Edição 591

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Diário

Botucatu recebe visita de membros do Consulado da Bélgica

HISTÓRICO

DOS BELGAS EM BOTUCATU

O DIÁRIO

DA CUESTA tem preservado o histórico cultural da passagem dos belgas por nossa cidade quando vieram para a FAZENDA MONTE ALEGRE, vendida pelo empresário rural JOSÉ AUGUSTO RODRIGUES.

O Prefeito Mário Pardini recebeu nesta quarta-feira, 21, a visita do Cônsul Geral da Bélgica, Ma�hieu Branders e Cônsul Marie Gelders, junto com imigrantes belgas que vivem em Botucatu, como Juan Dierckk. O grupo está na cidade para comemorar os 61 anos da chegada dos belgas no Brasil.A primeira comunidade belga do país foi em Botucatu, no bairro de Monte Alegre, onde os imigrantes chegaram até a instalar uma fábrica de cerveja no início do século passado. (Fontes: PMB e Botucatu Online)
da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO II Nº 591 QUINTA-FEIRA , 29 DE SETEMBRO DE 2022
REGISTRO
Páginas 2, 3 e 4

e d i t o r i a l

Foi uma época muito importante para a humanidade: O FIM DO COLONIALISMO!

E a BÉLGICA representou, entre os colonizadores europeus, a que utilizou os meios mais violentos, diria até cruéis, no domínio e na exploração dos negros do então CONGO BELGA.

Daí a URGÊNCIA do Governo Belga em retirar seus colonos da África:

era situação de risco gravíssima, com os libertos clamando por vingança. Escolheu-se o Brasil e, aqui, a FAZENDA MONTE ALEGRE do fazendeiro José Augusto Rodrigues, do município de Botucatu/SP

Foi uma epopeia... Os belgas eram senhores de escravos e não estavam acostumados ao trabalho rural...com as próprias mãos... A Matriz – a Bélgi-

“Brasil e Bélgica - Cinco Séculos de Conexões e Interações”

Na luxuosa e substanciosa edição desse livro (disponível para download gratuito no site www.brasil-bélgica.com) está registrada a vinda dos Colonos Belgas do Congo para o Brasil, mais precisamente para Botucatu, onde foram alojados na FAZENDA MONTE ALEGRE, comprada pela BÉLGICA. Estava formada a COLÔNIA BELGA DE BOTUCATU/1962. Para registro histórico, os editores foram buscar no livro “MEMÓRIAS DE BOTUCATU”, de 1990 e na PEABIRU - Revista Botucatuense de Cultura, nº 02, março/abril de 1997.

O Ministro Belga do Comércio Exterior, Pieter De Crem, esteve no Brasil para fortalecer os laços entre Brasil e Bélgica. Durante seus diversos compromissos, o

Ministro tem presenteado seus interlocutores com o livro “Brasil e Bélgica: Cinco Séculos de Conexões e Interações”.

Essa publicação, coordenada por Eddy Stols, Luciana Pelaes Mascaro e Clodoaldo Bueno, mostra os “laços entre Brasil e Bélgica”, mostrando que mesmo “separados por um oceano e milhares de quilômetros, Brasil e Bélgica são mais próximos do que se poderia imaginar” E que “trazer à tona esse vínculo é a principal missão desta obra, que nos oferece um registro histórico e cultural importante da relação entre os dois países.”

“Estamos certos de que, a partir dela, o Brasil e Bélgica passam a ter uma referência bibliográfica tão relevante quanto

ca! – os queria longe da Europa... Foram dados todos os incentivos para a Cooperativa dos Belgas de Botucatu: criação de gado, laticínio, fábrica de cerveja... e a volta para a Bélgica ou a integração definitiva ao Brasil.

É importante REGISTRO HISTÓRICO!!!

A Direção.

Importante manifestação sobre os Belgas em Botucatu:

“Em 1961 quando os 1ºs belgas chegaram em Botucatu eu tinha 11 anos e residia na Faz.Monte Alegre que passou a se chamar Soc.Coop. Agro Pec.Belgo Brasileira

Acompanhei o “clima” e expectativa que antecederam a venda da Fazenda aos Belgas, a chegada das

EXPEDIENTE

1as.famílias, a montagem das casas pré-fabricadas, a compra dos tratores Ford 8BR, as festividades, o primeiro caso de homicídio, etc... Convivi como amigo de várias crianças belgas e como empregado de seus pais, pois eu trabalhei no terreiro de café, na oficina mecânica e também como carteiro levando correspondências à cavalo em seus sítios.

Conheci a maioria das famílias, suas

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

inspiradora, capaz de demonstrar todos os bene�cios da relação respeitosa, harmoniosa e cooperativa entre duas nações”

“Faça o download completo ou selecione os capítulos. (AMD)

diferenças de língua (francês e flamengo), seus costumes, histórias da vida no Congo Belga, experiências profissionais: havia piloto de avião, mecânicos, encanadores, carpinteiros, etc.; muitos dos assuntos discutidos nas reuniões de cooperados, as festas de fim de ano. Vi a Fazenda Monte Alegre se desenvolver e junto com ela o comércio de Botucatu e Pratânia também ganhavam impulso. Quanto a qualidade da terra, de fato alguns sítios eram melhores e outros muito arenosos . Foi um período marcante que não se apagará da minha memória.

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

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NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU WEBJORNALISMO DIÁRIO

a r t i g o

VIDA EM TRÊS CONTINENTES

O ser humano é, de per si, migran te? Essa não é, evi dentemente, uma pergunta a que me proponho respon der. Entretanto, desde os longín quos tempos da ci vilização, o homem é tentado a migrar, a deixar seus fami liares, sua terra natal, seus costumes, sua língua, em busca de outra vida que ele não sabe bem qual seja.

Abraão saiu de seu remanso, levando consigo a mulher, Sara, seus empregados, seus pertences, para atender a um pedido de Deus. Trocou tudo isso por uma desco nhecida e distante terra prometida.Desde, então,os homens se permitem migrar e nós, brasileiros, somos frutos da imigra ção européia, sobretudo da portuguesa. Recentemente, chegou-me às mãos o livro “ Minha Passagem por Três Continentes”, da belga Paula Roes Henry. A autora, há muitos anos radicada em Botucatu, relata, com bastante propriedade, sua vida - e de seus familiares - pela Europa, pela África e pela América do Sul. Mais especialmente, pela Bélgica - seu país natal - , pelo Congo Belga e pelo Brasil.

A infância e a adolescência da autora guardam momentos de ternura e apreen são, pois viveu as agruras da 2a. Grande Guerra Mundial e viu seu país ser inva dido pelas tropas alemãs.Foram anos de violência, insegurança, fome e desespe ro.Mas a crueldade do conflito também selou o destino de Paula, pois, em um jovem mensageiro de guerra, ela encon trou aquele que seria seu grande amor.

“ Na mesma noite, encontrei o soldado belga: era Léon, o meu futuro marido.” No Congo Belga, a autora narra as peri

pécias - não seriam aventuras? - por que passou a família. O marido, engenheiro agrônomo, foi trabalhar para uma multi nacional européia, sociedade algodoeira “Cotonco”, nos confins da África Central. Iniciaram nova vida repleta de esperan ça, com um casal de pequerruchos a tira colo.O terceiro filho completaria, logo de pois, a prole, ainda em território africano. Com a revolução dos negros contra a co lonização belga, o casal Henry, após dez anos, retira-se do Congo. A África ficava para trás com sabor de amarga desilusão. A ultima etapa da vida da autora se dá no Brasil, mais especificamente em Botucatu, quando as primeiras 50 famílias de bel gas vêm para nosso município na fazenda Monte Alegre, em 1961.

O governo brasileiro, atendendo a um apelo da ONU, acolhe os colonos belgas, expulsos do Congo.Segundo a autora, o projeto inicial deveria ter sido em Para napanema, na fazenda Holambra II, sob orientação dos holandeses da Holambra I, mas o negócio não vingou. Ainda con forme a autora, houve supervalorização

do preço da fazenda Monte Alegre, numa compra que envolveu o proprietário e os representantes do governo belga.A fazen da, na verdade, embora enorme - cerca de 4 mil alqueires -, tinha terra de péssi ma qualidade, ainda que com um cafezal verde e produtivo, numa mancha boa. Nascia então a Cooperativa Agro-Pecuária Belgo-Brasileira que, durante quase três décadas, contribui e muito para a econo mia de Botucatu e região.A fazenda foi dividida em glebas e distribuídas pelos co lonos que construíram as casas em estilo europeu.

O laticínio da fazenda pasteurizava o ex celente leite Belco que predominou no co mércio da cidade.Além desse produto, os derivados do leite, eram muito bem aceitos. A autora narra as peripécias de sua fa mília no início de Fazenda Monte Alegre, desde as dificuldades com a língua, com o acesso à escola para os filhos, com a parte financeira, com as precárias condi ções da zona rural até com o conturbado relacionamento com os próprios belgas. Paula, hoje, é uma respeitável senhora da sociedade botucatuense para a qual entrega toda sua bondade de coração no voluntariado - fato que sempre fez com os desfavorecidos da Monte Ale gre - de atendimento às crianças aidé ticas do hospital das clínicas da UNESP. Pena que os belgas se foram. A colônia fe neceu. Mais uma desilusão para a família Henry.

Resta o consolo de ver os filhos casa dos com brasileiros e seu sonho de amor realizado.O livro tem boa progressividade narrativa e merece melhor divulgação. A linguagem apresenta alguns senões, que podem ser corrigidos em próxima reedição.

José Celso Soares Vieira - Professor, Membro e Presidente Emérito da Academia Botucatuense de Letras
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VOCÊ SABIA? Que teria sido brasileiro o famoso herói inglês que marcou presença na Primeira Grande Guerra Mundial? Teria sido botucatuense esse herói? Teria nascido na Cuesta de Botucatu esse herói que encantou gerações com sua bravura e idealismo? A Revista Peabiru apresentou minucioso estudo sobre a trajetória desse herói mundial. Na história ou na “lenda” de Lawrence da Arábia, temos como berço natal do herói a Cuesta de Bo tucatu, mais precisamente, a Fazenda do Conde de Serra Negra, localizada em Vitoriana. Verdade ou lenda ?!? Segredo guardado ou sonho “botucudo” surgido antes da virada do século passado?!? Mas fica – com certeza! – a imagem positiva e heroica de Lawrence da Arábia: um brasileiro nascido na CUESTA DE BOTUCATU.

Os Belgas

Início dos anos 60. Uma nova década esta va começando e muitas mudanças no terceiro mundo também...

No Brasil, um jovem político chegaria à Presidência da República com esmagadora votação e carregando as esperanças de milhões de brasileiros. Era Jânio Quadros. Tudo era esperança...

No continente africano as mudanças eram mais radicais: começava a ruir o sistema colo nizador europeu. O antigo Congo Médio (parte da África Equatorial Francesa), depois Repú blica do Congo, obtém a sua independência a 15/08/1960. A França perdia uma colônia e a África ganhava um país independente. O Estado Livre do Congo, fundado pelo Rei Leopoldo II, da Bélgica, depois Congo Belga, conseguia a sua independência a 30/06/1960, com o nome de República Democrática do Congo. Já nos anos 70, a intensa campanha de africanização provo ca alteração: a República Democrática do Con go passa a ser República do Zaire (com a queda do regime ditatorial que dominava o país desde os anos 70, voltou a denominar-se, à partir de 1997, de República Democrática do Congo). A Bélgica também perdera uma colônia. No con tinente africano, no início dos anos 60, tudo era esperança para os nativos que buscavam reen contrar as suas raízes e traçar o seu futuro e reconstruir o continente africano, uno e coeso. A par da situação dos africanos, era delicada a situação dos pioneiros europeus que partiram para o desconhecido e foram colonizar, com bra vura, aquela estranha terra, com costumes tão diversos dos seus e onde a adversidade era uma constante. Mais particularmente, a situação dos colonizadores belgas era grave: o desentendi mento entre as tribos do então Congo Belga pela predominância no poder, fez com que o Governo da Bélgica procurasse uma solução ur gente para seus colonos. O retorno puro e sim ples à Bélgica não encontrou aceitação pacífica: era entendimento predominante a necessidade de se propiciar aos colonos belgas condições “semelhantes” às que tinham no Congo Belga.

Dois países passaram a ser objetos de estu do: o Brasil e a Austrália. Logo de início a Aus trália foi descartada pelas rígidas normas para imigração que tinha nos anos 60. A atenção do Governo Belga centrou-se no Brasil.

Mesmo permitindo a volta à Bélgica, o que ocorreu em larga escala, o Governo incentivava a imigração para o Brasil: o Governo compraria terras e daria apoio e assistência técnica.

A realidade, no entanto, era a de que a Bél gica desconhecia o Brasil, mesmo tendo embai xada e consulados no país. Por isso mesmo, uti lizou-se da experiência da Holanda, país vizinho que já mantinha uma experiência agrícola na região de Campinas (Jaguaríuna), a Hollambra I, que tinha no comando, como Presidente, Mr. Hoogenboom

O acordo dos dois países previa o encontro, a cargo de Mr. Hoogenboom, de uma área agrí cola para a instalação de uma cooperativa para os colonos que estavam saindo do Congo Belga.

Talvez aí tenha começado o grande equí voco. A Bélgica não era a Holanda. Embora vizinhos, os dois países tinham as suas particu laridades. A Holanda tinha uma população pro testante (30%) menor que a população católi

ca (40%), mas os protestantes eram ativos e unidos. A Bélgica tinha uma população católica (97%) predominante. A popula ção belga tinha maior identida de com os franceses: seu espíri to era mais latino. A população holandesa tinha maior identida de com os alemães: eram disci plinados e reservados.

A experiência holandesa no Brasil tinha ainda encontrado uma região de terra boa (Cam pinas) e a predisposição dos co lonos holandeses em aceitar a disciplina firme imprimida por Mr. Hoogenboom: a Hollambra I, em Jaguaríuna, era um sucesso.

Encarregado pelo Governo Belga de encon trar uma gleba, Mr. Hoogenboom chegou a ser acusado pelos primeiros cooperados de ter es colhido uma terra cansada para os belgas, ao mesmo tempo em que escolhia em Paranapane ma (SP), região de terra boa, uma gleba, na mes ma ocasião, para ser sede da Hollambra II, como expansão da Hollambra I, para onde foram os filhos dos cooperados da primeira. A Hollambra II, hoje, tanto quanto a primeira, é um sucesso. A escolha de Mr. Hoogenboom recaiu na Fa zenda Monte Alegre, localizada no município de Botucatu (SP). Fazenda muito conhecida no Estado, a Monte Alegre era de propriedade do fazendeiro José Augusto Rodrigues e chegara a ter um milhão de pés-de-café. Em 22 de setem bro de 1961, era oficialmente fundada a Sociedade Cooperativa Agropecuária Belgo-Brasilei ra - SCABB, tendo como primeiro Conselho de Administração, o seguinte: Presidente: Mr. J. Henderichx; Tesoureiro: Mr. A. Michiels; Secre tário: A. Renard; Conselheiros: Mrs. E.Cham pion e Loverius.

A Fazenda Monte Alegre tinha 4.010 al queires (9.704 Ha), tendo custado, na época, o equivalente a 650 mil dólares (dólar oficial). No início, coube a cada cooperado 50 ha. e, após a redistribuição ocorrida em 1963, com o retorno de parte dos pioneiros à Europa, coube a cada cooperado uma gleba maior, até o limite de 150 ha.

Na Fazenda Monte Alegre eram 418 brasilei ros (adultos e crianças) trabalhando para a SCA BB e para os cooperados, sendo que na colheita eram contratados “bóias-frias” na Pratânia. O Governo da Bélgica na tentativa de manter a experiência propiciou ajuda à cooperativa e

aos cooperados. Nesse sentido, foram envia dos o correspondente a 4 milhões de dólares à SCABB e aos cooperados (111.938.985,00 de francos belgas para os cooperados e 44.652.456,00 de francos belgas para a SCABB). Com a ajuda econômica e a assistência técnica do Governo Belga, as seguintes construções fo ram acrescidas à Fazenda Monte Alegre :

1- Usina de Ração, com anexo; 2- Laticínio e poço artesiano (construído por técnico belga); 3-Queijaria e anexo; 4- Caixa d´água; 5- 2 Esco las; 6- 1 Escola de Pré-Primário; 7- 45 casas e Igreja; 8- 2 Silos; 9- Usina de Arroz; 10- Trans formadores de Eletricidade.

A Monte Alegre, após a redistribuição das glebas, optou pela pecuária e produção de de rivados de leite. O Laticínio Belco foi o primeiro no Brasil a produzir leite embalado em saco plástico (máquina importada da França). O lei te, o queijo e a manteiga da marca Belco alcan çaram renome no Estado. O Laticínio acabou ab sorvido pelo Leite Paulista. Ficou a lembrança...

Posteriormente, no início dos anos 80, tive mos a Cervejaria Belco que produziu excelente cerveja, tendo sido adquirida pela Destilaria Schincariol (transferida para cidade de São Ma noel por divergências com a Prefeitura Munici pal de Botucatu, em 1985). (AMD)

Diário da Cuesta4

História dos BELGAS de Botucatu no livro “BRASIL e BÉLGICA”!

Botucatu entra em 2015 com o pé direito! Na luxuosa e substanciosa edição do livro “Brasil e Bélgica – Cinco Séculos de Conexões e Interações”(disponível para download gratuito no site www.brasil-bélgica.com) está registrada a vinda dos Colonos Belgas do Congo para o Brasil, mais precisamente para Botucatu, onde foram alojados na FAZENDA MONTE ALEGRE, comprada pela BÉLGICA. Estava formada a COLÔNIA BELGA DE BOTUCATU/1962. O registro histórico, os editores foram buscar no livro “MEMÓRIAS DE BOTUCATU”, de Armando M. Delmanto/1990 e na PEABIRU - Revista Botucatuense de Cultura, nº 02, março/abril de 1997.

Agora em março, o Ministro Belga do Comércio Exterior, Pieter De Crem, está no Brasil para fortalecer os laços entre Brasil e Bélgica. Durante seus diversos compromissos, o Ministro tem presenteado seus interlocutores com o livro “Brasil e Bélgica: Cinco Séculos de Conexões e Interações”.

Essa publicação, coordenada por Eddy Stols, Luciana Pelaes Mascaro e Clodoaldo Bueno, mostra os “laços entre Brasil e Bélgica”, mostrando que mesmo “separados por um oceano e milhares de quilômetros, Brasil e Bélgica são mais próximos do que se poderia imaginar” E que “trazer à tona esse vínculo é a principal missão desta obra, que nos oferece um registro histórico e cultural importante da relação entre os dois países.”

“Estamos certos de que, a partir dela, o Brasil e Bélgica passam a ter uma referência bibliográfica tão relevante quanto inspiradora, capaz de demonstrar todos os bene�cios da relação respeitosa, harmoniosa e cooperativa entre duas nações”

Comentários (blog do delmanto):

1. Delmanto - 1 de janeiro de 2015 10:32 É uma época muito importante para a humanidade: O FIM DO COLONIALISMO� E a BÉLGICA representou, entre os colonizadores europeus, a que utilizou os meios mais violentos, diria até cruéis, no domínio e na exploração dos negros do então CONGO BELGA. Daí a URGÊNCIA do Governo Belga em retirar seus colonos da África: era situação de risco gravíssima, com os libertos clamando por vingança. Escolheu-se o Brasil e, aqui, a FAZENDA MONTE ALEGRE do fazendeiro JOSÉ AUGUSTO RODRIGUES, do município de Botucatu/SP. Foi uma epopeia... Os belgas eram senhores de escravos e não estavam acostumados ao trabalho rural...com as próprias mãos... A Matriz – a Bélgica! – os queria longe da Europa... Foram dados todos os incentivos para a Cooperativa dos Belgas de Botucatu: criação de gado, laticínio, fábrica de cerveja...e a volta para a Bélgica ou a integração definitiva ao Brasil. É importante REGISTRO HISTÓRICO!!!

2. 1 de janeiro de 2015 11:26 - Andre Monteferrante (Facebook): Prezado Dr. Armando Moraes Delmanto, acabei de ler no seu blog a matéria sobre a vinda dos belgas à Botucatu. Muito boa! Parabéns.

3. Delmanto1 de janeiro de 2015 11:27 - Obrigado por sua atenção, Andre. É um grande incentivo. Um ótimo 2015 para você e sua família. Grande abraço.

4. 1 de janeiro de 2015 11:29: Lu Mascaro/coordenadora da edição do livro (Facebook/Bélgica): Prezado sr Delmanto, Feliz 2015! O livro ja comecou a ser distribuído mas com as festas de fim de ano talvez nem todos os colaboradores tenham recebido seu exemplar. Logo o do sr deve chegar. Em caso de problema entre em contato, por favor. E desculpe a falta de acentos: escrevo do celular a partir da belgica. Um abraco.

5. Delmanto1 de janeiro de 2015 11:30: Já recebi os livros. Obrigado. É um trabalho de alto nível que enriquece a historiografia do Brasil e da Bélgica. Estarei sempre à disposição. Um ótimo 2015! Grande abraço.

6. 2 de janeiro de 2015 17:44 - Prezado amigo, Dr. Delmanto. Tive muita satisfação em ler esta edição de seu prestigiado Blog com a excelente noticia de livro publicado além da sua abordagem histórica e a do estimado professor José Celso S. Vieira. O assunto me fez recordar contato que tive em 1963 ( 1° ano FCMBB ) com um inteligente jóvem belga que me procurou para saber sobre o roteiro para se prestar exames vestibulares no Brasil, especialmente na novel faculdade de Ciências Biológicas daqui. Voltou muitas vêzes à pensão onde eu morava, na Rua Cardoso de Almeida, perto da igreja N.S. Lourdes. Não me lembro de seu nome mas seu interêsse pelos estudos foi um dos incentivos que tive para participar da fundação de um Cursinho pré vestibular chamado “Dr. Costa Leite”, depois tradicional aqui em Botucatu, por onde passaram ilustres alunos botucatuenses e de outras cidades. Nele, atuei como professor de Química Inorgânica ( ao lado de dedicados outros colegas da 1a. turma Medicina FCMBB ) por muitos anos mas nunca esqueci da força de vontade exemplar do jóvem belga. Deve ter voltado à sua amada Bélgica... Caro Dr. Armando, envio meus cumprimentos e desejo-lhe um feliz 2015. Abraços. Chico Habermann 7.4 de julho de 2015 00:22 - Prezado Sr. Delmanto,parabéns pela publicação. Em 1961 quando os 1ºs belgas chegaram em Botucatu eu tinha 11 anos e residia na Faz.

Monte Alegre que passou a se chamar Soc.Coop.Agro Pec.Belgo Brasileira. Acompanhei o “clima” e expectativa que antecederam a venda da Fazenda aos Belgas, a chegada das 1as.famílias, a montagem das casas pré fabricadas, a compra dos tratores Ford 8BR, as festividades, o primeiro caso de homicídio,etc...Convivi como amigo de várias crianças belgas e como empregado de seus pais, pois eu trabalhavai no terreiro de café, na oficina mecânica e também como carteiro levando correspondências à cavalo em seus sítios. Conheci a maioria das famílias, suas diferenças de língua (francês e flamengo), seus costumes, histórias da vida no Congo Belga, experiências profissionais: havia piloto de avião, mecânicos, encanadores, carpinteiros, etc.; muitos dos assuntos discutidos nas reuniões de cooperados, as festas de fim de ano. Vi a Fazenda Monte Alegre se desenvolver e junto com ela o comércio de Botucatu e Pratânia também ganhavam impulso. Quanto a qualidade da terra, de fato alguns sítios eram melhores e outros muito arenosos . Foi um período marcante que não se apagará da minha memória. Antonio H.Bussoni. jul/2015

Fotos publicadas no “Memórias de Botucatu”, 1ª edição de 1990

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