Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ano I Nº 222
SEGUNDA-FEIRA, 26 de JULHO de 2021
Pesquisador da Unesp de Botucatu receberá treinamento na Suíça Professor da Unesp selecionado para o programa aponta a necessidade de que a universidade vá além do desenvolvimento de patentes para contribuir com avanço tecnológico. *Por Pablo Nogueira do Jornal da Unesp Em julho, Seabra Júnior foi selecionado para ser um dos participantes da oitava edição do “Academia and Industry Training” (AIT), um treinamento binacional que acontece no Brasil e na Suíça organizado pela Swissnex no Brasil, em colaboração com a Universidade de St. Gallen (CLS HSG), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O treinamento acontecerá ao longo deste ano e no próximo, com etapas virtuais e presenciais que ocorrerão em cidades do Brasil e da Suíça. Foram selecionados dez participantes brasileiros e dez suíços, todos pesquisadores cujos trabalhos foram considerados inovadores e comercialmente promissores. No caso do pesquisador da Unesp, ele apresentou ao comitê selecionador duas pesquisas desenvolvidas na universidade que já passaram por testes clínicos de segurança fase II e que foram patenteadas pela AUIN. Uma é uma substância selante feita de um biopolímero chamado fibrina. A outra é um soro Antiapílico contra picada de abelhas. Hoje, já está bem sedimentado no Brasil o papel das universidades como polos geradores de tecnologia. É dos seus laboratórios e institutos de pesquisa que advém grande parte das patentes que são registradas anualmente em nosso país, como mostram os levantamentos do INPI. Porém, são poucas as patentes que efetivamente terminam sendo licenciadas por empresas e se metamorfoseiam em produtos concretos, alcançando o consumidor.
O mais comum é que a perspectiva dos pesquisadores que atuam na universidade difira bastante dos interesses e necessidades dos gestores que estão à frente das empresas. “Está bem clara a necessidade de pessoas que possam atuar no meio do caminho entre as duas esferas, entendo as necessidades do setor privado e que possam saber buscar as tecnologias e inovações dentro da academia. Há quem chame esta figura de pesquisador translacional”, diz Rui Seabra Ferreira Júnior, professor e pesquisador do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP) da Unesp, em Botucatu. Ele explica que a característica deste pesquisador translacional é acessar, da forma mais eficiente, os recursos e ferramentas da universidade. “Ele pode, por exemplo, montar um time que será capaz de encontrar as soluções para algum problema que interesse a esta ou àquela empresa”, explica.