Revista Me Leva

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E D I TO R I A L

ME LEVA                                    No dia 20 de junho de 2016 o Ibama emitiu uma nota renunciando ao prazo de recurso sobre a liberação do termino da obra do shopping Catuaí em Cascavel – PR. Pode se utilizar o novo empreendimento imobiliário como, um reflexo da cidade que é a capital do oeste. Enquanto se borbulha desenvolvimento, se semeia conflito sobre a que trilhos devemos seguir. Em meio a este cenário surge a Revista Me Leva, almejando levantar as bandeiras que possam auxiliar no desenvolvimento da nossa região. De carona neste movimento rumo ao futuro, vamos lhe mostrar a beleza escondida nesta região onde tudo que se planta dá, e não estamos falando apenas da agricultura. Musica, gastronomia, lazer, variedades, cotidiano, pessoas. Todas as facetas da nossa linda região oeste do Paraná. Em pesquisas recentes é possível observar que em meio à crise econômica que se instala na nossa nação, o Paraná, se destaca como um dos únicos estados a apresentar crescimento. Tudo isso porque o Paraná é o segundo maior produtor de grãos e o maior produtor de carnes do Brasil, mesmo tendo menos de 2,5% do território nacional. Seja qual for a razão para o crescente desenvolvimento, isto vem modificando o cenário no interior paranaense, o desenvolvimento econômico atrai pessoas, faz crescer as cidades. Esse crescimento aumenta nossa diversidade, modifica nosso cotidiano, fortalece nossa cultura. É ai que entramos, mesmo que atualmente a internet bombardeie as pessoas com informação 24 horas por dia, a informação de qualidade não perdeu seu valor, nosso trabalho é lhe trazer essa, com o jeito “pé vermelho” de trabalhar. O diferencial que vamos lhe oferecer é a visão de quem nasceu aqui, de quem vive aqui, com uma linguagem mais jovem, de pessoas que sentem a pulsação das ruas, o grito do povo, de alguém que é gente desse Paraná. Nossa equipe esta trabalhando há algum tempo com veículos de comunicação que permita a interação com o publico, podemos garantir que sua voz será ouvida, vamos buscar sempre por uma simbiose entre veículo e leitor para que as paginas desta revista representem relatos do nosso dia a dia em todo seu esplendor, para que nos tornemos parte de suas vidas, prestando um trabalho a nossa região e deixando de lado o aspecto frio dos veículos de comunicação sem um dialogo bilateral. DIEGO CAVALCANTE

DÉBORA DIAS

JEFFERSON LOTTI

Entrevistas Fotografias Diagramação Direção Geral

Entrevistas Fotografias Planejamento Direção Geral

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ÍNDICE

ME LEVA                                    6 BLITZ DO E-LIXO EM CASCAVEL 7 14º ROCÃO EM CASCAVEL 8 A NOVA METODOLOGIA DE ENSINO »» p.18

10 FAST-FOOD FITNESS 12 JANTAR GOURMET NAMORADOS 13 EMPREENDENDORISMO JOVEM

»» p.21

»» p.7

14 NUM REINO TÃO TÃO DISTANTE... 16 CAMINHOS PARA A AVENTURA 17 OLGA BONGIOVANNI 18 ABAKATE: POETA E CINEASTA

»» p.10

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21 ENTREVISTA ELIANE NOVAK


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B L I T Z D O E - L I XO N A C A P I TA L D O O E S T E     JEFFERSON LOTTI

No dia 25 de julho ocorre uma blitz sobre o descarte do E-lixo (lixo proveniente de materiais eletrônicos) em Cascavel, Algumas organizações privadas da cidade estão se mobilizando para orientar o publico sobre cuidados com estes materiais. Os organizadores do evento vão distribuir folders orientando aos participantes sobre o descarte adequado de cada material, o folheto mostra também qual será o destino do material coletado durante o evento. Esta é a segunda edição do evento que já foi realizado em 2015, o prpósito da blitz continua o mesmo, porém, Cesar Roberto Ioris, (62) um dos organizadores do evento comenta sobre os planos para o futuro da campanha: “Pretendemos tornar esse evento trimestral, sempre buscando novos parceiros”. Cesar comenta a importância da blitz, “Buscamos conscientizar esclarecer e informar como realizar o descarte”. Em relação à campanha do ano passado ocorreram mudanças, enquanto no ano passado o foco era apenas a conscientização, este ano esta disponível um local para que os cidadãos levem o E-lixo, Cesar relata ainda que a praticidade pode ser ainda maior, “ano passado não havia um local para descarte, não informávamos sobre o destino do material recolhido, este ano há um telefone para indicar a nossa equipe um local de coleta, que pode ser a casa de alguém”.

Ao final do trabalho as instituições cadastradas para coleta virão até o local fazer o recolhimento do material, no caso de quem precisa que o lixo seja recolhido em sua residência, o folder indica o contato direto da instituição responsável pela coleta do tipo de lixo que o cidadão possui, diz Cesar. A blitz para a entrega de materiais informativos e recolha de materiais recicláveis, ocorrerá na Rua Pernambuco, 1802. As atividades serão desenvolvidas das 9h às 13h, na Praça da Bíblia.

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C A S C AV E L R E C E B E A 14ª E D I Ç Ã O D O R O C Ã O     DIEGO CAVALCANTE

A 14ª edição do Rocão chega com uma grande novidade. Pela primeira vez o evento ocorre em dois dias e a data já está marcada: dias 17 e 18 de setembro na Praça Parigot de Souza, em Cascavel. O tradicional evento beneficente, que arrecada fundos para a ONG Sou Amigo, conta com a presença de várias bandas cascavelenses de rock, praça de alimentação, exibição de carros antigos, demonstrações de slackline, stands com produtos variados, além da possibilidade de adoção de cães resgatados. Segundo a presidente da ONG, Evelyne Paludo, a população precisa ter mais consciência quanto ao abandono de animais. “O principal objetivo do Rocão é conscientizar pela quantidade de vira-latas que precisam de ajuda, e angariar recursos para pagar o tratamento dos cães resgatados pela ONG”, relata Evelyne. A organização começa o evento com uma dívida acumulada

de R$ 30 mil em clínicas veterinárias de Cascavel. A meta é liquidar esta dívida para que as clínicas continuem atendendo os animais resgatados. “A expectativa de venda é boa, esperamos vender tudo. O pessoal compra para ajudar, pois sabem que é destinado para pagar as contas dos resgates”, conclui a voluntária Luciana Sória. A ideia de mesclar o rock com o resgate de cães de rua, veio do fato de ambos serem muito marginalizadas pela sociedade. “Todo mundo acha que o rock é uma música complicada, um público complicado, acham que quem gosta de vira-lata também não é boa coisa. Então resolvemos juntar estas duas tribos e fazer um evento onde o pessoal consiga ouvir a boa música do rock e de quebra ajudar os animais resgatados pela ONG Sou Amigo”, revela Evelyne Paludo. Um dos grandes atrativos do evento são os shows que ocorrem no palco da praça. Para esta edição estão previstas 16 bandas durante os dois dias de evento. Além das tradicionais bandas de rock, outros estilos musicais também estão se misturando no Rocão, como é o caso do rap. “A cultura do rap tem tudo a ver com o rock, então é legal a gente somar, essa é a importância de trazer esse estilo diferente”, afirma o rapper Guilherme Lima Gil da banda Família Matilha, que se apresentou na edição passada do evento e está negociando

para participar da próxima. No Rocão também é possível fazer a adoção de cães resgatados pela ONG Sou Amigo, a família que tem interesse em adotar um desses animais deve fazer uma entrevista com uma das voluntárias para uma adoção responsável. “A pessoa tem que ter um espaço adequado ao tamanho do animal que ela quer adotar, não adianta a pessoa morar em um miniapartamento e querer adotar um animal de grande porte. Além de estressar o animal, a família terá prejuízos consideráveis”, comenta Paludo. Além da entrevista, o interessado deverá trazer seus documentos pessoais e um comprovante de residência. “O evento tem um objetivo bom. Vendo que não da para abandonar os animais na rua. A sensação de adotar um cão é boa, pois agora ele terá uma nova família”, relata Joyce Pereira, que adotou um cãozinho na 13ª edição. A média de público do Rocão nas últimas edições é de 7 mil pessoas, mas os organizadores esperam dobrar este número pelo fato da próxima edição ser realizada em dois dias, 17 e 18 de setembro.

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A N O VA M E TO D O LO G I A DE ENSINO     JEFFERSON LOTTI                                    O professor Cezar Roberto Versa é formado em Comunicação Social - Jornalismo pela Univel - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel graduado em Letras Português-Inglês pela Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná e mestrado em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Ele nos conta um pouco sobre suas experiências com a primeira turma de metodologias ativas da faculdade onde trabalha. Me leva: Como foi que o Prof. Cezar Versa chegou a essa nova modalidade de ensino, a escolha de ministrar estas turmas foi pessoal ou uma indicação da instituição? Cezar Roberto Versa: Quando surgiram as disciplinas que estariam vinculadas as metodologias ativas de ensino, houve uma conversa com os professores, viram quem tinha este perfil, experiência nesta modalidade e alguns nomes foram levantados pela diretoria. Então alguns professores foram convidados para uma conversa e nesse sentido o meu nome e o de alguns professores foram elencados. Me leva: O que é a metodologia ativa de ensino em sua visão? CV: A metodologia ativa de ensino é você literalmente fazer um processo onde o ensino e aprendizagem, saem do modelo ensino e aprendizagem e todo o desenvolvimento passa a ser um modo de aprender onde, o aluno é mais proativo, acho que a grande questão da metodologia é a pró-atividade, é o aluno que constrói seu conhecimento, logico que o professor é um mediador nesse processo, mas é o aluno que tem de constituir

através das praticas o aprofundamento teórico, e o aprofundamento do que ele tem que aprender. Me leva: Já havia tido alguma experiência nestes moldes? CV: Na verdade sim, em alguns trabalhos, principalmente com ensino médio, mas, na faculdade em alguns casos nos cursos de comunicação fazemos algumas atividades mais praticas, trabalhamos com esse modelo. O que neste sentido ajudou e favoreceu na experiência, mas, claro que cada momento é um aprendizado do próprio professor em relação a metodologia ativa que é algo muito novo no Brasil. Me leva: Como é a aceitação dos alunos a essas novas praticas? CV: Atualmente trabalhamos com um curso, sendo a primeira turma com a qual eu trabalho. A aceitação esta sendo bem interessante por que, eles estão trabalhando a partir destas metodologias e sentindo que tem uma autonomia neste processo de aprendizado, até mesmo em interações com outras turmas outros processos eles perceberam o quanto eles aprenderam.

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Me leva: Alguns alunos possuem problemas para se comunicar, seja por vergonha ou outros fatores, esse novo modelo de ensino colabora para um melhor desenvolvimento comunicativo destes? CV: Colabora, pois, como eles trabalham sempre em grupo, ele vai ter de falar em algum momento com esse grupo, claro que em alguns casos isto pode se restringir ao grupo, pessoas mais tímidas tem mais dificuldade perante um grupo maior. Mas, como em uma sala tradicional estão 40 ou 50 alunos, este aluno tímido não falaria nunca, no grupo de cinco, seis, sete alunos ele fala. Me leva: Tendo trabalhado com os dois métodos, em sua opinião, qual aguça mais o senso critico dos indivíduos? CV: Se você pensar na resposta que o aluno tem diante de um problema, a metodologia ativa ela tem uma resposta mais efetiva neste sentido pois, na metodologia comum muitas vezes nesta situação o aluno se posta de forma passiva, o que é o estado passivo? Ele esta sentado escutando, o que necessariamente não significa que ele esteja entendendo, ou, formando um senso critico a partir disso.

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de o aluno estar na pratica de um problema que ele tem de resolver, quando ele tem de resolver ele tem de buscar uma estratégia, um processo teórico, ou seja, ele constrói um conhecimento, não apenas ocorre a transmissão. Me leva: Nas metodologias ativas de ensino é importante se realizar a abordagem de temas e problemas atuais, como lidar com o brainstorm (é um método criado nos Estados Unidos, por Alex Osborn, usado para testar e explorar a capacidade criativa de indivíduos ou grupos, principalmente nas áreas de relações humanas e dinâmicas de grupo), sem perder o dinamismo necessário para o desenvolvimento da aula? CV: Na verdade o brainstorm tem de ser usado como uma ferramenta a seu favor, então você faz essa pratica, da chuva de ideias, mas o grande segredo é mostrar como isso pode ser usado, vivemos em um mundo com muita informação, então na metodologia ativa um dos objetivos é tem em mente claro o que você quer com a atividade e, a partir disso organizar a aula, a esquematização do processo e das informações, tornando o brainstorm positivo.

Me leva: Neste modelo a educação deixa de ser meramente a transmissão de conhecimento, como então, estimular esse aprendizado que vem de dentro?

Me leva: Neste caso, como todos estão envolvidos no processo de resolução de um problema, não é possível que algumas personalidades mais fortes, de liderança acabem moldando o pensamento de todo um grupo?

CV: A ideia de transmissão de conhecimento é julgar que o aluno é uma antena, que o professor transmite e ele recebe a informação, é muito difícil pensar que essa pessoa vai conseguir transmitir completamente esse conhecimento. A vantagem da metodologia ativa é justamente

CV: Não que essa pessoa molde o conhecimento, sempre em um grupo vai ter algum que se mostra mais proativo, outro menos proativo e assim por diante. A grande questão aqui é perceber como cada um vai trabalhar e como cada um faz sua parte, então nesse momento a auto avaliação da

pessoa em si e dos grupos, é muito importante para perceber se não ocorre algum equivoco no processo de aprendizado. Me leva: Consegue observar algum ponto negativo nessa metodologia? CV: Toda metodologia de ensino tem seus pontos positivos e negativos, o que poderia ser negativo neste processo é a tentativa de algum aluno de fazer o mínimo e aproveitar o embalo do grupo, o que também é complicado para este individuo por que isto vai acabar aparecendo, mas, isto não se ocorre somente na metodologia ativa, em vários momentos de nossa vida algumas pessoas vão fazer mais, outras menos, então vai depender muito da situação.

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FA S T - F O O D F I T N E S S     JEFFERSON LOTTI                                      De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) a obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso e mais de 700 milhões, obesos. Informações repassadas pela Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) mostram que, na região sul do Brasil, 56% dos adultos estão com sobrepeso. Com exceção dos casos de Síndrome Metabólica, o sobrepeso está diretamente relacionado com os hábitos individuais. Em um cotidiano cada vez mais frenético as pessoas buscam a praticidade, um fator determinante para o aumento do consumo do fast-food entre a população. Segundo dados da Opas (Organização Pan-americana da Saúde) entre o ano 2000 e 2013 a venda desses alimentos cresceu 27%. No Brasil especificamente o aumento foi de 30%. Em meio a esse cenário, surgem empreendimentos voltados a um público que busca por um hábito alimentar mais saudável. Na cidade de Cascavel existem alguns restaurantes e empresas que trazem praticidade unindo cardápio variado preparado por nutricionistas. A nutricionista Christiane Azzolini nos conta como teve a ideia pra iniciar um desses empreendimentos: “meu marido é endocrinologista e sentiu a necessidade de levar uma alimentação mais balanceada a seus pacientes que diziam não ter tempo para

preparar pratos para suas dietas”. Iniciando com esse viés a empresa trabalhou por nove anos até que o boca a boca começou a atrair novos clientes. Christiane conta que um novo nicho surgiu, “pessoas que moram sozinhas em casa, ou são de fora da cidade e estudam em Cascavel querem praticidade e também uma refeição mais saudável e por isso nos procuram”. No caso dessa empresa, o cardápio traz opções saudáveis, porém, fora dos moldes das grandes cadeias de fast-food, enquanto as grandes multinacionais de alimentação optam por sanduíches ou lanches prontos, a empresa de Christiane tem refeições rápidas, mas, mais completas, algo apropriado para um almoço. Existem outros casos como, uma lanchonete, localizada na R. Souza Naves, que procura trabalhar com

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lanches e refeições rápidas. A chefe de cozinha Adriana Ferreira nos explica que “sempre buscamos a alimentação saudável para quem faz academia, uma alimentação sem glúten sem lactose, uma fit-food, com o propósito de ser rápido”. Como se recomenda, o cardápio também foi montado por um nutricionista, mas, existem algumas adaptações: “hoje o cliente opta mais por mandioca no escondidinho que originalmente era feito com batata doce, mas, mesmo assim ele continua sem glúten”. O estabelecimento traz varias opções de lanches, até mesmo um hambúrguer fit, com redução das calorias, para quem gosta do prato e procura uma opção mais saudável. Segundo Adriana, ao contrário do que se pensa, a alimentação saudável é a mais simples que existe, “ela não usa de muitos aditivos, não


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existe muita complicação no preparo, pois, é algo mais natural, mesmo parecendo algo sofisticado, ela é muito simples”. Em comparação com as grandes cadeias de fast-food Adriana deixa claro que não seria possível competir com um drive-thru, mas, não teria de se esperar tanto para saborear o prato: “nosso estabelecimento procura trabalhar com um tempo máximo de 12

minutos até que o prato seja entregue em sua mesa”. Marllon Wencelevski, um cliente assíduo do estabelecimento, cita a razão da sua preferência pelo lugar: “prático uma dieta onde faço restrição de alguns alimentos, então acabo tendo de procurar por lugares especializados”. Mesmo assim ele nos conta que existe um lado positivo nessa situação, “já emagreci bastante

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depois que comecei com a nova rotina, gosto dos pratos que servem aqui e como trabalho aqui perto sempre venho lanchar, a tapioca é muito boa”. Adriana Ferreira comenta que seu horário de maior movimento é durante a tarde ou após o horário de trabalho, sendo que geralmente compram o lanche para a viagem. Marllon reforça uma das razões para isso, “geralmente estou com pressa durante a tarde então não tenho tempo de preparar algo para comer”. Existe então uma opção para ser saudável em meio a nossas rotinas eufóricas, trazendo ainda benefícios para nossa vida. Adriana realça ainda que: “essa alimentação pode trazer um ganho de qualidade de vida, basta, dedicação”.

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J A N TA R G O U R M E T PA R A O DIA DOS NAMORADOS     JEFFERSON LOTTI

Acontece mais uma edição do jantar do dia dos namorados oferecido por uma instituição de ensino superior localizada na Av. Tito Muffato no bairro Santa Cruz, em Cascavel. A ação é idealizada pela coordenação do curso de gastronomia, mas, o evento é totalmente organizado pelos acadêmicos. O jantar tem uma temática gourmet, oferecendo entrada, prato principal e acompanhamentos. Na segunda edição do evento, a expectativa dos organizadores é aumentar o numero de participantes nesta edição, no primeiro ano o jantar contou com 26 casais e estima atingir 50 nesta edição. A coordenadora do curso Raquel Goreti frisa a importância do projeto para os alunos “Realizamos este evento e outros também para coloca-los em contato com a realidade, pois, em momento de aula existe um cenário preparado, neste caso, mesmo que o cardápio seja pré-definido ocorrerem

imprevistos e eles tem de aprender a lidar com isso”, A programação serve como alternativa para os participantes nesta data comemorativa conforme conta Mayra Fagundes “Nunca participei de um jantar gourmet, mas, sempre tive vontade”, sobre a importância disse “Acredito que momentos assim valem mais que dinheiro ou objetos, são estes que ficam na memória”. A mesma destaca ainda o ponto de vista do acadêmico “Sou acadêmica de Contabilidade e gosto do incentivo que a instituição esta dando aos alunos do curso”. A organização do evento estipulou o valor do ingresso em R$ 150,00 por casal, pois, segundo Goreti, o jantar não visa lucro, mesmo assim o valor é considerado alto

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“Considerando o cardápio servido e o estilo do jantar acho interessante, mas, considero o valor elevado” disse Mayra. A coordenadora explica que o valor se deve ao fato de o jantar servir pratos à lá carte, seguindo a media dos restaurantes da cidade. Os pratos são preparados pelo Chef Rodrigo Tavos, que também é professor da faculdade. O dia dos namorados é comemorado no dia 12 de Junho, como a data no ano de 2016 cai em um Domingo, o evento foi transferido para Sábado dia 11 de Junho na Av. Tito Muffato, 2317 no bairro Santa Cruz. A entrada é de R$ 150,00 com funcionamento á partir das 20 horas. Mais informações pelo site http://www.univel.br/ ou pelo telefone (45) 3036-3636.


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EMPREENDENDORISMO JOVEM:

UMA ALTERNATIVA À CRISE     DÉBORA DIAS                                    Das empresas legais abertas no primeiro trimestre de 2016 em Cascavel, 27,15% são comandadas por jovens com faixa etária de 18 a 29 anos. Os dados são do programa Empresa Fácil instituído pela Lei nº 5.409/2009 que, de acordo com o site da Prefeitura municipal de Cascavel, tem como objetivo facilitar a abertura de novas empresas e regularizar as atividades informais. Altos níveis de desemprego atingem o país. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) o número de desempregados não pára de subir e chegará a 8,4 milhões em 2016 (7,7%). De acordo com a instituição, o crescimento é mais forte entre os jovens. Diante dessas transformações na economia do país, o empreendedorismo é uma oportunidade de renda. A Prefeitura de Cascavel disponibiliza um espaço para atender os pequenos empresários: a Sala do Empresário, que oferece orientações sobre a abertura, funcionamento e formalização de empresas. O gerente da Sala, Sócrates Alves dos Reis afirma que o número de pessoas em busca da formalização de novas empresas cresce com o avançar da crise econômica nacional. Handreika Jope (25) é um exemplo de jovem que decidiu abrir seu próprio negócio. Dona de uma doceria, ela explica que pelo descontentamento com outras áreas em que tentou atuar e em razão do

momento do país, resolveu abrir o próprio negócio e afirma que ser uma empresária jovem tem suas vantagens: “a gente tem mais garra e força de vontade e hoje, com toda essa dificuldade que vive o Brasil, acho que é mais fácil para nós jovens que temos mais força para recomeçar”. Joana Paula Carneiro (25), proprietária de um restaurante, destaca que o preconceito é uma dificuldade: “é bem difícil porque

as pessoas ainda têm a mente meio fechada. Preconceito por eu ser nova, ter cara de 15 anos e ser mulher. Algumas pessoas acham que estão perdendo tempo falando comigo por não acreditarem que eu sou a responsável pelo restaurante”. Porém, Joana ressalta que a independência proporcionada por ser seu próprio chefe e a liberdade na tomada de decisões compensa todas as dificuldades.

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N U M R E I N O TÃ O TÃ O D I S TA N T E ...     DÉBORA DIAS

As vezes da saudade da mãe e a gente chora” mas em geral “morar sozinho é gratificante” Era uma vez... Calma! Esta não é nenhuma história de princesa, tão pouco um conto de fadas, porém para alguns jovens viver longe da casa dos pais também conta com pitadas de magia, aventuras, riscos e até momentos “gato/gata borralheira” tal como as histórias dos livros infantis. A cada ano, centenas de jovens deixam a casa dos pais e se mudam para a cidade de Cascavel que é um polo universitário. Mas por que Cascavel? Vale a pena ficar distante da família? A justificativa dos entrevistados é basicamente a mesma que o Murilo Arsego (22) apresenta: “Eu passei no curso e achei viável vir. Tentei oito vestibulares e passei aqui, então vim morar pra cá”.

O jovem estudante de medicina é natural de Erechim no Rio Grande do sul e está a 510 km de casa, no total são 10h de carro e 11h de ônibus para visitar a família. Murilo afirma que sente saudade da facilidade de estar em casa por vários aspectos como carro, dinheiro, comida, mas ressalta que as vezes, estar longe dos pais não é tão ruim assim “a vantagem é ser dono da sua vida, fazer o que quer na hora que quer. Tem suas obrigações é claro, mas também tem seus direitos. Tecnicamente você não deve nada pra ninguém é o dono da própria vida”. Em uma só palavra, para Murilo morar sozinho é “gratificante”. Rodrigo Bicalho (19) é de São José dos Campos - SP e está a 1000 km da casa dos pais, de ônibus a viagem dura 18h. O futuro médico admite sentir falta do aconchego

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da mãe, das conversas com o pai e da alegria deles. Ressalta ainda que a alimentação é um problema “aqui eu só como besteira, lanche, pizza, cachorro-quente, almoço de vez em quando comida mesmo sabe? Bem de vez em quando! Lá eu comia sempre ‘certinho’, fazia dieta, malhava aqui eu não consigo organizar meu tempo”. Bicalho relata que a mãe se preocupa bastante e liga com frequência para saber como ele está. Apesar dos contratempos o jovem assegura que gosta desta libertadora experiência “é bem loco, estou curtindo bastante, você fica mais livre, não tem que obedecer a ninguém, você tem que seguir sua própria ordem é sua casa agora mas sempre com seu foco em mente, vim pra cá com um o objetivo então tenho que termina-lo”.


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Cursos como medicina, engenharia, direito, entre outros, são muito requisitados logo, os universitários geralmente se mudam para a cidade onde a tão sonhada vaga do vestibular foi conquistada. Grande parte dos novos acadêmicos encontram dificuldades por terem que sair de casa. Entretanto, para Beatriz Vieira (18) a experiência não é nada “traumática” a estudante de farmácia não vê dificuldade em morar distante de sua terra natal, Campina da Lagoa– PR, que fica a 119 km de sua atual residência. Sobre morar em Cascavel ela afirma que ama a cidade e que evoluí após ficar sozinha “eu sou mais organizada”. Já a acadêmica de direito Risamara Souza (18) brinca que, assim como nas histórias infantis, vez ou outra brota um duende em seu armário e bagunça todas as suas roupas. A jovem descontraída, natural de Três Barras - PR, afirma

que é bom ter privacidade e quando decide falar sério desabafa: “as vezes da saudade da mãe e a gente chora, aprendemos a dar bem mais valor aos nossos pais” E por falar neles, o psicólogo e professor universitário Silvio Araújo explica que eles sofrem, sobretudo as mães que geralmente são as mais afetadas “existe o que a gente chama de síndrome do ninho vazio que é quando a mãe ou os pais começam a se perceber sozinhos. Os filhos saem pra morar fora, estudar e os dois se pegam a sós dentro de casa e é como se fosse um vazio, como se faltasse alguma coisa”. Araújo explica que este é um momento importante para eles “redescobrirem diversas coisas sobre eles, sobre a vida deles, acompanhando é claro o desenvolvimento e a vida dos filhos”. Para o professor, o que se espera dos pais é que tenham “a capacidade de desde cedo, ensinar os filhos a serem mais autônomos e

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menos dependentes. Quando estudamos o desenvolvimento da criança um aspecto importante é desenvolvimento da autonomia”. É necessário que jovem aprenda a fazer as suas escolhas sobretudo porque um dia os pais se vão. E o psicólogo dá algumas dicas: “a construção de uma rotina é fundamental, pois serve como referencial para cumprir com as metas; o equilíbrio financeiro também é muito importante (saber o que tem pra gastar durante a semana, o mês) desenvolvendo assim sua autonomia”. E faz um alerta aos pais “não podem sufocar nem abandonar, até mesmo depois de casados os filhos precisam e, mesmo que não digam, eles esperam dos pais uma orientação, uma referência uma palavra um apoio [...] equilíbrio é essencial [...] e acima de tudo ser feliz fazendo o que gosta”.

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CAMINHOS

PA R A

A AV E N T U R A

DIEGO CAVALCANTE                                    Você conhece as belezas naturais do Oeste do Paraná? Pois saiba que o nosso estado é repleto de maravilhas, muitas delas desconhecidas pela maior parte da população. Por geralmente serem de difícil acesso, os trilheiros acabam sendo os mais assíduos visitantes dessas paisagens. Dentre as várias trilhas de Cascavel e região, algumas se destacam, como é o caso da trilha da Ponte Molhada, a trilha da Ferroeste, trilha da Cascatinha em Braganey e a Trilha dos Perdidos. E por acaso você sabe o que é um trilheiro? Existem vários grupos de trilheiros na região, concentrados em diversas modalidades, como bicicleta, moto, jeep, montanhismo e até mesmo a pé. Myckael Allan Kaefer (29) participa do Trekkers, grupo conhecido por fazer trilhas a pé, também praticar montanhismo e ele ressalta as maravilhas do Oeste. “Fazemos bastante trilha aqui na região mesmo, mesmo pouca gente conhecendo,

são lugares maravilhosos com belos rios e cachoeiras e em alguns pontos até com certa área de mata”, conta. Um dos mais belos pontos turísticos desconhecidos da região é Ponte Molhada, localizada no Parque Salto do Portão, próximo a Cascavel. Trata-se de uma ponte literalmente molhada, pois um pequeno riacho passa estrategicamente por cima da ponte. O local conta também com trilhas, uma bela cachoeira e um local para piquenique. Outra trilha que está sempre na rota dos trilheiros é a trilha da Ferroeste. “A top das tops (sic) é a Ferroeste, cachoeira, rio para atravessar”, afirma o criador do grupo Pebas Bikers, Cristiano Júnior de Oliveira (27). Trilheiros costumam passar por várias dificuldades durante suas jornadas. a Trilha dos Perdidos é uma das mais desafiadoras da região. “A Trilha dos Perdidos fica em Cascavel mesmo, para trás do Porto Seco. Passa por dentro de várias propriedades rurais e tem bastante trecho de mata fechada mesmo, passando por várias cachoeiras” relata Fábio Costa (29), do grupo Amigos da Bike. “A mais desafiadora é o Perdidos, com 40km de mato fechado, pouca gente foi lá”, ressalta Cristiano Júnior. Muitos questionam quais os reais objetivos dos trilheiros. Daniel Tokarski (24) do grupo Amigos da Bike, relatou que recebeu um incentivo da empresa em que trabalha, para começar a andar de bicicleta.

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“Busco fazendo as minhas trilhas, qualidade de vida, saúde, porque o seu condicionamento físico melhora muito quando você começa a fazer trilhas”, comentou. “Ali, no meio da trilha, cercado de árvores e animais ou mesmo de baixo de uma cachoeira é o momento que a minha cabeça consegue esvaziar, paro de pensar nos problemas do dia-a-dia e o corpo relaxa. As trilhas funcionam como uma limpeza da alma”, completa Myckael Kaefer. Fica aí a dica! Se você se interessou pelas trilhas como hobbie, ou simplesmente para um momento de descontração, existem diversos grupos de trilheiros espalhados por Cascavel e região, é só escolher aquele com qual você mais se identifica e fazer novos amigos. “A integração com os grupos também é legal, a parceria dos ciclistas daqui de Cascavel é muito legal, são todos muito parceiros”, encerra Fábio Costa. Quem sabe não é você o próximo a superar estes desafios?


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O LG A B O N G I O VA N N I     DIEGO CAVALCANTE                                      Olga Bongiovanni, uma das personalidades mais marcantes de Cascavel e região. Nascida em 16 de agosto de 1954 no interior de Santa Catarina, na cidade de Curitibanos. Iniciou a sua carreira na Rádio Coroados em Curitibanos no ano de 1975. Em 76 mudou-se para Cascavel e logo se juntou a equipe da antiga Rádio Independência, que posteriormente viria a se chamar Rádio Cidade. Segundo o repórter Ado Jr, que atualmente trabalha na Rádio Colméia, assim como qualquer outro profissional, a Olga também enfrentou dificuldades. “Naturalmente quando ela estava começando no microfone, teve alguma dificuldade, que depois foi superada principalmente pela sua vontade de agir, pela sua semelhança com o rádio jornalismo. A Olga evoluiu muito devido a sua humildade”. Em 82 Olga começou seus trabalhos na televisão, foi contratada como repórter da TV Tarobá. “Começamos praticamente juntos, e naquela época, a Olga com aquela voz linda, bonita, maravilhosa, que Deus ornamentou, foi um destaque não só em Cascavel, como em toda a região, e posteriormente em um âmbito nacional. Com o seu brilhantismo, ela alcançou o estrelato e o sucesso foi apenas um passo”, relatou o icônico radialista e jornalista Edson Moraes. “Quando eu cheguei a Cascavel, a Olga já era estrela. Eu tive o privilégio de me tornar amigo da Olga e nós compartilhamos chimarrão, pinhão na chapa, ótimas ideias, estudamos juntos os temas, as pautas, as bandeiras que

levantaríamos a partir dali para Cascavel como pessoas da área de comunicação”, relata Amir Kalil, hoje diretor da Rádio Independência. Durante sua trajetória, Olga Bongiovanni passou por várias rádios e várias emissoras de TV, tanto em canais abertos, quanto em canais fechados, alcançando o ponto alto da sua carreira. Já conquistou vários prêmios, dentre eles o de melhor apresentadora em 2001. A apresentadora arriscou também a carreira na Internet, trabalhando para o portal UOL em 2012. Em 2013 Olga retorna para Cascavel, para assumir um programa na TV Tarobá, e um programa na Rádio Colméia, onde atua até o presente momento. “A Olga é uma pessoa que tem uma capacidade incrível de se comunicar, centrada, com uma comunicação informativa, uma comunicação clara. Admiro ela como pessoa, como profissional, como mãe. Uma pessoa que tem uma preocupação 24 horas com o bem comum, principalmente com as pessoas mais simples”, descreve o proprietário da Rádio Colméia, Renato Silva. “A Olga Bongiovanni é uma pessoa apaixonada pelo que faz, acima de tudo, determinada, sonhadora, que tem problemas como todo mundo, mas a Olga Bongiovanni é uma pessoa feliz por ter teimado, insistido e escolhido essa profissão”, afirma a própria Olga, que descreve também um pouco da sua trajetória. “O meu primeiro encontro com o microfone de foi na rádio Coroados de Curitibanos. Quando eu fui para a rede nacional, foi um

olhar para trás, olhar de onde eu saí, o quanto eu aprendi, mas é um olhar para trás de dizer, como eu fiz coisas nessa vida, quantos tombos eu levei, quanta porta na cara, quantos nãos, quantos sonhos que eu ainda não realizei, mas é um olhar vitorioso. Eu nunca deixo de sonhar”, completa. “São tentáculos de qualidade que a pessoa tem que ter, para que realmente se torne uma pessoa de destaque, e esse é o caso da Olga Bongiovanni”, completa Edson Moraes. “Ela veio para fazer a diferença, e vai ficar na história, já é história, ela vai ficar para sempre”, finaliza Amir Kalil. Olga Bongiovanni está entre as figuras mais importantes da comunicação do Oeste do Paraná e promete sempre manter novos planos para o futuro.

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A B A K AT E : C I N E A S TA E P O E TA C A S C AV E L E N S E     DIEGO CAVALCANTE                                     A Andoza Ferreira, mais conhecido como Abakate. Natural de Arapongas, nascido em 1951. Radialista, poeta e roteirista. Produziu diversos filmes em Cascavel e região, como por exemplo o ‘Cachimbo Torto’, ‘Que mordomo é esse?’ e o clássico ‘Chuva de Linguiça’. Abakate também publicou livros, seu último trabalho foi o livro Delírios da Alma, um livro repleto de Poesias. Andoza trabalha há anos no meio radiofônico, atualmente trabalha como técnico na Rádio Colméia de Cascavel.

O filme erótico trás uma mensagem muito importante para a família, porque o filme erótico trás os encontros, os desencontros, as mentiras. [...] Então eu acho que o erotismo é muito importante para a vida da família. - Abakate

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SECTION NAME Me Leva: Quem é Andoza Ferreira? Como você se define? Andoza Ferreira: Andoza Ferreira é um radialista, um poeta, um roteirista. Isso foi o que eu assumi para a minha vida. Por isso que eu fico horas e horas escrevendo textos, fazendo poesias e criando novos roteiros para novos filmes. Me Leva: De onde surgiu o apelido Abakate? AF: Abakate vem lá do tempo de garoto, no jogo de futebol.

cenas. Eu acredito que a gente irá dar um impacto muito grande perante o meio ambiente com este trabalho. E eu afirmo o seguinte, eu não penso em resolver nada com este trabalho, mas eu penso que este trabalho vai ser visto por crianças de todas as idades. Eu acredito que este trabalho venha a ser muito objetivo e as crianças irão aprender muito com a nossa mensagem. Eu quero lança-lo este ano ainda. Me Leva: O que é a poesia para você?

AF: O cinema para mim é a maior maravilha do mundo, é considerado um caminho de prazer para praticamente todo mundo, pois todos um dia, já viram um filme.

AF: A poesia ela vem da alma, a minha primeira composição, eu fiz ela com nove anos, naquele tempo eu estava na escola, e eu fiz a primeira poesia. Trabalhava com a gente na fazenda, um rapaz por nome Sebastião, ele escrevia, ele era religioso, então, quando eu cheguei com a ideia, ele escreveu em uma tábua com carvão a primeira poesia que eu fiz.

Me Leva: Quais foram as suas principais contribuições para o cinema?

Me Leva: De onde vem a sua inspiração para a poesia?

AF: Bem, para o cinema eu já trabalhei com cinema volante, exibindo filme em portas de escola, em portas de vendas, aquelas vendinhas do interior. Então a gente fazia ali um telão e colocava a exibição de um filme. Mas o meu maior prazer em todo esse tempo da minha vida, foi ajudando em produções de filmes, já ajudei em oito filmes. Mas o meu maior prazer foi um trabalho que eu fiz com muitas crianças, trabalhos livres, que trazem um incentivo para as crianças. Este último filme, Cachimbo Torto, só em Cascavel mais de 120 mil crianças assistiram, então isso é muito prazeroso.

AF: Todas as vezes que nós assumimos a responsabilidade de uma função na vida, nós vamos se dedicando e vamos se ampliando. Então, aquilo está na nossa alma, e de repente você passa a não ser dono mais do seu tempo, o seu tempo é assumido por um verso, por uma poesia, por uma estrofe de uma música e nunca por uma crítica, a gente está sempre andando para frente. Então, nós aproveitamos quando não gostamos de algo, ou quando vemos algo maravilhoso, a gente transforma em verso, é mais ou menos assim.

Me Leva: O que é o cinema para você?

Me Leva: Qual será o seu próximo trabalho no cinema? AF: Ainda não posso revelar o nome, mas já estamos gravando as últimas

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Me Leva: O que é o rádio para você? AF: Eu comecei no rádio muito moleque, naquele tempo predominavam os serviços de auto falantes nas cidades. As rádios vinham de

São Paulo, no interior havia muito poucas. Eu tive a felicidade de conhecer uma pessoa e com 13 anos coloquei a minha primeira rádio no ar. Foi na cidade de Iporã, mas antes eu já fazia o serviço de auto falantes em igreja. Só para ter uma ideia, aquela igreja em Juvinopolis, foi construída através do meu serviço de auto falante, do meu teatro e das exibições de filmes que eu levava para lá. Eu fazia o povo ir assistir, para repassar a verba para construir a igreja. Me Leva: Conte um pouco da sua experiência com o rádio. AF: A minha maior experiência do rádio foi com o padre José da cidade de Goioerê, que me deu a primeira oportunidade de ter um programa de rádio. E todos os dias ele falava para mim, “em microfone, fale só o que você tem absoluta certeza, porque, no momento em que você joga um palavrão, ou algo que você

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não tem certeza no ar, de repente vai ser ouvido por pessoas que não absorvem aquilo ali”. Me Leva: Quais foram os seus maiores feitos? AF: Eu vivi todos estes momentos maravilhosos, andando pelo Brasil a fora, então para mim esta foi a minha grande conquista. Viver com harmonia e sorrir sempre para a vida e para as pessoas que nos rodeiam. Porque em nossa volta está a grande família, no nosso trabalho, onde nós passamos a maior parte do nosso tempo. Então quando temos a possibilidade de sorrir para estas pessoas, este é um grande feito para a vida. Me Leva: Qual o seu maior objetivo? AF: Eu gostaria de ver cidades se unirem em volta do seu povo. É o meu maior objetivo, ver cada cidade ser dona absolutamente do seu povo, trabalhar para o seu povo e não ficar sonhando que lá fora está melhor. É em nossa volta que temos que construir a felicidade de todos, o bem estar e uma vida razoavelmente bem vivida para todos. Nós temos que pensar em todos, então este é o meu grande objetivo. É um dia levar uma ideia para um comandante de prefeitura ou de estado, que tenha essa visão, de cada município ser dono absolutamente do seu povo e o seu povo ser dono do seu

município, nós não podemos mais ter xerifes. Me Leva: Você ajudou a produzir alguns filmes eróticos, o que você pensa sobre o tabu imposto pela sociedade quanto a estes tipos de filmes? AF: Eu acho que hoje, o erotismo está presente em cada canto, em cada rua. No passado o erotismo era chamado de zona, então a mulher erótica ia para a zona, ela não ficava a mercê das avenidas ou das portas de casas, hoje é o contrário. Por isso esse erotismo presente nos dias de hoje derrubou um pouco o erotismo das telas. Mas o filme erótico trás uma mensagem muito importante para a família, porque o filme erótico trás os encontros, os desencontros, as mentiras. Mas ao mesmo tempo ele mostra, para a família, para o casal, seja ele de namorados, seja ele já casados, que quando existe a conquista entre duas pessoas através do erotismo, pode ser até um beijo no ombro, uma passada de mão no cabelo, mas que não se perca o contato. Quando não se perde o contato, as duas pessoas estão voltadas uma pela outra e não veem a hora de se encontrar para dar um toque. Então o erotismo trás essa mensagem, ele começa em uma paquera e vai até o ato final. O erotismo quando pintou no cinema, se não me engano o primeiro filme chamava-se ‘Ligeirinho’,

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pois era tudo muito rápido. E aí eles mudaram, viram que o povo gostaria de ver aquilo ali, mas gostariam de ver dentro de uma história. Então o erotismo é uma história de amor. Aí veio o romance, que sacudiu os anos 70 e 80, com muita força, hoje perdeu um pouco. Porque o romance veio para as ruas, ao vivo, você pode sair em qualquer lugar e em qualquer horário, você pode ver pessoas se abraçando, se beijando, se tocando, mostrando as pernas e essas coisas. Então eu acho que o erotismo é muito importante para a vida da família. Me Leva: Uma mensagem final. AF: Eu acho muito importante quando o jovem não abandona o banco da escola, então esta é a minha mensagem, continue estudando, continue descobrindo o que é o mundo. Não pare nunca, leia sempre alguma coisa, se você não tem aquele saco para ler uma mensagem muito longa, busque dentro de um livro, as mensagens mais objetivas, e passe a ler ela. Depois você volta mais um pouco para ver o porque que chegou naquela mensagem, daqui a pouco você estará lendo as coisas todas que vem do mundo todo. Nós temos que se voltar para o conhecimento geral do mundo, e aí criaremos em nossa volta, um sistema de vida maravilhoso com mensagens para passar para as pessoas. Então ler, assistir um filme, evitar porta de fofocas, isso é muito importante. Para quem está seguindo para o mundo moderno, como nós estamos seguindo, que hoje o meio de comunicação tomou conta, mas ainda não está trazendo as grandes mensagens. As grandes mensagens virão de você, sendo um cara culto, com conhecimento de mundo. Aí sim você vai criar as grandes mensagens, essa é a proposta que eu deixo.


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E N T R E V I S TA E L I A N E N O VA K     DÉBORA DIAS                                      Eles se juntaram para pagar meu curso em uma instituição privada, mas depois consegui uma vaga aqui na Unioeste. Me Leva: Já decidiu em qual área pretende atuar? EN: Na escola. Pretendo trabalhar com adolescentes e crianças. Me Leva: Como funciona o ensino para você na Unioeste? EN: Existe um programa chamado PE Programa da Educação Especial. Este programa funciona assim: os professores encaminham o material pra eles, o programa converte e eles me encaminham por e-mail. Assim eu consigo estudar pelo notebook mesmo. Às vezes os materiais demoram um pouco, mas dá pra estudar tranquilo. A tecnologia me ajuda bastante.

Eliane Novak (20) é uma jovem inspiradora que já gravou comerciais de TV, adora música, quer trabalhar coma educação, não deixa que nada a detenha seus sonhos muito menos a cegueira e que tem segredos especiais para manter o cabelo azul. Confira detalhes na entrevista:

Me Leva: Como você reconhece uma pessoa?

Me Leva: Qual o termo adequado para me dirigir a você?

Me Leva: Onde você estuda? EN: Faço pedagogia na Unioeste, estou no segundo ano.

EN: Eu usava o braile, que é uma maquina bem grande e pesada que vai ligando ponto a ponto formando as letras e as palavras.

Me Leva: Como definiu o que queria cursar?

Me Leva: Os materiais eram faceis de encontrar?

EN: Sempre gostei muito de estudar e tenho vontade de atuar com o ensino. Meus professores desde criança me incentivaram, os colegas de trabalho também me deram uma força pra que eu fizesse faculdade.

EN: Era bem difícil! Porque pelo estado e o município os materiais demoraram a chegar, às vezes o professor estava no primeiro ano e o material chegava no final daquele ano.

EN: Eu sou portadora de deficiência visual, cega mesmo! Me Leva: Você já nasceu assim? EN: Na verdade até os seis anos de idade eu enxergava vultos, mas agora eu só sei quando está claro ou escuro o resto eu imagino!

EN: Além da voz, reconheço muitas vezes pelo perfume. Por exemplo, meu irmão passa muito perfume então de longe eu já sei que é ele. Mas pelo tom da voz sei identificar se a pessoa gostou de mim ou não.

Me Leva: E antes dos avanços tecnológicos como funcionava?

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Me Leva: E como você fazia pra estudar então?

Me Leva: Como funciona a questão as mídias sociais pra você?

EN: Graças a Deus tive muitos amigos que me ajudaram muito, os professores também liam pra mim e me explicavam as coisas.

EN: Eu gosto muito. Faceboock, whatsapp, instagram eu uso tudo. Sou apaixonada por escrever. E o leitor de tela do android lê para mim os comentários dos outros e o que eu escrevo.

Me Leva: No campus da universidade você encontra alguma dificuldade? EN: No inicio a acessibilidade porque eu estava me localizando, mas agora está tudo tranquilo. Os materiais estão chegando, um pouco atrasados, mas estão chegando. Me Leva: Em algum momento você sentiu medo? EN: Olha, medo a gente sempre tem. Mas tenho mais medo das pessoas do que da rua. Porque obstáculos eu vou batendo com a bengala, a gente só não pode estar desistindo por qualquer dificuldade. Me Leva: Como você faz para se divertir? EN: Eu gosto de escutar rádio, eu sou apaixonada por música. Por duas coisas, pelas músicas e pelos locutores. Eu mando mensagem e o android me ajuda.

Me Leva: Alguma mensagem especial que você passar para as pessoas? EN: Eu aprendi que as lutas vem, mas a gente nunca deve deixar elas nos vencerem. E sim aprender com os erros acertos, noticia boas, ruins. Me Leva: Como funciona a questão da vaidade pra você? EN: Também sou apaixonada por cabelo, principalmente colorir o cabelo. E eu invento umas tintas em casa porque quando a gente não tem dinheiro a gente inventa né? Misturo tinta de canetinha, entre outras coisas. Me Leva: Mas como você faz esses procedimentos? EN: Eu e minha prima, a gente inventa e muita coisa a gente procura na internet. Esse meu cabelo azul de

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agora, por exemplo, é remédio para machucado na boca. É só misturar no creme que fica azul. Me Leva: E você já passou por situação de preconceito? Já se sentiu excluída? Como foi? EN: Sim. Prefiro não contar onde foi, mas já, por várias pessoas e elas acham que a gente não percebe. Alguns pensam que cegueira é contagiosa sabe? Mas não é assim é de nascença. Não tem como a cegueira passar. É falta de conhecimento. Me Leva: Como você percebe essa diferença de como essas outras pessoas te tratam? EN: Pelo jeito de falar. Muitos tratam a gente como coitadinho sabe? Eu não gosto disso. Por exemplo, fui no mercado com o meu irmão a pessoa fala com ele ao invés de falar comigo e sou eu que vou comprar. Me Leva: Na sua opinião, o que a sociedade precisa aprender ainda? EN: As pessoas precisam aprender a conhecer as outras pessoas primeiro, respeitar, aprender com as diferenças porque ninguém é igual.


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