Diário Causa Operária nº5847

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QUINTA-FEIRA, 5 DE DEZEMBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5847

Quantos brasileiros a PM mata por ano? A

recente chacina que ocorreu em Paraisópolis levanta uma questão fundamental para a compreensão da atual situação política. Quantos brasileiros a PM mata por ano? Não foi só a chacina na cidade de São Paulo que levanta essa questão. Pelo contrário, desde a derrubada do governo do PT, e com a ascensão do fascista Bolsonaro, a direita partiu para uma gigantesca política repressiva contra a população. No primeiro semestre de

2019, mais de 2.800 pessoas foram mortas por policiais – 120 a mais que no mesmo período de 2018. Já o número de policiais mortos em confronto caiu 55% – de janeiro a junho foram apenas 85 contra os milhares que foram assassinados pela instituição. O dado destrói a ideia de que haveria um confronto com policiais. Na realidade, ocorre no Brasil uma verdadeira chacina, onde aqueles que detêm o monopólio das armas impõe uma política genocida.

Burguesia bolsonarista festeja o “crescimento”… de 0,6% em 3 meses A

imprensa golpista está alardeando um crescimento próximo de zero do PIB no terceiro trimestre. Durante esse período, a economia brasileira teria crescido, de acordo com os dados oficiais, 0,6%. Os jornais da burguesia comemoram estrondosamente o que a propaganda da burguesia está chamando de “recuperação”.

Armamento do povo é a sobrevivência Paraisópolis: a farsa da contestação A cada quinze dias, ou, no máximo, a cada mês, os jornais de todo o país se ocupam das massas diante do imperialismo retratando uma grande tragédia nacional – os incêndios na região amazônica,

O sítio na internet, Cuba Informacion, publicou um artigo assinado pelo cientista político Bruno Guigue, escrito para a RT França, intitulado “Um povo desarmado sempre será derrotado“.

o deslizamento da barreira de Brumadinho, a morte dos jovens do Centro de Treinamento do Flamengo e o assassinato de crianças pela ação da PM, como a carioca Ágatha Félix, são apenas alguns exemplos.

Assinaturas digitais: o corrupto sistema eleitoral brasileiro Os tribunais eleitorais brasileiros tendo à frente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), são verdadeiras sucursais dos interesses dos partidos burgueses no País.

Marta Suplicy: a volta dos mortos vivos

Não perca a Análise Política com Rui Pimenta, direto da sede da CUT-DF O Distrito Federal estará recebendo, no próximo dia 07, sábado, a visita do presidente nacional do Partido da Causa Operária, o companheiro Rui Costa Pimenta

Inscreva-se no site da 2ª Mais de 100 Conferência Nacional Aberta pessoas já A menos de 10 dias para a II Conferência Nacional Aberta, que ocorrerá nos dias 14 e 15 de dezembro em São Paulo, para organizar os próximos passos na luta contra o golpe no Brasil e na América latina. A forte tendência à mobilização na atual etapa da luta popular indica que a II Conferência assumirá um papel ainda mais importante do que a última, realizada em 2018.

compraram a rifa do quadro autografado por Lula


2 | OPINIÃO EDITORIAL

Burguesia bolsonarista festeja o “crescimento”… de 0,6% em 3 meses A imprensa golpista está alardeando um crescimento próximo de zero do PIB no terceiro trimestre. Durante esse período, a economia brasileira teria crescido, de acordo com os dados oficiais, 0,6%. Os jornais da burguesia comemoram estrondosamente o que a propaganda da burguesia está chamando de “recuperação”. No dia do anúncio desse “crescimento”, terça-feira (3), o jornal Valor deu a seguinte manchete: “Consumo das famílias e investimento puxam PIB”. O Correio Brasiliense saudou uma suposta mehora de perspectivas: “PIB positivo no terceiro trimestre eleva as expectativas para 2020”. A Veja, em seu site, comemorou: “PIB: economia brasileira cresce 0,6% e ensaia recuperação”. Contraste-se com o noticiário do primeiro mandato de Dilma Rousseff, quando a campanha golpista começava a ficar mais intensa, e lembremos do então chamado “pibinho”. Assim era chamado o crescimento naquele momento, quando o PIB era maior do que este de agora, que vem sendo chamado de “crescimento” de maneira temerária. A forma de a imprensa dos capitalistas retratar essas duas situações não passa de propaganda golpista. Enquanto o “pibinho” se referia a um crescimento de 2,7% em um ano, a “recuperação” é um crescimento muito pequeno depois de o PIB ter despencado no período entre 2015 e 2016 quase 7%, queda que corresponde ao período mais agressivo do golpe que acabaria derrubando o governo em 2016. Diante dessa política de terra arrasada dos golpistas, a “recuperação” posterior ficou muito aquém de retomar, pelo menos, o patamar em que a economia já estava antes de os golpistas começarem a sabotar ativamente o País com objetivos políticos escusos. De modo que todo o barulho em torno de uma suposta recuperação não passa de uma torcida, para ver se, por meio da torcida, o quadro otimista pintado pelos órgãos de comunicação da burguesia se torna realidade. Como política, essa estratégia já revela um desespero dos donos do regime político. Para completar, um dia depois de tanta comemoração, uma das principais publicações do imperialismo, o jornal britânico Financial Times, colocou em dúvida se o PIB do Brasil de Bolsonaro é verdadeiro. Nas ruas os trabalhadores brasileiros também fica em dúvida sobre essa “recuperação” que não se vê em lugar nenhum. Pelo contrário, até a dieta do País já mudou, com a substituição em grande medida da carne por ovo. Por mais que a imprensa burguesa tente esconder uma situação catastrófica atrás de números duvidosos, é impossível disfarçar que a vida se tornou muito mais difícil depois do golpe. E o governo da direita golpista não tem nenhuma política para contornar esse problema. Tudo o que a direita pretende fazer é transferir o peso da crise do capitalismo para as costas dos trabalhadores, por meio da retirada de direitos trabalhistas, ataques aos salários e aposentadorias e destruição dos serviços públicos. Contra esse programa, é necessário uma mobilização pela derrubada do governo Bolsonaro.

A imprensa golpista está alardeando um crescimento próximo de zero do PIB no terceiro trimestre. Durante esse período, a economia brasileira teria crescido, de acordo com os dados oficiais, 0,6%. Os jornais da burguesia comemoram estrondosamente o que a propaganda da burguesia está chamando de “recuperação”. No dia do anúncio desse “crescimento”, terça-feira (3), o jornal Valor deu a seguinte manchete: “Consumo das famílias e investimento puxam PIB”. O Correio Brasiliense saudou uma suposta mehora de perspectivas: “PIB positivo no terceiro trimestre eleva as expectativas para 2020”. A Veja, em seu site, comemorou: “PIB: economia brasileira cresce 0,6% e ensaia recuperação”. Contraste-se com o noticiário do primeiro mandato de Dilma Rousseff, quando a campanha golpista começava a ficar mais intensa, e lembremos do então chamado “pibinho”. Assim era chamado o crescimento naquele momento, quando o PIB era maior do que este de agora, que vem sendo chamado de “crescimento” de maneira temerária. A forma de a imprensa dos capitalistas retratar essas duas situações não passa de propaganda golpista. Enquanto o “pibinho” se referia a um crescimento de 2,7% em um ano, a “recuperação” é um crescimento muito pequeno depois de o PIB ter despencado no período entre 2015 e 2016 quase 7%, queda que corresponde ao período mais agressivo do golpe que acabaria derrubando o governo em 2016. Diante dessa política de terra arrasada dos golpistas, a “recuperação” posterior ficou muito aquém de retomar, pelo menos, o patamar em que a economia já estava antes de os golpistas começarem a sabotar ativamente o País com objetivos políticos escusos. De modo que todo o barulho em torno de uma suposta recuperação não passa de uma torcida, para ver se, por meio da torcida, o quadro otimista pintado pelos órgãos de comunicação da burguesia se torna realidade. Como política, essa estratégia já revela um desespero dos donos do regime político. Para completar, um dia depois de tanta comemoração, uma das principais publicações do imperialismo, o jornal britânico Financial Times, colocou em dúvida se o PIB do Brasil de Bolsonaro é verdadeiro. Nas ruas os trabalhadores brasileiros também fica em dúvida sobre essa “recuperação” que não se vê em lugar nenhum. Pelo contrário, até a dieta do País já mudou, com a substituição em grande medida da carne por ovo. Por mais que a imprensa burguesa tente esconder uma situação catastrófica atrás de números duvidosos, é impossível disfarçar que a vida se tornou muito mais difícil depois do golpe. E o governo da direita golpista não tem nenhuma política para contornar esse problema. Tudo o que a direita pretende fazer é transferir o peso da crise do capitalismo para as costas dos trabalhadores, por meio da retirada de direitos trabalhistas, ataques aos salários e aposentadorias e destruição dos serviços públicos. Contra esse programa, é necessário uma mobilização pela derrubada do governo Bolsonaro.


POLÍTICA | 3

GENOCÍDIO

Quantos brasileiros a PM mata por ano? Segundo os dados da própria burguesia, o número de mortes por policiais nos primeiros oito meses de 2019 é o maior de todos os tempos no Rio de Janeiro A recente chacina que ocorreu em Paraisópolis levanta uma questão fundamental para a compreensão da atual situação política. Quantos brasileiros a PM mata por ano? Não foi só a chacina na cidade de São Paulo que levanta essa questão. Pelo contrário, desde a derrubada do governo do PT, e com a ascensão do fascista Bolsonaro, a direita partiu para uma gigantesca política repressiva contra a população. No primeiro semestre de 2019, mais de 2.800 pessoas foram mortas por policiais – 120 a mais que no mesmo período de 2018. Já o número de policiais mortos em confronto caiu 55% – de janeiro a junho foram apenas 85 contra os milhares que foram assassinados pela instituição. O dado destrói a ideia de que haveria um confronto com policiais. Na realidade, ocorre no Brasil uma verdadeira chacina, onde aqueles que detêm o monopólio das armas impõe uma política genocida. Vale lembrar, inclusive, que estas 2.800 pessoas – ou, para ser mais preciso, 2.886 pessoas – mortas pela polícia no 1º semestre de 2019 são apenas as que são divulgadas pelos dados ofi-

ciais, o que é importante, pois é possível que a maioria dos assassinados pela polícia não sejam registrados nos dados. Se, por exemplo, morrer o mesmo tanto de gente no segundo semestre do ano quanto morreu no primeiro, serão mais de 5.600 mortos pelos dados oficiais. Sendo conservador, isto é, considerando que a maioria dos mortos estão registrados nos dados (o que é possível que não seja verdade), mas levando em conta que cerca de 20% (suposição) dos mortos não são registrados, chegamos a cerca de 7.000 pessoas assassinadas pela polícia. Uma estatística de guerra. Se utilizarmos o Rio de Janeiro como exemplo, onde claramente a burguesia está fazendo um experimento com as medidas de repressão, que teve início com a intervenção militar e se estendeu com a política genocida do governador Wilson Witzel, os dados são catastróficos. O Rio serve como aviso para o que ameaça o Brasil inteiro. Segundo os dados da própria burguesia, o número de mortes por policiais nos primeiros oito meses de 2019 é o maior de todos os tempos no

Rio de Janeiro. Entre janeiro e agosto de 2019, no estado do Rio de Janeiro, 1.249 casos de pessoas mortas pela polícia foram registradas (vale lembrar novamente, oficialmente). Ou seja, mais ou menos 157 pessoas, por mês, são assassinadas pela polícia no RJ. Desta forma, fica muito claro que os golpistas estão levando adiante uma

política genocida contra toda a população brasileira. A tendência é o aumento da repressão de forma exponencial. E as recentes ameaças da direita (Excludente de ilicitude, GLO’s, formação de um novo partido, etc.) comprovam isso. É por isso, também, que é preciso lutar pelo fim da Polícia Militar! Pela formação de milícias populares!

ALIANÇA PELO BRASIL

LIXO POLÍTICO GOLPISTA

Assinaturas digitais: o corrupto sistema eleitoral brasileiro

Marta Suplicy: a volta dos mortos vivos

Os tribunais de justiça são instrumentos da direita e da extremadireita golpistas. Os tribunais eleitorais brasileiros tendo à frente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), são verdadeiras sucursais dos interesses dos partidos burgueses no País. Em sua última cartada, o TSE agiu rápido, pois tratava-se de beneficiar o partido que o presidente da República quer criar. Em curtíssimo período de tempo, os ministros se entenderam e conformaram uma maioria para aprovar que a coleta de assinaturas de apoio ao partido pode ser feita por meio de assinaturas digitais. A fim de dar uma disfarçada, os ministros condicionaram o início do processo apenas após regulamentação pela justiça eleitoral. Em declaração ao sítio Uol, o “cioso” ministro Luís Roberto Barroso – aquele mesmo que também é ministro do STF e um dos principais patrocinadores de toda a bandalheira montada contra o ex-presidente Lula – afirmou que “É possível o uso de assinatura eletrônica (…) para apoiamento à criação de partido político, desde que haja prévia regulamentação pelo TSE e desenvolvimento de ferramenta tecnológica para aferir a autenticidade das assinaturas”. Esse não parece ser o pior dos mundos para o fascista Bolsonaro. Ao con-

trário da dificuldade que o TSE impõe à criação de novos partidos por diversos setores da população, valendo-se da campanha da imprensa golpista sobre a quantidade de partidos existentes, os custos para o erário, sobre a falta de representatividade, etc., etc., quando se trata de um partido da direita golpista, o TSE corre para facilitar os trâmites. O mesmo não se pode dizer dos partidos de esquerda. Ou melhor pode dizer sim, quando é para penalizar. O PCO, por exemplo, foi vítima de uma verdadeira cassação por parte dos tribunais de justiça nas eleições de 2018, sob o argumento de erro nas prestações de conta. O TSE chegou ao cúmulo de condenar o Partido por conta de centavos!!! Ao passo, que os “partidos da ordem” promovem todo tipo de maracutaia de milhões, bilhões, mas tudo fica dentro da “legalidade” da justiça.

Mais um elemento da direita golpista e traidora da esquerda que tenta se reciclar Setores da direita golpista, incluindo os próprios políticos do PSDB, que estiveram à frente do golpe de Estado, diante da crise do regime, procuram se reciclar. A técnica mais usada para essa reciclagem de lixo político é a aproximação com elementos da esquerda. Políticos da esquerda pequeno-burguesa são usados, assim, para tentar passar a ideia de que, embora o lixo político da direita não seja nada mais do que lixo, eles seriam pessoas mais “democráticas”, moderadas, civilizadas, diferentes dos bolsonaristas. Um dos que vêm tentando essa reciclagem é Marta Suplicy. Marta tem participado de reuniões com esquerdistas e “democratas”. Segundo reportagem da Revista Fórum do dia 3, “ela postou uma foto em seu Instagram junto com ex-governador Marcio França (PSB) e com o ex-candidato à presidência, Guilherme Boulos (PSOL). Ambos são de partidos próximos ao PT de Lula.” A revista ainda diz que Lula tem falado de Marta como uma boa prefeita de São Paulo. Marta Suplicy, dentro do PT, sempre representou uma ala direita, oportunista, ferozmente defensora de uma política conciliadora e de aliança com a direita. No momento mais crítico do golpe de Estado, quando Dilma Rousseff era

alvo de uma campanha de calúnias e mentiras, quando a pressão da burguesia atingiu seu auge contra o PT, Marta Suplicy foi uma das primeiras a pular fora do barco. Não que Marta simplesmente tenha saído do PT. A ex-prefeita ingressou no PMDB, partido de Michel Temer. Marta se aliou ao golpista que tomaria o poder de Dilma. Uma traição direta e explícita. Uma demonstração do oportunismos mais rasteiro. Marta tornou-se, então, uma das defensoras e apoiadoras da campanha de calunias golpista. Tal baixaria política foi a morte política de Marta Suplicy: traidora da esquerda e do PT, golpista, base do governo Temer. Agora, com a crise do golpe com a extrema-direita que toma conta do governo, Marta se torna uma “morta-viva” política que tenta se reciclar. Ela continuará morta politicamente, mas por ser uma pessoa viva, que anda por aí, tenta se fazer de política viva. Essa operação de trazer de volta os mortos só serve para enganar o eleitor, se é que realmente vai enganar. Passar uma maquiagem no defunto para tentar fazê-lo mais apresentável não vai esconder o cheiro podre que exala por todos os cantos.


4 | POLÍTICA

LIQUIDAÇÃO TOTAL

Bolsonaro entrega mais parques nacionais para seus amos capitalistas Bolsonaro assina decreto privatizando três unidades de conservação e a entrega de milhares de hectares para as grandes empresas capitalistas. Nesta terça-feira (03/12), o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro assinou decreto de privatização de unidades de conservação nas regiões Nordeste e Sul do país. O Decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União (DOU) e faz parte do Programa Nacional de Desestatização (PND). O decreto publicado inclui os parques nacionais dos Lençóis Maranhenses, no estado do Maranhão (Nordeste), de Jericoacoara, no Ceará (Nordeste), e do Iguaçu, no estado do Paraná (Sul). No total são mais de 350 mil hectares entregues as empresas de mão beijada. Essas três unidades de conservação estão entre as mais visitadas do país e somam por ano quase três milhões de pessoas. Parques Nacionais muito lucrativos e que estão sendo entregues com um valor irrisório. Ainda estão na lista de privatizações o Parque Nacional da Serra da Bodoquena (MS), Caparaó (MG), Chapada dos Guimarães (MT), Aparados da Serra (RS), Serra Geral (RS), Serra da Ca-

nastra (MG), e a Floresta Nacional de Canela (RS). Bolsonaro e a direita querem entregar todo o patrimônio ambiental brasileiro que é extremamente rico e que pode render muito dinheiro, além do turismo, para a indústria farmacêutica, mineral e industrial. São grandes áreas que ainda não foram estudadas de maneira adequada para avaliar esse enorme potencial. São áreas de grande valor de conservação ambiental e de grande beleza natural que serão entregues aos capitalistas que não estão interessados na conservação desses recursos, mas somente no lucro que esse patrimônio da população brasileira pode gerar. É importante lembrar que a burguesia tem um enorme interesse na entrega das unidades de conservação. O Governo Federal é responsável por 334 áreas protegidas equivalem a 9,1% do território nacional e a 24,4% da faixa marinha do País, ou seja, milhões de hectares e de interesse da especulação imobiliária.

É preciso barrar a liquidação do patrimônio ambiental brasileiro realizado pelo governo Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiental, o fascista Ricardo Salles, através da

derrota de seu governo nas ruas. Aguardar as eleições de 2022 para retirar Bolsonaro vai levar ao fim das unidades de conservação e toda as suas riquezas.

SEGUINDO A DIREITA

Depois de tirar a aposentadoria dos maranhenses, Dino privatiza o gás Na última terça-feira (3), a Assembleia Legislativa do Maranhão aprovou a proposta do governador Flávio Dino (PCdoB) para a privatização da Companhia Maranhense de Gás (Gasmar). A Assembleia Legislativa do Maranhão aprovou, na última terça-feira (3), o Projeto de Lei 594/2019, elaborado pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Com isso, as ações da Companhia Maranhense de Gás poderão ser vendidas pelo Estado – o que, na prática, implica na privatização do gás do Maranhão. A Gasmar A Gasmar foi fundada em 2001 com o objetivo de explorar, com exclusividade, os serviços de distribuição e comercialização de gás canalizado no Maranhão. Segundo o próprio sítio eletrônico da empresa, a Gasmar é a líder em movimentação de gás no setor termoelétrico nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. A Companhia Maranhense de Gás é considerada como uma empresa de economia mista, de modo que o Estado e a iniciativa privada têm participação em sua gestão. A Termogás S/A, pertencente ao grupo C.S. PARTICIPAÇÕES LTDA, detém 28% das ações ordinárias da Gasmar. Já a Gaspetro, que é subsidiária da Petrobras, detém 21% das ações. Até o momento, o Estado do Maranhão detém 51% da empresa, o que lhe dá a maioria das ações. No entanto. com a aprovação do PL 594/2019, toda a participação do Estado do Maranhão deverá passar para as mãos dos capitalistas.

Votação relâmpago O projeto de lei foi enviado por Flávio Dino à Assembleia Legislativa no dia 2 de dezembro – isto é, apenas um dia antes de ser aprovada. A votação que resultou na privatização do gás aconteceu, portanto, em uma “sessão relâmpago”, sem qualquer debate entre os deputados. A privatização do gás foi aprovada junto com a redução de ICMS sobre o gás liquefeito de petróleo (GLP) e do gás liquefeito derivado de gás natural (GLGNn e GLGNi) de 18% para 14% no estado, além da isenção de táxis e mototáxis de IPVA. Segundo especula a imprensa burguesa, essas outras medidas teriam sido o resultado de um acordo geral entre o governo do Maranhão e a burguesia para que a privatização fosse votada às pressas. Não é a primeira vez Essa não é a primeira vez que a Assembleia do Maranhão, em sintonia com o governador Flávio Dino, aprova, às pressas, uma medida para atacar duramente a população. Há menos de um mês, a Assembleia Legislativa, presidida pelo PCdoB, aprovaram, em menos de 24 horas, a reforma da Previdência do Estado do Maranhão. Tanto no caso da Previdência como no caso da privatização do gás, as medidas aprovadas pelos deputados ma-

ranhenses, comandados pelo governo Flávio Dino, são ataques profundos aos servidores e à população em geral. Não por acaso, tais medidas são uma amostra local do que o governo Bolsonaro está fazendo com o país inteiro. A reforma da Previdência maranhense é nada menos que uma cópia da reforma da Previdência do governo Bolsonaro – embora nem mesmo a direita tenha conseguido aprová-la com tanta celeridade. Já a privatização do gás vai no mesmo sentido que a privatização da Petrobras e de várias subsidiárias, que está sendo conduzida com bastante empenho pelo governo Bolsonaro. A política que o PCdoB vem levando no Maranhão demonstra, portanto, uma aproximação com a direita bolsonarista. Essa aproximação, por sua vez, é a política oposta que deve ser

levada pela esquerda. Em toda a América Latina, os trabalhadores estão nas ruas para exigir que governos direitistas como o de Lenín Moreno e o de Sebastián Piñera, que querem transformar os povos de seus países em um enorme tapete para o imperialismo, sejam transformados em pó. A política de conciliação com a direita – que, no fundo, é uma política de submissão à uma direita que se encontra desesperada diante da crise econômica internacional – é uma política de adaptação ao regime que leva, inevitavelmente, à derrota da luta popular. É preciso, portanto, abandonar as ilusões de firmar qualquer acordo com a burguesia e organizar um movimento que se choque com a corja golpista que quer pilhar o continente. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!


POLÍTICA E ATIVIDADES DO PCO | 5

NA RETA FINAL

Inscreva-se no site da 2ª Conferência Nacional Aberta A menos de 10 dias para a atividade política mais importante do fim de ano, acesse o site, tire suas dúvidas, não fique de fora A menos de 10 dias para a II Conferência Nacional Aberta, que ocorrerá nos dias 14 e 15 de dezembro em São Paulo, para organizar os próximos passos na luta contra o golpe no Brasil e na América latina. A forte tendência à mobilização na atual etapa da luta popular indica que a II Conferência assumirá um papel ainda mais importante do que a última, realizada em 2018. Sob as palavras de ordem de “Lula ou Nada” e “Eleição sem Lula é fraude”, a I deliberou a realização de um grande ato pela registro da candidatura de Lula em Brasília, como forma de denunciar a fraude que os golpistas preparavam na tentativa de cauterizar a ferida do golpe com uma saída institucional. A II ocorrerá num cenário muito pior para a burguesia e os golpistas, que sofrem com o governo de extrema direita improvisado pela fraude eleitoral, num cenário de destruição do centrão, polarização cada vez maior entre a população e os golpistas e com o levante popular contra o imperialismo na América latina. Principalmente após os últimos acontecimentos no Brasil e na América latina, que aprofundaram a crise do regime golpista e impulsionaram a força popular expressa em torno da figura de Lula, a II Conferência deve

na quadra do Sindicato dos Bancários, sendo necessário levar colchonetes, barraca, etc). Por que participar?

estar marcada no calendário de cada militante como um dia essencial para a organização da luta pela derrubada do governo golpista. Como participar? No site da II Conferência será possível fazer a inscrição e obter todos os detalhes do evento, como programação, alojamento, etc. Por enquanto é

possível se inscrever com os militantes do PCO e dos Comitês nos mutirões que ocorrem aos domingos nas feiras livres e as quartas-feiras nas universidades pelo País. Em breve estará disponível na página inicial deste Diário Causa Operária o banner que redirecionará para o site do evento. A inscrição custa R$ 50,00 e dará direito aos materiais e a alojamento (na última Conferência foi possível alojar-se

É a forma de impulsionar no Brasil a mobilização popular que ocorre neste momento no continente. Será uma forma de encerrar o ano preparando a luta para o próximo período, para que no ano que vem os trabalhadores brasileiros entrem em marcha num movimento de massas contra o governo golpista, o que possibilitaria a derrota do imperialismo na América latina. É a situação que todos os revolucionários esperam ter a sua disposição para intervirem de modo consciente, organizando os setores mais combativos da população. Tendo isso em mente, os Comitês de Luta realizarão plenárias abertas em todo o País, como preparação para a II Conferência, para agrupar todos os companheiros dispostos a avançar contra os golpistas, derrubar o governo Bolsonaro, anular todos os processos contra Lula e garantir novas eleições com Lula candidato. Portanto, procure o comitê mais próximo, acesse o site do evento, informe-se, organize os setores mais combativos e prepare as caravanas rumo a II Conferência Nacional Aberta.

ANÁLISE POLÍTICA SEMANAL

Não perca a Análise Política com Rui Pimenta, direto da sede da CUT-DF Análise Política, em Brasília-DF, estará debatendo as questões que marcaram a conjuntura política nacional e internacional na semana O Distrito Federal estará recebendo, no próximo dia 07, sábado, a visita do presidente nacional do Partido da Causa Operária, o companheiro Rui Costa Pimenta. O presidente do PCO vem realizando, nestes dois últimos meses do ano, uma série de palestras, debates e encontros com a militância não só do partido, mas também com o ativismo de esquerda do país, onde estão sendo discutidas as questões mais candentes e palpitantes da conjuntura nacional e internacional, assim como o desenvolvimento dos fatos que tem marcado a luta de classes no continente latino-americano. A principal atividade a ser realizada durante os dois dias de estada do companheiro em Brasília será a Análise Política da Semana, programa que não só vem despertando grande interesse por parte do ativismo militante do país, como vem sendo acompanhando por milhares de internautas de todo o país e do exterior, com uma audiência cada vez maior entre os que se interessam por conhecer e debater os fatos e acontecimentos que marcam a época atual, com uma abordagem sob o ponto de vista do marxismo e da luta de classes mundial.

O programa será transmitido ao vivo, direto da sede regional da Central Única dos Trabalhadores, CUT-DF, localizada no Setor de Diversões Sul, Edifício Venâncio V, sub-solo, a partir das 11h. O local é de fácil acesso e está situado na zona central da cidade, facilitando a ida de todos ao evento político mais importante da esquerda que estará acontecendo na cidade. Um grande trabalho de convocatória, agitação e propaganda está sendo levado adiante pelos militantes do partido no DF, que conta também com a divulgação entre os militantes dos Comitês de Luta contra o Golpe, objetivando fazer do programa de análise um momento especial no debate de ideias para a compreensão dos fenômenos políticos que marcam a conjuntura do país e do mundo, buscando extrair desse debate uma orientação para o encaminhamento da luta que se desenvolve no país contra o governo Bolsonaro, a extrema-direita, a burguesia e o imperialismo. Particularmente nesta semana foram vários os acontecimentos que estarão sendo analisados, com destaque para o massacre de nove jovens, em Paraisópolis, na cidade de São Paulo, onde a polícia assassina do governador

bolsonarista João Dória promoveu uma chacina, aterrorizando a população que se divertia em um baile. No plano internacional temos a continuidade das mobilizações em diversos países do continente latino, assim como a taxação de produtos brasileiros (aço e metal) pelo governo Trump, atacando mais uma vez a economia nacional. Todos esses assuntos e outros estarão sendo objeto da análise crítica e

aguda, por parte do companheiro Rui Costa Pimenta, que os faz sob um ponto de vista rigorosamente marxista, apontando também perspectivas de lutas para o enfrentamento da situação e seus desdobramento, sob o ponto de vista da defesa dos interesses dos trabalhadores, das massas explorada e da luta pela vitória da revolução socialista em nosso país, no continente e em todo o mundo.


6 | ATIVIDADES DO PCO

ADQUIRA TAMBÉM SUA RIFA!

Mais de 100 pessoas já compraram a rifa do quadro autografado por Lula Já viu que você pode concorrer a um quadro autografado por Lula, com o famoso desenho da campanha por sua liberdade? Confira aqui mais informações e saiba como participar também. De autoria do artista João Pinheiro, o famoso desenho de Lula, utilizado sobretudo na campanha do último ato nacional por sua liberdade, foi doado em sua versão original pelo criador ao PCO. Sendo assim, o partido resolveu levar ela até Lula, e agora, com a imagem autografada, lançamos uma rifa que valerá como prêmio este belo desenho emoldurado. O ganhador não ficará apenas com um belo desenho autografado por Lula, mas sim uma imagem que simboliza esta histórica campanha por sua liberdade. Estampada nas capas do Jornal Causa Operária, nas camisas do ato no aniversário de Lula e nos cartazes de divulgação. O autor, João Pinheiro, é um professor, autor de histórias em quadrinhos e artista visual, sendo conhecido também por realizar a biografia em quadrinhos da escritora Carolina de Jesus, que retrata uma mulher trabalhadora e favelada, uma das maiores escritoras operárias do Brasil. Além disso, graças a seu trabalho

envolvendo a escritora o mesmo fora premiado internacionalmente, assim como já foi um entrevistado em nosso programa de cultura, Uzwela, transmitido toda quinta-feira. Veja aqui a entrevista com João Pinheiro: João Pinheiro, fez a biografia em quadrinhos de Carolina de Jesus – Uzwela, conversa sobre cultura Para concorrer a obra original assinada pelo ex-presidente Lula é bem simples, basta acessar o site que estaremos disponibilizando no final desta matéria e seguir as instruções. A divulgação do vencedor ocorrerá no dia 26 de Janeiro de 2020, no término da Universidade de Férias organizada pelo Partido da Causa Operária. Com sua participação no valor simbólico de 20 reais, você estará concorrendo ao quadro como também estará dando uma importante contribuição financeira a luta contra o golpe, o Fora Bolsonaro e pela anulação de todos os processos contra Lula. Com este dinheiro impulsionaremos nacionalmente esta luta, que cada vez mais

se radicaliza por toda parte. Atualmente mais de 100 pessoas já compraram a rifa, demonstrando o alto grau de empolgação em relação a campanha pela Liberdade de Lula e anulação dos processos. Por isso, não

perca tempo e adquire já sua rifa nesta que é uma importante campanha para dar continuidade a luta contra o regime golpista. Adquira sua rifa aqui: http://bit.ly/ rifalulalivre

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CIDADES | 7

GOVERNO FASCISTA DE SÃO PAULO

Paraisópolis: como encobrir o genocídio O governador fascista João Doria (PSDB) disse que a responsabilidade do massacre não era da Polícia e agora quer afastar o ouvidor da PM que criticou a chacina Após o massacre de Paraisópolis, sob a cobertura do governador fascista João “Bolso”Doria (PSDB), o governo quer afastar o ouvidor da PM, Benedito Mariano, que criticou o massacre que resultou no assassinato de 9 jovens. O deputado golpista Carlão Pignatari (PSDB-SP), líder do governo na Assembleia Legislativa, chamou o ouvidor de “mau-caráter” e disse que ele deve sair do posto. Essa pressão direitista mostra o nível reacionário do governo de São Paulo, onde genocídios da população são permitidos, mas criticar o genocídio não. Mostra também que dentro das instituições tomadas por Doria e o bolsonarismo, tudo vai no sentido de encobrir os culpados pela chacina e protegê-los, como fez o governador ao vir a público dizer que a responsabilidade não era da Polícia. Após a ação da PM, os moradores de Paraisópolis fizeram uma manifestação com gritos de protesto como “Doria, a culpa é sua!”. O fascista Doria fez questão de fazer demagogia dizendo que “sente muito

pelas vítimas” e, poucas horas depois, já estava elogiando a PM de São Paulo, dizendo que é uma polícia “preparada, equipada e bem informada” e que faz o seu trabalho “com seriedade, com planejamento, com estruturação, com inteligência para permitir a ação preventiva do crime, com respeito aos policiais”. Com isso, fica claro que a PM está preparada, equipada e bem informada para reprimir a população e matar o povo pobre e trabalhador das favelas, sobretudo os jovens que não podem ter um momento de lazer sem serem encurralados pela polícia fascista. O governo bolsonarista de João Doria, como um resultado do golpe de Estado, foi eleito justamente para aplicar uma política de terror contra o povo. Ao ser eleito ano passado, declarou que pagaria “os melhores advogados” para defender policiais acusados de matarem suspeitos. Depois disse que, “a partir de 1º de janeiro” a PM do estado atiraria “para matar”. Finalmente, Doria, depois de dizer cinicamente que lamentava o ocorrido em Paraisópolis, declarou que não mudaria sua política

de “segurança pública” e elogiou a policial paulista. Ou seja, fica claro que, se depender de Doria, o massacre nas periferias vai continuar e, ao que os fatos mais recentes indicam, intensificar-se, em sintonia com a política de matança em massa do governo federal. Por isso, o massacre de nove jovens em Paraisópolis nas mãos da polícia

domingo (1º) colocam a necessidade de derrubar imediatamente os tucanos do governo de São Paulo. Nove jovens chacinados de uma única vez tornam a situação dramática, de modo que é preciso mobilizar-se imediatamente para impedir a continuidade do genocídio cotidiano contra os moradores das periferias da cidade.

COTIDIANO

Paraisópolis: “apuração rigorosa”: não pode criticar a PM Massacre ocorrido em Paraisópolis não ocorreram pela ação da PM, diz Doria. PMs envolvidos na chacina, não estão afastados, estão “preservados”, garante comando da PM. PM e já adiantou também não ter havido invasão ao baile funk. O máximo de concessão feita pelo governador, é que pode reavaliar e rever pontos específicos e penalizar quem cometeu erros, mas que o governo de São Paulo manterá a política de segurança pública atual. PMs teriam reagido a um ataque de dois criminosos que estariam em uma moto, atirando.

Paraisópolis: “apuração rigorosa”: não pode criticar a PM O governador do Estado de São Paulo, João Dória, poderia ao menos poupar o distinto leitor de tamanho cinismo. Para que serve “apuração rigorosa”, se, tanto o governador, como o comando da Polícia Militar já têm a conclusão do que, verdadeiramente ocorreu, na favela de Paraisópolis e de

quem é a responsabilidade pelo massacre de nove jovens na madrugada de domingo? Conclusão da “rigorosa apuração”, ainda a ser realizada, pelas mortes de nove jovens em Paraisópolis, zona sul da capital, o governador d João Doria (PSDB), já tem que as mortes não foram causadas pela ação da Polícia Militar. Em entrevista coletiva concedida na segunda-feira, o tucano disse que as mortes não foram provocadas pela

Na mesma linha do governador, PMs teriam atuado com “uso moderado da força” em Paraisópolis. Os PMs teriam reagido a um ataque de dois criminosos que estariam em uma moto, atirando. Assim se manifestou o comando da Polícia Militar. Embora o “uso moderado da força”, possa ter provocado o massacre de 9 jovens, na avaliação do governador Doria, isso poderia ter sido um mero erro. E por ter sido mero êrro, o governo pode reavaliar, e talvez punir, quem o cometeu o erro. Para que não haja qualquer dúvida da conclusão da “rigorosa apuração, governador, resoluto, definiu, o estado São Paulo “tem o melhor sistema de segurança preventiva”. Comando da Polícia Militar, realocou os PMs envolvidos em Paraisó-

polis, para “serviços administrativos”. Coronel Salles, afirmou PMs não estão afastados. Estão “preservados”. Frequentadores do Baile negam que tenha ocorrido tiroteio A população que reside em Paraisópolis afirmam que os policiais militares entraram na favela com o objetivo de fazer a dispersão em virtude do barulho, não porque havia criminosos fugindo em meio aos jovens e que houve tiroteio. Há inumeros vídeos publicados por moradores entregues à corregedoria mostram PMs encurralando e agredindo jovens numa viela estreita. e denuncias que a PM impediu moradores de prestar auxílio a pessoas que fugiam da violenta ação policial. A política de segurança pública do Estado de São Paulo não vai mudar Doria disse no Twitter que haveria “apuração rigorosa” do massacre em Paraisópolis, no entanto ele disse também que PMs devem ser “preservados”. Ou seja, na verdade não vai acontecer nada, e a polícia vai continuar agindo livremente para esmagar a população e sair matando todo o mundo.


8 | CIDADES E MORADIA E TERRA

UMA CAMPANHA DEMOCRÁTICA

Hoje, às 19h: ato no Masp pela dissolução da PM É preciso sair as ruas contra essa maquina de assassínio e tortura que oprime o povo

O massacre em Paraisópolis promovido pela Polícia Militar deixa, além da dor, da revolta e do ódio, dois ensinamentos. Primeiro que a burguesia golpista está organizada para promover o terror mais bárbaro contra a população pobre e trabalhadora, para se manterem no poder, e que a Polícia Militar é tão e somente um instrumen-

to chave a serviço desta política de terror. Em segundo lugar, a defesa que o Estado, dominado pelos golpistas da extrema-direita, fez da barbárie policial em Paraisópolis mostra muito claramente que qualquer via que não seja a rebelião das massas, sua mobilização revolucionária contra a tirania

e opressão que sofrem está fechada. Estas duas conclusões tornam-se cada vez mais conscientes para milhões de cidadãos brasileiros que veem suas condições de vida decair drasticamente ao mesmo tempo que aumenta vertiginosamente a repressão estatal. São dois elementos centrais do regime político que a burguesia golpista está edificando sob a liderança da extrema-direita bolsonarista, ou seja, a extrema exploração com a extrema repressão, quer dizer, um regime verdadeiramente tirânico contra a população. A polícia mostrou e dá mostras diárias de qual é o seu papel nesse regime semi-ditatorial dominado pelos golpistas: a repressão selvagem contra as massas trabalhadoras, pobres, negra do país para defender burguesia e seus aliados. A Polícia manifesta cada vez mais sua essência na medida em que se consolida o poder da extrema-direita bolsonarista. É preciso mobilizar-se contra essa máquina de guerra contra

o povo brasileiro que é a PM, e que se constitui como um dos pilares do poder da extrema-direita que oprime o povo e destrói a economia nacional. É preciso criar um amplo movimento democrático pela extinção da PM e em defesa dos direitos democráticos do povo pobre e trabalhador. Não pode haver democracia com a existência da PM e vise e versa. O primeiro passo no sentido de desenvolver essa campanha foi dado, hoje às 19 horas no Masp, na avenida Paulista em São Paulo, o Partido da Causa Operária e os Comitês de Luta contra o Golpe convocam o primeiro ato público pela dissolução da PM e contra o massacre da população pobre e, principalmente pela saída do governador fascista João Doria. É necessário levantar imediatamente essa bandeira e ampliar o debate em torno dela. Mais uma dezena de jovens pobres assassinados sumariamente pela polícia de João Dória. A PM tem que acabar! Dória tem que cair! Organizar o a periferia, os trabalhadores e o movimento popular pelo #ForaDória já! #DóriaAssassino Hoje, todos ao Masp!

À SERVIÇO DO LATIFÚNDIO

MAIS UM CRIME DOS CAPITALISTAS

Fogo em Alter do Chão tinha “policial por trás”, segundo áudio vazado

Auxílio para atingidos do desastre da Vale estão ameaçados

Áudio comprova a perseguição contra quatro brigadistas que foram presos acusados de terem iniciado os incêndios

Donos da empresa querem cortar os repasses para as vítimas de Brumadinho

Um áudio obtido pelo sítio Portal Brasil revela uma conversa entre o prefeito de Santarém (PA), Nélio Aguiar (DEM) e o governador do estado do Pará, Helder Barbalho (MDB), sobre o incêndio em Alter do Chão foi provocado por grileiros interessados em se apropriar das terras, no áudio o prefeito chega ainda a afirmar que os incêndios contaram com o apoio de policiais da região. A conversa entre o prefeito e o atual governador desmontam por completo o inquérito da Policia Civil do estado, o qual na última terça-feira, 26 de novembro, decretou a prisão de quatro brigadistas como sendo os responsáveis pelo fogo na área. Após uma campanha contra a prisão dos brigadistas, eles foram soltos na última quinta-feira, 28, por determinação da justiça. Todavia, os brigadistas estão impedidos de sair às ruas das 21 às 6 da manhã, foram obriga-

dos a entregarem os passaportes às justiça. além de não poderem deixar a cidade sem autorização. Uma linha de investigação do Ministério Público Federal aponta que a área onde começaram os focos de incêndio teria sido invadida por um grileiro, Silas da Silva Soares, o mesmo se encontra foragido da justiça. As novas revelações envolvendo o incêndio em Alto do Chão demonstra a perseguição por parte da justiça golpistas, à mando de fazendeiros e empresários da região contra os brigadistas. Perseguição esta que contou e conta com o apoio da própria polícia militar. Trata-se da política imposta pelo atual governo golpista de Jair Bolsonaro de atender aos interesses de ruralistas e latifundiários por meio da mais completa destruição do patrimônio natural do país, além da perseguição à ativistas , indígenas e sem-terras.

Os auxílios financeiros pagos pela mineradora Vale aos atingidos pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG) estão comprometidos. O acordo que estabeleceu o repasse tem a duração de um ano, ele se encerra dia 25 de janeiro de 2020, não há qualquer definição sobre a continuidade dos repasses e as vítimas convivem com a incerteza. O dinheiro pago às vítimas é irrisório frente a destruição e as mortes causadas. Ao todo foram 200 mortos e 93 desaparecidos, além da destruição de inúmeras casas e da destruição ambiental, um verdadeiro massacre. Os valores pagos pela empresa correspondem a um salário mínimo por adulto, metade para

os adolescentes e um quarto para as crianças. Responsável pelo pagamento das indenizações está a Fundação Renova, a mesma que administra os pagamentos para as vítimas de Mariana. Trata-se de uma Fundação de fachada, controlada pelos donos da empresa. Ou seja, são os próprios capitalistas criminosos, responsáveis pelas mortes e pelo desastre, que determinam quem deve ou não receber os repasses. O cancelamento dos pagamentos é mais uma ação criminosa dos donos da empresa. É preciso mobilizar a população pela continuidade dos repasses para todas vítimas, além da luta pela estatização da empresa sob controle dos trabalhadores.


POLÊMICA | 9

POLÊMICA

Armamento do povo é a sobrevivência das massas diante do imperialismo Sem armas e apenas com a política de crença no parlamentarismo burguês, as massas são jogadas à derrota O sítio na internet, Cuba Informacion, publicou um artigo assinado pelo cientista político Bruno Guigue, escrito para a RT França, intitulado “Um povo desarmado sempre será derrotado“. O artigo, muito interessante, destoa da política geral da esquerda burguesa e pequeno-burguesa mundial que prega o desarmamento do povo e uma política “parlamentar-democrática”. Ambas políticas demonstram uma completa adaptação a uma ideologia burguesa. Sobre a derrota do MAS de Evo Morales e o golpe de Estado no Bolívia, o autor afirma que “essa hu-

milhação do poder legítimo pelas bandos sediciosos só foi possível porque [o povo] estava desarmado”. Corretamente, o artigo levanta que as revoluções vitoriosas, todas, só foram possíveis porque o povo estava armado. Mais à frente, o autor complementa a ideia afirmando que o “processo eleitoral é um dos instrumentos da conquista do poder, mas não é o único. E o armamento das classes populares, para um movimento verdadeiramente progressista, não é uma opção entre outras, é uma condição de sobrevivência”. De

fato, sem o apoio das massas armadas, preparadas para a autodefesa contra a direita e as investidas imperialistas contra o País, a reação a um golpe de Estado se torna muito limitada. O caso da Venezuela, também citado pelo autor, mostra esse problemas bem claramente se comparado ao comportamento da esquerda burguesa nos outros países, como foi o caso da Bolívia. A chamada Revolução Bolivariana é “apoiada por uma milícia popular de um milhão de membros, esta força armada educada com valores progressistas protege a República”.

A posição do texto, cujo link deixamos aqui, é muito importante como oposição ao pensamento dominante nos meios da esquerda. Como dissemos acima, a esquerda pequeno-burguesa internacionalmente adotou a ideologia e o programa do imperialismo do desarmamento, justamente pelos motivos citados aqui. O imperialismo não quer resistência a suas ofensivas, não quer o povo armado. Por isso, a propaganda imperialista atinge com força setores da esquerda pequeno-burguesa que querem que o povo apanhe calado, sem reação.

Foi assim, é assim, será sempre assim

gosta de funk, mas sim para reprimir o povo que vive nela. Nesse sentido, a única política que pode ser apontada pela esquerda e pelos setores democráticos é exigir a dissolução da PM. É preciso pôr fim a essa verdadeira máquina criada para matar e reprimir os trabalhadores.

PSOL

Paraisópolis: a farsa da contestação Diante do massacre de Paraisópolis provocado pela Polícia Militar, o Partido Socialismo e Solidariedade (PSOL) solicitou a criação de uma “comissão externa”. A cada quinze dias, ou, no máximo, a cada mês, os jornais de todo o país se ocupam retratando uma grande tragédia nacional – os incêndios na região amazônica, o deslizamento da barreira de Brumadinho, a morte dos jovens do Centro de Treinamento do Flamengo e o assassinato de crianças pela ação da PM, como a carioca Ágatha Félix, são apenas alguns exemplos. No último domingo (1), a favela Paraisópolis foi mais testemunha de mais um desses acontecimentos – dessa vez, nove pessoas foram pisoteadas por causa de um tumulto provocado pela Polícia Militar (PM). Todos os casos citados apresentam a mesma origem: o descaso e a sabotagem deliberada do governo Bolsonaro e de seus aliados espalhados pelo Brasil. Por mais que isso se torne cada vez mais evidente, a bancada do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) na Câmara dos Deputados decidiu solicitar a criação de uma comissão externa para acompanhar as investigações sobre a ação da Polícia Militar no dia em que aconteceu a chacina. Tal atitude, conforme analisaremos neste artigo, vai de encontro ao programa que a esquerda deve adotar na atual etapa: ao invés de recorrer às instituições que sustentam o regime político, é necessário organizar um movimento para pôr abaixo toda a máquina de destruição montada pela direita. Maia, uma piada de péssimo gosto Sempre que algum parlamentar ou alguma organização de esquerda afirmam que vão recorrer à Câmara dos Deputados, é preciso lembrar que tal instituição é repleta de vigaristas de quinta categoria, diretamente chantageados e/ou corrompidos pela classe dominante. A esmagadora maioria dos deputados federais apoiaram a derrubada da presidenta Dilma Rousseff no golpe de Estado de 2016 e, hoje, dá

sustentação ao governo Bolsonaro. Como não poderia deixar de ser, a Presidência da Câmara dos Deputados, bem como a do Senado Federal, é ocupada por um golpista, um profissional da política que foi escolhido pela burguesia para garantir que seus interesses sejam atendidos: Rodrigo Maia (DEM-RJ). Maia tem ocupado um papel cada vez mais decisivo no regime político, uma vez que a crise do governo Bolsonaro obriga a burguesia a ter alguém que seja capaz de mediar as diferentes disputas que surgem no interior do próprio bloco golpista. Sem os esforços do presidente da Câmara, dificilmente Bolsonaro teria sido capaz de aprovar a reforma da Previdência. A comissão externa proposta pelo PSOL terá seu destino selado, portanto, pelo vigarista profissional Rodrigo Maia e pela corja de golpistas da Câmara dos Deputados, conforme o próprio sítio eletrônico da sigla expõe: Segundo regimento da Câmara dos Deputados, a comissão externa pode ser aprovada por ofício e instituída pelo presidente Rodrigo Maia, com custos a cargo dos mandatos dos deputados, ou ser votada em plenário – nesse caso, com ônus financeiro para a Casa. Uma rápida olhada no histórico da Câmara dos Deputados sob o comando de Rodrigo Maia é mais do que suficiente para afirmar, tranquilamente, que não há qualquer possibilidade de a comissão externa do PSOL ser tratada seriamente pela casa legislativa. Se, surpreendentemente, essa comissão for criada, o será apenas para atender interesses específicos da burguesia. Afinal, não será o PSOL, nem o movimento negro, nem qualquer outra organização popular que irá controlar a comissão, mas sim os mesmos golpistas que aprovaram a reforma trabalhista, a PEC do Teto, inúmeras privatizações, a entrega da base de Alcântara para o imperialismo norte-americano etc.

Supondo que, apesar de todas as considerações que fizemos acerca da inocuidade de solicitar a criação de uma comissão externa, o PSOL conseguisse apontar as falhas na ação policial do dia 1 de dezembro, ainda ficaria a pergunta: e todas as outras ações da polícia? O massacre de Paraisópolis, embora terrível, é apenas um episódio da guerra diária e covarde que a PM trava contra toda a população. Apenas no Rio de Janeiro, mais de 1.600 pessoas foram assassinadas pela Polícia Militar nos últimos 11 meses – além das mortes que não foram registradas pelas estatísticas oficiais. E não é só no Rio de Janeiro ou em São Paulo: em Manaus, capital do Amazonas, a PM matou 17 pessoas em uma única madrugada do mês de outubro. De acordo com o próprio requerimento formulado pelos deputados do PSOL, a própria sigla se mostra como incapaz de compreender o que de fato é a Polícia Militar: Não podemos permitir que perseguições sofridas por ritmos e manifestações surgidas dentro da comunidade negra, como o samba, a capoeira e o rap voltem a ocorrer no país. Falar que as perseguições não podem voltar a ocorrer no país é uma demonstração de que os parlamentares do PSOL estão muito distantes da realidade. A PM vem atacando o povo pobre e negro do país há muito tempo – basicamente, desde sua criação. A ascensão da extrema-direita apenas aumentou a intensidade com que a PM está causando chacinas, mas seus agentes sempre foram treinados para atacar a população. Tanto é assim que as manifestações de 2013 foram catapultadas justamente pela revolta do povo contra a PM. Por sua vez, chamar a atenção de que a polícia estaria reprimindo os ritmos e manifestações é, no mínimo, confuso. A PM é o braço armado do Estado, que, por estar sob o controle da burguesia, precisa atacar duramente a população para impedir que se manifeste ou se revolte. A PM não invadiu a favela de Paraisópolis porque não

Muita enrolação, muitos mortos e… alguns votos Conforme demostrado neste artigo, solicitar a criação de uma comissão externa não trará nenhuma mudança real para os trabalhadores. No entanto, a permanência de Jair Bolsonaro como presidente do país, a permanência de João Doria no governo de São Paulo, de Wilson Witzel no governo do Rio de Janeiro e de outros tantos assassinos e capachos do imperialismo no regime político causará um enorme estrago. Portanto, na medida em que o PSOL anuncia que quer criar uma comissão externa, mas não procura organizar suas bases para lutar pelo “Fora Bolsonaro”, pelo “Fora Doria” e pela derrubada de todos os golpistas, está fazendo nada menos do que colaborando com a direita para que permaneça no poder. Contestar na Câmara dos Deputados uma ação específica da PM-SP é, portanto, uma farsa. Trata-se de uma adaptação ao regime político e uma política que leva à sustentação de um governo de extrema-direita – isto é, uma política oportunista, que só pode ser justificada pelo interesse em levara diante uma política eleitoral. Para ganhar alguns votos, o anúncio de que os deputados do PSOL tentaram formar uma comissão externa poderá até surtir algum efeito. No entanto, para o desenvolvimento da luta de classes, esse tipo de posicionamento só colabora para que a direita avance no regime político, uma vez que o parlamento é todo controlado pela direita. No fim das contas, até mesmo a ocorrência de eleições deve ser contestada: assim como na Bolívia, a burguesia está disposta a qualquer coisa para permanecer no poder, inclusive passar por cima das urnas.


10 | MOVIMENTO OPERÁRIO

PRIVATIZAÇÃO DO BB

Ministro golpista Paulo Guedes quer privatizar o Banco do Brasil Preparar a mobilização dos trabalhadores contra a privatização Mais uma declaração do tresloucado Ministro da Economia, Paulo Guedes, de privatização para mais uma empresa estatal, o Banco do Brasil, é um alerta para as organizações dos trabalhadores em mobilizar a categoria e a população em geral na defesa do patrimônio do povo brasileiro. No começo desta semana o “chicagoboy” e Ministro da Economia, Paulo Guedes, (é sempre bom reforçar que o neoliberal, Guedes, é um representante direto dos banqueiros privados, envolvidos até a medula no processo de golpe de estado no país) em entrevista ao jornal o Globo disse que está preparando o Banco do Brasil para iniciar um processo que pode levar à sua privatização. Mas, na mesma matéria do periódico golpista, se noticia que em “nota, o Ministério da Economia informou que o governo Bolsonaro ‘não pretende privatizar o Banco do Brasil, Caixa e Petrobras’”. A política de morde e assopra é um método já tradicional entre a burgue-

sia, uma necessidade, ainda mais nesta etapa de crise econômica gigantesca onde as massas estão se levantando, em praticamente em toda a América Latina em verdadeiras explosões revolucionárias contra os governos de extrema-direita. O fato é que, no Banco do Brasil, o processo de privatização já está caminhando a largos passos. Recentemente o BB soltou um comunicado ao mercado informando a “aprovação” da reforma do estatuto do plano de saúdes dos seus funcionários, uma satisfação aos seus investidores em relação à diminuição de despesa na sua contabilidade. A política de reestruturação, em que passa a empresa, demitiu dezenas de milhares de trabalhadores, arrocha salários, fechamento de centenas de agências em todo o país, descomissionamento em massa, aumento da terceirização, elimina direitos, etc., são evidências claras que o governo golpista e ilegítimo, Bolsonaro, prepara o banco para a sua privatização já para breve.

Nesse sentido é necessária uma política de enfrentamento e combate contra a ofensiva reacionária do governo golpista de terra assada para os trabalhadores e toda a população em benefício a meia dúzia de capitalistas e banqueiros nacionais e internacionais.

É preciso organizar uma ampla campanha em defesa das empresas estatais, nenhuma privatização, cancelamento das já realizadas, controle dos trabalhadores sobre as empresas estatais, pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, Eleições Gerais já.

CAMPANHA SALARIAL DOS FRIOS

GOLPISTAS ATACAM TRABALHADOR

Em reunião, patrões dos frios oferecem mixaria, mobilizar para a greve

Desemprego no Brasil é recorde histórico: 12,4 milhões

No dia 04 de dezembro, os trabalhadores tiveram reunião com os patrões dos frios, a proposta oferecida foi da manipulada inflação de 2,55%, a resposta é mobilizar para a greve

As condições de emprego se tornam cada vez mais sucateadas, jogando metade da população no desemprego

Na última quarta-feira (04) em reunião com os patrões dos frigoríficos não ofereceram nada, além da famigerada inflação de 2,55%, manipulada do governo golpista de Jair Bolsonaro. Apesar da data base da categoria ser primeiro de novembro, somente mais de um mês depois é que foi marcada a primeira reunião, ou seja, não há nenhum esforço para discutir a convenção coletiva dos trabalhadores nas indústrias de carne, derivados e do frio no estado de São Paulo, mesmo com os vultosos lucros auferidos aos patrões do setor.

Os patrões que aumentam os preços de seus produtos quanto e quando querem, a exemplo dos meses de outubro e novembro de 2019, ultrapassando em 50% e, em determinados produtos em até 80%, enquanto os trabalhadores só podem ter seus salários reajustados uma única vez. A choradeira desses patrões é tanta, parece que os trabalhadores, que os enriquecem a cada dia que passa, com sua força trabalho, não precisam se alimentar, se vestir, etc. Os trabalhadores exigem salário mínimo de R$ 4.500,00; Reposição de todas as perdas salariais, o que corresponde a 35%; Cesta básica de 45 kgs; Convênio médico gratuito para o trabalhador e toda a sua família; Fora Doria, fora Bolsonaro e todos os golpistas; Mobilizar os trabalhadores para a greve Na próxima sexta-feira (06) haverá assembleia dos trabalhadores nas indústrias de Carne, derivados e do frio no estado de São Paulo, para discutir a proposta dos patrões e, desde já se mobilizarem na organização da greve, porque os trabalhadores não querem esmolas e os patrões têm muito dinheiro, dinheiro esse, resultado do suor de seus funcionários.

O desemprego no Brasil atinge taxas alarmantes. São, atualmente, 12,4 milhões de desempregados, segundo os números do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Houve um leve recuo, de 0,2% em relação ao trimestre anterior, que na verdade não pode ser comemorado. Os últimos dados disponíveis sobre as condições de trabalho mostram que o “custo unitário do trabalho” caiu 16% em 2018, ou seja, os patrões estão gastando um sexto a menos com cada trabalhador. Em síntese, enquanto o desemprego fica na casa dos 12%, com leves oscilações, as relações de trabalho se tornam cada vez mais desfavoráveis para o empregado. Além disso, um outro contingente de tamanho parecido, 11,9 milhões, são empregados do setor privado sem carteira assinada. São 280 mil pessoas a mais, trabalhando sem direitos, do que no ano passado. E também subiu para 24,4 milhões (1 milhão a mais do que em 2018) o número de trabalhadores por conta própria, ou seja, que se encontram à beira do desemprego, fazendo bicos, em serviços inconstantes. O número de “desalentados”, ou seja, que desistiram de procurar emprego, permaneceu estatisticamente estável, em cerca de 4,6 milhões de pessoas.

O que realmente não subiu foram os trabalhadores com carteira assinada, permanecendo na casa dos 33,2 milhões, mostrando que, embora o contingente populacional aumente, os empresários não estão nem um pouco interessados em contratar empregados numa situação de maior estabilidade e garantias dignas. Somando-se desempregados, desalentados, trabalhadores por conta própria e sem carteira assinada, tem-se um contingente de cerca de 53 milhões de pessoas – mais da metade da população economicamente ativa. Some-se a este número milhões de crianças e adolescentes, abaixo de 18 anos, que não são considerados desempregados mas dependem e sofrem com a situação destes trabalhadores. Trata-se de uma população em situação bastante precária, potencialmente explosiva. E não há perspectivas de melhora no atual regime golpista, bolsonarista e neoliberal.


CULTURA E NEGROS | 11

CENSURA

“Vandalismo oficial”: ANCINE retira cartazes do cinema nacional Direita golpista é abertamente contra a cultura A Agência Nacional do Cinema (Ancine), controlada pela extrema-direita bolsonarista, decidiu por retirar mais de cem quadros e cartazes de filmes nacionais de sua sede na cidade do Rio de Janeiro. Os quadros e cartazes foram levados para um depósito no centro da capital carioca. Além dos quadros e cartazes, uma televisão de 50 polegadas que fazia propaganda dos filmes nacionais na entrada do edifício principal da agência foi desligada. A retirada de quadros e cartazes de filmes nacionais da sede da Ancine expressa o absurdo da política da extrema-direita bolsonarista, que é declaradamente inimiga da cultura,, da intelectualidade, da crítica e de toda manifestação artística. A Ancine, que foi concebida como um instrumento para fomentar a produção audiovi-

sual nacional, tem sido usada por Jair Bolsonaro para censurar e impedir a manifestação artística. O caso mais recente foi a censura do filme Marighella, onde a Ancine colocou uma série de impedimentos burocráticos para seu lançamento no país. O fato causou um movimento de protesto dos artistas nas redes sociais, que começaram a publicar os cartazes de filmes brasileiros em que atuaram. A direita bolsonarista demonstra especial hostilidade para com os filmes brasileiros. O governo Jair Bolsonaro demonstra ser, em todos os âmbitos e também na cultura, um capacho do imperialismo e, em especial, dos Estados Unidos da América e um agente destes na América do Sul. A tentativa de censurar e perseguir os artistas nacionais é expressão disso.

REPRESSÃO POLÍTICA

Ditadura e censura! músico é preso por criticar PM e Bolsonaro Fábio Pagotto estava tocando em um bar quando foi surpreendido por policiais que exigiram que ele e a banda parassem de tocar O músico Fábio Pagotto foi preso durante um de seus shows por estar usando um adesivo pedindo o fora Bolsonaro. Leia o relato: Meus amigos. Fui preso agora à tarde pelo delito de tocar música que ofendeu a bolsonaristas. Um adesivo fora bolsonaro foi o suficiente para provocar a fúria de uma bolsonarista – ela chamou a polícia militar. A polícia militar ordenou que parássemos de tocar. Estávamos tocan-

do “Isn’t she lovely” do Stevie Wonder quando os policiais desligaram os equipamentos. Toco com os olhos fechados e quando abri os olhos um meganha estava na minha frente. Houve uma discussão política – os policiais militares odeiam música e liberdade – e os chamei do que são. Bolsonaristas. Admitiram. Recebi ameaças físicas, gravei com o celular. Me disseram que seria levado à de-

legacia para responder por desacato. Nunca desacatei nada, a não ser a imposição de um padrão de comportamento absolutamente careta e reacionário. Me recusei a parar de tocar. Ainda mais Stevie Wonder. Um deles me ameaçou de me bater. Várias vezes. Chamei-o rato de farda. Fui algemado e levado ao 14 DP – fiz live – lá tive meu celular tomado. Apagaram as gravações que continham as ameaças,

e todas as fotos.de infância do meu filho. Não baixei a cabeça, irmãos e irmãs. Não baixei a cabeça. É importante ressaltar que isso é um caso de censura imposta pela direita. Não poder falar ou se expressar é a demonstração de que estamos vivendo uma ditadura. A polícia cumpre o seu papel de aparato repressivo do estado, limitando a liberdade de expressão a força, prendendo arbitrariamente.

AFIRMAÇÃO DO TERROR

Paraisópolis: no que depender da direita, policiais não serão punidos O que interessa ao povo não é mera punição dos policiais, mas a extinção da Polícia Os policiais militares que promoveram aterrador massacre na favela de Paraisópolis (SP), na madrugada do último domingo (02), que resultou no assassinato de nove jovens trabalhadores, em dezenas de feridos e até mesmo uma jovem abusada sexualmente, serão preservados pela instituição. O porta-voz da Polícia militar, tenente-coronel Emerson Massafera, afirmou pronunciamento: “os PMs não serão afastados, mas sim preservados dentro do batalhão neste momento. Não há, até agora, nenhuma evidência de erro por parte dos policiais”. O comandante geral da PM-SP, coronel Salles, também se manifestou a esse respeito: “Os policiais não estão afastados. Estão preservados. Temos que concluir o inquérito. Não haverá como condená-los antes do devido processo legal. Seguirão em serviços

administrativos, no horário deles, fazendo outras coisas”. Essas declarações vieram no bojo do pedido da ouvidoria da Polícia Militar para afastar os policiais que promoveram o massacre, o que fica a cargo, evidentemente, do Comando da PM, que não acatou. O próprio governador do Estado, o fascista João Doria, já havia defendido a ação da PM e informado que a política de “segurança Pública” não irá mudar, ainda que, com lágrimas de crocodilo, tenha lamentado as mortes. Toda essa encenação das instituições, desde a o pedido de investigação, afastamento, punição etc., assim como a torpe tentativa do Estado e dos monopólios de comunicação de justificar o massacre culpando os jovem que foram vítimas, tem um sentido puramente ideológico, ou seja, uma tentativa de remendar

a máscara ideológica já profundamente deteriorada que encobre a face horrenda desta instituições. Como se fosse para dar a entender que trata-se de maus elementos dentro da corporação que serão punidos exemplarmente. Diante da crise geral do regime e do recrudescimento da repressão, esse expediente tornou-se inviável, nem as massas creem, pois toda gente já é capaz de ver parcial ou integralmente através do véu ideológico, institucional etc., que protege essa corporação, assim como a extrema-direita abertamente fascista que foi alçada ao primeiro plano da política nacional pelo golpe de Estado resiste a qualquer expediente que ataque os seus. A comoção e o ódio despertado na população pela selvageria da PM em outros momentos seria dispersado pela punição, farsesca dos assassinos,

hoje nem a punição farsesca é possível, o que mostra o grau de tensão social. Da parte da direita é o método tradicional de terrorismo contra a população para amedrontá-la e sinalizar o que acontecerá com que se insurgir, da parte da esquerda essa política da direita tira todas as iniciativas conciliatórias deixando somente a mobilização revolucionária como alternativa. Da parte da esquerda democrática e da revolucionária, criar um movimento para pedir apenas a punição dos assassinos é diversionismo, trata-se de criar um movimento unitário que mostre as massas populares que a polícia é uma tropa de assassinos profissionais contratados e organizados pela exercer um controle tirânico; ditatorial; terrorista contra o povo e em defesa da burguesia; e por ser um instrumento de terror e tirania contra as massas deve ser extinta.


12 | JUVENTUDE

AVANÇO DO ENSINO PRIVADO

Aumenta o número das universidades estrangeiras no Brasil O desmantelamento do ensino público superior aliado à entrada de universidades estrangeiras no Brasil representa um profundo ataque à soberania nacional Seguindo a cartilha do imperialismo, o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro (PSL) abre as portas para universidades estrangeiras se instalarem em território nacional. Essa situação se dá, não obstante, ao mesmo tempo em que o ensino público superior é desmantelado. Não há dúvidas quanto a intenção do governo em entregar o ensino público superior inteiramente aos imperialistas fabricantes de diploma às custas do endividamento do povo brasileiro. Nesta terça-feira (3), Gregory Adams Halle, presidente da Broward University, reuniu-se com o vice-governador Paco Britto (Avante), no Palácio do Buriti para discutir a ampliação do sistema americano, no Brasil. O modelo, atualmente, conta apenas com um campus em Belo Horizonte (MG). Já David Moore, diretor-executivo da Broward University, ratificou o interesse em Brasília. “Vamos abrir mais um campus no Brasil e estamos

estudando o mercado para começar o projeto. Brasília reúne as condições necessárias para isso”, concluiu. Ademais, Moore explicou que o curso possibilita dois anos de base, facilitando, inclusive, a utilização em qualquer curso superior nos Estados Unidos. Assim, com apenas mais dois anos, já é possível ter o grau de Bacharel. Neste mesmo encontro participaram, também, o assessor jurídico, Joel Gomes Filho, e o professor de Filosofia, Pedro Oliveira. Vale destacar que a Broward University é a pioneira no projeto norte-americano, sendo, portanto, a primeira universidade americana no território brasileiro. A instituição opera no sistema AA, desenvolvido especificamente para o Brasil. São ministradas aulas presenciais, em inglês, como se essas fossem aplicadas nos Estados Unidos, sendo o material didático e o conteúdo programático os mesmos utilizados no sistema americano.

No tocante ao caráter golpista e entreguista do governo Bolsonaro, é natural que a educação pública seja atacada e destruída para dar lugar às fábricas de diploma dos EUA. Para um país economicamente atrasado, como é o caso do Brasil, as universidades públicas representam, sobremaneira,

um elemento de defesa da soberania nacional, dificultando, em todo caso, a construção de um projeto imperialista. Nesse sentido, o avanço das universidades estrangeiras no Brasil, não é mera expansão da iniciativa privada, mas, sobretudo, – um ataque à soberania nacional.

DIREITA ANTI-CULTURA

PARA ESCONDER SUA BIOGRAFIA

Jornada Nacional da Literatura é cancelada por falta de recursos

Weintraub usou técnicos do MEC para apagar seu verbete na Wikipédia

A política da extrema-direita bolsonarista, de ataque às universidades públicas, deve ser combatida por meio de mobilizações de rua pelo Fora Bolsonaro

A Universidade de Passo Fundo (UPF) cancelou a realização da 17ª Jornada Nacional de Literatura e a 9ª Jornadinha Nacional de Literatura, que estavam programadas para ocorrer em em março de 2020. Os dois eventos, que tinham sido adiados em julho, foram cancelados por falta de recursos financeiros. As duas Jornadas são importantes eventos na divulgação da produção literária, na difusão da cultura e para a formação de leitores. A UPF afirma seu compromisso na formação de leitores no Brasil, uma prática urgente para elevar o nível cultural da população e estimular a leitura e a reflexão, tudo o que a extrema-direita bolsonarista

abomina e procurar combater com censuras, ameaças e intimidações. A política da extrema-direita bolsonarista, de ataque às universidades públicas e contra a cultura nacional, que se materializou nos cortes de recursos para a todos os níveis de ensino, mas que assumiu destaque no bloqueio de recursos das universidades, significa uma tentativa de destruir a educação pública e a cultura no país. Os cortes na educação em geral significam um ataque, em especial, à juventude. As organizações de professores e estudantes devem reagir contra os ataques dos bolsonaristas e convocar mobilizações de rua pelo Fora Bolsonaro.

A tentativa de Abraham Weintraub de alterar o conteúdo relativo à seu nome na Wikipedia, veio à tona recentemente através de questionamento de deputado do PSOL quanto ao uso da máquina pública com objetivos pessoais. Há algum tempo o ministro da educação tenta alterar o conteúdo da enciclopédia livre, que é feita de forma colaborativa por centenas de editores. A questão iniciou com a discordância do ministro com a biografia ali traçada, que além de citar os cortes de verbas na educação os quais tiveram como consequência uma série de protestos pelo país afora, destaca fatos da vida pessoal de Weintraub, como a tentativa fracassada de interditar seu pai na justiça em 2011, o psiquiatra Mauro Weitraub, que na década de 80 foi perseguido pela ditadura por defender descriminalização da maconha em livro seu publicado. Em junho, o ministro da educação solicitou que a Wikipédia que apagasse seu verbete na plataforma, alegando que as informações ali contidas seriam incorretas e tendenciosas. É preciso destacar que os fatos ali informados são todos de domínio público, comprovados documentalmente e muito importantes para se entender a composição do governo bolsonarista. A própria questão do corte de verbas com a qual o ministro tenta confundir a população usando a expressão “contingenciamento” demonstra o objetivo de desmonte do sistema pú-

blico educacional para favorecer a iniciativa privada e desvio legal de verbas públicas para o pagamento da dívida com bancos. Pelo fato de Weintraub ser uma figura pública, a página eletrônica tem sua edição bloqueada para usuários comuns, assegurando assim que não seja usada com fins outros que não o de informar. A edição também só pode ser feita através de comprovação documental daquilo que é editado. Após mobilizar seus subordinados no MEC para modificar o conteúdo, o que por si só constitui-se um ato reprovável até pelos direitistas defensores da moral e bons costumes em seus discursos moralistas e acusatórios para com os demais. Não conseguindo o intento por falta de comprovação, ameaçou processar a Wikpédia, demonstrando assim mais uma vez o caráter censurador da informação característico de todos os membros do governo golpista. Tão grave quanto a tentativa impedir o acesso à informação livre, é o fato de o ministro ter usado o corpo técnico do MEC para a edição da plataforma, como também do corpo jurídico para intimidar com ameaça de processo a Wikipédia, num claro e admitido uso da máquina pública para fins pessoais, discurso este explorado para acusar os governos de esquerda como também para seduzir o eleitor que de boa fé acreditou no canto da sereia dos bolsonaristas como representantes da retomada da ética na política.


MULHERES, INTERNACIONAL E ESPORTES| 13

DIREITA AVANÇA

América Latina teve ao menos 3,5 mil assassinato de mulheres em 2018 América Latina teve ao menos 3,5 mil assassinatos contra mulheres em 2018, é preciso derrotar a direita e os golpistas América Latina é palco de uma estatística criminosa, violenta e reacionária contra mulheres. Em 25 países da América Latina, com destaque para a Bolívia e quatro países do centro americano, pelo menos 3.529 mulheres foram assassinadas por motivo de gênero. Foram levantadas pela CEPAL (Conselho Econômico para América Latina) que os países mais destacados na taxa do chamado feminicídio é El Salvador (6,8 cada 100 mulheres), Honduras (5,1 cada 100 mulheres) e Guatemala com 2,0, a República Dominicana (1,9), Bolívia (2,3 para 100 mulheres), Trinidade de Tobago 3,4 mortes para 100 mulheres e Brasil com registro de 1.206 casos de assassinato. Mulheres são assassinadas pelo simples fato de serem mulheres. O domínio da sociedade por homens se vê ameaçado pela mínima possibilidade de ascensão da mulher, fora da ação doméstica. Essa situação é

derivada do avanço político da direita, dentro e fora dos governos federais. O sentido de propriedade a que a mulher foi mantida a torna extremamente vulnerável diante dos homens. O capitalismo mantém as mulheres subjugadas às ações masculinas. A mulher, ainda, é subjugada às tarefas escravas do lar, além da criação de filhos. Quando se quebra as correntes, a direita reage de forma violenta. Medidas paliativas como ensinamentos nas escolas sobre questões de gênero, leis de proteção, núcleos de proteção, etc. não resolvem o problema de conjunto. O eixo do problema é o capitalismo. É preciso que as mulheres se unam em comitês de luta e saiam as ruas para lutar contra o sistema dos golpistas. Com o avanço da extrema direita na América Latina, o ataque contra as mulheres, de um modo geral, se intensifica na conjuntura atual.

FUTEBOL

Cruzeiro e Palmeiras pode ser mais um jogo com torcida única Cruzeiro entra com solicitação para afastar torcida do Palmeiras de partida do próprio clube sob o pretexto de combate à violência O Cruzeiro acaba de anunciar que entrará com uma solicitação à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para que na ultima rodada do Campeonato Brasileiro de 2019, em partida contra o Palmeiras em Belo Horizonte, possa mandar o jogo com torcida única. Tal fato segue o precedente aberto pelo próprio Palmeiras em partida recente contra o Flamengo. A alegação do clube mineiro seria o fato de que uma das torcidas organizadas do Palmeiras é aliada de uma organizada do Atletico-MG e consequentemente rival de uma organizada do Cruzeiro e, sendo assim, em caso de rebaixamento da Raposa, os ânimos poderiam se exaltar e iniciar-se uma briga entre torcidas. Uma ideia que se levada adiante, geraria um verdadeiro quebra cabeça para saber se um time pode enfrentar o outro com portões abertos, mesmo sendo de diferentes estados. No entanto há um argumento do Cruzeiro que tem sim cabimento, o

medo de punições do STJD em razão de incidentes como brigas entre torcidas, algo que segue a esteira da demagogia de “futebol da paz”. Ou seja, a briga de torcedores não seria um problema punível apenas aos indivíduos envolvidos nesses incidentes, mas à sua organizada ou mesmo a todos os torcedores, independentes ou de organizadas. Em outras palavras, uma ferramenta dos capitalistas para afastar as massas dos estádios com um pretexto que a esquerda geralmente engole. A maior evidência de que isso é uma farsa, é o fato de que, quando o Palmeiras fez solicitação semelhante em partida contra o Flamengo, o Ministério Público e a PM de São Paulo participaram da inciativa, dois dos maiores carrascos da população negra e pobre no Brasil participaram dessa empreitada para afastar a massa dos estádios. Sabe-se que o Cruzeiro encontra-se sob forte risco de cair para a série B, mas não há nada a se fazer além de

esperar que o time vença em campo e/ou que o time do Ceará fracasse nas próximas rodadas. O que não tem nenhum cabimento é o tapetão interferir

nos resultados. Se o Palmeiras vencer ou perder em Belo Horizonte, que pelo menos sua torcida não tenha sido privada de estar apoiando seu time.


14 | INTERNACIONAL

O IMPÉRIO ATACA, MAIS UMA VEZ

EUA, ONGs, imprensa… a rede golpista por trás da derrubada de Evo O Golpe de Estado na Bolívia em 2019 foi planejado e executado com mais cuidado e mais atores do que aquele de 2008, para não falhar. Mas a mão dos EUA é aquela com mais sangue. “É preciso fazer um alerta para o mundo e dizer claramente: a Bolívia está diante de um golpe de Estado fascista financiado pelos Estados Unidos, semelhante ao que tentaram realizar em 2008. Como há dez anos, quando fizeram tremular a bandeira nazista em Santa Cruz, hoje saúdam a suástica e, tal como antes ocorreu em Sucre, cometem todo tipo de abusos como obrigar uma senhora a se ajoelhar e pedir perdão por ser indígena e pobre”. Assim, anonimamente, descreveu o golpe de Estado na Bolívia um dirigente do Movimento ao Socialismo (MAS), departamento de Santa Cruz. Antes disso, o site Behind the Backdoor já havia descrito com detalhes como o golpe ocorreria, nomeando seus autores e funções. Após o golpe ter sido concretizado, muitas outras vozes denunciam o golpe e o papel que nele exerceram os Estados Unidos e os entreguistas de direita e da extrema-direita boliviana (e apoiadores brasileiros). Dos Estados Unidos, desde funcionários da embaixada americana na Bolívia a ONGs, a imprensa, políticos, mercenários e provavelmente religiosos teriam tomado parte do planejamento e da execução do golpe. Não há novidades nisso. Os EUA têm longo histórico de intervenção no continente latino-americano e sua participação em uma dezena de golpes de estado está bem documentada, oficialmente documentada. O que chama a atenção nesse golpe especificamente é que não tiveram muito cuidado em serem pegos e não durou muito para que provas de sua participação viessem à tona. É importante, portanto, considerar o que já se conseguiu descobrir até o momento e, assim, não apenas denunciar os conspiradores, mas atentar daqui por diante para seus movimentos e presença no restante do continente. Conhecer para combater. O Centro Estratégico Latinoamericano de Geopolítica (CELAG) debruçou-se sobre as informações disponíveis e elaborou um informe e um ‘mapa’ em que se vislumbra o papel de diversos atores na ‘construção’ do golpe na Bolívia. Sem replicar o trabalho realizado pelos pesquisadores da CELAG, podemos apontar os seguintes atores: a) Os meios de comunicação nacionais e estrangeiros, que prepararam o terreno, ao fabricar as matrizes das opiniões negativas/falsas sobre o presidente Evo Morales e sobre as eleições vindouras; b) a direita e a extrema-direita que anunciava, sem base factual, que as eleições seriam fraudadas e, após os resultados parciais, acusaram o Tribunal Eleitoral e o partido do presidente Morales de fraudarem efetivamente as eleições; c) a Organização dos Estados Americanos (OEA) que inventou supostos indícios de fraude e divulgou um informe ‘preliminar’ acusando problemas

nas eleições, sem apontar fatos ou apresentar provas, como irregularidade na contagem de votos; d) Os comitês cívicos, dirigidos por empresários da extrema-direita. Foram eles que iniciaram bloqueios e ataques aos cidadãos, prédios, e que cooptaram a polícia para ajuda-los nas manifestações violentas que se multiplicaram em parte do país; e) a Polícia Nacional saiu dos quartéis e passou a exigir aumento salarial, somando-se à horda de grupos paramilitares que tinham a missão de gerar o caos continuado nas grandes cidades da Bolívia; f) grupos civis não claramente identificados, mas que foram armados e se apresentaram uniformizados, como uma milícia, com objetivo especifico de ameaçar e infligir medo a dirigentes do partido MAS, isso se estendeu a ministros e funcionários menores, que eram obrigados a confirmar que renunciaram a seus cargos. Esses grupos espancaram pessoas, queimaram casas, violentaram famílias inteiras; g) O Exército, por fim, usando a imprensa pediu a renúncia de Evo Morales e, conforme relato do próprio presidente boliviano, havia um prêmio pela cabeça do mandatário da Bolívia. Mas esses são basicamente os atores internos, com exceção da OEA, os que executaram o golpe. No entanto, a rede dos que participaram do planejamento, financiamento e apoio estratégico e tático do golpe é muito maior. A OEA, por meio de seu Secretário Geral, Luis Almagro, um fantoche dos Estados Unidos, teve um papel importante ao coordenar as vozes de países alinhados aos norte-americanos para validar o golpe. Além do mais, foi a OEA que forneceu a narrativa que os meios de comunicação usaram para deslegitimar Evo Morales e as eleições vencidas por ele. Todos os meios de comunicação dos Estados Unidos e da Europa reproduziram opiniões e ‘matérias’ que justificavam o golpe e demonizavam Evo Morales, afirmando que um segundo turno seria o correto e, posteriormente, a necessidade de novas eleições gerais sem Evo Morales. Agencias e instituições dos EUA que atuaram na Bolívia por muito tempo e mantiveram contatos e infiltrados no país. Não seria a primeira vez que teriam auxiliado a planejar um golpe no país, a financiá-lo e agido contra os interesses da população boliviana. Lembramos que em 2008 foi tentado um golpe, devidamente contido, que provocou a expulsão do Embaixador dos EUA, Philip Goldberg, e do próprio DEA do território boliviano. A já conhecida U.S. Agency for International Development (USAID) tem um longo histórico no continente e está diretamente ligada ao grupo de direita que tentou dividir a Bolívia em diversas oportunidades. A USAID por sua vez, terceiriza o financiamento para outras instituições por meio da funda-

ção National Endowment for Democracy (NED) A National Endowment for Democracy (NED) então financia outras instituições, visando apoio a partidos políticos, organizações da sociedade civil e meios de comunicação. Do mesmo modo duas fundações financiadas pelo NED, a saber: Fundación Observatório de Derechos Humanos y Justicia, e a Fundación de los Derechos Humanos, foram responsáveis por uma denuncia apresentada na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA contra Evo Morales O Instituto Republicano Internacional, o Instituto Democrático Nacional, a Fundación Nova Democracia e a Agencia Nacional de Prensa de Bolivia, também financiados pelo NED, atuaram por longo tempo na formaram lideranças políticas no país, com base nos ‘ideais’ de livre mercado, de democracia representativa, e na formação da opinião pública boliviana. Todos atuaram para replicar a narrativa do caos, da incompetência do governo Morales, da fraude, para marcar Evo Morales como um ditador. A Fundación Milenio mantém um papel ativo na campanha para desmoralizar a política econômica do governo de Evo Morales e seu partido. É um think tank de economia também financiado pela NED, e elabora relatórios anuais sobre o estado da economia boliviana. Sua opinião ‘especializada’ é replicada na imprensa loca visando condicionar a “opinión pública” do país. O Departamento de Estado Americano (DEA) publicou neste ano um relatório sobre investimentos na Bolívia e ressaltou que o país carecia de “segurança jurídica” e que denúncias de corrupção e ‘incentivos de investimentos pouco transparentes’ seriam impedimentos fortes para investir no país. As Forças Armadas bolivianas, graças à militarização da luta contra as drogas, foi mais uma das que foi fortemente influenciada pelos EUA, via assistência militar, treinamentos, participação em ações conjuntas (convênios bilaterais), produziu um numero de oficiais alinhados aos norte-americanos, em posições importantes, que acabaram tendo papel fundamental no golpe de estado de 2019: o chefe das Forças Armadas da Bolívia, General de Brigada Sergio Orellana Centellas; General Vladimir Yuri Calderón, Comandante Geral da Polícia; e Comandante em Chefe das Forças Armadas, Williams Kaliman. Além de outros, devidamente gravados em articulações para promover o golpe, todos com passagem nos EUA e seus cursos. Por fim, para voltarmos aos elementos internos, pode-se falar de uma grande rede de direita, que se organizam com braços em diversos países da América Latina e alhures, que fazem um trabalho de longo prazo, quase sempre dissimulado na forma de projetos levado a cabo por fundações,

ONGs e pelos meios de comunicação. Foram identificados alguns atores e as organizações a que estariam vinculados: Oscar Ortiz Antelo, deputado pela Unidad Democratica, é o criador, como apontado mais acima, da Fundación Nueva Democracia e, portanto, conta com financiamento do NED desde 2008. Faz parte, por isso, de uma grupo de direita bem articulado na América Latina (Unión de Partidos Latinoamericanosm e com contatos nos EUA (Alternativa Democrática para las Américas). Carlos Mesa, candidato da direita que disputou contra Evo Morales, esteve diretamente ligado ao planejamento e execução do golpe, sendo uma voz presente na OEA. Sabe-se que manteve reunião com o ex-presidente da Colômbia, Andrés Pastrana, que tem relações de amizade com Fernando Camacho. A Colômbia foi o país que mais contundentemente culpou Evo Morales pela violência e pela desestabilização da Bolívia. Raúl Peñaranda, diretor da FIDES, agencia de notícias membro da Agencia Nacional de Noticias (ANN). Esta participa da Sociedad Interamericana de Prensa, promotora de campanha continuada contra os governos progressistas do continente. A FIDES recebe financiamento da NED e mantém vínculos com universidades norte-americanas. Waldo Albarracín, decano da Universidad Mayor de San Andrés, é membro Do Conselho Nacional em Defesa da Democracia (CONADE), sendo considerado um dos principais articuladores do golpe. Em uma coletiva de imprensa, convocou uma ‘resistência civil’ para defender o voto e garantir o segundo turno no país. Tem vínculos com a Logos International University (universidade religiosa com sede em Miami. Tem acesso à imprensa norte-americana que reproduz suas opiniões (sempre negativas sobre o governo Morales e em favor da direita boliviana). Jhanisse Vaca Daza, dirigente da ONG Rios de pie (Standing Rivers), que utilizou sua plataforma para disseminar informação manipulada e gerar indisposição a políticas do governo nacional. A plataforma é financiada pela Freedom Fellowship da Human Right Foundation (HRF)[18]. Dela partiram acusações contra o governo boliviano em relação aos incêndios na Amazônia, replicou opiniões negativas sobre as eleições (fraude). Ivan Arias Durán, é tido como um protagonista da operação secreta que antecedeu o golpe. Teria se reunido com Jaime Antonio Alarcón Díaz e outros membros dos comitês cívicos, todos de oposição a Evo Morales, quando planejaram obter equipamentos de votação rápida para as eleições, com o objetivo de manipular a opinião pública. Abaixo replicamos o infográfico produzido pela Celag, que permite uma visão de conjunto das interrelações desses atores e da ação do imperialismo em mais um golpe contra a América Latina.


BOLÍVIA: ABAIXO O GOLPE MILITAR

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