Diário Causa Operária nº5886

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SEGUNDA-FEIRA, 13 DE JANEIRO DE 2020 • EDIÇÃO Nº5886

PCO realizou mutirões nacionais pelo Fora Bolsonaro nesse domingo Neste domingo, 12, centenas de militantes em diversas cidades do país realizaram mutirões levantando a palavra de ordem “Fora Bolsonaro”. A mobilização nas ruas foi uma das resoluções da 2ª Conferência Nacional Aberta dos Comitês de Luta Contra o Golpe e o Fascismo realizada em São Paulo, no mês de dezembro de 2019. Grandes capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba contaram com mutirões, uma atividade que é sempre muito bem recebida pela população.

Derrubada do Boeing 737 foi culpa da pressão imperialista sobre o Irã Neste sábado, dia 11 de janeiro, a República do Irã, em comunicado oficial, admitiu que o Boeing 737 da Ukrainian Airlines foi abatido por um míssil, por engano. Ainda segundo o comunicado, “a catástrofe foi provocada por um “erro humano”, mas sua origem foi o “aventureirismo” dos Estados Unidos” (Sítio RFI, 11/01)

O Irã oprime as mulheres, Fora imperialismo do Oriente Médio! mas uma ação dos EUA as Compre o novo Causa Operária! O Jornal Causa Operária de número 1091 já está à venda nas ruas de todo o oprimiria muito mais território nacional. Aqueles que tomam o partido do imperialismo norte-americano em sua agressão criminosa contra o Irã porque o país persa oprimiria as mulheres estão, na prática, apoiando o que seria uma opressão extremamente maior contra as mulheres iranianas.

Quer um quadro de Lula autografado pelo próprio? Participe da rifa! Pouco tempo antes do dia 27 de outubro, aniversário do ex-presidente e data do segundo e decisivo ato por sua liberdade, o artista João Pinheiro fez um icônico desenho que serviu como parte de uma grande campanha que garantiu a soltura de Lula. A imagem fora utilizada em camisetas, posters, etc, tornando-se um marco da luta contra o golpistas e a operação criminosa da lava jato. Nela Lula olha para frente com um olhar sério, combativo, refletindo o espírito de luta das milhares de pessoas que ocuparam os entornos a Polícia Federal no dia 27.

“A luta do povo oprimido nas mais diversas regiões do planeta pela sua emancipação e liberdade vem causando uma verdadeira rebelião contra a opressão imperialista, a força política, econômica e militar que impõe sua dominação através de do terror e da ameaça”.

Trabalhadores da Caixa fazem atos pelo Brasil contra privatização

Alberto Fernández recebe nova bênção do FMI

Franceses dão exemplo e impedem reforma da previdência com mobilização

Abertura e entrega aos especuladores e banqueiros, é o que se espera de um governo de Fernández, na Argentina, que já confirmou o acordo estabelecido por Macri e o FMI.

OEA prova que é um circo ao reconhecer Guaidó, o “Zé Ninguém” Mais uma vez o golpismo e as forças reacionárias próianques entram em ação no continente sul-americano para tentar impor, pela fraude e pela força, o reconhecimento de quem não tem nenhum reconhecimento popular, nenhuma legitimidade, nenhum respaldo constitucional e legal. E mais um vez este cenário de golpes, fraudes e ilegalidades a serviço do imperialismo norte-americano acontece em um país marcado por um histórico de violações da legalidade perpetrado pelos inimigos não só do povo sul-americano, como de todos os demais povos e nações das Américas, a região explorada e oprimida pela política dos imperialistas.


2 | OPINIÃO EDITORIAL

Derrubada do Boeing 737 foi culpa da pressão imperialista sobre o Irã

N

este sábado, dia 11 de janeiro, a República do Irã, em comunicado oficial, admitiu que o Boeing 737 da Ukrainian Airlines foi abatido por um míssil, por engano. Ainda segundo o comunicado, “a catástrofe foi provocada por um “erro humano”, mas sua origem foi o “aventureirismo” dos Estados Unidos” (Sítio RFI, 11/01) O Irã pediu desculpas pelo incidente. “A tragédia matou todas as 176 pessoas que estavam a bordo. A maioria das vítimas era iraniano-canadense, mas também havia britânicos, suecos e ucranianos no avião” (idem, 11/01). A responsabilidade pela tragédia não pode ser imputada ao Irã, embora o artefato que atingiu a aeronave tenha partido de baterias aéreas iranianas. A situação de extrema tensão provocada pelas ameaças do imperialismo na região do Golfo Pérsico e

em todo o Oriente Médio elevou ao nível máximo as tensões, exacerbando todas as tendências de conflito na explosiva região. O disparo dos mísseis que atingiram o Boeing se deu poucas horas depois do ataque iraniano contra duas bases americanas no Iraque, em retaliação do País Persa à morte do general Soleimani. Em comunicado divulgado pela agência oficial iraniana de notícias, “o avião foi atingido no momento em que a ameaça inimiga se encontrava em seu mais alto nível” (idem, 11/01). Neste sentido, as cento e setenta e seis pessoas mortas na tragédia do boeing ukraniano devem se somar às centenas de milhares de outras vítimas do imperialismo na região, cuja presença no Oriente Médio, há décadas, para fazer valer os interesses de

rapina do imperialismo, vem resultando em guerras, ocupações, mortes, pilhagem e destruição de nações inteiras, O imperialismo é a força política, econômica e militar que vem impondo o terror, o pânico e a ameaça a todos os povos, intensificando sua presença e suas guerras de conquista para tentar minimizar o impacto da descomunal crise do capitalismo, que caminha para uma situação de catástrofe em todo o mundo. Os episódios recentes que vem marcando o conflito no Oriente Médio, assim como nas demais regiões do planeta, são reveladores da incapacidade histórica do capitalismo em oferecer uma saída progressista para a etapa de crise em que se encontra o modo de produção lastreado na propriedade privada dos meios de

produção. O “capitalismo de catástrofe” não se coloca não como uma “opção”, mas como uma necessidade que decorre da própria evolução – e também do impasse – em que se encontra o sistema, da agudização das crises cíclicas do capital e do acirramento cada vez mais das contradições inerentes ao próprio modo de produção capitalista.

Culpados O Estado-Maior iraniano garantiu à população que o “responsável” pela tragédia será levado “imediatamente” à Corte Marcial e que o fato não se repetirá. “Garantimos que, com as reformas fundamentais nos processos operacionais das Forças Armadas, tornaremos impossível a repetição de erro semelhante”.

COLUNA

O Irã oprime as mulheres, mas uma ação dos EUA as oprimiria muito mais Por Eduardo Vasco

Aqueles que tomam o partido do imperialismo norte-americano em sua agressão criminosa contra o Irã porque o país persa oprimiria as mulheres estão, na prática, apoiando o que seria uma opressão extremamente maior contra as mulheres iranianas. Todo o país capitalista oprime as mulheres. É natural do capitalismo, uma vez que a revolução burguesa não deu as condições para as mulheres se libertarem, o que demonstra os limites até mesmo do capitalismo democrático de suas origens. Se essa libertação já não foi alcançada na fase democrática do capitalismo, no capitalismo ditatorial, ou seja, na fase imperialista desse sistema, tal necessidade é simplesmente impossível. A sociedade iraniana tem curiosas contradições no que tange aos direitos da mulher. Se, por um lado, as mulheres não podem assistir a jogos de futebol ou são condenadas à morte por apedrejamento quando cometem adultério, por outro elas têm maior índice de escolaridade que os homens e são maioria entre os professores, pesquisadores e cientistas. Essa é uma contradição clara entre a velha sociedade que morreu com a queda da ditadura do Xá Reza Palevi em 1979 pela revolução popular e a nova sociedade que nasceu dessa revolução. Erra quem chama tal revolução de Revolução Islâmica – como é conhecida no senso comum. Ela pode ter sido liderada publicamente e o poder pode ter sido assumido pelos aiatolás, mas só foi possível pela mobilização revolucionária da classe operária iraniana, a maior do Oriente Médio. Esse processo foi menos uma revolução islâmica do que uma re-

volução proletária, embora o poder não tenha sido tomado pelos operários – que, pelo contrário, viram sua vanguarda ser brutalmente reprimida pelas forças reacionárias dos religiosos. Entretanto, permanecem muitos vestígios da velha sociedade iraniana, como as leis que punem severamente mulheres e homossexuais, via de regra baseadas na interpretação das crenças muçulmanas. Mas, o que aconteceria se os Estados Unidos, esse baluarte da democracia e dos direitos humanos, defensor do direito das minorias, atacasse o Irã? Os drones e aviões norte-americanos despejariam sua ajuda humanitária em formato de bombas e mísseis sobre a cabeça de quem? Apenas dos aiatolás e da burocracia estatal? A resposta é óbvia. Quem morreria seriam as massas iranianas, dentre elas as mulheres, principalmente. É justamente isso o que acontece na Síria, porque, apesar de ser escondido pela imprensa imperialista e suas sucursais brasileiras, os Estados Unidos e a coalizão internacional que eles lideram bombardeiam o país árabe quase todas as semanas, matando dezenas de pessoas em cada ataque, a maioria civis e dentre eles uma parcela significativa de mulheres. Durante a invasão e consequente ocupação norte-americana do Iraque, as maiores barbaridades foram cometidas pelas tropas dos EUA contra as mulheres iraquianas. Estupros eram mais do que comuns, além de execuções delas e de seus filhos pequenos, torturas e desaparecimentos. Muitas delas devem ter achado o ex-presidente Saddam Hussein um

santo e feminista perto dos soldados norte-americanos. Se essas pessoas no Ocidente realmente se preocupam com as mulheres iranianas, principalmente a esquerda, então deveriam estar do lado do governo iraniano na luta contra o imperialismo. Porque a maioria das mulheres iranianas, assim como a maioria daquele povo, está ao lado do governo. Logicamente, porque entendem que é melhor ser oprimido pelo regime dos aiatolás do que pela ditadura imposta pelo imperialismo em qualquer país que ele domina. Mas, obviamente, não devemos nos limitar a preferir uma opressão menor do que uma maior. O caminho para a libertação das mulheres iranianas passa, necessariamente, pela libertação de toda a nação persa do jugo imperialista – que, mesmo que não diretamente pela força militar e política, oprime esse país por outros meios, especialmente o econômico. A luta de libertação nacional contra o imperialismo certamente fortalece a classe operária e as massas populares iranianas, até porque o Irã tem uma vantagem em relação aos outros países da região: é o mais industrializado, de economia mais desenvolvida organicamente e, por consequência, com o proletariado mais avançado – em boa parte graças à revolução de 1979. Libertando-se da opressão imperialista, a classe operária e as grandes massas iranianas saem fortalecidas para lutar contra o inimigo secundário, que é a burguesia nacionalista. Dentro dessas grandes massas estão as mulheres que desempenham um papel importante na economia e no desenvolvimento do Irã, visto sua re-

presentação nos ramos da educação, ciência e tecnologia, o que as capacita para frequentar a vanguarda revolucionária do operariado. Como explicado em artigo anterior, a emancipação das mulheres, em qualquer país do mundo, depende da união dos interesses específicos da população feminina com os interesses gerais da população explorada (e não a sua subordinação, como pode-se entender erroneamente), liderados pela classe operária, que é a camada da sociedade que é o agente por excelência da revolução social no capitalismo. Portanto, é somente derrotando o imperialismo que as mulheres iranianas terão as condições de se libertar da opressão a que são submetidas dentro de seu país – e que, ao contrário do que prega a propaganda imperialista, não é tão diferente assim da opressão que as mulheres sofrem em outros lugares do mundo. Porque a opressão da população nos países atrasados é fruto direto da opressão desses países pelo imperialismo, que os impõe condições ditatoriais a fim de roubar suas riquezas naturais e recursos econômicos, explorar sua força de trabalho para proveito dos capitalistas internacionais e, dessa maneira, esse país ou controla sua população pela força a serviço do imperialismo ou a controla para garantir a coesão da nação contra a investida imperialista. De qualquer maneira, o maior culpado pela opressão, em maior ou menor nível, dentro dos países do mundo, é o sistema imperialista. Somente ele sendo derrubado é que os povos do mundo conseguirão se libertar.


ATIVIDADES DO PCO | 3

PELO FIM DO GOVERNO GOLPISTA

PCO realizou mutirões nacionais pelo Fora Bolsonaro nesse domingo Em 2020, é preciso fortalecer os mutirões pela anulação dos processos contra Lula – que segue perseguido pelo regime golpista, pela derrubada de Bolsonaro e por eleições gerais Neste domingo, 12, centenas de militantes em diversas cidades do país realizaram mutirões levantando a palavra de ordem “Fora Bolsonaro”. A mobilização nas ruas foi uma das resoluções da 2ª Conferência Nacional Aberta dos Comitês de Luta Contra o Golpe e o Fascismo realizada em São Paulo, no mês de dezembro de 2019. Grandes capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba contaram com mutirões, uma atividade que é sempre muito bem recebida pela população. De acordo com o militante Diogo Furtado, “Mutirão em Curitiba foi um sucesso. Atividade que acontece sempre no Largo da Ordem, durante a tradicional Feira do Largo às 10h, foi feita hoje em quatro pessoas, militantes do PCO e do Comitê de Luta Contra o Golpe. Nele, foram colhidas mais de 110 assinaturas pela anulação de todos os processos contra Lula e por Fora Bolsonaro e anulação de sua chapa fraudulenta por meio de uma Eleição Geral. Além da cam-

panha de rua e dos gritos com as mais urgentes palavras ordem, foram distribuídos e vendidos boletins, cartazes, revistas, adesivos, camisetas, broches, e o jornal semanal Causa Operária. Com três horas de duração, o mutirão no centro histórico de Curitiba agrupou a população e elevou o espírito e os ânimos pela queda do regime golpista e pela organização popular em Frente Única contra o golpe e o fascismo.” Os mutirões organizados pelo Partido da Causa Operária e pelos Comitês de Luta Contra o Golpe tiveram um papel fundamental em todo o ano de 2019, especialmente, na mobilização pela liberdade do ex-presidente Lula. Diante desse trabalho exitoso, em 2020 é preciso fortalecer os mutirões pela anulação dos processos contra Lula – que segue perseguido pelo regime golpista, pela derrubada de Bolsonaro e de todos os golpistas e pela realização de eleições gerais, com Lula candidato.

FALTAM APENAS 12 DIAS!

Por quê os mutirões são importantes? O mutirão é um trabalho de agitação e propaganda política nas ruas, que inclui atividades como coleta de assinaturas, venda do Jornal da Causa Operária, panfletagem, colagem de cartazes, distribuição de materiais diversos, captação de recursos para a impressão de mais materiais, etc. Trata-se de uma ação fundamental para a defesa da anulação dos processos contra o ex-presidente Lula e pela agitação da palavra de ordem “Fora Bolsonaro”. Além disso, por ser uma atividade de “corpo a corpo” com os estudantes e a população em geral, permite aos participantes a experiência de ouvir as massas e entender qual o seu verdadeiro clamor, eliminando divagações a abstrações políticas que tendem ao isolamento. Participe dos mutirões ou comece a organizá-los em sua cidade! Só com

uma ampla luta da população contra o golpe e nas ruas será possível derrotar a extrema-direita. Para mais informações, entre em contato com a coordenação dos Comitês pelo telefone (11) 963886198 ou ainda pelo e-mail pco. sorg@gmail.com.

NOVA EDIÇÃO DO CAUSA OPERÁRIA

Quer um quadro de Lula autografado Fora imperialismo do Oriente Médio! Compre o novo Causa Operária! pelo próprio? Participe da rifa! Confira o quadro autografado pelo ex-presidente Lula, que agora você tem a chance de tê-lo em sua casa! . Pouco tempo antes do dia 27 de outubro, aniversário do ex-presidente e data do segundo e decisivo ato por sua liberdade, o artista João Pinheiro fez um icônico desenho que serviu como parte de uma grande campanha que garantiu a soltura de Lula. A imagem fora utilizada em camisetas, posters, etc, tornando-se um marco da luta contra o golpistas e a operação criminosa da lava jato. Nela Lula olha para frente com um olhar sério, combativo, refletindo o espírito de luta das milhares de pessoas que ocuparam os entornos a Polícia Federal no dia 27. João Pinheiro é um artista já renomado, ganhador de prêmios sobretudo relacionados a sua principal obra, a história em quadrinhos da escritora Carolina de Jesus, autora de Quarto de Despejo. Além disso, já apareceu também no Uzwela, o programa presente na Causa Operária TV responsável por trazer diversos artistas, compositores e desenvolvedores da cultura nacional, sendo este um dos mais tradicionais quadros de nossa imprensa operária. Porém, após o grande sucesso da imagem o Partido da Causa Operária, articulador dos dois últimos atos pela soltura de Lula, ganhou do próprio João Pinheiro a versão original de sua obra. Após isso, o partido levou para as mãos de Luis Inácio Lula da Silva, que assinou a imagem, permitindo

que assim que fizéssemos dela um quadro que agora estamos rifando. Para os interessados em adquirir o quadro citado, com a obra original de uma histórica campanha e com a assinatura do próprio Lula, podem acessar o link abaixo e concorrer com a rifa. Lembre-se, falta pouco tempo para ser anunciado o vencedor, que terá resultado divulgado em 12 dias, na virada do dia 25 para o 26 deste mês de janeiro. Link: Clique aqui para concorrer Resultado de imagem para rifa do quadro autografado por lula Mais de 100 pessoas já estão concorrendo nesta que é uma campanha que não somente possibilita ao vencedor um prêmio histórico, como também faz com que todos os envolvidos contribuam diretamente para o financiamento da nossa imprensa operária, organizada pelo Partido da Causa Operária, que em sua versão digital diária e imprensa semanal vai chegando a todos os lugares do Brasil, com uma política em defesa dos trabalhadores, representando uma forte oposição ao monopólio da imprensa burguesa como a Rede Globo. Abaixo também pode ser conferida a entrevista feita com o artista João Pinheiro, muito útil para conhecer mais de perto sua história e importância, um peso a mais no valor histórico deste quadro.

O Causa Operária 1091 tem como destaque a palavra de ordem de Fora bolsonaro, capacho de Trump, fora o imperialismo e o Oriente médio, adquira-o com os militantes do PCO O Jornal Causa Operária de número 1091 já está à venda nas ruas de todo o território nacional. “A luta do povo oprimido nas mais diversas regiões do planeta pela sua emancipação e liberdade vem causando uma verdadeira rebelião contra a opressão imperialista, a força política, econômica e militar que impõe sua dominação através de do terror e da ameaça”. Este é um trecho da matéria principal do único jornal de esquerda, semanário do país, que tem como capa os seguintes dizeres: Fora Bolsonaro, Capacho do imperialismo. Fora o imperialismo do Oriente Médio. Neste número, também está sendo feito um chamado a todos os seus leitores a participarem, neste mês de janeiro, nos dias 17 ao dia 25, da 45ª Universidade de férias do Partido da Causa Operária (PCO), cujo tema é nada mais, nada menos do que, O que é e como se deve combater o fascismo, ministrado pelo presidente do PCO, Rui Costa Pimenta. Este tema é a continuação da 43ª universidade de férias que se deu no início de 2019, desta vez será um estudo sobre o fascismo nos seguintes países: Portugal, Austrália, Espanha, França e Japão; Imperdível! Para participar, você poderá se inscrever, também, com os distribuidores do jornal.

Ontem (12) o Jornal Causa Operaria 1091, já fazia parte dos mutirões que os militantes, simpatizantes e contatos do PCO, em todo o país, onde é realizada coleta de assinaturas para o cancelamento de todos os processos de Lula que, apesar de estar solto, após 580 dias nas masmorras de Curitiba, continua sendo perseguido pelos golpistas com vários processos fraudulentos. Estão estampadas em suas páginas, sobre a greve na França, que durou mais de 30 dias, greve de milhões de trabalhadores na índia, sobre o boneco de ventríloquo do imperialismo norte-americano na Venezuela Juan Guaidó, etc.. O jornal também aborda temas históricos, culturais, esportes, em suma, o marxismo colocado à sua realidade. O Jornal também faz a convocatória da plenária nacional no dia 26 deste mês, cujo objetivo é o de debater e impulsionar a luta pelo fora Bolsonaro. O semanário pode ser encontrado em todas as regiões do país e são vendidos nos mutirões organizados pelo Partido da Causa Operária (PCO) e pelos comitês de luta contra o golpe, nos atos e manifestações da esquerda, nas fábricas, escolas, bem como, universidades e bairros populares. Adquira já o seu.


4 | MOVIMENTO OPERÁRIO

PRIVATARIA ENTREGUISTA

Trabalhadores da Caixa fazem atos pelo Brasil contra privatização Luta contra a privatização da Caixa – altamente lucrativa – responsável, por programas como Minha Casa, Minha Vida, FIES, FGTS Contra a privatização e o desmonte Funcionários comemoram 159 anos da Caixa com Dia Nacional de Luta. Aniversário e Luta. Neste domingo (12), a Caixa Econômica Federal completa 159 anos de fundação. Ante o desmonte já em curso da instituição responsável pelos mais importantes programas sociais, os 82 mil funcionários da Caixa vão à luta. Nesta segunda-feira, 13, a denúncia do desmonte da instituição financeira responsável pelos programas “Minha Casa, Minha Vida”, FIES, Financiamento da Educação, além de administrar o FGTS, dentre tantas, a mensagem #ACAIXAÉTodaSua , vai inundar as redes sociais. Com o advento do golpe, a Caixa volta a sofrer as ameaças de privatização que já enfrentara nos anos 1990, na era Collor e FHC. Desmonte da Caixa já começou. Embora a Caixa tenha tido “o maior lucro da história em 2019”, esse imenso filé lucrativo, já passou a ser entregue aos capitalistas privados. Pedro Guimarães, o presidente da caixa anuncia que entrega será total, “tudo o que puder ser vendido, será”, anunciou que R$ 15 bilhões do patrimônio do banco já foi vendido, em 2019. Área econômica bolsonarista tem pressa. Acaba de contratar Morgan Stanley, banco imperialista norte-americano para coordenar o processo de venda da lucrativa Caixa Seguridade. Começou em 2019 com a entrega de R$ 15 bilhões de importantes

ativos, agora o braço de seguros, e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães anunciando que “vai vender tudo que puder”, alarma-se o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Ferreira. O setor de cartões é o próximo da lista, caso a sociedade não se mobilize para defender seu patrimônio. “Lutar pela Caixa é, sim, defender seus empregados. Mas é, principalmente, defender as políticas públicas que ela desenvolve. São mais de 4 mil agências. Na mesma linha alerta o vice-presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, o processo de venda da Caixa Seguradora é um sinal vermelho, “se não reagirmos, a empresa pode acabar”. “É por meio de setores, como as loterias, os seguros e os cartões que a Caixa financia o sonho da casa própria, o acesso à faculdade com o Fies e do crédito mais barato. É por intermédio delas, também, que saem os recursos para o Minha Casa Minha Vida, o maior programa habitacional do Brasil”, explica Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) orienta todos os empregados da Caixa, da ativa e aposentados, a saírem às ruas vestindo as camisetas e os broches da campanha A Caixa é Toda Sua, além de postarem em suas redes fotos e vídeos dos atos com a #ACaixaETodaSua.

Essa campanha é absolutamente insuficiente. A privatização da Caixa é a mesma realidade do Banco do Brasil, da Petrobrás, dos Correios…. a unidade na luta contra as privatizações deve, necessariamente, tomar expressão na luta contra o governo! o patrão de todos esses trabalhadores. A unidade na luta, pelo fora Bolsonaro, é a único caminho efetivo para barrar a política de destruição do patrimônio público e das condições de vida dos trabalhadores dessas empresas.

Caixa lucrativa Caixa é altamente lucrativa. No terceiro semestre de 2019, a empresa teve um lucro de R$ 8 bilhões. Em 2018, o lucro líquido contábil foi de R$ 10,355 bilhões. “Nos últimos 15 anos, a Caixa financiou 4 milhões de moradia do programa Minha Casa, Minha Vida. Outras 6 milhões de famílias ainda moradia não tem. Para a população de baixa renda, somente a Caixa têm financiamento condizente com seus ganhos. De 2003 a 2015, nos governos do PT, a Caixa dobrou a quantidade de agências, especialmente nos pequenos municípios. Nessas pequenas localidades, ou banco público ou banco nenhum lá existe. Privatizar a Caixa é privar essas pobres localidades de agência financeira. Privatizar a Caixa é saciar a ganância dos bancos privados desse importante e maior fundo do Brasil, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) da Caixa. Fonte de finan-

ciamento da casa própria, de obras de saneamento das prefeituras, do acesso à faculdade, como o Fies, além de proporcionar as menores taxas dos empréstimos bancários.

Bancos Públicos salvaram Brasil da crise de 2008 Os efeitos da gravíssima crise de 2008 pelo estouro da bolha americana dos financiamentos “sub prime”, que afetou Estados Unidos, Europa e Japão, em um primeiro momento, não chegou ao Brasil, graças aos bancos públicos, BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Quando todos os bancos privados do mundo e do Brasil negavam-se a empréstimos fazer às empresas do Brasil, inclusive à gigante Petrobrás, por ordem de Lula, bancos públicos foram chamados a irrigar o setor com capital de giro, para a economia do Brasil girar. Os bancos públicos além disso, engoliram importante fatia dos empréstimos que antes eram proporcionados pelos bancos privados. Os efeitos da gravíssima crise do capitalismo mundial de 2008, foi postergada por, ao menos seis anos no Brasil. Bolsonaro, Guedes, Pedro Guimarães, esquartejam, sucateiam os bancos públicos, tudo para, ao final, privatizar. Com o golpe, banca financeira privada está no paraíso. Lembrando que, o banco do Brasil está prometido para o Bank of América.

FIM DO DESCONTO EM FOLHA

PR: Ratinho Jr ataca associações e sindicatos dos servidores O governador golpista Ratinho Jr iniciou o ano com mais um ataque aos servidores estaduais O governador golpista Ratinho Jr. (PSD) editou o decreto número 3.793, no dia 20 de novembro, que estabeleceu um programa de recadastramento aos servidores até dia 31 de janeiro para que que o descontos dos sindicatos continue em folha. O processo de recadastramento terá duas etapas, uma virtual e uma presencial. A etapa virtual foi até dia 8 de janeiro, porém o sistema estava fora do ar. Os governos golpistas querem enfraquecer os sindicatos, primeiro foi a “reforma” sindical que acabou com a obrigatoriedade do imposto e agora querem enfraquecer ainda mais criando um sistema burocrático para que os trabalhadores parem de pagar os sindicatos. Os sindicatos representam uma força real da classe operária e dos trabalhadores das diversas áreas, porém a facilidade do desconto em folha está ameaçada. Lutar para manter a independência financeira dos sindicatos, que

em época de golpe está diretamente ameaçada pelos “fascistas” como o governador do Paraná Ratinho Jr, é a prioridade de todos os trabalhadores paranaenses, que não devem medir esforços e pressão sobre as direções dos sindicatos, para que os descontos continuem, pois os sindicatos apresentam uma ameaça aos golpistas. O ano de 2020 será um ano de intensas lutas, pois estamos em janeiro e os ataques vem de todos os lados, com a “reforma” da Previdência nos estados, como ocorreu no Paraná, e agora esse ataque aos sindicatos.

A direita prospera na ignorância. Ajude-nos a trazer informação de verdade


MOVIMENTO OPERÁRIO | 5

MACRON DERROTADO

Franceses dão exemplo e impedem reforma da previdência com mobilização Enfrentamento da classe trabalhadora francesa contra Macron e a burguesia tem como saldo a vitória na luta contra o projeto de reforma da previdência Os bem organizados e determinados sindicatos e trabalhadores franceses acabam de colher uma importante vitória, impondo uma grande derrota ao governo do presidente Emmanuel Macron, o mandatário que representa o interesse dos capitalistas da França, em particular os banqueiros. Macron recuou em sua ofensiva contra os trabalhadores franceses ao anunciar que não mais levará adiante o principal destaque na pauta de reforma da previdência, o aumento da idade mínima de 62 para 64 anos para o recebimento dos benefícios. O primeiro-ministro, Edouard Philippe. foi quem anunciou a disposição do governo em não manter o polêmico ponto da reforma, o que acaba por quase que inviabilizar o projeto. Os sindicatos que que dirige nacionalmente o movimento estão paralisados há cinco semanas, em uma das maiores campanhas contra o governo Macron, já desgastado pelo enfrentamento com os chamados “Coletes Amarelos”, que se lançaram em um duro embate com o governo francês.

A política de Macron – assim como de outros governos da “Zona do Euro” – é fazer com que o ônus da crise capitalista que devasta todo o continente europeu recaia sob a classe trabalhadora dos países do velho continente, se valendo para tanto de um conjunto de medidas que atacam duramente as

condições de vida das massas, já por demais pauperizadas com as impopulares medidas que vêem sendo adotadas pelos governos burgueses em toda a Europa. A luta dos trabalhadores franceses em defesa da aposentadoria e de suas condições de vida contra os planos e

os ataques do governo dos banqueiros, representados por Macron e a burguesia francesa sew mostrou como o único caminho eficaz no sentido de impor derrotas aos capitalistas europeus, particularmente em um país que é a segunda economia da Zona do Euro”. O ataque à previdência pública e aos direitos conquistados pelos trabalhadores vem sendo uma das vias principais por onde os capitalistas e seus representantes no Estado buscam recompor por seus lucros, destruindo as conquistas sociais e empurrando as massas populares para os planos de previdência privada. O exemplo de luta e determinação demonstrado pelos sindicatos e os trabalhadores franceses deve servir de inspiração para todo o conjunto dos trabalhadores que lutam contra os governos burgueses pela manutenção não só da previdência pública, como por manter na esfera pública um conjunto de outros serviços e conquistas que são o resultado de décadas de luta e mobilização da classe trabalhadora contra o capital em todo o mundo.

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6 | INTERNACIONAL

DIREITA APOIA PROVOCAÇÃO

Embaixador britânico é preso em ato 100% “coxinha” no Irã Mostrando o caráter profundamente reacionário dos protestos contra o governo iraniano, diplomata da coalizão que assassinou general Soleimani é preso ao participar de “protesto” O embaixador do Reino Unido, Rob Macaire foi detido no sábado (dia 11) por cerca de uma hora quando, violando claramente seus direitos diplomáticos, participava de ato a favor da queda do governo iraniano organizado pela direita daquele País, no momento em que os Estados Unidos e toda a coalizão imperialista, integrada também pela Inglaterra, ataca duramente o País e seu povo. Macaire alegou, cinicamente, que participava de uma uma vigília pelas vítimas do avião derrubado por um míssil iraniano (resultado da pressão do imperialismo sobre o País). A vigília era apenas um pretexto para a realização de um ato contra o governo local e foi organizada diretamente sob a orientação e intensa campanha internacional contra o governo iraniano a pretexto da queda do avião. O imperialismo e sua venal imprensa, inclusive, no Brasil, procuram apresentar o Irã como verdadeiro criminoso, dias depois do próprio presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ordenado a invasão do espaço aéreo iraquiano e violado sua soberania para traiçoeiramente assassinar uma das principais lideranças nacionalistas do Irã e de todo Oriente Médio, “dos

últimos anos, o general Qassem Soleimani e quando há décadas vem bombardeando a região, matando centenas de milhares de pessoas, roubando suas riquezas, destruindo toda a infraestrutura da região e ameaçando centenas de milhões e pessoas, para defender o lucro de um punhado de tubarões da indústria bélica, petroleiras e outros monopólios capitalistas. O embaixador Rob Macaire ficou preso por cerca de apenas uma hora, e a TV estatal iraniana informou que o diplomata foi detido por “incitar os protestos”, em um ato que pedia a queda do governo. Mostrando o caráter antipatriota e de verdadeiros capachos do imperialismo da direita iranianas (assim como ocorre no Brasil e em todo o mundo) ao pedir a derrubada do governo que está sendo atacado por uma potência estrangeira inimiga mortal dos interesses do povo iraniano e de toda a região. Depois da prisão, os governos britânico e norte-americano procuraram usar o episódio para uma nova provocação contra o Irã. O próprio Macaire escreveu em uma rede social uma versão fantasiosa do ocorrido alegando que “não participei de nenhuma manifestação! Fui a um evento anunciado como

uma vigília para as vítimas da tragédia do voo PS752. É normal querer prestar homenagem –algumas das vítimas eram britânicas. Saí após 5 minutos, quando alguns começaram a cantar. Detido meia hora depois de deixar a área”. Por sua vez Dominic Raab, ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, divulgou comunicado com uma clara provocação contra o governo e o povo iraniano, ao vociferar que a prisão do embaixador teria sido realizada “sem fundamento” e que “o governo iraniano está em um momento de encruzilhada. Pode continuar sua marcha em direção ao status de pária com todo o isolamento político e econômico que isso implica, ou tomar medidas para diminuir as tensões e se engajar em um caminho diplomático adiante.” O chefe da corja imperialista, o governo dos Estados Unidos, o maior criminoso de guerra de todos os tempos e violador-mor da diplomacia e da soberania dos povos atacou o o Irã e reivindicou que o governo daquele País “se desculpe por ter detido brevemente o embaixador do Reino Unido”. A porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, escreveu no Twitter: “Fazemos um chamado ao

regime para que se desculpe formalmente com o Reino Unido por violar seus direitos e que respeite os direitos de todos os diplomatas”. A esquerda internacional e os explorados de todo o mundo e suas organizações de luta, devem cercar o Irã e todos os povos do Oriente de toda a solidariedade em sua luta contra a agressão imperialista. É preciso desmascarar o cretinismo dos que acusam o Irã e violam, todos os dias, os direitos dos povos oprimidos, não só naquela região e na América Latina, mas em todo o mundo.

CENSURA IMPERIALISTA

Imperialismo censura qualquer apoio ao Irã na Internet Plataformas como Google, Facebook, Twitter e Instagram trabalham de acordo com interesses dos governos capitalistas, e censuram informações referentes aos países oprimidos. Nesta sexta-feira (10), as redes sociais Instagram e Facebook anunciaram que vão remover todas as publicações que demonstrarem apoio ao general iraniano Qassem Soleimani, assassinado em uma emboscada armada pelos Estados Unidos no dia 3 de Janeiro, em Bagdá, no Iraque. As redes que pertencem ao norte-americano Mark Zuckerberg, se manifestaram, através de um representante do Facebook em uma entrevista à CNN, dizendo que a medida busca cumprir com as sanções do presidente Donald Trump ao Irã. Mostrando assim toda a submissão da empresa à política imperialista e ao governo dos EUA. O porta voz do governo iraniano, Ali Rabiei, chamou as ações de antidemocráticas. A imprensa estatal do Irã informou que o governo entrou com uma ação legal contra o Instagram em protesto, e criou um site para que os usuários do aplicativo enviem exemplos de postagens que foram removidas pela empresa. Uma matéria publicada pelo Diário da Causa Operária (DCO) no mês passado denuncia que o Google, empresa americana, exerce seu poder de controle e está censurando a imprensa iraniana. As TV’s Hispan TV e Press TV

tiveram as contas bloqueadas no YouTube, impedindo que seus vídeos sejam postados e visualizados na rede. Para o diretor geral da Hispan TV, Dr. Ali Ejarehdar, empresas como Google agem em sintonia com as políticas americanas e buscam silenciar a voz da verdade. Em abril do ano passado o Instagram encerrou a conta de Soleimani depois que os Estados Unidos designou que o Corpo Revolucionário da Guarda Islâmica (IRGC) seria uma organização terrorista, e Qassem um de seus comandantes. “Operamos sob as leis de sanções dos EUA, incluindo aquelas relacionadas à designação do IRGC pelo governo dos EUA e sua liderança”, disse um porta voz do Facebook em comunicado. Em Novembro do ano passado o departamento de Estado dos Estados Unidos solicitou ao Facebook e ao Twitter a suspensão das contas do líder da revolução Islâmica, o Aiatolá Seyed Ali Jamenei, que tinha mais de 100.000 seguidores nas redes sociais. Os ataques da imprensa imperialista e as plataformas ligadas aos interesses capitalistas contra o Irã são inúmeros. Sob alegações de que aquele país não é democrático, censuram, boicotam, bloqueiam, mentem, distorcem,

com objetivos de manter a hegemonia política no Oriente. As redes de TV iranianas tiveram suas contas bloqueadas no YouTube também em virtude de seu crescimento e alcance nos países da América Latina, porém as alegações são sempre as mesmas, de que os canais teriam violado as regras da plataforma. O que se pode observar é que os paladinos da “democracia capitalista”, que acusam países que não se submetem as suas ordens e regras de ditaduras, são os que mais são antidemocráticos e ditatoriais, pois liberdade de informação faz parte da democracia e

que no caso não está sendo respeitada. O que significa também é que a internet representam um perigo para a dominação imperialista sob os países mais oprimidos. A liberdade de expressão que o imperialismo tanto prega só é boa e pode ser divulgada se tiver de acordo com seus interesses. Visto o caso do jornalista e fundador do site Wikileaks Julian Assange, que atualmente se encontra preso pelo governo Britânico por ter divulgado as atrocidades cometidas pelo governo americano na guerra do Iraque em 2007 e outros atentados contra a humanidade.


MOVIMENTO OPERÁRIO | 7

ÁFRICA

13/01/1965: Golpe militar no Togo assassina o líder Sylvanus Olympio O golpe militar que resulta no assassinato de Sylvanus Olympio é o primeiro em uma ex-colônia na África . O imperialismo não podia permitir a ascensão do nacionalismo africano No dia 13 de janeiro de 1964, o líder nacionalista togolês Sylvanus Olympio é assassinato por um golpe militar. A República Togolesa, ou Togo, torna-se independente da França em 1960, no contexto da ascensão das lutas anticoloniais que se desenvolvem na Ásia e na África. Neste momento, o nacionalismo africano estava em seu ápice e diversos países, por meio da luta guerrilheira e insurreições de massas, conquistaram suas independências. Sylvanus Olympio foi o principal líder do movimento de independência togolês. O Partido da Unidade Togolesa (PUT) foi o instrumento político utilizado para o avanço da luta e a consolidação da independência do país. Em 1958, ainda antes da declaração formal de independência, o Partido da Unidade Togolesa vence as eleições e Sylvanus alcança a posição de primeiro-ministro. Sua liderança política se consolida com a conquista da independência e sua eleição, já em 1961, para a Presidência da República, contra o candidato Nicolas Grunitsky, apoiado pela França. Neste mesmo ano, o To-

go passa ter representação oficial na ONU. O golpe de Estado de 1963, organizado pelo imperialismo anglo-francês e com a ajuda do governo de Gana, é o primeiro ocorrido em ex-colônias africanas. Os militares golpistas tomaram edifícios governamentais, prenderam políticos leais ao Presidente e, em seguida, assassinaram Sylvanus Olympio do lado de fora da embaixada dos Estados Unidos na capital Lomé. O imperialismo mundial não podia permitir a ascensão do nacionalismo africano, que se colocara frontalmente contra a dominação estrangeira no continente e pela unidade dos povos africanos contra o colonialismo. Por isso, passou a promover golpes militares e intervenções diretas, inclusive com assassinatos de lideranças políticas pelos serviços de inteligência. Assim como Sylvanus, Patrície Lumumba, líder congolês, foi assassinato por oficiais belgas apoiados Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos. Thomas Sankara, líder de Burquina Fasso, foi assassinado pelos serviços secretos franceses e a CIA.

TODAS ÀS SEXTAS-FEIRAS ÀS 14H NA CAUSA OPERÁRIA TV


8 | MULHERES E ESPORTES

A REAL EMANCIPAÇÃO FEMININA

Federação de Mulheres Cubanas tem mais de 4 milhões de filiadas A FMC ensina o caminho para a verdadeira emancipação das mulheres trabalhadoras, que possibilitou a participação efetiva das mulheres em todas as instâncias da Economia cubana Em 2020 Cuba comemora 60 anos da criação da Federação das Mulheres Cubanas, organização criada por Fidel Castro em conjunto com as mulheres que atuaram na revolução cubana. A entidade teve e tem papel fundamental na emancipação da mulher cubana, contando atualmente com 4 milhões e 300 mil participantes , número expressivo considerando-se que Cuba possui uma população de 10 milhões de habitantes. A revolução cubana contou com a participação importante de personalidades femininas, e nas comemorações do aniversário da criação da FMC , será realizado o X Congresso da FMC em 8 de março, o qual prestará homenagem às revolucionárias e às personagens responsáveis pela criação e desenvolvimento da Fundação responsável pela emancipação feminina em Cuba e sua contribuição no triunfo da revolução. Além das homenagens aos 90 anos do nascimento de Vilma Espín Guillois, a presidente emérita da fundação e principal dirigente do movimento 26 de julho. Serão rememorados os eventos históricos protagonizados pela organização, ratificando que a união das mulheres e homens cubanos foi e é a arma mais importante que garantiu a vitória do povo cubano contra o imperialismo. Cuba é um exemplo para o mundo por diversos motivos. No caso da participação feminina, destaca-se que a presença de mulheres em cargos de decisão no Estado e governo , representam 51,5% . No ramo científico, as mulheres ocupam 60% da força de

trabalho, sendo maioria na Educação, Saúde e nas áreas de desenvolvimento de tecnologias. Cuba também destaca-se por ter a 2ª maior participação feminina no parlamento no mundo. Dos 605 representantes na Assembleia Nacional do Poder Popular, 322 são mulheres, representando 53,22%. Esta situação decorre fundamentalmente pela organização das mulheres propiciada pela FMC e seu papel no verdadeiro empoderamento feminino, eliminando as desigualdades entre elas próprias e dando condições para que estas pudessem de fato assumir papéis importantes em suas comunidades. A Federação das Mulheres Cubanas tem suas raízes na ativa participação destas na derrubada de Fulgêncio Batista, tanto na figura de Vilma Espín Guillois, quanto de outras mulheres que atuaram diretamente no exército rebelde na Sierra Maestra. “A partir do ano de 1959, quando triunfa a revolução, muda a situação de Cuba, e muda a situação das mulheres”, afirma Elpidea Moreno Hernandez , uma das dirigentes da FMC. A partir da revolução e do papel da mulher na própria revolução, surgiu a necessidade de unificação da militância feminina, então em 23 de agosto de 1960, surge a federação em ato presidido por Fidel Castro. Na continuidade, junta-se a Coluna Feminina Agrária , as Brigadas Femininas Revolucionárias, as seções femininas do 26 de Julho e dos sindicatos. A Federação das mulheres Cubanas passa a ser então a entidade que até hoje organiza e prepara as mulheres cubanas para

o trabalho, dentro das necessidades comunitárias. A FMC teve papel fundamental na erradicação do analfabetismo em 1961, quando as mulheres após alfabetizadas, participavam de brigadas alfabetizadoras pelo interior do país. As desigualdades antes existentes foram erradicadas pela atuação da Federação junto ao governo. Em 1961 foi criada a Escola Ana Betancourt para camponesas. O projeto trazia as mulheres do meio rural para a capital, ensinando-as corte e costura para que tivessem renda e um ofício. Ao voltar para suas comunidades tinham a missão de repassar seu conhecimento para mais dez mulheres. “As mulheres, antes do triunfo da revolução, não tinham emprego, tinham que se prostituir para poder viver, e havia muitas mulheres analfabetas. O triunfo da revolução nos deu direitos de saúde e educação gratuita”, relata Moreno. Uma das missões da FMC era erradicar a desigualdade entre as próprias mulheres sem o que não teríamos hoje os dados de participação feminina que temos. “Em Cuba, não há diferença entre a mulher do campo e a mulher da cidade. Todas temos os mesmos direitos”, explica Elpídia Moreno. Em 1962, surgem os Círculos Infantis, instituições de cuidados das crianças durante o dia, para que as mulheres pudessem trabalhar. Este tipo de instituição são semelhantes às creches, sendo fundamental para a libertação feminina do aprisionamento ao lar decorrente da neces-

sidade do cuidado da família e da casa. A Possibilidade de trabalhar sem a preocupação com os filhos, possibilitou tanto a contribuição na economia familiar, como também a sua participação social e crescimento através das relações firmadas fora do ambiente doméstico. Organizações como a FMC são um modelo a ser seguido e implementado no Brasil para que se possa falar em emancipação e participação feminina. A exemplo da federação temos o coletivo de mulheres do PCO, que busca discutir e organizar meios para a independência feminina, especialmente na população mais pobre que é a que verdadeiramente sofre, seja com o aprisionamento da mulher ao lar pelo cuidado com os filhos (impedindo o trabalho), seja pela ausência de formação profissional que possibilite a sua libertação. Assim como a FMC foi construída pelas mulheres revolucionárias a partir das suas necessidades e das necessidades pós-revolução, o fortalecimento dos coletivos e de outras entidades é fundamental para a preparação de uma nova condição feminina dentro da sociedade atual, embora seja claro que a libertação da mulher só será plena através de mudanças fundamentais possíveis somente fora do capitalismo, que escraviza e aprisiona o povo como um todo. Apoiar e seguir o exemplo das mulheres cubanas é um dos passos necessários para a construção de uma relação de real igualdade entre as pessoas, na construção do socialismo, único regime possível para a libertação de toda a classe trabalhadora.

PALESTINO RESPONDE BOLSONARO

Palestino a Flávio: “pensei que seu pai era o único idiota da família” Maratonista Mohammad Alqadi devolve a Flávio Bolsonaro insulto feito pelo fascista contra o povo palestino O atleta palestino Mohammad Alqadi postou em seu perfil no Twitter uma resposta a Flávio Bolsonaro, que em uma publicação na rede de microblogs, declarou desejar que os palestinos e militantes da libertação nacional do país, invadido pelo imperialismo desde 194, “se explodam”. Flávio, que como todos os Bolsonaros é estúpido num nível escatológico, recebeu do ativista da libertação palestina a seguinte resposta: “(…)achava que o único idiota na família era o seu pai. Agora acho que você está competindo com ele. O mais idiota na família. Pare de atacar os palestinos. Nós amamos os brasileiros, menos a sua família.” A Palestina, sempre devemos lembrar, é uma nação estuprada pelo imperialismo sob a absoluta e criminosa indiferença da União Soviética stalinista. Seu território foi invadido pelas nações vencedoras da Segunda Guerra

Imperialista (1939-1945), principalmente os Estados Unidos e a Inglaterra, que ocuparam militarmente a região e impuseram a criação de um Estado absolutamente fictício, povoado por europeus, que funcionasse como base de operações dessas nações e permitissem um controle mais rigoroso do Oriente Médio, situado no coração da chamada Eufrásia e uma área estratégica para uma dominação militar que permitisse a manutenção do domínio imperialista sob o mundo. Além disso, a região de conjunto segue sendo, desde fins do século 19, a mais rica em jazidas de petróleo de todo o globo terrestre, talvez a mais importante matéria prima do planeta desde a década de 1850. Nesse conturbado histórico, os governos norte americano e inglês criaram, no então protetorado britânico da Palestina, o Estado de Israel, usando o tradi-

cional “bom mocismo” imperialista para manter seu controle sob a região e o petróleo, enquanto instauravam um verdadeiro regime de terror contra os palestinos, escravizando a população, cercando-a geograficamente, impondo severas restrições à liberdade de locomoção dentro de seu próprio país. Ao mesmo tempo em que um bloqueio total, de características genocidas, é estabelecido com consequências desastrosas para a Economia palestina, que resultam no empobrecimento do povo, em dificuldades enormes para o desenvolvimento social, cultural e esportivo da população esmagada por décadas de escalada fascista crescente contra os palestinos. Por tudo isto, o ativismo de atletas como Mohammad Alqadi tem de ser destacado e defendido. Conhecendo na pele as humilhações impostas pelo imperialismo contra sua terra e seu po-

vo, Alqadi é um combatente pela libertação de sua nação contra a invasão de qual foram vítimas. Alguém que não se vendeu pelas migalhas das nações imperialistas, como os energúmenos da família Bolsonaro, mas que usa seu talento e sua coragem em defesa dos seus conterrâneos explorados contra a mais poderosa base de sustentação do regime de exploração global. Os setores da esquerda que não foram desorientados pela propaganda para tolos difundida pelo imperialismo sob a natureza do Estado israelense, devem se juntar ao maratonista e deixar clara sua intransigente oposição a existência desse puxadinho anglo-americano em terras palestinas que é Israel. Sua resposta a Bolsonaro poderia incluir um “também queremos que vocês se explodam!” A maioria dos brasileiros, deseja o mesmo.


CULTURA E CIDADES | 3

MÚSICA

Rock progressivo perde o mago das baquetas, Neil Peart Neil criou um novo conceito no modo de tocar bateria, com ênfase na composição técnica, combinando música erudita, jazz e rock Na última terça-feira, dia 7, morreu um dos maiores bateristas de todos os tempos, Neil Peart do Rush, com 67 anos em função de um câncer no cérebro. No comando da bateria do Rush desde 1974, poucos anos após sua formação original em 1968, Neil contribuiu de forma decisiva no aprimoramento técnico das canções da banda, devido ao seu profissionalismo nos instrumentos de percussão e sua paixão por literatura. Questões relacionadas à natureza humana, ficção científica e fantasia foram temas recorrentes em suas composições.

Neil sofreu influência de outros grandes bateristas, como Carl Palmer, do power trio progressivo Emerson, Lake & Palmer; Keith Moon, do The Who; e Buddy Rich, e introduziu um novo conceito no modo de tocar bateria, com ênfase na composição prévia e meticulosa, combinando música erudita, jazz e rock. O resultado disso foram arranjos melódicos e harmônicos extremamente técnicos ao longo de toda a sua carreira como baterista do Rush. Contando com mais ou menos 40 anos de existência, a banda encerrou suas atividades em meados de 2018.

SAÚDE NO CAPITALISMO

Hospital cobra cirurgia que é feita de graça pelo SUS Falcatruas envolvendo atravessadores e hospital privado expõe o drama da saúde popular sob o regime capitalista Segundo informações divulgadas no portal direitista UOL, um esquema envolvendo atravessadores para a realização de cirurgias bariátricas pelo SUS (portanto gratuitamente) estariam ocorrendo no hospital privado Angelina Caron (localizdo no Paraná) e sendo alvo de investigação do Ministério Público do Paraná há cerca de dois anos. Em outubro, após acusação do MP-PR acatada pela Justiça, uma médica da empresa chegou a ser afastada de suas atividades por cobrar R$9 mil para priorizar um atendimento também realizado pelo SUS. Em nota, o Angelina Caron alegou não ter “nenhuma ligação com ‘atravessadores’ que dizem ‘vender’ encaminhamento para cirurgia”. Claro que aqui, vale a máxima do general Wellington, “quem acredita nisso, acredita em tudo”. Afinal, antes de qualquer outra coisa, hospitais privados são empresas capitalistas, que podem ter um quadro bonito e bem diagramado (às vezes nem isso) na sua recepção falando dos valores e da missão humanitária da empresa, mas ninguém minimamente sensato vai levar a

sério uma vírgula do palavreado. Os valores e a missão são a grana entrando. Ponto. Se isso significar fazer cobranças ilegais, apelando para o desespero das pessoas por um procedimento cirúrgico que dê fim ao sofrimento delas, essas empresas vão fazer isso. Nesse sentido, a reportagem do UOL destaca ainda que o aliciamento dos atravessadores é realizado através de postagens feitas nas redes sociais de

pacientes desesperados com a demora no atendimento de suas necessidades. Se a conduta implicar em aumentar o tempo de espera para a imensa maioria que não tem dinheiro algum para financiar a máquina de propinas desses hospitais, que aumente. E se esse aumento no tempo de espera criar uma lucrativa indústria de propinas para toda uma cadeia produtiva criminosa que surge em função disso,

melhor. E que se lasque quem não tem dinheiro para arcar com a ganância desesperada dos capitalistas nesta crise de características terminais. É importante destacar que isso não se trata de um caso isolado, mas do funcionamento normal do sistema de Saúde tal como ele está estruturado. Por isso, alguns poderão falar em empatia com os mais infelizes e condenar as pessoas que recorrem ao pagamento de propinas a atravessadores para conseguirem o seu atendimento, porém, na selva criada pela doutrina de guerra econômica chamada neoliberalismo, o indivíduo naturalmente tenderá a buscar sua sobrevivência em detrimento de qualquer princípio moral, a menos que não seja uma pessoa normal. E nesse contexto, isso sempre implica no de cima pisando no de baixo. Exatamente por isso, direitos elementares como a saúde tem de ser monopólios estatais. De outra forma, orientados pelos princípios do capitalismo, a tendência sempre será de implicar em custos enormes para a população e sofrimento para as maiorias mais exploradas.


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