Diário Causa Operária nº5881

Page 1

WWW.CAUSAOPERARIA.ORG.BR

QUARTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO DE 2020 • EDIÇÃO Nº5881

Abaixo o apoio do governo à agressão imperialista: fora Bolsonaro! N

o último dia 5, o governo do Irã por meio de sua chancelaria no Brasil entrou em contato e convocou uma reunião com a encarregada de negócios da embaixada brasileira pedindo esclarecimentos sobre a nota emitida em apoio ao ataque dos Estados Unidos que culminou no assassinato do general iraniano Qassem Soleimani. A nota emitida pelo governo Bolsonaro logo após o ataque classificou a ação criminosa dos EUA como

um ato de combate ao terrorismo e afirma estar pronto para ajudar nessa missão. “O Governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo. O Brasil está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento”, afirmou o Itamaraty.

Tarefas da plenária nacional do PCO Nos dias 14 e 15 de dezembro do ano passado, o PCO e os comitês de luta contra o golpe realizaram, na cidade de São Paulo, a segunda Conferência Nacional dos Comitês de Luta Contra o Golpe.

Haddad: um neoliberal sem muito disfarce Em sua coluna para o jornal golpista Folha de S. Paulo, o ex-prefeito Fernando Haddad procura uma resposta sobre a burguesia industrial brasileira e seu “projeto de nação”. No fundo da questão, está uma concepção econômica e política conservadoras.

Golpe ou “falta de consciência do povo”? No dia 2 de janeiro, o portal Brasil 247 publicou o artigo E agora, Brasil?, assinado pelo sociólogo Emir Sader. No texto, Sader discute rapidamente a situação do país e apresenta o livro E agora, Brasil?, que reúne escritos de diversas figuras com atuação na política nacional.

Ataque dos EUA desencadeou a reativação das milícias Mahdi no Iraque Guaidó deveria estar preso e não simulando golpes contra a Venezuela

Livros, bótons, canecas, camisetas: produtos exclusivos da Loja do PCO A loja do PCO pode ser acessada também pela Internet. Basta visitar o sítio https://www.lojadopco.com. A Loja do PCO traz uma vasta variedade de produtos, incluindo livros, camisetas, acessórios, agendas, cadernos, bandeiras, cartazes e o Jornal da Causa Operária.

45ª UF: assine a Universidade Marxista e acesse centenas de documentos Privatização da Caixa, Depois da 45ª Universidade de Férias, os materiais continuarão disponíveis na Universidade Marxista para consulta posterior, assim como os materiais de cursos realizados antes

novo grande ataque de bolsonaro ao povo

Eleições: direita volver As eleições foram um obstáculo na luta contra o golpe em 2018, levando a esquerda a participar de uma manobra da direita, graças às ilusões eleitorais. Agora esse mecanismo de desvio de forças da esquerda para atividades inócuas entrará em ação mais uma vez


2 | OPINIÃO EDITORIAL

Tarefas da plenária nacional do PCO

N

os dias 14 e 15 de dezembro do ano passado, o PCO e os comitês de luta contra o golpe realizaram, na cidade de São Paulo, a segunda Conferência Nacional dos Comitês de Luta Contra o Golpe. Na oportunidade o partido, o conjunto da sua militância e demais ativistas processaram uma rica e fecunda discussão, onde foram abordados os aspectos mais relevantes das questões que permearam a conjuntura política do ano que se encerrou, o balanço das diversas lutas travadas ao longo de 2019, as campanhas levadas adiante pelo partido (luta contra o golpe, luta pela liberdade e anulação dos processos contra o ex-presidente Lula, luta pelo “Fora Bolsonaro”, mutirões, etc.). Como resultado, foram adotadas um conjunto de resoluções a serem implementadas durante o ano, particularmente a luta pelo “Fora Bolsonaro”, carro-chefe e maior de todas as campanhas a serem levadas em 2020. Para dar cabo a estas tarefas, o PCO tomou a iniciativa de realizar, já agora no mês de Janeiro, uma grande plenária nacional, momento em que o partido tratará de organizar e impulsionar as resoluções adotadas por ocasião da 2ª Conferência Nacional. Na pauta desta importante plenária nacional estarão em debate a conjuntura internacional (a ofensiva militar do imperialismo contra o Irã e os povos árabes); as eleições municipais de outubro; a campanha pelo “Fora Bolsonaro”; a organização dos comitês; a organização partidária; a campanha de filiação ao partido, dentre outras questões de relevância para a luta partidária no próximo período. Em um momento particularmente grave e também decisivo da conjuntura nacional, onde a quase totalidade da esquerda nacional se encontra paralisada em função da sua política de prostração e inércia diante dos ataques do bolsonarismo, o partido tem diante se si não só a tarefa de assumir a vanguarda na luta contra o governo Bolsonaro, a burguesia e a extrema direita, como pode e deve aproveitar a oportunidade para fazer crescer e desenvolver o partido, impulsionar uma luta decisiva para que o PCO se torne um verdadeiro e autêntico partido de massas, não somente forte do ponto de vista teórico e ideológico, mas numericamente poderoso e influente. A tarefa central da plenária deverá estar voltada para a discussão de todos os mais palpitantes temas que irão compor a agenda política nacional, junto a estratégia do partido para intervir e fazer desenvolver a luta social de massas no País. Neste sentido, uma das discussões a serem processadas se dará em torno a temática das eleições municipais, onde o partido decidirá sobre o lançamento de candidaturas em municípios ali onde os candidatos do PCO levarão uma campanha pautada pela defesa dos interesses e das reivindi-

cações das massas populares, além de utilizar o momento eleitoral para denunciar, de forma contundente e corrosiva, o governo Bolsonaro e seus ataques contra a população pobre e explorada do País. No que diz respeito à principal campanha a ser desenvolvida pelo partido, o “Fora Bolsonaro” assume particular importância, não somente por ser a principal e mais importante reivindicação popular, o desejo das massas em colocar para fora o governo responsável pela maior obra de destruição do País, como se trata de uma palavra de ordem que somente foi levantada pelo PCO, muito embora o partido tenha feito todos os esforços para que a esquerda nacional assumisse a campanha pelo “Fora Bolsonaro”. É neste sentido, portanto, que a campanha assume particular importância e na qual estão colocados todos os elementos de um enorme potencial para o desenvolvimento partidário. Um outro elemento decisivo e de singular importância a ser discutido na plenária nacional diz respeito à organização e impulsionamento dos mais de 500 comitês que a II Conferência Nacional deliberou por constituir em todo o País para impulsionar a luta contra o golpe de Estado e pela anulação de todos os processos que a justiça golpista move contra o ex-presidente Lula. Neste sentido, vale destacar que mesmo diante de todas as dificuldades e limitações enfrentadas pelo partido em impulsionar a campanha nacional em defesa da liberdade do ex-presidente Lula – dificuldades acentuadas pelo boicote explícito e ostensivo da esquerda à campanha – foi o esforço empreendido pelo PCO, realizando os mutirões nacionais e os dois atos vitoriosos em Curitiba, que contribuiu decisivamente pela liberdade do companheiro Lula. Também como meta para o próximo período, o partido tem como objetivo impulsionar uma grande campanha de filiação de novos companheiros, fortalecendo e ampliando a estrutura partidária e sua militância orgânica. Esta tarefa deverá estar casada com a campanha que o partido levará adiante para impulsionar as tendências de luta presentes na conjuntura, com as massas ganhando as ruas de todo o País para o enfrentamento contra Bolsonaro e seu governo de ataques às condições de vida das massas populares. Dessa forma, o partido dirige um chamado a todo o conjunto da sua militância para que o melhor dos esforços sejam empenhados, fazendo da plenária nacional um momento de importância crucial e decisiva no desenvolvimento da luta por fazer do PCO um grande partido nacional de massas, que lidere a luta dos explorados para impor uma derrota decisiva à burguesia e ao governo de extrema direita, serviçal do imperialismo e do grande capital.

COLUNA

2019 foi o ano dos latifundiários Por Renato Farac

A prisão de Lula e a fraude nas eleições levaram o fascista Jair Bolsonaro a presidência da República e levou a um governo controlado diretamente pelo setor mais atrasado dos latifundiários e a um desastre total na luta pela terra e a população do campo. O ano teve início com a extinção de órgãos importantes para a reforma agrária e a agricultura familiar como o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a nomeação de um conhecido latifundiário para a recém-criada Secretaria de Assuntos Fundiários, Antonio Nabham Garcia. Daí para a frente a situação foi de mal a pior. Bolsonaro e Nabham militarizaram diversos órgãos governamentais com a nomeação de generais a policiais em todos os cargos responsáveis pela reforma agrária, Fundação Nacional do Índio (Funai) e no Ministério do Meio Ambiente, colocando em prática uma política de ataque a luta pela terra e, principalmente, aos movimentos sociais que organizam os trabalhadores, como o MST. Houve a paralisação do processo de reforma agrária e de demarcação de terras, corte de recursos para programas de fomento a agricultura familiar, assistência técnica e em programas de aquisição de alimentos. Em consequência dessa política não houve sequer uma desapropria-

ção de terra para a reforma agrária, uma demarcação de terra indígena ou quilombola e a aprovação de uma legislação de apoio a grilagem de terras (MP 910) e um plano de privatização de assentamos da reforma agrária em todo o país. Esse cenário de apoio irrestrito ao latifúndio, transformou o ano de 2019 um dos mais violentos da última década, mesmo com a política dos movimentos sociais de não entrar em confronto com o latifúndio, o que resultou em despejos, ameaças e assassinatos de lideranças, principalmente indígenas. Fica evidente a necessidade de derrubar Bolsonaro e impedir que governe até 2022 como defende setores da esquerda. A política de terra arrasada e de latifundiários no governo está levando a um caos e uma violência a patamares altíssimos e leva a impossibilidade de um mínimo acordo com o governo. Há uma enorme rejeição ao governo e 2020 tem que ser o ano de reverter essa situação e colocar os trabalhadores para enfrentar o fascista Bolsonaro e os latifundiários para derrotar essa política no campo e na cidade. Conviver com Bolsonaro irá agravar ainda mais essa situação no campo e a política de resistência e de não enfrentar a direita contribuiu para essa ofensiva no campo. É preciso lutar pelo fora Bolsonaro e pelo fim do latifúndio no país.


INTERNACIONAL | 3

A RESISTÊNCIA VAI CRESCER

Ataque dos EUA desencadeou a reativação das milícias Mahdi no Iraque A reação ao ataque assassino do imperialismo gerou uma tendência à resistência organizada e disseminada em toda a região, sendo fortíssima dentro do Iraque. ‘Como oficial da Resistência Nacional do Iraque, dou uma ordem de prontidão aos Mujahideen, especialmente ao Exército Imam Mahdi e à Brigada do Dia Prometido– e a quem quer que comande nossa ordem das facções disciplinadas nacionais, para estarem totalmente preparados para proteger o Iraque.’ (Muqtada al Sadr) Muqtada al Sadr fez essa chamada de reorganização das milícias, ao mesmo tempo em que propôs a constituição de um exército internacional contra os Estados Unidos, logo após o atentado imperialista contra lideranças iranianas e iraquianas e que culminou com o assassinato de, entre outros, Qasem Soleimani (comandante das Forças Quds iraniana) e de Abu Mahdi al-Muhandis, comandante das Forças de Mobilização Popular do Iraque. O que pareceu uma demonstração de força do imperialismo norte-americano tem-se revelado um erro estratégico tremendo. O ataque dos EUA não gerou outra coisa senão pânico entre os próprios aliados do império e a radicalização de todos os setores do Irã e do Iraque. O que tudo indica é que não está distante a efetivação de uma resistência generalizada dentro do Iraque. (Muqtada) Al-Sadr é uma personalidade importante do Iraque, enquanto religioso, enquanto comandante de

milícias e enquanto político. É fundamental lembrar que a coalizão política liderada por ele, conhecida como Saeroun, ficou em primeiro lugar nas eleições gerais do país em 2018. Assim, atualmente ele sustenta uma posição de destaque nas negociações de uma coalizão governamental. Portanto a convocação feita pelo clérigo iraquiano tem um peso incalculável na mobilização da sociedade, para além das brigadas e milícias ou, mesmo do Exército Mahdi. Do lado do Irã, que não está tomado pela presença militar norte-americana e europeia – e que vem sofrendo com bloqueios econômicos e constantes ameaças de mais sanções, a reação também foi imediata. O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, imediatamente após o atentado contra o comandante Soleimani, afirmou que uma ‘retaliação severa’ deve ser esperada pelos EUA. Khamenei proclamou luto de três dias pela morte do general Soleimani e convocou os encarregados de negócios da

Suíça, que representam os interesses dos EUA em Teerã, para protestar contra o assassinato do general iraniano. Os assassinatos promovidos pelo ataque dos norte-americanos acabou gerando uma tensão muito maior do que a atualmente existente – e não controlada pelos EUA, como imaginavam, de forma que qualquer retaliação do Irã pode acender um conflito que envolveria toda a região, o que coloca em risco as tropas americanas no Iraque, na Síria e alhures. O fato é que Soleimani, nas ultimas décadas, formou uma rede de aliados poderosos e fortemente armados, que se estende até o sul do Líbano, vizinho a Israel. A televisão estatal iraniana tem afirmado que a ordem do presidente americano, Donald Trump de matar Soleimani teria sido ‘o maior erro de cálculo dos EUA’ desde a Segunda Guerra Mundial: “O povo não permitirá mais que os americanos fiquem na região“. O sentimento anti-imperialista tende a aumentar e a colaboração entre Iraque e Irã ao invés de enfraquecer tende também a se tornar mais coesa e permanente, contrariando a pretensão norte-americana de dar um fim a ela. Não será surpresa que se estabeleça uma grande frente de resistência no Iraque, uma resistência generali-

zada no país conforme dito acima, de forma que se tornará praticamente inviável a permanência de forças estrangeiras (europeias e norte-americana) ali. Pior, como já começou a acontecer, grupos radicais e antipáticos aos norte-americanos, que não estão obrigatoriamente sob comando de governos podem desencadear todo tipo de ataques a alvos ianques e europeus, aliados aos EUA, obrigando a que se retirem de diversos países ou que passem a conviver com tensões e níveis de insegurança que não previam. Mesmo Israel, e a Arábia Saudita, a quem tanto Irã quanto Iraque acusam de colaboração com o governo americano, alvos prioritários de ataques, não esperavam essa subida de temperatura na região

GOVERNO FANTOCHE

Abaixo o apoio do governo à agressão imperialista: fora Bolsonaro! Posição de Bolsonaro está levando o Brasil a apoiar agressões do imperialismo e coloca em risco a economia nacional e a população brasileira. No último dia 5, o governo do Irã por meio de sua chancelaria no Brasil entrou em contato e convocou uma reunião com a encarregada de negócios da embaixada brasileira pedindo esclarecimentos sobre a nota emitida em apoio ao ataque dos Estados Unidos que culminou no assassinato do general iraniano Qassem Soleimani. A nota emitida pelo governo Bolsonaro logo após o ataque classificou a ação criminosa dos EUA como um ato de combate ao terrorismo e afirma estar pronto para ajudar nessa missão. “O Governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo. O Brasil está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento”, afirmou o Itamaraty. A nota emitida pelo governo Bolsonaro é extremamente grave e pode inserir o Brasil em um conflito que não faz parte de nenhum interesse do Brasil, pelo contrário, pode levar a uma redução ou até paralisação das

exportações brasileiras para o Irã. É importante lembrar que o Irã é um importante parceiro comercial do Brasil e está entre os 25 maiores parceiros comerciais, principalmente de produtos agrícolas. Há ainda o risco de envolvimento no conflito que pode levar a atuação de grupos islâmicos no país, até pouco tempo atrás foi considerado como neutro nessas questões ou repudiando ataques do imperialismo a esses países do Oriente Médio. O envolvimento do Brasil nesse conflito tende a se agravar ainda mais caso o País venha a sediar, nos dias 5 e 6 de fevereiro, um encontro entre aliados militares do imperialismo dos EUA para debater a situação no Oriente Médio e no Golfo, ou seja, países que tradicionalmente cometem as maiores atrocidades nessa região vão se reunir no Brasil, com apoio do governo Bolsonaro para discutir o aprofundamento da situação. Bolsonaro é um perigo para o Brasil e uma liderança política muito perigosa para todos os brasileiros. Sua postura de alinhamento completo com os interesses dos EUA está levando o Brasil a conflitos que somente interessam ao imperialismo, e quer usar os brasi-

leiros como bucha de canhão em suas guerras por riquezas naturais. A questão do Irã não é a primeira, pois Bolsonaro tentou de todas as maneiras jogar o brasil numa guerra contra a Venezuela, inclusive acusando o país de contaminar o litoral brasileiro com óleo, e está acobertando ações criminosas contra a Venezuela, como no caso dos militares que tentaram invadir um quartel e fugiram para o Brasil. Outro caso foi as queimadas e desmatamento na Amazônia em que as atrocidades e declarações colocaram o país numa enorme crise e abriu as portas para uma intervenção estrangeira na região extremamente cobiçada e que o imperialismo só busca uma

justificativa para tal ação. Bolsonaro e sua política de transformar o país num lacaio do governo dos EUA e seus interesses é um enorme risco para os brasileiros, com a destruição da economia e no envolvimento da população nesses conflitos. O Brasil não pode dar apoio e chancelar ações criminosas do imperialismo em outros países explorados que lutam pela sua soberania. É preciso barrar o apoio do governo brasileiro para essas ações. Este fato é mais uma evidência na qual não é possível conviver minimamente com Bolsonaro e outros golpistas no poder e é fundamental derrotar o governo e retirar o Brasil como uma marionete dos EUA.


4 | INTERNACIONAL

JUAN GUAIDÓ

Guaidó deveria estar preso e não simulando golpes contra a Venezuela O golpista venezuelano que tentou inúmeras vezes dar um golpe de estado na Venezuela deveria estar na cadeia e não sendo tratado como vítima, como faz a imprensa A imprensa burguesa internacional está fazendo uma campanha a favor de Juan Gauidó, golpista que foi derrotado na última eleição para a presidência da Assembleia Nacional Venezuelana. A mídia utiliza a versão de Guaidó de que ele e seus aliados foram impedidos de entrar na Assembleia durante a votação, e usam como “provas” vídeos em que policiais conversam com Guaidó na entrada da casa. Na realidade, Guaidó se negou a entrar na Assembleia, como destaca a jornalista brasileira Fania Rodrigues, que estava presente durante a votação venezuelana. Segundo ela, o golpista que havia chegado uma hora antes da sessão começar, negou-se a entrar junto de seus aliados. Por conta da negação de Guaidó em entrar na casa, os deputados preferiram iniciar a sessão sob o comando do deputado presente mais velhos, como está na constituição do país. As cenas em que Guaidó conversa com a polícia que supostamente o im-

pede de entrar, nada mais é do que uma tentativa de ludibriar os incautos com uma suposta barreira. Segundo entrevista do próprio Guaidó, ele se negaria a entrar caso os outros deputados (muitos deles cassados e sem a

permissão para votar por não fazerem mais parte da casa) não pudessem entrar também, sabendo que isso não era permitido. Guaidó, em toda essa história, é o verdadeiro golpista. Defendido com

unhas e dentes por todos os governos da América Latina que conseguiram impor um golpe de estado em suas populações, como é o caso do Brasil e da Bolívia, o golpista venezuelano é um fantoche do imperialismo que tentou de todas as formas impor um golpe de estado em seu país e se autoproclamar presidente, sem apoio nenhum da população. O lugar onde Guaidó deveria estar é na cadeia, por tentar dar um golpe de estado e entregar um país soberano aos países imperialistas que somente têm interesse nas riquezas e na mão de obra do povo venezuelano, antes se autoproclamando presidente, agora, tentando novamente dar um golpe, se autoproclamando o presidente da Assembleia Nacional Venezuelana. Apesar de perder sua força e ficar totalmente desmoralizado, a imprensa internacional ainda utiliza a figura de Guaidó para atacar a luta do povo venezuelano pela sua independência diante do imperialismo.

GANHOS 117 VEZES SUPERIORES

Inglaterra: patrões ganham em um dia o que trabalhador ganha em um ano Os executivos Britânicos que ganham 1185 dólares por hora, receberão até o final de segunda-feira mais que a maioria dos trabalhadores do Reino Unido ganhará o ano todo Segundo a legislação britânica, a partir de 2020 ,as empresas de capital aberto com acima de 250 funcionários, necessitam divulgar os ganhos dos executivos destas empresas e também justificar estes ganhos e as diferenças salariais. De acordo com um estudo do Chartered Institute of Pessoal e Desenvolvimento e think tank do High Pay Center, os executivos-chefes das empresas do FTSE 100 que começaram a trabalhar este ano em 2 de janeiro só precisam trabalhar até um pouco antes das 17h de segunda-feira para ganhar a mesma quantia que um funcionário de tempo integral típico ganhará durante todo o ano. Ou seja , os executivos do FTSE 100 receberão mais dinheiro até o final de segunda-feira do que a maioria dos trabalhadores do Reino Unido ganhará o ano todo. Peter Cheese, executivo-chefe do CIPD , em suas declarações sobre a medida diz : “Precisamos que as empresas justifiquem a alta remuneração dos principais executivos, principalmente em relação à forma como o restante da força de trabalho está sendo recompensado”. E ainda : “Maior justiça e abertura de pagamento são essenciais para criar confiança entre os funcionários, bem como partes interessadas e investidores externos”. Em meio à festejos que comemoram a “Transparência das corporações”, há aqueles com os quais temos

que concordar afirmam que a medida apenas trará a ilusão de que no futuro possa haver algum equilíbrio de remuneração diminuindo a disparidade. Medidas como estas tem a finalidade de anestesiar a classe trabalhadora e postergar o inevitável levante popular , criando ilusões de igualdade e até mesmo distribuindo mesmo que de forma ínfima parte dos lucros das grandes empresas. “Comparar os salários dos diretores executivos com o salário médio serve para alimentar a hostilidade do público e induzir os trabalhadores a acreditar que os cortes na parte superior se traduzirão diretamente em com-

plementações na parte inferior”, disse Mark Littlewood, diretor geral do Instituto de Assuntos Econômicos. A justificativa para tal discrepância seria a “importância “ que estes executivos tem para a manutenção e geração de empregos, uma vez que a mera saída de um deles pode gerar a perda do valor da empresa e consequentemente a perda de vagas de trabalho. Apesar do uso demagógico da obrigatoriedade da divulgação, podemos considerar positivo a obrigatoriedade da divulgação. Um alto executivo ganhar em um dia aquilo que um trabalhador ganha em um ano indica que em média seus rendimentos são de

117 vezes o salário anual do trabalhador médio na Grã Bretanha, equivalendo em torno de 1.185 dólares por hora, descortina a imoralidade do sistema capitalista traduzido nas diferenças salariais . Não existe saída para quem deseja uma sociedade igualitária que não seja o fim deste sistema que divide seus ganhos de forma imoral e injusta para com aqueles que verdadeiramente são os responsáveis pela construção da riqueza mundial: o povo trabalhador. A real distribuição dos ganhos só é possível com o controle total do sistema produtivo pelos trabalhadores nele envolvidos.


INTERNACIONAL | 5

REVOLUÇÃO CUBANA

8/1/1959: Fidel Castro chega a Havana, marco da vitória revolucionária No dia dia 08 de Janeiro de 1959, o Comandante-em-Chefe do Exército Rebelde e líder da guerrillheiro Fidel Castro chega na capital Havana, no movimento Caravana da Liberdade. No dia dia 08 de Janeiro de 1959, o Comandante-em-Chefe do Exército Rebelde e líder guerrilheiro Fidel Castro chega à capital Havana. Os revolucionários chegaram até Havana na Caravana da Liberdade, um movimento de deslocamento que cruza o país em direção à capital e que começara com a tomada militar da cidade de Santiago de Cuba, capital da província de Oriente, que ocasionou a fuga do ditador Fulgêncio Batista para os Estados Unidos e, consequentemente, o colapso das Forças Armadas e do regime político em seu conjunto. Os guerrilheiros, liderados por Fidel Castro, haviam começado a luta nas montanhas de Sierra Maestra após o desembarque no iate Granma. No total, eram oitenta expedicionários que desembarcaram 2 de dezembro de 1956. Logo em seguida, houve um confronto com as tropas de Batista da

qual somente doze sobreviveram, entre eles o médico argentino Che Guevara e Camilo Cienfuegos, que desempenharam destacado papel nas frentes de luta e no comando das forças revolucionárias. Nos cerca de 3 anos de luta armada após o desembarque, os guerrilheiros comandados por Fidel Castro derrotam ao menos três expedições de extermínio promovidas pelo governo Batista na Sierra Maestra, com tropas fortemente armadas e bem treinadas, tropas de elite, apoio de divisões blindadas, aviação, marinha e uma complexa rede de espionagem e uma polícia secreta que fazia uso de métodos de terror, cometendo assassinatos e torturas contra simpatizantes da guerrilha. Os revolucionários foram tomando militarmente cidade por cidade na província de Oriente e instituindo os Territórios Livres de Cuba. A popula-

A GLOBO

MENTE O DIÁRIO

DESMENTE

ção comemorava a entrada do Exército Rebelde e expressava uma imensa alegria. Passo a passo, a ditadura ia se abalando e tornando-se mais frágil, até que entrou em colapso com a fuga do ditador e todo o bloco político que lhe dava sustentação.

A Caravana da Liberdade, que termina em Havana com a chegada de Fidel Castro, marcou a vitória definitiva do movimento revolucionário em Cuba e a instalação do novo governo oriundo do levante armado das massas populares.

A direita prospera na ignorância. Ajude-nos a trazer informação de verdade


6 | POLÊMICA

POLÊMICA

Haddad: um neoliberal sem muito disfarce O petista dá a FHC o mérito de ter levado o Brasil ao crescimento econômico Em sua coluna para o jornal golpista Folha de S. Paulo, o ex-prefeito Fernando Haddad procura uma resposta sobre a burguesia industrial brasileira e seu “projeto de nação”. No fundo da questão, está uma concepção econômica e política conservadoras. Haddad chama a atenção para o fato de que pela primeira vez desde 1947, a participação da indústria de transformação no PIB nacional ser menos do que a de produtos básicos. As exportações de produtos primários superaram os de manufaturados, foi 52,8% para os primeiros. Mas para o ex-prefeito e ex-candidato presidencial isso não significa que o Brasil está se desindustrializando. Para ele isso “nada tem a ver com desindustrialização”. Com essa ideia, Haddad contraria inclusive pesquisas

recentes da própria burguesia que revelam a queda da industrialização no País. Para o ex-prefeito a culpa seria do “setor de serviços”, a boa explicação para os economistas burgueses e pequeno-burgueses que escondem os verdadeiros problemas econômicos. Esse chamado setor de serviços estaria aumentando no mundo todo, portanto no Brasil a queda da indústria estaria seguindo essa mesma tendência. Para Haddad e para esses economistas burgueses o “setor de serviços” seria algum elemento mágico da economia, que seria capaz de substituir a produção e a classe operária industrial. A pergunta que fica é: como é que produtos são fabricados e quem os fabrica? Mas deixemos, este não é o assunto da coluna.

Ao afirmar que não há desindustrialização no Brasil, Haddad ignora também um fator político e econômico fundamental. O golpe no Brasil tem como ponto central destruir a economia nacional. A essa altura, tem-se a impressão que só mesmo o ex-ministro Haddad não enxerga isso. A política dos golpistas, de Temer até Bolsonaro/Guedes, é o neoliberalismo feroz, a entrega da economia nacional para o imperialismo, a destruição da indústria nacional. E essa política é cada vez mais visível a olho nu, não é necessário ser economista para perceber tal fato. A explicação para a cegueira de Haddad diante do óbvio talvez esteja em sua avaliação sobre a causa do crescimento econômico relativo durante as décadas do governo do PT. A explicação do ex-candidato do PT está na política de…

FHC. Sim, ele diz: “A maxidesvalorização cambial de 1999 deu, por uma década, novo alento à indústria, mas a crise internacional de 2008 e as crises domésticas, econômica e política (2015-16), empurraram-na ladeira abaixo.” O petista Haddad, que o próprio Lula do jeito sarrista que lhe é próprio chamara de “o mais tucano no PT”, ignora a política econômica, mesmo que as consideremos insuficientes, tomadas nos governos Lula e Dilma para atribuir a FHC o crescimento industrial da década de 2000. Sua busca por uma burguesia nacional revela na realidade a busca não por uma política nacionalista desenvolvimentista mas por uma política neoliberal, que nem mesmo ele consegue explicar a diferença do que vêm fazendo os golpistas.

POLÊMICA COM EMIR SADER

Golpe ou “falta de consciência do povo”? Em artigo do dia 2 de janeiro, Emir Sader atribui à “falta de consciência do povo” a responsabilidade pela ascensão da extremadireita. No dia 2 de janeiro, o portal Brasil 247 publicou o artigo E agora, Brasil?, assinado pelo sociólogo Emir Sader. No texto, Sader discute rapidamente a situação do país e apresenta o livro E agora, Brasil?, que reúne escritos de diversas figuras com atuação na política nacional. Chama atenção, no entanto, que Sader elabora uma tese confusa para justificar o avanço da extrema-direita: a de que os brasileiros “valorizam” cada vez menos a “democracia”. A tese de Emir Sader sobre a “desvalorização” do que chama de “democracia” aparece em vários momentos do artigo: Que os brasileiros valorizem cada vez menos a democracia é uma grande vitória da direita e uma grande derrota para as forças democráticas. A direita governa contra a democracia, estreitando suas margens, atacando seus valores, exercendo o poder de forma autoritária, liberando as polícias para o uso indiscriminado da força contra a população mais pobre. (…) O povo não costuma valorizar a democracia porque ela não lhe trouxe muitas coisas. Na saída da ditadura, o governo Sarney foi um misto de continuidade do velho regime e de elementos novos, que esgotou o impulso democrático que vinha da resistência à ditadura. (…) A democracia não tinha representado mudança das condições de vida da população em relação à ditadura. O povo brasileiro não tinha por que valorizar a democracia. Da forma como Emir Sader expõe o problema, poder-se-ia concluir que o povo brasileiro, incapaz de compreen-

der os fenômenos ao seu redor, não teria atingido a maturidade suficiente para contemplar o valor universal da democracia. Isto é, a democracia seria, portanto, uma espécie de auge da civilização, um valor sagrado que deveria ser defendido a todo custo, embora houvesse muita gente que não tivesse a “consciência” de sua superioridade. Essa tese, no entanto, apresenta dois problemas centrais: em primeiro lugar, a democracia não é um valor universal, é apenas um regime sob o qual o capitalismo procura ocultar toda a sua podridão; em segundo lugar, o povo brasileiro, muito diferentemente do que coloca Sader, não carece de uma “conscientização” para entender o que é melhor para si. Que a democracia deve ser refutada pelos trabalhadores de todo o mundo, já está exaustivamente comprovado. Todas as democracias que existiram até hoje foram democracias burguesas – portanto, verdadeiras ditaduras da classe dominante sobre seus subjugados. Em todas as democracias que existira, a burguesia era sempre a classe que controlava todas as instituições – deste modo, a democracia era nada mais que uma farsa para os trabalhadores que lutavam pelos seus direitos. A democracia norte-americana acabou de assassinar um líder popular iraniano, a democracia brasileira substituiu uma presidenta democraticamente eleita por um capacho do imperialismo em 2016, a democracia colombiana vem promovendo uma perseguição sangrenta a toda a oposição há anos, os códigos penais em todo o mundo engordam a cada período que se passa… A democracia, portanto, não é um valor universal, é um recurso pa-

ra perpetuar a dominação da burguesia. Já a tese de que o povo precisaria ser “conscientizado” da necessidade da democracia é, por si, absurda, pois levaria à conclusão de que haveria um setor da sociedade que já teria alcançado a “consciência” da importância da democracia, segregando o mundo entre uma fração a ser educada e uma fração educadora. O problema de tal hipótese de que seria necessário considerar que a fração educadora foi educada também, o que tornaria a questão da “democracia” uma espécie de saber divino, desvinculado da experiência prática dos seres humanos. No fim das contas, a tese absurda de que os brasileiros não souberam

“valorizar” a “democracia” apenas serve para culpar o povo pela situação em que o país se encontra. Afinal, se os brasileiros fossem conscientes dos benefícios da “democracia” – consciência essa que Sader, implicitamente, atribui para si -, a extrema-direita e sua ofensiva contra os direitos democráticos não teriam qualquer êxito. Essa tese, embora esteja disfarçada de autocrítica por parte do sociólogo – Emir Sader aponta que a esquerda não procurou “promover a consciência democrática na massa da população” -, serve apenas para que os ideólogos da esquerda pequeno-burguesa ocultem a verdadeira responsabilidade pela situação em que o mundo se encontra. Não faltou ao povo “valorizar” a “democracia” – até porque o povo é, por definição, democracia. Onde o povo procura se reunir, há organizações democráticas. Independente das lições dos ideólogos pequeno-burgueses, os trabalhadores, no último período, procuraram se sindicalizar, formar comitês de luta contra o golpe, comitês de greve e todo tipo de associação que são muito mais importantes para os direitos da população do que o parlamento burguês. O que faltou – e tem faltado -, por parte das direções da esquerda pequeno-burguesa é justamente isso: uma política que organize os trabalhadores para o enfrentamento contra a direita. É nisso que se apoia o fascismo, o golpismo e toda a ofensiva contra os povos do continente: diante da falta de iniciativa das direções da esquerda nacional, diante da indisposição em se chocar com o regime político, a direita se sente à vontade para passar por cima de qualquer direito democrático.


POLÊMICA | 7

ACERVO DE PESQUISA

45ª UF: assine a Universidade Marxista e acesse centenas de documentos Depois da 45ª Universidade de Férias, os materiais continuarão disponíveis na Universidade Marxista para consulta posterior, assim como os materiais de cursos realizados antes Mais uma Universidade de Férias do PCO se aproxima, marcando mais de 20 anos de atividade marxista e revolucionária de formação política dos militantes e simpatizantes do partido, além do público interessado em geral. Entre os dias 17 e 25 de janeiro, será realizada a segunda parte do curso Fascismo: o que é, e como combatê-lo, continuando o tema da Universidade de Férias de janeiro do ano passado. Dessa vez, os participantes poderão ter acesso a uma novidade, que pode enriquecer o estudo e ajudar em futuras pesquisas relacionadas ao tema. Trata-se da Universidade Marxista, plataforma de pesquisas lançada em novembro. Durante o curso sobre os 70 anos da Revolução Chinesa ministrado por Rui Costa Pimenta ano passado, a Universidade Marxista serviu como base de pesquisa para o curso. A assinatura na plataforma garante acesso a centenas de textos, imagens de acontecimentos históricos e de personagens decisivas, acervo de vídeos e filmes. Os textos, que incluíram traduções inéditas, serviram de base para acompanhar o

curso de forma mais profunda, com uma pesquisa mais completa sobre o assunto. A partir do curso sobre a Revolução Chinesa, o partido começou a montar um acervo de pesquisa na Internet para estudos sob uma perspectiva marxista. À medida em que novos cursos forem realizados, a base de dados será ampliada com novos temas, de modo que uma base de dados cada vez mais completa será montada para consulta de um vasto material teórico de textos e arquivos de imagens e vídeos, que ficarão disponíveis para os assinantes da plataforma.

PORTUGAL, ESPANHA, ÁUSTRIA, JAPÃO E BRASIL A continuação do curso sobre o fascismo, com uma perspectiva prática de como agir diante do problema, seguirá analisando a história desse fenômeno em Portugal, Espanha, Áustria, Japão e Brasil. A plataforma de pesquisas fornecerá um vasto material sobre o fascismo em todos esses lugares, para um estudo mais

ACESSE O SÍTIO DA LOJA

Livros, bótons, canecas, camisetas: produtos exclusivos da Loja do PCO É possível adquirir os produtos da Loja do PCO de qualquer lugar do Brasil acessando a loja pela Internet

A loja do PCO pode ser acessada também pela Internet. Basta visitar o sítio https://www.lojadopco.com. A Loja do PCO traz uma vasta variedade de produtos, incluindo livros, camisetas, acessórios, agendas, cadernos, bandeiras, cartazes e o Jornal da Causa Operária. De qualquer lugar do Brasil você pedir os produtos do PCO. São produtos de qualidade, apresentando motivos revolucionários e das campanhas realizadas pelo partido durante as lutas políticas dos últimos anos, como Liberdade Para Lula e Fora Bolsonaro. Produtos exclusi-

vos da loja do PCO, que você não encontra em nenhum outro lugar. A Loja do PCO é uma iniciativa que visa o autofinanciamento do Partido, feito pelos seus militantes, simpatizantes e filiados. Todos os produtos são vendidos também na tradicional tenda do Partido, em atos, eventos e manifestações da esquerda. Os produtos da Loja do PCO são feitos buscando excelência técnica e preço justo. A Loja do PCO é mais uma forma de você colaborar com o Partido da luta contra o Golpe.

abrangente sobre esses temas durante a atividade, incluindo imagens e vídeos da época, e textos sobre o assunto ou escritos diretamente por pessoas envolvidas nesses acontecimentos. Dessa forma, quem fizer o curso com acesso a esses materiais poderá ter um quadro de referências mais rico relativo à história do desenvolvimento do fascismo.

Depois da 45ª Universidade de Férias, os materiais continuarão disponíveis na Universidade Marxista para consulta posterior, assim como os materiais relativos a cursos realizados antes, como o curso sobre a revolução chinesa. A cada novo curso, a base de dados será ampliada, e ficará disponível para pesquisas a serem feitas a qualquer momento.


8 |ATIVIDADES DO PCO

ADAPTAÇÃO DA ESQUERDA

Eleições: direita volver Em tempos de polarização, setores de esquerda que procuram evitar o confronto estão se adaptando à direita guiados por ilusões eleitorais As eleições foram um obstáculo na luta contra o golpe em 2018, levando a esquerda a participar de uma manobra da direita, graças às ilusões eleitorais. Agora esse mecanismo de desvio de forças da esquerda para atividades inócuas entrará em ação mais uma vez, durante as eleições municipais. Agora, porém, o fenômeno se repete em uma etapa mais desenvolvida da luta política. A tendência à polarização é muito forte, de modo que a direita se deslocou mais à direita, tornando-se a direita uma coleção de bolsonaristas de maior ou menor grau. Os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, João Doria, Wilson Witzel e Romeu Zema, respectivamente, ilustram bem esse movimento. Diante da polarização que existe na sociedade, a direita toda se radicalizou, como uma resposta à possibilidade de revolta popular que aparece cada vez mais claramente.

Enquanto a direita faz esse movimento, porém, setores de esquerda estão sucumbindo à campanha de direita contra a polarização. Em um quadro político como o atual, abrir mão da polarização significa adaptar-se à direita. Não polarizar à esquerda enquanto o regime está no polo oposto, e ir com essa política para as eleições, levará a esquerda direto para o colo do bolsonarismo. Sinais alarmantes desse fenômeno aparecem desde o ano passado, e até antes. Como se viu no caso da reforma da Previdência bolsonarista que o governador Rui Costa impôs aos servidores da Bahia. Ou, ainda, no caso escandaloso da esquerda que votou no pacote anticrime no final do ano passado, com direito ao aumento do cumprimento máximo de pena para 40 anos. Nessa ocasião, parlamentares do PT, PCdoB e Psol votaram com a direita a favor de atrocidades que a extrema-direita demorou décadas pa-

ra conseguir aprovar no Congresso. Até aí chega a adaptação à direita por causa das ilusões eleitorais. A ideia de se adaptar à direita seria disputar votos com os direitistas. Ignorando a fraude eleitoral de 2018 e o cenário de golpe de Estado, setores de esquerda aceitam a mentira propagada pela imprensa golpista de que a direita seria popular nas eleições. Ou seja, que os eleitores, o povo, seria direitista e por isso estaria votando na direita. Portanto, a esquerda teria que adotar parte do programa da direita para disputar os votos dessa direita.

Essas considerações são o contrário da política que deveria ser adotada neste momento. É preciso aproveitar a polarização e a tendência à mobilização para chamar os trabalhadores às ruas para lutar contra o governo. A adaptação à direita só fortalece a própria direita, ajuda os direitistas a deslocarem toda a situação em um sentido favorável para eles. É preciso combater essa adaptação, com campanhas que estimulem a polarização do lado dos trabalhadores, levantando um programa de esquerda para a crise e o Fora Bolsonaro!

OFENSIVA FASCISTA

Privatização da Caixa, novo grande ataque de bolsonaro ao povo A privatização do banco acabará com programas e serviços como saneamento básico, financiamento estudantil (Fies), Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida. É preciso barrá-la

Governo Bolsonaro deu início ao processo de privatização da Caixa Econômica Federal. As informações foram divulgadas na imprensa burguesa na última segunda (6), através de uma coluna no jornal O Estado de São Paulo, na qual a Caixa começará a ser privatizada através da abertura de capital da Caixa Seguridade, holding que cotrola os negócios em seguros do banco público. O banco imperialista Morgan Stanley deve ser contratado pelo governo Bolsonaro para assessorar a Caixa na seleção dos compradores da Caixa Seguridade. Desde o início de 2019, a nova direção do banco, sob a gestão de Pedro Guimarães (genro de Léo Pinheiro, que mudou a sua delação para incriminar Lula), executa o “desinvestimento” do banco, com a venda de ativos da Caixa na Bolsa de Valores pela primeira vez em 158 anos!

Não por acaso, o atual presidente do banco é especialista em privatizações. Guimarães foi assessor na venda do Banespa, funcionário de Paulo Guedes no BTG Pactual e é sócio do banco de investimento Brasil Plural. Mais, os golpistas estão priorizando a venda das subsidiárias que dão mais lucro, como o setor de Cartões, Seguros e loterias e a gestão de ativos, podendo a gestão do FGTS também ser privatizada. No entanto, além da entrega das subsidiárias para os banqueiros e capitalistas, a direção do banco vem aplicando uma reestruturação dentro da empresa. Colocou no olho da rua, através do Plano de Demissão “Voluntária” (PDV) dezenas de milhares de trabalhadores, resultando no fechamento de centenas de agências, arrocho salarial, diminuição de funções gratificadas e cargos

em comissão, dentre diversas outras medidas, no sentido de “enxugar” o banco e preparar o caminho para sua privatização. A Caixa Econômica Federal é um dos bancos mais importantes do País, responsável por programas sociais e de habitação. Vender o banco significaria acabar com programas e serviços como saneamento básico, financiamento estudantil (Fies), Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida. Ou seja, atingirá negativamente dezenas de milhões de brasileiros. É neste sentido que os golpistas iniciaram o processo pela Caixa Seguridade, estão procurando fatiar a privatização. Para lutar contra a privatização, bancários e trabalhadores ligados ao banco criaram um comitê em defesa da Caixa e agruparam uma lista razoável de organizações, como: Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Federação Nacional dos Gestores da Caixa Econômica Federal (Fenag), Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da Caixa Econômica Federal (Fenacef), Associação dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef), Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa Econômica Federal (Aneac), Associação Nacional dos Auditores Internos da Caixa Econômica Federal (AudiCaixa), Associação Nacional

dos Técnicos Sociais e Assistentes de Projetos Sociais da Caixa Econômica Federal (Social Caixa), Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec) e Fórum Nacional da Reforma Urbana (FNRU), além das centrais sindicais CUT, CTB, Intersindical, CSP/Conlutas e UGT. No entanto, o método de luta parcial empregado até então não surtiu nenhum efeito que impedisse os golpistas de prosseguirem com a privatização. Como no caso da Petrobras, a necessidade dos golpistas em destruírem as estatais, de abrirem caminho para que o imperialismo roube e explore o patrimônio nacional, é maior do que a luta defensiva, parcial, por um ou outra pauta ou empresa pública. Caixa, Petrobras e demais estatais, estão na mira dos golpistas pelo que representam em termos de desenvolvimento e soberania nacional em oposição ao imperialismo. A única forma de defendê-las, portanto, é através de uma luta frontal contra os golpistas, que são a representação oficial do imperialismo no País. É preciso organizar os trabalhadores da Caixa e suas reivindicações num movimento de luta geral dos trabalhadores, que unifique atrás de si todas as suas pautas e as direcione de forma centralizada contra os golpistas.


POLÍTICA E CIDADES| 3

CAMPANHA FORA BOLSONARO

Comitês devem organizar a luta pelo fora Bolsonaro Os Comitês de Luta Contra o Golpe, os sindicatos e as organizações populares devem organizar a campanha pelo Fora Bolsonaro com uma intensa campanha nas ruas A 2ª Conferência Nacional Aberta de Luta contra o Golpe e o Fascismo, realizada em São Paulo nos dias 14 e 15 de Dezembro de 2019, analisou o desenvolvimento da luta de classes no país e a questão do enfrentamento com o governo fascista de Jair Bolsonaro. Após uma profunda análise da situação internacional e nacional e da correlação de forças, houve consenso de que é preciso organizar uma ampla campanha de rua e entre as organizações populares, os sindicatos e os partidos de esquerda pela reivindicação central de Fora Bolsonaro, que coloque em xeque todo regime político golpista. Os Comitês de Luta contra o Golpe deliberaram que a campanha pela derrubada do governo Bolsonaro será prioridade no ano de 2020. É preciso colocar em prática essa resolução. Os Comitês de Luta, as organi-

zações populares e os sindicatos devem começar imediatamente uma ampla propaganda política e agitação nas ruas, com colagem de cartazes, distribuição de panfletos, criação de mais comitês e fortalecimento dos já existentes.

A luta pelo Fora Bolsonaro coloca inevitavelmente outras reivindicações democráticas, como o fim da Polícia Militar, Reforma Agrária e Reforma Urbana, redução da jornada de trabalho para 35 horas semanais para

combater o desemprego, legalização do aborto, fortalecimento do ensino público, gratuito e laico em todos os níveis, fortalecimento do Sistema Único de Saúde, anulação das “reformas” Previdenciária, Trabalhista e Administrativa, reversão de todas as privatizações, convocação do Congresso do Povo e uma Assembleia Nacional Constituinte. As eleições municipais não derrotarão o regime golpista. Somente a organização política do povo e uma ampla propaganda e agitação de rua podem colocar um ponto final no governo de extrema-direita e todo o bloco golpista. A organização da população da luta e as mobilizações de rua são o aspecto fundamental para que se chegue à vitória. Mais do que nunca, é imperativo transformar as ruas em palco de luta.

FASCISTA ATACA MORADOR DE RUA

GOLPISTAS ATACAM O POVO

Morre morador de rua que foi queimado, o fascismo nas ruas

Preço da passagem dos trens aumenta no Nordeste

Na última segunda-feira, dia 6, o morador de rua Carlos Roberto Vieira da Silva, de 39 anos, morreu no Hospital Municipal do Tatuapé, após ser queimado enquanto dormia na madrugada de domingo em São Paulo. O morador sofreu este ataque na Mooca, zona lesta da capital paulista, e de acordo com a polícia não sabe-se as reais causas, levantando-se a hipótese de que poderia ter sido “acidental”, algo completamente fora da realidade, principalmente após revelar-se imagens sobre o acontecimento. Na Mooca, os moradores de rua já sofrem de uma campanha direitista forte. Há dois anos foi criado um Centro Temporário de Acolhimento (CTA), permitindo que os moradores de rua da região tenham algum local para se abrigar, além de garantir alimentação e banho. Contra este CTA a direita iniciou uma campanha na qual declaravam um suposto aumento de roubos sendo relacionados às condições minimamente dignas dadas aos moradores, tendo já sido feito até mesmo um abaixo-assinado, no qual a população pressionada pela campanha da burguesia, pediu a retirada do CTA do local. O assassinato de moradores de ruas é uma típica política fascista, que aparece diversas vezes na história, inclusive brasileira. A chamada “limpeza” ou “higienização” social, muito pregada pela extrema-direita e apoiada pela política fascista de governadores como João Dória, também de São Paulo -que recentemente usou jatos de água fria para atingir os moradores de rua no inverno paulista- é uma questão que envolve diretamente os ataques da burguesia contra a população pobre.

O massacre feito pelos órgão de repressão nas periferias e no campo, financiada pelo governo Bolsonaro, sustenta atividades fascistas como essa por todo Brasil. Os fascistas nestes últimos dois meses promoveram uma série de eventos e ataques as organizações populares, devido a estes fatores surge dentro da esquerda uma necessidade urgente de organizar-se para lutar contra os avanços da extrema-direita. Para levarmos a frente a mobilização contra os fascistas, necessitamos colocar como campanha principal a derrubada da maior representação da extrema-direita no país, clamando por Fora Bolsonaro, abrindo-se assim as portas da luta que irá impor aos fascistas uma fundamental derrota. Com a política de se derrubar o governo golpista, surge também a necessidade da esquerda em elaborar uma política própria, que possa confrontar a crise em defesa dos trabalhadores, exigindo a redução das horas de trabalho semanal como forma de reduzir o desemprego, etc, uma série de propostas que só poderão ser realizadas com a mobilização do povo. Sendo assim, desenvolve-se a consciência que precisamos levantar os trabalhadores, acompanhando a revolta de todo povo latino-americano, e intensificar a campanha contra os golpistas. Com base nisso, a estruturação de um partido operário independente passa a aparecer cada vez mais na ordem do dia, permitindo assim que os trabalhadores se organizem nacionalmente e possam efetivamente combater o fascismo, impedindo que casos com este na Mooca voltem a acontecer.

Com aumentos de 300% em menos de 1 ano, golpistas oneram a população para garantir lucro dos capitalistas. Mal começara o ano e os golpistas já se posicionaram na linha de frente contra a população. Na Grande João Pessoa (PB) e em Maceió (AL) a tarifa de trens passou nessa segunda-feira (6) de R$ 1,50 para R$ 1,75. Na Paraíba, no entanto, o reajuste faz parte de um pacote de adequações executado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), desde maio de 2019. Já em Maceió, não contente com o aumento de R$ 0,25, o governo já promete novo reajuste a partir de 7 de março, quando a passagem passará a custar R$ 2,00. Os ataques contra o povo não param por aí. Em Recife, a passagem do metrô passou a custar R$ 3,70 neste domingo (5). Antes a passagem custava R$ 3,40. Ademais, esse é o quinto aumento dos seis previstos até o dia 7 de março, quando a passagem será cobrada por R$ 4. No caso pernambucano, o aumento da passagem teve a ajuda do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), com sede em Brasília (DF), que autorizara o aumento pela CBTU. Vale salientar que, desde maio de 2019, a passagem aumentando progressivamente. No dia 5 de maio de 2019, a passagem custava R$ 2,10, já no dia 7 de março de 2020, a passagem deverá pesar no bolso da população como uma anilha de ferro de R$ 4. Em Maceió, porém, o caso foi mais gritante. Até abril de 2019, a passagem custava R$ 0,50, quando foi dobrada.

Agora, no entanto, espera-se que o valor quadruplique e chegue no valor de R$ 2, a partir de 7 de março. O caso foi o mesmo da Grande João Pessoa, na Paraíba, onde o valor saltou de R$ 0,50 para o descalabro de R$ 2 previstos para 7 de março. O aumento será de 300% em relação ao valor inicial. Essa situação expõe a tentativa dos governos golpistas de onerar a população em benefício de acionistas e, portanto, arcar com a crise que se desenvolve à galopes em cada estado ou município. Nesse sentido, a derrubada do governo golpista de Bolsonaro, o bastião do golpe contra a população, deve ser colocada em marcha o quanto antes. A única saída para a população se dá através da derrubada de Bolsonaro e seus asseclas e, posteriormente, a convocação de eleições gerais para que seja feita a limpeza de toda a camarilha desde o nível municipal. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Eleições gerais!


10 | ECONOMIA

BRASIL “ON SALE”

Governadores estaduais preparam pacote de privatizações para 2020 Governadores preparam a maior onda privatista desde a década de 90. A ordem é vender tudo o que puder ser vendido. Na onda liberal de Paulo Guedes, os estados Brasileiros preparam terreno para privatizar, conceder ou então gerenciar através de parcerias público privadas tudo o que puder ser privatizado. É a ideia do estado mínimo levada às últimas consequências. Estima-se que existam em torno de 100 ativos para serem privatizados. Na lista se encontram, além das cobiçadas empresas produtoras de gás, energia, saneamento e transporte, algumas atípicas como por exemplo, no Rio Grande do Sul, o parque turístico de Canela e o zoológico de Sapucaia. No Maranhão os lençóis, no Ceará, Jericoaquara. Rodoviárias , shopping popular, aeroportos, parques esportivos, enfim, a lista é interminável e exótica. Todos os estados sejam de direita ou “esquerda” surfam na mesma marola da década de 90, quando a privataria tucana de Fernando Henrique Cardoso presenteou o empresariado com importantes empresas nacionais. Quem não lembra da polêmica venda

da Vale do Rio Doce. A justificativa para a liquidação do patrimônio nacional varia de acordo com o perfil ideológico do governante. Desde o argumento de que existe pressão do governo Federal para o ajuste fiscal dos estados para negociação de suas dívidas, o que é verdade, até a alegação de que algumas empresas dão prejuízo e também a falta de recursos para a manutenção e investimentos que elas necessitam. Os mais sinceros tem a coragem de revelar o verdadeiro motivo: o neoliberalismo exige o estado mínimo, não se admite empresa estatal, seja esta lucrativa ou não. O que não se sabe é quanto vai para o bolso dos articuladores destas negociatas. Na onda da golpista Lava Jato, justifica-se o imenso prejuízo causado pelos corruptos funcionários públicos e os dirigentes das estatais. Esquecem de que onde há corruptos, há também os corruptores, que são justamente estes mesmos grupos empresariais que se

alvoroçam para meter a mão no patrimônio público. A verdadeira razão para a liquidação que se arma é só uma: transformar o estado em um facilitador,

um gerente em posto avançado para aumentar os lucros dos bancos e do grande capital. A isto eles chamam de estado mínimo, para o povo, nada, para eles tudo.

COMBUSTÍVEIS NA MIRA DA CRISE

Ataques ao Irã devem provocar alta no preço de combustíveis Após ataque dos EUA ao líder popular iraniano Qassem Soleimani, os preços do barril de petróleo teve uma alta significativa, no caso brasileiro tende a aumentar ainda mais.. A crise entre os Estados Unidos e Irã poderá afetar os preços dos combustíveis no Brasil de forma direta, pois a politica de preços para a gasolina e o diesel no Brasil é a de acompanhar a cotação internacional do barril de petróleo. Após o assassinato de Qassem Soleimani, general iraniano, em um ataque aéreo americano no aeroporto em Bagdá, no Iraque, que matou 7 pessoas entre eles o chefe da guarda revolucionária do Irã. O preço mundial do barril de petróleo disparou. O Irã é décimo maior produtor de petróleo do mundo, segundo a OPEP e que sua posição geográfica é estratégica para escoação de um quinto da produção global de commodity .Na sexta feira (3) a cotação do barril de petróleo tipo Brent subiu 4%, chegando o preço a US$ 70. No Brasil os preços dos combustíveis vem subindo vertiginosamente desde o golpe de estado em 2016. Nos últimos meses com a valorização do dólar aumentaram significativamente. Sendo assim, o presidente fraudulento Bolsonaro, um dia após o ataque que matou Soleimani, admitiu que os preços dos combustíveis no Brasil devem sentir o impacto. Na saída do palácio Alvorada afirmou aos jornalistas sobre o preço da gasolina e do diesel “que vai afetar vai, agora vamos ver o nosso limite aqui”. Para o economista chefe da Macrosector Consultores Fabio Silveira, em reportagem para a BBC, após o crime

contra o líder iraniano, afirma que “dependendo da reação, a escalada de preços pode ser ainda pior, de qualquer forma, não devemos voltar ao patamar de US$ 60 (do barril do tipo Brent) tão cedo”. Nesta segunda feira (6), Bolsonaro marcou uma reunião que será comandada pelo ministro de minas e energia, Bento Albuquerque, para discutir a alta do preço do combustível com a equipe econômica. De acordo com o jornal Metrópoles, o governo golpista sugeriu apelar para que os governadores dos estados reduzam a alíquota do imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS), caso aja uma alta no preço da gasolina e diesel no país, “tivemos conversa e temos uma estratégia de como proceder o desenrolar dos fatos. A coisa que mais preocupa é uma possível alta no petróleo, de 5% no momento, disse Bolsonaro. A partir do governo ilegítimo de Michel Temer, em 2017 a Petrobras adotou uma politica que repassa ao preço da gasolina e do diesel nas refinarias a variação de acordo com a cotação internacional do petróleo e do dólar. Bolsonaro disse que não pode intervir no preço que a empresa irá repassar para as bombas, deixando assim a população nas mãos dos capitalistas petroleiros internacionais. Outro caso que favorece a alta nos preços do combustível e que vem se desenhando cada dia mais é o desmonte e sucateamento que vem acon-

tecendo na empresa brasileira desde o golpe de estado em 2016. Sob ataque da operação Lava Jato, que segundo a Direção do Sindicato do Petroleiros foi instrumentalizada para desestabilizar e privatizar a Petrobras, prejudicando assim a soberania nacional e aumentando o preço dos combustíveis favorecendo as gigantes do petroleiras internacionais em detrimento do povo brasileiro. De forma abrupta as denuncias de corrupção contra a Petrobras pela Lava Jato custou milhões de empregos, desinvestimento em larga escala na empresa, e diminuição significativa no produto interno bruto brasileiro.

As privatizações desde 2017, estão acontecendo ao longo de 2019 em vários setores estratégicos da empresa, o ultimo ataque do ano foi nas refinarias de petróleo brasileiras, que postas a venda a troco de banana, foi “festa” em sua maioria para as multinacionais chinesas. Um país soberano não pode deixar suas riquezas naturais de produtos essenciais ao cotidiano do trabalhador a mercê dos monopólios imperialistas que só visam lucros. Portanto, é extremamente importante organizar e mobilizar a população nas ruas e por abaixo todo esse regime golpista de conjunto que afeta nossa soberania e destrói nossa economia dia após dia.


MOVIMENTO OPERÁRIO | 11

MAIS DESEMPREGO

Carteira verde amarela: Bolsonaro quer aumentar desemprego mais ainda Com a criação da carteira verde e amarela, o governo Bolsonaro vai criar mais desemprego e miséria entre os trabalhadores, O governo golpista de Jair Bolsonaro diz que criou a carteira verde-amarela para gerar mais emprego, pois o que vai ocorrer é o contrário, pois a carteira isenta empresas de recolher tributos, reduz e retira direitos dos trabalhadores. Essa carteira vai gerar mais desemprego, porque os patrões vão mandar demitir os antigos funcionários e para contratar funcionários por esse novo regime. De acordo com esse novo regime, a MP 905 elimina uma série de direitos: o recolhimento do Fundo de Garantia e a multa em caso de demissão, cobra tarifa do trabalhador desempregado, elimina pagamento por jornadas em dias e horários extraordinários, inclusive fins de semana. Uma medida que piora muito a vida do trabalhador,pois essa MP 905 é uma nova reforma trabalhista e que

assim como a primeira, vai aumentar o desemprego. Como afirma o Dieese: “criação de modalidade de trabalho precário, intensificação da jornada, enfraquecimento da fiscalização, redução do papel da negociação coletiva”. A carteira verde e amarela somente vai beneficiar os empresários e onerar os trabalhadores inclusive os desempregados. É preciso cobrar a diminuição da jornada para 35 horas sem redução de salários para gerar mais emprego e não essa carteira que é uma “não carteira”, pois joga o trabalhador no trabalho semi-escravo. Diante dessa situação é preciso pedir o cancelamento da reforma trabalhista e lutar pelo fim desse governo golpista e inimigo dos trabalhadores. Fora Bolsonaro!

ATAQUE A PREVI

MORTE EM FRIGORÍFICO

Fim do convênio INSS e PREVI: mais um duro golpe no Banco do Brasil

Péssimas condições de trabalho levam operário à morte em frigorífico

Fim do convênio INSS/PREVI irá acabar com um benefício dos trabalhadores conquistado desde 1967 para beneficiar meia dúzia de banqueiros privados

Mais uma tragédia dentro de frigoríficos leva trabalhador à morte em Alta Floresta (MT) o governo do fascista Bolsonaro é responsável por mais esse crime dos patrões

O governo ilegítimo Bolsonaro e seus lacaios a frente do INSS, através de uma decisão unilateral, acaba com o convênio desta entidade junto a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), estabelecido desde 1967, em que os benefícios dos aposentados do banco não serão mais adiantados na folha de pagamento da Previ, ou seja, os aposentados do Banco do Brasil não terão os seus proventos creditados em suas contas no BB e, como não poderia ser de outra maneira, o governo golpista passa a beneficiar os seus amiguinhos dos bancos privados, que passarão, a partir de março de 2020, gerir tais recursos através do consócio escolhido pelo o INSS: Santander, Crefisa, Agibank, Itaú, BMG e Mercantil do Brasil, e irão fazer o pagamento de todos que vierem a se aposentar de 2020 até 2024. A política de rapina desenvolvida pelos golpistas está fazendo com que os trabalhadores percam aos poucos todos os seus benefícios conquistados por anos de lutas. Nos bancos públicos tal política é evidente quando as direções destes bancos promovem uma política que visa liquidar com o patrimônio do povo brasileiro através das privatizações. Não obstante para que o Estado brasileiro continue financiando um reduzido grupo de ricos capitalistas, banqueiros, especuladores e toda a sorte de parasitas nacionais e internacionais, os trabalhadores estão sendo

No dia 15 de outubro de 2019, José Alan Vasconcelos dos Santos, com idade de 40 anos, morreu em um frigorífico de Alta Floresta, município do estado de Mato Grosso. Ele estava instalando uma bomba, segundo a empresa, no momento em que estava realizando o isolamento dos fios, tomou choque caiu da escada de um metro e cinquenta centímetros. José Alan recebeu os primeiros-socorros de uma equipe médica do frigorífico e depois foi encaminhado para o Hospital Regional, mas já estava morto. Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores daquela região, após a liberação do Instituto Médico Legal (IML), o corpo de José Alan seria encaminhado á sua terra natal que é Maceió, no estado de Alagoas. José Alan é mais uma vítima da falta de condições de segurança e saúde dos trabalhadores, algo rotineiro dentro dos frigoríficos e, os patrões mesmo cientes dos estragos causados em seus funcionários, negligenciam as tragédias anunciadas. Apesar da gravidade, dos inúmeros casos diários, não há nenhum interesse em solucionar tais problemas, tornando o setor o maior causador de acidentes e doenças do país. Neste ano já ocorreram uma quantidade enorme de morte por acidentes nos frigoríficos, em um deles, o trabalhador foi triturado em um moedor de carnes.

obrigados, no próximo período, a cortar, ainda mais, a própria carne com a política de demissões em massa, arrocho salarial, fim da previdência pública com a expropriação dos fundos de aposentadoria e previdência social e liquidação da aposentadoria por tempo de serviço; reforma tributária com a diminuição dos impostos sobre o grande capital e aumento dos impostos para a população explorada, fim da legislação trabalhista; privatizações coma a entrega das empresas estatais a sanha dos monopólios privados, etc. Contra mais essa política de rapinagem e de terra arrasada da direita golpista é necessário intensificar a mobilização contra o golpe de Estado organizando comitês de luta, nos locais de trabalho, com a palavra de ordem, que unifique todos os trabalhadores que hoje sofre com a política de terra arrasada da direita golpista, Fora Bolsonaro de todos os golpistas.

O governo golpista, do fascista Jair Bolsonaro, um verdadeiro criminoso, quer acabar com todas as Normas Regulamentadoras (NRs) que tratam das condições de segurança e saúde dos trabalhadores, ele, sua equipe de ministros golpistas, como o banqueiro Paulo Guedes, ministro da economia, bem como, a latifundiária, criadora de gado, e também ministra da agricultura Tereza Cristina que, está extinguindo a fiscalização dos frigoríficos, pagamento aos seus donos pelo financiamento do golpe no país, todos eles deveriam estar presos, diante de tantos crimes cometidos contra os trabalhadores. Na verdade, toda a população explorada e trabalhadora deste país, a exemplo de José Alan que não está mais aqui e muitos outros que estão estropiados por conta das atitudes desses sanguinários, que têm como único objetivo o lucro em detrimento de qualquer outra coisa, devem se organizar em todo o país, em cada bairro, fábrica, etc., para, em conjunto derrotar o golpe, pois só com a derrota do golpe é que poderá haver condições melhores de vida para o povo brasileiro.


12 | MOVIMENTO OPERÁRIO

FIM DA APOSENTADORIA

INSS: governo quer extinguir definitivamente a aposentadoria O governo golpista vai extinguir a aposentadoria, pois o cálculo vai levar em conta os afastamentos do trabalhador Os cálculos das aposentadorias do INSS não vão mais considerar o período de afastamento do trabalhador. O Projeto de Lei enviado pelo governo golpista de Jair Bolsonaro para mudar a lei de cotas para trabalhadores com deficiência, vai acabar com as aposentadorias de quem ficou afastado do trabalho. Na prática o trabalhador vai ficar sem aposentadoria, pois de acordo com esse PL, os períodos de afastamento não contarão para aposentadoria, mas as doenças, muitas vezes causadas pelas próprias condições de trabalho, levou o trabalhador ficar anos afastados de sua atividade laboral. O objetivo dos golpistas é, além de aumentar o tempo de contribuição, acabar com a aposentadoria dos trabalhadores. Os golpistas querem manter o auxilio doença, pois é um benefício que pode ser cortado à qualquer momento.

O governo golpista que acabar com o direito à aposentadoria para favorecer mais ainda os banqueiros, pois a sanha dos capitalistas e principalmente os juros dos banqueiros tem levado os trabalhadores cada dia para o desemprego e a falta de dinheiro. É importante ressaltar que a reforma da previdência é apenas um dos efeitos do golpe, que visa massacrar a população brasileira, atendendo aos interesses dos imperialistas. Nesse sentido, é evidente que o presidente fascista Jair Bolsonaro, bem como os demais golpistas que integram o governo, são inimigos da classe trabalhadora. É preciso, então, que sejam organizadas amplas mobilizações populares, a fim de barrar essa medida totalmente antidemocrática e criminosa, bem como exigir a saída imediata de Bolsonaro da presidência e de todos os golpistas.

POLÍTICA DE COLABORAÇÃO

Votação do estatuto da Cassi: direções sindicais compactuam com fraud A capitulação da entidades dos trabalhadores auxilia no ataque do Banco do Brasil ao plano de saúde dos funcionários Primeiro foi o repúdio dos funcionários do Banco do Brasil, por duas vezes, à tentativa da direção da empresa em mudar o estatuto da Caixa de Assistência dos Funcionários do BB (Cassi), mudança essa que é um ataque sem precedentes na história do banco, que visa liquidar com a Cassi através das propostas de quebra da solidariedade (todos contribuem para o fundo em benefício de todos, tanto da ativa quanto dos aposentados, que poderão ter um plano digno até a sua morte); um projeto de sustentabilidade financeira com projeções apenas até 2021; paridade contributiva entre associados e patrocinadora de 50%, ou seja, o banco que arca com 60% e o associado com 40% deixa de existir; com a quebra da solidariedade, não só obriga contribuição dos dependentes, mas estabelece que os novos funcionários assumam a contribuição patronal nas suas aposentadorias; e institui o voto de Minerva para a direção do banco, que será aplicado em vários casos. Não foi por acaso que a grande maioria dos trabalhadores do BB rejeitaram a proposta da direção golpista do Banco do Brasil, pois sabem muito bem que a tal “mudança” no estatuto da Cassi é um gigantesco ataque que visa liquidar com o plano de saúde construído pelos trabalhadores. Depois da proposta de mudança no estatuto ter sido derrotada por duas vezes, a direção do banco partiu para uma nova ofensiva reacionária de ameaças e terrorismo para com os seus funcionários, com vista a tentar numa nova consulta e realizar a mu-

dança para concretizar o seu plano, de liquidação do plano para com isso pavimentar o caminho da privatização do banco (menos uma despesa). Mesmo diante de tantas ameaças por parte do banco a categoria rejeitou, mais uma vez, a mudança quando o quórum de aprovação não foi atingido. O estatuto da Cassi é bem claro quando reza, em um dos seus artigos, que para que seja atingido o quórum de aprovação seja atingido no mínimo 2/3 dos votos sejam “sim”, não computados os votos em branco.

A direção do banco, que é fruto de um golpe de Estado, no seu desespero para ter aprovado a sua proposta de mudança no estatuto da Cassi, aplicou, lógico, um golpe e passou por cima do estatuto que rege as eleição e deu como vencedora a sua mudança. Mas o que vem mais chamando a atenção é a posição capituladora das entidades representativas dos trabalhadores, que partiram para uma política dos mais fervorosos defensores da proposta dos banqueiros golpistas.

Os “combativos” escudeiros da empresa chegaram ao cúmulo de anunciar que “os funcionários do BB não conseguiriam acordo melhor”, que a conjuntura política é adversa, etc. e tal, uma postura que deixa claro a total rendição diante de um governo, que é fruto de um golpe de Estado orquestrado pelos banqueiros, capitalistas e o imperialismo, que tem uma posição clara de privatização de todas as empresas estatais, dentre elas o Banco do Brasil, conforme declaração do seu próprio presidente através de declaração a favor da privatização do banco. Tal posição acaba ocasionando um vazio político o que acaba ocasionando uma disputa pela empresa e por entidades pelegas como a Contec (ressuscitada por obra da política das direções sindicais), o que coloca em risco não apenas a luta pelo Plano de Saúde controlado pelos trabalhadores, mas a construção de uma ampla luta dos funcionários do BB à política de demissões, privatização, do aprofundamento do arrocho salarial, etc. Para fazer frente a mais esse ataque, da direita golpista a frente do banco, ao plano de saúde de seus funcionários e a capitulação das direções, um beco sem saída para os trabalhadores, é fundamental que os trabalhadores procurem construir comitês de luta por local de trabalho, organismos esses capazes de discutir os problemas da categoria e que apontem a luta dos trabalhadores tendo como base a independência destes diante dos patrões e do governo; um programa que reflita as necessidades mais sentidas da categoria.


NEGROS E CULTURA| 13

HOLLYWOOD SÓ PARA BRANCOS

Globo de Ouro: mais uma vez, negros ficam de fora da premiação Prêmio da crítica hollywoodiana descarta mais uma vez o trabalho dos artistas negros, excluindo-os da premiação. Foram entregues no último dia 05/01 (domingo), em Los Angeles-EUA, os prêmios conhecidos como Globo de Ouro. Premiação entregue desde 1944 pela crítica Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, conhecida como a maior avaliação da “crítica especializada” ao cinema. Contudo, tão tradicional quanto a premiação é o seu aspecto extremamente conservador e racista. Na edição de 2020 mais uma vez essa lógica se consumou, em que os negros foram solenemente excluídos da premiação. Os prêmios que envolvem no total 25 categorias, possuem 16 categorias, ou seja, premiam atores, atrizes, diretores, roteiristas etc. em nenhum destes houve um negro ou negra como vencedor. Detalhando este quadro claramente racista, para estes 16 prêmios houve 80 indicados, destes somente 4 indicados eram negros. Os dados reais que ilustram o preconceito na indústria hollywoodiana, vão diretamente de encontro com a demagogia mais descarada apresentada nas telas para iludir o público. Nos últimos anos vários filmes têm

ganhando espaço na propaganda dessa indústria utilizando atores negros e exposto de forma muito suavizada as dificuldades da população negra, filmes como Pantera Negra, Infiltrado na Klan, Django Livre, Doze anos de Escravidão entre outros, que visam somente atrair público para despejar

milhões nos cinemas mundo à fora, mas, mesmo diante de grandes trabalhos de roteiristas, diretores e atores negros não há o mínimo reconhecimento. A indústria hollywoodiana reafirma ano após ano, principalmente nas premiações (Globo de Ouro, Os-

car e Emmy) o seu extremo conservadorismo, que em relação ao negro se caracteriza como uma posição racista, que explora muito bem a mão de obra do trabalhador e dos artistas negros, mas que os mantém “na senzala” sem direito a “sentar-se à mesa com os barões”.

PELA DISSOLUÇÃO DA PM

Jundiaí (SP): jovem negro desaparece depois de abordagem da PM PM dá sumiço em jovem negro da comunidade Jardim São Camilo em Jundiaí (SP) Mais um caso de sequestro de jovem pobre e negro por policiais ocorreu neste fim de ano. Desta vez foi em Jundiaí (SP), no fim da tarde do dia 27 de dezembro, quando o jovem Carlos Eduardo dos Santos Nascimento, de apenas 20 anos, e outros quatro amigos foram abordados por uma guarnição da PM, no bairro Jardim São Camilo subúrbio de Jundiaí, enquanto caminhavam tranquilamente pela rua. Após a abordagem, que já foi realizada sem motivo ou propósito aparente, Cadu como é conhecido foi colocado na viatura e levado pelos policiais, detalhe, era o único negro dos cinco abordados. Os jovens e seus familiares inicialmente não fizeram qualquer denúncia nas delegacias da região, pois temiam por represálias, algo comum nas comunidades periféricas, onde a atuação policial é baseada principalmente na intimidação da população. A família do jovem sequestrado passou então a procurar pelas vizinhanças e matagais próximos nos dias seguintes, sem sucesso. Até que o pai de Carlos Eduardo foi ao 49º Batalhão da PM para registrar a ocorrência e solicitar informação, recebendo somente o retorno de que não havia nenhum registro da passagem do filho pela corporação. Eduardo Aparecido do Nascimento, pai do jovem desaparecido, disse que

o filho passou o mês entregando currículos, buscando um emprego e fazia bicos como pintor e ajudante de mudança. Até o momento, 06 de Janeiro, o paradeiro de Carlos Eduardo não foi informado pela PM, a qual negou qualquer a ação da corporação através da assessoria da SSP-SP. Porém, na tarde da última sexta (03/01) a própria Secretaria identificou e suspendeu das atividades de rua os policiais que realizaram a abordagem dos jovens no Jardim São Camilo.

Esse é apenas mais um dos centenas de casos de desaparecimento de pessoas pelas “mãos” da polícia. Um tipo de atuação que é amplamente conhecida e temida nas comunidades pobres das cidades brasileiras que, ao contrário do que é propagandeado pelos meios de comunicação burgueses, não possui uma motivação específica, muito menos estão ligadas a qualquer tipo de repressão à atividade criminosa e que tende a não resultar em nada nem para a corporação, nem para os policiais envolvidos. A própria polícia

reconhece que a quase totalidade das prisões e assassinatos cometidos pela PM não possui qualquer investigação prévia ou posterior às ações, o ocultamento desses crimes, bem como a manipulação das cenas dos crimes são atividades rotineiras da ação policial. Crimes como esse, que se inicia com uma abordagem abusiva, seguida de sequestro e geralmente envolve tortura e assassinato, são formas de atuação que já fazem parte da rotina e do modus operandi da corporação para com a população pobre. A única forma de acabar com essas atividades criminosas e fascistas é acabando com a corporação. Não é possível manter um aparato Estatal gigantesco como as polícias que tem a finalidade de reprimir de forma cada vez mais violenta a população em benefício da burguesia, um punhado de pessoas que se fecha nos seus condomínios, e deixa todo o caos social causado por ela, nas costas do trabalhador. Por todo o país, principalmente, a população pobre nas periferias deve se manifestar e exigir a dissolução da Polícia Militar, uma verdadeira máquina de matar pobres e negros. Deve-se exigir o fim da corporação para que esta dê lugar a milícias populares, formadas por moradores das próprias comunidades, maiores interessados no bem-estar de todos na localidade.


14 | NEGROS E CULTURA

ATAQUE A CULTURA

Imperialismo, inimigo da cultura: Trump ameaça destruir obras no Irã Não apenas o presidente norte-americano, mas todo o imperialismo despreza a cultura, especialmente dos países atrasados Os conflitos entre EUA e Irã se intensificaram nos últimos dias com o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani pelo governo norte-americano, no dia 2 de janeiro. Como já se tornou frequente, o presidente Donald Trump utilizou a rede social Twitter para direcionar seus ataques ao alvo do momento, o povo iraniano e seu governo. Em uma recente declaração, Trump ameaçou bombardear 52 alvos no Irã, alguns em localidades de grande valor cultural e histórico do antigo império persa. Segundo o presidente do país imperialista e de maior poderio bélico no mundo, se os iranianos “têm permissão de matar o povo americano”, os EUA teriam direito de atacar seus objetos culturais. Fato é que os EUA e outros países imperialistas já promoveram morte e destruição em diversos países oprimidos ao redor do globo. Seus governantes tentam justificar as intervenções dizendo que estariam levando “democracia” e “civilização” para esses países

mas, na verdade, guiados por interesses econômicos levam a barbárie e promovem o caos. Nesse sentido, a ameaça de Trump não deve ser vista como algo inédito. As inúmeras guerras provocadas pelos imperialistas contra países da periferia do capitalismo levam à destruição de obras seculares e de valor cultural inestimável. A guerra e ocupação imperialista no Iraque, por exemplo, teve como consequência a destruição de sítios arqueológicos da antiga civilização da Mesopotâmia. Além disso, a situação de guerra leva ao saque de museus, arquivos e bibliotecas. Enquanto isso, embora não tenham denunciado o atentado terrorista dos EUA contra o Irã, parte da esquerda democrata acusa Trump de ameaçar cometer um crime de guerra. É o caso da congressista Alexandria Ocasio-Cortez e uma das candidatas democratas nas eleições presidenciais, Elizabeth Warren que condenaram as declarações do presidente. De acordo com a organi-

zação Human Rights Watch, “As leis de guerra proíbem ataques deliberados a objetos civis que não sejam usados para fins militares.” A nota ainda destaca o “insensível desprezo [de Trump] pelo estado de direito global”. Na realidade, não apenas Donald

Trump, mas todo o imperialismo despreza a cultura, especialmente a dos países atrasados. Ao ameaçar bombardear alvos pertencentes à história e cultura do povo iraniano, Trump coloca em risco importante patrimônio histórico da humanidade.

LITERATURA BRASILEIRA

Poemas inéditos marcam centenário de João Cabral de Melo Neto Autor de Morte e Vida Severina terá o conjunto de sua obra lançado e reeditado em diversas edições O poeta João Cabral de Melo Neto terá seu centenário celebrado no próximo dia 9 de janeiro. Com a passagem de cem anos de seu nascimento, editoras de todo o país preparam lançamentos e reedições de obras do poeta e diplomata natural de Pernambuco. O selo Alfaguara, do Grupo Companhia das Letras, prepara duas edições especiais, sendo a primeira com sua poesia completa, que deve chegar às livrarias em junho. Já no segundo semestre, será lançado um volume de prosa que vai incluir entrevistas, discursos e outros textos inéditos. Em 2020, também estão previstos lançamentos de biografias pelas

Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e pela editora Todavia, além de uma fotobiografia pela editora Verso Brasil. João Cabral foi um dos maiores nomes da literatura brasileira. Ele cresceu em meio a artistas e intelectuais e tinha amizade com o pintor surrealista Joan Miró, que chegou a produzir diversas ilustrações para seus textos. O poeta morreu em 1999. Entre seus escritos mais conhecidos está Morte e Vida Severina (1955), um clássico da literatura nacional, que narra o sofrimento de um retirante em sua busca por uma vida mais fácil na cidade de Recife (PE).


MULHERES E JUVENTUDE | 15

ENCARCERAMENTO DO POVO

Aumento de assassinato de mulheres mostra o equívoco de aumentar penas Número de mulheres assassinadas aumentou drasticamente depois do golpe, mesmo com duas leis que supostamente favorecem as mulheres. De acordo com o Dossiê Mulher, estudo feito anualmente pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), no estado do Rio de Janeiro, a cada cinco dias uma mulher é vítima de assassinato. Com o suposto objetivo de prevenir os casos, leis como a Lei Maria da Penha, de 2006 e a Lei do Feminicídio, de 2013, foram sancionadas. Mas o que isso mudou de fato? Depois do golpe, o número de assassinato de mulheres no Brasil aumentou drasticamente. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que 3.200 casos de assassinatos de mulheres foram registrados entre 2016 e 2018, e cerca de 3.000 não foram notificados. Já em 2019, embora o estudo não esteja completo, até agosto já haviam sido registrados 2.357 casos. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), o Brasil é o 5° país com o maior número de feminicídios do mundo. De acordo com a lei do Feminicídio, o crime resulta numa pena de 12 a 30 anos de prisão, podendo ser aumenta-

da de um terço até a metade caso: • A vítima esteja grávida ou tenha realizado o parto há, no máximo, 3 meses; • a vítima tenha menos de 14 anos, mais de 60 anos ou tenha alguma deficiência; • o feminicídio seja realizado na presença de descendente ou ascendente da vítima.

Já a pena para alguém que cometa um homicídio simples é de 6 a 20 anos de prisão. Na prática, o que podemos observar é que a solução dada para resolver os casos de agressão contra as mulheres é aumentar o tempo das penas. Precisamos deixar claro que essa não é a solução. Os dados já apresentados demonstram que, na prática,

não houve mudanças positivas com a criação dessas leis. Isso porque o Estado capitalista, os juízes e a polícia, não estão aí para defender as mulheres, mas sim para garantir sua exploração em todos os níveis. Se essas leis fossem realmente benéficas para a população, elas não seriam aprovadas. No final, elas servem apenas para encarcerar o povo. A prova disso é que, além dos números de homicídio de mulheres só aumentarem, existem vários casos de abusos praticados, por exemplo, por autoridades, como a própria polícia, em que simplesmente nada acontece com o agressor. A condição da mulher na sociedade não surgiu do nada e não será resolvida através das instituições. Ela é uma condição com bases concretas de classe, que só poderá ser resolvida através da luta das mulheres em conjunto com a classe operária, visando a revolução, não com ações institucionais que só servem para aumentar o poder de repressão do Estado e fortalecer a extrema-direita.

PELO LIVRE INGRESSO

Estudantes organizam manifestações para boicote ao vestibular Os estudantes chilenos queimaram provas e boicotaram a Prova de Seleção Universitária,denunciando que a prova tem um carácter elitista e excludente. Nesta segunda feira (6), segundo o site de jornalismo Fórum, milhares de estudantes chilenos organizaram manifestações para boicotar o vestibular, a campanha do movimento estudantil levou milhares de jovens a queimar as provas e iniciar a ocupação de alguns centros educacionais onde se realizariam a chamada PSU (Prova de Seleção Universitária). Sob a alegação de que a prova tem um carácter elitista e excludente, os estudantes afirmaram que o sistema de admissões privilegia aqueles que frequentam escolas melhores em áreas ricas, e tem melhores condições financeiras de se preparar para as provas, situação essa que também é assistida aqui no Brasil. Estava marcada para o dia 6 a primeira jornada de exames da Prova de Seleção Universitária, muito parecido com o que é o Enem aqui no Brasil. Em mais de 20 cidades em todo o Chile foram registrados atos contra a a realização da prova, houve protestos na frente dos centros educacionais, queima das provas e ocupação dos centros por parte dos estudantes. Em cidades como Quilpué (região central do país) e Copiapó (região norte), o exames foram suspensos, de acordo com a Fórum até as 16h do dia 6, 65 centros educacionais relataram a impossibilidade de realizar a prova.

O CRUCH (Conselho de Reitores das Universidades Chilenas) publicaram uma nota dizendo que estavam estudando uma forma de permitir que os estudantes que não realizaram a prova nesta segunda-feira, pudessem realizar outro dia. As reportagens locais citam um numero que indicam que ao menos 20 mil estudantes participaram dos atos contra os exames, especialmente nas cidades de Santiago, Valparaiso, Antofagasta e Concepción. O movimento estudantil com a promessa de continuar os atos na terça-feira (7), conseguiram que o presidente Sebatian Piñera convocasse uma reunião com o Ministros

do Interior Gonzalo Blumel e Ministra da Educação Marcela Cubilos, para discutir novas diretrizes a respeito do processo de seleção universitária. Seguindo o exemplo da iniciativa dos jovens do Chile os estudantes brasileiros deveriam se organizar, mobilizar e lutar pelo fim do vestibular em todo o país, por um ensino publico gratuito e laico em todos os níveis, acessível e gratuidade dos materiais de estudo. Visto o caso das universidades publicas brasileira em que se chegam a ter mais de 100 concorrentes disputando apenas uma vaga para ingressar nos cursos mais concorridos, como é o caso de medicina na USP. Universidade

esta que em 2019 teve mais de 129 mil de inscritos para concorrer apenas 11.147 vagas. Com estes números milhares de alunos não vão conseguir ingressar nos respectivos por eles escolhidos. Fica claro o quão é inacessível para a população mais pobre e trabalhadora, o que torna a seleção das universidades um sistema anti democrático. Em um país tão desigual quanto o Brasil não é uma questão de mérito uma vaga na faculdade, e sim um sistema que seleciona apenas uma elite, que exclui as massas populares visando mão de obra barata do jovens negros e pobres das periferias. A maioria dos jovens e trabalhadores tem que concorrer com estudantes filhos de ricos que já vem de escolas particulares e tem praticamente todo o apoio e tempo disponível para se preparar para as provas, boa alimentação e acesso fácil as escolas e universidades o que não é caso da maioria da população brasileira. O Partido da Causa Operária, partindo da ideia de que estudar não é um privilégio e sim um direito, defende o ingresso livre e irrestrito a todos os níveis de ensino, o fim do vestibular, materiais gratuitos e horários acessíveis a todos aqueles que trabalham para que possam continuar seus estudos em diferentes esferas.


16 | JUVENTUDE, MORADIA E TERRA E ESPORTES

MOVIMENTO ESTUDANTIL

Movimento financiado pelo imperialismo recruta estudantes em Alagoas O movimento Estudantes Pela Liberdade (EFL) é uma organização financiada pelo imperialismo americano para infiltração estrangeira no movimento estudantil brasileiro. O movimento Estudantes pela Liberdade (Estudents For Liberty -EFL) anunciou que está em processo de recrutamento de jovens em Alagoas. Segundo o sítio da entidade sediada em Arlington (Virgínia/EUA), o objetivo é angariar estudantes de graduação e pós-graduação e formá-los na perspectiva de defender as “ideias de liberdade”, na filosofia do liberalismo clássico, com a promoção de eventos, cursos, encontros e formação de núcleos. O EFL se afirma como uma organização apartidária e quer alcançar os estudantes que não se sentem representados pelo movimento estudantil nas universidades. De acordo com dados divulgados em seu sítio, o movimento já elegeu 7 membros para cargos po-

líticos, 45 ONGs já foram criadas por seus alunos e conta com 332 lideranças treinadas em todo o país. A organização do movimento é definida como uma rede de estudantes pró-liberdade, sem uma estrutura hierárquica definida. O EFL englobaria um amplo leque de grupos, como filiados do Jovens Americanos pela Liberdade (Young Americans for Liberty), a EFL do Brasil, coletivos de faculdades, clubes de debates e grupos de estudo da Escola Austríaca de Economia, a escola de economia do neoliberalismo fundada por Friedrich Hayek. Os princípios que o EFL diz defender são três: liberdade econômica, liberdade individual e liberdade acadêmica. O Estudantes pela Liberdade é uma organização financiada e estruturada

para a infiltração estrangeira no movimento estudantil brasileiro. Trata-se de uma maneira de o imperialismo, sobretudo o americano, estender seus tentáculos à juventude estudantil e conquistar terreno para as ideias do neoliberalismo no interior das universidades. Este movimento apresenta diversas semelhanças com o Movimento Brasil Livre (MBL), que também é financiado pelo imperialismo americano e busca se organizar no interior das universidades para difundir um programa neoliberal para o país. Todos estes movimentos criados pela direita se declaram “apartidários”, mas tem inúmeros vínculos com partidos burgueses e organizações internacionais. Os membros do MBL,

que se declaravam como apartidários, se alçaram a cargos políticos pelos partidos Democratas (DEM) e Partido Social Liberal (PSL). O movimento estudantil não deve permitir a infiltração desses grupos financiados pelo imperialismo nas universidades. É preciso mobilizar os estudantes e expulsá-los, uma vez que defendem a privatização do ensino público, a submissão do país aos interesses dos Estados Unidos, a presença da Polícia Militar nos campus, a intimidação e perseguição de professores e estudantes de esquerda, o banimento das organizações estudantis e os partidos de esquerda e a cassação dos direitos democráticos de liberdade de expressão e manifestação.

ALDEIA “PEGOU FOGO”

LIBERTADORES 2020

Aldeia é incendiada por latifundiários no Acre

Libertadores: Conmebol quer aumentar censura a jogadores

Após cancelamento de fiscalização ambiental, a aldeia Samaúma Rosa Branca, localizada na terra indígena Seringal Independência (AC), “pegou fogo”

Confederação Sul-americana instaura censura sobre redes sociais de jogadores e times

A aldeia Samaúma Rosa Branca , localizada na terra indígena Seringal Independência no Município de Jordão Acre pegou fogo. Esta é a notícia divulgada e postagem em redes sociais de líderes indígenas da região na segunda -feira 06 de janeiro. “A aldeia Sámauma rosa branca, aldeia do Ibã Hunikuin, terra indígena seringal independência auto Rio Tarauacá município de Jordão, Acre , Brasil. A aldeia pegou fogo!Estão com necessidade urgente de alimentos, roupas, higiene, saúde, materiais de construção. Por favor, contribua como for possível!” Jordão é um município de difícil acesso, com extensão de 5429km² , população estimada em 7330 habitantes, sendo que 80% deles residem na zona rural. O município faz divisa com o Peru , e assim como outros municípios do Acre, abriga extensas áreas de reservas extrativistas e terras indígenas. A localidade tem sido notícia nacional por conta da existência de índios arredios em seu território e disputas entre madeireiros Brasileiros e Peruanos. A aldeia Rosa Branca abriga em torno de 200 índios da etnia Huni Kuin e sua reserva tem extensão de 15000 hectares, equivalendo a um pouco mais de 2% do município. Recentemente foi aprovada o cancelamento da fiscalização ambiental em uma das reservas ambientais mais importantes do Acre, a reserva Chico Mendes. A proposta foi amplamente apoiada pelos deputados federais do estado, todos ligados aos inte-

resses do agronegócio que produziu um crescimento na ordem de 203% no desmatamento nas unidades de conservação do estado em 2018. A presença de índios nas reservas ambientais dificulta a expansão do agronegócio, assim como a extração ilegal da madeira. Este incêndio chama a atenção pela própria notícia em si, e os comentários abaixo do post são reveladores sobre o que acontece na região. Os meses correspondentes ao verão no hemisfério sul, são os meses denominados como inverno amazônico na região devido às intensas chuvas deste período. Causa curiosidade o fato de uma aldeia localizada em meio a uma reserva florestal simplesmente “pegar Fogo”. O governo Cameli, do estado do Acre, assim como o do fascista Bolsonaro é declaradamente pró- agronegócio e certamente “aldeias pegando fogo“ em pleno inverno amazônico corre o risco de tornar-se notícia comum, prenúncio de ataques mais violentos, inclusive com mortes, como as que ocorreram ao longo de 2019. O povo indígena está organizado em associações que buscam defender os interesses de sua população. Episódios como este, embora nenhuma denúncia formal tenha sido feita, evidenciam a vulnerabilidade destas populações colocando em pauta a necessidade da ampliação de suas entidades organizativas e a criação de comitês de auto defesa nas comunidades indígenas, assim como tem ocorrido nas cidades e no campo.

A Libertadores-2020, torneio mais importante da América Latina, sofreu mudanças significativas em seu regulamento. A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) detalhou regras sobre a hidratação, aumentou as multas por atrasos em partidas e limitou, ainda, o uso de redes sociais pelos jogadores. Sem dúvida, a medida que mais chamou atenção é o controle das redes sociais. Segundo o documento elaborado pela Confederação, este controle inclui as redes sociais dos clubes, membros da delegação e jogadores. A regra prevê que os representantes dos times podem fazer postagens que respeitem o “Fair play”, “bons costumes” e “moral”. Em outras palavras, a Conmebol tem como objetivo a censura dos times e jogadores de futebol. Sob o verniz ético de “jogo limpo” e “respeito”, está a preocupação da burguesia (e isto inclui, obviamente, os grandes cartolas e donos do futebol) com a situação latino-americana, que passa longe de estar em um clima de calmaria. Dentro do quadro de protestos na América Latina, ademais, viu-se um

amplo apoio de jogadores e times contra os governos de direita e golpes no último período. Os atletas convocados para um amistoso contra o Peru no dia 19 de novembro se negaram a entrar em campo, em um gesto de apoio às mobilizações que aconteciam no País: “somos jogadores de futebol, mas, antes de tudo, pessoas e cidadãos”, declarou o atacante chileno Arturo Vidal. No mês anterior, outros ídolos chilenos já manifestaram apoio aos protestos contra o governo Piñera: o capitão da seleção Gary Medel, Alexis Sánchez e Pinilla, atacantes da seleção, o goleiro Claudio Bravo e a finalista do prêmio de Melhor do Mundo da Fifa na posição no então ano Christiane Endler. A decisão da Conmebol de censurar os times deve ser vista diante desta situação, não por uma ótica moralista de manutenção de Fair play ou contra injúrias etc. Esta situação também demonstra o caráter político e de mobilização do futebol, esporte mais popular do mundo, cujo setores da esquerda pequeno burguesa tentam fingir a inexistência e setores da direita tentam destruir.


Não leia o que eles querem que você leia. Saiba o que realmente está acontecendo

SEMANÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA O jornal Causa Operária é o mais tradicional jornal da esquerda nacional, um semanário operário, socialista que contém notícias e análise de interesse para as lutas operárias, populares e democráticas. Adquira o seu com um militante do partido por apenas R$2,00 ou entre em contato pelo telefone: 11 96388-6198 e peça já o seu exemplar


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.