DeepArt nº6

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L I F E S T Y L E

Memória de Peixe – Memória de Peixe O cartão de visita em rodela de plástico, da dupla instrumental Memória de Peixe poderia ser um EP, como é habitual em estreias discográficas, mas não é. Os concertos e os vídeos na internet já provavam o talento infinito dos dedos de Miguel Nicolau e do apurado toque de Nuno Oliveira nas peles. O passo seguinte, o disco, lançado em maio, apresenta um conjunto de temas que justifica o seu conceito de longa-duração. E ainda bem. A essência da Memória de Peixe reside em muito na capacidade de improviso transformada, neste caso, em oito canções (ah, a escondida “Fontana Park” soma nove). Para os enriquecer, entram em cena alguns convidados. Da Chick e Ricco Vitali apelam à dança com bolas de espelho à mistura em “Fish & Chick”; Catarina Salinas, dos portuenses Best Youth, sussurra a planante “Walkabout”; e o mestre Carlos Bica eleva a alma em “Day Job” – tema que desemboca na bonita paz de “Night Job”. Entre o rock, o jazz e o funk, a sintonia que Nicolau e Oliveira traduzem é tremenda. Os instrumentos soam infinitos. Prova que teremos memória de cardume para não nos esquecermos deles a longo prazo.

Burning Man - Ronin As bandas de Viana do Castelo têm uma pressão acrescida. Numa espécie de tradição secular, Viana do Castelo tem uma reputação de cidade do rock a manter. A reputação de uns Mr.Miyagi, Fools Die, Larkin, The Walking Dead, etc. “Ronin”, dos Burning Man é o mais recente expoente principal do referido. Pegando em influências que vão desde o sludge ao hardcore, de Men Eater a Mastodon (passando por High on Fire ou Torche), os vianenses pegaram nas brasas e marcaram o panorama da música mais pesada em Portugal, com o símbolo dos samurais. “Ronin”, concetual, é abrasivo; visceral. You’ll get burned!


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