontros, os desencontros, as mentiras. [...] Então eu acho que o erotismo é muito importante para a vida da família. - Abakate

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SECTION NAME Me Leva: Quem é Andoza Ferreira? Como você se define? Andoza Ferreira: Andoza Ferreira é um radialista, um poeta, um roteirista. Isso foi o que eu assumi para a minha vida. Por isso que eu fico horas e horas escrevendo textos, fazendo poesias e criando novos roteiros para novos filmes. Me Leva: De onde surgiu o apelido Abakate? AF: Abakate vem lá do tempo de garoto, no jogo de futebol.

cenas. Eu acredito que a gente irá dar um impacto muito grande perante o meio ambiente com este trabalho. E eu afirmo o seguinte, eu não penso em resolver nada com este trabalho, mas eu penso que este trabalho vai ser visto por crianças de todas as idades. Eu acredito que este trabalho venha a ser muito objetivo e as crianças irão aprender muito com a nossa mensagem. Eu quero lança-lo este ano ainda. Me Leva: O que é a poesia para você?

AF: O cinema para mim é a maior maravilha do mundo, é considerado um caminho de prazer para praticamente todo mundo, pois todos um dia, já viram um filme.

AF: A poesia ela vem da alma, a minha primeira composição, eu fiz ela com nove anos, naquele tempo eu estava na escola, e eu fiz a primeira poesia. Trabalhava com a gente na fazenda, um rapaz por nome Sebastião, ele escrevia, ele era religioso, então, quando eu cheguei com a ideia, ele escreveu em uma tábua com carvão a primeira poesia que eu fiz.

Me Leva: Quais foram as suas principais contribuições para o cinema?

Me Leva: De onde vem a sua inspiração para a poesia?

AF: Bem, para o cinema eu já trabalhei com cinema volante, exibindo filme em portas de escola, em portas de vendas, aquelas vendinhas do interior. Então a gente fazia ali um telão e colocava a exibição de um filme. Mas o meu maior prazer em todo esse tempo da minha vida, foi ajudando em produções de filmes, já ajudei em oito filmes. Mas o meu maior prazer foi um trabalho que eu fiz com muitas crianças, trabalhos livres, que trazem um incentivo para as crianças. Este último filme, Cachimbo Torto, só em Cascavel mais de 120 mil crianças assistiram, então isso é muito prazeroso.

AF: Todas as vezes que nós assumimos a responsabilidade de uma função na vida, nós vamos se dedicando e vamos se ampliando. Então, aquilo está na nossa alma, e de repente você passa a não ser dono mais do seu tempo, o seu tempo é assumido por um verso, por uma poesia, por uma estrofe de uma música e nunca por uma crítica, a gente está sempre andando para frente. Então, nós aproveitamos quando não gostamos de algo, ou quando vemos algo maravilhoso, a gente transforma em verso, é mais ou menos assim.

Me Leva: O que é o cinema para você?

Me Leva: Qual será o seu próximo trabalho no cinema? AF: Ainda não posso revelar o nome, mas já estamos gravando as últimas

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Me Leva: O que é o rádio para você? AF: Eu comecei no rádio muito moleque, naquele tempo predominavam os serviços de auto falantes nas cidades. As rádios vinham de

São Paulo, no interior havia muito poucas. Eu tive a felicidade de conhecer uma pessoa e com 13 anos coloquei a minha primeira rádio no ar. Foi na cidade de Iporã, mas antes eu já fazia o serviço de auto falantes em igreja. Só para ter uma ideia, aquela igreja em Juvinopolis, foi construída através do meu serviço de auto falante, do meu teatro e das exibições de filmes que eu levava para lá. Eu fazia o povo ir assistir, para repassar a verba para construir a igreja. Me Leva: Conte um pouco da sua experiência com o rádio. AF: A minha maior experiência do rádio foi com o padre José da cidade de Goioerê, que me deu a primeira oportunidade de ter um programa de rádio. E todos os dias ele falava para mim, “em microfone, fale só o que você tem absoluta certeza, porque, no momento em que você joga um palavrão, ou algo que você

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não tem certeza no ar, de repente vai ser ouvido por pessoas que não absorvem aquilo ali”. Me Leva: Quais foram os seus maiores feitos? AF: Eu vivi todos estes momentos maravilhosos, andando pelo Brasil a fora, então para mim esta foi a minha grande conquista. Viver com harmonia e sorrir sempre para a vida e para as pessoas que nos rodeiam. Porque em nossa volta está a grande família, no nosso trabalho, onde nós passamos a maior parte do nosso tempo. Então quando temos a possibilidade de sorrir para estas pessoas, este é um grande feito para a vida. Me Leva: Qual o seu maior objetivo? AF: Eu gostaria de ver cidades se unirem em volta do seu povo. É o meu maior objetivo, ver cada cidade ser dona absolutamente do seu povo, trabalhar para o seu povo e não ficar sonhando que lá fora está melhor. É em nossa volta que temos que construir a felicidade de todos, o bem estar e uma vida razoavelmente bem vivida para todos. Nós temos que pensar em todos, então este é o meu grande objetivo. É um dia levar uma ideia para um comandante de prefeitura ou de estado, que tenha essa visão, de cada município ser dono absolutamente do seu povo e o seu povo ser dono do seu

município, nós não podemos mais ter xerifes. Me Leva: Você ajudou a produzir alguns filmes eróticos, o que você pensa sobre o tabu imposto pela sociedade quanto a estes tipos de filmes? AF: Eu acho que hoje, o erotismo está presente em cada canto, em cada rua. No passado o erotismo era chamado de zona, então a mulher erótica ia para a zona, ela não ficava a mercê das avenidas ou das portas de casas, hoje é o contrário. Por isso esse erotismo presente nos dias de hoje derrubou um pouco o erotismo das telas. Mas o filme erótico trás uma mensagem muito importante para a família, porque o filme erótico trás os encontros, os desencontros, as mentiras. Mas ao mesmo tempo ele mostra, para a família, para o casal, seja ele de namorados, seja ele já casados, que quando existe a conquista entre duas pessoas através do erotismo, pode ser até um beijo no ombro, uma passada de mão no cabelo, mas que não se perca o contato. Quando não se perde o contato, as duas pessoas estão voltadas uma pela outra e não veem a hora de se encontrar para dar um toque. Então o erotismo trás essa mensagem, ele começa em uma paquera e vai até o ato final. O erotismo quando pintou no cinema, se não me engano o primeiro filme chamava-se ‘Ligeirinho’,

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pois era tudo muito rápido. E aí eles mudaram, viram que o povo gostaria de ver aquilo ali, mas gostariam de ver dentro de uma história. Então o erotismo é uma história de amor. Aí veio o romance, que sacudiu os anos 70 e 80, com muita força, hoje perdeu um pouco. Porque o romance veio para as ruas, ao vivo, você pode sair em qualquer lugar e em qualquer horário, você pode ver pessoas se abraçando, se beijando, se tocando, mostrando as pernas e essas coisas. Então eu acho que o erotismo é muito importante para a vida da família. Me Leva: Uma mensagem final. AF: Eu acho muito importante quando o jovem não abandona o banco da escola, então esta é a minha mensagem, continue estudando, continue descobrindo o que é o mundo. Não pare nunca, leia sempre alguma coisa, se você não tem aquele saco para ler uma mensagem muito longa, busque dentro de um livro, as mensagens mais objetivas, e passe a ler ela. Depois você volta mais um pouco para ver o porque que chegou naquela mensagem, daqui a pouco você estará lendo as coisas todas que vem do mundo todo. Nós temos que se voltar para o conhecimento geral do mundo, e aí criaremos em nossa volta, um sistema de vida maravilhoso com mensagens para passar para as pessoas. Então ler, assistir um filme, evitar porta de fofocas, isso é muito importante. Para quem está seguindo para o mundo moderno, como nós estamos seguindo, que hoje o meio de comunicação tomou conta, mas ainda não está trazendo as grandes mensagens. As grandes mensagens virão de você, sendo um cara culto, com conhecimento de mundo. Aí sim você vai criar as grandes mensagens, essa é a proposta que eu deixo.


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