DeepArt nº14

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Revista Mensal Gratuita - DeepArt - NĂşmero 14 - Setembro de 2013


FICHA TÉCNICA Direção Inês Ferreira Tel: 966 467 842 direcao@deepart.pt Editor-in-chief Tiago Costa Tel: 965 265 075 direcao@deepart.pt Diretora de Comunicação Maria João Simões comunicacao@deepart.pt Design Gráfico e Direção Criativa Inês Ferreira design@deepart.pt Fotografia e Pós-Produção Tiago Costa fotografia@deepart.pt Colaboradores Ágata C. Pinho - André Albuquerque Andrea Ebert - Charly Rodrigues - Joana Domingues - Marcos Alfares - Nervos Pedro Barão - Pedro Carvalho - Rita Reis - Rita Trindade - Rui Zilhão - Sandra Roda - Vítor Marques Colaborações Especiais Alexandra Gerardo - Belisa @ Elite Lisbon - Carmo Cunha Ferreira - Cátia Monteiro - Dina Duarte - Elodie Fiuza - Francisco Branquinho - Henry Maurício - José Ferreira - Margarida Venancio - Miguel Ângelo - Patricia Lindholm Rebelo - Paulo Barbosa - Revista Formas - Ricardo Santos - Sara Fonseca - Vika Mironova @ L’agence

Revista Mensal Gratuita - Nº 14 - Setembro de 2013

Fotografia - José Ferreira Modelo - Belisa @ Elite Lisbon Styling - Henry Maurício e Dina Duarte (assistente) Maquilhagem - Sara Fonseca Cabelos - Cátia Monteiro

Site www.deepart.pt facebook.com/deepartmagazine Para outros assuntos: geral@deepart.pt

Propriedade Inês Ferreira Periodicidade Mensal Contribuinte 244866430 Sede de redação Rua Manuel Henrique, nº49, r/c, dto., 2645-056 Alcabideche Inscrição na ERC 126272

É proibido reproduzir total ou parcialmente o conteúdo desta publicação sem a autorização expressa por escrito do editor.


Eficácia Cada vez mais a eficácia é uma caraterística a ser tida em conta aquando da compra de um produto, de uma simples ída a um museu, ou até mesmo de umas férias. Porque tempo é dinheiro, dá-se cada vez mais importância à mesma, uma vez que determinadas escolhas podem ser feitas em virtude da “compactação” de várias oportunidades de uma só vez, e muitas das vezes pela questão do tempo e dinheiro dispendidos. Sou absolutamente adepta e “viciada” no lado prático das coisas. A simplicidade é um elemento que sempre me despertou interesse, até porque acredito que o tempo gasto a complicar, ao invés de “descomplicar” situações é maioritariamente inglório. Penso portanto que o tempo bem poupado e aproveitado é uma mais valia porque “compactando” esse tempo podemos ganhar muito mais experiências a vários níveis. Ora vejamos, quem com um computador lento e ultrapassado não dispende quase o dobro do tempo a executar uma simples tarefa? Esse tempo poderia sem dúvida ser aproveitado para fazer tantas outras coisas naquele mesmo objeto maravilha. Lá está, muitas vezes a questão monetária é nossa inimiga e temos mesmo de ficar confinados ao antigo “pisa papéis”, mas a metáfora do computador pareceu-me adequada a esta explicação!

O bem-amado design surge precisamente como meio de simplificar a vida das pessoas, através das coisas mais básicas que possamos imaginar. Um produto que se adapte à nossa fisionomia exige menos esforço da nossa parte, e consequentemente menos tempo dispendido. Um objeto detentor de várias funções, vulgo “multitasking” como o caso de uma “Bimby” poupa não só o tempo de mudar de um local para o outro os alimentos, como ainda “toma conta do tempo de cozedura” por nós, o que faz com que possamos andar literalmente entretidos em casa com outras coisas mais interessantes (para quem não for adepto dos “tachos”). Basicamente, eficácia é a capacidade de simplificar questões de variadíssimos tipos, apresentando novas soluções de poupança de tempo, esforço, dinheiro, entre tantas outras! Nesta edição da DeepArt apresentamos na categoria de moda masculina, uma poupança de tempo uma vez que aqui se pode atualizar para as tendências que estão mesmo aí a chegar. Ao nível do design apresentamos também algo ligado a eficácia, mas desta vez ao nível da ecologia, com a apresentação de produtos concebidos exclusivamente através da energia eólica, entre tantas, mas tantas outras soluções, que quererá sem dúvida “descomplicar” um pouco daquilo que o rodeia. Boa leitura!


setembro 2013

Goodies

Pride

006 - DESIGN - Sapatos novos todos os dias 008 - DESIGN - O Mistério do Design 014 - DESIGN - Produto 020 - DESIGN - E tudo o vento criou

036 - ENTREVISTA - Joana Arez 052 - ENTREVISTA - Adelaide de Sousa 068 - ENTREVISTA - Dolly Filmes

Lifestyle 022 - ARQUITETURA - A eficácia na arquitetura 024 - ESCULTURA - Quando a arte 032 - STREET ART - “Cidade Cinza” 042 - FOTOGRAFIA - Juergen Teller 044 - MÚSICA - Nervos - Sensible Soccers 046 - ARQUITETURA - Mercado de Casablanca 048 - ILUSTRAÇÃO - Agosto 058 - ARQUITETURA - Pipa Panorâmica 062 - CARICATURA - EmCara 064 - CINEMA - Georges Franju

Editorial 076 - MODA - L’amoureuse 086 - MODA - Golden Gamester 096 - MODA - Atlântico

Trends 104 - MODA - Craig&Carl criam Mr. Quiffy 106 - MODA - Trends 110 - MODA - Trend Alert

Agenda 116 - WORK.INK_ART e Sunset



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DESIGN

S apatos novos todos os dias “Feitos” na sua própria casa. Por Rita Trindade

Agora que consegui a atenção de pelo menos todas as leitoras da DeepArt, anuncio que este mês trago outro artigo sobre Impressão 3D. Não é preciso muito para se perceber que é algo que está a mudar o mundo a olhos vistos. E nós estamos cá para ver! A cada artigo que encontro sobre ainda mais uma maneira de aproveitarmos as vantagens desta tecnologia e sobre novas possibilidades que a mesma traz, a minha excitação e “cromice” atingem outros níveis. Por isso, colaborem comigo e aturem esta pequena-grande obsessão que se está a apoderar de mim. Desta feita, falo sobre uma vertente mais consumista. Já se ouviu falar de lojas que utilizam a realidade aumentada para permitir aos consumidores que estes experimentem produtos no conforto do seu lar sem terem que sair de casa para o fazer fisicamente nas lojas. Mas o que o finlandês Janne Kyttanen propõe, vai mudar a abordagem de todos ao consumo.

Director criativo na empresa 3DSystems, Kyttanen criou quatro tipos de sapatos de cunha diferentes que podem ser impressos a partir da impressora CubeX, produto da sua empresa. O objectivo do designer foi chamar a atenção de novas audiências à questão da nova tecnologia da impressão 3D. Afirma que até agora se têm visto muito mais finalidades para homem e quer contrariar essa maré. Tudo o que basta às consumidoras fazerem é escolher o modelo, a côr e o tamanho do par de sapatos. Depois, tendo em conta que cada par demora cerca de seis ou sete horas a imprimir, poderão fazê-lo durante a noite e acordar com um par de sapatos novos. «Porquê ir comprar quando podemos fazer coisas novas em casa?», é a questão que Kyttanen coloca. Para além de proporcionar às clientes a possibilidade de imprimirem no conforto do seu lar um par de sapatos novos quando quiserem, Janne Kyttanen também conce-


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beu um ficheiro-base de seu nome “Class Shoes” que qualquer pessoa poderá utilizar para criar um par de sapatos único, ao seu gosto e baseados no seu estilo. Apesar de estes sapatos terem sido concebidos por Kyttanen para serem impressos utilizando uma impressora que é um produto da sua empresa, temos de ter em conta

007 Goodies

que o podemos fazer utilizando qualquer impressora. O que importa, de facto, são as características da máquina e a sua capacidade para imprimir objectos ligeiramente maiores do que se tem visto até agora. Apenas as impressoras industriais (por serem consideravelmente maiores) conseguem imprimir objectos maiores, o que tem levado vários designers/engenheiros/criadores a exportar projectos seus para locais onde podem imprimi-los. As impressoras 3D comerciais que se têm visto até agora (pequenas e práticas para se ter em casa) permitem-nos imprimir apenas objectos de menor porte – ideais para protótipos, por exemplo. As possibilidades são infinitas e isto é só o princípio. O designer finlandês possui ainda vários projectos em desenvolvimento cuja base é a impressão 3D. Afirma que a comida é o próximo passo para esta tecnologia e que, no futuro, poderemos imprimir hambúrgueres quando quisermos. Fica no ar o conceito proposto. Será a impressão 3D a resposta aos problemas com séculos de existência, tais como a fome e a pobreza? Não posso deixar de sonhar… Fonte: Dezeen Imagens: Janne Kyttanen

Esta colaboradora/autora não escreve com o novo acordo.


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DESIGN

O mistério do Design Por Inês Ferreira

A profissão de designer está sempre presente na vida de quem o é de facto. É algo que o acompanha de um modo quase impercetível, mas que nem por isso deixa de estar presente, mesmo nas situações mais inusitadas. “Trocando por miúdos”: uma vez designer, sempre designer! Estas situações podem ser algo tão simples como a ída a um café, em que uma simples chávena pode despertar uma reação inesperada; numa refeição em determinado restaurante de “fast food”, em que os olhos não se “despegam” do folheto do tabuleiro ou da embalagem em cima dele, (sim porque agora há a moda do “fashion fast food”); até uma mera entrada num bar repleto de postais, folhetos e tantas outras coisas inúteis aos olhos de muitos, (mas que o designer faz questão de guardar em casa só porque é bonito ou pode dar jeito para referências). Basicamente tudo são “desculpas” para o designer estar sempre em trabalho, (o que não me entendam mal, mas é ótimo quando se gosta do que se faz), e a simples razão para este facto reside num mundo cada vez mais apelativo graficamente, em que produtos “gritam por atenção”, Glint - Galula


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não só pela sua forma, como também pelo invólucro/embalagem. Para uma criança o equivalente seria por certo uma presente com um laço gigante e um papel apelativo, que quando aberto revelaria um não menos interessante conteúdo. Agora, transpondo esta realidade para o mundo dos “crescidos”, tem-se vindo a aperfeiçoar o design português ao longo das últimas décadas, não só pelo aparecimento de inúmeros cursos nesta área, a pessoas ávidas por criar, como também pela abertura cada vez maior ao estrangeiro, devido à bem-amada globalização. Criei uma pequena lista de projetos de designers que achei peculiares e, aquando da sua junção, ilustram o acima descrito. A Galula é uma marca focada na máxima “Galula is Fun and Function” o que é visível nas peças criadas por estes dois jovens designers sedeados no Porto, que foram já alvo de importantes prémios, dos quais se destacam o 2º lugar na categoria “Sustaining Chairs” para o “Art on Chairs International Design Competition” e o Prémio POPs

Glint - Tio

(Projectos Originais Portugueses, em 2013) na categoria de iluminação. Facilmente poderemos entender o porquê destes prémios ao observarmos os seus candeeiros, com uma simplicidade própria de quem aprecia o que é prático no seu quotidiano e que são igualmente versáteis, podendo ser literalmente “pendurados” em qualquer local, além de se adaptarem a uns suportes metálicos que formam com eles um misto de prateleira-candeeiro, que aposto que todos ou quase todos gostariam de ter em casa!


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DESIGN

Plain - Kohta Creative Studio

Não menos interessantes são os sofás do Kohta Creative Studio, marca criada pelo arquiteto Nuno Coelho e pelos designers Nuno Peixoto e Ricardo Pereira. O nome desta empresa remete para a vontade deste coletivo de criar um ponto de partida para projetos com qualidade, o que facilmente poderá ser percecionado perante um dos seus sofás, ergonomicamente estudados por forma a que quem neles se sente possa também experimentar uma série de posições confortáveis, que se adaptem à sua fisionomia e modo de estar (mais ou menos descontraído). Se acha que toda esta funcionalidade é já em demasia, deixo-lhe ainda mais “uma cereja no topo do bolo”, o facto de terem ainda arrumação tipo prateleira, onde poderá pôr os seus livros para os ter sempre presentes na hora de relaxar no sofá Plain (inspirado nas antigas namoradeiras)!

Projecto Boavista - Kohta Creative Studio


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Pedro+Susana candeeiro - Projecto reMix

Para aqueles que têm em especial atenção as questões ambientais na altura de escolher determinada peça, poderão encontrar no Projecto reMix aquilo que procuram. Este projeto surgiu precisamente para a promoção da inovação social, através de novas soluções no âmbito da qualidade de vida, bem como a participação cívica e comunitária, espraiando-se o mesmo para além do design, tendo sempre em conta o Eco-Design, o Eco-Teatro e as Eco-Brigadas. E lá está, como o design passa também não só pela criação de base de uma peça, como também pelo reaproveitamento de outras, não serão de estranhar peças compostas por materiais como pedaços velhos de madeira, paletes, restos de pratos partidos, entre outros. Existe ainda um outro tipo de serviço proporcionado pelo Projecto reMix: os Eco-Serviços. Estes têm como objetivo, pequenos, mas úteis serviços de reparação, que vão desde a carpintaria, à costura, entre outros.

Susana António banco - Projecto reMix


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DESIGN

Enumerei aqui algumas marcas e produtos, mas faltam aqui os inestimáveis posters da Peanutoak Print, que num misto de design gráfico e ilustração fazem as delícias de quem tem um por perto! Vivem assumidamente na comicidade para que mais do que bonitos, o possam ainda fazer esboçar um sorriso, ou quem sabe soltar uma gargalhada, através de tantas imagens com um pendor vintage (e uma piada associada para quem se recorda de muitas daquelas “pérolas”), além dos posters compostos por frases a que não ficarão indiferentes. Pensando bem, e reformulando a minha afirmação inicial, o design não se encontra presente e de um modo diário apenas na vida dos seus criadores, mas também na de todas as outras pessoas que por mais que tentem, não conseguem deixar de conviver com ele. Design além de forma e função, é algo viral, necessário e do qual somos profundamente dependentes! Imagens: cedidas pelas marcas.

Todos os pósteres - Peanutoak Print


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PRODUTO

DOUBLE

YOU Fotografia: Tiago Costa (www.tiagocostaphoto.com) Direção de Arte: Inês Ferreira


PRODUTO

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Ténis pretos - Onitsuka Tiger; €90 Ténis amarelos - Onitsuka Tiger; €90


Galochas verdes - Havaianas Galochas vermelhas - Havaianas


PRODUTO

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PRODUTO

Ténis azuis - Nike; €130 Ténis vermelhos - Nike; €130


Gravata azul - José Maria Oliveira; €39,90 Gravata laranja - José Maria Oliveira; €39,90


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DESIGN

E tudo o vento criou Por Rita Chuva

Que o vento é uma fonte de energia inesgotável, todos sabemos. Mas que, bem aproveitado, pode resultar em coisas incríveis... bom, isso também já sabíamos, mas agora ficamos ainda mais entusiasmados com a criatividade da designer holandesa Merel Karhof, que concetualizou uma linha de mobiliário apenas com energia eólica! A designer não é novata nas andanças ao vento, tendo em 2010 criado a Wind Knitting Factory, que produz cachecóis,

lenços e outros têxteis com a energia das brisas que vão passando. Quando há muito vento, a produção enlouquece de rapidez, enquanto que nos tempos de calmaria é muito mais lenta e controlada. Windworks é o mais recente projeto de Karhof, uma coleção de móveis de madeira produzida, do início ao fim, com o poder da energia eólica, por mais incrível que pareça.


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Tendo como pano de fundo as margens do rio Zaan, a localidade de Zaanse Schans, na Holanda do Norte, é o lar de uma coleção de moinhos de vento históricos e bem preservados, entre os quais um dedicado à serração e um moinho de côr. A colaboração entre estes dois moinhos, vizinhos da fábrica de tricô da designer, permitiram a produção de todas as peças utilizando apenas esta fonte inesgotável de energia. O primeiro passo foi a base de cada peça: bancos e cadeiras foram serrados, montados e transportados, de seguida, pela água, para o moinho de côr, onde os fios foram tingidos com corantes naturais. Os fios voltaram à fábrica de Karhof, onde foram tricotados. A partir daí, foram feitos os estofos, através de pequenas almofadas encaixadas umas nas outras, cada uma representando o tempo de criação da peça. Este projeto, para além de afirmar o poder das fontes de energia naturais ao nosso dispor, ilustra as infindas possibilidades para a conceção de fábricas urbanas sustentáveis. Fonte e fotos: Designboom


Lifestyle 022

ARQUITETURA

A eficácia na arquitetura

Foto: archdaily.com_paulo-rolo-house-inspazo-arquitectura_14

Por Pedro Carvalho Inception Architects Studio

EFICÁCIA… Termo comummente utilizado para exprimir um qualquer resultado proveniente da relação, existente ou provocada, entre valores (os encontrados e os objetivos) que pretendemos… Basicamente, ser EFICAZ é chegar a meios para conseguir atingir fins. Nada mais [à partida]… A arquitetura também procura comportar-se da mesma forma. Não sendo de todo uma ‘ciência’, nem tão pouco ‘algo exato’, a arquitetura é um enorme DESAFIO [e variadíssimas vezes um estado de alma], que se assume como matéria, como forma, como volume, como experiência e como

vontade, e que dentro das suas [in]capacidades* procura a certeza e a eficácia, procura a perfeição e a eficiência, procura a aceitação e a anuência… Porém, aquilo que muitas vezes é eficaz aos olhos de quem desenha, imagina, desenvolve e cria, pode muito bem não ser - ou sequer comportar-se - da mesma forma perante quem vive, experimenta, sente, respira ou habita. A palavra eficácia, no que toca à arquitetura, adquire assim um tal estado de imprevisibilidade perante as várias condicionantes com que se depara, que determinam com que esta possa ser inteiramente concretizada, materializada e eficaz, ou por outro lado, seja antes um inteiro fiasco, descontextualizado, amorfo, desligado, sem vida, sem história…


023 Lifestyle

Foto: arqtoyou.wordpress.com_sede-principal-darcons-mexico

ARQUITETURA

Foto: h-cubo.blogspot.pt_p_r_arquitectos_Portugal_ Casa_PR_Quinta_da_Gramela_Pombal

Neste percurso, no qual a arquitetura - enquanto parte do mesmo – se integra, joga-se sempre no chamado ‘fio da navalha’, a ‘pisar o risco’, arriscando sempre o sermos absolutamente bem-sucedidos na ideia desenvolvida, provocando a sua rápida aceitação, ou, ao invés, fracassarmos na interpretação e falharmos o objetivo. Nas duas arquiteturas, na da vida e na das artes, a afinidade é praticamente a mesma, existindo uma estreita relação entre ambos os estados, aos quais nos cabe sempre, enquanto arquitetos, saber ultrapassar, com mais ou menos dificuldade, com mais ou menos resiliência, paixão, entrega e perseverança. A nossa eficácia disso depende! A nossa estória também… Boas férias! * Digo [in]capacidades porque a capacidade de provocar sensações, vontades e estados de alma na arquitetura é sempre muito subjetiva e depende de quem a observa, experimenta e a sente.


Lifestyle 024

ESCULTURA

Q uando a arte se entrega ao mar

Foto: Ubarana Jr.

Por Mテ。rcia テ」ila


ESCULTURA

025 Lifestyle

Tal como um hábil cortador de diamantes permite que a luz passe pelo interior de várias facetas da pedra, o escultor Demétrius Coelho trabalha para oferecer esculturas orgânicas, que são um verdadeiro deleite aos olhos que observam a magia da claridade ref letida. Todas as linguagens da arte foram desenvolvidas como tentativas de transformar o instantâneo em permanente. Somente sob esse ângulo é possível adjetivar esse artista que propõe, através de formas orgânicas, sensuais e intensas, um mergulho que atravessa a carga sensorial da imensidão do mar. As obras do escultor são verdadeiros espaços de embates. Nelas concentram-se os discursos ecológicos e as expetativas de uma tomada de consciência sobre o futuro do planeta. Inseridas confortavelmente junto ao oceano, às rochas, ao sol e ao vento, é possível perceber a suave linha que separa a realidade da imaginação. Segundo Homero, o deus Aeolus vivia num palácio numa caverna, onde mantinha os ventos presos dentro de uma sacola de couro. Deu a sacola a Odisseus para movimentar o seu navio, mas quando ela foi aberta, os ventos libertaram-se e correram o mundo. E assim o mar tornou-se agitado e temido, mas ao mesmo tempo, um escultor que arredondou pedras e modificou rochedos e falésias. Inspiração da arte de Demétrius Coelho!

Fotos: Ubarana Jr.


Fotos: Ubarana Jr.

Lifestyle 026

ESCULTURA


ESCULTURA

027 Lifestyle

Fotos: Ubarana Jr.


Fotos: Ubarana Jr.

Lifestyle 028

ESCULTURA


ESCULTURA

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Demétrius Coelho Galeria de Artes Rua Seridó, 493 – Petrópolis – Natal - RN - Brasil +55 84 3211 0973 | 84 3211 5268 formaspotiguar@gmail.com | issuu.com/revistaformas Instagram: @demetriuscoelho | revistaformas Facebook: formasarquitetura formaspotiguar@gmail.com issuu.com/revistaformas




Lifestyle 032

STREET ART

“Cidade Cinza” Foto: https://fbcdn-sphotos-f-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash4/ 1002339_534600826593920_953780094_n.png

Por André Albuquerque

Cidade Cinza

Como ponto prévio quero aqui realçar um projeto de grande relevância ao nível da street art e cultura urbana, aliás já aqui mencionado em edição anterior, e que conta com a participação de diversos artistas. Trata-se de um projeto que se vai traduzir essencialmente num filme documentário com a designação de “Cidade Cinza”, da autoria de Marcelo Mesquita e Guilherme Valiengo e que conta com a participação de artistas como Os Gêmeos, Nunca, Nina, Finok, Zefix e Ise. Este documentário constituirá, do meu ponto de vista, um marco a nível cultural, principalmente no Brasil. Mas a mensagem que pretende passar, centrada na frase de ISE - “A gente já é muito pobre de cultura para apagar a cultura que tem na rua” - é universal, chama a atenção para a cultura de rua que tende a ser ignorada. Sem querer desvendar muito, deixo aqui o link para assistirem ao trailer e fica também o link do Crowdfunding para os interessados em ajudar a financiar o projeto. Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=7NpppZaGf Jo Crowdfunding: http://catarse.me/pt/cidadecinza

Após esta nota introdutória e entrando na temática desta semana - a eficácia - gostaria de apresentar alguns artistas, entre outros que poderiam também ser mencionados, que considero serem senhores na sua arte devido ao aproveitamento do meio envolvente e à eficácia construtiva e que se traduz numa mensagem visual que o subconsciente capta. Optei por começar por um artista que admiro muito, que é o Joe Iurato. Além de artista é também um explorador, inspira-se pelo mundo e procura, com a sua arte, causar o mesmo impacto de inspiração no observador. Este artista recorre a stencils e procura com eles abordar temáticas como economia e procura de espiritualidade. Mostra um olhar do mundo através dos olhos dos seus filhos e do seu sentido de descoberta e entusiasmo com tudo o que o rodeia. Este artista é também skater, filósofo, praticante de escalada e é ainda fotógrafo. No seu trabalho mais recente transforma figuras que outrora tinha pintado em paredes por stencil em figuras mais pequenas e transportáveis, levando-as para os mais diversos locais, conseguindo criar arte com o mundo e que se integra perfeitamente no local e é captada nas magníficas fotos que aqui podem ver. Site: http://www.joeiurato.com/


Foto: http://25.media.tumblr.com/3d6e6a015903b297f6813ee404 5100e6/tumblr_mn5am6eeeS1r6wmavo1_1280.jpg

Foto: https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-akprn2/1077852_607385259282486_957495142_o.jpg

Foto: http://www.brooklynstreetart.com/theblog/wp-content/uploads/2013/06/brooklyn-street-art-joe-iurato-jaime-rojo-welling-court-06-13-web-2.jpg

STREET ART

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Joe Iurato

O próximo artista que vos apresento é conhecido por “WD street art”, sendo que WD significa Wild Drawing. Nascido em Bali, na Indonésia, estudou artes academicamente e começou na street art no ano 2000. Desde então foi ganhando reconhecimento e já realizou diversas exposições. Considero alguns dos seus trabalhos bastante interessantes pela maneira como se integram com o meio envolvente, como podem observar nas fotos. Site: http://www.wdstreetart.com/

“WD street art”

“WD street art”


Foto: http://www.streetartutopia.com/wp-content/uploads /2011/03/street_art_french_oak_13.jpeg

Lifestyle 034

STREET ART

OakOak

Foto: http://www.streetartutopia.com/wp-content/uploads/2011/10/roa_street_art_gambia_14-Jonx-Pillemer.jpeg

De seguida vou apresentar-vos um artista que dá pelo nome de OakOak e é original de St. Etienne, França. A personalidade deste artista resume-se em 3 palavras: criativo, divertido e irreverente. O seu trabalho passa mensagens simples, claras e diretas, deixando o observador com um sorriso no rosto logo que as observe. A imaginação é a marca fundamental dos seus trabalhos que, complementada com a criatividade, formam combinações visuais dotadas de humor e boa

disposição. OakOak usa a oportunidade, o local e o espaço que encontra para realizar a sua arte; este é o puro artista de rua, que não faz trabalhos legais, não realiza pinturas nem exposições, apenas encontra locais apropriados ao desenvolvimento da sua arte pelas ruas. Site: http://oakoak.canalblog.com/

Para finalizar este lote, que poderia ser bastante mais amplo, mas opto por deixar ao critério dos leitores a iniciativa de fazerem a sua própria leitura sobre a matéria, gostaria de apresentar um artista que, para além de realizar criações brilhantes, joga com o espaço de uma maneira formidável. Este artista é bastante reservado e pouco se sabe sobre ele, dá pelo nome de DAL e sabe-se que nasceu em 1984 na China. Já realizou bastantes exposições em grupo desde o ano 2005, mas a solo apenas em 2012 e 2013 começou a expôr o seu trabalho sem ser nas ruas. Podem conhecer melhor o seu trabalho no seu website: http://www.daleast.com/

DAL


035 Lifestyle

Foto: http://static.wix.com/media/c71867_816ff4cc72c469782c7168a48c85fb5e.jpg

STREET ART

Foto: http://cdn0.lostateminor.com/wp-content/uploads/2011/09/dal-east-3.jpg

Foto: http://www.thecitrusreport.com/wp-content/ uploads/2011/03/55699457-605x421.jpg

Joe Iurato

Ser eficaz é conseguir atingir um determinado objetivo. Procurei apresentar-vos artistas que, pelas caraterísticas dos seus trabalhos, transmitem mensagens críticas, mas claras, da sua visão do mundo. Podemos concordar ou não, mas ao percecionarmos a imagem do mundo que nos transmitem, somos forçados a reconhecer a eficácia da sua forma de comunicar. Espero ter conseguido atingir o meu objetivo e que agora partam à descoberta de outros artistas de rua…

OakOak

DAL


Pride 036

ENTREVISTA


JOANA

AREZ

O que fica para dizer quando se esgotaram as palavras? Imagens. Imagens de uma cultura que paira imóvel no tempo, talvez de memórias passadas e ídas. Assim é a pintura da artista Joana Arez, caraterizada por uma forte inf luência urbana, num imaginário de palavras. Por Inês Ferreira

Foto: Tiago Costa


Pride 038

ENTREVISTA

DeepArt: Tendo em conta que o seu percurso inicial esteve ligado à direção de arte, em agências de publicidade, que paralelismo estabelece entre esse percurso e esta nova fase, agora ligada à pintura e à galeria (WORK.INK_ART)? Joana Arez: Eu acho que o paralelismo existe desde o início. Chamamos direção de arte no mundo da publicidade porque o diretor de arte é a pessoa que supostamente toma mais conta da parte de imagem, existindo por isso um paralelismo desde o início. Se se toma conta de imagem e a sua linguagem para além das ideias pretende transmiti-las em imagem, a pintura tem o mesmo objetivo. DA: Como é que surge a ideia de abrir uma galeria? JA: A ideia de abrir uma galeria é algo que não foi propositado, nem premeditado. Penso que a vida é que se encarregou de me apontar este caminho. As coisas tinham que mudar na minha vida. Já eram 20 anos de publicidade, sendo quase 10 anos de direção criativa e executiva, que é um bocado mais “pesada”, no sentido em que sobra menos tempo para o processo criativo propriamente dito, embora eu goste muito da vertente de negócio. Aliás adoro, porque adoro publicidade e marcas, bem como conseguir vender um produto, uma ideia. Mesmo nessa altura sempre pintei ou rabisquei enquanto pensava em anúncios e campanhas. Estava sempre a escrever e a desenhar o que estava a pensar. Houve uma altura em que comecei a pintar muito e a dizer à família e aos amigos para irem a minha casa para levarem coisas que ía acabar por deitar fora, por já não ter espaço para guardar. Ainda por cima eu gosto de formatos grandes. Eu estava também à procura de uma oportunidade para expôr o meu trabalho e falei com algumas pessoas e com alguns galeristas, porque queria a opinião deles. Um crítico com quem falei disse-me que seria dispendioso mas que eu não deveria desistir, e ouvir isso de uma pessoa que entende foi muito bom. Apareceu depois o desafio aqui da Cidadela de Cascais, da Pousada, e comecei a trabalhar com eles na sua imagem e acabei por ficar com um espaço onde expus o meu trabalho. Fiz uma primeira exposição que correu muitíssimo bem. O meu trabalho é bastante urbano, também por causa da minha vertente de comunicação. Eu

adoro falar, comunicar, pôr pessoas em contacto e fiquei super contente quando percebi que as pessoas realmente gostaram daquilo que sentem nos meus quadros. E isso foi fantástico! DA: Qual tem sido o maior desafio perante a questão da galeria? JA: Para já o maior desafio é nunca desistir. Mas não desistir é algo que já está dentro de mim. Não desisto e também não digo “vou tentar”, por isso se eu me atiro para um desafio, eu não tento. Eu faço é tudo para que ele resulte. Não se pode tentar, mas sim fazer! Outra coisa que me dá muito prazer aqui no espaço da WORK.INK, é juntar pessoas. Funciono muito em termos de parcerias, não só parcerias com marcas, mas também outras coisas úteis para a galeria. Tenho por exemplo, uma parceria com a empresa EDIGMA (The Touch Company). E sem dúvida que tecnologia touch confere, ao espaço, uma dinâmica muito interessante. Outra situação que me agrada é a do consumidor improvável, que é uma pessoa que vem por exemplo ver o meu trabalho, uma exposição minha, mas quando chega à galeria vê por exemplo o trabalho também de um escultor, porque há sempre umas peças que ficam porque nunca deixo de promover artistas que já cá estiveram, assim como não perco a relação com eles. Normalmente tenho o meu trabalho na galeria e depois vou convidando artistas que aceitem e que me deem a honra de estar aqui comigo. Eu tenho que gostar do trabalho deles, apesar de por vezes serem trabalhos muito diferentes. DA: A Arte é uma maneira de estar na vida? JA: A Arte é uma maneira de estar na vida sim, e muito libertadora! Ao contrário da publicidade, ela é mais livre, não tendo um briefing. Não parto já de uma ideia, nem tenho de chegar a determinado sítio, tendo apenas de chegar onde me sinto bem. É como acontece no dilema em que a obra está ou não terminada. É difícil saber se a peça está terminada. Ela está terminada quando eu olho para ela e parece que já “conversámos” tudo. Há muita coisa que já pintei e que na minha opinião estraguei porque não soube parar a tempo.


Imagem cedida pela Artista.


Imagem cedida pela Artista.


ENTREVISTA

DA: Como tem sido o feedback das pessoas que cá têm exposto e do público? JA: A aceitação tem sido bastante boa porque este projeto, em um ano e meio faz já com que as pessoas saibam o que vão encontrar no meu espaço. As pessoas sentem uma linha de escolha, de escolha, que é já coesa. Chego, por exemplo, a receber telefonemas do Brasil, a perguntar o que tenho de momento na galeria porque veem a Portugal e querem ver. DA: Brevemente vai realizar uma exposição sua na galeria, mais “oficial” que as suas anteriores... JA: Às vezes é melhor ir mais devagar. Na realidade, até acho que tudo aconteceu bastante depressa, em apenas um ano e meio. Uma coisa que tem acontecido e que adoro é conhecer pessoas de imensos sítios do mundo e manter o contacto com elas. Elas sentem-se muito bem dentro da WORK.INK. A obra, o design, os ambientes, a arquitetura... as pessoas sentem-se muito bem neste espaço. E isso foi feito pela minha irmã (Paula Arez) que me conhece muito bem. Quem conhece a minha casa diz que a galeria é um pouco a extensão dela.

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DA: Como vê neste momento, a Arte em Portugal? JA: Sinto-a forte, destemida e confiante. E são vários os nomes que poderia referir para sublinhar estas palavras. Sempre tive muito contacto com Arte, por educação dos meus pais, muito ligados às Artes enquanto grandes apreciadores e conhecedores. Desde miúda que frequento museus, visito exposições e galerias de Arte. E tenho agora tido contacto com muitos artistas portugueses, com uma nova geração de que gosto muito. Claro que estou mais ligada à componente mais urbana e o figurativo já não me atrai tanto, mas reconheço e sei que há coisas muito boas. Não temos que ficar com medo dos grandes mitos. Claro que o contemporâneo não existiria se não houvesse o passado, mas eu “vivo” muito a minha geração. Tudo o que fui vivendo e conhecendo trouxe-me até aqui, e fico muito contente quando vejo os nossos “novos” Artistas expôr no estrangeiro e não apenas os nomes “do costume”. Eu própria estou a tratar disso e vou conseguir! Vou ter uma exposição no início do ano no Porto, uma cidade onde quero muito expor, e estou a tratar de estar em Paris e em Londres. Isto não são coisas que se consigam de um dia para o outro mas vou conseguir!!!

DA: Relativamente à sua pintura, pode dizer-se que a mesma tem como referência a nível visual, a questão urbana? JA: Há sempre essa referência, principalmente em termos de comunicação no meu trabalho, por exemplo nas frases, apesar de ser diretora de arte. Há muitos anos que se trabalha em dupla (diretor de arte e copy, ou redator). Há muitos anos os copies é que eram considerados os grandes criativos e o diretor de arte só “fazia bonecos”, o que é perfeitamente errado. É preciso é trabalhar, porque a ideia pode vir de mim, ou seja de quem for, mas não há nada como vender um bom produto e espero que o meu produto seja bom neste caso. Apesar de gostar muito de escrever, desta vez não o vou fazer. Fiz um desafio ao jornalista Pedro Rolo Duarte, que vi apenas uma vez numa inauguração na galeria. Li um texto dele e perguntei-lhe o que ele achava de eu pintar um texto dele e adorei a resposta ”Seria uma honra”! Fiquei logo radiante. Só nos vamos conhecer pessoalmente quando inaugurar a exposição e desta vez as palavras não são minhas, mas sim dele. Imagem cedida pela Artista.


Lifestyle 042

FOTOGRAFIA

Juergen Teller Modos de Ver Por Charly Rodrigues www.therapa.blogspot.pt

Os anos 60 foram uma época indubitavelmente revolucionária, seja na música, nas artes plásticas, na política, na moda. O chamado Mundo Ocidental foi “sacudido” por movimentos de contestação política e cultural, como os movimentos das mulheres, dos negros, dos gays, das chamadas “minorias”, de estudantes e de trabalhadores… Uma renovação de comportamentos e mudanças em todos os setores transformaram os estilos de vida e modos de ver da sociedade e, foi neste turbilhão de sucessões, que na Alemanha nasceu Juergen Teller. O seu crescimento foi pautado por alterações sociais marcantes, e isso, claramente, moldou a sua forma de ver o

mundo e a sua necessidade de comunicar visualmente. O seu interesse pela fotografia sempre foi inato, o que não colocou em dúvida qual seria o seu percurso académico; formou-se em fotografia na Academia de Munique onde explorou até à exaustão, o retrato. Em Londres, nos anos 80, inicia a sua carreira profissional, a fotografar bandas e vultos célebres do panorama musical como Elton John e Kurt Cobain, mas é quando conhece a stylist e diretora de arte Venetia Scott que a sua vida muda completamente e o mundo começa a reconhecer o seu nome, pois foi Venetia que estimulou e encorajou Teller a explorar a fotografia de moda profissionalmente.


FOTOGRAFIA

Foi uma aposta certeira uma vez que as suas colaborações se expandiram para as páginas das mais prestigiadas revistas da indústria: Vogue, Interview, Another Magazine, Index, W Magazine, Self Service, Details, Roxo, iD, 032c, entre outras publicações. O seu trabalho em livros, revistas ou exposições, é controverso e admirável. Tem um estilo aberto e cru, pois nenhuma fotografia sua publicada sofre alterações de pós produção o que, estranhamente numa sociedade com

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ideias de beleza tão perfecionistas, levou os principais editores de revistas a apreciar o seu diálogo visual. A sua forma de ver ao longo do tempo manteve-se fiel, e mesmo trabalhando e crescendo enquanto profissional na indústria da moda, os seus padrões nunca se alteraram, mas sim a indústria que se adaptou, aceitou e ainda hoje celebra os modos de ver a fotografia de moda numa ótica realista e de deleite visual constante. Imagens retiradas de http://www.bjp-online.com/ e de http://032c.com/


Lifestyle 044

MĂšSiCA

Foto: Ricardo Almeida

Sensible Soccers


MÚSICA

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Os Sensible Soccers podiam ser uma equipa de futebol, mas como são só quatro, não os deixaram. Uns de São João da Madeira e outros de Vila do Conde, o Emanuel, o Filipe, o Hugo e o Né juntaram-se no início de 2010 para criar música feita de atmosferas sonoras bem deliciosas de se ouvir. Para além deste projeto, o Emanuel e o Hugo constituem também a dupla DJs Yeah! e são ainda fundadores do movimento Música Pop Desempregada (MPD). Já o Né jogou em tempos com a camisola dos - já extintos - The Portugals. O gosto pela música (e também pela bola) resulta então num projeto cujo nome foi arrecadado de um videojogo Sensible Soccer, da Commondore Amiga - muito em voga nos anos 90, e que conta na discografia com dois registos: pela AMDISCS, o homónimo Sensible Soccers de 2011 e o mais recente Fornelo Tapes Vol. 1, de 2012. Resta agora aguardar pelo álbum que talvez venha na bagagem do ano que aí vem. http://nervos.pt/sensiblesoccers


Lifestyle 046

ARQUITETURA

M ercado de Casablanca: expressão icónica de Marrocos

Imagens: cedidas pelo Arquiteto

Por Sergio Vilar

O escritório do arquiteto Carlos Ribeiro Dantas participou num concurso de ideias promovido pela AC-CA (Architectural Competition-Concours d’Architecture) e enviou esse material num painel único para ser submetido a um júri. A ideia estava relacionada com a conceção de um mercado sustentável (uso comercial) na cidade de Casablanca, em Marrocos. O novo mercado para Casablanca está ligado de forma icónica à expressão dos mercados marroquinos. Criados por mãos hábeis, cones de condimentos e especiarias, nas mais diversas cores e cheiros, inspiram este projeto arquitetónico. O partido adotado cria-se a partir de duas formas cónicas ligadas por um plano (piso superior), adequado à forma deste pavimento ao terreno proposto. Essa plataforma cria uma área sombreada no terreno, permitindo o f luxo inten-

so de pessoas pelo mercado, ligando as ruas próximas e integrando o espaço ao público local. Pode-se aceder ao piso superior através de escadas na parte posterior da edificação, permitindo assim que todas as áreas sejam visitadas e utilizadas pela população. A edificação tem por base uma estrutura metálica, marcada nos três vértices da praça, pelos pilares cilíndricos, que inclinados tencionam a cobertura, produzida em tecido de alta resistência. Para compor os dois cones – as formas icónicas que marcam este projeto – adota-se a chapa perfurada de alumínio colorida. O pavimento superior, onde foi instalado um café com terraço panorâmico, é guarnecido por peitoril fechado com a mesma chapa perfurada utilizada nos cones. Contudo, para este efeito, optou-se por adotar uma cor neutra – branco.


ARQUITETURA

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Carlos Ribeiro Dantas Arquitetos Associados Av. Rodrigues Alves, 930 Sala 16 – Tirol – Natal/RN - Brasil +55 84 3201 0293 | 3611 3160 crdarquitetura@uol.com.br, crdarquitetura@yahoo.com.br www.carlosribeirodantas.com.br

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ILUSTRAÇÃO

AGOSTO

https://www.facebook.com/pages/Sandra-Roda-httpdesabitarblogspotpt/199059776807875?ref=hl

by Sandra Roda


ILUSTRAÇÃO

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ILUSTRAÇÃO

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ENTREVISTA

ADELAIDE

DE SOUS Com um percurso pautado por várias experiências tanto na área da apresentação como na da representação, Adelaide afirma que para desempenhar em pleno uma função, não pode estar dividida. Neste momento encontra-se envolvida no projeto “Guerreiras”, ligado ao cancro da mama. Por Inês Ferreira


SA

Foto: Tiago Costa


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ENTREVISTA

DeepArt: Tendo tu começado na área da apresentação, acabas depois por te dedicar à representação. A que se deveu essa paragem na apresentação e posterior regresso à mesma? Adelaide de Sousa: Teve a ver com oportunidades que apareceram e que no momento em que apareceram eu não achei que fizesse sentido dizer que não. Já tinham surgido mais cedo, mas foi a partir do momento em que me senti de alguma maneira preparada para tentar fazer o trabalho de atriz, que aceitei. Depois, a questão da apresentação quase fica para trás quando uma pessoa se dedica mesmo à representação porque é o tipo de trabalho em que se não estivermos envolvidos, há muita coisa que nos “passa ao lado” e muitas oportunidades que nunca nos chegam. Foi muito complicada a fase em que apresentava diariamente um programa na Sic Mulher e ao mesmo tempo estava nas gravações da novela “Podia Acabar o Mundo”. Tive alguns problemas em conseguir chegar a horas à novela porque eu estava esgotada e isso dá mau aspeto e mau ambiente. Na altura fiz um esforço adicional para conseguir cumprir as duas coisas e felizmente consegui, mas de facto foi a última vez que tentei fazer algo assim, porque eu não consigo dividir-me a esse ponto. Foram oportunidades que foram surgindo e são momentos da vida em que as coisas fazem sentido e outros em que não fazem. DA: Como sentes que foi a reação do público ao formato de programa que era o Jet 7, uma vez que na altura era completamente díspar em relação àquilo a que as pessoas estavam habituadas? AS: De facto era, a par com o Mundo Vip, que era um programa que tinha como motivo de existência as celebridades e as festas, tendo o Jet 7 alguma diferença em relação ao Mundo Vip. O formato fugia um bocadinho ao standard com a existência da “Dolly”. Penso que tínhamos uma postura menos séria e menos formal em relação às festas e às celebridades. Pouco a pouco fomos encontrando um “nicho” que era único, e digo isto sem um pingo de orgulho pessoal porque não fui eu que escolhi o formato, mas duas pessoas que foram com certeza responsáveis pelo mesmo: a Adriana Keller que escrevia os textos e o Renato Martins que realizava os BBBs (rubrica Bom, Bonito e Barato) e depois mais tarde as Dollies, juntamente com outros realizadores. Mas eram eles, os “pais” daquela ideia e eram ambos brasileiros e traziam então essa lufada de ar fresco, porque havia muitos programas deste tipo na televisão brasileira. Para mim perceber o que eles estavam a querer dizer foi um bocadinho difícil no início, porque chocou-me aquela vontade de provocar que existia. E digamos que em Portugal fomos os primeiros a fazer isso. E de certa maneira acho que esse “sair da casca” facilitou depois a “lata” que foi preciso para aceitar um trabalho de representação, sem ter grande formação, só com uma formação muito básica.

DA: O que representou para ti a experiência na série “Jornalistas”, uma vez que foi a primeira vez que representaste? AS: No início eu tinha “excesso de confiança” se calhar porque vinha “embalada” da Dolly. De facto eu não tinha muita noção das coisas e estava com uma grande descontração que por vezes não é muito benéfica, apesar de dever haver sempre uma certa energia. Depois ter “batido com a cabeça na parede” e de ser “repreendida” no melhor sentido do termo, percebi que o ator não pode ser casual, que tem de ter a noção das movimentações das câmeras e da parte técnica da representação multicamêra, que é importantíssima. E nos “Jornalistas” aprendi tudo o que depois pude utilizar noutros produtos, porque eram 12 horas intensas de trabalho por dia, tinha de respeitar todas as saídas e de respeitar muito o espaço de cada ator dentro do enquadramento e era uma grande felicidade trabalhar todos os dias com aquelas pessoas e querermos estar juntos mesmo ao fim de semana. Éramos muito próximos! E penso que aquilo funcionou porque as pessoas reconheciam que o que se passava entre aquelas pessoas era verdadeiro. DA: Sentes que o facto de teres estado a estudar em Nova Iorque fez com que crescesses muito mais a nível profissional, ou achas que se tivesses ficado em Portugal seria a mesma coisa? AS: Penso que quando uma pessoa experimenta um crescimento pessoal, experimenta também um crescimento profissional, e num ator isso não é exceção, muito pelo contrário, pela simples razão que, regra geral o ator tem como base o trabalho sobre ele mesmo, a sua pessoa, o que os professores de representação chamam “o instrumento”. Creio que cresci sobretudo como pessoa nos EUA, por me ter exposto à situação de estar isolada, e de ter feito muitas que não tinham nada a ver com representação, o que me fez muitíssimo bem. Tive um ponto de viragem em termos de carreira, em que tive de decidir se queria continuar a ser atriz, porque para continuar a ser atriz tinha que me envolver a 100% em imensa coisa, e um ator lá, não tem um momento de sossego. As histórias de sucesso de atores lá são fruto, quase sempre, de muito trabalho, investimento, noites a pensar no que se vai fazer, “muito sangue, suor e lágrimas”. E tomei uma decisão honesta comigo própria, e pensei que ou ía para Portugal e continuava a ser atriz, ou a fazer outras coisas na televisão, ou ficava por lá, e fazia catering, que eu até gostava muito. DA: O que é que te fez ir para Nova Iorque, para tirar esse curso? Sentiste que havia uma lacuna em Portugal para atingires os teus objetivos enquanto atriz? AS: No curso que fiz na Moderna, que era um curso dirigido pelo Tozé Martinho, ele teve a felicíssima ideia de


Foto: Tiago Costa


Foto: Tiago Costa

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ENTREVISTA


ENTREVISTA

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nos convidar para fazermos um workshop dentro desse curso com dois professores de uma escola americana chamada Stella Adler Conservatory of Acting, e quando esses professores fizeram o workshop, eu percebi que era aquele trabalho que eu queria, um trabalho orgânico que começava de dentro para fora, e em 1998 a oferta de cursos não era a que é hoje em dia, nem havia tanta variedade dentro dos métodos possíveis. Então li muito sobre a Stella Adler e decidi que ía para aquela escola em Los Angeles. Por grande felicidade aconteceu que o Mundo VIP na altura me convidou para ir fazer uma viagem a LA para fazer uns pequenos clips e fui investigar sobre a Stella Adler. Acontece que descobri que a partir de setembro a escola ía fechar para obras e decidi que ía então para o Lee Strasberg Institute em Nova Iorque onde o que ensinavam era sobretudo o método. Quando me apercebi que ali era a escola do método, fez sentido, porque era aquilo que eu queria, em que podia escolher a minha via.

Uma parte importante do trabalho, devido ao formato do programa, era encontrar os amigos, as pessoas que têm coisas boas a dizer sobre os entrevistados, e havia pessoas que era muito difícil de encontrar. Nós tentávamos proteger a pessoa o mais possível dessa realidade e ninguém mentia nos depoimentos, mas havia trabalhos mais difíceis do que outros também por esse motivo. Era um desafio, cada semana eram pessoas diferentes, mas isso também era o que tornava o trabalho giro. Havia por vezes situações em que a pessoa ficava mais emocionada, ou frágil e eu ficava um bocadinho af lita porque não tenho muita facilidade em lidar com a parte mais vulnerável das pessoas. Era um programa que penso que nos deixou a todos muito contentes de o podermos ter feito, de termos tido essa oportunidade e de não termos uma linha editorial muito rígida. Tenho tido essa tremenda bênção de conseguir trabalhar em coisas tão diferentes.

DA: Tens o desejo de voltar a fazer uma telenovela como a “Jóia de África”? AS: Tenho! Adorava voltar a fazer uma novela naqueles moldes, gostava muito que implicasse essa deslocação, porque quando não podes vir a casa aos fins de semana, há qualquer coisa que acontece que não acontece quando ficas cá e vais para casa todos os dias. Há ali um pequeno reality show a acontecer, e de uma maneira ou de outra, quase todos demos por nós a dizer e a fazer coisas que não diríamos nem faríamos normalmente. Não tanto pelo cansaço das gravações, independentemente de ter sido duro a determinado ponto, como são todas as novelas, mas sim pela intensidade da experiência, por estares num sítio em que os miúdos de 3-4 anos te vêm bater à porta a pedir dinheiro para poderem fazer a inscrição na escola, por veres as mulheres a lavar roupa às escondidas nas traseiras da casa onde estás, porque não têm água, e depois porque estás isolado de tudo o que te é familiar, e ainda tens que conviver com os teus colegas, uns que gostas e outros que não. Foi uma experiência sociológica muito interessante e só por isso já valia a pena repetir. Mas sobretudo porque gostei do trabalho em si. É um dos poucos trabalhos que fiz que mereceu elogios de pessoas que eu respeito imenso, como a Eunice Muñoz e a São José Lapa, que vieram ter comigo para me dar uma palavra de encorajamento, o que fez com que me sentisse muito recompensada. Se fosse para fazer uma coisa assim, voltava já!

DA: Paralelamente à tua profissão, tens algo que consideres um dom artístico? AS: Não tenho infelizmente, porque me faz muita falta. Desde que fui mãe isso parece estar um bocadinho difícil de encontrar, até porque quando chegas a casa é quando trazes o teu filho contigo, portanto ele precisa também da tua atenção. Cheguei a pintar alguns quadros mas parei. Tive que parar porque sofria muito com uma coisa chamada “febre do pintor”, que é quando começas a pintar e não queres acabar. Eu entrava num registo de envolvimento e de entrega, que quando chegava à hora em que a professora dizia que acabou, eu ía para casa e ficava a pensar naquilo, dormia a pensar naquilo, estava doida para chegar o dia para poder voltar a repetir. Adorava a pintura e adoro! Tenho plena noção que se fosse mais organizado o meu tempo, isso preencheria uma grande parte do meu dia, mas ainda não me sinto capaz de tomar essa decisão, mas se tivesse que identificar uma coisa que caiba dentro dessa categoria, seria pintar sem dúvida nenhuma!

DA: No programa que apresentaste “Entre Nós”, entrevistavas inúmeras personalidades de diversas áreas. Como é para ti o desafio de conheceres pessoas tão diferentes e teres de adaptar o teu discurso a personalidades completamente distintas? AS: Há pessoas mais reservadas, que se sentavam à minha frente claramente “à defesa” e com imensos receios, e aí o trabalho é acrescido por parte de todos nós. Temos de tentar pôr a pessoa à vontade, para que ela perceba que não estamos ali para explorar “podres”.

DA: Onde é que te podemos ver brevemente? AS: A nível de televisão não sei. Tenho algumas ideias, mas não sei quando é que as vou conseguir concretizar, nomeadamente coisas relacionadas com canais de Youtube, mas pode ser que apareça alguma coisa antes do final do ano. Para além disso, tenho um projeto com o meu marido que se chama “Guerreiras”, ligado ao cancro da mama. Temos uma página no Facebook das Guerreiras de Portugal e a Delta apoiou-nos recentemente e já estão a aparecer alguns pacotes de açúcar da Delta com frases de mulheres que são sobreviventes de cancro da mama. O pacote em si não fala em cancro da mama; é um bocadinho para despertar a curiosidade porque as pessoas quando ouvem a palavra cancro, fogem a correr. É basicamente uma página que faz, ou tenta fazer a ponte entre os técnicos e as pessoas que têm cancro da mama. Acima de tudo, passa por as pessoas saberem que do outro lado estão pessoas que já passaram pelo mesmo!


Lifestyle 058

ARQUITETURA

Pipa Panorâmica Quando o requinte tem como aliado o natural da paisagem em volta, unido ao bom gosto de uma arquitetura leve. Por Sérgio Vilar

Foto: arquivo pessoal

F: Histórico do projeto? CMM: O desafio em propor uma linguagem atual com uma leitura leve sem ferir as caraterísticas do empreendimento, que foi o ponto de partida para o projeto de reforma e ambientação no Hotel Sombra e Água Fresca. Construído há 17 anos, o hotel recebeu uma nova receção com toda a pompa e circunstância, um delicioso lounge e novas suítes equipadas com piscinas privativas ou hidromassagem, todas com sauna, conservando sua caraterística principal que é o conforto. Caraterísticas da cultura oriental foram a fonte de inspiração, reproduzindo um cenário de cores quentes e fortes que se harmoniza perfeitamente com a natureza. O estilo “Thai” está presente nos detalhes do projeto.

Camila Maciel Moraes pensou para além dos muros e apropriou-se também da zona circundante para ambientar um hotel de extremo conforto e atmosfera tropical, em equilíbrio com a natureza e com o clima oriental. Revista Formas: Qual é o conceito do projeto? Camila Maciel Moraes: A localização privilegiada e a vista sobre toda a praia de Pipa envolta na sua natureza exuberante, faz com que o conceito de sofisticação, conforto e beleza sejam palavras de ordem na conceção deste projeto.

F: Resolução arquitetónica? CMM: Preservando a arquitetura existente, o local da sua implantação e sua área circundante, utilizaram-se materiais como a madeira e o vidro, que foram explorados ao máximo com o objetivo de integrar a natureza em todos os ambientes. A grande mudança ficou a cargo da receção que recebeu uma cobertura em palha de piaçava e a implantação de novas suítes, compostas por um conjunto de águas com inclinações acentuadas, proporcionando todo o charme através da sua imponência. As novas suítes receberam um piso em cimento queimado e uma piscina aquecida com borda infinita. O resultado foi perfeito. A iluminação indireta em conjunto com as cores fortes concluem o cenário composto por peças originárias da Tailândia e Bali, onde o Buda é o símbolo da paz e do amor. A natureza abundante mistura-se com o jardim projetado, pequenas fontes refrescam e contornam a entrada do empreendimento, os espaços são pensados até aos mínimos detalhes onde mesmo a rusticidade do ambiente não afasta o conforto, presente em todos os ambientes do hotel.


059 Lifestyle ARQUITETURA

Foto: Fernando Chiriboga

Foto: Fernando Chiriboga


Foto: Fernando Chiriboga

Lifestyle 060

ARQUITETURA


ARQUITETURA

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F: Qual foi a equipa técnica? CMM: Todo o conteúdo dos projetos de arquitetura e ambientação ficaram sob a responsabilidade da profissional. F: Principais produtos / materiais utilizados no projeto? CMM: Cobertura em piaçava com toda a sua estrutura em madeira; pedras naturais na composição de fontes e do paisagismo; mobiliário em madeira e fibra natural trabalhada; telha cerâmica branca e tijolo maciço branco, cimento queimado e mármores; deck e piso de madeira; painéis em vidro que compõem as esquadrias em madeira feitas sob medida e desenhada pela arquiteta, nas casas de banho metais e louça sanitária Deca, revestimento Portobello; tintas Coral em cores fortes que destacam algumas paredes e aquecem o ambiente. F: Principais fornecedores? CMM: Metais e louça sanitária DECA, tintas coral, revestimento Portobello todos do Armazém Pará, esquadrias e portas em madeira da Chicão Esquadrias, cortinas, almofadas e persianas da Martex Home.

Camila Moraes – Arquitetura e Interiores Av.Governador Silvio Pedrosa 314. Areia Preta, Natal – RN - Brasil +55 84 32312997/ 84 88113344 camilamoraesarquitetura@hotmail.com www.camilamoraesarquitetura.com.br

Foto: Fernando Chiriboga

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Lifestyle 062

CARICATURAS

EmCara

by Rui Zilh達o

Arnold Schwarzenegger - caricatura de Rui Zilh達o


CARICATURAS

Brancusi - caricatura de Rui Zilh達o

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Lifestyle 064

CINEMA

Georges Franju Les Yeux Sans Visage “Eyes without a face Got no human grace Your eyes without a face” Billy Idol

Foto: “Champs-Élysées Productions [fr]”

Por Pedro Barão


CINEMA

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Foto: “Champs-Élysées Productions [fr]”

Em fotogramas a preto e branco, o ilustre realizador francês Georges Franju conseguiu retalhar de forma perfeita um filme icónico da corrente de terror dos anos 60, com a qualidade de um conto de fadas gótico, revestido de uma narrativa visual poeticamente negra. Quando a sua filha Christiane (Edith Scob) é desfigurada num acidente de automóvel, o Doutor Génessier (Pierre Brasseur), com a ajuda da sua assistente Louise (Alida Valli), torna-se determinado a restituir-lhe a beleza e, em última instância, a vida tal como um dia a conheceu. Para tal vê-se forçado a aperfeiçoar a sua técnica de transplante facial, usando-se de inúmeras vítimas que captura nos arredores de Paris, para experiências cirúrgicas que dão um novo significado à noção do macabro. Esta é a premissa para um thriller que se alimenta de uma imagética pesada e desinquietante, embelezada por detalhes surrealistas que assombram a história do início ao fim, enquanto Christiane se arrasta pelos corredores da mansão que a aprisiona do mundo exterior como uma aparição fantasmagórica destituída de rosto, numa máscara de porcelana que deixa antever apenas os seus olhos tristes. Franju é mestre ao cravar na brutalidade desta situação chocante uma emotividade profunda, enquanto explora o conceito perturbador da perda de identidade. Para isso dotou todas as suas personagens de uma multidimensionalidade, que lhe permite explorar camadas de intenções que vão muito além daquilo que revelam à f lor da pele. Apesar de demonstrar uma personalidade calculista, manipulativa e maníaca, na sua obsessão de restabelecer a aparência da filha, o Doutor carrega na sua demanda uma

tortura constante e insuportável, apenas justificada pelo amor incondicional que tem por Christiane. A sua face é o ref lexo do seu coração: privada de emoções ou qualquer expressão perante os actos repulsivos, cruéis e sadísticos que comete, traduz a ideia de que Génessier se proíbe de expressar mais do que a própria filha é capaz. Um homem com uma cara, mas impossibilitado de a usar. Louise é mais do que uma simples assistente. Ao tomar conta de Christiane, aparenta uma devoção e um amor quase maternal, numa fragilidade física e numa ternura que escondem a sua condição estoica e vil, que não se compadece pelo sofrimento que inf lige a todas as suas vítimas. A maneira como encara todo o processo, de forma indiferente e rotineira, é onde reside o verdadeiro horror da sua personagem. Já Christiane é infinitamente mais densa do que a máscara que oculta o seu rosto do mundo. O seu corpo espectral tornou-se uma extensão da porcelana que usa sobre a cara, mas a sua alma é um poço de frustração, desespero e impotência perante as atrocidades feitas para o seu bem. A máscara representa o seu testemunho silencioso e apático, enquanto os seus olhos espelham de forma triste tudo o que existe de belo e esperançoso. O horror que cresce dentro de si mesma encontra forma de se ref lectir na imponência gótica da mansão, nos uivos constantes dos cães à noite, na atmosfera enublada e fria e na partitura musical, assombrosa e inesquecível. Com tudo isto, Franju conduz-nos a um final incrível dentro do género, num reencontro atroz com um paraíso perdido, que cristaliza a sua obra como um dos mais poéticos filmes de terror da sua e de futuras gerações.

Este colaborador/autor não escreve com o novo acordo.


Foto: “Champs-Élysées Productions [fr]”

Lifestyle 066 CINEMA


http://www.andreaebert.com/


Pride 068

ENTREVISTA

DOLLY FILMES

Álvaro, Gustavo e Zé lançaram um desafio a si mesmos com a criação da Dolly Filmes. Uma produtora com inspiração além fronteiras, que pretende ligar os seus clientes a novas fórmulas na arte de comunicar. Por Inês Ferreira


Foto: Tiago Costa


Pride 070

ENTREVISTA

DeepArt: O que é a Dolly? Dolly: A Dolly é Visual Art Culture. Um conceito embrião que surge em 2009, sem nos apercebermos e sem qualquer expetativa. Despretensioso. Curiosamente, começou como objeto de intervenção à “crise” com filmagens caseiras. Estávamos em transição e com algum tempo livre. Decidimos juntar o nosso humor “rafeiro” e partilhar a nossa vontade de criar. Passámos bons momentos com valentes risadas. Em 2011, voltámos a encontrar-nos em outro contexto de aspiração profissional, e resolvemos dar os primeiros passos no mercado audiovisual, com um projeto dedicado à arte de comunicar visualmente, agregando ao seu processo criativo, conteúdos técnicos enquadrados no domínio da estética cinematográfica. A Dolly, acaba por ser um processo que resulta da fusão dos nossos imaginários e partilha da mesma visão, querendo documentar a realidade segundo a nossa cultura e expressão artística. DA: Como chegaram ao nome Dolly? D: Na altura, fomos solicitados para a produção audiovisual de alguns eventos. Isso tem-nos proporcionado o investimento em material de qualidade, o que nos tem ajudado a alcançar objetivos técnicos. Foram estes os primeiros passos de algo que ainda não tinha nome. Naturalmente necessitámos de uma identidade simples e catchy que nos pudesse “acompanhar”. Até porque a dolly é um meio técnico utilizado em cinema e televisão. DA: Quem dá a cara pelo projeto? D: Álvaro Campos – Visual Director O seu percurso profissional teve início em tenra idade. Aos quinze anos começou a trabalhar como assistente de fotógrafo, um ano depois estaria a gravar eventos onde os formatos de Super VHS e Hi8 ainda se mantinham contemporâneos. Anos mais tarde, um estágio profissional na produtora de televisão NBP permitiu a sua afirmação no mercado televisivo e na publicidade. Empresas como a SP Televisão, GMTS, EMAV, Plano 6, República das Bananas, RTP, D.I.D., NTA (Nigerian Television Autority), Steadimage, Quebramar e Freemantle media fazem parte do seu currículo e percurso profissional. Presentemente encontra-se em Angola onde se aventurou num projeto ambicioso e de caráter formativo para a SEMBA Comunicação. Podemos dizer que o Álvaro em ambiente de trabalho é bastante resmungão e um perfecionista. A motivação, postura e o brio profissional são alicerces fundamentais em qualquer projeto que integre. Para contrastar num ambiente mais pessoal, o Alvito (como é conhecido) é um artista bastante atrevido e sem vergonha, um prato! As suas raízes e inspirações provêm da fotografia analógica, do cinema e da natureza, nomeadamente o mar.

Gustavo Assunção – Art Creator De génese criativa, sempre desejou fazer jogos de computador, mas acabou inevitavelmente por sair da caixa, após formação em Marketing com especialização em Publicidade no IADE. Aprendeu a pensar por si próprio em pequenas agências, e alcançar a experiência que desejava em médias e grandes, de onde se destacam a Artecomum, UpPartner, Cupido, Mccann Erickson e Emotive. Da gestão de contas publicitárias à direção criativa de vários projetos, orgulha-se da sua mais recente criação para a Varas Verdes, a Mercado Collection, com uma poderosa mensagem de marca. Tem os pés assentes na terra quando toca a encontrar uma forma prática de aliar a criatividade às necessidades do cliente. Com mente em mil astros, desde a fase de embrião da Dolly, tem orientado a nossa capacidade imaginativa para a conceção de propostas criativas e gestão de outras oportunidades. É louco e saudável, e é desta forma que se mexe no mercado. Por norma, gosta de se levantar bem cedo e o mesmo caminho acaba por ser sempre diferente. O Art Creator da Dolly, tanto faz de criativo como peça impulsionadora da nossa identidade para o mercado. Zé Cunha – Culture Producer A polivalência é sem dúvida uma caraterística transversal ao seu percurso. Após formação em Marketing e Publicidade, no IADE, aceita um estágio profissional na IDTV Portugal, onde tem contacto com os bastidores da televisão, atuando como assistente de produção no programa Disney Kids, para a SIC. Paralelamente especializa-se, pela Restart, em Argumento para Meios Audiovisuais e, mais tarde em Criatividade Publicitária, permitindo-lhe uma experiência na EURO RSCG, onde desenvolve campanhas publicitárias como Copywriter. A sua feliz e profícua passagem pela Leo Burnett Lisboa, como TV Producer, é um marco importante na sua carreira, onde adquire e coloca em prática know-how como Produtor Audiovisual e desempenha também funções como Editor de Vídeo. Começa então a fazer algumas experiências com imagem e decide criar as Segundas-Feiras Criativas, em que o Álvaro e o Gustavo participavam e onde se gera o embrião daquilo que viria a ser mais tarde a Dolly. Decide rumar como Produtor de TV para a Emotive, enquanto ao mesmo tempo ajuda a Dolly a ganhar forma. Reconhecido pelo seu mau feitio, meticuloso e perfecionista, tem o tempo como seu maior inimigo. Gosta de uma boa garrafa de vinho e de jantar na companhia dos amigos. Motivação, empenho e disponibilidade são parte do Culture Producer da Dolly, um “desbocado” de imaginação fértil que se move pelo sentido prático da vida.


ENTREVISTA

Visual Director

Art Creator

Culture Producer

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ENTREVISTA

Foto: Ă lvaro Campos

Doc.: Bambaran

Foto: Pedro Soares

Brand Video: DeepArt


ENTREVISTA

DA: Que tipo de projetos têm surgido? D: Projetos onde a capacidade de reutilização dos recursos dos nossos clientes e da Dolly são valorizados, com vista a um investimento justo de ambas as partes, e que imprimam um acréscimo de valor ao nosso trabalho e à nossa imagem. Hoje, a Dolly está focada em Pub, Doc, Videoclip e claro, Eventos, onde já produzimos alguns trabalhos e queremos apostar em novas abordagens. Gostamos de desafiar os nossos clientes. Há muita vida a fervilhar nestas cabeças. Por exemplo, quando falamos de novas abordagens, relacionamos a nossa cultura visual a propostas proativas, de laboratório ou de promoção para clientes, as quais nos vão ajudar certamente a cumprir os nossos objetivos. DA: Que trabalhos destacam no vosso portefólio? D: O projeto para a Fundação Fé e Cooperação foi curioso. A FEC, em parceria com o Instituto Camões, propôs a recolha de alguns depoimentos na Guiné-Bissau sobre o trabalho da missão portuguesa na educação básica do país. A Dolly acabou por desafiar a FEC para a concretização de um pequeno documentário de 30’, que passasse um lado mais humano, captando a essência e objetivos do projeto desenvolvidos no terreno através da cooperação de todos os intervenientes. Foi uma experiência única, extremamente recompensadora, acabando por conquistar um público muito específico no qual gerou um feedback que superou as expetativas. Os CTT Correios de Portugal vão lançar este ano a emissão filatélica «Missões Católicas em África». Trata-se de uma série de selos onde se pretende evocar e registar a realidade atual das missões católicas na sua dimensão abrangente e de compromisso do desenvolvimento e promoção do ser humano. Duas imagens da Dolly captadas no terreno foram selecionadas para fazer parte desta coleção. O documentário por sua vez, tem o evento de lançamento agora em setembro. Na vertente publicitária, a Dolly foi responsável pela produção da campanha de comunicação do mais recente produto da Varas Verdes, a Mercado Collection, uma eco-marca 100% portuguesa, da qual o nosso Art Creator (Gustavo Assunção) é responsável pela gestão de branding, aliando o design da coleção ao seu potencial visual. Foram captadas imagens de pormenor, de forma a que a campanha respirasse um estilo de vida muito próprio, baseado na simplicidade e nos fundamentos que apresenta. Daí resultou uma campanha para as redes sociais em formato vídeo e imprensa digital no qual temos, mais uma

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vez, um excelente feedback, à semelhança do que aconteceu com o nosso último trabalho desenvolvido precisamente para a Deepart. DA: E na categoria de videoclip? D: Um dos primeiros trabalhos que desenvolvemos foi precisamente nesta área, em colaboração com a agência criativa Emotive, que trabalhava na altura a imagem dos The Kaviar, banda vencedora do Optimus Alive Act. “Os The Kaviar não são uma banda snob, como o nome poderá indiciar. O prato é sem dúvida servido cru, mas com a patada do rock”. Este foi o briefing que nos passaram. A partir daí fomos às origens da banda, em Abrantes, e inspirados pelo single “Million Miles” produzimos o videoclip de estreia para esta faixa. Uma história de reencontro que culmina no Teatro S. Pedro. A crítica foi na generalidade positiva quanto ao visual limpo e impressionante, que nos leva a deslumbrar as magníficas paisagens da região. Entretanto, estamos a finalizar outro videoclip para a Catarina Moreno, cantora e compositora portuguesa que está em ascensão em terras de sua majestade. DA: Como foi trabalhar para a DeepArt? AM: O convite foi automaticamente aceite a partir do momento em que nos apresentaram o projeto e os seus objetivos, movidos pela promoção do talento nacional. Procurámos transmitir o conceito de marca através de um vídeo envolvente, tanto nos seus personagens como na sua mensagem e que nos levasse por uma viagem introspetiva, até à essência da marca. Este vídeo é a mais recente pérola da Dolly e estamos orgulhosos, pelo trabalho desenvolvido, pela crítica e principalmente por fazermos mais um cliente feliz. Missão cumprida. Por outro lado, partilhar know-how com parceiros como a Elite, permitiu-nos arrojar no casting, contando com um rol de profissionais exemplares, na sua maioria de topo. Contámos também com o apoio do Albano Jerónimo para a locução e para a pós-produção de som com a Indigo, estúdio com quem o nosso Culture Producer (Zé Cunha), já trabalha faz alguns anos. Uma equipe assim é sinónimo de qualidade e isso permitiu-nos acrescentar valor ao produto. Desde o início que tudo se desenrolou com bastante naturalidade. A DeepArt concedeu-nos liberdade no processo criativo, o que se repercutiu igualmente ao longo da produção, confiando totalmente a sua imagem à nossa visão e sensibilidade. Nós quisemos retribuir com o nosso empenho e dedicação. A Inês e o Tiago fizeram de tudo para merecê-lo.


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DA: O que mais vos fascina nesta atividade? D: Serve de exemplo como o projeto começou, três profissionais com vontade de apetrechar a Dolly de criatividade e aumentar o seu raio de ação à sua imagem. A “movimentação” da Dolly iniciou-se lentamente a partir da realização pessoal de cada um, sem interferências ou absorvências de talento. E isso é o mais bonito, quando sonhamos separadamente e tudo se unifica naturalmente no dia a seguir. É caso para soltarmos lágrimas de satisfação com o produto que estamos a desenhar e a oferecer aos nossos clientes. DA: Contem-nos um episódio que tenha sido marcante, relacionado com o vosso trabalho. D: O documentário Bambaran foi o mais marcante dado o país de destino, a Guiné-Bissau. Em poucos dias, e no terreno, tivémos que viver o briefing do projeto e estudar as condições necessárias e prováveis para uma filmagem com o rigor desejado. Rapidamente fomos contagiados pelo ambiente que se vive lá. A côr, o cheiro, a agitação de Bissau em contraste com as tabancas (aldeias) do interior. E claro, sobretudo pelas pessoas, que nos inspiraram

Pub.: Varas Verdes

Foto: Álvaro Campos

DA: Que mais podem oferecer ao mercado audiovisual? D: O nosso core é video. Dedicamo-nos a filmagem, produção, edição e pós-produção de vídeo. Oferecemos também serviços na área de fotografia e criação de conteúdos. Temos em vista alguns projetos de desenvolvimento de conteúdos para televisão entre outras propostas que estão em cima da mesa, onde a aposta será mais desafiante e nos mobilizará mais tempo, mas onde ficaremos certamente a ganhar se continuarmos a aplicar a mesma fórmula. Tanto podemos concretizar projetos em estruturas financeiras de pequena dimensão, ou os que apresentam uma aposta na visão e forma de trabalhar da Dolly querendo alocar outro tipo de recursos. Em qualquer uma destas situações, estamos capacitados para, a partir da criatividade, tornar o meio audiovisual mais competitivo para pequenos e grandes clientes. Um desafio lançado ao mercado e a todos os que premeiam uma evolução clara na forma como comunicam. Mobilizamos as equipas e os meios técnicos mínimos e adequados para uma exponenciação do produto final.

bastante. Por este simples facto e por tantas outras ocorrências, o desafio foi considerado maior. No fim, deu-nos que pensar - há projetos que alteram de forma positiva o rumo da história das nossas vidas. DA: Quais são os planos para o futuro? D: Um conceito só vende se for colocado em prática e aos olhos dos nossos clientes. Será um processo a seu tempo no qual teremos que reunir todos os recursos necessários para continuar a fazer acontecer. A Dolly tem potencial e também anseia por disseminar o seu talento, mas por enquanto queremos colocar em prática as nossas ideias e mostrar o valor do nosso trabalho em cada projeto que nos seja solicitado. Dar igualmente oportunidade à construção de uma rede com o cunho Dolly, em que o intuito passará por acoplar vários profissionais com a finalidade de acrescentarem um valor artístico e cultural, e vice-versa. Uma forma de podermos também transmitir e partilhar a nossa mensagem. DA: Qual é o vosso grande objetivo com a Dolly? D: Almejamos um crescimento com base na nossa capacidade de evolução. Alguns projetos de autocriação da Dolly, estão a sintonizar parceiros e potenciais para esta forma de encarar a captação de imagem. Para o olhar atento da Dolly, por mais que um momento possa parecer vulgar, existe muito mais por onde explorar.


ENTREVISTA

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Foto: Álvaro Campos

Videoclip: The Kaviar

Foto: Álvaro Campos

Videoclip: Catarina Moreno


L’AMOUREUSE Fotografia: José Ferreira (www.joseferreira-photographer.com) Modelo: Belisa @ Elite Lisbon Styling: Henry Maurício Assistente de Styling: Dina Duarte Maquilhagem: Sara Fonseca Cabelos: Cátia Monteiro


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Camisa em seda - CĂŠline

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Vestido - Valentino Anel - Verdegreen Brincos - Swarovski SandĂĄlias - EgĂ­dio Alves


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SandĂĄlias - EgĂ­dio Alves Vestido - Micaela Oliveira Brincos e Colar - Verdegreen


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Brincos - Swarovski Saia - Micaela Oliveira Body em renda - Micaela Oliveira Colar e Pulseira-stiletto em pele - Adami e Martucci

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Colar - Swarovski Vestido - Micaela Oliveira テ田ulos - Dolce and Gabbana


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Vestido - Valentino Pulseira - Verdegreen SandĂĄlias - EgĂ­dio Alves

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Sapatos - Egídio Alves Vestido - Micaela Oliveira Colar e Brincos - Swarovski Anéis em ouro e diamantes - exclusivo Crisálida Ourivesarias


Foto: Pedro Soares

VISUAL ART CULTURE


GOLDEN

GAMESTER Fotografia: Ricardo Santos Modelo: Patricia Lindholm Rebelo Styling: Paulo Barbosa Maquilhagem e Cabelos: Alexandra Gerardo


MODA

Top - H&M Cinto - Primark Vestido - Bershka

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MODA

Cinta - Tezenis Meias - Vintage Rel贸gio - Swatch Casaco - Bershka Argolas - Primark Plataformas - Primark Fato de Banho - Sport Zone


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Top - H&M Pólo - Nike Boné - H&M Saia - Bershka Luvas - da produção

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Editorial 090

MODA

Pala - Claire’s Pochete - Bershka Calções - Bershka Sweater - A Outra Face da Lua



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Pala - Adidas Parka - Primark Calテァas - Primark テ田ulos - Primark Top - Stradivarius

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Boné - H&M Colares - Oysho Casaco - Bershka Macacão - Bershka


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Sweater - Adidas Cinto - Primark Cinta - Tezenis

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ATLÂNTICO Fotografia: Miguel Ângelo Modelo: Vika Mironova @ L’agence Styling: Carmo Cunha Ferreira Maquilhagem: Elodie Fiuza (com produtos Sisley) Assistentes de Fotografia: Francisco Branquinho e Margarida Venancio


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Biquini - Calzedonia Cinto - Hoss Intropia Top beige com lantejoulas - Christophe Sauvat Soutien com bolas de strass prateado - Intimissimi

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MODA

Biquini castanho com recortes - Calzedonia Blusa em tule dourado com missangas - Twin Set


MODA

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Brincos - Vintage Biquini cinza brilhante - Calzedonia Casaco de l達 mesclada - Patrizia Pepe


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Brincos - Vintage Colete de ganga - Jbrand Biquini preto com atilhos no pescoรงo - Calzedonia Casaco de lantejoulas azul cobalto - Christophe Sauvat

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Biquini azul metalizado - Calzedonia テ田ulos escuros espelhados - Primark Blusa azul transparente com lantejoulas - Christophe Sauvat


Triquini com tule preto e argolas- Calzedonia Blazer com brocado preto e dourado - Malene Birger


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Craig&Karl criam Mr.Quiffy Por Rita Reis


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De forma consciente ou não, todos conhecemos de perto as ilustrações da dupla Craig& Karl. A revista New York ou mesmo a Vogue do Japão e de Inglaterra já contaram com a colaboração deste duo de ilustradores nas suas publicações. Este ano a dupla associou-se ao designer Henry Holland da House of Holland e criou uma coleção de roupa exclusiva para Londres denominada Mr.Quiffy à venda numa carrinha de gelados. Esta coleção divertida e cheia de côr, concentra-se nas ilustrações de duas personagens de cartoon inspiradas no Verão. A criatividade eleva o paradigma das venda e da divulgação das marcas. Fora do contexto habitual de venda em loja, os criadores Craig&Karl desenvolveram uma pop-up store numa carrinha de gelados totalmente renovada. As

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cores e o aspeto diferenciador torna-a um chamariz para quem a vê passar pelas ruas do Reino Unido. A aceitação tem sido visível e a sua coleção chegou às bocas do mundo. Atualmente a carrinha de gelados Mr. Quiffy está em tournée pelo país. “Pensámos que seria ótimo incorporar o seu look [de Henry Holland] numa personagem temática de Verão. Estamos muito entusiasmados pelo facto de a nossa arte viajar com a pop-up store pelo Reino Unido”, revelaram Craig&Karl. A coleção conta com 17 peças, desde calções, t-shirts, capas para iPhone e joalharia, que estarão à venda sobre quatro rodas em vários locais do Reino Unido, incluindo Londres, Leeds, Birmingham e Manchester.


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Original Lanyards Coloridos, trendy e práticos são os produtos da Original Lanyards. Esta marca 100% nacional com uma forte ligação à indústria da cordoaria têxtil e náutica, promete badalar este Verão. Criada em 1998, começou por fabricar cordas, fitas, elásticos e etiquetas para a indústria têxtil e merchandising. Em 2011 começou a produzir modelos ligados à cultura do surf e náutica. Os produtos Original Lanyards podem ser encontrados nas lojas Ericeira Surf Shop de todo o país e no site www.originallanyards. com. Este modelo Catch Cans está à venda por 12,90 euros.

Maria Cenoura Com o tempo quente, muitos são aqueles que já se encontram de férias. Para usufruir de uma boa estadia na praia, a Maria Cenoura tem a almofada perfeita para si. Feita à mão, com tecido impermeável e lavável, que não cola nem faz transpirar. Cheia de côr e com um cordão para facilitar o seu transporte, a Maria Cenoura apresenta a almofada do ano! Estas almofadas feitas à mão com 35cmx25cm têm o preço de 12 euros + portes de envio. A venda dos seus produtos online faz-se através do etsy (https://www.etsy.com/shop/ MariaCenoura?ref=si_shop) e da página de facebook (https://www.facebook.com/amariacenoura). Por Rita Reis


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IN-T A nova estação Primavera/Verão 2013 conta com uma nova marca 100% portuguesa. Para desafiar a crise e os tempos difíceis que dizem estar por vir, a IN-T é o fruto do acreditar que são bem-vindos novos projetos e que a criatividade é sempre maior quando os nossos limites são colocados à prova. Para além de um desmedido amor pela moda, pela arte, pelo styling e pela produção de moda, Silvana Querido, faz nascer uma nova marca 100% portuguesa, dedicada essencialmente às t-shirts básicas estampadas com um fator de diferenciação importante: todas as peças contam com a presença de tachas e apliques, como pedras coloridas e missangas, totalmente aplicadas à mão. No seu DNA traz um estilo muito próprio numa mistura entre o grunge e o street em que se olharmos bem vemos tatuagens, cabelos compridos desgrenhados, fumo de tabaco e músicas dos Nirvana.

Nuno Baltazar O filme de 1992 “Orlando” da realizadora Sally Potter é o ponto de partida para o conceito Inverno 13/14. Mantendo a identidade da marca, Nuno Baltazar procurou novas experiências de volume e côr. Reinterpretações depuradas e detalhes de época, linha coccon e h, golas de grande dimensão e especial destaque para o trabalho de ombros, pregas e aspetos masculinos.

Por Rita Reis


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55 DSL Lisbonlovers A Lisbonlovers abriu recentemente no renovado Terreiro do Paço um ponto de venda, onde dá a conhecer os seus produtos com imagens icónicas da cidade. A Ala Nascente recebe assim uma das marcas sensação do momento para os amantes de Lisboa e para quem a descobre a cidade pela primeira vez.

A 55DSL percorreu os quatro cantos do mundo para apresentar uma coleção de t-shirts de reconhecido sucesso e criatividade internacional. Nos últimos cinco anos, mais de 100 artistas deram largas à criatividade na coleção de edição limitada de t-shirts 10.55. E não há ninguém melhor para celebrar connosco este V Aniversário do que os cinco mais icónicos artistas que colaboraram com a 10.55. Existem apenas 1055 t-shirts disponíveis em todo o mundo, e não vai querer perder esta festa.

Dr. Martens A Dr. Martens apresenta a campanha #STANDFORSOMETHING, numa verdadeira celebração dos espíritos livres e da rebeldia urbana, calçada pelos novos modelos da marca britânica. É a celebração do pensamento sem barreiras: dos que sempre usaram Dr. Martens aos novatos que começam agora a palmilhar as ruas com as botas e sapatos da marca. A campanha #STANDFORSOMETHING foca a jornada de 13 pessoas, em relatos pessoais e intimistas daqueles que usam com “orgulho e paixão” as peças da marca.

Por Rita Reis


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Rimmel London A Rimmel London trouxe-nos o Lipgloss do Futuro: Apocalips. Disponíveis em 5 tons, combinam a côr intensa e opaca de um batom com o brilho de um gloss. A inovadora fórmula cremosa e hidratante, combina côr, brilho e conforto durante horas, num só passo.

Vogue Eyewear A coleção de Verão 2013 da Vogue Eyewear foi apresentada com vídeo digital #thewayeyewear, com uma música exclusiva da cantora francesa, Mai Lan. O tema do filme, no qual os óculos são o protagonista, faz tributo às experiências da vida quotidiana, ilustradas através de uma série de hashtags, que “dão vida” a dez curtos sketches, centrados nas vidas glamourosas de três melhores amigas. #thewayeyewear retrata mulheres com estilo, cujo charme atual complementa perfeitamente a coleção de Verão de óculos apresentada no vídeo.

Uniq Já conhece o novo spray com fragrância de coco para cabelos da Uniq? Agora que o seu cabelo está mais exposto ao sol, ao calor, à água do mar e ao cloro, o melhor é prevenir os cabelos danificados e secos. Consiga um efeito sedoso, duradouro e favoreça o volume natural do seu cabelo com o novo produto da Uniq.

Havaianas Com a tendência grunge dos anos 80 a voltar, a Havaianas lançou duas propostas do modelo Slim Cool para este Verão se manter em voga.

Por Rita Reis


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Trend Alert As 5 melhores tendências masculinas para a próxima estação. Por Vítor Marques ourworldourstyle.blogspot.pt

1 - Grey on Grey Esta será a maior tendência para a próxima estação. Em looks totais, lisos ou com padrões, foram uma constante em Milão e Paris. Uma côr prática e super adaptável a qualquer situação. Um look total em cinzento era então comum na alfaiataria, mas agora está presente em coordenados para o quotidiano. Visto nas coleções de Bottega Veneta, Calvin Klein Collection, Versace e Dior Homme. O Cinzento torna-se assim o novo Preto.

Viktor & Rolf Camisola, €700, Givenchy. Lenço, €455, Balmain.

Calças de fato, €395, McQ Alexander McQueen. Ténis, €380, Maison Martin Margiela.

Blazer, €650, McQ Alexander McQueen. Sweat, €325, Givenchy.

Sapatos, €277, Mark McNairy.

Ermenegildo Zegna

Fotos: Style.com

T-shirt, €190, Alexander McQueen.


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2 - Oversized Checks Independentemente de ser xadrez ou tartan, o que importa mesmo é o tamanho e a côr do padrão que nunca deixou de ser um clássico masculino, visto nas coleções da Valentino, Hackett, Etro, Galliano e Bottega Veneta. Aposte em casacos e acessórios, como gravatas por exemplo. Se for mais ousado, opte por um fato completo e combine-o com uma camisa branca.

Versace Camisola, €880, Valentino.

Casaco, €370, Etro. Fato, €1590, Valentino.

Camisola, €580, Jil Sander.

Gravata, €125, Givenchy.

T-shirt, €485, Givenchy.

3 - Powder Blue Valentino

A seguir ao cinzento é a cor que mais se impõe. Uma grande tendência apresentada na forma de casacos de estilo militar, sobretudo, nas coleções da Versace e da Gucci e num tom mais frio na da Kenzo.

Sapatos, €470, Maison Martin Margiela.

Pulseira, €125, Balenciaga. Camisola, €640, Gucci.

Blazer, €756, Richard James. T-shirt, €33, J. Crew.

Kenzo

Fotos: Style.com

Carteira, €80, Acne.


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4 - Claret e Mostard Para as estações frias estas vão ser as cores que nos vão manter quentes, estando presentes em peças como casacos, camisolas e acessórios. Cores estas vistas nas coleções da Prada, John Varvatos, Canali e Emporio Armani. Dica: aposte em pelo menos uma peça em cada tom! Um bom casaco ou camisola irá tornar os seus dias mais alegres.

Giorgio Armani Gravata, €109, Richard James. Camisola, €290, J. Crew. Casaco, €3595, Lanvin.

Pasta, €790, Gucci.

Lenço, €200, Etro.

T-shirt, €70, Levis.

Burberry Prorsum T-shirt, €100, McQ Alexander McQueen.

Ténis, €99, New Balance.

Fotos: Style.com

Casaco, €3295, Burberry Prorsum. Pólo, €195, McQ Alexander McQueen.

Prada


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5 - Animal Prints Apresentado nas Semanas da Moda de Milão, através da Versace, e na de Londres, através da Burberry Prorsum, é um forte tendência para o Outono / Inverno 2013. Muito provavelmente não agradará a todos em casacos da Burberry com padrão leopardo, e a solução poderá passar por optar pelo padrão em acessórios e sapatos. As t-shirts são uma excelente opção!

Etro Óculos, €17,95, Zara.

Casaco, €790, Saint Laurent.

Mala, €1595, Burberry Prorsum.

T-shirt, €90, Acne. Carteira, €295, Burberry Prorsum.

Burberry Prorsum

T-shirt, €250, Burberry Prorsum.

Saparos, €595, Burberry Shoes & Accessories.

Sapatos, €495, Burberry Prorsum.

Fotos: Style.com

Gravata, €19,95, Zara.

Versace


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Agenda 114

Joana Arez na WORK.INK_ART É já no dia 8 de setembro que Joana Arez apresenta ao público após um ano, mais uma exposição individual da sua pintura, intitulada “Nas Tuas Palavras”. Muitas serão as obras com que os amantes de pintura se poderão deliciar, obras estas pautadas por uma forte componente urbana, que Joana Arez expressa com longas linhas de tinta que esboçam palavras, desta feita através de um texto de Pedro Rolo Duarte, que apaixonou a Artista. Esta exposição estará patente na galeria WORK.INK_ART, galeria esta da própria Joana Arez, situada na Fortaleza da Cidadela de Cascais. www.joana-arez.com info@joana-arez.com f b Joana Arez’ work.ink +351 917 275 411

Sunset no Pestana Cascais Com a entrada em setembro, nada melhor do que começar a fazer um balanço de tantas coisas interessantes que se passaram ao longo dos outros meses de Verão. E é neste campo que encontramos os sunsets que tiveram lugar no Pestana Cascais durante o Verão, programa este que aconselhamos vivamente que conheçam ou repitam para o próximo ano. Com vista sobre o mar e cocktails com uma apresentação muito bem cuidada, é um espaço convidativo a um belo final de tarde.




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