Diário Causa Operária nº5816

Page 1

SEGUNDA-FEIRA, 4 DE NOVEMBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5816

WWW.CAUSAOPERARIA.ORG.BR

PCO inicia hoje curso sobre os 70 anos da Revolução Chinesa

H

oje começa o curso 70 anos da Revolução Chinesa, mais uma iniciativa de formação teórica e política promovida pelo Partido da Causa Operária (PCO) para formar seus militantes, filiados e simpatizantes. O curso terá aulas das 18:30 às 21:30 e irá até o dia 8 de novembro. Será realizado no Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP) em São Paulo e transmitido ao vivo, com o sinal aberto da Causa Operária TV (COTV).

Bolsonaro, um presidente sem partido

A Globo nunca fez jornalismo

“Sou menina bonita sem namorado”. Assim descreveu o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro a si próprio em fala no último sábado (2). A frase, bizarra como costumeiramente tem sido tudo no governo da extrema-direita nacional, se refere ao fato de que o atual comandante máximo do governo federal se encontra sem um partido político para chamar de seu.

No dia 31 de outubro, o portal GGN publicou o artigo “Se fizer jornalismo, a Globo conseguirá ressuscitar a denúncia”, assinado por Luis Nassif. O texto, que trata da cobertura da Rede Globo sobre os desdobramentos do caso Marielle Franco, tem como objetivo indicar quais os caminhos que deveriam ser seguidos para a prática do jornalismo.

Pré-sal: petroleiras de todo o mundo de olho no petróleo brasileiro Nesta semana, deverão ocorrer um dos maiores crimes do golpe de Estado no qual o brasil se encontra imerso: o chamado “megaleilão do Pré-sal”, que são leilões de petróleo que têm como objetivo entregar o patrimônio nacional aos países imperialistas.

Na Bolívia, golpistas pedem às Forças Armadas que tomem o poder

Venha discutir

A LUTA

DO

POVO NEGRO Reunião do Coletivo de Negros João Cândido Todos os sábados às 16h Maiores informações entre em contato com os coordenadores Juliano Lopes (11) 95456-9764 Izadora Dias (11) 95208-8335


2 | OPINIÃO EDITORIAL

IMPRENSA BURGUESA

Bolsonaro, um presidente sem partido

A Globo nunca fez jornalismo

“Sou menina bonita sem namorado”. Assim descreveu o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro a si próprio em fala no último sábado (2). A frase, bizarra como costumeiramente tem sido tudo no governo da extrema-direita nacional, se refere ao fato de que o atual comandante máximo do governo federal se encontra sem um partido político para chamar de seu. Há várias semanas, a crise que Bolsonaro vive no interior de seu partido atual, o Partido Social Liberal (PSL) tem se tornado pública. O atual presidente nacional do partido, o pernambucano Luciano Bivar, já demonstrou publicamente seu interesse em ver Bolsonaro fora da sigla. Bolsonaro, por sua vez, não hesitou em criticar Bivar em público para um admirador. A crise no interior do PSL não reside somente entre as trocas de acusações entre Luciano Bivar e Jair Bolsonaro. Vários outras figuras públicas e parlamentares do partido já levaram a público seus atritos, revelando uma disputa acirrada pelo controle de uma agremiação bastante artificial. Tais disputas, contudo, são mais do que esperadas: o PSL é um partido improvisado, um guarda-chuva alugado pela burguesia para abrigar a candidatura de Bolsonaro, único capaz de sustentar minimamente a fraude eleitoral de

2018, e uma série de outros elementos do “centrão” para dar sustentação ao regime político. Em meio a toda a crise no PSL, Bolsonaro já declarou também que tem interesse em abandonar o PSL para ingressar no Partido Militar Brasileiro, que está em fase final de criação. A agremiação agora depende apenas do TSE para obter o seu registro. Seja qual for o desfecho da crise – isto é, se Bolsonaro vai para um partido recém-fundado, se Bolsonaro vai permanecer no PSL sob o controle de Bivar ou se Bolsonaro vai conseguir derrubar Bivar do comando do PSL -, o fato é que, neste exato momento, o presidente da República não tem um partido no qual se apoiar. Esse, por sua vez, é um enorme sinal de crise do regime político como um todo, é sinal de que o governo estabelecido por meio da fraude eleitoral de 2018 é tão frágil que é incapaz de unificar até mesmo os setores residentes no partido do atual presidente. Se a burguesia está dividida, e a divisão no PSL mostra isso claramente, é hora de esfacelá-la, não de reconstituí-la. Por isso, é preciso organizar os trabalhadores e a população em geral para organizar um amplo movimento pelo “Fora Bolsonaro” e pela derrubada de todo o regime político golpista!

A direita prospera na ignorância. Ajude-nos a trazer informação de verdade

Em artigo publicado no GGN, Luis Nassif pede que a Globo “faça jornalismo”.

No dia 31 de outubro, o portal GGN publicou o artigo “Se fizer jornalismo, a Globo conseguirá ressuscitar a denúncia”, assinado por Luis Nassif. O texto, que trata da cobertura da Rede Globo sobre os desdobramentos do caso Marielle Franco, tem como objetivo indicar quais os caminhos que deveriam ser seguidos para a prática do jornalismo. O artigo de Nassif começa apontando os supostos “erros de cobertura” realizados pelas Organizações Globo: As Organizações Globo cometeram seu segundo grande erro de cobertura, fruto do descuido com a própria força. O primeiro, foi a tentativa de derrubar Michel Temer no episódio JBS. O segundo, agora, em cima de uma cobertura descuidada. Fiaram-se no inquérito que lhes foi vazado parcialmente. E não cuidaram sequer de checar os fatos com o próprio porteiro, e demais porteiros e moradores do condomínio de Bolsonaro. Segundo Nassif, portanto, supostamente, a Rede Globo, principal órgão da imprensa burguesa brasileira, teria cometido erros por “descuidos”. Isto é, a Rede Globo teria falhado por não atender a determinados parâmetros técnicos para garantir a efetividade da reportagem. Conforme defende o texto, esses erros seriam parte de um determinado “vício” adquirido recentemente no meio jornalístico por causa da Operação Lava-jato: É o vício do jornalismo prato pronto, herdado da Lava Jato, que transformou a imprensa em mera publicadora de releases. Agora, é tratar de ressuscitar o morto, o jornalismo. É necessário, no entanto, se opor às ideias defendidas pelo autor do texto em relação aos ditos “erros de cobertura”. Afinal de contas, a Rede Globo é uma empresa bilionária, que atua há décadas para atender os interesses dos capitalistas. Se há “erros” em sua

reportagem, portanto, não é por um problema técnico, imperícia ou amadorismo – muito pelo contrário, é por excesso de experiência em como levar adiante uma propaganda reacionária e contrária aos interesses dos trabalhadores. As Organizações Globo, inicialmente um modesto empreendimento jornalístico, viu seu patrimônio crescer rapidamente durante a ditadura militar. Obviamente, não se trata de uma coincidência: a Globo apoiou de todas as maneiras possíveis o golpe militar de 1964 e a sustentação do regime político que matou e torturou milhares de pessoas. Passado o golpe militar, o empenho da Globo em atacar os trabalhadores e atender aos interesses dos patrões nunca cessou. Na campanha presidencial de 1989, por exemplo, na qual, pela primeira vez, concorreu, a nível nacional, o Partido dos Trabalhadores (PT), a Rede Globo “errou” diversas vezes para favorecer o candidato da direita, Fernando Collor, e para prejudicar a candidatura de Lula, liderança do movimento operário. Os governos de Fernando Henrique Cardoso também foram marcados por uma série de afagos às Organizações Globo. Mesmo com o país na miséria, com pessoas literalmente morrendo de fome, a Globo encontrou condições para continuar crescendo. Mais recentemente, a Globo atuou de maneira escancarada para que a direita tivesse sucesso em depor a presidenta Dilma Rousseff, o que acabou se concretizando no golpe de Estado de 2016. Por inúmeras vezes, a Globo “errou” ao omitir informações da quadrilha que armava o golpe de Estado, que incluía políticos como Michel Temer e Aécio Neves. Ao mesmo tempo, a Globo se mostrou bastante empenhada em promover a Lava-jato e prender o ex-presidente Lula. A direita, que está tentando estabelecer um regime político com características ditatoriais, de modo a controlar as tendências à revolta dos trabalhadores, tem tentado criar, sob a base do mito das fake news, uma luta artificial contra as “notícias falsas”. Tais notícias, no entanto, sempre existiram – mas, nesse momento, se mostram como um pretexto para censurar órgãos de imprensa independentes, que não tenham condições de corromper o Poder Judiciário para ter seu direito de liberdade de expressão atendido. O maior propagador de notícias falsas no mundo, no entanto, são os grandes monopólios da comunicação, entre os quais se encontra a Rede Globo. Por isso, é preciso abandonar qualquer tipo de consideração sobre os problemas “técnicos” em relação ao jornalismo de péssima qualidade feita pela imprensa burguesa e denunciar o seu caráter de classe: tem como único objetivo perpetuar a dominação da burguesia sobre os trabalhadores.


ATIVIDADES DO PCO | 3

FORMAÇÃO POLÍTICA

PCO inicia hoje curso sobre os 70 anos da Revolução Chinesa Uma oportunidade imperdível de compreender a história do ponto de vista dos trabalhadores e absorver a experiência da segunda maior revolução proletária que o mundo já viu. Hoje começa o curso 70 anos da Revolução Chinesa, mais uma iniciativa de formação teórica e política promovida pelo Partido da Causa Operária (PCO) para formar seus militantes, filiados e simpatizantes. O curso terá aulas das 18:30 às 21:30 e irá até o dia 8 de novembro. Será realizado no Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP) em São Paulo e transmitido ao vivo, com o sinal aberto da Causa Operária TV (COTV). Segunda maior revolução do século XX, atrás apenas da revolução russa, e ocorrida no país mais populoso do mundo, deu a China um papel muito grande na economia mundial, de influência de todos os países do mundo. Mas como um país que estava no atraso total, cuja sociedade tinha fortes resquícios feudais, praticamente sem nenhum desenvolvimento industrial, e submetido ao domínio de uma potência estrangeira (o Japão) conseguiu realizar uma revolução social e erguer um Estado controlado pela classe operária? A revolução na China foi realmente feita pelos camponeses, ou na verdade a vanguarda da revolução foi a classe trabalhadora? O que levou às tensões e a posterior quebra de laços entre a China e a União Soviética? O que foi o maoísmo? Como o capitalismo conseguiu ser restaurado naquele país? Por que a China não é um país socialista? O que significou a entrada da nação mais populosa do planeta no mercado mundial? A China é hoje uma potência? Como ela conseguiu se tornar um dos protagonistas da economia global? Tudo isso será analisado neste curso ministrado pelo companheiro Rui Costa Pimenta, com uma visão marxista, científica, do ponto de vista dos trabalhadores. COMO ASSISTIR? Basta acessar o canal da COTV no Youtube. COMO PARTICIPAR E TER ACESSO A TODO O MATERIAL EXCLUSIVO? Basta inscrever-se no telefone/ whatsapp: (11) 96388-6198, no e-mail pco.sorg@gmail.com, no site www. pco.org.br ou no facebook: facebook. com/pco29. Os membros do canal (cuja adesão custa apenas R$ 7,99 por mês) receberão um desconto e poderão se inscrever no curso completo por apenas R$ 50,00, para os demais será 75,00, podendo os interessados em sustentar este projeto, contribuir com valores maiores. A Universidade Marxista, projeto elaborado pelo PCO e a Fundação João Jorge Costa Pimenta, tornará disponível a todos os que assinarem o curso, o que é uma contribuição para sustentar o projeto, toda uma quantidade de materiais de apoio como dezenas de textos marxistas sobre a China traduzidos para o português, fotos, vídeos,

verbetes sobre os principais personagens e acontecimentos, mapas e infográficos, materiais didáticos, tais como testes de conhecimento, etc. O PALESTRANTE O companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, é militante revolucionário trotskista desde a década de 1970, editor geral do jornal Causa Operária e das publicações ligadas ao Partido. Tem um grande número de artigos e ensaios publicados sobre política, história, economia, filosofia e teoria marxista e vários livros. Consta da sua atividade revolucionária a realização de centenas de cursos de formação política marxista sobre os mais diversos temas. Uma parte deles pode ser encontrada no canal da COTV no Youtube. O companheiro realiza ainda quatro programas semanais na Internet: • Marxismo, todas as segundas-feiras às 13 horas; • Análise Política da Semana, todos os sábados às 11 e meia; • Análise Internacional, todas as sextas-feiras, às 14 horas, todos estes na Causa Operária TV; • Análise Política, todas as terças-feiras às 16 horas na TV 247; PRINCIPAIS TEMAS DO CURSO • A formação história da china, o modo de produção asiático, o atraso econômico • A China e o imperialismo, a guerra do ópio, a colonização da China pelas potência imperialista

• Grandes revoltas camponesas, seitas revolucionárias, a revolta dos Tai Ping, a revolta dos boxers • Sun Yat-sen, a revolução burguesa e seu fracasso, os senhores da guerra • Chiang Kai-shek, a burguesia compradora, o Partido Comunista e o nacionalismo burguês • A revolução de 1925-27, a política de Stálin, a crítica trotskista e o esmagamento da revolução • A repressão, a guerra civil permanente, a evolução do PCCh, Mao Tse-tung, a longa marcha • A ocupação japonesa, a guerra contra a ocupação imperialista, a política do nacionalismo e do PCCh • A guerra civil e a vitória da Revolução • O maoísmo, realidade política e ideológica e mitos da Revolução Chinesa • O trotskismo na Revolução Chinesa A IMPORTÂNCIA DO CURSO Um dos mais importantes acontecimentos da história moderna, a Revolução Chinesa, vitoriosa em 1949 sob a liderança do Partido Comunista Chinês, foi o mais importante evento da revolução mundial depois da Revolução Russa de 1917. A mais antiga civilização existente até os dias de hoje, com mais de 5 mil anos de idade, a China foi dilacerada pela ocupação dos países capitalistas desde o século XIX.A penetração capitalista dá início à dissolução da milenar e fossilizada economia chinesa. Aí inicia-se a Revolução que será vitoriosa apenas após a II Guerra Mundial.Este processo histó-

rico se manifesta em inúmeras revoltas como a dos Tai Ping ou dos chamados “boxers” (pugilistas), esmagadas de maneira sangrenta pelas forças reacionárias e o imperialismo.A revolução de 1911 derruba a última dinastia imperial e abre caminho para um período ininterrupto de revolução e guerra civil, passando pela Revolução proletária de 1925-27, pela guerra civil, pela guerra contra ocupação japonesa e por nova guerra civil após a derrota japonesa até a vitória sobre Chiang Kai-shek e o imperialismo.O conhecimento desta revolução é de importância fundamental para a compreensão da história mundial do período e para o conhecimento da revolução e da política revolucionária. Uma oportunidade imperdível para todos os que querem compreender a história do ponto de vista dos trabalhadores e absorver a experiência do movimento operário para as lutas de hoje. Corra que ainda dá tempo de acompanhar! Curso: 70 Anos da Revolução Chinesa Data: 4 a 8 de novembro Aulas: Seg a Sex das 18:30 às 21:30 Presenciais: Rua Seranos, 90 – Saúde São Paula (próx. À estação Saúde do Metrô) Transmissão: COTV (https://www. youtube.com/user/CausaOperariaTV) ou nas sedes regionais do PCO (confirmar com cada local) Inscrição: Gratuita para assistir o curso Acesso completo aos materiais do curso: 50,00 para membros da COTV, 75,00 para os demais


4 | POLÍTICA

MEGALEILÃO

Pré-sal: petroleiras de todo o mundo de olho no petróleo brasileiro Nos próximos dias, deverão acontecer os leilões para a entrega do petróleo brasileiro do Pré-sal às petroleiras estrangeiras. Nesta semana, deverão ocorrer um dos maiores crimes do golpe de Estado no qual o brasil se encontra imerso: o chamado “megaleilão do Pré-sal”, que são leilões de petróleo que têm como objetivo entregar o patrimônio nacional aos países imperialistas. De acordo com os levantamentos feitos pela própria imprensa burguesa, o valor “investido” na compra do petróleo do Pré-sal nos leilões desta semana, em conjunto com os leilões do Pré-sal que já ocorreram, deverão corresponder a 93% de tudo que as petroleiras gastaram em leilões de petróleo pelo mundo em quase três anos. Os megaleilões do Pré-sal, que estão se mostrando alvo de interesse de todos os capitalistas do mundo do ramo da exploração, refinamento e exportação de petróleo, são um ataque duríssimo à soberania nacional e uma profunda sabotagem à economia do país. Após a descoberta do Pré-sal, a Petrobras, estatal brasileira que ge-

rencia o petróleo, teria tudo para se desenvolver como uma das mais importantes empresas do mundo. No entanto, sentindo-se ameaçados pela concorrência em potencial e interessados em abocanhar todos os recur-

sos possíveis em uma época de grave crise econômica, petroleiras como a Chevron e a Shell financiaram o golpe de Estado de 2016 para garantir que o governo brasileiro implodisse o desenvolvimento da Petrobras e

entregasse o seu petróleo às aves de rapina do imperialismo. O golpe de 2016, portanto, não foi simplesmente um “golpe parlamentar” ou uma vingança pessoal do então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, mas sim uma operação de grande porte orquestrada por organizações com interesses muito bem definidos. Com a liquidação da Petrobras e a entrega do petróleo ao imperialismo, será inevitável uma série de consequências para os trabalhadores: aumento do preço do combustível e, de maneira geral, de todos os bens de consumo, que dependem de fretamento e, portanto de combustível, demissões em massa, terceirização de inúmeros postos de trabalho etc. Diante dessa política entreguista e criminosa contra os interesses da população, é preciso organizar um movimento que se choque diretamente com a direita pró-imperialista. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula!

TORNE-SE MEMBRO DA CAUSA OPERÁRIA TV! Apenas

R$7,99 Ajude a construir uma TV revolucionária 24h por dia. Além disso, você terá diversos benefícios, como a transmissão de programas exclusivos e a possibilidade de participação nos programas do canal.

www.youtube.com/causaoperariatv


POLÍTICA | 5

MARIELLE FRANCO

Todos sabem quem matou Marielle, menos a Justiça Até hoje, os mandantes do caso Marielle ainda não foram “descobertos” pelo Judiciário, que acoberta propositalmente a extrema-direita. São mais de 600 dias sem que as autoridades tenham alguma pista sobre quem mandou assassinar a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). O assassinato ocorreu no centro da cidade do Rio de Janeiro. Chamam a atenção as arbitrariedades e as falhas escandalosas nas investigações feitas pelas polícia, como erros na perícia, suspeita de obstrução das investigações por parte de policiais civis e militares envolvidos com milícias, sumiço de provas e evidências coletadas com atraso. Recentemente, o próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi citado como um dos possíveis envolvidos no assassinato da vereadora. É evidente que a extrema-direita tenta esconder quem são os mandantes do assassinato da vereadora, que

foi vítima da perseguição política dos golpistas a seus adversários. Marielle investigava grupos de extermínio no interior da Polícia Militar e se declarava abertamente contra a intervenção das Forças Armadas no Rio de Janeiro. Por sua posição política a favor do povo e contra os militares e a extrema-direita, pagou com a vida. O Judiciário e o governo fascista de Bolsonaro dão cobertura aos assassinos de Marielle Franco. É importante destacar que os próprios fascistas ligados a Bolsonaro, às Forças Armadas e à polícia destruíram publicamente placas que homenageavam a vereadora. Cada dia torna-se mais evidente que há uma articulação da direita para proteger o governo fascista e impedir o esclarecimento do caso Marielle.

LAVA-JATO EM CRISE

Gilmar Mendes manda soltar Rosana e Anthony Garotinho É preciso defender a liberdade de todos os presos políticos, pois são vítimas das farsas da Lava-jato, que está longe de ser uma operação de justiça. Liberdade para Lula! Nesta quinta-feira (31), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes determinou que fosse cumprido o habeas corpus emitido pelo supremo, que determinava a soltura de Anthony (PRP-RJ) e Rosana (PL-RJ) Garotinho. No geral, ele alega que não há motivos plausíveis e bem constituídos para decretar uma prisão preventiva dos dois. Sendo assim, decreta que respondam em liberdade as acusações de superfaturamento em contratos entre a Prefeitura de Campos e a construtora Odebrecht. Notadamente, os últimos acontecimentos que envolvem a Lava-jato têm revelado a crise na qual o regime golpista está afundado. Essa, que é uma operação fraudulenta, vem sendo utilizada como instrumento político de ação dos interesses escusos do imperialismo. Seu caráter político está colocado desde o início quando foi utilizada para prender Lula e perseguir a esquerda com o objetivo de aprofundar o golpe de Estado e manipular os interesses dos golpistas. No entanto, ao longo do processo, a operação recaiu sobre alguns setores tradicionais do regime político, como Sérgio Cabral (RJ), Pezão (RJ), Michel Temer (SP), ambos do MDB. O casal Garoti-

nho faz parte desta lista de golpistas que caíram na Lava-jato, vítimas da briga de interesses dos donos do golpe de Estado no Brasil – isto é, os bancos dos países imperialistas. Esse conflito entre o imperialismo, que precisa “limpar o terreno” para aplicar a mais dura política neoliberal no Brasil, e os setores do chamado “centrão”, sobretudo alocados no MDB, que passaram a reagir de maneira mais contundente à ofensiva do imperialismo após a prisão de Michel Temer, está fazendo com que a Operação Lava-jato entre em um empasse. A soltura do casal Garotinho é o reflexo de uma crise estabelecida da Lava-jato, sendo que tal crise reflete um “bate cabeça” entre os golpistas, que acirram essa disputa entre si no interior da burguesia. Outro sintoma claro da crise é o afastamento dos antigos líderes da Lava-jato, como Deltan Dallagnol, representantes dos interesses da extrema-direita e do imperialismo. Diante de toda essa disputa no regime golpista, é extremamente importante a classe trabalhadora perceber que somente o ex-presidente Lula não é libertado. Afinal, as idas e vindas da Lava-jato se dão a partir dos interesses e disputas da burguesia, e não de uma iniciativa democrática por parte das instituições.

Vítima da perseguição dos golpistas através da Lava-jato, Lula se mostra um representante direto da classe trabalhadora. Sua liberdade custaria caro para o golpistas, que não conseguiriam conter a revolta causada pelo aprofundamento do projeto neoliberal de massacre aos trabalhadores. O ponto está em en-

tender que a liberdade do ex-presidente não interessa agora a nenhum setor da burguesia, pois a polarização coloca claramente a situação: Lula vem pelos interesses da classe trabalhadora esmagada pelo golpe de Estado e pelo avanço da direita. Liberdade para Lula urgente! Eleições gerais! Fora Bolsonaro!

Nossas notícias direto na sua caixa de entrada Assine o nosso boletim e receba diariamente


6 | INTERNACIONAL

AMEAÇA IMPERIALISTA

Na Bolívia, golpistas pedem às Forças Armadas que tomem o poder O golpe de Estado na Bolívia está cada dia mais escancarado, a única forma de derrotar os golpistas na Bolívia é mobilizar o povo para defender o governo eleito No último sábado (2), golpistas fizeram um “coxinhato” em Santa Cruz de La Sierra, na Bollívia, pedindo que as Forças Armadas tomem o poder e destituam o presidente Evo Morales, caso este não renuncie em 48 horas. O comunicado foi feito por Luis Fernando Camacho Vaca, presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz de La Sierra, que propôs que uma carta fosse aprovada pelos manifestantes e imediatamente enviada às Forças Armadas da Bolívia, dando a Evo Morales 48 horas para renunciar em “nome da democracia”! Camacho Vaca ameaçar o presidente eleito da Bolívia e dar-lhe um ultimato em público dá uma noção de quem está por trás desse movimento golpista. Bandeiras da Bolívia, atores conduzindo o ato político, manifestação rezando “o pai nosso” e a todo momento falando em Deus, são indícios escancarados de que se trata de um movimento reacionário, da direita pró-imperialista boliviana, muito semelhante aos “coxinhatos” no Brasil. Durante o discurso, Camacho disse cinicamente:

“não estamos derrotando um governo, estamos libertando toda uma nação.” E fez um chamada para que a direita tome medidas mais duras para conseguir a renúncia de Evo: “é necessário que nós tomemos decisões muito mais duras que possamos consolidar o pedido da renúncia.” Em resposta, o presidente reeleito Evo Morales, em uma entrevista na estação de rádio San Cristóbal, na cidade de El Alto, disse que solicitou uma reunião de emergência com os líderes da Central Obrera Boliviana (COB) e a Coordenadora Nacional por El Cambio (Conalcam), que agrupa trabalhadores, camponeses, indígenas e cocaleros relacionados ao presidente. “A vitória foi contundente, (Carlos) Mesa não quer auditoria, são lacaios do império, tem ódio do campo“, disparou Félix Conde, membro da Federação de Agricultores de La Paz. Desde a última quinta-feira, várias organizações sociais bolivianas de El Alto, Zona Sur e Villa Fatima se mobilizaram em direção à La Paz para expressar seu apoio ao presidente Evo Morales, eleito com 47,8% dos votos

nas últimas eleições gerais. Representantes das províncias da cidade foram ao centro da cidade para se concentrar em vigílias e reiterar o apelo aos setores da oposição para que respeitassem a decisão da maioria nas eleições. Ainda na entrevista à Rádio, Morales ironizou a posição da direita, “antes queriam auditoria porque era fraude, agora querem renúncia? Nunca quise-

ram auditoria…” O golpe de Estado na Bolívia está cada dia mais escancarado, com muitos aspectos semelhantes aos vistos no Brasil (contra a presidenta Dilma Roussef) e na Venezuela (contra o presidente Nicolás Maduro). Tal como essas semelhanças, a única forma de derrotar os golpistas na Bolívia é mobilizar o povo nas ruas para defender o governo eleito.

NEOLIBERALISMO EM CRISE

Paquistão tem protestos contra primeiro ministro Centenas de pessoas se reuniram na capital do Paquistão, reivindicando a queda do primeiro-ministro. O líder das manifestações representa o maior partido religioso do país. O Paquistão passa por uma onda de mobilizações nos últimos dias. Manifestantes de todos os lugares se deslocaram até a capital do país, nesta quinta-feira (31), reivindicando a renúncia do primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan. O premiê, que vem tentando resgatar o país do Sul da Ásia de uma sucessão de acontecimentos que enfraqueceram a economia do Paquistão, agora possui mais pressão contra seu governo. O principal líder desses protestos é um representante de um dos maiores partidos religiosos do Paquistão, o Jamiat Ulema-i-Islam-Fazl. Fazl-ur-Rehman chama Khan de primeiro-ministro ilegítimo, além de incompetente. O líder religioso também afirma que as eleições de 2018 foram fraudulentas. O protesto resultou em algumas escolas e escritórios de Islamabad tendo que fechar. Da parte da polícia, houve apenas reforço nos postos de controle, além de posicionar contêineres para bloquear algumas vias e isolar a parte administrativa da cidade, o “coração” do local. O líder do Jamiat Ulema-i-Islam-Fazl ainda classificou seu protesto como sendo uma “marcha de liberdade”: “este movimento não vai parar se não conseguirmos os resultados desejados depois de chegar a Islamabad”,

disse Rehman para alguns repórteres em Lahore, de onde os manifestantes saíram em marcha na noite da última quinta-feira (31). Rehman: continua “queremos a renúncia do primeiro-ministro, toda a

Assembleia é falsa, queremos dissolvê-la”. O atual primeiro-ministro venceu as eleições de 2018 baseado num discurso que contemplava a luta contra a corrupção, reajustar a economia e ajudar as famílias de classe média.

Mesmo com todas essas promessas, a economia do país segue com déficit fiscal em quase 7% do produto interno bruto (PIB), além de uma crise que vem se aproximando no balanço de pagamentos.


JUVENTUDE | 7

MAIS UM ATAQUE DO GOLPE

Golpistas provocam confusão com o horário do Enem O golpe já devastou a educação, levou as universidades a um estado de precariedade que há tempos o Brasil não via, e agora, confunde a todos na principal prova do ano. O governo golpista anunciou, já sob o mandato de Jair Bolsonaro, que o horário de verão deixaria de existir, e que a partir de 2019, a habitual mudança em uma hora dos relógios seria cancelada. Contudo, como já se especulava, esta alteração sem uma real organização e ainda mais vinda de um governo como esse, muito provavelmente serviria como ferramente de boicote a própria população. Neste ano, os relógios já deram problemas no mês de outubro, porém, justamente no dia do ENEM, a prova nacional mais importante do ano, milhares de relógios e diversas áreas do país sofreram novas alterações em seus horários, causando imensa confusão sobre o verdadeiro horário em que os portões seriam abertos e fechados. Como este caos não bastasse, o governo golpista anunciou erroneamente a abertura dos portões às 11 horas de domingo, quando na verdade tal fato ocorreria apenas ao meio-dia do horário de Brasília. Esta publicação oficial serviu para confundir ainda mais os estudantes, chegando ao ponto em

que o ministro golpista Abraham Weintraub foi obrigado a usar sua conta pessoal no Twitter para avisar que tudo não passara de uma falha em uma publicação agendada. Supostamente, nem mesmo o governo estaria preparado para esta ocorrência, dando um leve “deslize” e enganando milhões de pessoas. Como não bastasse, a alteração mediante ao horário de Brasília afetou vários outros estados que funcionam sob outro horário base. Dessa forma, diversos estudantes trocaram em mais de uma hora sua chegada as escolas e universidades que estariam dando a prova, fazendo com que muitos não fizessem sequer ideia da alteração nos horários. Além disso, o ENEM se mostrou uma verdadeira bagunça por parte do governo, tendo casos de estudantes sendo direcionado a locais completamente diferentes do que constavam nos registros das provas, fazendo com que os mesmos percam o horários e até mesmo de vazamento de provas, da qual novamente os golpistas precisaram sair a público para garantir que

tudo estava sob controle. Todo este caos serve apenas para atrapalhar ainda mais os estudantes, sobretudo os de baixa renda e com pouco acesso às informações, que já sofrem diversas dificuldades de se locomoverem até os locais, precisam lidar com toda a grande concorrência e falta de oportunidades, e agora contam com a “ajuda” dos golpistas para piorar ainda mais a situação.

O golpe já devastou a educação, levou as universidades a um estado de precariedade que há tempos o Brasil não via. A situação econômica provocada pelo neoliberalismo obriga milhares a abandonarem os estudos, levando o ENEM deste ano ter a menor taxa de inscrição desta década, e agora, até mesmo nos detalhes mais básicos como os horários, os golpistas fazem questão de quebrar o povo.

CINISMO

Universidades federais à beira de um colapso Weintraub declara que as universidades vão melhorar muito nos próximos anos, justamente após ele protagonizar um dos piores ataques à educação da história. Igual a todo o governo Bolsonaro, o ministro da educação, Abraham Weintraub, costuma ser dono das mais cínicas declarações possíveis. Após ser protagonista da destruição do ensino público superior no país, ao adotar como política cortes milionários e uma série de desvios da pasta, o ministro fascista fez à imprensa mais uma declaração absurda a respeito da situação do país, dizendo que “a situação nas universidades federais vai melhorar muito nos próximos anos”, justamente após pôr todas elas em estado de calamidade. Weintraub é um fantoche do golpe, responsável por colocar em prática o desejo dos grandes capitalistas estrangeiros, promovendo uma liquidação das universidades públicas, um verdadeiro desmonte à educação, que força, por meio de projetos como o “Future-se”, a sua total submissão ao capital privado, um grande passo para a total privatização. Privatização essa que é uma meta declarada dos golpistas. As universidades vêm cada vez mais sendo destruídas, e a propaganda da imprensa golpista ataca justamente esses pontos, colocando para a população uma versão falsificadora dos fatos, caluniando o povo ao dizer que o caminho será abandonar o direito a uma universidade pública, e sim, abrir para

a privatização, a cobrança de mensalidades, e demais pontos que atingem crucialmente as camadas mais pobres da sociedade. O ministro golpista declarou que “A lei é uma lei correta, obriga que se segure a despesa enquanto a receita não vem. Não se pode gastar por conta, como numa família” quando pergun-

tado a respeito dos cortes, e disse que o orçamento do próximo ano estaria garantido. Sobre isso é necessário denunciar duas coisas. A primeira e mais clara após as grandes mobilizações que ocorreram no país, é que devido a grande crise do regime golpista, a grande insatisfação popular, e os ex-

pressivos atos, por mais mal organizados que estivessem, foram fatos fundamentais que levaram os golpistas a recuar em uma série de medidas. Mesmo que a esquerda pequeno-burguesa não saiba aproveitar a situação, a burguesia teme o povo e sua revolta, por isso, adota cautela a respeito de temas que podem colocar o país em ebulição. Outro ponto importante a ser levado em conta é a grande farsa que os golpistas tentam apresentar a comunidade acadêmica, buscando o ar de “naturalidade” dos eventos, e que agora, de repente, tudo estaria supostamente resolvido. Tal expectativa não poderia ser mais absurda, o governo golpista mesmo com certo recuo continua com todas as forças a atacar a educação pública e o estudantes de baixa renda, sua política, longe de acabar, está disposta na primeira chance que tiver em voltar com ainda mais intensidade com os cortes e demais ataques. Se hoje os golpistas foram obrigados a se segurar devido a crise, caso a esquerda não aproveite a situação, o dia de amanhã virá com golpes ainda mais duros na população, sendo assim precisamos mobilizar o povo para já, em busca da derrubada definitiva do golpe, sob as palavras de ordem Fora Bolsonaro e Todos os Golpistas, Liberdade para Lula e Eleições Gerais!


8 | MORADIA E TERRA

DITADURA DOS GOLPISTAS

Ratinho Jr. manda despejar sem-terra no Paraná em favor de latifúndio Na última quinta-feira (31), foram expulsas cerca de 50 famílias de trabalhadores rurais da comunidade Ester Fernandes, no Paraná. Na última quinta-feira (31), foram expulsas de suas moradias cerca de 50 famílias de trabalhadores rurais da comunidade Ester Fernandes, em Alvorada do Sul, região norte do Paraná. O governo do golpista Ratinho Jr. (PSD-PR) disponibilizou um verdadeiro exército de mais de 200 policiais fortemente armados contra a população, 60 viaturas policiais e tropa de choque para cumprir a ordem de despejo. As famílias, que representam uma população de cerca de 150 pessoas entre crianças, jovens, adultos e idosos recorreram com urgência ao assentamento Iraci Salete, localizado no mesmo município, e instalaram-se provisoriamente no local. Já é o oitavo despejo de populações sem-terra realizado pelo governo do estado do Paraná desde que Ratinho Jr. assumiu em 2019, contribuindo para o aprofundamento do golpe de Estado e o massacre à classe trabalhadora.

A comunidade Ester Fernandes localiza-se numa região que supostamente pertenceria ao grupo Atalla, dono da Usina Central do Paraná. Entretanto a fazenda Palheta, como era chama antigamente a área, foi julgada como latifúndio improdutivo pelo Incra em 2008. Desde então, foi ocupada por famílias sem-terra em janeiro de 2009 responsáveis por organizar um grande sistema de agricultura familiar dando utilidade àquela terra fértil, morando e matando a fome da sua população. Diante dessa situação, é preciso denunciar os ataques sofridos pela população sem-terra no Brasil. Despejos em massa vêm acontecendo no país inteiro desde que o governo fraudulento de Jair Bolsonaro assumiu. O que Ratinho Jr. está fazendo, portanto, no Paraná é reflexo da política da extrema-direita para o país. Esses ataques à população pobre do campo não têm

nada a ver com problemas judiciais ou de propriedade, pois a área continuará improdutiva e os trabalhadores, desabrigados. Na verdade, isso faz parte de uma ação conjunta dos golpistas para atacar a população pobre. A fala de uma das agricultoras despejadas deixa muito claro os interesses do governador golpista: Nós não queremos ouro e prata, não. O que nós queremos é isso aqui, um pedaço de terra que vai dali até aqui em cima, pra gente ter o nosso sustento, comer, ter água, ter uma animal pra gente sobreviver. Gostamos da terra, fomos criados na terra, aí vem essas pessoas injustas. O governo não conhece a situação dos Atalla? Não sabem quem são, não conhece as dívidas dessas pessoas? Cadê o governo que não ajuda o povo? Não, o governo golpista de Ratinho claramente não está nem aí para o povo quando despeja famílias para viver na

rua pelo capricho de servir aos ricos coronéis que mandam e desmandam no Estado. Na verdade, a política dos golpistas para a população pobre e trabalhadora é exploração no trabalho, bala e fome. O fascista Bolsonaro governa para os ricos, e não para os pobres. A forma como o Estado trata a população demonstra também como a polícia na verdade faz um trabalho de capanga de coronéis como o grupo Atalla. Todos esses problemas revelam que esta situação só será resolvido a partir de um grande levante da classe trabalhadora no campo e na cidade contra todo o conluio dos golpistas – um levante organizado, com a proposta clara de expulsão de golpistas como o governador Ratinho Jr. e de todo o governo Bolsonaro. É preciso que a população se reúna para derrubá-los urgentemente. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!

DITADURA DOS GOLPISTAS

Bolsonaro não envia técnicos especializados em desastre de óleo Técnicos do IBAMA, especializados desastres impactos ambientais na cadeia de petróleo são ignorados pelo governo Bolsonaro. Não foram convocados, nem consultados. O derramamento de óleo no mar de vários estados do Nordeste que está poluindo as águas fauna e flora do mar e praias em mais de 100 municípios, desde agosto último, não está sendo combatido pelo principal responsável, o governo federal. A última informação é que técnicos do IBAMA especializados no licenciamento, fiscalização e planejamento da atividade de extração e produção de petróleo não foram acionados auxiliar na contenção do óleo e amenizar seus danos. Servidores do IBAMA denunciam que o Ministério do Meio Ambiente, comandado por Ricardo Salles, não convocou técnicos especializados do CGMAC (Coordenação Geral de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Marinhos e Costeiros), setor que tem inclusive experiência no desenvolvimento de planos de emergência em desastres ambientais, bem como planos de comunicação com as comunidades afetadas, fundamental para criar uma rede de informações sobre os impactos do desastre. Há outros setores com pessoal capacitado, mas que também não foram acionados e nem foram consultados para prestar dados e informações importantes. Entretanto, mesmo sem a convocação oficial do governo, há técnicos que estão agindo de forma independente, auxiliando pesquisadores e comunidades afetadas a lidar com o material que está sendo recolhido pelos próprios moradores, sem qualquer proteção ou suporte dos órgãos responsáveis. É importante lembrar que este ano a atual direção

da Petrobrás resolveu seguir a política do governo federal de corte de custos e anunciou o fechamento dos CDAs (Centros de Defesa Ambiental) que teriam exatamente a função de agir em casos de acidentes com petróleo e derivados, atuando com pessoal capacitado e mantido pela empresa. É simplesmente inaceitável a completa falta de ação do governo de Jair Bolsonaro para tomar qualquer medida que combata de fato a propagação do óleo pelo mar e praias do Nordeste. Um desastre ambiental de grandes proporções que vem afetando não só o ecossistema marinho e costeiro mas, principalmente, comunidades inteiras que vivem da pesca, da venda de mariscos e outros frutos do mar e do turismo. Segundo dados do IBAMA, já são mais de 300 localidades afetadas, em mais de 100 municípios, numa faixa territorial de mais de 3 mil quilômetros de extensão que vai do Maranhão ao sul da Bahia. Na última semana, pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, descobriram uma grande mancha de óleo no sul da Bahia de mais de 200 km². O governo e a marinha novamente negaram e se recusam a agir. Assim como ocorreu há algumas semanas com as queimadas na Amazônia, a postura de Bolsonaro e seus ministros tem sido de negar os fatos, inclusive denunciados pelas próprias comunidades afetadas e atacar as pessoas que estão relatando os fatos e denunciando a falta de ação dos órgãos responsáveis. Nestes dois casos,

é importante destacar que os desastres ocorridos envolvem comunidades muito pobres, muitas vezes isoladas e que são alvos constantes de empreendimentos da burguesia que atacam violentamente essas comunidades, cometendo todo o tipo de atrocidades para explorar os recursos dessas áreas. É neste ponto que está a conexão do governo Bolsonaro com a falta de ação para combater os efeitos desses desastres naturais e reparar os danos às comunidades afetadas, no fato de que este governo é sustentado, em grande parte, pelos mesmos setores que atacam essas comunidades e o meio ambiente: latifundiários, garimpeiros, madeireiros, empresas internacionais que querem implantar hotéis de luxo e campos de golfe em áreas de proteção ambiental, petroleiras internacionais reconhecidas internacionalmente por desastres ambientais como esses, etc. Há pouco mais de 10 meses, está mais do que clara a finalidade do governo Bolsonaro. Após um golpe de Estado que retirou da presidência Dilma Rousseff, a transição conturbada com o golpista Michel Temer, a prisão ilegal do ex-presidente Lula e a eleição escandalosamente fraudada de Jair Bolsonaro, deixa claro que a burguesia quer descarregar os efeitos da crise internacional na cabeça dos povos oprimidos e nesse caso o Brasil tem muito a oferecer. Um país territorialmente gigantesco, com uma grande população e riquezas incalculáveis, está sendo uma presa perfeita para os tubarões ca-

pitalistas. Bolsonaro, o alto escalão das forças armadas, seus ministros e os políticos da extrema direita e do centrão, são atores em segundo plano nesse palco e atuam a mando dos grandes capitalistas. Por isso, a única forma de defender o país, impedir toda essa destruição ambiental, o esmagamento dos trabalhadores e suas entidades, é travar uma luta política organizada e bem orientada contra o golpismo que aterrizou no país. Assim, como está ocorrendo no Chile, no Equador, no Haiti, a população precisa tomar as ruas e exigir a saída do governo golpista que ataca a população diariamente. Para isso a palavra de ordem é “Fora Bolsonaro”. Outro aspecto central é a liberdade de todos os presos políticos e o principal preso político é o ex-presidente Lula, sem a qual não seria possível mais essa etapa do golpe. Assim é preciso exigir o fim da Lava a Jato e a Liberdade para Lula e todos os presos políticos. Eleições gerais Já também devem ser exigidas pois, uma vez que, este governo foi eleito de forma fraudulenta e não possui apoio da população, naturalmente deve-se se exigir um novo pleito eleitoral e, neste caso, com a presença do único político que possui apoio popular de fato no país, Luiz Inácio Lula da Silva. Assim, e caminho é a tomada das ruas! Lotar as ruas em grandes manifestações é o único meio que realmente dá voz ao povo e faz valer a soberania popular. Fora Bolsonaro e todos os golpistas” Liberdade para Lula!


MULHERES | 9

DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO JÁ

Defesa da vida? Mulheres morrem ao terem aborto recusado A legalização do aborto é uma pauta urgente que deve ser discutida radicalmente em todo o mundo, a fim de libertar as mulheres do peso de uma gravidez indesejada A questão do aborto, da saúde e da segurança da mulher ainda são temas que possuem diversos obstáculos para avançar no sentido de garanti-los plenamente às mulheres. O Estado ainda sentencia centenas de mulheres à morte, todos os dias, quando nega o acesso ao aborto legal e seguro, ou mesmo nos casos de países onde o aborto é legalizado, o Estado falha em não garantir a obrigatoriedade dos hospitais em realizarem o procedimento. Esse é o caso da Itália, onde o aborto é legalizado desde 1978. Apesar de não ser crime, os médicos na Itália podem se recusar a fazer o procedimento quando se alega “objeção moral”. Assim aconteceu com Vallentina Milluzo, que morreu em 2016 quando teve seus pedidos de aborto negado por sete médicos. Mesmo sabendo que os gêmeos de Vallentina não teriam chances de sobreviver, os médicos italianos alegaram a tal “ob-

jeção moral”, afirmando que nada poderiam fazer enquanto o coração dos fetos ainda batessem, mesmo que isso custasse a vida de Vallentina. Esse fato é reflexo do comportamento da direita, que a partir de falsos moralismos, muito cinismo, hipocrisia e demagogia pregam que são a favor da vida, contudo, permitem que a vida de uma mulher seja tirada, afinal, para os conservadores, a mulher pobre é simplesmente uma encubadora, a responsável pela reprodução e manutenção de mão-de-obra. Além do mais, é claro que esses pedidos de aborto que são negados vêm de mulheres da classe trabalhadora, que possuem pouco acesso aos métodos mais caros, como clínicas etc. Na realidade, o que os conservadores que tomam conta do Estado querem é controlar as mulheres. A vida dessas mulheres é colocada em risco por uma questão meramente moral, e

Reunião do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo Todos os sábados às 16h

que esconde essa ditadura contra metade da população. Vallentina é a prova de que o aborto tem que ser descriminalizado urgentemente em todo o mundo, e o Estado deve garantir que os hospitais e clínicas realizem o pro-

cedimento de forma segura e gratuita, sem restrições. Somente a organização das mulheres contra a opressão e exploração do Estado sobre seus corpos surtirá algum efeito na vida desse setor tão oprimido da população.

Local: Centro Cultural Benjamin Perét Rua Serranos nº 90, próximo ao metrô Saúde - São Paulo - SP Entre em contato conosco: • telefone/whatsapp: (11) 98192-9317 • facebook: @coletivorosaluxemburgo • Se você não for da cidade de São Paulo, participe a distância via Skype. Contato no Skype: mulheres_8


Não leia o que eles querem que você leia. Saiba o que realmente está acontecendo

SEMANÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA O jornal Causa Operária é o mais tradicional jornal da esquerda nacional, um semanário operário, socialista que contém notícias e análise de interesse para as lutas operárias, populares e democráticas. Adquira o seu com um militante do partido por apenas R$2,00 ou entre em contato pelo telefone: 11 96388-6198 e peça já o seu exemplar


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.