Diário da Manhã
ESPECIAL DE NATAL
GOIÂNIA, 24 E 25 DE DEZEMBRO DE 2013
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O colossal Jesus Cristo l A relação entre os princípios da mecânica quântica com a doutrina cristã l Elo desconhecido entre a Teoria da Relatividade Geral e a Física Quântica é encontrado l O progresso moral, ético e o crescimento das ferramentas psicológicas do homem l Uma revolução no pensamento da humanidade começou e a marcha é célere u Jesus Cristo é o personagem mais importante da cultura ocidental. Seu alcance também influiu nas nações do oriente e é admirado por povos em todo o planeta
Arthur da Paz Especial para Diário da Manhã m grito rasga o silêncio da flo res ta. É pe dra, pau, estilingue, arco e flecha. Homens de estatura truculenta avançam rumo aos adversários de um vilarejo. A armadura é a couraça de animais silvestres. Um rasgo na pele! O fogo é ateado sob berros! O barulho da dilaceração orgânica faz as árvores tremerem. A natureza fecha os olhos enquanto pedaços humanos, extirpados por lâminas brutas, se espalham por onde marcha o ódio dos bárbaros.
A última dor geme e o sol, vencido, se põe avermelhado. Tomando o céu de denso negro, a noite chega estrondosa. Um raio parte ao meio uma nuvem, e os cadáveres no chão são alumiados de súbito. A escuridão sombria reassume a paisagem, junto com chuva lacrimosa que molha o olhar das famílias deste massacre. Há 10 mil anos, em alguma civilização da antiga Ásia. Guerra sinonimiza cérebro primitivo. Se pois o homem ainda a busca, é que demoramos no atraso do nosso psiquismo animalizado. É mis ter re co nhe cer que o ter mo “guerra” supracitado na micronarrativa pode, sem perdas no significado, se estender às vastas seções da luta humana. Há as guerras íntimas dentro de cada ser. Estas também geram suas sequelas, mas analogamente aquelas trazem o progresso – fruto amargo no começo, mas doce e inevitável no final. Mas existirá guerra pior do que a que travamos contra a ignorância e o egoísmo? Não duvidemos: o mal só é praticado por quem ignora verdades filosóficas ou científicas, ou as finge ignorar voluntariamente atendendo aos apelos de seu interesse personalista. Outro pensamento que contribui para esse autoapego exagerado é o que foi ensinado e fortalecido no alvorecer da nossa ciência positivista: o materialismo. Para os materialistas, tudo é matéria. Deus? Uma bobagem, dizem. O que a ciência não pode mensurar, tocar ou experimentar, não faz sentido. O corpo morre e, enterrado ou cremado, com ele vão todas as lembranças. As memórias e a individualidade do ser, neste raciocínio, desaparecem destruídas pela usina de decomposição microbiana ou pela chama da cremação cadavérica. “E se ao morrermos, nada nos resta, façamos da vida um regaço. Roubemos, criminalizemos. Bebamos e endividemo-nos. Matai o que te prejudica e prevalecei sobre os fracos. Pois nada mais importa além da vida, curta e limitada entre o berço e a cova. E se eu, o materialista, estiver no Poder, governarei a mim mesmo. O povo que se iluda, e garantirei que assim permanecerá”, eis a manifestação do materialismo. É triste pensar que restem almas que neste molde sustentam seus pensamentos e ideais mais contundentes. A vida não passa pelo túmulo. Em pleno Século XXI é absurdo que ainda discutam a existência de Deus. Uma alma nos anima a cada um. E somos únicos. A morte é ilusão. É apenas o despojar de um corpo que nos serve de ferramenta para evoluir. Perder a carne é libertar a alma. Cerrar os olhos físicos é enxergar a imortalidade do espírito. Morrer é preparar o novo renascer. A vida é pluralidade infinita. Acreditar em “sono eterno”, “paraíso eterno” ou “fogo eterno” não serve mais ao estado de evolução em que estagiamos. Muitas noções de céu e inferno que – durante milênios sustentamos –, subestimaram e ousaram
reduzir a Inteligência Cósmica aos nossos padrões mentais simplistas. A própria mitologia grega, depois incorporada por Roma, humaniza deuses e diviniza homens. Nós temos esta pretensão, e ela é justa quando motivada por ideais nobres e avaliações universais dos parâmetros humanos. Embora nem todos consigam vencer a ilha de si mesmos e partir para uma visão global dos laços que fazem da humanidade um só organismo, o bem é maioria silenciosa sobre o orbe, e está despertando. E até por isso, tudo mudou. Dos mestres pré-socráticos até os clarões da filosofia contemporânea, a Ciência desmaterializou-se e ingressou, sem perceber, na Era da Consciência. No pôr do Século 19, Nikola Tesla era consagrado o inventor da modernidade, “o homem que espalhou luz ao mundo”, o avatar do eletromagnetismo. No começo do século seguinte, Max Planck ressignificou as emissões de luz. O gênio alemão percebeu a quantização das energias no estudo profundo da radiação dos corpos. Brotava em suas mãos o gérmen de um revolucionário universo de conhecimento. Mais tarde, Einstein e Niels Bohr debatiam filosoficamente as ideias que deram o golpe de misericórdia nas bases da Física Clássica que resistia, até então, com seu confortável e imponente frontispício da “certeza científica absoluta”. O conhecimento newtoniano curvou-se fragili za do an te no vos pa ra dig mas e princípios e rendeu-se ao mundo subatômico das probabilidades. Era a aurora da Física Quântica. O corpo humano, que era material e denso, sublimou-se. Tudo virara energia e se convertera – aos olhos da nova razão – em padrões ondulatórios de interferência em uma realidade virtual. A matéria – confirmaram as mentes mais lúcidas – é apenas um colapso na função de onda sobre o espaço-tempo configurado
pela necessidade evolutiva de todos nós, seres cocreadores do universo. “Químicos e físicos, geômetras e matemáticos, erguidos à condição de investigadores da verdade, são hoje, sem o desejarem, sacerdotes do Espírito, porque, como consequência de seus porfiados estudos, o materialismo e o ateísmo serão compelidos a desaparecer por falta de matéria, a base que lhes assegurava as especulações negativistas”, assim disse Emmanuel pelas mãos da maior antena psíquica dos últimos tempos: Francisco Cândido Xavier. A imaginação na era científica atual apresentou-se não mais como mera abstração intocável produzida via reações eletroquímicas do casual dispositivo chamado cérebro, mas é a ferramenta primária na criação dos elementos que definem a vida humana. O que laboramos na mente plasma-se em um nível sutil e manifesta-se concretamente na realidade que pleiteamos dominar.
RESSURGE JESUS Diante desta erupção de ideias incandescentes das mentes mais veneráveis do nosso tempo e por toda parte do globo, onde a consciência é superior à realidade, e aliás – a própria realidade é apenas uma extensão do
u Da direita para esquerda: Nikolas Tesla, Max Planck, Niels Bohr e Einstein. Investigadores da verdade, sacerdotes do Espírito. Eles revolucionaram a nossa visão micro e macrocósmica da realidade universal
que é concebido pela consciência –, a história humana agiganta e reacende um nome, que, sob observação superficial, não teria vínculo com nada do que tem sido reescrito pela Ciência. Eis que vem à tona a memória do colossal Jesus, nascido em Nazaré, há cerca de 2013 anos. Além de ser o governador moral das leis que são a plataforma básica de progresso das nações sobre o globo, Cristo trouxe conceitos extremos e avançados para a mentalidade tão selvagem dos homens naquele tempo. Mesmo simplificando um extenso conhecimento em parábolas, foi difícil a interpretação de seu vastíssimo ensinamento nesses dois milênios que se seguiram vertiginosos após sua passagem. Seus apóstolos, escolhidos a dedo, também tinham dificuldades em compreender a mensagem carregada de sabedoria universal que o Mestre dos Mestres ateou como chama inapagável sobre a Terra. Foi preciso caminharmos muito, desde então, nas sendas da razão, para que as primeiras interpretações saudáveis sobre o Evangelho começassem a florescer no império terrestre. Só agora, quando o cosmos convertera-se em raios, ondas e partículas, a Ciência converge para um lu-
gar que sempre foi apontado pelos homens crísticos que consolaram e deram forças morais para a humanidade perseverar no caminho reto do bem. Finalmente, estamos chegando no domínio de forças mais sutis e imponderáveis, e nossos instrumentos estão mais polidos e sensíveis para detectar e manipular caracteres invisíveis e intangíveis. O que era ficção científica tornou-se objeto de estudo e experimento. Desde mantos de invisibilidade através de criação de metamateriais que não existem em estado comum na natureza até o teletransporte de partículas, e daqui alguns decênios, sem dúvida, a teletransposição de organismos vivos de um ponto até outro da Terra, e por que não de outro planeta? O nosso universo, decretado na semana passada por físicos japoneses que encontraram o elo entre a Relatividade Geral de Einstein e a Física Quântica, é uma imensurável projeção holográfica de uma realidade su pe ri or a nos sa. Yos hi fu mi Hyakutake, da Universidade Ibaraki, do Japão, e sua equipe computaram a energia interna de um buraco negro com a posição do seu horizonte de eventos (o limite entre o buraco e o resto do universo), a sua entropia somada as predições da Teoria de Cordas e também às partículas virtuais que aparecem continuamente para dentro e para fora da existência. Os resultados foram surpreendentes. A comunidade científica entrou em comoção com as evidências da possibilidade holográfica. E onde entra Jesus? É simples. Os ensinamentos que Cristo legou à humanidade estão em total ressonância com as mais revolucionárias descobertas dos séculos 20 e 21. O poder de curar a nós mesmos através da aplicação da nossa vontade ou fé. A ruptura de montanhas de um lado para outro (tanto no sentido literal quanto no sentindo doutrinário), e o aspecto de que podemos transformar tudo o que nos rodeia pela prática do pensamento, além de sermos “deuses”, nas palavras do próprio Nazareno. Jesus ganha mais sentido com o conhecimento moderno. Suas palavras vibram ainda mais intensamente. Ele não desatualizou com o passar das eras. Seus ensinamentos persistiram intactos. Seu valoroso Sermão da Montanha pode ser convertido, com as novas revelações científicas, em verdadeiros tratados morais para reformar o pensamento e as possibilidades evolutivas da humanidade. O Diário da Manhã fez uma pesquisa profunda nos textos bíblicos dos quatro evangelistas João, Lucas, Marcos e Mateus e estudou, com critério rigoroso, dados científicos e matemáticos da Física Quântica para poder relacionar e encontrar pontos de coerência entre os ensinamentos de Jesus Cristo e as descobertas da mecânica das quantizações.