Diário Causa Operária nº5823

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SEGUNDA-FEIRA, 11 DE NOVEMBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5823

Abaixo o golpe militar na Bolívia!

N

o último domingo (10), o mundo inteiro testemunhou mais um golpe de Estado dado pelo pelo imperialismo. Dessa vez, a vítima foi o povo boliviano, que, a partir de uma sequência de ataques da direita, teve o presidente Evo Morales deposto da presidência da República. A direita golpista boliviana se utilizou da mesma manobra política que o imperialismo tentou aplicar na Venezuela, até agora sem sucesso, e no Brasil, que culminou no golpe que derrubou Dilma Rousseff: colocar em xeque a credibilidade das eleições, afirmando que foram fraudadas e forçando uma situação que culminasse em novas eleições e, assim, consolidando o golpe.

Evo foi derrotado por se apoiar nas instituições No dia 20 de outubro, o presidente Evo Morales, principal liderança do movimento popular boliviano, foi reeleito. Uma semana depois, os peronistas Alberto Fernández e Cristina Kirchner derrotaram nas urnas o neoliberal Mauricio Macri, candidato dos banqueiros e que levou a Argentina à falência novamente. Na última sexta-feira (8), o maior líder popular do Brasil, o ex-presidente Lula

“Lula Livre não unifica”, mas agora Freixo faz demagogia eleitoral O dia 9 de novembro de 2019 foi mais um dia marcante para a luta contra o golpe: o ex-presidente Lula, encarcerado pelos golpistas durante 580 dias, participou de seu primeiro ato público após ter sido sequestrado pela Polícia Federal em abril de 2018. O ato, que aconteceu no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, no ABC Paulista, em São Paulo, reuniu milhares de militantes e ativistas, como era de se esperar, e expôs a fortíssima tendência à mobilização dos trabalhadores na nova etapa política que se coloca.

Golpe na Bolívia: fascistas aumentam violência contra a esquerda

Venha discutir

A LUTA

DO

POVO NEGRO Reunião do Coletivo de Negros João Cândido Todos os sábados às 16h Maiores informações entre em contato com os coordenadores Juliano Lopes (11) 95456-9764 Izadora Dias (11) 95208-8335

Nota do PCO: anular todos os processos, extinguir a Lava Jato A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a prisão em Segunda Instância tomada na última quintafeira, dia 7, resultou na libertação do ex-presidente Lula, preso político da lava jato há 580 dias na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

Alta polarização e volta de Lula podem sacrificar projeto de Guedes A semana tem sido de grandes baques para o governo Bolsonaro, principalmente depois do ex-presidente Lula ter sido solto a partir de uma decisão do STF, que voltou atrás sobre a possibilidade de execução de pena antes do esgotamento de todos os recursos.


2 | OPINIÃO EDITORIAL

Evo foi derrotado por se apoiar nas instituições No dia 20 de outubro, o presidente Evo Morales, principal liderança do movimento popular boliviano, foi reeleito. Uma semana depois, os peronistas Alberto Fernández e Cristina Kirchner derrotaram nas urnas o neoliberal Mauricio Macri, candidato dos banqueiros e que levou a Argentina à falência novamente. Na última sexta-feira (8), o maior líder popular do Brasil, o ex-presidente Lula, vítima de uma brutal perseguição do regime político golpista, deixou, enfim, as masmorras onde a direita o havia encarcerado. Ao que parecia, a direita estava sendo derrotada em toda a América Latina; no entanto, os acontecimentos recentes mostraram que a burguesia está muito longe de largar o osso. Na manhã de ontem (10), o presidente boliviano Evo Morales, cedendo à pressão da direita, anunciou a convocação de novas eleições presidenciais. Morales havia vencido às eleições anteriores com uma vantagem superior a 10% para o segundo colocado, o direitista Carlos Mesa. No entanto, como a burguesia queria ver Mesa na presidência para aplicar de maneira rigorosa a política do imperialismo, a direita iniciou uma campanha pela convocação de novas eleições. O anúncio de Morales já teria sido uma grande capitulação. Afinal, o objetivo da direita não era fazer uma eleição com maior grau de confiabilidade do ponto de vista técnico – não fazia sentido criar todo um clima na imprensa burguesa internacional para que Evo Morales vencesse o pleito novamente. O objetivo por trás das novas eleições era óbvio: colocar a burguesia sobre o controle direto da votação e garantir a vitória para Carlos Mesa. No decorrer do dia, no entanto, Evo Morales veio com um novo anúncio –

muita mais impactante e indicando, de maneira cristalina, a vitória parcial da burguesia. Em um pronunciamento público, Morales renunciou ao cargo de presidente do Estado Plurinacional da Bolívia. A renúncia, por sua vez, nada tinha a ver com a convocação das eleições, uma vez que o mandato para o qual Morales havia sido reeleito ainda não teve início. A renúncia de Evo Morales foi a consolidação de mais um golpe militar na Bolívia – e mais um golpe de Estado na América Latina. As Forças Armadas da Bolívia haviam “pedido” para que Morales renunciasse – mas, obviamente, as Forças Armadas nunca “pedem” nada, mas simplesmente exigem, uma vez que são um destacamento armado. Ao mesmo tempo em que ocorria a pressão das Forças Armadas, grupos de extrema-direita atacavam militantes da esquerda boliviana e parlamentares ligados ao partido de Evo Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS). Morales teve a casa de sua irmã incendiada, bem como outros membros do MAS. Segundo declarou pelas redes sociais, Evo Morales teve sua própria casa invadida e sofreu uma tentativa de prisão ilegal no dia de ontem (10). Junto com o presidente, renunciaram também um deputado e dois senadores do MAS, além do vice-presidente e de dois ministros do governo Morales. Em algumas jogadas, estava preparado o xeque-mate dos militares na Bolívia: Morales teve de deixar o país e a direita tomou conta do regime político. O caso da Bolívia não é, nem de longe, excepcional. Na verdade, reflete o que está em jogo em todo o continente latino-americano: a disposição por parte da burguesia de ir até as últimas consequências para saquear todo o

sangue e suor dos trabalhadores. Isso, por sua vez, coloca diante de toda a esquerda uma única opção: a de enfrentar esses sanguessugas por meio da mobilização das massas, que sempre estarão dispostas a defender a todo custo o seu país. A derrota de Macri na Argentina e a soltura de Lula no Brasil não são demonstrações de que a burguesia esteja disposta a entrar em um acordo com os trabalhadores que limite a intensidade de sua ofensiva. Ambos são apenas exemplos de recuos necessários para que a ofensiva possa ser retomada de maneira ainda mais dura no futuro. Se a situação política não for meticulosamente analisada e esses recuos não forem dados, a direita pode rapidamente perder o controle e empurrar os trabalhadores para circunstâncias em que a tomada do poder esteja colocada. O levante no Chile é um claro exemplo de que a aplicação da política neoliberal leva, inevitavelmente, à revolta popular. O caminho do enfrentamento não foi o caminho escolhido por Evo Morales, e é justamente por isso que, hoje, o povo boliviano se encontra refém dos militares. Em todo o momento, desde que a crise provocada pela reeleição de Evo Morales veio à tona, o presidente boliviano optou por procurar um acordo junto aos golpistas, uma saída institucional. Até mesmo nas Forças Armadas Evo Morales depositou confiança – Forças Armadas essas que praticamente o expulsaram do país. Em suas falas, a maioria dos parlamentares e membros do governo que renunciaram falam da necessidade de uma “pacificação”. Isso, no entanto, não é possível. A burguesia não quer uma solução pacífica – a única possibilidade de não haver confronto é se o

povo boliviano ficar de braços cruzados enquanto é violentamente saqueado pelo imperialismo, o que é uma política inadmissível. É preciso, portanto, entender de uma vez por todas que a única forma de barrar os ataques da direita é por meio da única linguagem que ela conhece: a força. É preciso, ao invés de pedir paz à burguesia, fazê-la temer a fúria de um povo que está sendo pilhado para que meia dúzia de banqueiros mantenham seus privilégios. Assim como é preciso enfrentar a direita na Bolívia, é preciso enfrentar os golpistas no Brasil e em toda a América Latina. O ex-presidente Lula continua ameaçado de retornar à prisão – afinal, continua condenado em segunda instância – e permanece sem seus direitos políticos plenos. A depender das condições políticas, a burguesia pode rapidamente desfazer o acordo temporário que fez em torno da liberdade de Lula. O mesmo vale para a Argentina: a eleição de Alberto Fernández, que é ligado a setores da burguesia argentina, em nada garante que a política do governo será uma política de enfrentamento à direita. E, mesmo que seja, a possibilidade de um golpe militar na Argentina está colocada. A situação demonstra, portanto, que não há solução nas instituições. Em nada adianta confiar no Congresso Nacional, que ou é controlado por picaretas como Rodrigo Maia, ou acaba cedendo à violência da extrema-direita, como no caso da Bolívia. Tampouco, em nada adianta confiar no Poder Judiciário, que, por não ser eleito, é diretamente controlado pelo imperialismo. É preciso, portanto, organizar um amplo movimento em toda a América Latina pela derrubada de todos os governos direitistas e pelo fim da ingerência imperialista no continente.

Nota do PCO: anular todos os processos, extinguir a Lava Jato A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a prisão em Segunda Instância tomada na última quinta-feira, dia 7, resultou na libertação do ex-presidente Lula, preso político da lava jato há 580 dias na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Fruto de um processo político, ilegal e sem provas organizado pela direita golpista para colocar o ex-presidente para fora das eleições e, mais ainda, longe das mobilizações de massas que se aprofundam a cada dia para derrubar o regime golpista. A prisão e a cassação dos direitos políticos de Lula é parte fundamental do golpe de Estado. O golpe, a prisão de Lula e o governo de extrema-direita de Bolsonaro é parte de um processo que visa a atacar os direitos políticos, econômicos e sociais do povo. Entregar as riquezas nacionais para o imperialismo. Destruir o País. Por isso é importante dizer que a saída de Lula da carceragem da Polícia Federal não é de nenhuma maneira o

fim, mas é apenas o começo. Nesse sentido, a saída de Lula é uma vitória, mas é ainda uma vitória parcial. Fornecerá o ânimo necessário para os militantes e ativistas que participam da luta contra o golpe de Estado. É preciso continuar a mobilização permanente agora pela anulação de todos os processos contra o ex-presidente da República. É preciso acabar com todos os processos políticos e garantir o retorno de todos os direitos políticos de Lula. O Partido da Causa Operária (PCO) reivindica a anulação e o cancelamento de todos os processos contra o ex-presidente. Ou seja, que seja barrada a perseguição política promovida pela justiça contra Lula. O processo, do início ao fim, foi uma enorme farsa e por isso deve ser cancelado e Lula deve ter seus direitos políticos restabelecidos. É preciso uma mobilização permanente, pela liberdade plena de Lula e anulação dos processos, pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas e pela convocação de novas eleições gerais.


OPINIÃO | 3 COLUNA

O fator Lula Por Renan Arruda

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) da última quinta-feira, 7 de novembro, que derrubou a prisão após condenação em segunda instância e permitiu a soltura dos presos políticos da operação Lava-Jato, entre eles e, fundamentalmente, o ex-presidente Lula, abre uma nova etapa no processo político saído do golpe de 2016. A ofensiva golpista perdeu força. Embora a burguesia não vá deixar de implementar sua política, será sob condições muito mais desfavoráveis. O novo quadro abre, inclusive, a possibilidade de que a esquerda passe à ofensiva. Ao contrário do que a imprensa burguesa procura vender e que parcela da esquerda assumiu como “verdade”, a decisão do STF não foi um raio em céu azul, uma “luz de democracia” que tomou a mente dos ministros do STF. Das vezes anteriores em que se colocou a possibilidade do STF tomar atitude que poderia implicar na soltura de Lula, a imprensa venal golpista e os militares trataram, como porta-vozes do golpe, de deixar às claras qual o único resultado esperado. Desta vez, não. Salvo manifestações formais, parecia um acontecimento quase que normal. Uma visão realista da situação aponta que houve um acordo entre os setores golpistas, envolvendo inclusive o Executivo e os militares, e que pelo menos dois fatores foram determinantes para que o STF revisse sua posição: a crise econômica e política que corrói o regime político saído do golpe e uma tendência real à mobilização em torno da defesa da liberdade de Lula – expressa na evo-

lução dos atos ocorridos em Curitiba nos dias 14 de setembro e depois no dia 27 de outubro, convocados exclusivamente pelo PCO e com a efetiva participação dos militantes do nosso partido e por uma militância de base do PT – e o receio dessas mobilizações evoluírem para uma explosão social como as que tem ocorrido na América Latina, em especial no Chile. O recuo do golpe abriu caminho para o avanço da esquerda. O fato de Lula ter sido libertado fortalece a luta dos explorados. O problema todo consiste na perspectiva 2022 como a

via para a “reconquista do paraíso”. Uma doce ilusão que pode tornar muito mais amarga do que já está a vida do brasileiro. Uma contradição que está presente na política de sustentar Bolsonaro até 2022 é justamente o fator Lula. Lula é adepto desta política. Acontece que não há medida de comparação entre Lula e todos os setores da esquerda que são a favor de virar a página do golpe e que buscam a constituição de uma frente ampla englobando até os golpistas do “Centrão”. Esses setores direitistas da esquerda há muito, se

é que um dia lutaram, capitularam diante do golpe. Na verdade, se transformaram em extensão da política do “centrão”, do golpe. Essa condição, com Lula, foi inviabilizada, ou pelo menos foi colocada em xeque. O “centrão” dava as cartas, com Lula solto, a situação é outra. Lula é diferente. Primeiro, Lula, em que pese fora da cadeia, tem sobre ele mais de sete processos; a ameaça de julgamento dos recursos em terceira instância com relação ao processo que está condenado, é uma possibilidade real; os seus direitos políticos estão cassados. Basta um mínimo de estabilidade do regime político para que a direita volte à carga contra o ex-presidente. Lula fala em banda podre das instituições (Lava Jato, ministério público, polícia federal). Embora não seja a nossa política – pois para o PCO todas as instituições do regime político burguês são podres -, essa banda podre, a que Lula se refere, são os elementos golpistas da própria direita, o imperialismo, a Rede Globo. Contrapor-se a esse setor podre só pode se dar nas ruas. Lula tem clareza disso e já anunciou que seu objetivo é promover comícios por todo o País. Mesmo com as limitações com uma política que não bate de frente com o golpe, os atos com Lula tenderão a ir muito mais adiante do que possa pretender o ex-presidente. Questões fundamentais como o “Fora Bolsonaro”, eleições gerais, a anulação de todos os processos contra o ex-presidente e a necessidade de restituir os direitos políticos para que Lula se coloque como candidato marcarão a próxima etapa política.


4 | INTERNACIONAL

FORA IMPERIALISMO!

Abaixo o golpe militar na Bolívia! Sucumbindo à pressão das Forças Armadas, o presidente Evo Morales renunciou seu cargo, concretizando mais um golpe militar na América Latina. No último domingo (10), o mundo inteiro testemunhou mais um golpe de Estado dado pelo pelo imperialismo. Dessa vez, a vítima foi o povo boliviano, que, a partir de uma sequência de ataques da direita, teve o presidente Evo Morales deposto da presidência da República. A direita golpista boliviana se utilizou da mesma manobra política que o imperialismo tentou aplicar na Venezuela, até agora sem sucesso, e no Brasil, que culminou no golpe que derrubou Dilma Rousseff: colocar em xeque a credibilidade das eleições, afirmando que foram fraudadas e forçando uma situação que culminasse em novas eleições e, assim, consolidando o golpe. Os ataques da direita na Bolívia, financiados pelo imperialismo, se intensificaram após as eleições presidenciais ocorridas em 24 de outubro deste ano, onde Evo Morales foi reeleito com 47,7% dos votos. Desde então, os direitistas tentaram tirar Evo Morales do poder, organizando inclusive os “coxinhatos”, em que os golpistas exigiam que Morales renunciasse ao seu mandato e pediam intervenção das Forças Armadas. Nessa sucessão de ataques, ainda na tarde do domingo (10), as Forças Armadas “pediram” que Evo Morales renunciasse ao cargo. O “pedido” veio seguido de uma série de ataques violentos da extrema-direita boliviana,

que incendiou a casa da irmã do presidente e de outros membros do partido de Evo Morales – o Movimento ao Socialismo (MAS) – e partiu para cima dos militantes da esquerda. Evo Morales cedeu à pressão da direita e renunciou, concretizando mais um golpe de Estado na América Latina. Ameaçado pelos militares e pelas organizações fascistas, deputados e ministros do governo, além do vice-presidente da República, também entregaram seus cargos. A forma como se deram os acontecimentos na Bolívia não deixa margem para dúvida. O povo boliviano foi vítima de mais um golpe militar. A história mostra que as Forças Armadas nunca “pedem” nada: exigem e, caso não sejam atendidas, põem os tanques nas ruas. Foi por meio de ameças como essas que, em 2018, os militares garantiram a prisão do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Todo esse cenário fica ainda mais sombrio quando foi revelado pelo jornal boliviano El Periódico uma série de áudios onde se revela o apoio não só das igrejas evangélicas, mas do presidente golpista Jair Bolsonaro, ao golpe que já estava em curso na Bolívia. Ao que parece, Bolsonaro, capacho do Trump, estava dando suporte a alguém de sua confiança, que estava assessorando um candidato presidencial, que

seria o líder da oposição, Luis Fernando Camacho. Esses áudios ainda mostram que os planos da direita boliviana para consolidar o golpe eram falar mais de política nas igrejas, a fim de colocar lideranças religiosas nos cargos de prefeitos, ministros, governadores, etc., assim como aqui no Brasil. Embora a direita tivesse decidida há dar o golpe há bastante tempo, a política adotada por Evo Morales nas últimas semanas demonstrou uma disposição insuficiente para manter o governo boliviano sob controle popular. Morales, sobre pressão da imprensa capitalista mundial, autorizou que a Organização dos Estados Americanos (OEA), representante do imperialismo, tutelasse as eleições bolivianas, o que levaria, inevitavelmente, a uma operação para que Evo Morales não assumisse seu quarto mandato. No domingo, antes de ser deposto, o próprio Evo Morales anunciou a realização de

novas eleições, capitulando, assim, para os interesses da direita. O golpe na Bolívia abre caminho para a ofensiva imperialista dentro da América Latina, que tenta tomar a Venezuela de Maduro, reprimir as manifestações do povo chileno, controlar a situação na Argentina e tomar conta do Brasil. É hora do povo boliviano se mobilizar nas ruas. Sendo assim, somente a força popular será capaz de conter essa sequência de ataques e capitulações. Após a ofensiva da direita e a expulsão do presidente boliviano, a tendência é que as Forças Armadas tomem conta do regime político. É preciso reagir imediatamente ao golpe militar na Bolívia, antes que a direita avance ainda mais e consiga estabelecer condições para entregar todo o patrimônio boliviano às aves de rapina da burguesia internacional. Não ao golpe militar na Bolívia! Fora imperialismo da América Latina!

GOLPE MILITAR NA BOLÍVIA

Golpe na Bolívia: fascistas aumentam violência contra a esquerda Golpe militar é dado na Bolívia, fascistas invadem emissoras públicas e ameaçam de morte funcionários. Casas da irmã e de governadores de Evo são incendiadas. No último domingo, 10 de novembro de 2019, mais um golpe de estado orquestrado pelo imperialismo norte-americano foi concretizado a América Latina. Convocada pela imprensa burguesa golpista, a direita saiu às ruas após perderem as eleições presidenciais para a figura mais popular do país, o então presidente boliviano, Evo Morales. Evo Morales havia sido eleito em primeiro turno, com uma forte aprovação popular que desejava dar continuidade a seu governo nacionalista e barrar o avanço da direita. Contudo, com a vitória nas eleições, a burguesia, assim como já fez em diversos países do continente, repetiu seu clássico repertório convocando “coxinhatos”, abarrotados de bandeiras nacionais e estadunidenses e declarando guerra contra o governo legitimamente eleito. Inicialmente Morales reagiu de maneira enérgica, convocando o povo para as ruas em defesa de seu mandado. Os trabalhadores responderam a seu chamado e lotaram as ruas boli-

vianas contra os golpistas. No entanto, Evo Morales cedeu a pressão, resolveu permitir recontagem dos votos, depois por chamar novas eleições e no fim, renunciou após uma gigantesca onda de ataques de fascistas a sua família e aos militantes de esquerda. A casa da irmã do presidente boliviano e de dois governadores foram atacadas por grupos de extrema-direita que colocaram fogo nos locais. Em outra área do país, fascistas invadiram emissoras publicas, ameaçaram de morte seus funcionários e amarram um diretor sindicalista. Policiais e militares, que orquestraram o golpe, marcharam sobre as ruas bolivianas junto aos fascistas, enquanto o principal nome golpista entra no palácio do governo com homens armados e promove uma cena de puro cinismo, colocando a bandeira do país no chão e declarando de joelhos que esta (o golpe) seria uma vontade de Deus. Com o desenvolvimento da situação, Evo Morales foi obrigado a sair do país e os fascistas já atacaram di-

versos de trabalhadores nas ruas, torturaram militantes e governantes. O caso boliviano é um recado para toda América Latina, principalmente para aqueles que se iludem com as perspectivas eleitorais e que acham que não devemos lutar hoje. Se os trabalhadores de todos os países não intensificarem as mobilizações contra

a direita, mais golpes militares serão dados. Ao mesmo tempo que a direita ataca ferozmente sabemos que a crise é grande e que a população está extremamente revoltada. É preciso convocar o povo para as ruas e chamar pela derrubada dos governos golpistas. Fora Imperialismo da América Latina!


INTERNACIONAL | 5

DESTAQUES BOLÍVIA

MAIS UMA DERROTA IMPERIALISTA

Turquia inicia com Rússia patrulha conjunta na Síria A perspectiva é que com o apoio da Rússia a intervenção norteamericana fique inviabilizada nesse momento na Síria.

Povo reage e pede cabeça de Camacho e guerra civil contra o golpe O povo está mobilizado em El Alto contra o golpe militar. Em manifestações em apoio a Evo Morales, os manifestantes estão gritando “agora sim, guerra civil” e “Camacho, cuz**, queremos sua cabeça”. Um coxinha golpista disse desesperada: “os masistas (apoiadores do partido de Evo) estão atacando o regimento 3 da polícia, com paus e pedras, por favor ajuda”. O povo em El Alto está reagindo ao golpe militar contra Evo Morales. A única saída possível para reverter o golpe é justamente isso: o povo nas ruas contra Camacho e todos os golpistas. Fascistas invadem casa de Morales e vandalizam seus pertences Algumas horas depois que Evo Morales anunciou sua renúncia na Bolívia, ameaçado de golpe militar, grupo fascistas violentamente invadiram sua casa em Cochabamba e começaram a saquear e vandalizar seus pertences. Além disso, a imprensa local reportou vandalismo na casa do ministro da presidência, Juan Ramón Quintana. Neste domingo (10) o país foi alvo de um golpe militar. Militares estão nas ruas junto com bando fascistas que estão queimando coisas, batendo em sindicalistas e indígenas e massacrando a população pobre. Bolívia: povo reage ao golpe e ataca polícia fascista com molotov Como afirmamos em matérias anteriores, o povo boliviano está reagindo contra o golpe militar na Bolívia, que ocorreu neste domingo (10), forçando a renuncia do presidente Evo Morales. A população, apoiadora de Morales, está pedindo a cabeça da Camacho, golpista que está liderando os protestos financiados pelo imperialismo, e gritando “agora sim, guerra civil”, demonstrando que estão dispostos a

enfrentar a direita. Esse é o único caminho para derrotar a direita. O povo precisa sair às ruas e se armar com o que tiver para derrotar o golpe militar. Em vídeo, os manifestantes aparecem jogando molotov contra uma unidade da polícia fascista. Apoiadores de Evo Morales resistem na cidade El Alto, na Bolivia Apoiadores de Evo Morales resistem na cidade El Alto, na Bolivia. “Aqueles que tentam o golpe de estado brincam com fogo, as pessoas aqui não deixarão a direita avançar.” “Fuzil! Metralha! El Alto não se cala”, contra o golpe na Bolívia Desde que o golpe militar depôs o presidente eleito Evo Morales, manifestantes estão enfrentando a direita e as forças armadas na cidade de El Alto para defender a soberania nacional. É a única forma de derrotar o golpe da direita: com o povo nas ruas! No vídeo, gritam: “Fuzil! Metralha! El Alto não se cala!” Forças leais a Evo convocam comitês de autodefesa para se opor a golpe Desde ontem (10), quando Evo Morales foi deposto por um golpe militar, forças leais a Evo se encontram em El Alto resistindo contra a polícia e a direita golpista. Agora as forças convocam todos a se manter em mobilização permanente. As federações de bairros de El Alto deram 48 horas para que Camacho e outros golpistas deixem o governo, além disso convocou a organização de comitês de autodefesa para barrar o golpe, com bloqueios e “mobilizações permanentes”, e pediu à polícia segurança dos bolivianos, caso contrário, convocam também a formação da polícia sindical-civil, além de outras reivindicações.

O Ministério da Defesa da Rússia informou que junto com força turca estão realizando a terceira patrulha conjunta agora em uma área com mais de 100 km no norte da Síria, na cidade de Qamishli. “Com os esforços da Rússia continuam sendo implementadas as disposições do memorando de entendimento russo-turco assinado no dia 22 de outubro de 2019. A aviação russa realizou patrulhamentos aéreos ao longo da seguinte rota: aeródromo de Kuwayris, cidades de Ain Issa e Raqqa, ao longo da barragem de Assad”, afirmou Borenkov, citado pela Rossiyskaya Gazeta. Essa terceira patrulha terá a rota do posto alfandegário de Deiru Naga à fronteira sírio-turca, passando por várias cidades. Desde o dia 17 de outubro a situação para as forças imperialistas, os curdos, piorou muito na região. Essas milícias, que são organizadas principalmente pelos Estados Unidos no norte da Síria, tiveram que se retirar de acordo com funcionário do Departamento de Estado norte-americano, na última quarta-feira, dia 6 de novembro. Após o acordo do dia 22 de outubro entre Vladimir Putin e Recep Erdogan, o ministro da Defesa russo, Sergei

Shoigu, também anunciou a retirada antecipada dos curdos das rotas controladas pela Rússia e Turquia. Antes do curdo se retirarem, no início de outubro as tropas estadunidenses que atuavam em conjunto com os curdos já haviam debandado. Com o enfraquecimento dos curdos, o presidente turco Erdogan aproveitou para avançar uma ofensiva contra as milícias imperialistas. A perspectiva é que com o apoio da Rússia a intervenção norte-americana fique inviabilizada nesse momento na Síria. A Brown University realizou um estudo em que aponta que os EUA desde 2001 já gastaram quase 6 trilhões de dólares tentando controlar Iraque, Afeganistão, Paquistão e Síria. Entretanto, os EUA, apesar de toda a destruição que historicamente causaram no Oriente Médio somente nas últimas décadas, não conseguiram o controle de fato desses países. Mais um sintoma da fase terminal do imperialismo. Que apenas vem perdendo terreno mundial a cada período. Essas recorrentes e insistentes derrotas militares mostram o desespero e falta de alternativa dos países imperialistas e de um sistema completamente em decomposição.


6 | INTERNACIONAL

MAIS UMA DERROTA IMPERIALISTA

Irã afirma que irá enriquecer urânio a 60% e abandonar TNP Governo iraniano responder aos ataques de Trump e informa que aumentou a produção de sua usina nuclear, produzindo mais energia elétrica para a população. No último sábado (09) o porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI), Behrouz Kamalvandi, afirmou que a instituição possui a capacidade de produzir urânio enriquecido a 5%, 20% ou 60%, possuindo atualmente em atividade cerca de 1.044 centrífugas injetadas com gás de urânio na usina nuclear do país. A declaração é mais uma resposta do governo iraniano aos ataques do governo de Donald Trump (EUA) que em Maio deste ano se retirou unilateralmente do acordo acusando sem qualquer provas o Irã de descumprimento do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), assinado em 2015 entre Irã, Estados Unidos, China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha. O porta-voz afirmou ainda: “Se acabarem as medidas para reduzir os compromissos do acordo nuclear JCPOA, possivelmente o Irã, como muitos países esperam, buscará sair do TNP”. O TNP (Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares) é um acordo internacional assinado por 189 países, vigente desde 1970 e visa limitar o estoque de armas nucleares no mundo. O Irã, que é o quarto maior produtor de petróleo do mundo e possui a segunda maior reserva de gás natural, está sofrendo uma campanha de ataques por parte do governo estadunidense há vários anos e que se intensificou com o governo Trump, o qual retomou em 2018 sanções econômicas contra o país, vem buscando desenvolver a capacidade energética do país para atender as necessidades de desenvolvimento do país. O governo iraniano afirma que o desenvolvimen-

to da industria nuclear no país visa fins completamente pacíficos, o que já foi confirmado cerca de 11 vezes desde 2015 por fiscalizações da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA). A energia nuclear é uma das principais fontes de produção de energia elétrica disponíveis e é uma via que é amplamente utilizada pelos países desenvolvidos. Atualmente no mundo existem 449 reatores nucleares em operação, sendo que apenas cerca de 90 estão nos países mais populosos do mundo, ou seja, aonde mais se precisa de energia é aonde menos se tem. O Irã possui hoje apenas uma usina nuclear em Bushehr com apenas um reator em operação e anunciou nos últimos dias que, com a ajuda da Rússia, iniciou a construção de mais dois reatores, que deverão ficar prontos até 2028, os quais irão gerar 3.000 MW de energia elétrica. É importante salientar que os ataques que países imperialistas fazem contra nações em desenvolvimento, que buscam utilizar recursos valiosos como a energia nuclear, são sempre falaciosos e injustificados. As acusações de uso de armas em ações terroristas são um discurso velho e que nunca é comprovado. Porém, apesar de todas as acusações feitas, foi os EUA a única nação a utilizar a energia nuclear como armar contra outro país. Em agosto de 1945, praticamente findada a segunda guerra mundial, os EUA disparou em Hiroshima e Nagasaki as bombas que mataram cerca de 200 mil civis inocentes, simplesmente por uma demonstração de poder do governo estadunidense. Os ataques que o Irã vem sofrendo dos Estados Unidos, fazem parte de

objetivos maiores que e estão diretamente relacionado ao petróleo iraniano, pois o país é uma potência regional que, por conta de suas características históricas e de ter um governo nacionalista, que busca desenvolver o país, dificulta o controle de suas riquezas pelos capitalistas internacionais, além de exercer uma grande influência em outros países da região. Assim, é preciso defender a autonomia e autodeterminação dos povos. Não devemos aceitar a ingerência das potências imperialistas na política in-

terna dos países que, na verdade, buscam dominar suas riquezas e explorar a população desses países em favor da burguesia dos países desenvolvidos. O Irã, tem todo o direito de buscar seu desenvolvimento e a melhoria das condições de vida da sua população. Não é justo que os países desenvolvidos se utilizem das descobertas científicas e realizem um bloqueio para que países atrasados economicamente não possam se desenvolver com estes mesmos recursos, ou até outros superiores.

INDEPENDÊNCIA ANGOLANA

11/11/1975: Angola conquista independência de Portugal Agostinho Neto, líder do Movimento pela Libertação da Angola, assume a presidência do país no dia 11 de novembro de 1975, após um longo período de luta contra Portugal. O Movimento pela Libertação da Angola (MPLA), principal grupo organizado que deu fim a colonização portuguesa em Angola, surgira nos anos 50, com a fusão de diversos grupos que se posicionavam contra o regime português, dentre eles uma célula do Partido Comunista Português que havia sido formada pouco antes em Luanda. O movimento nasceu da intelectualidade nacionalista angolana. A luta armada pela independência do país africano começou na década de 60, mas é em 1974, quando estoura a revolução dos cravos, que põe um fim ao regime salazarista, que Angola consegue conquistar a independência. Agostinho Neto, líder do MPLA desde o início da década de 70, assume a presidência do país no dia 11 de Novem-

bro de 1975. Neto foi uma liderança oriunda do movimento estudantil, que engendraria a intelectualidade idealizadora da independência angolana. Ficou na presidência até sua morte em 1979, sendo sucedido por Lúcio Lara, um dos fundadores do MPLA, e uma dor organizadores militares do movimento durante a luta anticolonialista. Desde maço de 75, outros grupos armados haviam declarado guerra ao MPLA, cujo caminho para assumir o governo angolana já estava traçado devido a popularidade e força do movimento, afundando o país em uma guerra civil que duraria até 2002 quando morre Jonas Savimbi, líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), principal antagonista do MPLA.


POLÍTICA E ATIVIDADES DO PCO | 7

LULA ATACA MEDIDAS DE GUEDES

Alta polarização e volta de Lula podem sacrificar projeto de Guedes A liberdade de Lula representa a grande possibilidade do povo colocar um fim na agenda de Paulo Guedes, que visa favorecer os mais ricos e colocar na conta dos trabalhadores. A semana tem sido de grandes baques para o governo Bolsonaro, principalmente depois do ex-presidente Lula ter sido solto a partir de uma decisão do STF, que voltou atrás sobre a possibilidade de execução de pena antes do esgotamento de todos os recursos. Nem mesmo as longas explanações do ministro da Economia, o golpista Paulo Guedes, sobre a “necessidade” de se fazer uma reforma no Estado e Orçamento – necessidade aos olhos da burguesia – foi suficiente para desviar a atenção da liberdade de Lula. Após ser solto, Lula fez uma grande fala no Sindicato dos Metalúrgicos, no ABC, no último sábado (9), em que não poupou esforços para atacar a agenda neoliberal de Paulo Guedes, prometendo que irá percorrer o Brasil a fim de dar uma resposta à ofensiva da extrema-direita contra ele e contra a classe trabalhadora. Ofensiva essa refletida no pacote de medidas neoliberais que o governo Bolsonaro vem tentando concretizar, como a reforma da Previdência, a estagnação do salário mínimo, o fim da estabilidade no serviço público, os cortes nos salários

dos servidores públicos, etc. Todo esse quadro tende a acirrar ainda mais a polarização no Brasil, que vem se intensificando cada dia mais. Afinal, os trabalhadores conseguem, mais do que nunca, perceber as contradições de classe expressas nos ataques aos direitos e no desmonte dos serviços públicos, como saúde e educação. Diante disso, a presença de Lula nas ruas é como um catalisador da vontade do povo e a possibilidade de Paulo Guedes virar o famoso “boi de piranha” cresce exponencialmente. Lula livre deixa a burguesia com ainda mais medo de atacar a população e de intensificar a polarização, já que isso significa não mais ficar em cima do muro e ir pra cima da extrema-direita com toda a fúria popular. A América Latina, como um todo, está passando por uma ofensiva da política neoliberal, de modo que faz crescer cada dia mais a insatisfação popular, tendo o Chile como o principal exemplo recente. A população chilena está mandando um grande e assustador recado para o presidente golpista Piñera, isto é, contra o pacote de medidas neolibe-

rais que é aplicado no país há tempos. A burguesia está temerosa sobre os rumos que a população insatisfeita pode dar para o Brasil, caso o povo brasileiro resolva seguir os passos do Chile. A extrema-direita vem trabalhando numa série de tentativas de golpes em países como Bolívia, Argentina, Chile, Brasil, etc., contudo, as populações desses países tendem a seguir a onda atual de se rebelarem contra as ma-

nobras do imperialismo e, finalmente, reagir contra a burguesia sanguessuga que se sustenta no suor do trabalhador. Sendo assim, a burguesia brasileira fará de tudo para conter a polarização, mas este é o momento do povo ir às ruas, mais intensamente do que nunca, e aproveitar a crise da direita para derrubar o governo de golpistas que tanto explora e oprime os trabalhadores.

CRISE DO REGIME

Ato nas ruas e Intercept foram fatores de pressão a favor de Lula O crescimento da campanha pela liberdade de Lula e o naufrágio da Lava Jato impuseram tal pressão ao regime que fez os golpistas recuarem Nesta sexta (9), após 580 dias de pena ilegal, o ex-presidente Lula foi libertado da masmorra dos golpistas na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Dois fatores na situação política foram decisivos na pressão para este resultado: a mobilização nas ruas e os vazamentos do portal The Intecetpt Brasil (a Vaza Jato). A mobilização nas ruas Desde antes de Lula ser preso em 7 de abril de 2018, diversas mobilizações ocorreram no país. Em 2016 contra sua condução coercitiva (em São Paulo), em 2017 contra sua condenação (em Curitiba), em 2018 contra sua condenação em 2ª instância (em Porto Alegre) e contra sua prisão (em São Bernardo do Campo). Para ser preso, Lula precisou se entregar passando por um cerco de militantes no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e desde então, já na sua chegada em Curitiba, ocorreram manifestações de apoio ao ex-presidente, a criação de toda uma estrutura oficial e não oficial de apoio a Lula, como a Vigília Lula Livre, o Espaço Marielle, o Acampamento Marisa Letícia, a Creche (todos em Curitiba) e várias outras iniciativas pelo País e pelo Mundo. Com todas as dificuldades inerentes à mobilização, o boicote de setores da

própria esquerda nacional (que vacilaram na defesa do ex-presidente e chegaram a cunhar a conhecida expressão de que a campanha pela liberdade de Lula “não unifica a esquerda”) na convocação e organização dos atos e caravanas, quando colocada em perspectiva de 2016 para cá, a campanha pela liberdade de Lula só cresceu. Chegou em seu melhor momento nos últimos meses, expressa na realização de dois atos nacionais em Curitiba, um pelo Partido da Causa Operária (PCO), em 14 de setembro, e outro pelo Comitê Nacional Lula Livre no dia do aniversário de 74 anos de Lula no dia 27 de outubro. Essa mobilização, expressa sobretudo em atos locais, estaduais, nacionais, internacionais, pequenos, médios, grandes, caravanas, mutirões, foi fundamental para manter todo um setor mais combativo das organizações de esquerda e da população em permanente mobilização. Isso forçou o regime a se manter vigilante sobre a situação e a manobrar para minimizar os riscos que uma explosão popular, como está ocorrendo na América latina, poderia ter no Brasil com Lula refém dos golpistas, preso em Curitiba. A mobilização foi o fator de pressão, como numa panela, que os golpistas tentaram conter para que não explodisse.

A Vaza Jato Os vazamentos das conversas privadas do ex-juiz, atual ministro de Bolsonaro, Sérgio Moro, com o procurador Deltan Dallagnol e com outros integrantes do Judiciário, do MPF e da Lava Jato, feitos pelo portal The Intercept Brasil, que ficaram conhecidos como Vaza Jato, caíram como uma bomba na situação política do País. Ao mostrar que Moro e Dallagnol combinavam os processos contra Lula com a ajuda de vários setores dentro do Judiciário, do MPF, da Polícia Federal, para burlar as leis na perseguição a adversários políticos, foi possível a um amplo setor da população o conhecimento de denúncias feitas desde o início da Operação Lava Jato (em 2014) pela esquerda. O impacto da Vaza Jato aprofundou a crise da Lava Jato e consequentemente do governo Bolsonaro, criou um clima de naufrágio no governo, fazendo com que vários setores golpistas dentro da própria burguesia e da direita passassem a adotar uma postura de retirar seu apoio à Operação ou mesmo a criticá-la abertamente (Reinaldo Azevedo, Raquel Sheherazade, Demétrio Magnoli, entre outros). Essa desmoralização, na medida em que enfraqueceu os golpistas, fortaleceu a posição da esquerda e a campanha pela liberdade de Lula e ganhou

uma amplitude diferente, por arrastar atrás de si setores da população não organizados. O aumento da mobilização, chegando no seu pico desde 2016, o naufrágio da Lava Jato e do governo Bolsonaro, o momento de mobilização na América latina, formou uma equação explosiva para os golpistas, que impôs ao regime a necessidade de reduzir a pressão, sob o risco de que a mobilização no Brasil se ampliasse rapidamente e explodisse como está ocorrendo em países vizinhos. Por isso a mobilização nas ruas e a Vaza Jato foram fatores decisivos na liberdade de Lula e seguirão impulsionando a campanha contra o governo golpista, pelo restabelecimento de todos os direitos políticos de Lula e por eleições gerais com Lula candidato.


8 | POLÍTICA E ATIVIDADES DO PCO

DIREÇÃO NACIONAL

Comitê Central do PCO se reúne hoje para discutir situação política O PCO reunirá sua direção hoje para discutir as novas coordenadas políticas, com Lula solto, o aprofundamento da crise do governo Bolsonaro e o golpe militar na Bolívia. Hoje (11), a direção do Partido da Causa Operária (PCO) estará reunida para discutir as novas coordenadas políticas e os próximos passos da luta que o partido deverá travar até o final do ano. Em mais uma reunião do Comitê Central Nacional, os membros efetivos do órgão, suplentes e convidados de todo o país estarão deliberando sobre a campanha nacional em torno da anulação de todos os processos contra o ex-presidente Lula, a luta pelo “Fora Bolsonaro” e por novas eleições gerais, além de discutir a organização da segunda Conferência Nacional Aberta de luta contra o golpe e o fascismo, que ocorrerá em dezembro. Agora que Lula está solto, a luta não parou. Muito pelo contrário, trata-se de uma vitória parcial e, portanto, a luta precisa ser mantida. Como se sabe,

Lula continua condenado em segunda instância e, então, segundo a Lei da Ficha Limpa, não pode ser candidato; está sem seus direitos políticos garantidos. O golpe militar na Bolívia é prova de que a burguesia não está disposta a ceder tão facilmente às reivindicações do movimento popular. Desta forma, o PCO discutirá o impulsionamento da campanha pela anulação de todos os processos contra o ex-presidente e a restituição de seus direitos. Da mesma forma, complementando a luta por Lula, o partido discutirá também o fortalecimento da campanha pelo Fora Bolsonaro e por novas eleições. Bolsonaro foi eleito com base em uma fraude eleitoral que tirou Lula do pleito, e portanto precisa ser derrubado. A crise do governo e do regime golpista se aprofunda, então, o momento é propício para impulsionar um amplo movimento contra o presidente

fascista e toda a fraude de 2018. Além disso, o partido se uniu aos comitês de luta contra o golpe e estará organizando um segunda Conferência dos comitês, para deliberar, em conjunto, sobre os rumos da luta contra a extrema-direita no Brasil, mas tam-

bém contra todos os ataquesque os golpistas estão promovendo. A reunião será fundamental, neste sentido, uma vez que as coordenadas políticas mudaram – Lula foi solto, e o governo Bolsonaro se aprofunda na crise.

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POLÍTICA E ECONOMIA | 9

CAPACHO DO IMPERIALISMO

Indícios mostram que Bolsonaro está envolvido em golpe na Bolívia Áudios revelam que o governo Bolsonaro poderia estar por trás de articulações para o golpe militar na Bolívia. O presidente da Bolívia Evo Morales (MAS), chantageado pelas Forças Armadas, anunciou sua renúncia ao cargo neste domingo (10), marcando, assim, mais um golpe militar na América Latina. Desde que Morales disputou as últimas eleições em 20 de Outubro e venceu o candidato apoiado pela extrema-direita e pelo imperialismo, o neoliberal Carlos Mesa, a Bolívia tem sido sofrido seguidas tentativas de golpe de Estado. Áudios divulgados pelo jornal boliviano El Periódico revelam o envolvimento do governo Jair Bolsonaro nas articulações golpistas contra o presidente Evo Morales. O chanceler fascista Ernesto Araújo tem estado em contato com líderes da oposição fascista como Luis Fernando Camacho, do Partido Comitê Cívico, a mesma agremiação do segundo colocado nas eleições. A articulação golpista, de acordo com os áudios, conta com destacada participação dos Estados Unidos e seu satélite Israel, que patrocinam grupos fascistas para agir no intuito de desestabilizar o país. Um dos estrategistas

da oposição cita a importância da organização da direita por dentro das igrejas evangélicas, e cita o Brasil como um exemplo a ser seguido, onde a direita utiliza as igrejas para atuar politicamente. Em um áudio, os líderes da oposição Jaime Antonio Alarcón Daza, Iván Arias e outros membros do Comitê Cívico falam sobre as medidas que visam manipular a opinião pública sobre as eleições, no sentido de difundir a ideia de que a vitória de Morales foi fraudada. É citado, mais uma vez, a participação da União Europeia, da Embaixada dos Estados Unidos e de igrejas evangélicas. É importante destacar que os fascistas passaram a queimar casas de lideranças políticas e ameaçar as pessoas nas ruas, implementando uma política de terror como forma de executar os planos de golpe de Estado. A irmã do presidente Evo Morales teve a casa queimada na cidade de Oruro, bem como foram queimadas as casas dos governadores de Oruro e Chuquisaca. Evo Morales denunciou que estava em marcha um golpe fascista.

O imperialismo, com a colaboração de seu capacho Jair Bolsonaro, busca avançar na política de golpes de Estado e imposição de governos neoliberais e regimes de força, isto

é, ditaduras militares. Os movimentos populares devem reagir e ocupar as ruas contra os golpistas, que pretendem entregar o país ao controle do imperialismo.

GOVERNO EM CRISE

DESEMPREGADOS COM DIPLOMA

Caso Marielle: perito diz que Bolsonaro editou áudios da portaria

No Brasil dos golpistas, graduação não garante emprego

Os áudios que Carlos Bolsonaro postou no Twitter para provar que seu pai não tinha envolvimento no caso Marielle foram provavelmente cortados para não mostrarem todo seu conteúdo. Carlos Bolsonaro, filho do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, postou, em sua conta no Twitter, supostas gravações da portaria do condomínio onde Bolsonaro tem casa, que foi frequentado pelos acusados do assassinato de Marielle Franco na noite do crime. As gravações, contudo, são inconsistentes, já que a primeira possui 11 segundos, quando a planilha que demonstra a duração das gravações mostra que, na verdade, se trata de um áudio de 29 segundos. A segunda também parece ter sido cortada, já que possui 12 segundos na publicação de Carlos Bolsonaro e 27 na planilha. Isso demonstra como a família Bolsonaro tenta esconder a realidade dos fatos sobre o ocorrido na noite do assassinato. Por que editar um áudio, se ele demonstraria que Bolsonaro não teve envolvimento com o caso? Há algo que a extrema-direita bolsonarista está tentando esconder, tornando ainda mais suspeito o fato de Bolsonaro dizer que havia pegado os áudios da portaria antes que alguém os tivesse adulterado. Pelo visto quem os adulterou foi a própria família do presidente ilegítimo… A promotoria do caso insistia na ideia de que o porteiro havia mentido sobre Élcio Queiroz ter procurado “seu

Jair” na tarde em que o assassinato ocorreu. Porém, comprovou-se mais tarde que uma das promotoras é bolsonarista e havia feito campanha para o presidente nas últimas eleições. Tudo indica que assim como o ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro, havia utilizado a Justiça de maneira ilegal para prender Lula, a família Bolsonaro e seus simpatizantes dentro do Poder Judiciário trabalham para obstruir a investigação sobre o assassinato de Marielle. Fica cada vez mais evidente que o golpe de Estado de 2016 levou ao poder um fascista ligado às milícias cariocas que assassinaram Marielle Franco e que talvez tenha até envolvimento com o assassinato. A palavra de ordem de Fora Bolsonaro se coloca cada vez mais na ordem do dia, inclusive como Justiça para Marielle Franco.

Os dados que serão colhidos na sequência, entre 2018 e 2022, podem atingir cerca de um a cada quatro graduados em que o diploma não terá nenhum valor. De acordo com pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), realizada no período entre 2014 e 2018; a proporção de formados que não consegue emprego na área quase dobrou – passando de 8,2% para 13,8%. Gustavo Monteiro, técnico do órgão conclui que “o índice preocupa, porque mostra não apenas que esses jovens estão tendo dificuldade em se inserir no mercado de trabalho, mas que também não estão conseguindo postos que exigem ensino superior e conhecimentos específicos naquilo que se formaram”. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizou pesquisa no mesmo período e o percentual de recém-formados que não conseguem trabalho no seu campo de graduação foi mais elevado: mais de 21%. Ainda de acordo com o Instituto a porcentagem dos jovens que trabalham em sua área já nos primeiros três meses após formados é de apenas 25,49%. Importante salientar que não ser empregado em sua área de formação significa muitas vezes não ter trabalho correspondente a um graduado. Como emprego de vendedor em lojas, garçom, telemarketing, diaristas, ajudantes de pedreiro entre outros. As estimativas mais baixas de desemprego estão na casa das dezenas

de milhões. E não por coincidência apenas entre os jovens com diploma universitário dobrou justamente o desemprego no período do golpe de estado ainda vigente no país. Nessa perspectiva, os dados que serão colhidos na sequência, entre 2018 e 2022, podem atingir cerca de um a cada quatro graduados em que o diploma não terá nenhum valor. Assim, as palavras de ordem Fora Bolsonaro devem tomar manifestações no Brasil como tem acontecido no Chile, em que o estopim do movimento Fora Piñera foi a juventude. O fato de Lula ter sido colocado em liberdade nesse momento deve ser usado para impulsionar a mobilização contra o golpe. Mesmo porque foram justamente os crescentes atos pela liberdade de Lula em Curitiba e mutirões todas as semanas em feiras e universidades em todo o país que fizeram os golpistas, ao menos momentaneamente, recuarem. Os comitês de luta contra o golpe que têm realizado esses mutirões e protagonizaram as manifestações em Curitiba em setembro e outubro precisam ser fortalecidos e avançarem em organização a nível nacional. Por isso, nos dias 14 e 15 de dezembro acontecerá a II Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo, na Quadra dos Bancários, no Centro da cidade de São Paulo.


10 | POLÊMICA

ESQUERDA PEQUENO-BURGUESA

“Lula Livre não unifica”, mas agora Freixo faz demagogia eleitoral Contrariando à sua recusa em lutar pela liberdade de Lula, o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) compareceu ao primeiro ato público do ex-presidente após sair da cadeia. O dia 9 de novembro de 2019 foi mais um dia marcante para a luta contra o golpe: o ex-presidente Lula, encarcerado pelos golpistas durante 580 dias, participou de seu primeiro ato público após ter sido sequestrado pela Polícia Federal em abril de 2018. O ato, que aconteceu no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, no ABC Paulista, em São Paulo, reuniu milhares de militantes e ativistas, como era de se esperar, e expôs a fortíssima tendência à mobilização dos trabalhadores na nova etapa política que se coloca. O discurso de Lula, além de ser acompanhado entusiasmadamente pelos milhares de manifestantes presentes, também foi acompanhado por todos os órgãos da imprensa burguesa e da imprensa da esquerda nacional, bem como por milhões de pessoas que assistiram sua gravação por meio da internet. Foi, portanto, um evento político de gigantesca magnitude. Um evento como esse, embora fundamental para os setores mais combativos do movimento operário e popular, costuma também atrair setores que estão interessados em se valer da mobilização das massas para aplicar uma política eleitoral. É o caso, conforme ficou nítido, do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que esteve presente no ato e permaneceu ao la-

do de Lula durante todo o discurso do ex-presidente. O que chama a atenção em relação à presença de Marcelo Freixo no ato é que o deputado foi um dos principais propagandistas, no meio da esquerda nacional, de que a luta pela liberdade de Lula não deveria ser uma bandeira central da luta popular. Segundo disse o próprio Freixo, a luta pela liberdade de Lula “não unifica” – o que levava à conclusão de que essa pauta deveria ficar restrita a setores específicos da esquerda. Acontece, no entanto, que a campanha contra a prisão de Lula e a campanha pela sua liberdade se mostrarão um fator fundamental de mobilização dos trabalhadores contra a direita golpista. Em todo o país, foram criados, nos últimos anos, milhares de comitês pela liberdade do ex-presidente – não há, hoje, nenhuma outra bandeira sob a qual tenham sido criados tantos comitês. Foi também sob a bandeira da liberdade de Lula que foram realizados dois atos em Curitiba no último período, mobilizando pessoas de vários estados do país. E, por fim, foi a luta pela liberdade de Lula que levou o golpe de Estado a seu maior impasse: em 2018, em São Bernardo do Campo, a mobilização revolucionária dos trabalhadores impediram que o ex-pre-

sidente fosse preso por mais de 24 horas, o que poderia levar a uma crise sem volta no regime político. A liberdade de Lula unifica, sim. Pois Lula é a maior liderança que o movimento operário possui e, como é o maior perseguido político do regime golpista, é também cada vez mais apoiado pelo povo brasileiro, que vê no ex-presidente uma ferramenta importante para lutar contra a ofensiva da direita. Não é à toa, portanto, que, mesmo estando preso e sendo sabotado de todas as maneiras pela burguesia, Lula liderava todas as pesquisas de intenção de voto para presidente da República nas eleições de 2018. Se as eleições daquele ano fossem minimamente democráticas, Lula certamente que ganharia no primeiro turno. A liberdade de Lula só não unifica com os setores que querem manter a população submissas às atrocidades do regime político. A burguesia, desde o “centrão” até a extrema-direita bolsonarista, passando pelos militares, não querem que Lula participasse da política nacional, pois sua influência é tamanha que poderá levar o país a uma convulsão social. “Lula livre não unifica” é uma palavra de ordem da direita, que entra em desespero toda vez que tem que lidar com Lula, seu “calo no sapato”.

O fato de a palavra de ordem de “Lula livre não unifica” ser uma política de colaboração com os interesses da burguesia se mostrou real por meio do próprio Marcelo Freixo. O deputado, que rejeitou colocar a campanha pela liberdade de Lula como uma prioridade da esquerda, foi visto conversando com o fascista Kim Kataguiri (DEM-SP/MBL) e aceitou participar de uma entrevista amigável com a golpista Janaína Paschoal (PSL-SP). De fato, se o interesse é se unificar com o MBL e o PSL, Freixo não pode carregar em suas costas o carimbo de “Lula Livre”. Se Freixo é contra a liberdade de Lula, por que, então, aparecer em São Bernardo do Campo? A resposta é simples: com Lula preso, a burguesia parte para a ofensiva e Freixo se vê diante da necessidade de colaborar com a direita para sobreviver dentro do regime político. Afinal, Freixo é um parlamentar e, como tal, procura agir de acordo com seu interesse de se perpetuar no cargo. Com Lula solto, por outro lado, o ex-presidente passa a ser um fator que não pode ser ignorado: se Freixo resolve se indispor com Lula no momento em que este retomou seu papel de principal liderança política do país, sua carreira vai abaixo.

EUGÊNIO ARAGÃO

Sim, é um problema entre esquerda e direita É preciso delimitar, para permitir uma evolução política dos trabalhadores, quem são inimigos do povo e quem são seus aliados, entre esquerda e direita. O ex-ministro da Justiça do governo Dilma Rousseff, Eugênio Aragão, publicou recentemente uma coluna no Brasil 247. Intitulada “Não se trata de esquerda ou direita, mas do que é certo ou errado”, a matéria acerta quando diz que Lula está certo em radicalizar e polarizar com os golpistas. Segundo Aragão, os golpistas querem um Lula “quieto, que ‘tenha aprendido’ com o opróbio que sofreu. Pretendem-no um eunuco no espaço politico, um placebo, um bibelô para ser admirado por uns, mas largado na vitrina das preciosidades do canto da sala”. A direita, desde que Lula foi solto, tem dado afirmações catastróficas, denunciando a polarização política e comparando Lula a Bolsonaro. Segundo o próprio Aragão, “o discurso de que ‘radicalizar’ seria um tiro no próprio pé do PT vem acompanhado de cínicas comparações entre Lula e Bolsonaro, como se fossem dois lados de uma mesma moeda, que teria que ser lançada ao lago, para a razão, o centro, prevalecer”. De fato, o centro falido da burguesia golpista, composto por partidos totalmente em crise, como o PSDB e o MDB, estão procurando conter

a polarização, isto é, o desenvolvimento da luta de classes, para “o centro prevalecer”. Porém, o ex-ministro peca quando afirma, no último parágrafo: “não se trata, aqui, na nova etapa de lutas que se inicia com o discurso do maior líder popular na história republicana, de conflito entre esquerda e direita, mas, muito mais profundo do que isso, do confronto ético entre o que é certo e o que é errado”. Se “certo e errado” são valores morais relativos, esquerda e direita são espectros políticos muito bem definidos. Por isso, seria muito mais compreensível separar a luta no país entre direita e esquerda do que em “certo e errado”. Como é dito sempre por este jornal, é preciso dar nome aos bois. Há, na luta política, aqueles que estão do lado do povo, das organizações populares e sociais, dos sindicatos, dos direitos democráticos e assim por diante; e aqueles que estão do lado da burguesia, dos principais inimigos da população e de suas organizações de luta, contra os direitos democráticos mais básicos do povo. Por isso, é muito importante dizer que os primeiros citados são

a esquerda, enquanto que os outros são a direita. É um problema de delimitar quem é quem para, assim, orientar no processo de conscientização dos trabalhadores do povo. Separar entre “certo e errado” é subjetivo, cada um tem sua concepção do que é certo e do que é errado. Os bolsonaristas, por exemplo, acham certo o assassinato da população pobre e de seu encarceramento em massa, assim como julgam certo vários outros ataques contra a população. Por isso, é preciso dizer

claramente: estes, que defendem os ataques contra a população, são de direita, pois isso permite que os trabalhadores enquadrem seus inimigos em uma definição certa. Além disso, permite delimitar os aliados também, que é a esquerda. Desta forma, delimitar entre “certo e errado”, que é um problema moral, é ruim. Enquanto que delimitar de forma política, entre direita e esquerda, golpistas e não golpistas e assim por diante, é muito melhor e permite a evolução política do conjunto da população.


CIDADES, NEGROS E MULHERES| 11

DISSOLVER A PM

São Vicente: vídeo mostra PM jogando corpo em canal A PM, organização criminosa do Estado brasileiro, assassinou mais quatro jovens nas periferias de São Paulo e foi flagrada desovando um dos corpos em um canal do próprio local. A Polícia Militar, mais uma vez, volta a ser notícia em um novo caso de carnificina e brutalidade com a população das comunidades pobres – dessa vez no estado de São Paulo. O caso aconteceu na comunidade de Dique do Caxeta, no bairro de Jóquei Clube, na cidade de São Vicente, onde um grupo de policiais assassinou 4 jovens e depois foram flagrados jogando o corpo de um deles em um canal da comunidade. A brutalidade gravada em vídeo pelos moradores demonstra a ação dos órgãos de repressão do estado por todo país. Não é um caso isolado apenas das periferias de São Vicente, ou um mero acaso do confronto contra o “crime”, mas sim uma política geral de massacre da população pobre a mando do governo golpista que dá carta branca a estas ações, principalmente sob a orientação do fascista Jair Bolsonaro.

Denunciados pela comunidade, a Polícia Militar diz que fora “atacada” pelos jovens, uma desculpa típica que aparece toda vez em que a PM assassina alguém. Sabemos bem como isso funciona, e torna-se ainda mais ridículo estas declarações quando vemos situações como esta, em que, lembrando tempos de ditadura, os policiais colocam no canal a céu aberto corpos de moradores. Tal ato é uma forma criminosa e fascista de impor o terror na comunidade, que verá passando no canal frente a suas casas o corpo de um jovem morador, filho do local e assassinado pelo Estado. A PM é um grupo criminoso, assassino e brutal que persegue a população brasileira. Além disso, São Paulo, assim como o Rio de Janeiro, é um estado governado por um fascista conhecido por sua enorme repressão contra o povo pobre e que pisa diariamente em

NA ZONA LESTE DE SÃO PAULO

cima da cabeça do trabalhador. O corpo desovado pelos policiais é um caso sério que explicita o que atualmente os aparatos de repressão não buscam nem mesmo disfarçar mais. Assassinam e torturam na frente de todos, se sentem confortáveis com a situação.

Devido a isto, a população nessas comunidades está a ponto de explodir em uma grande revolta. No entanto, a esquerda brasileira precisa assumir a frente desta situação, denunciar o regime golpista e mobilizar esse povo massacrado para a luta pela derrubada do governo golpista.

PELO DIREITO A AUTODEFESA JÁ!

Extrema-direita avança: morte de Racismo: Professora sofre ato discriminatório em agência bancária mulheres aumenta 167% em São Paulo A professora Frida foi desrespeitada com discriminatórios e racistas em agência do Banco do Brasil Recebemos e reproduzimos abaixo a denúncia de racismo da professora da prefeitura de São Paulo, negra, Frida R. Santos Silva sobre atos discriminatórios de que foi vítima na última sexta-feira, dia 8 de novembro em agência bancária localizada na avenida Tibúrcio de Sousa no Itaim Paulista. Tal situação vivida pela professora Frida configura -se numa clara situação de perseguição, um verdadeiro abuso por conta de sua cútis. O movimento negro brasileiro precisa se levantar, assim como foi a demonstração de apoio da classe trabalhadora à Lula, no último fim de semana por conta de sua libertação e lançar uma clara plataforma de lutas contra os abusos e sofrimentos que o povo negro sofre a todo minuto pelo Brasil afora. A luta contra o racismo só vingará com um amplo levante organizado do povo negro, não serão as instâncias do Estado, como alguns setores do movimento negro defendem que assegurarão a dignidade ao povo negro, basta vermos a PM, que também neste caso queria transformar a vítima em réu. Segue: “Ontem fui ao banco fazer uma transferência, pedi para a pessoa que estava passando as senhas para que ela passa-se as senhas de quem ia aos caixas, já que outras pessoas demorariam mais para serem atendidas em razão de atividades mais complexas. O rapaz questionou, mas me atendeu. Porém ao tentar entrar no

banco pela porta giratória fui barrada 8 vezes, mesmo não portando nada de metal, fiquei alterada pois estava sendo constrangida. O segurança do banco mesmo depois de eu colocar todos os pertences na caixinha disse que eu não iria entrar, porque eu era folgada. Eu disse que entraria e somente depois de muita resistência a gerente Karen, disse que eu não ia entrar na agência e que iria chamar a polícia disse que poderia chamar. Ao chegar o policial disse que eu deveria acompanha los à delegacia, eu falei que não iria. Iria somente depois para registrar boletim de ocorrência contra os funcionários da agência, pois entendo que houve discriminação com a minha pessoa. Inclusive este não sendo o primeiro episódio nesta agência comigo de atos discriminatórios. No mês de junho o funcionário me obrigou a sair da agência com R $ 5.000,00 na bolsa, pois não fariam a transferência eletrônica em razão de eu ter feito a portabilidade para o banco Itaú. Em 12 de maio de 2012, fato semelhante já havia ocorrido então preciso que haja justiça. Pois o mínimo que as pessoas merecem é respeito. ”

Mais do que nunca, as mulheres precisar se organizar para fazerem sua própria segurança, afinal, o fascista governo atual tende a oprimir cada vez mais as mulheres A segurança da mulher tem sido cada vez mais colocada em xeque na sociedade capitalista, principalmente na atual conjuntura, que engloba um golpe de Estado, eleições fraudadas e a ascensão de um governo fascista, eleito com discurso violento contra a classe trabalhadora. Tendo esse cenário em vista, não é de se espantar que as mulheres, um dos grupos mais oprimidos da sociedade, sofram as consequências de um discurso que incentiva a opressão contra elas, conforme mostra o Mapa da Desigualdade, divulgado nesta terça-feira (5), feito pela Rede Nossa São Paulo. Segundo o Mapa da Desigualdade, houve um aumento de 167% no número de morte de mulheres somente em São Paulo e na capital paulista, em comparação entre 2017 e 2018, o número de assassinatos de mulheres cresceu de 97 para 259. Ainda no Mapa da Desigualdade, sem contar o número de morte de mulheres, mostra que a violência contra a mulher aumentou dos 54.386 para 82.233, ou seja, um aumento de 51% em comparação com 2018. Esse recrudescimento da violência mostra que quanto mais um regime político caminha à direita, mais as mulheres tendem a sofrer. Trotsky já afirmava em seus escritos de 1938 que “a posição da mulher é o indicativo mais claro e eloquente para avaliar um regime social e a política do

Estado”, sendo assim, baseado nesta afirmação, pode-se dizer que a situação das mulheres vai de mal a pior. O governo bolsonarista que foi tomando conta das instituições, até chegar na presidência, deu carta branca para que opressão e exploração contra a mulher fossem levadas às últimas consequências. A realidade das mulheres da classe trabalhadora chama urgente uma união desse grupo tão oprimido para trabalharem elas mesmas em sua segurança, pois há um necessidade gigante de reagir às ofensivas e provações da extrema-direita, que vem agindo de forma brutal contra os trabalhadores. As mulheres têm todo o direito de se organizar em comitês de autodefesa para se defenderem, respondendo a ofensiva fascista na mesma moeda e com as mesmas armas, se assim for necessário.


12 | CULTURA, ESPORTES

CULTURA

“Lampião, o Governador do Sertão”: documentário sobre o cangaço Wolney Oliveira vai lançar o filme “Lampião, o Governador do Sertão” sobre a vida de Lampião, ícone do cangaço no Sertão nordestino e um dos maiores símbolos da cultura brasileira. O diretor Wolney Oliveira vai lançar o filme “Lampião, o Governador do Sertão” sobre a vida de Lampião, ícone do cangaço no Sertão nordestino e um dos maiores símbolos da cultura brasileira. O cangaço é foi um fenômeno de banditismo, uma forma de reação da população pobre e camponesa à miséria e opressão política a qual estavam submetidos pelas oligarquias agrárias nordestinas. Os cangaceiros tornaram-se conhecidos por suas roupas de couro, chapéus, armadas de fogo e punhais e atuaram em cidades dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, passou à história como o cangaceiro mais famoso do grupo. Os canga-

ceiros eram considerados heróis por parte da população pobre e oprimida, que os via com verdadeira simpatia pelo fato de enfrentarem a polícia e aterrorizarem os políticos e os oligarcas proprietários de terras. As oligarquias agrárias sentiam verdadeiro terror por Lampião. Frequentemente, tropas federais eram enviadas para combater os cangaceiros em aliança com milícias de jagunços e as polícias estaduais. Lampião acabou sendo assassinado em 1938, na divisa entre os estados da Bahia e de Sergipe. Contudo, o cangaço passou à história como um movimento de reação dos oprimidos e resultado da miséria, da exploração e opressão política no sertão Nordestino.

OS BIVAR ODEIAM O FUTEBOL

Crise no Sport Recife se aprofunda: vice-presidente deixa o cargo Na segunda-feira (04), o vice-presidente do Sport, Carlos Frederico Melo informou seu desligamento do cargo e escancara crise dos Bivar dentro da diretoria do clube, no Recife Na última segunda-feira (04) o Sport empatou fora de casa pelo placar de 0 x 0 com a equipe do Coritiba no Couto Pereira, no Paraná, pela 33° rodada da série B do Brasileirão 2019. Esse resultado manteve os clubes quase na mesma situação em relação ao G-4, mas foi melhor para a equipe pernambucana que tem mais de 99% de chance de subir. Apesar de tudo isso, o que mais chamou a atenção foi que o vice-presidente do executivo do Sport, Carlos Lacerda, ter se demitido do cargo. Carlos chegou a viajar com a equipe para Curitiba, e antes da partida anunciou sua demissão. Através de uma carta entregue ao Conselho Deliberativo do clube, ele formalizou sua decisão: Ao Ilmo. Presidente do Conselho Deliberativo Dr. Fernando Pessoa Prezado Presidente, Venho por meio desta, depois de um breve momento de reflexão e principalmente avaliando a atual situação de nosso clube, onde sou enorme empecilho a pacificação dos interesses eleitorais dos grupos que apoiam o presidente, em pleitos futuros , pedir a renúncia de minha função como vice-presidente executivo do Sport Club. O Presidente Milton Bivar é a pessoa indicada e mais competente possível pra executar a missão para o qual foi escolhido, estando muito próximo de alcançar o objetivo maior de sua gestão: o acesso à Série A do campeonato Brasileiro. Volto a posição em que sempre estive, de torcer pelo clube, e por sua conquistas, de corpo e alma. Pelo Sport Tudo! Esta carta escancara de vez o contexto de crise e a consequente expulsão

do vice-presidente do clube. Estando como oposição do grupo político ligado ao grupo dos Bivar, Carlos se viu obrigado a recuar diante da pressão política interna. Alegando não querer ser um empecilho para os Bivar, optou por abdicar do cargo. Ou seja, os Bivar obrigaram Carlos a lançar-se fora do clube. Após o término da partida, a assessoria de imprensa da diretoria do Sport, claramente constrangida, declarou ironicamente estar surpresa com a demissão: Realmente foi surpresa. Nós, quando vimos a postagem na rede social, ficamos pasmos, até pela convocação política. Porque se tem um clube em harmonia total em todos os setores politicamente, é o Sport. O Sport não tem problema político em lugar nenhum. É uma coisa que está no papel, é frio e aguenta caneta e tinta. Quando ele chegar, vai ter condições de dar o seu depoimento e, quem sabe, até desistir dessa entrega ao conselho da carta renúncia A declaração da diretoria afirma que as relações políticas dentro do clube são harmônicas, mas a carta formalizada pelo ex-vice-presidente a desmente, mostrando que é uma verdadeira piada. Milton Bivar, atual presidente do Sport Clube do Recife é irmão do presidente nacional do PSL, Luciano Bivar. Sobre o PSL, ninguém entende se é um partido ou uma empresa golpista, só o que temos certeza é que Milton aplica as táticas asquerosas utilizadas pelo partido para implantar o caos na política brasileira, aprofundar o golpe de Estado e atacar as classes populares. O futebol está como uma das maiores e mais populares culturas de esporte do país.

Isso se prova nas várias confusões e ataques que Milton Bivar já lançou ao clube. Apesar de estar bem encaminhado para o acesso, o Sport já foi atacado diversas vezes pela administração do clube, que odeia a grande e sempre presente torcida rubro-negra. Além de ataques às torcidas organizadas como a Jovem, essa diretoria conseguiu destruir a lealdade de dois dos maiores ídolos que o Sport já teve. Mesmo contra a vontade da torcida, atacaram os vínculos

que Magrão e Durval tinham com o clube e conseguiram afastar os símbolos da massa rubro-negra com uma grande campanha difamatória de que estavam velhos e não seriam mais úteis. A aproximação dessa diretoria com o PSL fala muito sobre como Milton Bivar e cia dirigem o clube. A maneira com que atuam é o reflexo de como o PSL atua no país, atacando os interesses populares com atitudes políticas completamente desprezíveis.


TEORIA | 13

REVOLUÇÃO SOCIALISTA

Sob a bandeira da IV Internacional, por Trótski Trata-se de um capítulo do Programa de Transição escrito por Leon Trótski, o programa da IV Internacional. Os céticos perguntam: mas chegou o momento de se criar a IV Internacional? É impossível, dizem, criar uma internacional “artificialmente”; somente grandes acontecimentos podem fazê-la surgir, etc., etc. Todas essas objeções demonstram apenas que os céticos não servem para criar uma nova Internacional. Em geral, não servem para praticamente nada. A IV Internacional já surgiu de grandes acontecimentos: as maiores derrotas do proletariado na história. A causa dessas derrotas deve ser encontrada na degeneração e na perfídia da velha direção. A luta de classes não tolera interrupções. A III Internacional, seguindo a II Internacional, morreu para os propósitos da revolução. Viva a IV Internacional! “Chegou a hora de se proclamar a sua criação?” Os céticos não se calam. A IV Internacional, respondemos, não tem necessidade de ser “proclamada”: existe e luta. É fraca? Sim, as suas fileiras não são numerosas, porque ainda é jovem. São, até agora, principalmente quadros. Mas esses quadros são uma promessa do futuro. Fora deles, não há uma única corrente revolucionária neste planeta que mereça realmente o nome de revolucionária. Se a nossa Internacional é ainda fraca em número, é forte na doutrina, no programa, na tradição e na têmpera incompará-

vel dos seus quadros. Aquele que não vê essas coisas hoje, que permaneça, por enquanto, à parte. Amanhã, elas se tornarão mais evidente. A IV Internacional, já hoje, é odiada merecidamente pelos stalinistas, social- -democratas, liberais burgueses e fascistas. Não há, nem pode haver lugar para ela em nenhuma das Frentes Populares. Ela dá combate intransigente a todos os grupos políticos colocados no bolso do avental da burguesia. A tarefa dela é a abolição da dominação capitalista. O objetivo dela, o socialismo. O método, a revolução proletária. Sem democracia interna, nenhuma educação revolucionária. Sem disciplina, nenhuma ação revolucionária. A estrutura interna da IV Internacional baseia-se nos princípios do centralismo democrático: plena liberdade na discussão, completa unidade na ação. A crise atual da cultura humana é a crise da direção proletária. Os operários avançados, unidos na IV Internacional, mostram à sua classe a saída da crise. Oferecem a ela um programa baseado na experiência internacional da luta do proletariado e de todos os oprimidos do mundo pela libertação. Oferecem uma bandeira sem mácula. Operários e operárias de todos os países: colocai-vos sob a bandeira da IV Internacional! É a bandeira da vossa vitória que se aproxima!

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