Edição 714

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Diário da Cuesta

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ANO III Nº 714 SEGUNDA-FEIRA , 20 DE FEVEREIRO DE 2023

CARNAVAL RAIZ!!!

SAMBISTAS POPULARES COMO TEMAS DE ENREDO DE ESCOLAS DE SAMBA DO RIO E SÃO PAULO

Falta pouco pro carnaval, e o Zeca Pagodinho é tema de enredo no carnaval do Rio este ano. O Show da Vida conversou com o sambista e acompanhou a primeira vez em que Zeca Pagodinho foi conferir os preparativos do desfile da escola de samba Grande Rio.

A atual campeã do carnaval vai tentar o bi celebrando a obra musical de Zeca, e a nossa equipe conseguiu um spoiler do abre-alas: são mais de 30 imagens de São Jorge, santo de devoção do Zeca. (Fonte: G1)

“Ô Zeca, o pagode onde é que é?” é o nome da música que irá guiar a Grande Rio, que busca seu bicampeonato no Carnaval 2023. O samba-enredo tem seis compositores, entre eles, o cantor e compositor Arlindinho Cruz, Igor Leal, Diogo Nogueira, Myngal, Mingauzinho e Gustavo Clarão

O Império Serrano escolheu o seu samba-enredo que fará homenagem a Arlindo Cruz no Carnaval 2023. No manhã deste domingo em Madureira, Zona Norte do Rio, a parceria de Sombrinha, Aluísio Machado, Carlos Senna, Carlitos Beto Br, Rubens Gordinho e Ambrosio Aurélio foi a vencedora desta disputa com os versos de “Zambi da coroa imperial, abiaxé, Arlindo Cruz”.

Antônio Moreira da Silva nasceu no Rio de Janeiro em 1902. Cantor e compositor, foi o maior nome do samba de breque brasileiro. Iniciou a carreira nos anos 1920 mas foram nas décadas seguintes que conheceu seus primeiros sucessos, como “Implorar” e os clássicos “Acertei no Milhar” e “Na Subida do Morro”. Nos anos 1960, criou o “Kid Morengueira”, personagem presente no enredo de uma série de canções de Miguel Gustavo como “O Rei do Gatilho” e “O Último dos Moicanos”. Ativo durante quase 1 século de vida e com diversos sucessos, faleceu em 2000. Será o samba enredo da Acadêmicos do Tucuruvi, de São Paulo, em 2023. Promete.

A GRANDE ÓPERA POPULAR

Claro que há uma leitura de uma obra para o teatro e outra leitura, com outro ritmo, uma outra linguagem para o cinema. Imaginem então para o Grande Palco Móvel com milhares de pessoas na platéia. O grande brasileiro e maestro Carlos Gomes poderia ter a sua obra “O Guarani” levada no sambódromo do Rio ou de São Paulo. Adaptada, claro. A grande abertura com a imagem do grande maestro e compositor, com os demais carros alegóricos destacando os principais momentos da ópera famosa, com toda a ambientação devida. Seria uma “leitura” dinâmica de “O Guarani” e, garanto, seria de fácil compreensão para o público presente e para todos conectados pela internet ou que assistissem pela televisão. Uma grande ideia. Seria um resgate da obra clássica de Carlos Gomes com uma leitura poética e visionária de um carnavalesco competente. É isso: a Grande Ópera Popular! Comemoramos o Bicentenário de dois gênios; Richard Wagner e Giuseppe Verdi! Importantes nos processos de unificação dos dois países, consagrados pela qualidade de suas óperas.

Na abertura do post, propositadamente, coloquei o “Va Pensiero”, considerado o HINO DA ITÁLIA, o hino da UNIFICAÇÃO DO PAÍS! Giuseppe Verdi e sua obra estão sendo relembrados e executados na Itália e, em todo mundo, homenagens estão sendo prestadas a esse grande compositor italiano. É trabalho para ser lido com vagar... É trabalho magnífico que mostra o que de melhor se fez em ópera. Valeu!

Leia os artigos nas páginas 2 e 3.

GRANDE ÓPERA POPULAR!

“Seria difícil imaginar um auditório com 60 mil pessoas assistindo a uma ópera, mesmo num palco a céu aberto. Mas não numa ópera popular. Nesta, o palco é móvel e múltiplo. Os atos são móveis e múltiplos. Cada ato desliza com seu cenário e seus figurantes nesse palco móvel. O libreto conta o enredo que é cantado por um coro de milhares de vozes junto aos tenores populares, em carro próprio de som. Assim é o desfile das escolas de samba: uma ópera popular...” César Maia

O Carnaval das Grandes Escolas de Samba, do Rio e de São Paulo, é a Grande Ópera Popular. Com mais de 60 mil pessoas assistindo ao vivo e milhões de outras pelo mundo todo assistindo, através do “flash” do melhor momento do desfile de cada escola, pela televisão e pela internet. Nessa Aldeia Global, consolidada pela revolução da informação, o carnaval das grandes escolas é o grande espetáculo: é a Grande Ópera Popular!

carnaval como a Grande Ópera Popular! Hoje, é a Passarela Professor Darci Ribeiro, localização do Sambódromo, na avenida Marquês de Sapucaí.

À partir do Sambódromo do Rio, vieram o Sambódromo de São Paulo (no Anhembi, o Espaço Cultural “Grande Otelo”), também criação de Niemeyer, e muitos outros com menor proporção e destaque por todo o Brasil...E o carnavalesco Chico Spinoza, da Tom Maior, definiu bem a diferença entre os carnavais de São Paulo e do Rio: “Carnaval no Rio é cultural (tem o ano todo) em São Paulo é lazer de verão...” Mas ambos, com certeza, são grandes e inesquecíveis shows!

O SUMIÇO E O RETORNO DO CARNAVAL DE RUA NO BRASIL

Se a nova realidade das Escolas de Samba – com muito dinheiro e organização empresarial --, num primeiro momento, sufocou o carnaval de rua do Rio de Janeiro passaria, quase 3 décadas depois, a contar com o ressurgimento forte dessa manifestação popular na Cidade Maravilhosa. Primeiramente, a movimentação popular se concentrou e foi crescendo na Bahia e em Pernambuco. Com verdadeira multidão (média de 1,5 a 2 milhões de foliões) seguindo os trios elétricos e os blocos carnavalescos. E, nos últimos anos, a explosão popular tomou conta do carnaval de rua do Rio e sem atritar com o grande show das Escolas de Samba. O famoso Bloco da Bola Preta (do Rio) já disputa com o Bloco do Galo da Madrugada (do Recife) a liderança de público...

A INFRAESTRUTURA PÚBLICA TEM QUE DAR ASSISTÊNCIA

AO POVO

E César Maia conseguiu definir com maestria essa grande festa popular... E ele vem de uma linhagem política que teve acertos e erros, marcando por muitas gestões o Estado do Rio de Janeiro. Começou como assessor e depois Secretário de Leonel Brizola, de quem depois se afastou. E foi sucedido pelo atual prefeito Eduardo Paes, que começou com ele, como assessor, depois Secretário e depois se afastou. É a vida...

Mas a ele, César Maia, o Rio deve a criação da Cidade do Samba e da Cidade da Música. Além de uma administração que deu nova “cara” à cidade maravilhosa.

Pois bem, na administração de Leonel Brizola, havia um gênio raro: Darci Ribeiro. Foi o sociólogo brilhante que se especializou no estudo do Brasil e conseguiu captar a verdadeira “alma” do que temos, hoje, como “a raça brasileira”. Surgiram da imaginação de Darci e da arte de Niemeyer os famosos CIEPS (prédios das escolas de tempo integral) e o Sambódromo, que viria realmente formar e consolidar o

Essa nova realidade do carnaval de rua nas grandes capitais, especialmente no Rio de Janeiro, Salvador e Recife/Olinda, precisa que as respectivas administrações públicas dessas cidades, com planejamento prévio, providenciem a indispensável higienização das vias por onde circulam os blocos, trios elétricos e a população, ou seja, a colocação de banheiros químicos suficientes para que não ocorra mais o que vem sucedendo: após a grande festa popular o mal cheiro e a sujeira transformam esses logradouros públicos no caos de cada comunidade.

A VOLTA DAS MARCHINHAS E DOS BAILES DE SALÕES

A outra grande vítima do crescimento gigantesco dos desfiles das grandes escolas de samba foi o tradicional baile carnavalesco de salão, com as suas marchinhas populares, em cada cidade de nosso imenso país. Acabou? Não, não acabou... Estava adormecido e, sem atritar também com o espetáculo da Grande Ópera Popular, vão ressurgindo aos poucos os concursos de marchinhas e a participação popular nos bailes de salão, especialmente no interior do Brasil. Isso é bom. Isso faz com que o povo participe também, além de assistir ao grande show carnavalesco da Grande Ópera Popular! Carnaval é a Grande Ópera Popular! Mas o Carnaval sempre foi a maior manifestação popular do povo brasileiro! (AMD)

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

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Diário da Cuesta 4

Viva Giuseppe Verdi em seu Bicentenário! 1813 – 2013

Va’, Pensiero

Va’, Pensiero/Verdi/ ouça aqui

Va’, pensiero, sull’ali dorate.

Va’, ti posa sui clivi, sui colli, ove olezzano tepide e molli

l’aure dolci del suolo natal!

Del Giordano le rive saluta, di Sionne le torri atterrate.

O mia Patria, sì bella e perduta!

O membranza sì cara e fatal!

Arpa d’or dei fatidici vati, perché muta dal salice pendi?

Le memorie del petto raccendi, ci favella del tempo che fu!

O simile di Solima ai fati, traggi un suono di crudo lamento; o t’ispiri il Signore un concerto che ne infonda al patire virtù che ne infonda al patire virtù al patire virtù!

Estátua de Giuseppe Verdi em frente ao Teatro de Busseto, em Parma (AFP/Arquivos, GIUSEPPE CACACE)

NOTA DO BLOG: A Itália sentiu que ali nascia uma versão muito própria, totalmente sua, da “Marselhesa”. Desde então, “Va’, Pensiero” consagrou-se como o hino da unificação italiana...”

A Itália toda comemora o Bicentenário de nascimento do maestro Verdi, especialmente na Regione Emilia-Romagna. Em Parma, está acontecendo o “Festival Verdi” no Teatro Reggio de Parma, com a apresentação de suas óperas, até o pequeno mas precioso Teatro de Busseto estará inserido nas comemorações, sendo que no Teatro Comunalle de Bologna, as comemorações do Bicentenário de Verdi terão seu ponto alto com a apresentação da ópera NABUCO, o primeiro grande sucesso de Verdi, no próximo 19 de outubro, após o grande sucesso da apresentação “Messa di Requiem”. E o esperado “RAVENNA FESTIVAL“, com o projeto “Trilogia Popolare”(“Rigoletto”, “La Traviata” e “Il Trovatore”) que apresentará Também, a produção shakespeariana di Verdi (“Macbeth”, “Otelo” e “Falstaff”). Toda a programação poderá ser conferida no site giuseppeverdi.it, da Regione Emilia-Romagna e dedicado ao Bicentenário verdiano. Por toda a Itália estão programadas homenagens a Verdi. No Brasil, também será festejado o Bicentenário dos dois gênios (Wagner e Verdi): “John Neschling programou “Aida”, de Verdi, para sua primeira ópera no Theatro Municipal de São Paulo, em agosto, mas agendou para novembro “O Ouro do Reno”, de Wagner. A temporada do Municipal do Rio de Janeiro, sob direção do maestro Isaac Karabtchevsky, ainda não foi anunciada, porém rumores dão conta de que também por lá haverá uma “Aida”, contrabalançada por uma wagneriana “A Valquíria”. No Festival Amazonas de Ópera, em Manaus, deve ser encenado “Un Ballo in Maschera”, do compositor italiano, e “Parsifal”, do alemão. Já o Festival de Ópera do Theatro da Paz, que ocorre em Belém (PA), terá “Il Trovatore”, de Verdi, e “O Navio Fantasma”, de Wagner.” (Folha de S. Paulo, 19/02/2013)

BICENTENÁRIO DE DOIS GÊNIOS!

Dois dos mais importantes compositores da história da música completam Bicentenário de nascimento este ano: o alemão Richard Wagner e o italiano Giuseppe Verdi. Autores do mesmo período histórico sob o ponto de vista cronológico, suas obras marcam momentos ideológicos semelhantes em dois países com uma trajetória histórica que também guarda similaridades Nascidos no período das Revoluções Burguesas que agitaram a Europa entre a Revolução Francesa (1789-1801) e o fim do período napoleônico (18011815), eles se ligaram, de forma sólida e a marcar toda sua obra, aos destinos de seus países.

Não admira que tanto Wagner quanto Verdi tenham escolhido a ópera como uma das formas de expressão mais límpida do nacionalismo ultrarromântico. O momento em que atingiram o auge de sua produção não poderia ser mais representativo: tanto Alemanha quanto Itália concluíram, entre 1859 e 1871, seus processos de unificação. Ambos os países foram retardatários no processo de solidificação de seus Estados Nacionais, uma vez que nações como França, Inglaterra, Portugal e Espanha fizeram-no entre os séculos XIV e XVI NOTA DO BLOG: Fizemos a nossa homenagem a Richard Wagner pelo seu Bicentenário de Nascimento.

VERDI 200

Giuseppe Fortunino Francesco Verdi, nasceu em Roncole di Busseto (hoje, Roncole Verdi), do então Ducado de Parma/Itália, em 10 de outubro de 1813, falecendo em Milão, em 27 de janeiro de 1901. Ainda criança, Ver-

di começou a estudar música, em Bussetto, e prosseguiu os estudos até aos 20 anos, em Milão. Foi o compositor da unificação italiana e de óperas famosas («Otello”, “La Traviata”, “Rigoletto”, “Il Travatore”, “Aída”, entre outras), sendo considerado, na época, o maior compositor da Itália, da mesma forma que Richard Wagner foi considerado na Alemanha. Alguns de seus temas já estão há muito enraizados na cultura popular - como “La donna è mobile”, de “Rigoletto”, “Va’, Pensiero” (Coro dos Escravos Hebreus) de Nabuco, “Libiamo ne’ lieti calici” (Valsa do Brinde) de La Traviata e a “Gloria al Egito e ad Iside” (Marcha Triunfal) de Aida.

Após a Itália ser unificada, em 1861, muitas das óperas de Verdi foram re-interpretadas como “Risorgimento”. Começando em Nápoles, em 1859 e se espalhando por toda a Itália, o slogan “Viva VERDI” foi usado como um acróstico de Viva Vittorio Emanuele Re D’Italia (Vitor Emanuel, Rei da Itália), referindo-se a Vitor Emanuell II da Itália, então rei da Sardenha, conclamando aquele que viria a ser o primeiro monarca da Itália unificada.

O Coro dos Hebreus (título para Va, Pensiero) foi outra peça que entrou para o folclore. Antes do corpo de Verdi ser levado até o cemitério, Arturo Toscanini conduziu o coro com 820 cantores, na casa em Miserere, onde Il Trovatore foi apresentado.

Verdi foi eleito como Membro da Câmara dos Deputados em 1861, seguindo um conselho do Primeiro Ministro Cavour, mas em 1865 ele renunciou ao cargo. Em 1874 ele foi nomeado Senador do Reino. Verdi casou-se em 4 de maio de 1836 com Margherita Barezzi que deu a luz a duas crianças: Virginia Maria Luigia (26 de março de 1837 - 12 de agosto de 1838) e Icilio Romano (11 de julho de 1838 - 22 de outubro de 1839). Ambos morreran na infância, enquanto Verdi trabalhava em sua primeira ópera (Oberto) e Margherita acabou falecendo em 18 de junho de 1840, com apenas 27 anos, enquanto ele compunha sua segunda ópera, “Um Giorno di Regno”. Em 1859, casa-se com a soprano e companheira Giuseppina Streboni. Em 1879, após 20 anos de convívio, perde sua esposa e em 27 de janeiro de 1901, em Milão, cercado de respeito de toda a Itália, morre Giuseppe Verdi.

TEATRO REGGIO DI PARMA

Se a cidade de Parma, no norte da Itália, é sinônimo de música italiana, o Teatro Reggio Di Parma é o grande símbolo desta tradição Construído pela duquesa Marie Louise da Áustria, já esposa de Napoleão, não é o primeiro, mas, sim, o mais prestigioso dos 12 teatros da cidade e, com certeza, um dos mais célebres, dentre os líricos italianos. É considerado o mais importante entre os “di tradizione” e seu público é reconhecido não só pela sua competência, mas também pela exigência No tempo da inauguração reinavam Rossini, Donizetti e Bellini , mas a década seguinte viu acontecer o furacão Verdi: quase um terço das obras contavam com a autoria de quem já era o maior dos compositores da Itália, talvez do mundo. O próprio Verdi dirigiu, no Reggio, Don Carlo e a célebre Aida. Em homenagem ao grande referente da ópera italiana, todo ano o teatro oferece o Festival Verdi. Começa no dia do aniversário do autor de óperas como Rigoletto e La Traviata, no primeiro dia do mês, e este ano estreia com a Missa de Réquiem. Os ingressos chegam a custar 180 euros numa localização privilegiada, mas há também a partir de 10 euros - de pé, na galeria.

NOTA DO BLOG: Parma e Bologna tem um significado especial para mim. Em 1930, meu tio Aleixo Delmanto concluía seu Curso de Especialização em Radiologia na Universidade de Bologna, após ter feito o Curso de Medicina na Universidade de Parma. E meu filho, Marcelo Delmanto, fez seu Curso de Especialização em Direito – após 70 anos! – na mesma Universidade de Bologna, no ano 2000. (AMD)

Lista de óperas: • Un Giorno di Regno, 1840

• Nabucco, 1842; • I Lombardi nella Prima Crociata, 1843;

• Ernani, 1844;

• I Due Foscari, 1844; • Alzira, 1845; • Giovanna d’Arco, 1845; • Attila, 1846; • Macbeth, 1847 (1865, versão revisada); • I Masnadieri, 1847; • Jerusalem, 1847;

• Il Corsaro, 1848; • La Battaglia di Legnano, 1849; • Luisa Miller, 1849; • Stiffelio, 1850; • Rigoletto, 1851; • Il Trovatore, 1853; • La Traviata, 1853; • I Vespri Siciliani, 1855; • Aroldo, 1857; • Simon Boccanegra, 1857; • Un Ballo in Maschera, 1859; • La Forza del Destino, 1862; • Don Carlo, 1867;

• Aida, 1871; • Otello, 1887; • Falstaff, 1893

Diário da Cuesta 3
Giuseppe GaribaldiHerói da Unificação Italiana!

“Carnaval em Cerqueira César”

Lembrando dos velhos carnavais um em particular me nocauteou, literalmente. Tinha uma amizade bem antiga com um casal : Elias e Maria Isolda, frequentava sua casa e eles a minha.

Maria Isolda era sobrinha da minha madrinha querida, a inesquecível Maria Levy. Eles viviam me contando das maravilhas do Carnaval em Cerqueira César, cidade onde nasceram e moravam seus pais.

Tanto que me convidaram para ir com eles para lá e ver com meus próprios olhos.

Resolvi aceitar o convite, e chegando às vésperas do Carnaval partimos alegremente no carro do Elias.

Chegando lá fomos para a casa dos pais do Elias, eles tinham um comércio e passando por lá, me ofereceram aquelas deliciosas azeitonas pretas libanesas saborosas e mais algumas delícias e tomei pela primeira vez o “uzo” uma bebida que parece com aguardente mas se coloca água, ficando de uma cor leitosa. Uma delícia com um sabor de aniz, mas que sobe logo no primeiro gole. Senti que aquilo desceu queimando e segundos depois senti meu rosto ficar quente e vermelho. Nem imagino as besteiras que devo ter falado pois o Elias, seu pai e o seu irmão Alex riam muito de mim ou para mim...

Sabe quando os libaneses se encontram lembra uma briga, mas é só conversa normal deles. Acostumada com a minha descendência italiana não me estranhou muito as discussões deles com os patrícios que vinham ali comprar. Depois fomos para a casa dos pais da Isolda, visitamos a loja alternativa da sua irmã. Enfim foram me colocando a vontade entre eles.

Depois de um lanche fomos nos preparar para ir ver o famoso Carnaval de rua. A praça estava lotada, entre tantas pessoas vimos o alegre desfile de blocos e foliões, escola de samba com apitos e pandeiros.

Foi um esquenta para irmos depois fantasiados para o Clube da cidade que frequentavam, pular o carnaval. Entre confetes e serpentinas, e a moçada da cidade animada e fantasiada brincamos ao som das marchinhas e músicas carnavalescas até a madrugada.

Quando já nos dispúnhamos a ir descansar, na saída do Clube tinha uma escadinha, e o chão estava muito liso, e coberto de confetes e serpentinas coloridas só percebi o quanto depois que escorreguei e fui rolando escada abaixo.

O carnaval acabou ali com meu pé torcido, não conseguia nem pisar devido á dor.

Vi que a mãe da Isolda telefonou para um soldado, o Sr. Paulo, seu conhecido que viria cuidar do meu pé inchado.

Fiquei de pernas para o ar literalmente, enquanto eles tentavam me socorrer.

Na manhã seguinte logo cedo, chegou um homem, que se utilizando de pedras de gelo, colocou o meu pé torcido no lugar, mas não sem antes me arrancar alguns berros de dor.

O caso virou a piada daquele carnaval.

Diário da Cuesta 4
Maria De Lourdes Camilo Souza

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