Diário Causa Operária nº5879

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SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2020 • EDIÇÃO Nº5879

Truques eleitorais não vão derrotar a direita

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omo é tradicional dos períodos que marcam a passagem do ano, a esquerda pequeno-burguesa tratou de realizar balanços políticos de 2019 marcados pela falta completa de uma visão crítica da própria esquerda, que se recusou, cada vez com maior profundidade, a colocar o problema da derrubada de Bolsonaro e do regime golpista de conjunto. Escrava de uma política eleitoral rasteira, a esquerda se adaptou de maneira vergonhosa a cada ataque de Bolsonaro. Essa adaptação tem como fundo a ideia de que seria preciso se apresentar para as eleições com um programa que fosse uma espécie de versão de esquerda para a política da direita. Acredita na imprensa golpista quando afirma que Bolsonaro é popular, que o povo em geral seria de direita e que, portanto, para agradar o eleitorado cada vez mais conservador (segundo essa concepção) seria preciso apresentar-se com uma roupagem direitista.

Os que tiveram a coragem de enfrentar o fascismo

O Arditi del Popolo (algo como Os Valentes do Povo) foi uma milícia popular italiana formada em junho de 1921 por militantes de esquerda descontentes com a política de tolerância adotada pelo Partido Socialista Italiano e pela esquerda em geral diante da ascensão do fascismo. Desde o final da I Guerra Mundial, a Itália vivia uma agitação operária muito forte, com milhares de fábricas ocupadas e greves por toda a parte, enquanto no interior do país os camponeses iniciavam movimentos de ocupação de latifúndios.

Partidos do centrão são os maiores apoiadores da política de Bolsonaro De acordo com levantamento recentemente divulgado pelo portal Congresso em Foco, os partidos que mais aderiram aos projetos do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados foram o Podemos (92%) e o Patriota. Por incrível que pareça, o partido pelo qual Bolsonaro disputou as eleições, o PSL, aparece apenas como o terceiro que mais apoiou a política bolsonarista.

Fuga de dólares do Brasil Desde o governo Fernando Henrique Cardoso não se via a grande imprensa tão escancaradamente mancomunada com um governo, principalmente no que diz respeito a encobrir a evolução da situação econômica do País. Não é para menos. A imprensa venal foi fiel patrocinadora do golpe de 2016 e de toda a operação que se seguiu para impedir a candidatura de Lula nas eleições de 2018 e garantir a vitória de um candidato do golpe.

Integralismo sai do armário. Veja como combater na Universidade do PCO

Em campanha pela sua reeleição, Guaidó dispara ameaças contra Maduro

Considerados até então “meia dúzia de gatos pingados” pela iludida esquerda pequeno-burguesa, hoje o integralismo volta à tona no Brasil demonstrando uma reorganização acentuada nos últimos anos, sobretudo após o golpe de Estado de 2016, e ainda mais com a ascensão de Jair Bolsonaro ao poder

O autoproclamado presidente da Venezuela, o golpista Juan Guaidó, mesmo frente sua desmoralização e ao perigo iminente de perder o cargo de presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, continuou tentando desestabilizar o governo de Nicolás Maduro a mando dos Estado Unidos.

Equador: continua perseguição a Rafael Correa O ex-presidente Rafael Correa será julgado no Equador sob acusação de receber dinheiro ilegal da construtora brasileira Odebrecht para financiar sua campanha eleitoral em 2013. A ação será julgada à revelia, isto é, sem a presença do réu, por corrupção passiva. Rafael Correa vive na Bélgica desde que deixou o cargo. Segundo a imprensa burguesa, Correa teria recebido cerca de US$ 8 milhões de empresas para financiar a campanha presidencial de 2013. Segundo a acusação, em troca dos recursos recebidos para sua campanha, o governo de Correa daria obras às empresas de engenharia, dentre elas a brasileira Odebrecht.


2 | OPINIÃO EDITORIAL

COLUNA

Truques eleitorais não vão derrotar a direita

C

omo é tradicional dos períodos que marcam a passagem do ano, a esquerda pequeno-burguesa tratou de realizar balanços políticos de 2019 marcados pela falta completa de uma visão crítica da própria esquerda, que se recusou, cada vez com maior profundidade, a colocar o problema da derrubada de Bolsonaro e do regime golpista de conjunto. Escrava de uma política eleitoral rasteira, a esquerda se adaptou de maneira vergonhosa a cada ataque de Bolsonaro. Essa adaptação tem como fundo a ideia de que seria preciso se apresentar para as eleições com um programa que fosse uma espécie de versão de esquerda para a política da direita. Acredita na imprensa golpista quando afirma que Bolsonaro é popular, que o povo em geral seria de direita e que, portanto, para agradar o eleitorado cada vez mais conservador (segundo essa concepção) seria preciso apresentar-se com uma roupagem direitista. Um truque eleitoral que só poderá levar ao desastre. Não apenas ao desastre político da luta das massas contra o golpe e a direita, mas uma derrota inclusive no terreno eleitoral. O que essa esquerda se recusa a entender é que as eleições estão fraudadas desde o início. A burgue-

sia golpista tem o controle sobre ela, assim como teve em 2018. O ano de 2020 que começa agora é ano de eleições municipais. Toda a esquerda já se volta para uma tática eleitoral nas cidades, o que é ainda mais absurdo. Mesmo se ignorássemos o fato de que as eleições serão completamente dominadas pela direita, é absurdo por si só acreditar que uma mudança em nível municipal poderia resolver o problema da política nacional. Quando a esquerda volta suas forças e suas manobras para as eleições deste ano trata-se de uma demagogia eleitoral rasteira, uma política completamente inócua, sem resultado. Daí que devemos concluir que toda a demagogia e adaptação direitista para as eleições municipais é na verdade um preparativo para 2022. Todas as manobras eleitorais da esquerda agora são na verdade planos para as eleições presidenciais, o que nos obriga a concluir que uma capitulação ainda maior está por vir. Os truques eleitorais e parlamentares não são capazes de derrotar a direita, nem mesmo no terreno eleitoral. Só um enfrentamento das massas com o regime golpista, em primeiro lugar a derrubada de Bolsonaro, pode colocar abaixo o golpe.

Os que tiveram a coragem de enfrentar o fascismo Por Eduardo Vasco

O Arditi del Popolo (algo como Os Valentes do Povo) foi uma milícia popular italiana formada em junho de 1921 por militantes de esquerda descontentes com a política de tolerância adotada pelo Partido Socialista Italiano e pela esquerda em geral diante da ascensão do fascismo. Desde o final da I Guerra Mundial, a Itália vivia uma agitação operária muito forte, com milhares de fábricas ocupadas e greves por toda a parte, enquanto no interior do país os camponeses iniciavam movimentos de ocupação de latifúndios. Como reação à iminência de uma revolução proletária, a burguesia incentivou o surgimento de grupos de choque que reprimissem violentamente os trabalhadores, criando assim o movimento fascista, cujo principal líder era Benito Mussolini. O Arditi del Popolo, portanto, adotou a mesma arma que o inimigo: organizou setores da classe operária em armas para combater os fascistas de igual para igual, a fim de cortar pela raiz o mal que o fascismo representava. O Arditi del Popolo chegou a ter 20 mil membros espalhados por toda a Itália e obteve importantes vitórias em confrontos com grupos fascistas,

demonstrando assim que a classe operária organizada em armas poderia vencer seu pior inimigo. No entanto, a milícia foi boicotada pelo PSI e até mesmo pelo Partido Comunista Italiano, perdendo assim a maioria de seus membros. Isso se somou à política desses partidos de desmobilizar o movimento operário nas ruas e nas fábricas, ao mesmo tempo em que a burguesia partia para a ofensiva reforçando os esquadrões fascistas com todo o aparato repressivo do Estado. Finalmente, os últimos combatentes do Arditi del Popolo se encontraram sozinhos, sem o apoio da esquerda, e a milícia desapareceu no mesmo ano em que o movimento fascista tomou o poder e implantou uma ditadura que prevaleceu até o final da II Guerra Mundial. Porém, o legado da primeira milícia popular antifascista permanece vivo e, com o crescimento da extrema-direita no mundo inteiro atualmente, o lema do Arditi del Popolo deve inspirar uma nova geração de cidadãos que não estão dispostos a conviver com a barbárie representada pelo fascismo. “Dal nulla sorgemmo” (algo como “nós surgiremos de onde vocês menos esperarem”) – eis o recado para os fascistas.


POLÍTICA E ECONOMIA | 3

REGIME BOLSONARISTA

Partidos do centrão são os maiores apoiadores da política de Bolsonaro Dados mostram que os partidos do chamado “centrão” são a verdadeira base para o governo Bolsonaro, o que mostra o apoio da burguesia à sua política sanguinária. De acordo com levantamento recentemente divulgado pelo portal Congresso em Foco, os partidos que mais aderiram aos projetos do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados foram o Podemos (92%) e o Patriota. Por incrível que pareça, o partido pelo qual Bolsonaro disputou as eleições, o PSL, aparece apenas como o terceiro que mais apoiou a política bolsonarista. Além dos partidos mais citados, outros onze aderiram à maioria dos projetos do governo ilegítimo. São eles: PSDB (81%), PTB (78%), PSC (78%), MDB (77%), DEM (77%), Cidadania (74%), PL (74%), PSD (74%), Novo (71%) e PP (67%). Esses dados trazem à toa duas conclusões fundamentais para a análise política. Em primeiro lugar, o fato de que o PSL não aparece na frente como partido que mais aprovou os projetos da Presidência da República mostra a imensa crise do governo Bolsonaro, que não consegue ter consenso nem

mesmo no partido pelo qual disputou as eleições. Isso, portanto, comprova ainda mais o caráter improvisado do governo Bolsonaro, que não é popular, nem mesmo o resultado de um movimento político real: trata-se apenas de um arranjo feito às pressas pela burguesia para levar adiante a fraude eleitoral de 2018. Em segundo lugar, o fato de que 13 partidos apoiaram a maioria dos projetos do governo Bolsonaro também comprova o apoio geral do chamado “centrão” à política bolsonarista. O “centrão”, afinal, é formado pelos partidos tradicionais da burguesia – o que os coloca, deste modo, como guardiões da política neoliberal no Brasil. Na medida em que Bolsonaro, apesar de todas as contradições do governo, está procurando levar adiante a política dos banqueiros, o “centrão” não se exime de dar todo o apoio que ele precisa. O apoio do “centrão” a Bolsonaro reforça o argumento de que não é pos-

sível formar uma aliança “democrática” com a burguesia para derrotar o governo ilegítimo. A burguesia, afinal, está disposta a sustentar Bolsonaro, se for esse o preço a pagar para levar adiante uma política de superexploração dos trabalhadores. Por isso, é

preciso abrir mão de qualquer ilusão em relação às frentes com os partidos golpistas e organizar um movimento que tenha como centro a mobilização revolucionária das massas para pôr abaixo o regime. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!

CRISE ECONÔMICA

Fuga de dólares do Brasil 2019 foi o ano em que a fuga de dólares do País atingiu o seu maior valor superando em quase 270% o ano de 1999, ano em que FHC quebrou o País. Desde o governo Fernando Henrique Cardoso não se via a grande imprensa tão escancaradamente mancomunada com um governo, principalmente no que diz respeito a encobrir a evolução da situação econômica do País. Não é para menos. A imprensa venal foi fiel patrocinadora do golpe de 2016 e de toda a operação que se seguiu para impedir a candidatura de Lula nas eleições de 2018 e garantir a vitória de um candidato do golpe. Uma das censuras estabelecidas pela grande imprensa visa justamente encobrir a fuga crescente de capitais do Brasil. O neoliberalismo, objetivo fundamental do golpe de 2016, promoveu em 2019 a maior fuga de capitais do País desde que esse índice passou a ser medido em 1982, portanto 37 anos atrás. Quando se considera o período da primeira onda neoliberal no País, ocorrido entre 1995 e 2002, durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, até o momento, o presidente que promoveu a maior destruição da economia nacional em benefício do imperialismo, principalmente o norte-americano, e que literalmente levou o País à bancarrota, os dados atuais que só aparecem nos rodapés das publicações da grande imprensa, são ainda muito mais assustadores. O deficit cambial acumulado em 2019 – a saída de dólares descontadas as entradas – atingiu a cifra de 43,253 bilhões de dólares. Esse valor representa um crescimento da ordem de

quase 270% quando comparado ao ano de 1999, em que o deficit cambial ficou em 16,182 bilhões de dólares. Trocando em miúdos, não fosse as condições em que Bolsonaro encontrou o País – reservas de quase 390 bilhões de dólares acumuladas nos governos petistas – o Brasil estaria quebrado assim como ocorreu em 1999 e teria que se sujeitar as regras do Fundo Monetário Internacional (FMI),

que impôs um pacote econômico que agravou em muito as já péssimas condições de vida da esmagadora maioria da população brasileira. No final das contas, o governo fascista de Bolsonaro foi salvo “pelo gongo” ou melhor pela política econômica do PT, que ao invés de utilizar os quase 400 bilhões economizados por seus governos para promover profundas mudanças estruturais que beneficias-

sem a maioria esmagadora da população, fizeram um caixa que está sendo utilizado pelo golpe justamente para promover a destruição da economia do País. Em todo caso, o colchão das reservas brasileiras não irá impedir o aprofundamento da crise brasileira que não é um fenômeno particular do País, mas que está absolutamente vinculada a crise econômica mundial.


4 | ATIVIDADES DO PCO

UNIVERSIDADE DE FÉRIAS

Integralismo sai do armário. Veja como combater na Universidade do PCO O integralismo se reorganiza por todo país, por isso o PCO irá realizar a Universidade de Férias tratando do tema e ensinando como combater a extrema-direita. Considerados até então “meia dúzia de gatos pingados” pela iludida esquerda pequeno-burguesa, hoje o integralismo volta à tona no Brasil demonstrando uma reorganização acentuada nos últimos anos, sobretudo após o golpe de Estado de 2016, e ainda mais com a ascensão de Jair Bolsonaro ao poder, uma figura fascista responsável por fortalecer a extrema-direita nacional. Os fascistas saíram do armário rapidamente. Com o apoio explicito da burguesia que os financia, organizações como a FIB (Frente Integralista Brasileira), a maior organização fascista no Brasil, já declaram ter mais de 8 mil filiados, quadros militantes por todo país, acompanhando as últimas notícias que divulgam a existência de centenas de células fascistas e nazistas no Brasil inteiro. Com o avanço da extrema-direita, ataques às organizações populares, brutais assassinatos de militantes e acontecimentos como o incêndio na sede da Porta dos Fundos, denotam a realidade que estamos vivendo e servem de grande alerta para toda a esquerda brasileira. Os fascistas já anunciaram a intenção de formar um novo partido, após forte ligação com o PRTB, de Levy Fidelix, e o Patriota, fundando pelo integralista Paulo Fernando, atual assessor de Damares, os integralistas falam no desejo de recriar o PRONA, e chamar o 5º congresso nacional do movimento, junto a uma grande marcha em um evento previsto para este mês que comemorará o aniversário de 125 anos de Plínio Salgado, o maior líder integralista. Por isso, o Partido da Causa Operária, entendendo a gravidade do momento em que vivemos, faz um chamado a toda a militância que quer lutar contra o golpe e o fascismo a

participar da Universidade de Férias e Acampamento da AJR. O papel fundamental da Universidade de Férias é esclarecer, com um profundo debate baseado na política revolucionária marxista, o que de fato é este movimento fascista que estamos lidando, o que ele representa em nossa sociedade que caminha para um total colapso pela crise geral do capitalismo. Porém, ao contrário de meras aulas acadêmicas, das quais todos estão fartos de ouvir graças a sua falta de conteúdo prático e ensinamentos reais para combater o problema, as aulas do curso sobre o Fascismo presentes na Universidade de Férias tem uma conotação completamente diferente. Organizadas em um curso de vasto conteúdo baseado em escritos de revolucionários como Leon Trotsky e outros tantos militantes que viveram na prática a luta contra a extrema-direita, as aulas do “Fascismo, o que é e como combatê-lo? Parte 2” servirão como uma forma de ensinar a todos os presentes quais meios são necessários para de fato combater seriamente os fascistas. Deixando de lado discursos filosóficos fora da realidade, o PCO, partido atuante na vanguarda da luta contra os golpistas e a extrema-direita, leva a sério a luta contra os fascistas, e entende que ela ultrapassa as meras marcas eleitorais. Sendo assim, o curso todo, este ministrado pelo presidente do partido, o companheiro Rui Costa Pimenta, buscará esclarecer todas as dúvidas relacionadas ao movimento e instruir para uma organização prática de combate a extrema-direita, que necessariamente passa também pela derrota dos golpistas. A Universidade de Férias ocorrerá dos dias 17 ao 25 deste mês de Janeiro, na cidade de Ibiúna, interior de São

17-24 Jan

São Paulo

e Formação d o s r Cu

Fascismo O que é E como CombaTê-lo Parte 2

Curso de formação Marxista com Rui Costa Pimenta

45ª Universidade de Férias

Paulo. Não perca a oportunidade de estar presente no maior curso de formação política da esquerda brasileira e garanta sua presença.

AJR

ALIANÇA DA JUVENTUDE REVOLUCIONÁRIA

ACAMPAMENTO

DE FÉRIAS

Saiba mais sobre a Universidade de Férias e tudo que haverá lá: Universidade de Férias: fascismo na Espanha, Portugal, Japão e Brasil


CIDADES | 5

BAHIA

Alagamentos mostram abandono da prefeitura nos bairros de Salvador Prefeito da Bahia não realiza a manutenção necessária na cidade, principalmente nos bairros pobres, o que levou a cidade a se alagar na sexta, contando até com a ameaça de jacarés A política de ACM Neto, membro do partido da ditadura militar, o DEM, para Salvador é a de abandonar completamente as manutenções para a cidade e permitir que ela fique debaixo d’água, como ocorreu na sexta-feira com as enchentes. Em vários vídeos feitos pelos moradores da capital baiana, é possível ver as ruas completamente alagadas, com carros submersos e verdadeiros rios onde deveriam ficar os asfaltos. Na parte da manhã de sexta, pelo menos 59 ocorrências foram registradas pela defesa civil da cidade, sendo que pelo menos 19 delas eram referentes a imóveis. Houve 5 ameaças de desabamento, 7 deslizamentos de terra e mais duas ameaças, além de árvores com risco de cair.

Durante a parte da tarde de sexta, alguns moradores do bairro de Periperi, bairro pobre da cidade, ficaram assustados com a presença de um jacaré perto de suas casas, que completamente alagadas, permitem que animais desse tipo se aproximem, o que é um risco para a população. Já no bairro de Paripe, também no subúrbio da cidade, várias lojas foram alagadas, dando um enorme prejuízo para os lojistas. A maioria das ocorrências aconteceram em bairros populares, demonstrando mais uma vez a despreocupação do prefeito direitista com a vida dos cidadãos mais pobres de Salvador ao não realizar as manutenções e reformas necessárias na infraestrutura da cidade.

PELO FIM DA PM

Corregedoria contradiz PM e confirma viatura onde sumiu adolescente Corregedoria da polícia militar contradiz SSP sobre viatura fazer ronda e abordar pessoas em um bar na periferia de Junidiai no exato momento em que jovem negro desapareceu No dia 27 de dezembro de 2019, o jovem Carlos Eduardo dos Santos Nascimento confraternizava com mais quatro amigos em um bar na periferia de Jundiaí, no interior de São Paulo, quando uma viatura da polícia militar abordou os jovens e os algemou. Carlos foi o único levado pela dupla de policiais, sendo também o único negro do grupo. Nunca mais se teve notícia do jovem. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) do estado de São Paulo, que no governo Dória é comandada por João Camilo Pires de Campos, negou o conhecimento de que algum policial estivesse no local da abordagem no momento do sumiço de Carlos Eduardo. No entanto, a Corregedoria da Polícia Militar identificou uma viatura rondando a região no momento do desaparecimento do jovem, contradizendo o que a SSP havia antes informado. A corregedoria também informou que houve uma abordagem em um bar e alguns abordados foram citados em um relatório. Agora o órgão diz que procurará os citados para mais informações e tentar encontrar o paradeiro do garoto. Não devemos ter nenhuma esperança de que algum desses órgãos irá se importar em investigar o paradeiro do rapaz. A família do garoto ficou do dia

27 até o dia 31 o procurando por conta própria, sem o auxílio de nenhum órgão do estado, mesmo com a família do garoto tendo feito um boletim de ocorrência sobre seu sumiço. Os amigos de Carlos Eduardo não quiseram acompanhar a família até a delegacia por medo de represálias da PM. Carlos Eduardo fazia bicos como pintor e tinha o sonho de estudar na universidade em que seu pai trabalha como segurança. Ainda estava escolhendo o curso que iria estudar. Trata-se da própria política de extermínio da população pobre no Brasil, em especial a população negra. O fato de a SSP ter dito que não havia uma ronda no local, por si só, já demonstra a tentativa de encobrir a PM no caso. Somente o fim da Polícia Militar é que vai garantir à população pobre sua própria segurança, pois é a PM quem mais persegue e mata os trabalhadores no Brasil.

A GLOBO

MENTE O DIÁRIO

DESMENTE


6 | INTERNACIONAL

VENEZUELA

Em campanha pela sua reeleição, Guaidó dispara ameaças contra Maduro Mesmo próximo de uma nova derrota, o golpista Guaidó ainda tentou desestabilizar o governo da Venezuela. Guaidó perdeu o posto de presidente da Assembleia Nacional nesse domingo O autoproclamado presidente da Venezuela, o golpista Juan Guaidó, mesmo frente sua desmoralização e ao perigo iminente de perder o cargo de presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, continuou tentando desestabilizar o governo de Nicolás Maduro a mando dos Estado Unidos. Nesse dia 05, a Assembleia Nacional votou o novo presidente do órgão. Guaidó, já muito desmoralizado por não conseguir levar a cabo nenhum dos planos imperialistas de golpes de estado no país, acabou por perder o cargo para o também direitista Luis Eduardo Parra. Ainda assim, no dia anterior à votação, em entrevista ao jornal direitista Correio Braziliense, Guaidó afirmou que no ano de 2020 o mundo se surpreenderia com a Venezuela, e que ele ainda não havia desistido de acabar com o governo Maduro, que ele chama de ditadura. Também disse que

em 2020 ele retomaria a ofensiva política e chamaria a população para ocupar as ruas. Porém, como já havia informado o DCO, as chances de derrota de Guaidó eram grandes, pois sua ineficiência em dar o golpe acabou por dividir as alas da direita. Com a necessidade de um novo líder, a Assembleia Nacional repleta de direitistas acabou por eleger Luis Eduardo Parra para ser seu novo líder. Outros capachos do imperialismo, os governos brasileiro e colombiano, já anunciaram que não reconhecem a eleição de Luis Parra. Guaidó ainda tentou invadir a força a Assembleia Nacional, recolhendo ainda mais uma derrota, pois nem mesmo invadir a assembleia direitista onde ele mesmo era presidente é possível para o autoproclamado presidente. Resta ao imperialismo tentar recomeçar o golpe de estado sob a figura de algum novo direitista.

PERSEGUIÇÃO IMPERIALISTA

Equador: continua perseguição a Rafael Correa O ex-presidente será julgado à revelia sob acusação de receber dinheiro ilegal da brasileira Odebrecht. Condenação Inviabiliza a volta de Rafael Correa a presidência do Equador, O ex-presidente Rafael Correa será julgado no Equador sob acusação de receber dinheiro ilegal da construtora brasileira Odebrecht para financiar sua campanha eleitoral em 2013. A ação será julgada à revelia, isto é, sem a presença do réu, por corrupção passiva. Rafael Correa vive na Bélgica desde que deixou o cargo. Segundo a imprensa burguesa, Correa teria recebido cerca de US$ 8 milhões de empresas para financiar a campanha presidencial de 2013. Segundo a acusação, em troca dos recursos recebidos para sua campanha, o governo de Correa daria obras às empresas de engenharia, dentre elas a brasileira Odebrecht. A decisão de julgar Correa foi adotada nesta sexta-feira (3/1) pela juíza Daniella Camacho, da Corte Nacional de Justiça (CNJ). A juíza também julgará o ex-vice-presidente Jorge Glas, que já cumpre pena de seis anos por supostamente receber subornos de US$ 13,5 milhões da Odebrecht. Glas foi reeleito em 2017 na chapa do atual presidente traidor Lenín Moreno, mas perdeu o cargo em janeiro de 2018.

A pressa em condenar Rafael Correa é para inviabilizar candidatura A condenação terminaria com a carreira política de Rafael Correa, já que a Constituição equatoriana impede candidatura de qualquer sentenciado por corrupção, enriqueci-

mento ilícito ou peculato. Correa no entanto, qualificou a decisão de “palhaçada”. Tal qual a Lava Jato do Brasil, a operação golpista imperialista usa os meios de perseguição política do judiciário, para destruir carreiras políticas de seus oponentes no Equador. É um processo farsa, tal qual Lula no Brasil foi condenado. O próprio Correa tem denunciado que a pressa em condená-lo é para in-

viabilizá-lo eleitoralmente, já que ele, que foi o líder da revolução cidadã do Equador, é o mais forte candidato presidencial no próximo ano.

Lava Jato conspiração imperialista contra a esquerda latino-americana Tal qual no Brasil, a Lava Jato Equatoriana, utiliza a justiça para fins de perseguição política. Há uma articulação imperialista em todo o continente,

com o uso da justiça, para perseguir líderes da esquerda latino-americana. A exemplo de Lula, condenado por processo farsa da operação golpista Lava Jato, Cristina Kirchener, também sofre perseguição judicial, e o mesmo acontece no Equador com Rafael Correa. Em comum, a perseguição política envolvendo judiciário: é o modus operandi do imperialismo para varrer, da América latina, toda e qualquer liderança de esquerda.


INTERNACIONAL | 7

CRISE NO ORIENTE MÉDIO

Trump ameaça Irã: “acertaremos 52 alvos” Trump ameaça Irã com um novo atentado em que supostamente 52 pessoas seriam mortas caso o país respondesse à morte de Suleimani, general morto pelos EUA no último dia 3 de janeiro Presidente dos Estados Unidos declarou que caso houver algum tipo de retaliação por parte do governo do Irã pela morte de Qassim Suleimani, o país já tem em mira 52 alvos diferentes no país do Oriente Médio. Dentre os alvos, Trump garantiu que estão pessoas de alto nível de importância, incluindo indivíduos importantes para a cultura do país. Caso alguém no mundo ainda tenha dúvida sobre a perversidade dos EUA e do imperialismo no geral em relação aos países oprimidos, está ai a prova definitiva. Os EUA embargam o país, matam um de seus líderes mais importantes e ainda ameaçam promover mais 52 atentados caso o Irã responda ao ataque. O número de 52 pessoas faz referência a um acontecimento que diz respeito à Revolução Iraniana de 1979, na qual 52 diplomatas norte-americanos foram feitos de reféns em Teerã.

Enquanto isso, milhares de pessoas tomaram as ruas da capital iraniana para pedir a retaliação ao governo norte-americano durante o cortejo fúnebre dos assassinados pelo impe-

rialismo, com a palavra de ordem de “Morte à America”. O acontecimento demonstra o nível em que chega a crise no país e como a população iraniana está empenhada em responder ao

ataque realizado pelo imperialismo. A filha de Qassim Suleimani recebeu a visita do presidente do país, Hassan Rouhani, e pediu para que vingue a morte de seu pai, recebendo um sinal positivo do presidente, que disse que todos iriam vingar a morte de Suleimani. Já o aiatolá Ali Khamenei disse estar comprometido com a vingança pela morte de Suleimani. Enquanto a Casa Branca anunciou que realizou o atentado para impedir uma guerra, e que Suleimani estava organizando um ataque terrorista, na verdade o que ocorre é uma escalada no confronto entre Irã e os EUA, o que pode levar a uma série de acontecimentos que coloquem em cheque a liderança dos EUA na região. Caso queira se inteirar mais sobre o assunto, a Causa Operária TV realizou a última Análise Internacional e a última Análise Política da Semana. ambas com Rui Costa Pimenta, sobre o tema.

ORIENTE MÉDIO

Funeral de Soleimani reúne milhares de pessoas Início da cerimônia funebre de Soleimani em Bagda aproxima mais ainda iranianos e iraquianos Milhares de manifestantes se reuniram, desde as primeiras horas da manhã do dia 4, para o início das cerimônias fúnebres do general iraniano Qasem Soleimani, em Bagdá. No funeral, caminhando com a multidão, estava o primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdul-Mahdi, que qualificou de “mártires” os mortos do ataque ordenado por Donald Trump e classificado como “violação da soberania iraquiana”. Também participaram o ex-chefe do Governo do Iraque, Nouri al-Maliki, bem como o presidente das FMP, Faleh al-Fayad, e Hadi al-Amiri, líder da Organização Bader, um dos grupos mais poderosos dessa coalizão de milícias. Soleimani, o arquiteto das intervenções iranianas em todo o Oriente Médio, juntamente com o comandante da milícia paramilitar xiita iraquiana – as Forças de Mobilização Popular (FMP), Abu Mahdi al Muhandis, e outros oito militares de ambos os países, foram assassinados na sexta-feira por um drone dos EUA, no aeroporto da capital do Iraque. O cortejo que levava os caixões entrou em seguida na chamada zona verde, embora acompanhado apenas pelos representantes oficiais, enquanto a multidão permaneceu às portas desse bairro blindado, onde estão as principais instituições do Governo iraquiano e a Embaixada dos EUA. Agitando bandeiras dos partidos e grupos armados xiitas e vestidos de preto ou de cores escuras, os participantes do funeral marcharam pacificamente a partir do santuário de Kadhimiya, ao longo do

rio Tigre, aos gritos de “vingança!” e “morte à América!”, relata a agência France Presse. O Exército Iraniano, por sua vez, reagiu por meio de seu porta-voz Abolfazi Shekarchi, afirmando que não tomará nenhuma decisão precipitada, mas que sua vingança pelo assassinato de Soleimani “será cumprida” e será “dura”. Do lado iraquiano, a sessão do parlamento que havia sido adiada para o dia de ontem (domingo), a fim de de-

bater uma posição diante do atentado aprovou uma resolução que exige a retirada das tropas norte-americanas do País, o que deve tencionar ainda mais a situação na região. Diante de todo o ocorrido, muitas conjecturas surgiram sobre o por quê de tudo isso. Mas, certamente, a influência política que o Irã adquiriu desde a sua revolução em 79, como resultado do agravamento da crise capitalista no pós segunda guerra mundial, e que fez com que crescesse o sentimen-

to nacionalista na região contra a perniciosa interferência do imperialismo, um jugo pesado sobre todo o Oriente Médio, é o grande pano de fundo da situação que deve ser considerado. Esse fator, sem dúvida, é também o maior responsável pelo acirramento da luta de classes, uma crescente resistência alimentada pela política de dominação do imperialismo sobre os países da região, que já levou milhões à morte nas últimas décadas, e que agora tende a piorar ainda mais.


8 | INTERNACIONAL

ESPANHA

Crise: bandeira espanhola é removida da sede do governo catalão Governo catalão remove bandeira espanhola de sua sede após a derrubada do presidente da Catalunha. Após o Conselho Eleitoral Central (CEC) da Espanha decidir nesta sexta-feira que o presidente da Generalidade da Catalunha, governo autônomo na região, Quim Torra deveria ser destituído uma nova revolta popular surgiu, culminando na retirada da bandeira espanhola, antes presente na sede do governo catalão. Quim Torra foi acusado de “crime de desobediência”, o que por si só já é um ataque aos direitos democráticos do governante catalão. No entanto, a perseguição política vai além, pois Torra está sendo acusado deste crime justamente por permitir símbolos independentistas durante o período pré-eleitoral, o que para a ditadura espanhola é algo inadmissível tendo em vista a grande vontade do povo catalão em se separar. Como forma de combater esta intervenção, várias organizações catalãs chamaram por grandes atos nacionais em defesa de Torra, sendo que a Assembléia Nacional da Catalunha convocou uma manifestação em Barcelona sob o lema “Somente o Parlamento da Catalunha elege nosso presidente”.

Uma resposta direta e imediata aos ataques dados pelo governo da Espanha. A crise na Catalunha vem se intensificando nos últimos anos. A ditadura espanhola já elevou o tom da repressão contra os catalães, sobretudo no período eleitoral, com fortes perseguições políticas, prisões e uma gigantes-

ca repressão policial tanto as grandes mobilizações populares quanto as figuras do movimento. Tal crise é um reflexo do que é hoje a Europa e a crise mundial do capitalismo. Os principais países do mundo, como o imperialismo espanhol, estão desmoronando, neste caso, assim como no Reino Unido, até mesmo na questão territorial.

A Espanha é um país formado na base da tomada de territórios de diversos povos, formando assim um antigo reinado que de forma ditatorial perdura até os dias atuais. Contudo, com a crise econômica que vivemos esta sustentação territorial vem indo por água abaixo. O imperialismo já não tem mais forças para sustentar a si próprio de forma estável, e os povos, massacrados por tanto tempo, agora se rebelam em diversas partes do continente. Os movimentos separatistas que tomam conta da Europa são uma demonstração do esfarelamento do capitalismo, atingindo duramente os países imperialistas que hoje sofrem para se manterem. Situação semelhante se vê no Reino Unidos, assim como em algumas regiões da França. Por isso, a mobilização popular se faz de extrema importância nestes momentos, causando uma ruptura com os regimes imperiais e desenvolvendo a luta do povo contra o imperialismo, um forte impulso para todos os países atrasados, já em forte estágio de ebulição.

GREVE NA FRANÇA CONTINUA FORTE

França: o ano começa com manifestações nas ruas contra Macron Apesar do inverno, jJaneiro de 2020 já começou quente na França com a continuação da greve nos transportes e grandes mobilizações de rua que apontam para uma nova greve geral. Atendendo o chamado dos sindicatos franceses milhares de pessoas saíram as ruas de Paris neste sábado (4) e protestaram para exigir a retirada do projeto de reforma da previdência proposta pelo governo de Emmanuel Macron. Os Coletes Amarelos também participaram da marcha, que se concentrou no leste da capital, passando pela praça da Bastilha. O presidente da Confederação Geral do Trabalho CGT, Philippe Martinez, disse que “mais greves são necessárias em todos os lugares”. Este já é o segundo mês das mobilizações em todo país principalmente

na capital, em que os transportes públicos estão em greve desde 5 de dezembro, paralisando mais de 50% de todo o transporte do país, e que vem completando um mês de paralisação neste domingo (5), o que torna a greve mais longa do setor na história da França. Centenas de pessoas também se mobilizaram em protesto em Marselha, no sudeste do país. Em Toulouse, o movimento dos Coletes Amarelos entrou em uma estação ferroviária e bloqueou os trilhos com apoio do funcionários grevistas. Houve repressão das forças policiais, proibindo que a passeata em Pa-

ris se aproximasse da avenida Champs Elysées, tradicional ponto turístico da capital francesa, na tentativa de parar uma das principais estações ferroviárias da cidade. A policia usou gás de pimenta e gás lacrimogênio para reprimir os manifestantes. Em uma mensagem de fim de ano o presidente Emmanuel Macron indicou que a reforma entrará em vigor, independente dos protestos da população, e pediu “compromisso rápido” entre governo e sindicatos. Essa não parece ser a intenção dos dirigentes do movimento. Uma nova

Jornada de greve geral está marcada para o dia 9, próxima quinta-feira. A partir de segunda-feira (6) estão previstas manifestações de várias categorias de profissionais liberais, como advogados, e também do movimento operário, como os petroleiros. A CGT quer organizar bloqueios a partir do dia 7 terça feira, em refinarias e em depósitos de combustíveis. Ao contrário das mobilizações no Brasil, em que a esquerda literalmente entrou de “férias” no inicio de Dezembro, as mobilizações na França não param e prometem continuar com muita força janeiro de 2020 adentro.

TODAS ÀS SEXTAS-FEIRAS ÀS 14H NA CAUSA OPERÁRIA TV


MORADIA E TERRA E CULTURA | 3

ATAQUE DA EXTREMA-DIREITA

Latifundiários ateiam fogo em aldeia indígena de Brilhante/MS Na madrugada de quarta-feira, latifundiários atearam fogo na casa de reza da comunidade indígena Laranjeira Nhanderu, da etnia Kaiowá, localizada no município de Brilhante/MS. Na madrugada da quarta-feira (01), primeiro dia de 2020, latifundiários atearam fogo na casa de reza da comunidade indígena Laranjeira Nhanderu, da etnia Kaiowá, localizada no município de Brilhante/MS. Membros da comunidade relatam que, ma noite do mesmo dia, pistoleiros armados invadiram as casas de algumas famílias, fizeram ameaças e agrediram indígenas. Os indígenas temem novos ataques e afirmam que nenhuma autoridade policial compareceu ao local. O ataque demonstra claramente que há um conluio entre a polícia e os pistoleiros, que agem sob garantia de total impunidade. O Golpe de Estado e, particularmente o governo Jair Bolsonaro, têm promovido uma ofensiva contra os povos indígenas. Desde a posse do governo Jair Bolsonaro, são cotidianos os ataques às aldeias indígenas por parte de pistoleiros

dos latifundiários, a violação de suas terras já demarcadas, intimidações, ameaças e o assassinato de lideranças indígenas e quilombolas. É notável a sistemática omissão e a cumplicidade

por parte das autoridades, que ignoram os apelos dos povos indígenas por proteção. O caso mais evidente disto foi quando Sérgio Moro, que ocupa o cargo de Ministro da Justiça e Seguran-

ça Pública, ignorou apelos de proteção dos indígenas Guajajara. Na sequência, diversos índios Guajajara foram assassinatos, um inclusive foi esquartejado. Em muitas ocasiões, ao procederem aos ataques, os pistoleiros afirmam que agora é Jair Bolsonaro que está no poder, o que indica que há consciência da proteção conferida pelo governo às milícias de pistoleiros e assassinos de indígenas, quilombolas e sem-terra. Nenhum assassinato foi investigado pelas polícias e ninguém foi condenado. Os povos indígenas e quilombolas devem organizar comitês de auto-defesa para resistir à ofensiva dos latifundiários e suas milícias de pistoleiros, amplamente protegidas e estimuladas pelo governo e a extrema-direita bolsonarista. Qualquer crença no Estado, controlado pela extrema-direita fascista, levará inevitavelmente à tomada de terras e mais assassinatos de indígenas e quilombolas.

CARNAVAL 2020

Pernambuco: prévias carnavalescas de 2020 já começaram As prévias dos blocos de rua para o Carnaval já começaram em Olinda e Recife (PE). O Carnaval tende a expressar o repúdio à extrema-direita e ao governo Jair Bolsonaro.

As prévias dos blocos de rua para as festas de Carnaval em 2020 já começaram nas cidades de Recife e Olinda (PE). Como uma grande manifestação popular, a festa de Carnaval tende a expressar o repúdio generalizado da população à extrema-direita fascista e seus ataques às condições de vida e retirada de direitos, que se materializam no governo Jair Bolsonaro. Em 2018, o Carnaval expressou o repúdio ao vampirão neoliberalista destruidor de direitos. Era uma referência ao governo golpista de Michel Temer (MDB), ao golpe de Estado e suas medidas de retiradas de direitos sociais e trabalhistas. No ano de 2019, o tom das manifestações de rua mostravam o repúdio ao recém-empossado governo Jair Bolsonaro, fruto da fraude eleitoral que re-

tirou o ex-presidente Lula da disputa eleitoral para que este não vencesse. Em todos os lugares se ouvia coros de “Fora Bolsonaro“, “Lula Livre”, “Ei Bolsonaro vai tomar no c*” e cantigas como “Doutor, eu não me engano, o Bolsonaro é miliciano“. Os coros ressaltavam a ligação da família Bolsonaro com as milícias e grupos de extermínio. As festas de Carnaval colocaram, especialmente a partir do golpe de Estado de 2016, diversas temáticas para discussão nas ruas, como a questão do racismo e as heranças da escravidão, o assassinato político da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson, o golpe de Estado e os governos inimigos dos direitos da população, o problema da pobreza, os direitos dos povos indígenas e quilombolas etc.

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