Diário Causa Operária nº5837

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SEGUNDA-FEIRA, 25 DE NOVEMBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5837

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Uruguai: eleições apertadas dão vitória à direita neoliberal

O princípio de um partido fascista no Brasil Uma vez que aumenta o repúdio ao golpe de Estado e aos ataques da direita, a burguesia busca uma alternativa mais repressiva para conter o movimento operário e popular.

Os erros de Evo Morales promovem violência da direita O presidente boliviano Evo Morales, deposto por um golpe militar no dia 10 de novembro, declarou que não irá concorrer às novas eleições presidenciais para “pacificar o país”.

Uruguai: eleições controladas pelos militares e os fascistas No dia 23 de novembro, véspera do segundo turno das eleições presidenciais uruguaias, setores ligados às Forças Armadas lançaram ameaças por meio aplicativo de mensagens Whatsapp. Até o fechamento dessa edição, o resultado das eleições ainda não havia sido divulgado, embora tudo indicasse que a direita sairia vencedora.

No caminho da derrota, MAS faz Ditadura! Direita boliviana obriga filhos acordo com direita por novas eleições de Evo a saírem do país Em uma manobra que tem como objetivo legitimar o golpe de Estado na Bolívia, o MAS entrou em um acordo com a extrema-direita e aprovou a convocação de novas eleições no Senado.

O governo de extrema-direita de Jeanine Áñez deu mais uma demonstração da ditadura que tenta se instaurar na Bolívia. Os dois filhos de Evo deixaram o país rumo à Argentina.

Censura: emissora na Bolívia ligada a Foro de SP é tirada do ar A ditadura imposta ao povo boliviano após o golpe de estado contra o presidente eleito Evo Morales irá retirar o canal Telesur do ar. A notícia foi dada pela estatal que cuida das concessões de sinal da Bolívia, a Entel SA e confirmada pela própria Telesur.

Ativistas na Bolívia criam agência de notícias contra o golpe


2 | OPINIÃO EDITORIAL

O princípio de um partido fascista no Brasil Recém criada por Bolsonaro, a Aliança Pelo Brasil é o princípio de um partido fascista. Diante das diversas crises com sua antiga legenda, o Partido Social Liberal, que agrupava no momento os setores mais direitistas do regime político brasileiro, Bolsonaro optou pela criação de um novo partido, mais puro-sangue. Diversas personalidades da extrema-direita já parabenizaram Bolsonaro pelo novo partido. O dirigente fascista italiano, Matteo Salvini, disse:“De mim e da Liga [partido fascista da Itália], congratulações e afetuosos desejos de muitos novos sucessos ao presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, por

sua nova aventura com o Aliança pelo Brasil. Um abraço.” O apoio de Salvini já é esclarecedor em si. A Aliança pelo Brasil foi feita à imagem e semelhança de Bolsonaro e os fascistas brasileiros. A extrema-direita, antes agrupada em diversas legendas, como o PSL, o PSC de Witzel, o PP e assim por diante, agora tem um partido para chamar de seu. No programa do partido contém as bases da ideologia fascista, como “respeito a Deus e à religião”; “defesa da vida, da legítima defesa, da família e da infância”; além de coisas contra os direitos das mulheres (contra o aborto) e das comunidades LGBT, e assim por diante.

Um partido criado por um setor dissidente da burguesia que decidiu partir para uma ofensiva maior contra os oprimidos e o movimento operário. O ataque ao socialismo aparece através da defesa do “liberalismo econômico” (neoliberalismo) contra a “economia planificada” defendida pelos comunistas. Afirma que “repudia o socialismo e o comunismo” e prega a eliminação de “controles e interferências estatais sobre a economia, através de mecanismos burocráticos, tributários ou regulatórios.” Além disso, ataca profundamente o conceito de Estado Laico. “A relação entre esta nação e Cristo é intrínseca, fun-

dante e inseparável” e “jamais a laicidade do Estado significou ateísmo obrigatório”, afirma o programa, que segundo ele mesmo se baseia “nos princípios das tradições lusitanas e hispânicas, do Direito Romano, da filosofia grega, da moral judaico-cristã.” O aborto aparece como “a destruição de todo o edifício moral e jurídico sustentador do Estado”. Com isso, fica expressa a polarização política. Uma vez que aumenta o repúdio ao golpe de Estado e aos ataques da direita, a burguesia busca uma alternativa mais repressiva para conter o movimento operário e popular. Bolsonaro criou o princípio de um partido fascista.

COLUNA

Intervenção militar nas eleições uruguaias Por Eduardo Vasco

As eleições no Uruguai foram decididas por uma intervenção virtual dos militares. Em outras palavras, foi um golpe militar virtual. Algo semelhante ao que ocorreu em algumas ocasiões no Brasil, quando os generais – destacadamente Eduardo Villas Bôas e seu famigerado tuíte – ameaçaram o STF para impedir qualquer tipo de benefício ao ex-presidente Lula quando este ainda estava preso ilegalmente. Foram variadas as formas como os militares interferiram. A primeira foi a criação do partido Cabildo Abierto, no meio deste ano, pelo general Guido Manini Ríos. Ele foi Comandante-em-Chefe do exército uruguaio de 2015 até março deste ano, quando foi exonerado do cargo pelo presidente Tabaré Vázquez por emitir declarações a respeito da política nacional – algo inconstitucional. Esse episódio gerou uma crise política e acendeu o farol amarelo para o crescimento da extrema-direita militar no Uruguai. Logo em seguida, os militares criaram o Cabildo Abierto, para demonstrarem claramente que estavam de olho no poder político. Manini Ríos conquistou impressionantes 11% dos votos no primeiro turno das eleições, ficando em quarto lugar. Um resultado que pode ser comparado – guardadas as devidas proporções – ao que fez o Partido Nazista na Alemanha no final da década de 1920. Ou mesmo ao PSL de Bolsonaro: um partido artificial, dominado por militares e fascistas, que, de uma hora para outra, alcançou um resultado impressionante nas eleições, chegando à presidência da República e tornando-se a segunda maior bancada partidária na Câmara dos Deputados. No mesmo dia do primeiro turno das eleições, houve uma consulta pública sobre uma reforma constitucional proposta pela direita para que os militares e policiais tivessem maiores poderes. Se aprovada, a reforma

permitiria o aumento do número de militares nas forças de segurança regulares e uma espécie de toque de recolher, bem como uma melhoria na qualidade dos aparelhos de repressão usados pela polícia e pelo exército. Esse referendo serviria de termômetro para as eleições presidenciais: a reforma foi rejeitada, mas por pouco, com 53,89% de votos contra e 46,11% a favor. Mostrou como os militares impuseram um controle sobre as instituições do país, uma vez que a campanha a respeito da segurança pública foi pesadíssima e que, mesmo assim, a grande maioria da população entende que isso é uma campanha pela repressão. Tanto é que, na semana anterior ao referendo, uma multidão imensa tomou as ruas de Montevidéu, com muitas bandeiras vermelhas, rechaçando a tal reforma. É importante ressaltar que toda a direita uruguaia, mesmo a tradicional e que se diz “democrática”, apoiou a reforma. A direita e a extrema-direita (militar e fascista) voltaram a se unir no segundo turno em torno da candidatura de Luis Alberto Lacalle Pou, do tradicional Partido Nacional – e filho do ex-presidente neoliberal Luis Alberto Lacalle, envolvido na trama golpista latino-americana. Lacalle Pou radicalizou o discurso em torno da segurança pública, sendo assim levado ainda mais para a direita por pressão da extrema-direita e, logicamente, dos militares. A Frente Ampla de Daniel Martínez (um candidato à direita até mesmo de Tabaré Vázquez) estava isolada, abrindo-se a possibilidade de, finalmente, apelar às massas trabalhadoras para vencer a direita. Mas, para isso, deveria ter também radicalizado seu discurso para polarizar a campanha e ter chances de derrotar a direita. Mas não o fez, demonstrando de uma vez por todas as limitações dessa frente que mais parece um MDB brasileiro do que um PSUV venezuelano.

A 48 horas do segundo turno nas eleições, quando todas as pesquisas indicavam a vitória de Lacalle Pou, expressando a união da burguesia uruguaia e internacional em torno da direita para rifar a Frente Ampla do poder após 15 anos, Manini Ríos divulgou um vídeo pedindo a todos os militares, de todas as hierarquias, que não votassem, de modo algum, em Martínez. Ainda na véspera do segundo turno, foram disparadas mensagens automáticas pelo WhatsApp através de uma corrente ordenando que os cidadãos uruguaios votassem em Lacalle Pou. As mensagens diziam, dentre outras coisas: “No domingo se define o futuro de nossa Pátria. Temos que votar em Lacalle para presidente, apoiado pelo nosso comandante general do Exército Guido Manini Ríos. Sabemos quem são e contamos com o seu voto e da sua família para salvar a pátria. É uma ordem! As ordens se acatam, e quem não o fizer será um traidor. Sabemos como tratar os traidores. A única opção é ganhar. Antes cair de costas que de joelhos. […] Começamos a voltar.” O texto ainda continha uma citação bíblica e era assinado por um tal Comando Barneix. Trata-se de uma nítida e perigosíssima ameaça aos uruguaios. “As ordens se acatam, e quem não fizer será um traidor. Sabemos como tratar os traidores” soa aterrorizante para quem recebeu a mensagem, até porque foi indicado que o Comando Barneix sabe para quem as enviou. E realmente é muito possível que saiba quem são todos os destinatários, uma vez que os militares têm o total controle dos órgãos de inteligência e espionagem. Ou seja: quem não votar na direita, será um traidor. A ditadura militar uruguaia (1973-1985) considerava traidores os que não concordavam com ela, e estes eram tratados de forma semelhante aos opositores

da ditadura brasileira: com prisão, tortura, execução, exílio, etc. Isso tem total ligação com o último exemplo da intervenção feita pelos militares nas eleições uruguaias, que será mostrado a seguir, após esta importante observação: há indícios de que muitas das mensagens do Comando Barneix foram disparadas a partir do Brasil. Isso sugere que a extrema-direita brasileira está fortemente articulada com a uruguaia. Manini Ríos é um admirador de Bolsonaro e veio a sua posse, no início do ano. É quase garantido que os militares dos dois países estejam em estreito contato para decidir os rumos políticos do Uruguai. Por último, e o mais aterrorizante. Na última sexta-feira, o Centro Militar do Uruguai (o equivalente ao Clube Militar brasileiro) difundiu o editorial da revista Nación, financiada por diversas entidades militares. O artigo ataca violentamente a Frente Ampla e o conjunto da esquerda uruguaia e latino-americana, com uma conotação abertamente fascista e anticomunista. Afirma que os governos da Frente Ampla foram arbitrários e semitotalitários, tacha a Frente


INTERNACIONAL | 3

RUPTURA INSTITUCIONAL

Uruguai: eleições apertadas dão vitória à direita neoliberal Com isso, a direita está promovendo uma ruptura institucional, acenando que não aceitam mais a política de conciliação que permite a existência do centro político. Com 96% das urnas apuradas no momento em que esta matéria foi escrita, a direita estava liderando as eleições presidenciais no Uruguai. O candidato da direita Lacalle Pou ganhava do frente-amplista Daniel Martínez por 50,7% a 49,3% – um resultado apertado e muito duvidoso. Desde o início, o imperialismo já tinha se decidido a levar Pou à presidência do país sul-americano. Tanto é que as Forças Armadas do país mobilizaram-se um dia antes da eleição declarando a necessidade da vitória da direita para combater o “marxismo” e restaurar os “valores e a moral” do país. As eleições foram profundamente controladas pela direita, pelo imperialismo e pelos militares. Diante disso, a vitória apertada da direita revela a gigantesca crise do regime burguês uruguaio; a direita teve dificuldades para eleger seu candidato. As pesquisas da burguesia, sempre fantasiosas, davam uma margem

maior para Lacalle Pou. Manipularam os dados para justificar a vitória de seu candidato, mas mesmo assim o resultado final foi apertado. A vitória da direita, além de todo o controle da máquina eleitoral pela burguesia, tem a ver também com a política de profunda capitulação da Frente Ampla, que através de Mujica fez acenos ao imperialismo, atacando a Venezuela de Nicolás Maduro e assim por diante. Mostra que a capitulação não leva a lugar nenhum, pois como demonstrou o golpe na Bolívia, a direita não está procurando nenhum acordo, estão em uma ofensiva contra toda a esquerda e o movimento operário e popular. A América Latina está vivendo uma sequência de golpes, com intensa repressão oriunda da direita. A extrema-direita tem crescido em todos os países, inclusive no Uruguai. O partido fascista Cabildo Abierto apoiou abertamente a candidatura de Lacalle Pou. Com isso, a direita está promoven-

do uma ruptura institucional, acenando que não aceitam mais a política de conciliação que permite a existência do centro político. A tendência portanto é o aumento da polarização no Uruguai, pois Lacalle Pou fará a mesma

política neoliberal de ataques à população que o restante dos governos da América Latina, que estão enfrentando uma gigantesca rebelião popular. Assim como no resto do continente, acirra-se a luta de classes no Uruguai.

AMÉRICA LATINA SOB GOLPE

Uruguai: eleições controladas pelos militares e os fascistas Na véspera das eleições uruguaias, que aconteceram ontem (24), ameaças por meio do aplicativo de mensagens Whatsapp foram enviadas pelas Forças Armadas. No dia 23 de novembro, véspera do segundo turno das eleições presidenciais uruguaias, setores ligados às Forças Armadas lançaram ameaças por meio aplicativo de mensagens Whatsapp. Até o fechamento dessa edição, o resultado das eleições ainda não havia sido divulgado, embora tudo indicasse que a direita sairia vencedora. A mensagem padrão, distribuída em forma de corrente pelo aplicativo, pedia que as pessoas votassem no candidato direitista Luis Lacalle Pou, representante direto dos banqueiros e do imperialismo de conjunto. A mensagem, traduzida para o português, diz o seguinte: "Atenção! Todo nosso apoio a Lacalle e Manini. No domingo se define o futuro de nossa pátria. Temos todos que votar em Lacalle para presidente, apoiado pelo nosso comandante general do Exército Guido Manini Ríos. Sabemos quem são e contamos com o seu voto e da sua família para salvar a pátria. É uma ordem! As ordens se acatam, e quem não o fizer será um traidor. Sabemos como tratar os traidores. A única opção é ganhar. Antes cair de costas que de joelhos. Seguimos em contato. Aguarde novidades. Começamos a voltar”. (Comando Barneix) O general do Exército citado na mensagem, Manini Rios, é uma das

principais figuras da extrema-direita uruguaia. Em 2018, o militar homenageou homenagem o coronel Artigas Álvarez, conhecido torturador e irmão do ex-ditador uruguaio Gregorio Álvarez. Em dezembro do mesmo ano, Manini Rios, foi exonerado pelo presidente Tabaré Vázquez em dezembro de 2018, por insubordinação. Depois disso, criou seu próprio partido, o Cabildo Abierto. No primeiro turno das eleições uruguaias, Manini Rios saiu candidato a presidente da República, ficando em quarto lugar com 11%. Manini Rios, além de homenagear torturadores, é um representante típico da extrema-direita latino-americana. O general é bastante ligado ao presidente ilegítimo do Brasil Jair Bolsonaro, integrando, assim, a corja golpista formada pelo imperialismo para ameaçar os povos, A mensagem contendo ameaças, no entanto, não foi a única demonstração de que a extrema-direita estaria disputando o regime político uruguaio. Há cerca de um mês, a burguesia procurou aprovar um referendo em prol das Forças Armadas, que, entre outras coisas, aprovava a prisão perpétua, o fim da progressão do pena e a criação de uma Guarda Nacional. O referendo, no entanto, provocou uma grande mobilização no Uruguai, de modo que a burguesia não conseguiu, naquele momento, favorecer os militares. Mais recentemente, o centro militar do Uruguai divulgou uma nota oficial

atacando a esquerda e ameaçando toda a população. Com um tom abertamente fascista, a nota declara que: "Será este dia [domingo] o ponto de chegada de muitos sacrifícios, da luta desigual contra a arbitrariedade de uma potência que, total e absolutamente, queria impor ao Uruguai um perfil completamente estranho à sua história, suas mais queridas tradições, seus princípios mais profundos; mas será também o começo de um compromisso a favor da restauração dos elos que sempre uniram os uruguaios e que a longa pregação e prática do marxismo quase os colocou à beira da falência irremediável. Os marxistas finalmente deixarão o poder." A participação dos militares nas eleições uruguaias é mais uma demonstração de que a burguesia não está

disposta a permitir que a esquerda e os trabalhadores assumam o controle, ainda que parcial, do Estado. Assim como aconteceu na Bolívia no dia 10 de novembro, os militares uruguaios já estavam se preparando para a necessidade de um golpe militar, caso o candidato Lacalle Poe não consiguisse vencer as eleições. Mas no caso em que a esquerda saia às ruas para contestar um governo imposto pelo imperialismo, isso também poderá acontecer. É preciso impedir, imediatamente, o avanço dos militares no regime político em toda a América Latina. Por isso e preciso intensificar a mobilização em todo o continente contra a política neoliberal, rejeitando os acordos propostos pela burguesia e pondo o regime abaixo. Fora imperialismo na América Latina!


4 | INTERNACIONAL

POLÍTICA SUICIDA

No caminho da derrota, MAS faz acordo com direita por novas eleições Em uma manobra que tem como objetivo legitimar o golpe de Estado na Bolívia, o MAS entrou em um acordo com a extrema-direita e aprovou a convocação de novas eleições no Senado. O golpe de Estado na Bolívia, que está sendo posto em xeque pela reação popular nas ruas, tem contado com um exótico aliado em sua tarefa de domar o regime político boliviano. Estamos falando da política suicida do MAS, o partido de Evo Morales, que entrou em um acordo com a direita no Senado do país para a convocação de novas eleições. As informações são do sítio Actualidad, que afirmou que o Senado da Bolívia aprovou por unanimidade na tarde do último sábado (23 de novembro) um projeto de lei de “regime excepcional e transitório” para a realização de novas eleições gerais, anulando os resultados das últimas eleições, onde Evo Morales havia sido eleito ainda no primeiro turno. Quer dizer, a decisão de se realizar um novo pleito ocorreu em um consenso absoluto entre o MAS e a direita no senado, que tem representantes do partido de Jeanine Áñez, que se autoproclamou presidenta da Bolívia, com as costas quentes do imperialismo e da burguesia boliviana. Para os céticos da esquerda brasileira, que apontam a suposta impossibilidade de se convocar novas eleições

no Brasil no caso da derrubada de Bolsonaro, este caso na Bolívia comprova que não se trata de um problema jurídico ou institucional, mas político; caso o regime político no país entre em uma profunda crise, não será uma lei que impedirá este desfecho. Entretanto, para que a convocação de um novo pleito tenha um caráter minimamente democrático, seria necessário que antes a mobilização popular derrubasse o governo golpista, no caso do Brasil, o

governo Bolsonaro, e na Bolívia, o governo de Áñez. A convocação de novas eleições, em meio a um golpe militar e com o poder nas mãos de um elemento de extrema-direita, como Jeanine Áñez, é uma ratoeira para a esquerda. É uma tentativa de legitimar o golpe de Estado, por um lado, e de arrefecer as manifestações populares com um movimento que supostamente seria democrático. Afinal, há um setor da esquerda que atua co-

mo uma espécie de “craqueiro eleitoral”, uma dependência de nível quase químico por eleições, por mais controladas e antidemocráticas que elas sejam. No entanto, cabe a pergunta: afinal, o povo já não havia eleito Evo, ainda em primeiro turno? Qual a garantia de que a vontade popular será respeitada dessa vez? Nessas condições, a realização de novas eleições seria, conforme destacamos anteriormente, uma arapuca. Resta saber se o povo boliviano, que tem demonstrado muita disposição de luta e discernimento político, será ludibriado por esta manobra. É preciso denunciar a política verdadeiramente criminosa do MAS, em tentar chegar em um acordo com as Forças armadas e a extrema-direita na Bolívia e enterrar de vez as mobilizações no país. Na cova que está se cavando para as mobilizações bolivianas há muito espaço para os parlamentares do MAS, que hoje se prestam a este papel de salvar o golpe de Estado. Os acontecimentos na Bolívia devem ser acompanhados de perto, dada a sua relevância para a luta contra o golpe de caráter continental que temos visto na Bolívia, no Brasil e em toda a América Latina.

GOLPE PERSEGUE FILHOS DE EVO

Ditadura! Direita boliviana obriga filhos de Evo a saírem do país O governo de extrema-direita de Jeanine Áñez deu mais uma demonstração da ditadura que tenta se instaurar na Bolívia. Os dois filhos de Evo deixaram o país rumo à Argentina. O golpe de Estado que derrubou Evo Morales, que segue em uma profunda crise devido à reação popular, demonstra mais uma vez que a direita golpista planeja instaurar uma duríssima ditadura contra a população. A mais recente demonstração deste fato é a pressão feita pelo governo de Jeanine Áñez, que obrigou os filhos de Evo a saírem da Bolívia em direção à Argentina. As informações foram apresentadas em uma matéria do sítio Revista Fórum. De acordo com a matéria, os dois filhos de Evo, Evaniz Morales Alvarado e Álvaro Morales Peredo conseguiram um asilo político na Argentina, após sofrerem pressão da ditadura militar que tenta se impor na Bolívia. Cinicamente, o ministro Arturo Morillo declarou em seu Twitter que “os filhos não respondem pelos crimes de seus pais”, e ainda que, por instrução da própria Áñez, foi dada toda a “segurança” para que ambos deixassem o país. Logicamente que os filhos de Evo não saíram da Bolívia por vontade própria, mas devido à pressão exercida pela própria direita. Afinal, esta mesma direita fez com que o vacilante Evo fosse o primeiro a “abandonar o navio”, atitude que, embora deva ser criticada, mostra como atua a extrema-direita boliviana: queimaram ca-

sas de parlamentares do MAS, o partido de Evo, ameaçaram e literalmente agrediram e mataram uma quantidade enorme de pessoas, tendo em vista que os números oficiais apresentados certamente são apenas a “ponta do

iceberg” da repressão da ditadura na Bolívia. É preciso não só denunciar a ditadura de Jeanine Áñez e da extrema-direita boliviana, mas apoiar a luta do povo nas ruas, que tem lutado

heroicamente, e infelizmente, desarmado, contra o golpe de Estado na Bolívia. A luta contra o golpe na Bolívia é a mesma luta contra o golpe no Brasil e em todo continente latino-americano.


INTERNACIONAL | 5

CENSURA NA BOLÍVIA

Censura: emissora na Bolívia ligada a Foro de SP é tirada do ar Ditadura boliviana censura canal de televisão que denuncia o golpe de estado contra a população boliviana. A ditadura imposta ao povo boliviano após o golpe de estado contra o presidente eleito Evo Morales irá retirar o canal Telesur do ar. A notícia foi dada pela estatal que cuida das concessões de sinal da Bolívia, a Entel SA e confirmada pela própria Telesur. Trata-se de uma movimentação pela censura na Bolívia, já que o canal Telesur é um canal de televisão que se coloca contra os golpes de estado da América Latina e apoia o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. A Telesur vem denunciando o golpe de estado na Bolívia, assim como vem mostrando a repressão que a população boliviana vem sofrendo após a deposição de Evo Morales.

É importante ressaltar que quando a Revolução Bolivariana cassou a permissão de oligarquias televisivas na Venezuela, comandadas por grandes capitalistas e que haviam planejado e auxiliado o imperialismo e a burguesia venezuelana diretamente no golpe de estado contra Hugo Chavez em 2002, a direita fez toda uma campanha de que Chavez era um ditador. No entanto, agora que se trata de um governo vindo de um golpe de estado e que está censurando uma rede de televisão que não pertence a nenhuma oligarquia, muito menos ajudou em algum golpe de Estado, o fato não é discutido nem mencionado na mídia burguesa.

POR UMA IMPRENSA INDEPENDENTE

Ativistas na Bolívia criam agência de notícias contra o golpe Esquerda boliviana decide frente aos ataques do golpe militar desenvolver uma imprensa independente no país, um grande passo para o combate ao golpe. Em resposta a ação da imprensa imperialista, responsável por desinformar o povo e corresponder os interesses da propaganda golpista, a esquerda boliviana decidiu, baseada na experiência sofrida com o golpe militar e a onda de violenta repressão policial defendida pela burguesia, desenvolver sua própria imprensa independente, como forma de garantir ao povo o acesso de fato as informações do que realmente está acontecendo no país. Fato é, que assim como visto no Brasil, sobretudo em relação a Rede Globo, os jornais burgueses bolivianos demonstram total apoio ao golpe de Estado, em ação sincronizada com a imprensa imperialista que faz propaganda pró regime golpista e busca falsificar informações a respeito do país

latino americano, encobrindo a brutal repressão sofrida no pós golpe, o crescente e acentuado número de mortes nas mãos da polícia e do exército, após semanas de grandes enfrentamentos nas ruas de todo país. Frente a tamanha crise, a resposta de grupos da esquerda mostraram-se a altura dos acontecimentos e com o decorrer das manifestações perceberam a real necessidade da existência de uma imprensa própria, de esquerda, independente dos ditames da burguesia e feita para os trabalhadores. Assim surge a ABR, Agência Bolívia em Resistência, formada por jornalistas e comunicadores bolivianos junto a cooperação de outros que trabalham em países de toda américa latina, principalmente na Argentina.

Esta iniciativa se deu início após o golpe de estado, denunciando os ataques dos militares a população boliviana, a entrega do país ao estrangeiro e a política criminosa adotada pelo regime golpista. Contando com o apoio de outras imprensas independentes, como a Agência Jornalística de Buenos Aires, a ABR mantem-se a par dos acontecimentos tendo participação ativa nas grandes mobilizações populares do país. Contudo, devido a grande perseguição política e a repressão generalizada do regime, os mesmos são obrigados a manter uma conduta clandestina em seu próprio país, criando uma redação móvel com base na Bolívia e outra em Buenos Aires, fornecendo informações nas mais diversas redes sociais e

plataformas da internet (@AgenciaBoliviaR). Outro fator de importância nesta ação se da pela criação e edição de boletins informativos, distribuídos nas principais cidades bolivianas, desenvolvidos por ambas as redações em conjunto, e tendo um papel fundamental na entrega de informações diretamente ao povo. Toda esta campanha denota o avanço na consciência política da própria população boliviana, que agora passa a se organizar de maneira própria, com sua política não mais a reboque dos interesses da burguesia. O desenvolvimento de uma rede de imprensa independente deve ser saudado como um importante avanço na luta contra o regime político.

Todas às sextas-feiras, 14h na Causa Operária TV


6 | POLÊMICA

GOLPE NA BOLÍVIA

Os erros de Evo Morales promovem violência da direita O presidente boliviano Evo Morales, deposto por um golpe militar no dia 10 de novembro, declarou que não irá concorrer às novas eleições presidenciais para “pacificar o país”. Poucos dias depois de a Colômbia se juntar à lista de países convulsionados na América Latina, tendo levado mais de um milhão de pessoas às ruas contra o fascista Iván Duque, o presidente boliviano Evo Morales, deposto por meio de um golpe militar, tomou a decisão de não participar das novas eleições para presidente da Bolívia, contrariando toda a tendência à mobilização no continente. A declaração de Morales foi dada em entrevista junto ao jornal argentino Página/12, publicada no dia 24 de novembro. Logo no início da entrevista, ao discutir a decisão do Senado boliviano de convocar novas eleições, Morales declarou: "Sim, houve uma reunião sob a garantia das Nações Unidas, a Igreja Católica e a União Europeia. No dia em que cheguei ao México, pedi em uma entrevista coletiva para mediadores internacionais e personalidades de todo o mundo para que ajudassem na pacificação da Bolívia. Felizmente, isso acabou de acontecer, contando inclusive com a participação do governo de fato de Jeanine Añez. O Movimento ao Socialismo (MAS) representa dois terços dos senadores e deputados. Faremos o possível pela unidade. E, pela pacificação, desisto de minha candidatura." Fica bastante claro, pela própria declaração do presidente boliviano, que Morales estava, a todo tempo, buscando um acordo com a direita para dar fim à crise política no país andino. Ao falar em mediadores e personalidades, o que Evo Morales expressa é uma tentativa de negociar, junto aos representantes do imperialismo, uma saída que poupasse um enfrentamento direto com a burguesia. As Nações Unidas, a Igreja Católica e a União Europeia não são instituições criadas para promover a “paz”, o “bem” ou qualquer outra questão que fosse supostamente de interesse da humanidade. Todas essas organizações, conforme a história já comprovou milhares de vezes, cumpriram um papel fundamental na defesa dos interesses da burguesia internacional. A Igreja Católica, por exemplo, apoiou a ditadura de Benito Mussolini, na Itália, e praticamente todos os regimes com características fascistas no mundo. As Nações Unidas e a União Europeia, por outro lado, apoiaram todas as guerras defendidas pelo imperialismo – além de que, ambas se juntaram para boicotar o governo popular da Venezuela. A política da conciliação, das tentativas de acordo com a direita golpista, é justamente o que Evo Morales vem fazendo no último período. Morales, no início de 2019, ao se dar conta que o imperialismo preparava um golpe contra seu governo, fez dois acenos claros à burguesia internacional, indicando que estaria disposto a abrir mão de parte de seu programa para permanecer no poder. Naquela épo-

ca, o presidente boliviano entregou o guerrilheiro Cesare Battisti à extrema-direita italiana e compareceu à posse do fascista brasileiro Jair Bolsonaro. Após ser reeleito nas eleições de 20 de outubro, Evo Morales começou a sofrer uma pressão ainda mais intensa por parte da burguesia. No entanto, em vez de denunciar o golpe e preparar o trabalhadores para reagirem à investida da direita, Morales aceitou que a Organização dos Estados Americanos (OEA), diretamente controlada pelo imperialismo, investigasse as eleições. Depois que a OEA, cumprindo as ordens da direita, acusou Morales de fraudar as eleições, o presidente boliviano abriu mão do seu quarto mandato, convocado novas eleições, e, por fim, ameaçado pelos militares, renunciou seu mandato que estava em vigência. Nenhuma das capitulações de Evo Morales serviu para frear a ofensiva golpista. Muito pelo contrário: na medida em que o líder cocaleiro foi mostrando que não enfrentaria a direita, a burguesia se sentiu em condições mais favoráveis para avançar e tomar conta da situação. Nesse sentido, anunciar que não irá concorrer às próximas eleições é mais uma decisão desastrosa. Duas palavras ditas por Morales chamam muita atenção: unidade e pacificação. Em relação à unidade, seria necessário perguntar: unidade com quem? Com as Nações Unidas, a OEA a União Europeia e até mesmo com a golpista Jeanine Añez – isto é, com quem organizou um golpe que pôs sua própria vida em risco? Já em relação à pacificação, levanta-se a questão: a burguesia está disposta a entregar a paz aos bolivianos? Não é possível fazer unidade com a direita golpista porque seus interesses são completamente divergentes dos interesses da população em geral. A crise em que o capitalismo se encontra obriga a burguesia a saquear todos os países da América Latina. Os trabalhadores, por outro lado, que querem ter condições dignas de vida, não demonstram estar dispostos a assistir que o imperialismo opere a mais completa pilhagem sobre seu patrimônio. Essa situação, portanto, coloca

na ordem do dia a necessidade de a esquerda e os trabalhadores travarem uma luta contra a burguesia pela sua própria sobrevivência. Se a burguesia for vitoriosa nesse conflito, milhões de bolivianos irão morrer de fome, outros tantos pela repressão do Estado, e outros tantos viverão na miséria. Portanto, a pacificação proposta por Evo Morales, que seria a da capitulação, a da concessão à direita, é impossível. É preciso, dessa forma, organizar os trabalhadores para impedir que mais sangue do povo boliviano seja derramado. O que chama bastante atenção é que o próprio Evo Morales mostra ciência dos motivos que levaram ao golpe militar contra ele: "Eles não aceitaram que os movimentos indígenas e sociais mudaram a Bolívia quando começamos a fazê-lo. Depois da nacionalização, começamos com a industrialização. Nosso grande projeto foi industrializar o lítio. Portanto, as transnacionais e alguns grupos no Chile não queriam que continuássemos." Evo Morales também demonstrou, na entrevista, estar ciente de que a direita está matando e aterrorizando o povo boliviano impiedosamente: "Há pessoas que ainda não conseguem acreditar que o comandante da Polícia Nacional ou o comandante das Forças Armadas fazem parte de um golpe de estado. Um golpe que matou 32 pessoas em menos de um mês. Mortos à bala! E também há cerca de 700 tiros feridos. Mais de mil presos. Imagine quantos mortos, quantas viúvas, quantos viúvos, quantos órfãos. Filhos baleados … Um golpe de estado no estilo de ditaduras." (…) Você sabe por que renunciamos no domingo, 10 de novembro, com o companheiro García Linera? Porque eles pegaram líderes, militantes, governadores dos departamentos, prefeitos e disseram que iriam queimar suas casas se eu não renunciasse à minha posição. O irmão do presidente da Câmara dos Deputados foi informado: “Se o seu irmão não renunciar, nós o queimaremos na praça”. Eles queimaram a casa da minha irmã em Oruro. O que Evo Morales revela, em man-

ter uma política supostamente conciliadora – que, no fundo, é uma política de submissão – mesmo diante de tantas demonstrações de que a burguesia é uma corja imunda de golpistas disposta a qualquer coisa para assaltar o povo latino-americano, é que há uma tendência das direções da esquerda nacionalista latino-americana em evitar o enfrentamento com a direita. Essa política, por sua vez, se apoia em ilusões de que o regime político comportará, de alguma maneira, setores que sejam contrários a política neoliberal. A eleição de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, na Argentina, podem, em certa medida, alimentar as ilusões de que haveria um “limite” para falta de escrúpulos da direita. Isso, no entanto, é uma avaliação equivocada do desenvolvimento da luta de classes. A vitória eleitoral do peronismo não expressa uma decisão da burguesia em reverter a ofensiva contra a América Latina, mas é justamente um pequeno recuo, absolutamente temporário, para permitir que os ataques contra a esquerda e os setores democráticos se aprofundem em larga escala. Pouco tempo depois de o peronismo vencer as eleições argentinas, a Bolívia sofreu um golpe militar escancarado, as eleições uruguaias passaram a ser tuteladas pelas Forças Armada e o governo de Iván Duque reprimiu violentamente uma greve geral. No Brasil, enquanto a soltura de Lula ainda estava sendo comemorada, o ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT) foi condenado a 10 anos de prisão. A insistência em manter acordos com os maiores inimigos da humanidade, nessa etapa da luta política, em que a luta de classes se coloca de maneira cristalina, é uma política inaceitável para a esquerda. Na entrevista, Morales, ao defender uma política de conciliação, chega a assumir um tom quase que religioso: "Esperamos que os mortos à bala aumentem a conscientização das autoridades governamentais de fato. Que tantos detentos amolecem as consciências. Que não haja mais mortos ou feridos!" Felizmente, não é essa a política que o povo boliviano está levando nas ruas. O enfrentamento contra a direita cresce e se radicaliza a cada dia. Já são inúmeros os episódios em que os trabalhadores, que não estão dispostos a aceitar um acordo junto ao regime golpista, enfrentaram a polícia com paus e pedras, chegando até mesmo a subir em um tanque de guerra. Esse é o caminho da vitória dos trabalhadores, o caminho da paz entre os trabalhadores, o caminho da luta contra a fome, a miséria e o golpismo: é preciso organizar o movimento popular boliviano para que se arme, enfrente a extrema-direita nas ruas e coloque para correr os lacaios do imperialismo!


ATIVIDADES DO PCO | 7

VENHA CONOSCO NESTE RÉVEILLON!

Réveillon Vermelho: música, festa e muito mais; imperdível! Intitulado Réveillon Vermelho, esta será uma festa que encerrará este ano de 2019, um ano repleto de lutas contra o golpe. Venha desfrutar do melhor Réveillon da esquerda! A festa de final de ano mais tradicional da esquerda brasileira irá retornar para mais uma edição. No ano passado a festa excepcionalmente foi realizada em Curitiba, onde Lula encontrava-se preso. Neste ano, o Réveillon do Partido da Causa Operária retornará a São Paulo, e será uma “festa de gala” , como de costume. Intitulado Réveillon Vermelho, esta será uma festa que encerrará este ano de 2019, um ano repleto de lutas contra o golpe e o imperialismo, que nos seus últimos meses nos garantiu uma vitória parcial, que foi a conquista da liberdade de Lula. O ano de 2019 foi muito positivo para o desenvolvimento do PCO, que

cresceu em todo país e em uma grande demonstração de força junto a outros setores da esquerda, conseguiu realizar dois importantes atos na capital paranaense. Sendo assim, este será o momento de comemorar, prestigiar a presença de diversos companheiros das mais variadas partes do país, que juntos foram responsáveis por levar a frente as campanhas pela liberdade de Lula e pelo Fora Bolsonaro. Contudo, o nosso Réveillon não é apenas uma festa. Além de poder socializar e confraternizar com militantes, simpatizantes e familiares, os companheiros que estiverem nesta festa poderão desfrutar de uma série de atividades.

Quer uma boa música? Nosso Réveillon terá de sobra. Com a presença já conhecida da banda Revolução Permanente, os companheiros poderão presenciar uma ótima experiência com músicas políticas atuais e originais, baseadas em poemas políticos, além de uma mistura de ritmos musicais. Além disso, neste Réveillon os companheiros poderão desfrutar de uma apresentação única, extremamente rara em território nacional, realizada pela Cantata de Santa María de Iquique, de origem chilena, que retrata o período do século XX no país, a ditadura, a luta dos trabalhadores, em uma belíssima apresentação.

Para poder participar, basta comprar o ingresso do evento, cujo valor oficial será divulgado em breve. Com ele você terá direito a usufruir de todas estas apresentações musicais, comida de alta qualidade e bebidas liberadas, sorteio de prêmios, etc.. No final da noite, também teremos o discurso de final de ano do presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, encaminhando um novo ano de 2020 que será repleto de luta em toda América Latina. Não há lugar melhor para estar neste fim de ano! Fuja do seu tio coxinha e desfrute com a gente esta festa imperdível!

INTENSIFICAR A MOBILIZAÇÃO

Conferência Nacional Aberta: participe com seu comitê! A libertação de Lula foi uma vitória parcial, mas a situação na América latina ainda é muito crítica. É preciso organizar a militância de esquerda para combater a extrema-direita. Nos próximos dias 14 e 15 de dezembro, os Comitês de Luta organizarão em São Paulo a II Conferência Nacional Aberta, para fechar este ano de grandes batalhas, incluindo a vitória parcial com a libertação de Lula e com a onda de mobilizações no continente. O evento terá como principal objetivo organizar os Comitês, que são o setor mais ativo do movimento operário, no combate à extrema direita. Neste momento de grandes mobilizações na América latina, reunirá toda a militância a nível nacional e definirá os próximos passos da luta contra o golpe, pela derrubada de Bolsonaro e todos os golpistas, por eleições gerais com Lula candidato e pela derrubada dos governos golpistas e direitistas em toda a América latina. Todos os últimos acontecimentos demonstram que a luta deve ser organizada de conjunto contra o governo e o imperialismo, o que faz a realização de uma Conferência Nacional, que reúna todo o ativismo que luta contra a burguesia, tome proporções ainda maiores neste momento.

mos passos dos comitês para derrotar a direita e a extrema-direita golpista. Como participar?

A luta pelo fora Bolsonaro é a continuação da luta contra o golpe de Estado que derrubou o governo da ex-presidenta Dilma Roussef (PT), destruiu direitos históricos dos trabalhadores e está liquidando a Economia nacional. Já a luta contra o golpe na Bolívia, na Venezuela, contra os governos impostos pelos EUA, como Moreno no Equador e Piñera no Chile, expressam a luta contra o imperialismo na América latina. Por isso, o Partido da Causa Operária (PCO) despenderá todas suas

forças para convocar uma grande conferência, levar as organizações populares, associações dos movimentos de luta pela terra, por moradia, e principalmente os sindicatos e os partidos de esquerda, para intensificar a mobilização no País, reforçando o levante popular no continente. Colocar uma perspectiva clara de unificação de todas lutas em uma só: a luta contra o governos ilegítimos e golpistas no Brasil e em toda o continente latino americano e deliberar os próxi-

Em breve estará disponível o site do evento, onde será possível cadastrar-se e efetivar a inscrição pagando uma taxa para custear o evento. Na última conferência, o valor da taxa de inscrição foi de R$ 100,00 e deu direito aos materiais, ao almoço nos dois dias e alojamento. Também é possível se inscrever com os militantes do PCO e dos Comitês nos mutirões que ocorrem as quartas-feiras nas universidades e aos domingos em feiras e outros locais populares pelo país. Será, além disso, uma atividade de importância fundamental, onde pretendemos reunir milhares de pessoas, que sairão de diversas caravanas em todas as regiões do país. Já há representantes de diversos partidos que confirmaram presença, mas a ideia é agrupar elementos sobretudo das bases das organizações de esquerda brasileira para discutir as perspectivas políticas da luta contra o golpe de Estado no Brasil e em todo o continente latino-americano.


BOLÍVIA: ABAIXO O GOLPE MILITAR

SEMANÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA O jornal Causa Operária é o mais tradicional jornal da esquerda nacional, um semanário operário, socialista que contém notícias e análise de interesse para as lutas operárias, populares e democráticas. Adquira o seu com um militante do partido por apenas R$2,00 ou entre em contato pelo telefone: 11 96388-6198 e peça já o seu exemplar


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