Revista amazônia Sa 03

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132 lojas • 4 megalojas • 6 âncoras 4 salas de cinema Stadium (3 são as primeiras 3D do Estado)

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Brendha Haddad

By ÓTICA IPANEMA

2012


Sumário 4

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Editorial

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Páginas Verdes: Sansão Pereira

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Gastronomia: Receita do Chef - Creme de café

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Página Opinião

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Meio Ambiente: Ecocídio - O 5º crime contra a paz

18

Programa Ruas do Povo

20

Internacional: Uma experiência americana - Parte II

30

Trilhas Chico Mendes : Um tour pela floresta amazônica do Acre

32

Impressões digitais: As relação virtuais profissionais

34

Concurso Cultural: Exposição Imagens da Amazônia

36

In Vino Veritas

40

Usina Hidrelétrica de Jirau: Da discórdia à sustentabilidade

46

Gente Nossa - Acre

50

Gente Nossa - Rondônia

52

Gente Nossa - Roraima

AMAZÔNIA S/A.


54

Moda & Beleza: Turbulence - Ano Novo, Roupa Nova

60

Revista Amazônia S/A é lançada em Porto Velho

66

Matéria da Capa: Acre e Rio de Janeiro - A Confluência de Dois Rios

78

Coluna do Dandão: Em busca da palavra perdida

80

Via Verde Shopping: Uma nova etapa no desenvolvimento do Acre

84

De Volta ao Passado: La Mode En Europe

90

Sem Medo de ir Adiante

94

Perfil do Empreendedor: Osvaldo Dias

98

Gente S.A.

101

Alternativa Cultural: Capitães de farinha

104

O Brasil é uma delícia: Brasil a Gosto - Menu Acre

108

Comportamento & Estilo: Que Venha 2012!

112

Esporte: Um Nocaute no Destino

116

Deu o que falar: O Cotidiano Amazônico

118

Livro: Durma bem e acorde para a vida

119

Feira das Américas e Congresso Brasileiro das Agências deViagens

120

Histórias de Fronteira

124

Palavra Final

126

Amazônia S.A Indica: Rio Branco

130

Amazônia S.A Indica: Porto Velho

AMAZÔNIA S/A.

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Editorial

AMAZÔNIA S/A – Fonte de informação, cultura e vida na Amazônia Esta edição é realmente especial. A revista que você tem em mãos é fruto de um detalhado trabalho de consulta e pesquisa. De ver, rever, trocar ideias e também ouvir; tudo feito com cuidado, muito capricho e principalmente respeito por você, nosso leitor. Quando reunimos nossa equipe e estabelecemos as pautas desta edição de fim de ano, a excitação e o entusiasmo suplantaram o temor do desafio. Afinal, contar uma história de capa como esta que você acompanha em AMAZÔNIA S/A. mostrou-se uma verdadeira prova de jornalismo. Não tivemos a pretensão de esgotar o assunto. Pelo contrário, abrimos o tema para novas matérias, artigos, ensaios e reportagens até porque Acre e Rio de Janeiro têm mais em comum do que nós mesmos imaginávamos. AMAZÔNIA S/A. traz novidades nesta edição. Novos colaboradores tratam de temas diversos. Na seção “Deu o que falar” você acompanha um resumo de notícias relacionadas à Amazônia que foram destaque na mídia nacional. Se junta a Berta Zuleika, nossa colunista especial em Porto Velho, a multifacetada Eliza Simões, que traz a cobertura completa dos eventos mais importantes em Boa Vista-RR. Isso mostra que vencemos mais um desafio: levar a revista para mais três estados - Roraima, Rondônia e Rio de Janeiro. Etapa vencida, esperamos os frutos. Nosso foco é a Amazônia, como você pode conferir na matéria “Trilhas Chico Mendes”, na inusitada, porém emocionante “Histórias de Fronteira” desta edição, nos eventos corporativos e no “Perfil do Empreendedor”... No entanto, não nos furtamos a abordar temas globais que se sobressaem pela relevância e conjectura atual. Com exclusividade, Amazônia S.A. traz da Europa as últimas tendências da moda com nossa correspondente especialista em moda, Manoela Paim, direto de Paris. Você também acompanha a segunda parte do intercâmbio de jornalistas do mundo inteiro por mais quatro cidades dos EUA. Sua leitura não poderia começar melhor: uma entrevista exclusiva com um dos acreanos de maior prestígio no Brasil e no mundo: o artista plástico Sansão Pereira que ilustra com precisão o tema de nossa reportagem de capa. Sansão recebeu nossa reportagem em seu atiliê, em Copacabana, para uma conversa sobre arte, sucesso, vida e ensinamentos que a partir de agora, compartilhamos com você.

Mirla Miranda Direção Geral

68 3224 0882 EXPEDIENTE Revista Amazônia S.A. Direção Geral MIRLA MIRANDA (DRT/AC129) Diretor de Jornalismo ALAN RICK MIRANDA (DRT/AC27) Jornalista Assistente IZABELLA TAPEOCY (DRT/AC220) Produção MIRLA MIRANDA / ALAN RICK / IZABELLA TAPEOCY / MARCO BROZZO

Alan Rick

Diretor de Jornalismo

Fotografia MARCO BROZZO / NAYARA MENEZES / DIEGO GURGEL / SÉRGIO VALE Capa COMPOSIÇÃO CRISTO REDENTOR E CASTANHEIRA Colaboração HEBERT COSTA / CARLOS MEIRELES (RJ) / RAFAEL MEIRELES (RJ) / MARCOS VINÍCIUS NEVES Diagramação e Design Gráfico DAVID VILLANOVA Departamento Comercial MAYA MARINHO Consultoria Comercial MEYRE MANAUS / JAQUESON QUEIROGA Impressão GRAFSAFRA (62) 3280-3808 Amazônia S.A é uma publicação da Agência S/A Comunicação & Negócios Av. Getúlio Vargas, 1667, Bosque, 69.908-650 Rio Branco - Acre (68) 3224-0882 contato@acresa.com.br www.amazoniasa.com.br

Maya Marinho Administrativo e Financeiro

A AMAZÔNIA S/A não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nos artigos ou matérias assinadas e não tem nenhuma afiliação às empresas mencionadas. A reprodução total ou parcial do conteúdo editorial desta Revista tem seus direitos reservados e protegidos pelas Leis do Copyright, sendo a mesma somente permitida com autorização expressa da Agência S.A. Comunicação e Negócios e com citação da fonte.

Marco Brozzo

EQUIPE

Produtor e Fotógrafo

Agência S.A Comunicação & Negócios Direção Geral MIRLA MIRANDA Direção Comercial e Financeira MAYA MARINHO Produção MARCO BROZZO Assessoria de Imprensa IZABELLA TAPEOCY Jornalismo MIRLA MIRANDA / IZABELLA TAPEOCY Designer Gráfico DAVID VILLANOVA Consultora de Vendas FAYANE FERNANDES Editores GILBERTO SAMPAIO / WESLEY BARROS Cinegrafista ALBANIR SAMPAIO

Contato comercial e vendas: (68) 3224-0882 contato@acresa.com.br www.amazoniasa.com.br

BOA LEITURA E FELIZ 2012!

Izabella Tapeocy Jornalista

SAC: (68) 9205-2396

Mirla Miranda e Alan Rick Miranda

SOBRE OS EDITORES Alan Rick é jornalista e escritor, pós-graduado em Jornalismo Político, também formado em Administração de Empresas com habilitação em Comércio Exterior, apresenta o Programa Gazeta Entrevista, da TV Gazeta - Rede Record no estado do Acre. Mirla Miranda é jornalista com MBA em Assessoria de Imprensa e pós-graduação em Marketing e Gestão de Alto Nível pela AMANA-KEY, também formada em Administração de Empresas, apresenta os programas ACRE S.A no SBT (no estado do ACRE) e AMAZÔNIA S.A no Canal Amazon Sat (para toda região amazônica).

David Villanova

Designer Gráfico e Diagramador

Jaqueson Queiroga Marketing

Fayane Fernandes Consultora de Vendas

Meyre Manaus Consultoria Comercial


Páginas Verdes

SANSÃO PEREIRA

PATRIMÔNIO ARTÍSTICO DO ACRE PARA O MUNDO AMAZÔNIA S.A. entrevista o artista acreano Sansão Pereira, uma lenda viva da pintura brasileira OS SERINGAIS ACREANOS são prolíferos em gerar talentos. Assim como Marina Silva, Chico Mendes e Adib Jatene, Sansão Pereira é mais um desses filhos ilustres. Ele nasceu no Seringal Capatará, em 20 de junho de 1920, hoje um local marcado por conflitos entre fazendeiros e posseiros, nos limites do município de Capixaba (77 km de Rio Branco). Na opinião de muitos especialistas, Sansão é atualmente o mais importante artista plástico brasileiro vivo. Saiu do Acre para cursar engenharia elétrica na universidade da Califórnia, onde se formou em 1951. Ao mesmo tempo, iniciou seus estudos de pintura na Oakland School of Art. Para realizar esse projeto, vendeu parte das terras de seu pai, comerciante humilde da cidade de Rio Branco, para o Governo Federal, o que na época lhe rendeu o suficiente para mantê-lo nos Estados Unidos por 10 anos. Após a conclusão de seus estudos na Califórnia, voltou para o Brasil para exercer durante quase 30 anos a profissão de engenheiro elétrico. Mas o gosto pela arte estava em sua alma e o impelia a pintar todos os finais de semana. Como engenheiro passou por empresas de construção e engenharia e dirigiu projetos de envergadura em vários estados brasileiros. Muitos dizem que é o ‘terceiro arquiteto de Brasília’. Foi responsável pelos projetos das redes de águas fluviais dos ‘Planos Pilotos’, que nunca causaram problemas com enchentes. No entanto, no final dos anos 1970 quando se aposentou que resolveu então se dedicar àquilo que sempre fez nos finais de semana e momentos de lazer: pintar.

RIO DE JANEIRO – LAR E INSPIRAÇÃO É no seu apartamento em formato de ateliê na Avenida Atlântica, em Copacabana, que o artista experimenta diversas fontes de inspiração para a composição de seus quadros. São traços fortes, retilíneos e bem definidos como ele. As cores são marcantes e compõem desde cenas típicas da Amazônia até pequenos detalhes de uma catedral americana, uma praia no Chile ou uma feira popular na Espanha. Seus quadros retratam pinturas do céu, do mar, de barcos, das curvas femininas, da natureza brasileira, do estado do Acre e de alguns cenários americanos e europeus. A presença marcante do céu e do mar em suas obras remonta ao tempo em que foi nadador e competidor pelo Esporte Clube de Jequiá, da Ilha do Governador no Rio de Janeiro. As telas que apresentam seu virtuosismo em retratar as curvas femininas revelam um traço marcante da sua personalidade: Sansão permaneceu solteiro durante toda a sua vida. Diz que não se casou porque estava ocupado demais com a carreira e trazendo sua família do Acre para o Rio de Janeiro. Os traços precisos e a definição de cores do painel “As curvas do rio Acre” mostram sua paixão pela terra natal. Sansão manteve na obra as populações ribeirinhas, explicando que uma daquelas curvas serviu de cenário da minissérie “Amazônia”, da acreana Glória Perez - que amou o quadro. AMAZÔNIA S/A.

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Entrevista Ábside da Catedral Nossa Senhora de Nazaré, em Rio Branco. Intitulado “O Gênesis - e Deus criou a luz”, é considerada pelo próprio artista o maior desafio de sua carreira.

OBRAS E EXPOSIÇÕES PELO MUNDO Se fossemos citar, uma por uma, todas as suas premiações, precisaríamos de outra revista. São centenas no Brasil e no mundo. Sansão expôs em mais de 30 países: Alemanha, Argentina, Canadá, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Japão, México, Paraguai, Portugal e Uruguai, além de dezenas de exposições individuais por todo o Brasil. Criou mais de 30 mil obras de arte espalhadas pelo mundo. Em 6 de agosto deste ano, o pintor impressionista, lançou o livro “A Arte de Sansão C. Pereira”, no memorial dos Autonomistas, anexo ao Teatro Hélio Melo, em Rio Branco. O livro de 300 páginas reúne 813 reproduções de telas em temáticas distintas: Marinhas, Casarios, Igrejas, Florais, paisagens e naturezas mortas. A publicação tem o patrocínio 8

AMAZÔNIA S/A.

do Governo do Acre, através da Fundação Cultural Elias Mansour. Para o governador Tião Viana, a obra enriquece a cultura acreana. “Ter o Sansão aqui, no dia do lançamento de seu livro, é uma honra. Talvez não haja ninguém vivo na América Latina com a força e a expressão dele”, disse. “Sou um apaixonado pela arte e faço questão de pintar até hoje. Este livro é uma importante fonte de pesquisa, de registro para amantes da pintura e pesquisadores”, disse Sansão Pereira, durante o lançamento. Ele faz questão que a renda do livro seja revertida para filantropia. O Governo do Estado adquiriu 150 exemplares para o acervo das bibliotecas acreanas.


PERGUNTAS AO ARTISTA SANSÃO PEREIRA AMAZÔNIA S.A. Por que o senhor decidiu sair do Acre direto para os EUA para estudar Engenharia Elétrica? Sansão Pereira - Saí de Rio Branco com o primeiro ano de ginásio feito no atual Colégio Acreano quando participei da primeira turma do colégio. Em Belém completei o curso ginasial no colégio Paes de Carvalho. Fui para o Rio de Janeiro com a intenção de estudar metalurgia, isto porque o presidente Getúlio Vargas tinha acabado de criar (o Polo Industrial Metalúrgico de) Volta Redonda. Eu queria ser engenheiro metalúrgico, mas aconteceu que nenhuma faculdade do Rio de Janeiro tinha esse curso e fui aconselhado a ir para os EUA, onde existem várias universidades com o curso de metalurgia. Matriculei-me na Winsconsin University, no curso de Engenharia Metalúrgica. Essa universidade fica no norte dos EUA, fronteira com Canadá, e no inverno o frio é intenso. Não estava suportando e me adaptando a temperaturas tão baixas, por isso me dirigi ao conselho estudantil com o intuito de obter transferência para uma universidade no sul dos EUA. Três dias depois, recebi uma comunicação de que não havia vaga em nenhuma universidade do sul, somente na universidade de Berkeley, na Califórnia, tinha vaga para eletricista. Aí eu disse para a moça encarregada do conselho que isso era uma esplendida coincidência, tendo em vista que desde menino eu quis ser eletricista. Em menos de uma semana já estava na Califórnia, matriculado no curso de eletricista. AMAZÔNIA S.A. O senhor se lembra da vida no Seringal Capatará? Sansão Pereira - Não. Não me lembro. Na minha infância, minha família estava em Rio Branco. AMAZÔNIA S.A. Quando descobriu a veia de pintor? Sansão Pereira - Já estava na Califórnia estudando engenharia. Eu possuía um Ford 37 e morava em Oakland uma cidade da Califórnia. Ao passar por uma rua, vi um portão enorme com a seguinte inscrição: Oakland School of Arts. Como sempre gostei de arte, tive a curiosidade de ver como se ensinava arte. O resultado dessa visita foi que frequentei essa escola durante quatro anos. AMAZÔNIA S.A. Qual foi seu primeiro trabalho reconhecido? Sansão Pereira - É muito difícil, senão impossível determinar qual o primeiro trabalho reconhecido. O fato é que durante os quinze primeiros anos de minha vida artística, concorri ao Salão Nacional de Belas Artes do Ministério da Cultura, tendo recebido na sequencia as medalhas de bronze, depois a medalha de prata e finalmente a medalha de ouro. AMAZÔNIA S.A. Quais seus pintores favoritos do Brasil e do Mundo? Sansão Pereira - No Brasil, Oscar Pereira da Silva (18651939), Geraldo Castro (1914-1992) e o ítalo-brasileiro Eliseu Visconti (1866-1944), entre outros. No exterior, os portugueses José Malhoa e Columbano Bordalo. Entre os impressionistas, que por sinal é a minha escola, os franceses Paul

Sansão Pereira em seu ateliê em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Cézanne (1839-1906), Claude Monet (1840-1926) e PierreAuguste Renoir (1841-1919). AMAZÔNIA S.A. Qual sua obra mais valiosa? Sansão Pereira - Foi uma pintura leiloada pela ONU. Eu assim considero, porque em 1975 o Ministério da Cultura recebeu um ofício da ONU solicitando indicar um artista para representar o Brasil numa exposição denominada Arte Contemporânea na América Latina, com a presença de todos os países latinos. Remeti três trabalhos, tendo sido outorgado com medalha de ouro por um deles. De acordo com o regulamento da exposição, o trabalho premiado ficaria na ONU e os outros dois restituídos ao artista. Logo após o encerramento da exposição, me dirigi ao presidente do Conselho de Segurança da ONU e o fiz ver que eu não queria levar os dois trabalhos para o Brasil, e que teria muito prazer em deixá-los com a ONU a fim de que fosse organizada pela entidade uma rifa internacional em benefício aos absolutamente pobres do Camboja. A rifa foi um sucesso e vários países fizeram doações grandiosas. Fiquei muito feliz pelo fato de que esse meu trabalho tenha servido como uma porta ou um veículo para atender a generosidade de tantos países. Esta é a razão da qual considero aqueles trabalhos, os mais valiosos da minha carreira. Em vista desse fato, recebi a homenagem do Instituto Brasileiro de Heráldica, outorgando-me a comenda Presidente Antônio Carlos. AMAZÔNIA S.A. Que trabalho o senhor considera seu maior desafio, pela dificuldade, ou pelo tema. Sansão Pereira - Dois Trabalhos se enquadram nessa pergunta. O primeiro sem dúvida é o painel alusivo à Revolução Acreana, que executei para o Palácio Rio Branco, medindo cerca de 4X9,5 metros que é considerado um dos maiores óleo sobre tela do Brasil. O segundo, que constituiu um verdadeiro desafio, foi sem dúvida nenhuma, a restauração do altar da Catedral de Rio Branco, que enfoca, com mais de 240m² o Genesis – “e Deus criou a luz”. Esse trabalho, não só pelo seu tamanho, mas por ter sido executado sobre concreto bruto, representa o maior desafio da minha carreira artística. > AMAZÔNIA S/A.

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Foto: Edison Caetano

A Arte de

Sansão Pereira

Painel alusivo à Revolução Acreana exposto no Palácio Rio Branco é considerado um dos maiores óleo sobre tela do Brasil.


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1. Curvas do Rio Acre; 2. Sensualidade; 3. S達o Luiz do Maranh達o; 4. Cristo Redentor; 5. A Cigana; 6. O Grande Pr棚mio; 7. Early Evening. Uma pequena mostra do virtuosismo de Sans達o Pereira.


AMAZÔNIA S.A. Por que nunca se casou? Sansão Pereira - Dois motivos contribuíram para determinar minha vida como solteirão. Quando retornei ao Brasil, por volta de 1951, já empregado como engenheiro da General Electric Internacional, resolvi iniciar as atividades para trazer minha família para o Rio. Primeiramente, a namorada que deixei aqui, estava namorando um jogador de futebol do Vasco [se fosse do Flamengo, eu até que não me aborreceria tanto (risos)]. O segundo fator, foi assumir aquela empreitada de trazer minha família para o Rio. Quando abri os olhos, todos eles aqui instalados, já estava perto dos meus 40 anos e já recebia todo o carinho das minhas irmãs, de modo que não sentia falta do aconchego de uma esposa e de constituir família. Me dediquei então ao exercício da minha profissão, engenheiro eletricista e incentivei consideravelmente o meu estudo de artes plásticas. AMAZÔNIA S.A. Em que país do mundo suas obras são mais valorizadas? Sansão Pereira - Sem dúvida alguma são mais valorizadas nos Estados Unidos. AMAZÔNIA S.A. Que conselhos ou dicas o senhor daria para os jovens que almejam ser grandes pintores? Sansão Pereira - Com referência a esse quesito, transcrevo uma frase minha que aparece em meu livro (A Arte de Sansão C. Pereira): “A perseverança é a energia que mantém o artista na escalada do sucesso, sucesso este que nem sempre é daqueles mais aguerridos no trabalho e sim dos que se conservam trabalhando”. 12

AMAZÔNIA S/A.

A perseverança é a energia que mantém o artista na escalada do sucesso, sucesso este que nem sempre é daqueles mais aguerridos no trabalho e sim dos que se conservam trabalhando.

Sansão Pereira entre amigos.

Sansão Pereia

AMAZÔNIA S.A. Aos 92 anos o senhor tem planos de se aposentar? Sansão Pereira - Gostaria de dizer-lhes que eu continuo trabalhando com o mesmo afinco, o mesmo entusiasmo de quando comecei a pintar nos dias da minha juventude. Trabalho intensivamente com o propósito de alcançar o esplendor eterno que, na palavra de Goethe, é a beleza, a perfeição. Sei que jamais as encontrarei porque ambos são predicados do Senhor. Mas tenho fé em Deus, e Deus está querendo, que um dia chegarei pelo menos perto. Trabalho e vivo para me tornar cada dia mais merecedor do que Deus me concedeu, qual seja o Sol que me ilumina, a Lua que me consola. Minha pintura tende a ser um momento sutil no tempo. É meu desejo veemente agarrar esse momento e eterniza-lo na tela. /


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Gastronomia

R E C E I TA

Chef do

Creme de Café

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Aprenda a fazer um café cremoso igual aos de cafeteira Sabe aquele café com leite super cremoso das melhores cafeterias? Descobrimos que pode ser feito em casa. É fácil, delicioso e rende muito! O café, bebida tradicional dos brasileiros, geralmente é servido quente, mas também pode ser consumido gelado. É um estimulante, por possuir cafeína — geralmente entre 80 e 140 mg para cada 200 ml dependendo do método de preparação. E não é só de cafeína que se compõe o café. Ele ainda é rico em sais minerais como potássio, cálcio, zinco, ferro e magnésio. Contém vitamina B, uma grande quantidade de ácidos clorogênicos, antioxidantes naturais e nutrientes que ajudam na prevenção da depressão e suas consequências, tais como o tabagismo, alcoolismo e consumo de drogas. Ingredientes • 2 xícaras (chá) de café solúvel (tipo Nescafé); • 4 xícaras (chá) de açúcar; • 2 xícaras (chá) de água. MODO DE PREPARO Bata por 10 minutos no liquidificador. SUGESTÃO DE CONSUMO Para 1 xícara de leite adicione ou acrescente 2 colheres de sopa do creme de café. Se preferir pode ser acrescentado diretamente no café, previamente preparado sem açúcar.

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AMAZÔNIA S/A.

Estudiosos consideram o café um alimento funcional, que previne doenças e proporciona benefícios tanto para a manutenção da saúde como também para fins terapêuticos, incluindo o tratamento de doenças. Especialistas recomendam o consumo de 3 a 4 xícaras diárias de café, o que representa cerca de 500 mg de cafeína, estimula a atenção, concentração, memória e aprendizado. Diante de tantos benefícios, o chef de cozinha Antônio José Moreira Rocha, do Hotel Vila Rica, de Porto Velho, abriu as portas de sua cozinha para ensinar aos leitores de Amazônia S.A. como fazer o seu café cremoso em casa, igualzinho ao dos coffeshops mais requisitados do Brasil.


Opinião página

Há quase dez anos, tramitam no Congresso Nacional dois projetos polêmicos: o Estatuto da Igualdade Racial e a Lei de Cotas (Lei Federal 10.558/2002). A Lei das Cotas já está sendo aplicada em algumas universidades brasileiras, como a UFRJ, UNB e a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), tendo como critérios os indicadores sócio-econômicos, ou a cor ou raça do indivíduo. Embasados no discurso das políticas afirmativas, os defensores das cotas afirmam que o Brasil tem uma dívida histórica com a população negra. Já os que são contra afirmam que as cotas são eleitoreiras, discriminatórias e ferem o princípio da isonomia e do mérito. Qual sua opinião sobre a política de cotas nas universidades federais? É a favor ou contra?

Marcelo Bassetto | Juiz Federal no Acre Sou simpático à política de cotas. Existem dados que indicam que a participação do negro na economia brasileira não mudou praticamente nada ao longo dos últimos 80 anos. Poucos negros ou índios ocupam cargos na cúpula dos três poderes da república. Dados econômicos indicam que a possibilidade de um negro ser pobre no Brasil é muito maior do que a de um branco. Creio que temos um racismo velado no Brasil. Creio, também, que as cotas representam um instrumento para corrigir parte de graves erros históricos.

Dilson Marques | Publicitário TV A Crítica de Manaus

A política de cotas é eleitoreira, discriminatória e nociva. Conheci gente que atingiu a pontuação necessária no vestibular para medicina da UERJ, e não entrou por causa da política de cotas. Ou seja, que profissional será esse, formado sem ter passado?

Prof. Doutor e Coord. do Núcleo de Estudos Políticos e Democracia da UFAC.

Sou a favor das cotas, porém com outro formato, levando em consideração a questão socioeconômica, ao invés de somente a questão racial. É preciso elevar o debate para o principal problema da educação no Brasil: a qualidade. E para isso é preciso investir na base e nos professores desde o ensino fundamental até o superior. Temos que sair do discurso para a prática.”

Nilson Euclides |

Marcos Lima | Funcionário Público

Em faculdade se entra pela capacidade intelectual e não pela cor. Desta forma, não se pode questionar a competência do cotista posterior à graduação, mas sim no seu momento de entrada “facilitada” no ambiente acadêmico.

Sou a favor das cotas porque a sociedade brasileira não é isonômica. Quem tem mais condições financeiras leva vantagem. A política de cotas é uma medida compensatória para tentar equalizar uma dívida histórica com a população negra. Porém, entendo que as cotas devam levar em consideração as características regionais. No Acre, por exemplo, deveria abranger as populações indígenas. Desta forma, melhoraria sua eficácia adequando-se às especificidades regionais.

Archibaldo Antunes | Jornalista

Não discordo do argumento de que os negros precisam de compensações, só discordo que as cotas sejam essa compensação. Há que se pensar uma forma mais plural de resolver a questão, até porque, pergunto: qual o percentual de negros que chega à universidade?

Marcos Vinícius Neves | Historiador

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Meio Ambiente

ecocídio

O 5º CRIME CONTRA A PAZ Desastres ambientais podem ser julgados pelo Tribunal Penal Internacional da ONU

por Tiago Juruá Damo Ranzi ]

C

riado em 2002, no âmbito das Nações Unidas, o Tribunal Penal Internacional possui competência para o julgamento de casos envolvendo os quatro crimes descritos como “os mais graves que preocupam a comunidade internacional como um todo” comumente conhecidos como os quatro crimes contra a paz, sendo assim considerados: o genocídio, os crimes de guerra, os crimes de agressão (guerras sem causa) e os crimes contra a humanidade. Porém, em abril de 2010, a advogada e ativista britânica Polly Higgins encaminhou pedido à Organização das Nações Unidas (ONU) para que o ecocídio seja também considerado um crime internacional contra a paz. Segundo Higgins, ecocídio é “a extensa destruição, dano ou perda de ecossistemas de um determinado território, seja ele ocasionado por atividade humana ou não, que leve a um prejuízo severo do usufruto pacífico pelos habitantes locais”.

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AMAZÔNIA S/A.

Um dos fortes argumentos que Higgins utiliza para que o ecocídio seja considerado um dos crimes contra a paz é de que ele conduz à redução significativa de recursos disponíveis, o que comumente acaba gerando conflitos e guerras, tanto a nível local quanto global. Em seu premiado livro “Eradicating Ecocide” - em português, Erradicando o Ecocídio – ela ressalta que o “ecocídio é em essência, a antítese da vida”. Entre os exemplos determináveis de ecocídio que afetam áreas consideráveis de território no planeta estão o desmatamento da Floresta Amazônica, os desastres envolvendo derramamentos de petróleo e a poluição de águas em muitas partes do globo, que respondem pela morte de mais pessoas do que todas as formas de violência, incluindo as guerras. Com isso, Higgins conseguiu convencer o Superior Tribunal do Reino Unido a realizar uma inédita sessão simulada do Tribunal de Júri, ocorrida no dia 30 de setembro e transmitida ao vivo pela internet e TV, para o julgamento de dois casos de ecocídio envolvendo empresas do setor petrolífero, sendo que quem estava no banco dos réus eram os executivos dessas empresas. O júri ocorreu com a participação de jurados, procuradores e advogados reais, sendo que somente os réus foram interpretados por atores. Ao final, o júri decidiu por considerar os executivos culpados pela destruição e contaminação provocada pela exploração das areias betuminosas de Athabasca, localizadas na região do rio Athabasca, no Canadá.


O resultado do julgamento foi considerado uma vitória pelos simpatizantes da teoria do ecocídio, também chamada de “teoria a favor da vida”. Sobre o evento, a respeitada filósofa e ativista ambiental indiana Vandana Shiva disse que “esse é um passo muito importante para nos alertar sobre a violência que serve de base

para a economia atual. Precisamos encontrar um outro modelo que não viole os direitos do planeta e que faça as pazes com a Terra. O ecocídio deve parar. O crescimento sem limites está levando a inúmeras violações aos direitos da natureza. Precisamos parar a destruição da própria base da vida na Terra, o que também é a base da sobrevivência humana”.

Após o julgamento, a Revista Amazônia S/A conversou com Polly Higgins sobre sua teoria e as perspectivas para a aprovação do seu pedido.

empresa ou pessoa jurídica. O que isto significa é que são pessoas físicas que estão nas posições estratégicas e tomam as decisões, que são processadas, e não a empresa a qual comandam. É importante que a ação penal seja proposta contra aqueles que estão no topo da pirâmide, tendo em vista que são eles os únicos que possuem o poder de decidir pela mudança de práticas em seus negócios, o que deve ser seguido por todos aqueles que estão abaixo na pirâmide. Desta forma, os executivos que compõem os conselhos de empresas pensarão duas vezes antes de destruir vastas áreas da Amazônia, pois poderão responder pessoalmente em uma corte penal pelos danos causados ao meio ambiente. Não poderão mais se esconder por trás do véu da empresa. Assim, as pessoas que estão no topo da pirâmide, tomando as decisões, começarão a pensar muito cuidadosamente sobre suas práticas de negócios, pois não desejarão correr o risco de serem julgados no Tribunal Penal Internacional e irem pra cadeia.

Em abril de 2010 você propôs à Organização das Nações Unidas que aceitasse o ecocídio como o quinto crime contra a paz. Como surgiu essa ideia? Polly Higgins – Eu estava participando da COP 15 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas) em Copenhagen quando me dei conta de que precisávamos tipificar como crime as atividades que provocam dano e destruição em massa da natureza, e a palavra ecocídio parecia se encaixar. A partir de então, pesquisei durante três meses para verificar se isso seria possível. No final, concluí que não só era possível, mas que também era mais fácil de fazer do que pensava e que poderíamos Polly Higgins, advogada, ativista implementá-lo rapidamente. e escritora.

Quando você acredita que a ONU poderá analisar o seu pedido? Você acha que tem boas chances de ser aprovado? Polly Higgins – Ter o ecocídio considerado um crime internacional requer uma emenda ao Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional e que definiu os quatro crimes contra a paz em 2002. Como essa será uma emenda a um documento já existente, ao invés da elaboração de um novo, é um passo muito mais simples de se dar e, assim, possui uma chance maior de ser analisado brevemente. Como têm sido as suas viagens pelo mundo para falar sobre a Teoria do Ecocídio. Tem intenção de vir ao Brasil? Polly Higgins – Mas claro! Quero muito ir ao Brasil para conversar com as pessoas, assim como tenho feito em muitos países. Recentemente voltei de uma passagem pela Austrália e Nova Zelândia onde conheci parlamentares, lideranças indígenas, advogados e empresários. Tive uma resposta bastante positiva e estou vendo que meu trabalho está se tornando conhecido e discutido por muitos que atuam no mundo dos negócios. Há um reconhecimento de que essa é uma lei que é necessária. Em seu livro “Erradicando o Ecocídio” você menciona que o desmatamento da Amazônia é um exemplo de ecocídio determinável. Neste caso, quem seriam as pessoas que possuem a responsabilidade de evitar tal destruição e que podem ser determinadas? Polly Higgins – A teoria do Ecocídio atribui às pessoas físicas o que é conhecido como “responsabilidade superior” e não à

Ano que vem a reunião RIO +20 acontece no Brasil. Você está pensando em participar e fazer do ecocídio uma questão a ser discutida no evento? Polly Higgins – Mecanismos de governança global são uma das áreas chave que estarão na mesa de discussões na RIO +20. O ecocídio é parte desse diálogo e é um componente fundamental no caminho que leve a uma economia verde. Para se chegar a uma economia verde, o primeiro passo é colocar em prática uma lei que proíba investimentos em atividades industriais perigosas como desmatamento e extração de combustíveis fósseis. Somente quando isso for feito é que o mundo poderá avançar para a criação de uma economia verde e ter condições de concorrência eqüitativas para todos os negócios – aqueles que não destruam a Terra em seus processos. A grande questão é fazer com que todos os líderes concordem em colocar a bola em jogo para que o ecocídio seja incluído nas legislações de seus países. Obviamente que a lei do ecocídio precisará de um período de adequação para que o setor empresarial possa se reestruturar e realinhar antes que a nova norma entre em vigor. Isso pode levar um certo tempo, no entanto algumas indústrias já estão se adiantando e começando a planejar tais mudanças. Você teria alguma mensagem para a população, o governo e os políticos no Brasil? Polly Higgins – O mundo olha para o Brasil como o pulmão do mundo, como o regulador térmico do Planeta. Por isso, é extremamente importante que a Amazônia seja preservada, não só para a saúde e o bem estar das pessoas que ali vivem, mas também para o resto do mundo. Nós, no Ocidente, temos o dever de ajudar a cuidar e fazer com que isso seja garantido na prática. E uma lei de ecocídio poderá impor aos governos do mundo uma obrigação jurídica vinculada para ajudar uns aos outros. O Brasil tem uma oportunidade de ouro em junho de 2012, na RIO +20 para demonstrar liderança decisiva, apoiando uma lei de ecocídio que vise evitar uma maior destruição da Amazônia e conseguir apoio internacional para alcançar esse objetivo. /

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PROGRAMA RUAS DO POVO Aquecimento econômico e dignidade. O tijolo é o produto da vez!

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programa Ruas do Povo, idealizado pelo Governo do Estado do Acre em parceria com as prefeituras municipais, fará a pavimentação das ruas e principais vias da capital e interior do Estado, incluindo instalação de esgoto sanitário. A coordenação do programa está a cargo do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento – Depasa. Para dar mais celeridade ao processo de pavimentação de ruas e de instalação de esgoto sanitário em Rio Branco, o Depasa firmou um Termo de Cooperação Técnica com o Departamento de Estradas e Rodagens - Deracre, além do apoio da Emurb Empresa de Urbanização de Rio Branco. O diretor-presidente do Deracre, Marcus Alexandre explicou que o trabalho do departamento nessa parceria será na supervisão técnica do Ruas do Povo na capital. Ele explica que essa supervisão é necessária por ser o local com maior demanda de obras.

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As ruas serão pavimentadas com tijolos e somente as vias principais receberão o asfalto. A prioridade na utilização de tijolos é para fortalecimento das olarias e a geração de empregos na capital e interior. “É uma ação de trabalho inédita na história da administração pública no Brasil. Nenhum governo havia, até então, sequer anunciado programa tão arrojado”. Tudo isso ocorre, segundo Gildo César Rocha, diretor do Depasa, devido à integração entre Governo e prefeituras. Na capital, graças à parceria entre o governador Tião Viana e o prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, o programa já pavimentou - até o fechamento desta edição (em 30 de novembro) 83 ruas, perfazendo um total de 30 quilômetros. Em Rio Branco serão necessários 52 milhões de tijolos para a execução do programa Ruas do Povo. Todas as olarias da capital juntas têm capacidade de produzir apenas 20 milhões do total necessário. >


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02 03 04 1. Moradores já atendidos pelo programa Ruas do Povo; 2. Máquinas nos bairros; 3. Moradora mostra o antes e o depois; 4. Alegria das crianças dos bairros de Rio Branco.

Moro a mais de vinte anos no bairro Nova Esperança e como o nome do próprio bairro enfatiza, a minha esperança foi renovada, pois finalmente nossa rua será pavimentada e não mais sofreremos com a lama durante o inverno amazônico ou com a poeira no verão. Inês Silva, moradora.

O governador Tião Viana ressaltou que o Ruas dos Povo é um dos mais importantes programas de seu governo já que interfere diretamente na qualidade de vida da população, bem como na geração de emprego e renda em diversos setores da economia. “Esse projeto não é meu, mas do povo do Acre. Por isso, escolhemos, junto com o prefeito Angelim, o nome ‘Ruas do Povo’”, disse o governador. Os moradores que receberão a pavimentação estão ansiosos pela conclusão do projeto. “Desde que minha família se mudou para o bairro João Eduardo esperamos pela pavimentação. Lembro quando meus irmãos eram pequenos, da dificuldade para empurrar os carrinhos de bebê com a rua cheia de lama”, declarou a estudante de fisioterapia Roneres Costa. A primeira etapa do programa, com 134 quilômetros de pavimentação em Rio Branco, conta com investimento de R$ 105 milhões em recursos do BNDES. O total do investimento de todo os projeto ficará em torno de R$ 600 milhões. /

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Vista aérea de Liberty Island.

UMA experiência PARTE II

Amazônia S.A participa do intercâmbio internacional de jornalistas nos EUA e relata essa experiência com exclusividade

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epois de uma experiência proeminentemente

oficial em Washington DC, partimos para a etapa nacional do International Visitors. Os jornalistas não escondiam a expectativa por cruzar os EUA de costa a costa. O que marcou a primeira parada em Washington - e se tornaria o epítome de toda a nossa viagem, foram a organização, pontualidade e os cuidados com a segurança de todos os integrantes da comitiva de jornalistas. Nosso itinerário para os próximos 15 dias era simplesmente uma maratona: Nova York, de 09 a 13 de julho; Jacksonville - Flórida, de 13 a 16; Denver – Colorado, de 16 a 20; e Los Angeles - Califórnia, de 20 a 24 de julho.

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NOVA YORK – O CALDEIRÃO COSMOPOLITA DA AMÉRICA A segunda parada foi exatamente na cidade símbolo dos Estados Unidos – Nova York. A viagem partindo de Washington foi a única feita de ônibus. Como ficam próximas (4 horas de viagem), aproveitamos o trajeto para observar de passagem as cidades de Portland, Philadelphia e New Jersey. Com seus 8,3 milhões de habitantes, Nova York é o centro financeiro, a mais charmosa metrópole e o caldeirão da diversidade cultural dos EUA. Andar a pé pela Times Square, Wall Street, Chinatown, Manhattan e Brooklin são programas imperdíveis para quem quer conhecer a verdadeira Big Apple. >


Tivemos o primeiro dia livre. Pegamos o metrô na Broadway para Downtown. Na agenda uma visita à Estátua da Liberdade. Antes, uma caminhada pelo Financial District, onde fica o coração financeiro dos EUA: a famosa Wall Street. Passamos em frente ao NYSE – a Bolsa de Valores de Nova York. Vimos lá também o edifício do FED, o Banco Central Americano. Pelas redondezas de Wall Street ficavam circulando muitas viaturas da polícia, observando os turistas, de longe. Caminhamos algumas quadras e chegamos ao Ground Zero - a enorme área onde fica o World Trade Center, e que hoje é um grande canteiro de obras. Ali estão sendo construídos os 4 enormes arranha-céus que substituirão as torres gêmeas destruídas no atentado de 11 de setembro de 2001. O primeiro deles será o One World Trade Center, também chamado de Freedom Tower. Quando inaugurado, o One World será o 2º edifício mais alto do mundo, com 104 andares e 541m de altura, atrás apenas do Burj Dubai, dos Emirados Árabes. O custo final da obra prevista para ser inaugurada em 2013 é de US$ 6,1 bilhões. CAMINHANDO POR NOVA YORK Duas horas de caminhada depois, embarcamos num Ferry Boat para chegar à Liberty Island, uma pequena, porém, inesquecível viagem pelas águas escuras do rio Hudson. Estar em Liberty Island é uma experiência única. A estátua presenteada pelos franceses em 1875, como prêmio aos EUA após a vitória sobre a Inglaterra, passava por uma ampla reforma e não estava aberta a visitação interna – uma pena. O fato é que os milhares de turistas que visitavam Liberty Island neste lindo domingo de sol, nem ligaram! Depois disso, fomos conhecer o sul da ilha de Manhattan. Começamos por Chinatown, um pedaço da China em Nova York. Esta região é repleta de vários pequenos mercados que vendem de tudo: frutos do mar, ervas orientais, bugigangas, além é claro, da presença de centenas de camelôs. Vários nomes de loja estão escritos em mandarim, inclusive o McDonald’s. Uma das experiências imprescindíveis em qualquer viagem é experimentar a culinária local. Em Nova York você pode comer de tudo o que se cozinha no mundo. Desde os típicos hot dogs das banquinhas da Times Square, passando pela comida mexicana (muito apimentada), chinesa (macarrão e frango com gengibre, frango xadrez com carne, entre outros), japonesa, vietnamita, brasileira... Tudo isso pode ser encontrado nos restaurantes do Grand Central Station – o famosíssimo terminal que faz ligação com o metrô. Em média, 125 mil usuários passam por ele todos os dias não só para andar de trem ou pegar o metrô, mas para comer, comprar, ouvir música e passear. Chegamos ao Hotel Beacon, na Broadway, exaustos. Tínhamos que descansar porque a agenda do dia seguinte começava as 8 horas da manhã. > 1. Chinatown, um pedaço da China ao sul de Manhattan; 2. Ervas, especiarias, frutas e produtos da culinária chinesa; 3. Foto recente das obras do novo World Trade Center, o Freedom Tower, em Nova York.

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Foto: Martin Rusek

LIBERDADE DE IMPRENSA, CENTRO DE RECURSOS E DEFESA DA MÍDIA E RTDNA Nossa agenda profissional em Nova York teve como temática principal a “liberdade de imprensa”, uma conquista que os americanos não abrem mão e que está explícita na Primeira Emenda de sua Constituição. Nossa primeira reunião foi no Media Law Resource Center - Centro de Recursos e Defesa da Mídia. Trata-se de um Escritório Legal, organizado e mantido por várias organizações da mídia americana, que presta assessoria jurídica às redes de TV, Jornais, repórteres e jornalistas no caso de sofrerem ações por difamação, calúnia, injúria, etc., durante o exercício da profissão. Além disso, presta consultoria acerca da Lei de Imprensa americana, violação de privacidade e outros assuntos, para jornalistas, acadêmicos, advogados e para quem quiser conhecer mais sobre o tema. 22

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Nossa segunda visita foi ao RTDNA – Radio Television Digital News Association, a Associação de Rádio e Televisão Digital de Notícias. Fundada em 1946, trata-se da maior organização profissional do mundo para jornalistas e colaboradores de mídias eletrônicas (Rádio, TV e mídias digitais), com mais de 3.000 editores de notícias e profissionais associados, além de educadores e estudantes. Na prática, o RTDNA é uma grande incentivadora do jornalismo eletrônico. ONU, NBC E BROADWAY Se as reuniões no MLRC e na RTDNA foram impactantes para nosso aprimoramento profissional, os eventos dos dois últimos dias de nossa passagem por Nova York foram os mais marcantes para o crescimento pessoal. A primeira e inevitável comparação que fazemos ao entrar na sede da ONU é aquela: “se Washington sedia as em-


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Na atividade de jornalista não deve haver nenhum mecanismo de protecionismo da profissão ou dos profissionais graduados, em detrimento dos autodidatas, mesmo que seja um diploma.

Dan Shelley Diretor da Associação de Rádio e Televisão Digital dos EUA

06 4. Sala do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York; 5. Interior do Grand Central Station; 6. Teatro Shubbert, onde vimos o espetáculo Memphis, na Broadway.

baixadas, Nova York tem simplesmente a sede das Nações Unidas”. Pois é isso mesmo. É na ONU que decisões sobre intervenções em guerras e conflitos, acordos internacionais, política de segurança entre as nações e importantes tratados são assinados. Lá nosso primeiro contato foi com a equipe da Assessoria de Imprensa e Comunicação. A jornalista Isabelle Broyer nos forneceu uma visão panorâmica da cobertura midiática das atividades da ONU; do Conselho de Segurança, da Assembléia Geral, além de nos levar até as cabines de trabalho dos jornalistas. No dia seguinte, fomos ao Rockfeller Plaza, entre as ruas 48 e 49, oeste da famosa 5th Avenue. Pauta: reunião com a equipe de jornalismo investigativo da Rede NBC. Fomos recebidos por nada mais, nada menos, do que Robert Windrem – Editor Investigativo da NBC News e Alexandra Wallace – Vice Presidente da NBC News. Tivemos uma verdadeira aula so-

bre jornalismo investigativo com quem criou e difundiu esse segmento do jornalismo em todo mundo. Finalizamos nossa passagem por Nova York, assistindo a um espetáculo na Broadway à nossa escolha: O Fantasma da Ópera, Chicago ou Memphis. Escolhemos Memphis, musical baseado na história do surgimento do Rock ‘n Roll, entremeado pelo romance do protagonista Dewey Philips que se apaixona por uma cantora de jazz afro-americana, na preconceituosa e conservadora sociedade do Tennesse, sul dos EUA, nos anos 50. A qualidade dos artistas, do som, iluminação e efeitos especiais, aliados ao charme dos teatros centenários fazem da Broadway uma experiência sensorial e emocional. Como de praxe, os organizadores do IVLP acertaram em cheio ao mesclar eventos profissionais e culturais na agenda do programa. > AMAZÔNIA S/A.

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JACKSONVILLE – QUALIDADE DE VIDA E JORNALISMO REGIONAL NO NORTE DA FLÓRIDA Esta etapa do International Visitors foi especificamente criada para conhecermos o jornalismo regional, aquele que se faz longe dos grandes centros. Os 21 jornalistas foram divididos em três grupos de 7. Cada grupo foi para uma cidade diferente, para depois, nos reencontrarmos em Denver e compartilharmos as experiências vividas em cada localidade. As cidades desta etapa foram: Greensboro, na Carolina do Norte; Huntsville, no Alabama e Jacksonville, na Flórida. Nossa equipe foi sorteada para Jacksonville, norte da Flórida, uma linda cidade às margens do St. John’s River. Das três, Jacksonville se destaca por ser a maior cidade, em extensão territorial, do estado da Flórida. É a terceira mais populosa da costa leste dos Estados Unidos, com quase 1,4 milhão de habitantes – boa parte formada por aposentados que se mudaram para Jacksonville por conta do clima e da tranquilidade. A cidade também é conhecida por ficar na rota dos furacões que castigam a costa leste sempre entre junho e agosto e por ser parte do Bible Belt, em Português, “Cinturão da Bíblia”, como os americanos apelidaram a região habitada, em sua maioria, por protestantes mais conservadores. De longe foi o local onde fomos mais bem recebidos. Não que em Washington DC ou em Nova York tenhamos tido algum problema. Pelo contrário, só elogios à hospitalidade americana. A diferença de Jacksonville é seu ar de cidade interiorana, segura, limpa, com clima tropical durante todo o ano e a graciosidade da população e dos nossos hosts. 24

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SEMINÁRIO NA UNIVERSIDADE DO NORTE DA FLÓRIDA E UMA VISITA AO CANAL 4 Em Jacksonville, onde ficamos de quarta-feira, 13 de julho, até sexta-feira, 15, tivemos a seguinte agenda: debate sobre “Perpectivas da mídia e transparência governamental” no Jacksonville City Hall. Seminário com a turma de 3º ano de Jornalismo da Universidade do Norte da Flórida onde discutimos os temas “Princípios do jornalismo”, “As novas mídias” e “Como a difusão do jornalismo de massa mudou os EUA”. Uma atividade prática muito interessante foi acompanhar a reunião de pauta dos Editores do telejornal local com os repórteres e produtores do WJXT – Canal 4, uma emissora independente (antes afiliada da ABC) que hoje detém o primeiro lugar no horário nobre – às 21 horas. Notamos que mesmo a emissora de alcance estadual realiza um trabalho muito semelhante ao das grandes redes nacionais que observamos em Nova York. Pra começar, as equipes de jornalistas realizam duas reuniões de pauta: uma às 6 horas da manhã entre os repórteres e seus produtores (sim, cada repórter tem seu próprio produtor, além do cinegrafista, motorista e auxiliar) e outra às 7 horas já com todos os detalhes acertados para serem apresentados aos editores e chefes de redação. São quatro caminhões links prontos para reportagens ao vivo de qualquer lugar da cidade. Os americanos são extremamente competitivos. Não se trata apenas de fazer uma boa cobertura jornalística, mas de dar o “furo” de reportagem, deixar os concorrentes comendo poeira, chegar primeiro, contar a melhor história, vencer a “guerra da informação”.


Foto: Real Estate Resort

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11 7. Universidade do Norte da Flórida; 8. Jornalistas do IVLP acompanham gravação do telejornal; 9. O deslumbrante Parque Nacional das Montanhas Rochosas, no Colorado; 10. A bela Jacksonville, no norte da Flórida; 11. Solenidade de posse do prefeito de Denver, Michael Hancock.

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COMER, CONVERSAR, PARTIR Em Jacksonville, fomos convidados para um jantar com Tom e Susan Collins, o adorável casal que nos recepcionou em nosso segundo home hospitality, em sua bela casa num condomínio fechado, no subúrbio da cidade. Mr. Tom Collins é o Vice-Presidente do Centro de Inovação e Desenvolvimento Econômico da Universidade Estadual de Oklahoma e Presidente do Corpo de Diretores da Globaljax, a agência filiada ao Departamento de Estado Americano, responsável pelo Programa do Visitante Internacional, na Flórida. “Dona” Susan caprichou no menu: frutos do mar, tortas, vinhos e uma sobremesa típica americana: brownie de chocolate com sorvete de creme. Nosso último dia no norte da Flórida nos reservou mais uma surpresa: estávamos sendo esperados como convidados de honra no Young Professionals Global Exchange – Intercâmbio de Jovens Profissionais do Mundo Inteiro, um encontro com jornalistas, estudantes, empresários da mídia e de outros segmentos, ex-embaixadores e representantes consulares e pessoas influentes da sociedade da Flórida, num luxuoso hotel da cidade. Hospitalidade, boa conversa, ótima comida diante da mais bela vista da cidade: o St. John´s river. No dia seguinte, bem cedo, partimos para Denver, no Colorado.

DENVER – A CIDADE “UMA MILHA MAIS ALTA” A capital do Colorado se orgulha de seu mais conhecido cartão postal “The Rocky Mountains”, as Montanhas Rochosas. E deve se orgulhar mesmo. O Parque Nacional das Montanhas Rochosas é o que há de mais belo no meio-oeste americano. Denver, “The Mile-High City” é também a capital comercial, industrial e financeira de toda essa região. Sua população de quase 600 mil habitantes vive num clima semiárido com uma temperatura média anual de 10 °C. Porém, como estávamos em julho - ápice do verão, o calor mantinha a temperatura entre 23 e 35 graus Celsius. AS MONTANHAS ROCHOSAS ROUBAM A CENA Não que os eventos profissionais que tivemos não foram relevantes. É que depois de conhecer o Parque Nacional das Montanhas Rochosas e ficar algumas horas contemplando uma das mais lindas paisagens do planeta, os outros compromissos perdem o sentido. As Montanhas Rochosas são a “Cordilheira dos Andes” da América do Norte. A cadeia de montanhas prolonga-se por mais de 4.800 quilômetros, a partir do norte da Columbia Britânica, no Canadá, até o Novo México, no sudoeste dos Estados Unidos. O pico mais alto é o Monte Elbert localizado no Colorado, com 4.401 metros. É exatamente esta paisagem que vemos na foto do topo desta página, ao centro. > AMAZÔNIA S/A.

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Foto: Martin Rusek

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POSSE DO PREFEITO DE DENVER E O DIFÍCIL DESAFIO DAS REDES PÚBLICAS AMERICANAS A posse do novo prefeito de Denver, Michael Hancock, na segunda-feira, 18 de julho, foi uma cerimônia onde pudemos observar o respeito dos americanos por suas instituições e pela tradição cristã protestante, além do seu já conhecido patriotismo. O fato marcante desse evento foi conhecer a comovente história do novo prefeito que, quando criança, chegou ser morador de rua. Na capital do Colorado tivemos contato com o PBS – Public Broadcasting Services, ou “Serviço Público de Difusão”. Trata-se de uma rede pública de TV de caráter educativo-cultural, em contraponto às grandes redes comerciais que operam no país. A PBS tem uma programação eminentemente educativa: documentários, telejornais, telecursos e programas educativos. A programação é retransmitida em vários estados norte-americanos, inclusive pela Colorado Public Television – Channel 12 que tivemos a oportunidade de conhecer. A PBS produz desde 1970 a versão original do mundialmente famoso programa Vila Sésamo. A emissora também leva ao ar seriados e filmes britânicos de emissoras como BBC (pública), ITV e Channel 4 (privadas), assim como produções originais. Na reunião que tivemos na Universidade de Denver com membros da Rede Pública do Colorado, também debatemos a dificuldade das redes públicas americanas em atrair seu público alvo: jovens e estudantes. Embora a programação educativa seja de boa qualidade, a estratégia para a conquista desse público e as campanhas usadas para atraí-los têm falhado miseravelmente. 26

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LOS ANGELES – ESTAMOS NA CALIFÓRNIA, BABY! Em Los Angeles, na Califórnia, chegamos à última parada do International Visitors – TV Broadcast Journalism in USA. Todos sentiam a excitação de estar numa das mais famosas cidades da Terra, centro do cinema mundial, lar dos mais famosos artistas do planeta. Estávamos curiosos para saber o que “a cidade dos anjos” tinha preparado para estes intrépidos (e cansados) jornalistas. Los Angeles, de cara, tem o clima mais agradável. A cidade fica na costa oeste, banhada pelo Oceano Pacífico e, portanto, com clima mais ameno do que na costa leste, nesta época do ano. Em Los Angeles a primeira impressão é que estamos num grande desfile: de rappers com seus jipões Hummer tunados, garotas com seus sapatos Manolo Blahnik e bolsas Louis Vuitton, jovens com cabelos de fazer inveja ao Neymar... playboys de Ferrari, Maserati, Porsche, Bentley... Meu Deus, isso é Los Angeles, muito mais exibicionista que Nova York. A cidade respira o cinema. Nas paradas de ônibus vemos pessoas fantasiadas de Branca de Neve, Elvis Presley, Homens de Preto e até de robôs de Star Wars. São pessoas contratadas para promover as visitas aos estúdios – hoje verdadeiros parques temáticos. KTLA, UCLA, UNIVERSAL STUDIOS E TONIGHT SHOW, COM JAY LENO Na quinta-feira, dia 21 de julho, estivemos na KTLA, Channel 5, a primeira e mais antiga estação de TV da Califórnia, fundada em 1941. A KTLA foi a primeira a usar helicópteros para transmissões ao vivo e em matérias especiais. Seu estúdio é


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um dos mais antigos prédios da capital californiana - construído em 1919. Logo depois, fomos à famosa UCLA – Universidade da Califórnia - Los Angeles, onde debatemos o tema “Política de Comunicação e Novas Mídias” com o professor Tim Groeling, chefe do Departamento de Comunicação da UCLA. No entanto, o ponto alto de nossa estada em LA, foi a visita ao Universal Studios, o gigantesco parque temático de um dos maiores estúdios de cinema de Holywood. O “Studio Tour” é um passeio de bonde por várias atrações como as cidades cenográficas onde foram produzidos grandes sucessos do cinema. O tour percorre 13 quarteirões em quatro hectares onde podemos observar vários estúdios, inclusive os construídos sob a chancela de Steven Spielberg para grandes sucessos como ET, Tubarão, entre outros. O melhor do parque são as experiências “reais”, diante dos mais modernos efeitos especiais do cinema. Entramos num túnel e imediatamente estamos na ilha de King Kong. Tudo por conta do 3D - 360 graus, criado por Peter Jackson, a mais intensa experiência em três dimensões da atualidade. Mais adiante nos deparamos com um cenário tenebroso: os destroços reais do Jumbo 747 do filme Guerra dos Mundos. Andamos um pouco mais e já estamos diante dos carros de Velozes e Furiosos, e logo à frente o cenário muda totalmente e nos vemos “dentro” do filme Tubarão. E ele aparece das águas e assusta a todos dentro do bonde – sensacional. E ainda tinha mais. Em nosso último dia, fomos ao NBC Studios assistir ao vivo o Tonight Show, com Jay Leno, um dos mais famosos Talk Shows do mundo. > 15

12. Os famosos letreiros no monte Hollywood Hills; 13. Entrada do parque temático do Universal Studios; 14. Foto que simula com perfeição o efeito 3D do filme “King Kong”; 15. Show aquático “Waterworld” do filme homônimo também no Universal Studios.


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Foto: David Berkowitz


Foto: Rocky Mountains Magazine

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25 Foto: Martin Rusek

16. A estrela de Marilyn Monroe, na calçada da fama, na Holywood Boulevard; 17. Almoço no In ‘n Out Burger; 18. Efeitos especiais simulam momento do filme Velozes e Furiosos, durante o Studio Tour, no Universal Studios; 19. Cidade cenográfica dos filmes de Western; 20. Entrevista ao vivo com a atriz Emma Stone, no Tonight Show, com Jay Leno; 21. Passeio de bonde pelos cenários do Universal Studios, em Holywood, Los Angeles; 22. Parque Nacional das Montanhas Rochosas, no Colorado; 23. Interior do Teatro Shubbert, durante o espetáculo Memphis, na Broadway, em Nova York; 24. Bastidores do KTLA, a mais antiga TV de Los Angeles, filiada à Rede ABC; 25. A bela praia de Santa Mônica, a 45 minutos de Los Angeles.

Depois de toda essa experiência é preciso destacar o esforço do Governo Americano em fortalecer as relações internacionais e profissionais através do Programa International Visitors. Outra constatação foi seu preparo para o turismo – temos muito o que aprender com eles. A segurança nas ruas, a pujança da indústria (mesmo com a crise), o rico estilo de vida e até o patriotismo americano são reflexos do respeito que este povo tem pela livre iniciativa, por suas instituições, a defesa intransigente dos direitos civis e da liberdade de imprensa – pilares de sua sociedade e paradigmas de sua democracia. /


T R I L H A S CHICO MENDES

Um tour pela floresta amazテエnica do Acre

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“No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois que estava lutando para salvar a floresta Amazônica. Agora, percebi que estava lutando para salvar a humanidade”. A frase dita por um homem iletrado, habitante dos seringais acreanos, mostra o quanto Chico Mendes era um visionário. Um homem à frente de seu tempo que lutou, dando a própria vida, para que a floresta fosse mantida de pé. É seguindo os preceitos da sustentabilidade pregados por esse homem, que o Acre apresenta aos turistas a “Trilha Chico Mendes”. Uma modalidade de caminhada de longo percurso que atravessa 11 seringais, pelos varadouros que fizeram parte da história de vida do líder seringueiro. Uma aventura de 105 km e 7 pernoites. Ao todo são 8 dias de viagem em pleno contato com a natureza. A viagem começa na Reserva Extrativista Chico Mendes, em Assis Brasil. O objetivo é percorrer além do seringal Etelve, os seringais Guanabara, Amapá, Tabatinga, São Salvador, Vale Quem Tem, Sai Cinza, São José, Apodi, Triunfo e São Pedro, os últimos chegando ao município de Xapuri. Do Seringal São Pedro até a zona urbana de Xapuri, concluímos a viagem pelas turvas águas do rio que deu nome ao município mais famoso do Acre. No roteiro, além dos seringais e várias colocações, o participante caminha por uma floresta densa, preservada, onde é possível sentir os cheiros e sons da mata, além das inúmeras espécies de pássaros e animais que dividem o espaço com seringueiros e quebradores de castanha do Brasil. Percorrer a trilha Chico Mendes, é sem dúvida, uma experiência incrível, mas não é para qualquer pessoa. A identificação com o lugar, o preparo físico do caminhante, associado a equipamentos apropriados são indispensáveis. O tour pela floresta amazônica do Acre, compreende etapas a serem percorridas principalmente a pé, uma pequena parte pelo rio e, no verão, por conta da estiagem, os primeiros 30 km podem ser percorridos em veículos off-road, de bicicleta ou à cavalo. Além do turismo a viagem pela Trilha Chico Mendes proporciona uma melhoria na qualidade de vida das populações tradicionais, uma vez que serão estas comunidades as responsáveis por administrar as pousadas ao longo do percurso. “Em todo o percurso o turista poderá apreciar a beleza da selva amazônica, ouvir o som dos bichos que habitam a mata, conhecer as plantas medicinais, desfrutar de conversas com o homem da floresta - conhecendo seus costumes e seu modo de viver”, afirma Adalgisa Bandeira, coordenadora da Trilha. A caminhada é mais que um passeio turístico é uma oportunidade de vivenciar a interação homem e natureza tanto pregada pelo líder seringueiro.

CONTATOS: EME Amazônia – Turismo. Tel: (68) 3224-8430. Site: www.emeamazonia.com.br. E-mail: contato@emeamazonia.com.br


por Bruno Cássio ] Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, especialista em Comunicação Digital. Chefe de redação da TV Acre, editor e apresentador do jornal Amazônia TV e consultor na área de comunicação. reporterporumdia@gmail.com

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tema mídias sociais está em alta, virou moda, e não é de hoje. Eu me recordo, quando há uns três ou quatro anos resolvi fazer uma especialização em Comunicação Digital, uma vitória para a capital acreana, pois distante do centro-sul do país, seria difícil um curso nessa área ser oferecido aqui, sem a necessidade de deslocamento dos alunos para outras cidades. Pelo contrário, foram os professores que vieram ao nosso encontro. Do sudeste, do nordeste, de outros estados do norte, os mestres e doutores aportaram em terras acreanas falando de coisas revolucionárias, atuais, contemporâneas, conceitos vistos, e revistos em salas da faculdade de jornalismo como algo futurista, estavam presentes e mais claros, em nossas mentes. Dos cerca de 20 colegas, menos de 10 concluíram o curso, e eu estava entre esses perseverantes. Naquela época, vimos alguns exemplos das tecnologias que seriam tendência para o futuro, como os monitores com touch screen empregados em televisores, telas de computador, nos Iphones, Ipads. A finalidade dessas invenções é facilitar o acesso das pessoas às informações, as plataformas de serviços agregados em um só espaço. Até esse momento, nada de novo foi escrito nesse artigo. A novidade está na forma como as pessoas utilizam essas ferramentas, uns demonstrando intimidade com os equipamentos, fazendo novas descobertas, outros comprando por modismo, sem ter conhecimento da funcionalidade de cada um deles. Todos têm o direito de saciar o desejo de consumo comprando um tablet por exemplo. Mas comprar apenas para dizer que tem um equipamento de alta definição de imagem e com vários aplicativos sem ter noção de como usá-lo para facilitar tarefas do cotidiano, não é uma escolha inteligente. Na era da informação, onde todos buscam otimizar o tempo

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Ter três celulares, e não atender a nenhuma chamada. Ter um notebook, um netbook, ambos conectados à internet, e não acessar a caixa de e-mails constantemente. Ter um Iphone e apenas tirar fotos e ouvir músicas. Essas são práticas comuns entre muitos consumidores de produtos tecnológicos e traduzem uma realidade virtual.

AS RELAÇÕES VIRTUAIS PROFISSIONAIS

empregado nas atividades laborais, o ideal é saber relacionar esses aparelhos ao seu perfil profissional. Ter três celulares, e não atender a nenhuma chamada. Ter um notebook, um netbook, ambos conectados à internet, e não acessar a caixa de e-mails constantemente. Ter um Iphone e apenas tirar fotos e ouvir músicas. Essas são práticas comuns entre muitos consumidores de produtos tecnológicos e traduzem uma realidade virtual. Todos querem estar nas redes sociais virtuais, mesmo sem saber como se comunicar nelas. Perguntar, pesquisar, ler e se informar para saber como tudo funciona, não é pecado, mas muitos sentem vergonha de fazê-lo. Estar nas mídias sociais e perceber como elas revelam tendências de consumo e mercado é quase uma obrigação para os profissionais que atuam em pequenos e grandes grupos empresariais. E se aliada a essa presença, o profissional tiver a noção do poder que tem nas mãos, ao carregar um tablet, um Iphone, um netbook, linkados com o mundo virtual, e prontos para lançar nas redes sociais mensagens que representem seus interesses, a corporação para qual presta serviço, e seu olhar sobre as coisas da vida, na hora que isso acontecer, ele vai estar preparado para superar qualquer desafio. Para colocar um ponto contínuo nessa reflexão, proponho que após essa leitura façamos uma revisão das nossas relações virtuais profissionais, vamos apagar das nossas caixas de e-mails, aqueles endereços eletrônicos que só servem para nos enviar correntes; vamos verificar nos nossos perfis nas redes sociais quem são aqueles que intitulamos amigos, se não temos entre eles, pessoas com as quais não temos nenhuma relação no mundo real; por fim, vamos fazer das nossas relações virtuais profissionais, cada vez mais eficientes nos aspectos de comunicação, interatividade e coerência com a nossa trajetória pessoal e profissional.



Exposição Imagens da Amazônia O ato pode parecer simples, mas envolve um ‘mix’ de percepções. Observar e retratar uma imagem é como experimentar um novo prato, com temperos exóticos, cores sem combinações prévias, aromas de fixação eterna, texturas de qualidade não necessariamente tátil. Uma imagem garante - nos labirintos da memória - uma marca eterna e fascinante, em todos os sentidos. Valorizando o olhar do fotógrafo sobre esta região, a Revista Amazônia S/A selecionou quatro imagens enviadas para a participação na exposição “Imagens da Amazônia”.

Fotógrafo: Sérgio Vale Título: Relevo entre os municipios de Feijó e Tarauacá - AC

Fotógrafa: Bel Caetano Título: Entardecer no Rio Negro - Manaus-AM Site: www.flickr.com/photos/bel_caetano


Fotógrafo: Diego Gurgel Título: Yawanawá Saytí Site: www.flikr.com.br/gurgel

Fotógrafa: Val Fernandes Título: Amor de Arara Site: www.flickr.com/photos/valfernandes


In Vino

veritas!

REUNIMOS ALGUMAS VERDADES SOBRE O NÉCTAR INEBRIANTE DAS UVAS. E ACREDITE, O VInHO É reVeLAdOr!

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As melhores uvas VERMELHAS

A frase original do latim quer dizer que no vinho está a verdade!

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abemos que as uvas existem há milhares de anos e também as pessoas que as podiam colher. Na Bíblia, encontramos várias menções ao vinho que demonstram sua forte presença entre os povos, ainda naquele tempo. O Capítulo 9 de Gênesis diz que Noé, após ter desembarcado o animais, plantou um vinhedo do qual fez vinho, bebeu e se embriagou. No livro de João (Novo Testamento) é narrado o primeiro milagre de Jesus: a transformação da água em vinho numa festa de casamento na Galileia. A bebida muito apreciada pelos povos romanos em tempos de guerra e paz, ascensão ou queda, tornou-se também o néctar favorito de milhares de homens e principalmente mulheres, nos quatro continentes. Em 1821, Napoleão Bonaparte afirmou: “Sem vinho, sem soldados. Nas vitórias é merecido, nas derrotas é necessário”. Você pode estar pensando que não sabe nada de vinhos, mas pode ter certeza, descobri-los é melhor do que aprendêlos. Por isso mesmo, as informações aqui oferecidas poderão apenas ampliar o horizonte etílico dos que se interessam pelo aroma e sabor do tema.

O básico é saber que: - a uva Cabernet Sauvignon produz vinhos tintos; - a uva Chardonnay produz vinhos brancos; - um robusto vinho Cabernet acompanha melhor um churrasco do que uma taça de vinho do Porto.

Cabernet Sauvignon – Carro-chefe. A mais internacional das uvas, a Cabernet Sauvignon conseguiu preservar seu sabor encorpado de cassis, ameixa, menta e cedro, onde quer que esteja plantado. Traços de azeitona e amora silvestres aparecem nos vinhedos de clima mais quente, enquanto nos locais mais frios, prevalecem nuances de pimentão. Pinot Noir – Temperamental, porém magnífica. A grande Pinot, que não pertence mais somente à Borgonha, é sedutora, aromática, absolutamente deliciosa, destilando sabores de frutas vermelhas, ervas e muito mais. A Pinot de qualidade inferior é entediante e cara demais. Portanto, muito cuidado na escolha da garrafa. Shiraz – Grande promessa. Mais confiável que a Pinot, mais excitante que a Cabernet, com a Shiraz você tem tudo o que deseja: colorido, sabor de pimenta-do- reino, amoras pretas e cassis, além de pitadas de chocolate, casca de laranja e ameixa. Merlot – Uma colega amigável. Pense na Merlot como uma Cabernet Sauvignon mais suave e menos formal. Na verdade, as duas são frequentemente misturadas – com a Merlot encorpando ainda mais a estruturada Cabernet. Ameixas, amoras pretas, cassis, são notas típicas, assim como chocolate e folhas de amoras pretas.

As melhores uvas BRANCAS Chardonnay – Fascinante. O onipresente Chardonnay oscila de fabulosa a desonesta, dependendo do produtor. Com um sabor mais ou menos acentuado de carvalho, de frutas tropicais (quando cultivadas em climas quentes) e de melão maduro e limão (quando cultivadas em climas frios). Riesling – Sangue azul. Uma uva aristocrática que se adapta tanto ao frio quanto ao clima mais quente. Os vinhos de sobremesa são suaves, mais equilibrados; os secos, robustos e adstringentes, com toque de maçã e frutas cítricas. Uma uva para ser amada ou odiada, pois ela apresenta um coquetel de groselhas, aspargos, ervas e limões. Pinot Grigio - Vítima da moda. Seu melhor tempero vem da Alsácia, no leste da França, região que produz vinhos com sabor defumado de abacaxi e pêssego. O nordeste da Itália produz um estilo mais leve e com sabor de nozes. Muscat – Tem gosto de quê? Sim, uma uva rara com gosto de... Uva. Muito utilizada para vinhos suaves, compatíveis com sabor do chocolate. Mas ela também é capaz de produzir vinhos brancos levemente condimentados.

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AMAZÔNIA S.A. - Qual a diferença entre enófilo, enólogo e sommelier? Rodolfo Chaves - O enófilo pode ser qualquer um que bebe vinho ou o consumidor final e que não tem conhecimentos técnicos sobre a bebida; já o enólogo é o profissional que produz o vinho e tem conhecimentos científicos e técnicos sobre eles; o sommelier é o profissional encarregado em conhecer vinhos e apresentálos, além de todos os assuntos relacionados ao serviço deste.

Eleger um bom vinho requer uma certa paixão pelo gosto e pelo sabor e ao mesmo tempo, uma certa dose de ousadia e de exploração. Mas não permita que alguém diga que você é um tolo por gostar de algum vinho específico. Algumas pessoas têm um fraco por doces, outros secos e adstringentes. Cada país tem seus próprios vinhos, uvas e climas. Os métodos são um pouco diferentes, mas são sempre vinhos. Não há regras invariáveis. Cada um é seu próprio juiz. Mas os apaixonados por vinhos escolhem primeiro o vinho... E depois... O prato! E a classe média já descobriu seus benefícios. O sommelier internacionalmente reconhecido Rodolfo Chaves, da Casa Flora São Paulo, nos concedeu entrevista num papo etílico e agradável.

AMAZÔNIA S.A. - Como começar a apreciação de bons vinhos? Rodolfo Chaves - O bom vinho é o seco. O que torna um vinho seco é ausência de açúcar o que não quer dizer que seja um vinho grosseiro. Esses vinhos têm em seu aroma influências como ameixa, chocolate, frutas cítricas e podem ser mais aveludados ou aromáticos. Saborear um bom vinho garante descobertas intensas e prazerosas.

Brancos secos e leves Brancos secos medianos Brancos secos e encorpados Brancos frutados levemente doces Brancos colheita tardia

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diagnóstico de sabor e aromas.

Rodolfo Chaves

Sommelier da Casa Flora São Paulo

AMAZÔNIA S.A. - Em sua opinião, entre os tintos, quais os mais famosos? Rodolfo Chaves - Cabernet Sauvignon que é a principal uva tinta do mundo mantêm suas características francesas onde quer que forem cultivadas. O Merlot tem as mesmas características do Cabernet, mas possui menos tanino (antioxidante existente no vinho considerado o mais poderosos do mundo) e são mais secos, mas deixam uma agradável sensação de adstringência na boca. O Malbec tem uma característica única, é o vinho mais tintureiro do mundo; essa uva é super adaptada a região da Argentina (Mendoza), que é hoje um dos maiores produtores e consumidores de vinho na atualidade.

Sobremesa

Frutos do Mar

Peixes

Aves

Massas c/ molho estruturado

Massas c/ molho leve

Embutidos

Cordeiro

Carne Suína

Carnes Vermelhas

Sushi

Comida Asiática

Risotos

Queijos Fortes

Queijos Leves

Aperitivos Brancos secos e aromáticos

Apreciar bons vinhos é o mesmo que fazer um

AMAZÔNIA S.A. - Como eles se dividem? Rodolfo Chaves - Em cinco categorias: branco, tinto, rose, espumante e frisante (secos, meio secos, doces e fortes).

Melhores combinações para vinhos TINTOS

Espumante Brut

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A Escolha é Sua

AMAZÔNIA S.A. - Algumas dicas úteis? Rodolfo Chaves - Sim. Por exemplo, sirva a taça com 1/3 para vinhos e 2/3 para espumantes. Segure as taças sempre pela haste e nunca pelo corpo para não alterar a temperatura. Lembre-se que vinho deve ser bebido na temperatura ideal para se saborear e descobrir todas as suas características, entre 10° e 13°.


Do Sul ao Norte - Uvas e sonhos De raízes italianas, a família Ranzi (no Brasil desde 1875) sempre esteve envolvida no cultivo das videiras e produção de vinho. Parte dela chegou ao Acre na década de 70. Alceu e Cleusa Ranzi tiveram três filhos, sendo um deles acreano legítimo. Seguindo a tradição, em 2006 iniciaram o plantio de uvas em uma nova área vinícola brasileira, a Serra Catarinense. Região de altitude elevada, clima favorável e onde neva todos os anos. A Tenuta Bellavinha, dedicada ao cultivo de videiras com o objetivo de produzir vinho de qualidade, está instalada em S.Joaquim-SC, nas margens da Rodovia SC 438, a 1.250m acima do nível do mar. O Lote 1 foi implantado em 2006, com uvas Cabernet Sauvignon. A seguir foram implantados os Lotes 2 e 3, com as variedades Sangiovese e Merlot. Na Tenuta Bellavinha a colheita ocorre no final Alceu Ranzi, enólogo, geógrafo com doutorado mês de abril, em pleno outono, sendo que as uvas do em Paleontologia, e o psicólogo e empresário já se beneficiaram de todo o sol e calor do verão. Alberto Felício da Adega Casa Natal concederam O primeiro vinho foi produzido com uvas Caberdicas para harmonizar vinhos de acordo com o clinet Sauvignon da safra 2009, engarrafado depois ma da Amazônia. de 10 meses em barricas de carvalho. As safras 2010 e 2011 ainda estão aguardando o momento adequado para o engarrafamento.

A Sequência Ideal - Sugestões Práticas

Indico os vinhos brancos como os Chardonay e os espumantes brut. A famosa picanha da região harmoniza muito bem com os tintos, como o Cabernet Sauvignon ou Merlot, em especial em tempos de friagens do Acre.”

Todo vinho é bom, depende apenas da ocasião, e de como você irá harmonizá-lo. Os pratos amazônicos requerem em sua maioria vinho branco como o pato-no-tucupi e a galinha caipira. Já o peixe combina melhor com o Rosê. A sobremesa, como a torta de banana, pede um vinho do porto. Beto Felício, proprietário da Adega Casa Natal.

Platão

Sobremesa

Frutos do Mar

Peixes

Aves

Massas c/ molho estruturado

Massas c/ molho leve

Embutidos

Cordeiro

Carne Suína

Carnes Vermelhas

Sushi

Comida Asiática

Risotos

Queijos Fortes

Aperitivos

Queijos Leves

Melhores combinações para vinhos BRANCOS

A Adega Casa Natal está aberta todos os dias da semana, no horário comercial. Aos sábados degustação dos vinhos que estão em oferta.

Moderamente bebido, o vinho é medicamento que rejuvenesce os velhos, cura os enfermos e enriquece os pobres.

Da mesma maneira que não devemos tomar vinhos doces antes das refeições para não prejudicar o paladar para os alimentos salgados, durante uma refeição onde tomaremos diferentes vinhos, eles devem seguir uma sequência crescente de estrutura gustativa. Temos como exemplo um jantar para os amigos. Enquanto as pessoas chegam pode ser servido um espumante bem geladinho, é uma bebida descontraída, alegre e festiva, ideal para as conversas iniciais e as apresentações. Esse mesmo espumante ou um vinho branco seco pode acompanhar uma salada com frutos do mar que poderá ser servida como entrada. O prato principal, um frango grelhado com risoto de champignon, será acompanhado por um vinho tinto da uva Malbec, com taninos elegantes e estrutura para o sabor do frango, mas sem ser agressivo demais para o risoto. Se a opção escolhida para o prato principal for de um assado de cordeiro com molho de vinho, prato que tem sabor muito forte, será preciso de um vinho potente de verdade, como um Cabernet Sauvignon. Para acompanhar a sobremesa, que será uma torta de morangos, um Sauternes que é um dos tipos de vinho doce natural ou mesmo um vinho do Porto. Para o convidado que dispensar a torta, o Porto serve como sobremesa. Em resumo, a sequência de vinhos em uma refeição deve sempre ir dos brancos para os tintos, do mais leve para o mais encorpado, do mais simples para o mais complexo, do seco para o doce.

Espumante Brut Brancos secos e aromáticos Brancos secos e leves Brancos secos medianos Brancos secos e encorpados Brancos frutados levemente doces Brancos colheita tardia Fonte da pesquisa: Ibravin - Instituto Brasileiro do Vinho - www.vinhosnet.com.br Não Entendo de Vinhos Mas Sei Que Gosto, Simon Woods, Ed. Sextante.

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USINA HIDRELÉTRICA DE JIRAU

DA DISCÓRIDA À SUSTENTABILIDADE

Consideradas duas das mais importantes obras de infraestrutura do país atualmente, as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia, geraram milhares de empregos e o aquecimento da economia na região. Ambientalistas, porém, continuam temendo os impactos ambientais das obras, marcadas por controvérsias até hoje.

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evido ao aumento do consumo de energia elétrica no Brasil e aos apagões de 2001 e 2009, e também para atender às demandas do crescimento econômico, o governo se viu diante do desafio de potencializar a matriz energética do país. A Amazônia foi ungida como província energética brasileira por abrigar mais da metade do potencial de geração hidráulica do país. Essa dependência hidrelétrica (veja quadro na página ao lado), que geralmente é considerada como uma enorme vantagem competitiva pode acarretar, também, repercussões negativas. Como a Amazônia abriga a maior bacia hidrográfica do planeta, nada mais natural do que de seus numerosos, extensos e caudalosos rios se extraia a energia que o país precisa: a mais limpa, renovável e mais barata de todas as energias. Neste contexto, existem três grandes projetos previstos para conclusão até 2015: as usinas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira/RO e Belo Monte, no rio Xingu/PA, todas elas polêmicas por conta da obtenção de licenças ambientais.

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Bacia Amazônica é considerada a província energética brasileira.


AS PRINCIPAIS FONTES DE ENERGIA DO BRASIL ENERGIA HÍDRICA – é a mais utilizada no Brasil em função da grande quantidade de rios em nosso país. A água, quando represada, aumenta seu potencial energético. Numa usina hidrelétrica existem turbinas que, na queda d`água, fazem funcionar um gerador elétrico, produzindo energia. Embora na construção da represa a implantação de usinas provoque impactos ambientais, esta é uma fonte considerada limpa. Responde hoje por 77% da geração de energia elétrica brasileira. ENERGIA FÓSSIL – formada há milhões de anos a partir do acúmulo de materiais orgânicos no subsolo. A queima desses combustíveis provoca poluição e, por conseguinte, o aumento do efeito estufa e o aquecimento global. Isto ocorre principalmente nos casos dos derivados de petróleo (diesel e gasolina) e do carvão mineral. Já no caso do gás natural, o nível de poluentes é bem menor. Segundo o MME, 9,7 % da energia elétrica consumida no Brasil é produzida por esta fonte - gás natural (5,7%), carvão mineral (1,3%) e derivados do petróleo (2,7%). ENERGIA NUCLEAR – o urânio é um elemento químico que possui muita energia. Quando o núcleo é desintegrado, uma enorme quantidade de energia é liberada. As usinas nucleares aproveitam esta energia para gerar eletricidade. Embora não produza poluentes, a quantidade de lixo nuclear é um ponto negativo. Os acidentes em usinas nucleares, como o de Fukushima, no Japão, em março deste ano, embora raros, representam um grande perigo. Responde por 2,7% da energia elétrica produzida no Brasil. ENERGIA DE BIOMASSA – é a energia gerada a partir da decomposição, em curto prazo, de materiais orgânicos (esterco, restos de alimentos, resíduos agrícolas). O gás metano produzido é usado para gerar energia. Hoje 5,1% da energia elétrica consumida no Brasil provêm de biomassa. ENERGIA EÓLICA – gerada a partir do vento, grandes hélices são instaladas em áreas abertas, sendo que, os movimentos delas produzem energia elétrica. É uma fonte limpa e inesgotável, porém, ainda pouco utilizada. Responde por apenas 0,4% da energia elétrica produzida no Brasil. Especialistas apontam a energia eólica como a que possui maior capacidade de crescimento. ENERGIA SOLAR – ainda pouco explorada no mundo, em função do custo elevado de implantação, é uma fonte limpa, ou seja, não gera poluição nem impactos ambientais. A radiação solar é captada e transformada para gerar calor ou eletricidade. Sua participação, no entanto, é ínfima e não pontuou no relatório do Ministério de Minas e Energia, de 2010.

HIDRELÉTRICAS NA AMAZÔNIA

TUCURUÍ

A Amazônia tem a maior bacia hidrográfica do planeta e, portanto, é o melhor lugar para se construir hidrelétricas, certo? Em parte. Duas características fundamentais dos rios da Amazônia impõem cautela nesse raciocínio demasiadamente lógico. Em primeiro lugar, eles têm baixa declividade natural. Em segundo lugar, apresentam uma enorme diferença de volume de água entre o período de cheia e o de vazante. Além disso, existem áreas indígenas, quilombolas, florestas, sítios arqueológicos e cidades inteiras no ‘caminho’ das barragens. Por conta disso, construir hidrelétricas na Amazônia tem suscitado acalorados debates entre ambientalistas e desenvolvimentistas.

A primeira hidrelétrica da Amazônia foi a de Tucuruí, no Pará. Quando a obra foi iniciada em 1975, a proposta era atender uma demanda nova de energia, várias vezes superior ao consumo regional. Outro fator foi o Brasil, associado ao Japão, ter instalado nas proximidades de Belém um polo industrial de alumínio da Alcoa, a maior empresa do setor.

Usina de Tucuruí no Pará.

O ERRO HISTÓRICO DE BALBINA Inaugurada no final da década de 1980, em Presidente Figueiredo/ AM, a usina é citada como um erro histórico por cientistas e gestores pela baixa geração de eletricidade em relação à área alagada, e pelos danos ambientais. Balbina não

Usina de Balbina no Amazonas.

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teve as árvores cortadas na área da barragem. Resultado: a decomposição produz mais gases causadores do efeito estufa e do aquecimento global do que energia. “O índice de emissão de Balbina é dez vezes maior que o de uma termelétrica a carvão. Ela emite 3 toneladas de carbono por megawatt-hora; em uma térmica esse índice é de 0,3 tonelada de carbono por megawatt-hora”, compara Alexandre Kemenes, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia -Inpa.

A decomposição das árvores não cortadas na área da barragem de Balbina produz gases do efeito estufa.

USINA HIDRELÉTRICA DE JIRAU/RO

A Usina Hidrelétrica de Jirau que está em construção no Rio Madeira, a 150 km de Porto Velho-RO, foi planejada para ter um reservatório (área alagada) de 258 Km2, com capacidade instalada de 3.750 Mega Watts (MW) e faz parte do Complexo do Rio Madeira. Jirau e Santo Antonio juntas produzirão 6.600 MW e serão a terceira maior hidrelétrica do país. Para comparar, a maior hidrelétrica do Brasil - a de Itaipu, em Foz de Iguaçu, tem capacidade de produção de 14.000 MW compartilhados com o Paraguai, e a de Tucuruí, no Pará, produz 8.370 MW. A construção está a cargo do consórcio “ESBR Energia Sustentável do Brasil”, vencedor do leilão realizado em 2008, formado pelas empresas Suez Energy (50.1%), Eletrosul (20%), Chesf (20%) e Camargo Corrêa (9,9%). As usinas de Jirau e Santo Antônio são consideradas fundamentais para o suprimento de energia elétrica no Brasil a partir de 2013 e estão entre as obras mais importantes do Governo Federal, através do PAC, Vista aérea da obra de Jirau. o Programa de Aceleração do Crescimento. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o maior que a queda da água. Por isso, não é preciso inundar financiador da obra das duas hidrelétricas, orçadas em R$ 22 bi- uma grande área, como o que aconteceu em Balbina lhões, combinando financiamento direto com repasses do Banco - 2.360 km2, contra apenas 570 km2 de Jirau e Santo do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Antônio juntas. A segunda é que as usinas terão uma espécie de “escada” para ajudar os peixes migratórios Itaú Unibanco. Geram hoje 20 mil empregos diretos. Segundo técnicos e a vencer as barragens ao subir o rio para reproduzir. engenheiros responsáveis, Jirau não cometeu os erros AS POLÊMICAS, OS IMPACTOS AM de Balbina, além de apre- BIENTAIS E AS CONTROVÉRSIAS sentar soluções ambien- SOBRE AS USINAS Os impactos ambientais são visíveis. Movimentatalmente responsáveis para a vida aquática da ção de terra, alteração do fluxo do rio, formação de região. A primeira solução uma barragem artificial, a inundação de uma comué a utilização das turbinas nidade. “Mas os impactos econômicos superam o preço tipo “bulbo” que geram a se pagar para construir hidrelétricas na Amazônia”, energia utilizando mais diz o presidente da Federação do Comércio do Turbina tipo Bulbo que será utilizada a velocidade da água do Acre, Leandro Domingos. em Jirau 42

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O Consórcio Energia Sustentável assumiu o compromis- O MOTIM so de realizar um empreendimento sustentável, antes mesmo Em março de 2011 de iniciar os trabalhos no canteiro de obras. “As medidas para uma revolta dos trabareduzir os impactos ambientais das hidrelétricas representam lhadores na usina de uma gorda fatia do total da obra”, disse o engenheiro Eurico Jirau destruiu praticaAntônio Berbert, Gerente de Segurança, Saúde Ocupacional mente todo o canteiro e e Meio-Ambiente, do Consórcio Energia Sustentável. paralisou a obra. Todos No entanto, segundo ambientalistas a construção de os alojamentos, além Jirau coloca em risco populações tradicionais, povos indí- do posto de saúde, es- Incêndio provocado pelo motim de genas isolados e ecossistemas da região. Segundo a ex-mi- critórios e almoxarifa- funcionários da UHE de Jirau. nistra do Meio-Ambiente, Marina Silva, “o IBAMA concedeu do foram incendiados. uma Licença Prévia ao empreendimento, em julho de 2007, Uma briga entre funcionários foi o estopim para o confronto contrariando a posição dos técnicos do órgão”. O rio Madeira que durou dez horas, segundo a Secretaria de Segurança de carrega em suas águas uma quantidade atípica de sedimen- Rondônia. Funcionários ficaram revoltados com uma suposta tos, que pode prejudicar as usinas. Em épocas de cheia, ar- agressão cometida por motoristas de ônibus de uma empresa ranca árvores de suas bordas e as leva correnteza abaixo (daí terceirizada. A onda de violência resultou em 45 ônibus e 35 seu nome). Isso pode destruir as turbinas de geração. alojamentos queimados ou destruídos e um banco saqueado. Em 2008, Marina, enAo sair do canteiro, centenas de trabalhadores bloquetão ministra, se envolveu aram a BR-364 com paus e colchões incendiados. As queinuma polêmica com o xas eram direcionadas à construtora Camargo Corrêa que, então presidente Lula, segundo os mapor conta do bagre, peixe nifestantes, se migratório abundante no recusava a conrio Madeira. Lula chegou ceder reajuste a dizer que não seria um salarial, mebagre que inviabilizaria o lhoria no valeprojeto. Analistas polítialimentação e cos veem nesse fato um no tratamento dos motivos do pedido dado aos que fide demissão da ministra, cam doentes. Incêndio nos alojamentos da Usina de Jirau. semanas depois. Em nota, a A mudança do local Camargo Corrêa afirmou que a depredação foi “resultado da construção da usina, da ação de vândalos, que agiram criminosamente”. Também sob a alegação de reduzir disse que o quebra-quebra foi promovido por homens enO polêmico bagre do rio Madeira. os custos de construção, capuzados - sem relação com os trabalhadores - que entratambém não foi engolida pelos ambientalistas. O ESBR deci- ram no canteiro. Segundo a empreiteira, nenhuma pauta de diu transferir a barragem do local inicialmente previsto para reivindicações foi entregue. Segundo a assessoria da consum ponto situado a 9,2 km rio abaixo, “sem qualquer estudo trutora, os trabalhadores da hidrelétrica foram retirados por de impacto ambiental prévio”, disse o professor Luiz Fernando questões de segurança, Novoa, da Universidade Federal de Rondônia. Ainda em razão de pressões políticas, o IBAMA concedeu, em novembro de 2008, uma Licença de Instalação “parcial” – que até aquele momento, não existia na legislação. A licença de instalação definitiva da construção seria afinal concedida em junho de 2009. “Toda fonte (de produção de energia) tem seus prós e contras. Nós temos na hidrelétrica a fonte que reune as melhores condições do ponto de vista economico, ambiental e social; e o grande potencial brasileiro está na Amazônia”, disse o presidente da Empresa de Pesquisa Energética – EPE, Maurício Tolmasquim. Mesmo diante de tantas polêmicas, técnicos dizem que a geração hidrelétrica em usinas como Jirau e Santo Antônio é considerada uma das mais viáveis economicamente, pois é independente de combustíveis fósseis, reduzindo, assim, o volume de emissão de gases responsáveis pelo aquecimento global e pelas mudanças climáticas. Foto da destruição dos veículos e alojamentos da Usina de Jirau. AMAZÔNIA S/A.

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Nova Mutum Paraná - cidade construída pela ESBR.

NOVA MUTUM PARANÁ  A CIDADE QUE SURGIU DA HIDRELÉTRICA

Construído às margens da BR-364, o distrito de Nova Mutum Paraná, em Rondônia, está localizado a 100 km da capital, Porto Velho. O projeto urbanístico realizado numa área de 2 milhões de metros quadrados, conta com 1.600 casas, com capacidade para 6 mil moradores e o Polo Industrial de Porto Velho, preparado para instalar 26 novas indústrias. Nova Mutum Paraná foi planejada para atender os moradores do antigo distrito Mutum Paraná – única área a ser envolvida diretamente pela formação do lago do reservatório da Usina de Jirau. O distrito construído pelo Consórcio ESBR tem ruas asfaltadas, tratamento de água e esgoto, rede de telefonia fixa e móvel, acesso à internet banda larga, coleta seletiva de lixo, praças e áreas de lazer, escolas de ensino fundamental e médio, terminal rodoviário, Correios, agência bancária, posto de saúde, central de abastecimento, além de setor para instalação de indústrias de médio e grande porte, centro comercial e feira livre para os produtores rurais. Atualmente, o local já conta com 156 famílias remanejadas da antiga Mutum Paraná que optaram pelo reassentamento coletivo urbano. Outras famílias optaram por morar no loteamento rural do novo município. Os demais moradores são os profissionais da própria Usina Jirau.

De acordo com o Governo de Rondônia, a construção das usinas deve injetar, ao todo, R$ 42 bilhões na economia local, ao longo dos seis anos de sua construção. “A economia de Rondônia, principalmente de Porto Velho, tem recebido um incremento em todos os segmentos”, diz o empresário Aldenor Araújo, do Supermercado Araújo, que já abriu loja na capital rondoniense. A construção de casas também tem crescido a uma média de 30%. Ao andar pelas ruas de Porto Velho percebe-se que a cidade, muito rapidamente, passa por sua maior onda de investimentos e crescimento econômico. A rede hoteleira está sempre lotada – e os preços estão nas alturas, diga-se. Outra consequencia das obras das usinas é o recorde de emplacamentos de veículos novos. Esses são os sintomas do que já é chamado de “efeito usina” pelos moradores, afirma o Diretor Comercial da Concessionária Via Pinheiro, Leandro Quintiliano. As concessionárias de veículos da cidade comemoram o momento de pujança da economia. As lojas não conseguem atender a demanda. A média de vendas supera 100 veículos por mês, em algumas delas. A inauguração do primeiro shopping da cidade (com as primeiras escadas rolantes), em novembro de 2009, lotou os hotéis e provocou engarrafamentos inéditos nas redondezas.

DESENVOLVIMENTO PARA REGIÃO A construção das hidrelétricas suscitou um dilema para a população de Porto Velho. A pergunta era: “as obras vão atrair mais gente e agravar os problemas sociais ou vão atrair riqueza e ajudar a resolver os problemas?”

Porto Velho passa por seu maior crescimento econômico. 44

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Shopping de Porto Velho.

Segundo a Federação do Comércio de Rondônia, os resultados vêm superarando as expectativas dos lojistas. “As grandes redes não estão conseguindo manter os estoques”, afirmou o presidente da entidade, Francisco Linhares. E como será a vida depois de concluídas as obras? Para onde irão tantas pessoas que vieram de outros estados? As obras das futuras eclusas de Jirau e Santo Antonio devem manter boa parte desta mão de obra. Além disso, está prevista a construção de mais duas hidrelétricas na Bolívia. O rio Madeira deve se transformar num corredor importante de comércio para conectar o Brasil aos países da América do Sul. E abriria um canal – hoje inexistente – para escoar os grãos produzidos no vizinho Mato Grosso. E com a estrada do Pacífico recém-inaugurada, Rondônia vislumbra um futuro promissor para a economia regional e sua população.



Gente Nossa

acre

por Gigi Hanan ]

Caros leitores, trago a vocês nesta 3ª edição da Revista Amazônia S/A os eventos sociais ocorridos durante o mês de setembro, outubro e início de novembro. Para contatos: gigihananac@gmail.com Apreciem as imagens!

Gigi Hanan

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Nesta terceira edição confira uma retrospectiva de eventos da GENTE NOSSA - ACRE de setembro, outubro e inicio de novembro. Confira: ANIVERSÁRIO A Diretora do DETRAN Sawana Carvalho aniversariou no dia 16 de setembro e reuniu os amigos na boate Posh Club para comemorar a chegada de mais uma primavera e foram dar um abraço nela: 01: Sawana com o esposo Marcelo Carvalho; 02: Sawana com os irmãos Iracema e Julinho Paulo; 03: Daniele Carlos e André Parigot; 04: Larissa Montilha e Marcelo Miguéis; 05: Ricardo Carvalho e Daniela Saraiva; 06: Sammy Barbosa e Carol Duck; 07: Raquel Caobianco e Rafael Murad; 08: Marilene e Marcos Tadeu Matias; 09: Natércia Gadelha e Carol Leite;

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15 ANOS Letícia, filha dos empresários Sidia Furtado e Helano Moniz comemorou seu aniversário de 15 anos em grande estilo com uma baile unindo o tradicional ao moderno. Marcaram Presença: 10: Debutante Letícia; 11: Fabíola Pinheiro e Lauro Santos; 12: André Basso e Nena Moura; 13: Patrícia Dossa e Mirna Nemetala; 14: George e Helerdice Pinheiro; 15: Heliana e Florêncio Moniz. (continua...)

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16: Luciana Mansour e Adriano Souza; 17: Marcelo Moniz e Juliana Pejon. 1 ANO Enrico, filho de Camylla Narjara e Felipe Jordão assoprou sua 1ª velinha no dia 15 de setembro no Buffet Chocolate e sua festinha teve como tema a turminha do Cocoricó: 18: Marinho Galo e Patrícia Rêgo com os filhos Bernardo, Enrico e Arthur; 19: Enrico com seus pais Camylla e Felipe; 20: Stanlley Bittar e Michelle Melo com o filho Nelson Neto; 21: Maíra Tinoco e Rafael Martinelo com a filhota Rafaela.

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DUPLO A empresária Geny Abrahão aniversariou no dia 25 de setembro e sua neta Luisa no dia 23 e comemoraram com um lauto almoço no AFA Jardim e a coluna registrou: 22: As aniversariantes Geny e Luisa; 23: Geny com sua mãe Maria Luisa Abrahão. RANCHO Foi com um lindo rancho montado no AFA Jardim que o pequeno Gustavo do engenheiro Beto Murad e da médica Priscila Faria comemorou seu 1º aniversário e por lá estiveram: 26: Aniversariante Gustavo; 27: Avós Labib e Malena Murad; 28: Emiliana Faria e Tony Roque; 29: Átila Pinheiro e Angélica Sampaio; 30: Aniversariante com seu pai e os amigos Ronan Zanforlin e Jorge Neto; (continua...)

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31: Giovani Baungrotz e Jalluza Braga com o filho João Arthur; 32: Ussula Braga e Ricardo Damasceno com o filho Mauro Neto; 33: Ló Braga com os netos João Arthur e Mauro Neto; 34: Ricardo Mantilla e Nathália Moreno com o filho Pedro; 35: Raimundinha e Márdhia El-Shawwa; 36: Marcela Mastrângelo com o filho Giovani; 37: Clara Bader com nora Cristina Cicci e o filho Rodolfo; 38: Edson Manchini com a filha Thaís e a esposa Gigi. 4 ANOS Davi, filho da Delegada de Polícia Márdhia El-Shawwa e do Procurador de Justiça Álvaro Pereira comemorou 4 anos com a festinha temática do homem aranha:

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39: Giuliana Evangelista com o filho Amir; 40: Mirla Regina com as filhas Sibele e Gigi; 41: Mariane Barbosa e Siberman Holanda com os filhos Ana Flávia e Luis Eduardo; 42: Júnior Alberto com a esposa Daiana e o filho João Paulo; 43: Davi com os pais e o irmão Eduardo. BODAS DE PRATA O casal Arnete e Rivaldo Guimarães comemorou no dia 1º de outubro Bodas de Prata com toda a pompa no Maison Borges: 44: Casal Arnete e Rivaldo; 45: Maitê e Gustavo Blaya; 46: Ana e Carlos Beyruth. (continua...)

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47: Fabiano Mafini, Waneska Salvático e Tom Souza; 48: Alexandre Parizzi e Daniela Barcelos. BENEFICENTE Realizado no dia 7 de outubro no Círculo Militar, desfile beneficente para arrecadar fundos para o Cantinho do Zito, registramos as presenças: 49: Ígara e Hilzélia Formighieri com a amiga Márcia Abreu; 50: Andréia Carvalho e Luciana Vogel; 51: Sabrina Ricciardi, Gabriela Borges, Sylvane Gadelha e Marihá Viana; 52: Nazle Feres e Marina Zago; ALMOÇO Para comemorar o dia do Dentista, o presidente da associação da classe reuniu os profissionais para comemorar esse dia com uma deliciosa feijoada no “Espaço A”. Registramos as presenças:

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53: Samoel e Camila Carvalho; 54: Leonardo Lopes e Cintia Hessel; 55: Aline Sena e Leonardo Carvalho; 56: Eduardo Wilchez e Ana Luisa Prataviera; 57: Leonardo Castro e Carla Santana; 58: Luciano Zago com esposa Marina e o filho Luis Felipe; 59: Christiane Lopes, Renata Poersch e Márcio Pinto. VIA VERDE Foi inaugurado no dia 7 de novembro o Via Verde Shopping, com um coquetel para os lojistas, empresários, imprensa. E a coluna registrou: 60: Equipe do Grupo Landis Shopping Centers com os atores Vanessa Giácomo e André Gonçalves; 61: Silvinha Paiva, Marlúcia Cândida e Elcio Santiago; 62: Célia Mendes, Elcio Sabbo e Norma Matias; 63: Zé Luis Abrahão, Aristides Formighieri Jr. e Beto Moreto; 64: Rosângela e Aurélio Cruz; 65: Carlos Sasai e Francisco Salomão; 66: Flávio e Graça Siqueira; 67: Augusto e Vanessa Igami; 68: Carina, Gustavo e França Gurgel. Até a próxima edição!

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por Berta Zuleika ]

Com o sucesso da Revista Amazônia S.A, estávamos ansiosos por esta terceira edição. Contamos com vocês leitores para que possamos trazer qualidade e beleza da nossa sociedade rondoniense, para este veículo que já se tornou referência em jornalismo, cultura, empreendedorismo, sociedade, sustentabilidade e turismo na Amazônia.

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Contatos: (69) 3229-2742 / 9209-0470 Email: bezagence_@hotmail.com

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01: O Governador do Estado de Rondônia – Confúcio Moura ladeado pelos seus grandes amigos os jornalistas Pinheiro e Osmar Silva; 02: As vitoriosas do Miss Vilhena 2011, 3º Bianca Martins, 1º Vanessa Modesto e 2º Mariana Padovani; 03: Prefeito de Porto Velho - Roberto Sobrinho recebe justa homenagem “Troféu Personalidade em Evidência” das mãos da ex-BBB Josiane; 04: Senador Valdir Raupp e Deputada Federal Marinha Raupp, foram agraciados com o “Troféu Personalidade em Evidência”; 05: Prefeito de Vilhena José Rover e Lizandra Rover ladeados pela Miss Rondônia Universo 2010 – Jeane Aguiar e Miss Rondônia Globo 2010 – Maiara Cristina; 06: Felicidades a Sabrina Paiva que reuniu familiares e amigos na Boutique Gelada, para comemorar seus bem vividos 40 anos ao lado do filho Gabriel e do esposo Falcão; 07: O casal Ariadine e Márcio (Distribuidora Coimbra), empresário de sucesso da rede de distribuidora de alimentos e eletrônicos; 08: O colunista e promoter Valdecir Tergon, realizador do tradicional “ Troféu Personalidade em Evidência “ que premia as personalidades, social , empresarial e política de Rondônia e Mato Grosso, na foto com a colunista Marise Linhares, e os empresários do Hotel Selva Park , Vera e Nero Bianchini; 09: Diretor de Cultura da Fundação Iaripuna – Greg Silva, com o ícone de Porto Velho, Dançarina da Praça, na festa de comemoração do 97 anos de Porto Velho, Fundação Iaripuna junto com a Secel fez parte da organização do evento que foi um sucesso; 10: Top model, Sabrina Vincentin é a principal estrela do comercial da nova coleção das lojas D´Griff (continua...)

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11: Diretor de “Avatar”, James Cameron, escolhido para fazer um filme 3D sobre tribo indígena na floresta amazônica; 12: A festa de 15 anos da debutante Daniela Couto, aconteceu em meio a muita energia, elegância e beleza; 13: Na disputa do titulo de Miss Porto Velho a bela Verônica Idalgo; 14: Brinde ao lançamento da nova coleção Primavera/Verão Rommanel / RO e AC, equipe faz âncora ao empresário Adailton Barbosa; 15: Noite Havaiana com as tops teen e esta colunista; 16: A família Mallman e Góes, Shelen, Maira, Maria (matriarca), Valquiria e Edna festejam a união e a fraternidade com um belo book do fotógrafo Bolotha 17: Sucesso e criatividade em homenagem a imprensa, dos formandos do Curso de Modelo & Manequim da B&Z Agence; 18: A advogada Anita Saldanha, entrega certificado de conclusão da New Face Jéssica Castro; 19: Empresário Glênio Tonon e sua esposa Júlia comemoram aniversário; 20: Dra. Ana Negreiros e Dr. Kenner Grannado homenageando os idosos na POC; 21: Ana Paula, 12 anos, é eleita Miss Teen World na Turquia; 22: Plano Futuro garantirá cidadania e erradicará a pobreza extrema em Rondônia; 23: Karla Kristina é uma das candidatas ao Miss Porto Velho 2012, que acontece dia 13 de novembro no Clube da OAB; 24: Miss Vilhena 2011 prestigiado pelas celebridades, Berta Zuleika, Paula Veit, Cithia Castro, Derico (programa do Jó) e Anisio Ruas; 25: O casal Vera Paixão e Nilton Shirran.


Gente Nossa

roraima

por Eliza Simões ]

Fotos: Jader Souza

01 É com satisfação que participo da Revista Amazônia S/A, pois acredito no projeto. Gostei muito do layout, das matérias e do compromisso da equipe com a missão de produzir um material de qualidade. Em outubro houve a Comemoração dos 23 anos do nosso Estado (Roraima), e estive na cerimônia belíssima na frente do Palácio Hélio Campos, com presença de autoridades regionais e nacionais, recebendo a Comenda do Forte São Joaquim. Vocês também verão as fotos de um casamento duplo dos filhos de Getúlio e Nazaré Cruz do Grupo Folha de Comunicação de Roraima. Para contatos: eliza_simoes@hotmail.com

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Eliza Simões

CASAMENTO O casamento de Carolina Cruz com Diego Teixeira e Tayna Carvalho com Alberto Cruz foi marcado pela emoção. Carolina e Alberto são os filhos de Getulio e Nazaré Cruz do Grupo Folha de Comunicação de Roraima. 01: Bonequinhos em biscuit que enfeitaram o bolo; 02: Os noivos Carol e Diego (esq.) e Tayna e Alberto (dir.); 03: A felicidade dos nubentes Carol e Diego; 04: Getulinho e Raissa; 05: Nazaré e Getúlio brindando o casamento dos filhos; 06: Prefeito de Boa Vista Iradilson Sampaio e primeira dama Sandra; 07: Jesse e esposa; 08: O fotógrafo Jader Souza com Nathália Cortez.

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COMEMORAÇÃO DOS 23 ANOS DO ESTADO DE RORAIMA 09: Artur Virgilio em discurso de agradecimento; 10: Coroneis Gab. Militar - Prola e Cocai; 11: Empresários Celso e Izabel Itikawa com Dr. Burse de Miranda; 12: Equipe do Cerimonial do Palácio do Governo - ao centro querida Fatinha; 13: Sec. de Estado de Segurança Eliezer Monteiro e esposa; 14: Governador de Roraima, José de Anchieta Jr. ao lado do Vice-Governador Chico Rodrigues; 15: Jornalista Laucides Oliveira e sua filha Consuelo também jornalista; 16: Ex-deputado Braga, Herci de Moraes e Deputado Xingu; 17: Vice Goverandor Chico Rodrigues ladeados por amigos Patrícia e Marcelo; 18: Sra. Lenir, Gil Pilon, Cristina Pain e Conceição Escolbar; 19: Sra. Lenir, Tonica Vieira e Sra. Monteiro; 20: Bandeiras; 21: Governador de Roraima entregando presente simbólico ao filho de Beto Richa; 22: Vereadora Lurdinha e esposo; 23: Um Brado emocionado do Sr. Laerte pelos 23 anos de Roraima; 24: Governador José de Anchieta Jr. e a primeira dama Sheridan de Anchieta; 25: Momento da Condecoração com a Comenda Forte São Joaquim.

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Moda & Beleza

novo nova ano

roupa


Paz ! O branco que invadiu as coleções de verão dos estilistas internacionais, também é destaque na moda brasileira para qualquer hora do dia. O branco além de provocar a sensação de leveza e conforto, garante pitadas de sofisticação e elegância tanto para a mulher quanto para o homem contemporâneo .

FOTOS: MARCO BROZZO

Ela - Usa vestido longo Kadosh de Algodão, com acabamentos em renda e cinto fino em couro marrom. Ele - Usa camisa Aramis de corte slim e dois bolsos frontais, com listras sutís em cores lilás e roxo, combinada com bermuda cargo branca, também Aramis e cinto em couro marrom Calvin Klein.


Muito brilho para vida! Engana-se quem acha que o brilho dos paetês não combinam com o verão amazônico.

Ela - Com ousadia e poder do brilho sob estampa de couro de cobra, o micro-vestido CALF divide seus paetês em camadas de babados.

Ele - Repaginando o homem convencional, a irreverência do blazer listrado esporte fino Aramis, em azul e branco, combinado com a suavidade da camisa rosa também Aramis. Finalizando com calça em alfaiataria Aramis na cor marfim.

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Um pouquinho da cor do sol! O amarelo é a principal cor do verão, brilhante como o sol, divertido, fashion. Uma cor que traz consigo a confiança. Por isso deixe a timidez de lado. Que a sua atitude seja a mesma que transmite o amarelo!

Ela - Veste regata delicada em cetim amarelo TALGUI, combinada com saião Nice Club em seda plissada nude . O Look é finalizado com acessórios dourados, todos exclusivos Turbulence.

Ele - Ousando com uma transposição que combina camisa gola V amarela Aramis, uma camisa Individual quadriculada vermelha e um blazer de pala fina, que torna a composição mais despojada. Finalizado com calça jeans skinny Calvin Klein e cinto largo em couro marron Calvin Klein.


New classic review! Reviver emoções, novas misturas e combinações.

Ela - Usa vestido longo, frente única KADOSH que em suas estampas traz a alegria do verão e as belezas tropicais do Brasil. Combinado com fino cinto de fivela em corrente dourada e acessórios exclusivos Turbulence.

Ele - Listras brancas e azuis da camisa Dudalina contrastam com o vermelho da gravata Individual, finalizando a composição com calça de alfaiataria bege Calvin Klein e cinto clássico em couro Individual.


Ele - Para um homem despojado uma camisa Aramis gola V, vermelha, em algodão crú, sobreposta sobre camisa cargo de botão Calvin Klein. Combinação com calça em alfaiataria Aramis, na cor marfim.

Ela - Para mulheres contemporâneas e de bom gosto uma fina blusa Forum em seda rose, com calça pantalona Betelguese em linho, acompanhada de cinto.

Ficha Técnica FORMAS DE PAGAMENTO 6x no cartão de crédito 10% de desconto à vista

TURBULENCE End.: Avenida Ceará, 506 - Cadeia Velha Fone: 68 3224-7070

Produção Agência S.A. Comunicação & Negócios Styling Marco Brozzo e Zeneide Diógenes Modelos Raíssa Ribeiro e Júnior Damasceno Fotografia e Tratamento Marco Brozzo Assistente de Produção Camila Brozzo e Andrew Hartmman Make-up Contém 1g Locação Chácara Ipê Texto Marco Brozzo Loja Turbulence Agradecimentos Narciso Jr. e Juliana Mendes


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Revista

Amazônia S/A

é lançada em Porto Velho

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Revista Amazônia S/A foi lançada em Porto Velho, capital de Rondônia. Numa data histórica, 11.11.2011 na loja Todeschini - cenário escolhido para a festa. Prestigiaram a apresentação do projeto genuinamente amazônico, empresários, jornalistas, amigos e pessoas interessadas em divulgar a região mais natural da Terra. De alcance nacional, a Revista já está em sua segunda edição e vem com mais uma meta ousada: levar às principais regiões do país a identidade, os temas, o empreendedorismo, a arte e os personagens anônimos e famosos da região mais biodiversa do planeta. “A Amazônia S/A é produzida no Acre, mas promoverá a Região Norte para todo o Brasil, visando a integração de nossa gente, claramente desassistida, que só agora colhe frutos de uma luta árdua de empresas e governos”, enfatizou Mirla Miranda, diretora geral da publicação, em discurso emocionado no lançamento. “É uma honra realizar o lançamento da Revista Amazônia S/A em minha loja. A proposta de mostrar a Região Norte para um Brasil que pouco a conhece e revelar que aqui também existem pessoas empreendedoras, com cultura forte, além de potencial de turismo e lazer. Um projeto revolucionário que já é um sucesso”, discursou o empresário João Moreira, proprietário da Todeschini na capital rondoniense. Para caracterizar a festa, o grupo de dança “AS de Ouro” abriu o evento com a famosa dança amazônica do Boi Bumbá, arrancando palmas dos presentes no ritmo da toada. Na performance da “Quadrilha Girassol Três Marias”, as sinhazinhas da festa junina coloriram o ambiente na sintonia do forró de quadrilhas.

Os convidados foram surpreendidos com uma publicação de alto nível revelada em todas as páginas. “Estou encantado com a qualidade do material produzido, com a preocupação da equipe editorial com os textos, imagens e composição de cada matéria publicada na Revista Amazônia S/A. É um meio de comunicação que vale a pena ser parceiro”, declarou Felizardo Neto, diretor em Rondônia da empresa SuperMix. Para o lançamento em Porto Velho a publicação semestral recebeu a colaboração de empresas e pessoas como do Hotel Vila Rica, da colunista Berta Zuleika, do empresário João Moreira e equipe Todeschini, do empresário Roberto Terço e do salão BW Stúdio. Brevemente a Revista Amazônia S/A também será lançada em Roraima, Manaus e Pará. Tudo isso para que os amantes da leitura que moram na Amazônia Legal tenham a cada 60 dias um material jornalístico que eleve toda sua gente. Na página a seguir, confira as fotos de alguns dos presentes.

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Acre e Rio de Janeiro

A CONFLUÊNCIA de dois rios por Alan Rick Miranda ]

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ergio é um “carioca da gema”. Ele aproveita o domingo para dar uma caminhada pela orla de Copacabana. O calor é intenso e nada melhor para repor as energias do que se deliciar com um açaí cremoso gelado com banana e granola. Mais tarde, atravessa a ponte Rio-Niterói para conferir as obras expostas no Museu de Arte Contemporânea. Os quadros do artista Sansão Pereira estão em destaque. Chegando em casa, liga a TV no canal Viva e assiste a reapresentação de “Amazônia” de Glória Perez. Após o jantar, senta em sua poltrona predileta e se dedica a leitura do livro “O Voo das Gazelas”, do jornalista Armando Nogueira. O que os fatos descritos na rotina deste carioca têm em comum? O Acre! Açaí cremoso, as obras de Sansão Pereira, as séries e novelas de Glória Perez e a pena apurada de Armando Nogueira têm o mesmo berço: o único estado da federação que lutou para ser brasileiro. A recíproca é verdadeira. A história, a cultura e muitos costumes do Acre são profundamente marcados pela influência do Rio de Janeiro, como vemos nesta reportagem especial. QUANDO TUDO COMEÇOU

Rodrigo de Carvalho – o revolucionário Os registros históricos dão conta de que o primeiro carioca a mudar-se para o Acre “de mala e cuia” foi o advogado e comerciante Rodrigo de Carvalho. Ele chega a estas plagas em meados de 1898, período próximo à Revolução Acreana; arrenda alguns seringais e se estabelece na região. “Podemos dizer que Rodrigo de Carvalho é o primeiro carioca a fazer parte do movimento revolucionário acreano”, conta o historiador Marcos Vinícius Neves. “Foi uma espécie de embaixador de Gálvez, no governo provisório da ‘República Independente do Acre’ - 14 de julho de 1899 a 1º de janeiro de 1900. Também articulou, no final de 1900, a famosa ‘expedição dos poetas’ e após o fracasso da empreitada, foi nomeado pelo governo do Amazonas responsável pela alfândega brasileira – que ficava no seringal Caquetá, na divisa com o território ocupado pelos bolivianos”, relata Neves.

Xapuri, na época de Rodrigo de Carvalho, em 1906 - dois anos depois da transformação do Acre em território federal.

Se a primeira República do Acre foi proclamada por Gálvez, a segunda República do Acre foi proclamada em novembro de 1900, durante a “Expedição dos Poetas”, tendo Rodrigo de Carvalho como ‘presidente’, mas durou apenas um mês. Só mais tarde, com o apoio financeiro velado do governo do Amazonas, um mínimo de organização militar e a liderança de Plácido de Castro, que em 24 de janeiro de 1903, os seringueiros venceram a guerra contra o exército boliviano. “Rodrigo de Carvalho, que era um intelectual, participou de todos os levantes da Revolução Acreana”, revela o historiador Marcos Vinicius Neves. Rodrigo, no entanto, não era um homem de armas. Por conta disso, Plácido de Castro ‘encarnava’ com ele. “Foi um articulador, não um guerrilheiro”, ressalta Neves.

Rodrigo de Carvalho

Euclides da Cunha – o desbravador Se Rodrigo de Carvalho foi um revolucionário, Euclides da Cunha foi um desbravador. Se o primeiro teve relevante papel na luta contra os bolivianos, o último foi fundamental para a solução do conflito com os peruanos. A relação do também carioca Euclides da Cunha com a Amazônia e o Acre nasceu em 1904 quando foi nomeado pelo Barão do Rio Branco, chefe da Comissão Brasileira de Reconhecimento do Alto Purus, com o objetivo de cooperar para a demarcação de limites entre o Brasil e o Peru.

Euclides da Cunha

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Esta experiência resultou em sua obra póstuma À Margem da História, onde denunciou a exploração dos seringueiros na floresta. Ele partiu de Manaus para as nascentes do rio Purus, chegando adoentado, em agosto de 1905. Euclides foi escolhido por sua habilidade diplomática, pois a tensão aumentara entre os dois países, devido aos constantes conflitos entre tropas peruanas e seringueiros brasileiros. No entanto, para ele, o mais imporAté 1930 quem defentante era conhecer dia os interesses do Acre profundamente as na capital federal eram entranhas do país e desvendar para si mesmo os deputados do Rio de e para a sociedade braJaneiro, do nordeste e sileira o “Brasil sem hisdo Rio Grande do Sul. tória”. Marcos Vinícius Neves O reconhecimento Historiador hidrográfico e os mapas produzidos por Euclides na expedição permitiram ao Barão do Rio Branco, Ministro das Relações Exteriores, resolver, em 1909, as questões de fronteira com o Peru. Euclides nasceu em Cantagalo-RJ, em 20 de janeiro de 1866. Foi um ardoroso republicano, escritor, sociólogo, jornalista, historiador, geógrafo, poeta e engenheiro. Escreveu Os Sertões: campanha de Canudos (1902), onde desconstruiu a ideia de que o arraial de Canudos era um movimento de reinstauração da Monarquia, e que na verdade se tratava de uma alternativa real de vida em comunidade no interior do Brasil. Faleceu no Rio de Janeiro, em trágicas circunstâncias matrimoniais, em 15 de agosto de 1909.

A viagem de Euclides da Cunha pelos rios do Acre, em 1904, deu origem ao livro “À Margem da História” (ao lado).

EXPEDIÇÃO CONTA HISTÓRIA DO MOVIMENTO EUCLIDIANO DO ACRE A história da expedição de Euclides da Cunha pelos rios da Amazônia levou o Desembargador do Tribunal de Justiça do Acre, Arquilau de Castro Melo, junto a outros colegas estudiosos da vida e obra do escritor, a criarem o “movimento Euclidiano” que realiza anualmente em Rio Branco a ‘Semana Euclidiana’. Há dois anos, o movimento lançou o livro Estratos do Relatório e do Diário de Marcha da Comissão Mista-Brasi-

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leiro-Peruana de Reconhecimento do Alto-Purus, que conta em riqueza de detalhes o dia a dia da expedição de Euclides da Cunha ao rio Purus. Em 2009, uma equipe do jornal O Estado de São Paulo veio ao Acre refazer a expedição Euclidiana como parte do projeto jornalístico-cultural “O Ano de Euclides”, que celebrou o centenário da morte do escritor. LAÇOS HISTÓRICOS Com a criação do território federal do Acre, em 1904, essa ligação com o Rio de Janeiro se torna ainda mais forte, pois o recém-criado território passa a ser administrado diretamente pelo Rio de Janeiro que era a capital federal.“Era no Rio de Janeiro que funcionavam o gabinete do presidente, no Palácio do Catete, e todos os ministérios. Imagine a dificuldade que era, pois não havia telégrafos, rádios e a primeira agência dos correios só seria instalada em Sena Madureira, em 1912”, Foto histórica da assinatura do “Tratado de Petrópolis”, na cidade homônima no Rio. relata Neves. As notícias chegavam através dos “vapores” - os velhos navios; e demoravam dois meses, na época da cheia. Na seca, então, nem vinham. Diante disso, surgiu no bairro do Catete uma verdadeira colônia de acreanos. Foi chamado de ‘bairro dos acreanos no Rio de Janeiro’. “Até 1930 quem fazia a defesa dos interesses do Acre na capital federal eram os deputados do Rio de Janeiro, do nordeste e do Rio Grande do Sul. Obviamente pela participação de seus conterrâneos nos conflitos do Acre como também por aqui estarem vivendo centenas de famílias de nordestinos, cariocas e gaúchos”, revela Neves. E era do Palácio do Catete que saía a liberação de recursos do governo federal para o Acre. Era, portanto, um local estratégico. A ligação com o Rio de Janeiro se manteve, mesmo depois da construção de Brasília. As famílias mais abastadas, principalmente dos seringalistas e comerciantes, mandavam seus filhos para estudar no Rio de Janeiro. Este fato estimulou os laços entre as famílias, pois muitos acreanos acabaram se casando com cariocas. Esse é o caso do ex-governador José Augusto de Araújo que fez faculdade de Filosofia no Rio de Janeiro e se casou com a paraibana (de coração carioca) Maria Lúcia. Outro ilustre personagem é o Dr. Lourival Marques, amigo do ex-governador. Ele se formou em Direito, também na capital fluminense e lá conheceu sua esposa, a professora Edir Marques, moradora da Tijuca, mineira de nascimento, mas acreana de coração. Lourival e Edir Marques completaram bodas de ouro, em setembro deste ano. Os filhos planejam contar,


inclusive, a história do casal em livro. “Pouca gente sabe que o Lourival deu aulas de latim obrigatórias no ensino médio Governador José Augusto de Araújo asdaquela época, sinando o decreto de nomeação de Lourival Marques de Oliveira como 1º Procurador e teve como Geral do Estado, em 1963. aluno o filho do ilustre político, escritor, jornalista e teólogo Plínio Salgado (1895-1975), fundador da Ação Integralista Brasileira, partido de extrema-direita, no período da ditadura Vargas”, revela a professora Edir Marques. Foi o Dr. Lourival Marques, em pessoa, que trouxe a proposta da 1ª Constituição Acreana, a partir de um modelo feito para a Constituição do extinto Estado da Guanabara, no Rio de Janeiro. O desembargador aposentado é protagonista de muitos fatos relevantes. “Meu pai precisava de bons juristas para formar o Tribunal de Justiça do Acre. Foi aí que seu amigo Lourival Marques convidou para vir ao Acre o carioca Jorge Araken Faria da Silva, que se destacara como o primeiro da classe (na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil – hoje UFRJ). Ele ficou emocionado e aceitou o convite”, lembra Dra. Nazareth Araújo, filha do ex-governador e Chefe do Gabinete Civil do atual Governador do Estado, Tião Viana. Dr. Jorge Araken, uma verdadeira enciclopédia do conhecimento humano (Rio de Janeiro, 16/12/1936), foi Juiz de Direito de Cruzeiro do Sul e desembargador. Presidiu o Tribunal de Justiça do Acre, nos biênios 1974-75 e 1984-85. Continua advogando até hoje. Uma geração mais jovem também fez o mesmo caminho. O empresário João Bosco Nunes, filho do falecido Waldir Nunes, fundador do Hotel Rio Branco, conta que no final da década de 1970, aos 10 anos, foi com a mãe para o Rio de Janeiro. “Além das oportunidades de trabalho para os acreanos, muitas famílias enviavam seus filhos para os famosos colégios internos do Rio. Meu irmão mais velho, Elpídio, já estudava no tradicional Colégio Werneck, em regime de internato, em Petrópolis (região serrana do Rio). Eu, na época mais rebelde, convenci minha mãe, professora Raimunda Nunes, a me matricular no semi-internato do Colégio Dom Pedro de Alcântara. Estudei praticamente minha vida inteira no Rio”, relata João Bosco. Bosco conta que não teve dificuldades para se “enturmar” e fazer amigos até porque muitos acreanos já moravam no Rio. “O carioca e o acreano são muito parecidos, neste aspecto: a hospitalidade. Participei dos movimentos estudantis e da torcida uniO empresário João Bosco Nunes faz formizada Raça-Rubro parte da geração mandada pelos pais Negra”, conta. para estudar no Rio de Janeiro.

KLEMER: O “ACREOCA” “Tirar um homem do Acre é fácil; impossível é tirar o Acre de um homem”, diz o jornalista Antônio Klemer, um ‘acreano do pé rachado’ que morou na Cidade Maravilhosa durante 10 dos seus 49 anos de idade. Hoje, porém, sente falta dos engarrafamentos, dos amigos e da alegria das esquinas e tribos de Copacabana, onde viveu. “No Rio, os engarrafamentos do trânsito servem de tempo útil para se aproveitar as paisagens”, costuma dizer, sem considerar que as notícias de criminalidade e violência sejam espanto capaz de desviar roteiro de turistas ou mudar

Foto: Antônio Chahestian / Div. Record.

Humorista Antônio Klemer no quadro “O Infeliz Universiotário” , no programa Show do Tom da Rede Record.

opiniões de apaixonados pelo lugar. Além de trabalhar nos principais teatros com seu grupo “Plantão de Notícias” – adjutório de profissionais focados no humor com Jornalismo, Klemer trabalhou na Rádio Tupí, nas emissoras Band, CNT e Record/Rio, estendendo sua atividade a São Paulo, com Adriane Galisteu (É Show!) e no Show do Tom - de que ainda faz parte, mesmo tendo voltado a fincar âncora em Rio Branco, sua terra. “O Acre é o meu país”, costuma dizer, mas não deixa de “dar uma passadinha” no Rio de Janeiro; afinal, foi lá que o jornalista acreano ganhou status de “o cara do Acre”, com sua atuação entre as estrelas nacionais do show business. “Viver no Rio equivaleu a várias extensões universitárias, pois me alargou as tendas, me moldando o caráter em todos os sentidos”, diz, apostando que a Copa do Mundo de 2014 sublinhará os esforços governamentais cariocas pela pacificação das áreas urbanas antes tomadas pelo tráfico de drogas. “O Rio já voltou a ter o glamour que atraiu os olhos e os turistas de todo o Mundo!”, aposta. TRAÇOS CULTURAIS E INFLUÊNCIAS A influência da cultura carioca sobre o Acre foi marcante e é sentida até hoje. O rádio, por exemplo, foi o único veículo de informação “em tempo real”, nos anos 1940. A rádio que se ouvia era a carioca “Rádio Nacional”. “Os programas da Rádio Nacional marcaram toda aquela geração. As cantoras do rádio, os festivais e o samba influenciaram decisivamente a nascente cultura acreana. Os programas de auditório produzidos aqui eram semelhantes aos produzidos no Rio de Janeiro”, conta o historiador Marcos Vinícius Neves. AMAZÔNIA S/A.

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Quando no Rio de Janeiro pipocam os grandes festivais de música dos anos 1960 e 1970, no Acre, guardadas as devidas proporções, os festivais também viram febre. “É aí que surge outro carioca da gema que trouxe mais um traço da cultura carioca para o Acre – o samba. Foi o ‘Santinho’ que na década de 1970 foi o percussor da Escola de Samba Unidos do Bairro 15”, relata Neves. Santinho foi importante para a cultura dos blocos e das escolas de samba. “Foram criadas várias escolas de samba nesse período, com a influência e a participação do Santinho”, conta o professor e ex-sambista da ESUB 15, José Alício Martins. Os blocos da época eram o Urubu Cheiroso, Unidos da Cadeia Velha, Bem-Te-Vi, Estação Primeira, entre outros. “As pessoas viajavam para comprar lantejoula, purpurina e paetês, no Rio de Janeiro”, revela José Alício. A influência da carioca Rádio Nacional foi marcante para a emergente cultura acreana dos anos 1950-1960.

Foto: Arquivo pessoal

Bujica hoje com Zico, amigo e eterno ídolo e comemorando um dos gols no histórico Flamengo e Vasco de 1989.

A TV também foi outro fator determinante para a influência carioca na cultura acreana. A primeira programação de TV a ser transmitida no Acre, em 1974, foi a da TV Globo. Toda a produção era feita no Rio. As novelas, as séries, os jornais e os jogos de futebol eram todos do Rio de Janeiro. Daí a predileção dos acreanos pelos times do Rio de Janeiro. “O ACRE SÓ ME TROUXE COISAS BOAS” E quem diria que um ex-jogador do Flamengo, viria morar no Acre? Pois é. Esta é a história de Marcelo Ribeiro, atacante do time entre 1989 e 1990. Talvez você que gosta de futebol não esteja identificando pelo nome de batismo. No entanto, se dissermos “Bujica”, muitos vão lembrar bem de um Flamengo e Vasco, do campeonato Brasileiro de 1989. No jogo de estreia de Bebeto, ex-ídolo do Fla, com a camisa do Vasco, Bujica, então com 19 anos, marcou dois gols. Os dois gols da vitória do Flamengo. Torcida em delírio, Bebeto ofuscado, Bujica alçado a ídolo. Com a camisa do Flamengo, o atacante foi campeão da Copa do Brasil de 1990. Em 2006, o agora ex-jogador Bujica veio ao Acre passar uns dias com a, então namorada, Idma. Ficou 15 dias, depois um mês, fez amizades, jogou umas “peladas” com os novos amigos e quando percebeu já estava morando em Rio Branco. “Eu sempre sonhei em colocar em prática meu projeto social ‘Bom de bola, bom na escola’ que só consegui realizar aqui no Acre”, conta Bujica. O ex-craque fala também da receptividade do povo acreano. “Fui muito bem recebido aqui. Além disso, as coisas começaram a acontecer. Iniciei minha faculdade de Educação Física, na UFAC e agora já estou me formando. O Acre só me trouxe coisas boas”, revela. Hoje, aos 42 anos, o também empresário Bujica já instalou no Acre a primeira escolinha “Zico 10” de seu amigo e ídolo Zico. A PRIMEIRA ARQUITETA DO ACRE: UMA CARIOCA! A arquiteta e urbanista Regina Kipper veio para o Acre em 1971 acompanhando o marido, o também arquiteto Cláudio Gastão Kipper. “Tínhamos recebido um convite do escritório de Oscar Niemeyer para trabalhar em Dubai, nos Emirados Árabes. Eu disse que preferia ser pioneira


na minha terra a sê-lo na terra dos outros”, conta a arquiteta. Era o período do “milagre econômico” e os anúncios para trabalho na Amazônia proliferavam em jornais de A arquiteta e urbanista Regina Kipper e todo o Brasil. Regina a filha Daniela. e Cláudio Kipper se conheceram ainda na faculdade de arquitetura da Universidade do Brasil (hoje UFRJ). “Foi no dia da transmissão do cargo. Fui sua sucessora na presidência da UNE. Fomos perseguidos no período da Ditadura. Chegamos a ser presos. Esse fato foi marcante para nossa decisão de vir para o Acre”, revela Regina Kipper. Cláudio Kipper veio primeiro, em 1969. Ele montou uma construtora com o advogado Adonay Santos sendo contratados pelo governador Wanderley Dantas para realizar obras importantes como a Ponte Metálica e o prédio da Assembleia Legislativa. “Foram pontes, prédios públicos e privados como o Banco do Brasil em Rio Branco, além de diversas obras em Cruzeiro do Sul, Brasiléia, Humaitá (AM), entre outros lugares,” conta Regina. A filha primogênita Daniela Kipper nasceu no Rio de Janeiro por um detalhe. “Minha avó não podia vir para Rio Branco, na época (1973). Então, minha mãe foi ao Rio só para o meu parto e depois voltou. Sinto-me mais acreana, por conta disso”, finaliza Daniela Kipper. 4 MIL KM PARA O AMOR! A história da vinda do médico ginecologista e obstetra Júlio Eduardo, carinhosamente rebatizado de Dr. “Julinho” poderia ser encimada com o título do filme “Em busca de uma paixão.” Julinho largou tudo no Rio de Janeiro para se casar com a pedagoga acreana Concita Maia. “Ele tinha um consultório em Ipanema e era o médico da minha irmã, Lulu Maia. Ela me falou tão bem dele - e eu estava mesmo preci-

sando ir ao médico, que resolvi conferir”, conta Concita Maia. Depois daquela consulta os dois acabaram se encontrando numa festa de aniversário na casa Dr. Julinho com a esposa Márcia Regina. de Lulu. “Tudo era motivo de festa naquele tempo (1984). Fomos convidados para passar um fim de semana com amigos em Búzios onde nasceu uma linda amizade que redundou num ‘romance de verão’”, revela Concita. O fato é que Júlio Eduardo acabou vindo a Rio Branco 15 dias depois. “Estava apaixonado. Larguei tudo no Rio por causa desse amor. Meus pais ficaram mais de dois anos sem falar comigo, pois foram absolutamente contra essa ‘loucura’”, revela Júlio Eduardo. O médico foi trabalhar em Xapuri, em 1985. Um ano depois foi expulso da cidade pelo prefeito Wanderley Viana. “Eu era comunista e falar em socialismo era sempre uma ameaça à Direita. Fui um perseguido político”, conta Julinho, com bom humor. Julinho e Concita se casaram em 1986 e um ano depois nasceu Júlia Tainá. “Ela foi concebida sob o signo do Cometa Halley”, diz Concita. Permanceram casados por 8 anos. Hoje, o Dr. Julinho é casado com a Procuradora do Estado Márcia Regina com quem tem mais três filhas. Há muitas histórias comoventes de acreanos que se casaram com cariocas e vice versa. Uma delas é a do Dr. Mário Maia e dona Elba. Muitas vezes impedido pela profissão e pela carreira política de estar ao lado da amada, Dr. Mário Maia (médico, senador e escritor, já falecido) descreveu em seus poemas toda a ternura e a saudade da amada distante. Outra história digna de relato é do casal Ester e Nilo Maia que oportunamente contaremos nas páginas de AMAZÔNIA S.A. OS ACREANOS FAMOSOS NO RIO DE JANEIRO Muitos acreanos ilustres, reconhecidos em todo Brasil e até mundialmente possuem uma história semelhante: foram estudar ou tentar a sorte no Rio. >

Foto / Div. Rede Globo

Armando Nogueira entre a bola e os livros. O jornalista acreano foi um dos criadores do Jornal Nacional, da Rede Globo. Mas sua paixão era o esporte, principalmente o futebol.

Foto: Portal do Governo do Espírito Santo Foto: Adriana Lins

João Donato do jeito que ele gosta - ao piano. Músico acreano é considerado um dos pais da Bossa Nova.

O cantor e compositor Sérgio Souto é autor de sucessos como “Minha Aldeia”, “Falsa Alegria”, “Fruto e Flor” , entre outras regravadas por grandes intérpretes da MPB. AMAZÔNIA S/A.

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Foto: Renato Rocha/Divulgação TV Globo

A história de Sansão Pereira você confere nas Páginas Verdes, nesta edição. Armando Nogueira deixou uma marca na sociedade brasileira. O acreano de Xapuri foi o responsável pela implantação do jornalismo na Rede Globo e um dos criadores do Jornal Nacional. Filho de cearenses, mudou-se para o Rio com apenas 17 anos de idade. Formou-se em Direito, mas seu primeiro emprego de verdade foi no jornal Diário Carioca. Ao escrever sobre o assassinato de Carlos Lacerda, do qual foi testemunha ocular, fez história no jornalismo brasileiro: pela primeira vez numa reportagem um fato era narrado em primeira pessoa. Trabalhou ainda nas extintas revistas Manchete, e O Cruzeiro, no Jornal do Brasil e em outros veículos até chegar à Rede Globo, em 1966. Nos 25 anos que passou na Globo foi responsável pela implantação do jornalismo em rede nacional e pela criação dos noticiosos Jornal Nacional e Globo Repórter. No entanto, sua paixão sempre foi o esporte, em especial o futebol. Era um botafoguense apaixonado. A partir de 1954, esteve presente na cobertura de todas as Copas do Mundo e, desde 1980, de todos os Jogos Olímpicos. Trabalhou ainda na TV e Rádio Bandeirantes, na CBN e no Sportv, canal por assinatura da Globosat. Armando Nogueira foi autor de frases antológicas: “Se Pelé não tivesse nascido homem, teria nascido bola.” “É sempre melhor ser otimista do que pessimista. Até que tudo dê errado, o otimista sofreu menos.” “Copiar o bom é melhor que inventar o

A autora Glória Peres é a verdadeira sucessora de Janete Clair.

GOSTOS EM COMUM:

DO ACRE PARA O RIO

ruim”, entre outras. Faleceu devido a um tumor no cérebro, no dia 29 de março de 2010, aos 83 anos, em sua casa – no Rio de Janeiro. O maestro João Donato de Oliveira Neto, um dos fundadores da bossa nova, é outro exemplo. Mudou-se com a família para o Rio, aos 11 anos de idade. O pai era o major da aeronáutica João Donato de Oliveira Filho e o avô foi coronel da Revolução Acreana. Donato foi amigo de todos os expoentes do movimento bossa novista, como João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Johnny Alf. É considerado um dos mais criativos músicos de todos os tempos ao promover fusões musicais, de jazz e música latina, por exemplo. Na década de 1950, mudou-se para os Estados Unidos onde ficou por 13 anos e alcançou sucesso e reconhecimento mundial com disco A Bad Donato que traz músicas como Amazonas, A Rã e Cadê Jodel. João Donato vive no bairro da Urca, no Rio. É casado com a jornalista Ivone Belém, desde 2001. É pai de Jodel, Joana e Donatinho. Glória Perez é na opinião de alguns especialistas, “a maior novelista brasileira desde Janete Clair”. E não é para menos. Autora de sucessos como a polêmica Carmém (1987), ainda na antiga Manchete; e na Globo Barriga de Aluguel (1987), De Corpo e Alma (1992), Explode Coração (1995), O Clone (2002), e mais recentemente Caminho das Índias (2009). As minisséries Desejo (1990) – que conta de forma romanceada “A Tragédia da Piedade”, quando Euclides da Cunha foi morto por Dilermando de Assis, amante de sua mulher Ana Emília Ribeiro; Hilda Furacão (1998) e Amazônia (2007). Glória nesceu em Rio Branco, em 1948. Filha do advogado Miguel Jerônimo Ferrante e da professora Maria Augusta Rebelo. Morou na capital acreana até os 16 anos, quando se mudou com a família para Brasília. Passaram algum tempo em São Paulo para depois se estabeleceram no Rio de Janeiro. O início de fato de sua carreira se deu em 1983 quando foi colaboradora de Janete Clair, em Eu Prometo. Glória chamou a atenção da autora devido ao script de um episódio da série Malu Mulher, de 1979, que nunca chegou a ser gravado. Janete a chamou para ser sua colaboradora no que veio a ser sua última novela. Pronto. O Brasil já tinha uma sucessora à altura da lendária Janete Clair. Em 2009, foi considerada pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano. Em 2011, Glória revela que sua próxima novela será gravada na Turquia. Glória Perez também descobriu o talento da jovem atriz acreana Brendha Hadad. Na verdade, ela nasceu em Belém, mas era bebê quando sua família mudou-se para Rio Branco. A linda morena sempre sonhou em ser atriz e por conta disso, aos 3 anos já desfilava em Rio Branco com o apoio da mãe coruja Marli. Aos 12, ganhou o concurso ‘Miss Brasil Infantil’, no Paraná. Mas o sonho de ser atriz demorou um pouco Coisas do Acre que os cariocas amam: 1: Açaí; 2: Cupuaçú; 3: Floresta; 4: Marina Silva; 5: Biojóias.


para ser realizado, principalmente devido à resistência do pai, o médico Eduardo Haddad que dizia que se fosse para ela ser atriz, a oportunidade surgiria no Acre mesmo. E não é que foi isso que aconteceu! Brendha estava predestinada, pois em 2006, a produção de Amazônia, minissérie de Glória Perez, foi ao Acre em busca de um novo talento. Brendha fez alguns testes e conquistou sua primeira personagem, a ‘Ritinha’. A beldade mostrou profissionalismo e assim que assumiu o papel procurou estudar e se aperfeiçoar como atriz. Interpretou ainda a personagem ‘Rani’, de Caminho das Índias, última novela de Glória Perez. Brendha já foi capa de várias revistas de moda e beleza e, morando no Rio desde os 20 anos, onde também faz faculdade de Direito se prepara para novos desafios na carreira. O cantor Sérgio Souto, acreano de Sena Madureira, radicado, desde os 15 anos, no Rio de Janeiro, é outro espécime desta fauna extraordinária. Sérgio é autor de sucessos como Minha Aldeia, Lembrando de Você, Falsa Alegria, Fruto e Flor (regravadas por artistas como Jessé, Cristina Santos, Nelson Gonçalves, Elba Ramalho, Nilson Chaves), dentre outros. Sérgio não ficou rico, mas enriqueceu a MPB com suas canções e letras inspiradas >

GOSTOS EM COMUM: DO RIO PARA O ACRE

Coisas do Rio que os acreanos amam: 1: Novelas; 2: Música; 3: Praia; 4: Feijoada; 5: Times de futebol.

A atriz acreana Brendha Hadad conquistou seu espaço nas séries e novelas de TV. AMAZÔNIA S/A.

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CONFLUêNCIA DE IMAGENS

Pôr do Sol no cenário mais bonito do Rio de Janeiro.

Os históricos arcos da Lapa...

... inspiração para os arcos do Parque da Maternidade.

Fachadas coloridas na favela da Rocinha...

... lembram o colorido das fachadas históricas da Gameleira.

A curva sinuosa da ponte Rio-Niterói...

... e a curva da passarela Joaquim Macedo.


O belo teatro Plácido de Castro, em Rio Branco...

As águas turvas do rio Acre...

Entardecer no rio...

Praça da Revolução que embeleza o centro de Rio Branco.

... e o histórico Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

... e o verde mar da Baía de Guanabara.

... entardecer na praia.


que falam das coisas da natureza, da alma e do coração com a profundidade dos poetas. Com doze discos gravados, construiu um trabalho cativante e moderno, com ampla aprovação do público e da crítica. Seu repertório transita com extrema naturalidade entre a tranquilidade da mata e as incertezas e inquietudes do cotidiano urbano. Participou de vários festivais e é reconhecidamente um dos mais talentosos músicos da história do Acre. Mora no Rio de Janeiro até hoje, mas de vez em quando vem ao Acre comer mandim com farinha acompanhado de um gelado suco de graviola. O poeta e escritor Mauro Modesto é outra figura acreana ilustre no Rio de Janeiro. “Saí de Sena Madureira aos 15 anos, sozinho, e aos 16 fui morar no Rio”, conta o poeta. Mauro, quando jovem envolveu-se nos movimentos estudantis de esquerda. “Devido ao meu envolvimento com a esquerda brasileira tive que voltar escondido para o Acre, em 1964, com medo de ser preso”, revela Mauro Modesto. Hoje escritor consagrado, Mauro é reconhecido como um ‘embaixador’ do Acre no estado do Rio. Lá recebeu a medalha Austregésilo de Athayde, concedida pela Academia de Letras e Artes Paranapuã; além de diversas outras condecorações. Também participou dos movimentos da Casa do Acre.

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CONFLUÊNCIA

DE IDENTIDADE

Somente acreanos e cariocas utilizam expressões peculiares para reforçar o sentimento de amor à sua terra: ‘Carioca da gema’ e ‘Acreano do pé rachado’

A CASA DO ACRE NO RIO DE JANEIRO Outra característica cultural típica é nossa mania de se “encangar”, como diria dona Gorete, genitora dos editores desta revista. Se ‘encangar’, em bom acreanês é juntar o povo, ‘reunir a mundiça’. Os acreanos radicados no Rio de Janeiro, saudosos de sua terra natal, criaram em1985 a Casa do Acre. É uma verdadeira confraria de acreanos que se reunem ‘de vez em sempre’ para matar a saudade da terra natal. “A idéia da criação da Casa do Acre nasceu de uma reunião presidida pelo ex-prefeito de Rio Branco, Ariosto Pires Miguéis, no restaurante do Hotel Novo Mundo, em 23 de agosto de 1985”, conta Carlos Meireles, ex-presidente da Casa. Mesmo sem uma sede própria, as reuniões que acontecem geralmente em restaurantes e nas casas do presidente e diretores têm como objetivo festejar feitos históricos relacionados ao Acre, datas comemorativas (dia das mães, festas juninas, carnaval, entre outras), além de prestar assistência social e cultural aos acreanos radicados no Rio. Já presidiram a Casa do Acre: Dr. Alfredo Portella, Francisco Carlos Meireles, Enilza de Souza Gomes e Afonso D’Anzicourt e Silva. A atual presidente é Darcy Carvalho de Mello. Entre os fatos relevantes realizados através da atuação da Casa do Acre estão a reforma da Escola Municipal Acre, em Todos os Santos, durante o primeiro ano da gestão do prefeito César Maia e o encontro com o então Governador do Acre, Jorge Viana, em 2005. “A ligação cultural do Acre com o Rio, vai além dessas influências. O Acre está para o norte assim como o Rio de Janeiro está para a região sudeste. São povos mais receptivos, hospitaleiros, bem-humorados, festeiros, alegres e com uma certa ironia política”, revela o historiador Marcos Vinícius Neves. Em tempo, Marcos Neves é, como ele mesmo diz, ‘carioca da gema’, torcedor do Flamengo, mas apaixonado pelo Acre. “Quando vou ao Rio não consigo ficar muito tempo. Me dá logo saudade do Acre. Acho que já me tornei acreano”, finaliza com bom humor. /



por Francisco Dandão ] Jornalista, professor universitário, mestre em comunicação pela Universidade de Brasília (UnB) e membro da Academia Acreana de Letras (Cadeira 28) fdandao@gmail.com

Em busca da

palavra perdida

D

esde o tempo dos primeiros exploradores da Amazônia, época sobre a qual não há precisão histórica, são múltiplos e variados os olhares sobre a região. Tantos olhares que, às vezes, o real e o mitológico fundem-se e nos confundem. Títulos e subtítulos, linhas e entrelinhas, ideias e ideologias, o profano e o sagrado entram e saem de cena, num processo de interação circular, sem ponto de partida, meio ou fim. A professora Olinda Batista Assmar, doutora em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), titular da cadeira 24 da Academia Acreana de Letras, atual reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac) e pesquisadora em tempo integral, é uma dessas pessoas que conseguiu perceber e se debruçar sobre a multiplicidade desses variados olhares sobre a Amazônia. Nos últimos meses de 2002, por conta dessa percepção, a pesquisadora trouxe à luz os primeiros resultados de um exaustivo trabalho de arqueologia nos arquivos deteriorados dos periódicos acreanos: um inventário de tudo o que se escreveu nos jornais da cidade de Xapuri, entre os anos de 1907 e 1984. As Dobras da Memória de Xapuri encarnam a própria tradução da perspectiva de futuro do Estado, através do diálogo do passado e do presente. Depois disso o trabalho não mais parou. Talvez, a essa altura, seja mesmo impossível parar, tanto o que se tem para descobrir. Em todos os quadrantes do Acre, onde quer que exista a possibilidade de linhas impressas, quaisquer que sejam os escaninhos, por mais escondidos que possam estar, lá estão a doutora Olinda Assmar e os estagiários que a acompanham na tarefa de reconstruir o mundo de papel. Tanto é assim que já foi publicado um novo volume dessa enorme pesquisa: O Imaginário Social – Estudo dos Editoriais nos Jornais de Rio Branco – Sec. XX, um livro que prima pelo absolutamente original. Sendo vasta a produção de caráter investigativo no que diz respeito aos aspectos sócioeconômicos e comportamentais do amazônida, ninguém até aqui havia se preocupado em proceder a uma análise da produção textual rio-branquense, do ponto de vista da união da literatura e do jornalismo. O eixo central desta obra (assinada conjuntamente por Olinda Assmar, Iracilda Bonifácio e Gleyson Lima), aliás, vai

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percorrer sempre a ponte entre as vertentes do jornalismo e da literatura. Uma e outra face do mesmo mosaico da inteligência humana, ambas eternamente tentando nos seduzir pela palavra e reveladas pela memória gravada em folhas amarelecidas. O muito que as gerações disseram ou o que não quiseram dizer, tudo está ali, vivo, como se para afirmar que o que está escrito está fadado a resistir além do tempo. A profusão de jornais e periódicos que já existiram em algum momento da história do Acre é também um aspecto que não se pode deixar de chamar a atenção. Uma constatação inequívoca de que os acreanos de antigamente exercitavam o prazer pela escrita e pela leitura. E assim o fazendo, mesmo que não tivessem tal pretensão, legaram para o futuro a maior fonte de pesquisa do pensamento e do comportamento de cada época, dia a dia, ano a ano. Ler o livro todo, de preferência de um só fôlego, em suma, é o que eu aconselho. Ler, descobrir e compreender os motivos pelos quais nós chegamos aos primeiros anos do século XXI da maneira como aqui estamos. As palavras dos editoriais são tão reveladoras que ninguém nem precisa ser um grande e bom entendedor. Nítidos, mesmo à distância, os editoriais mais parecem fotografias coloridas. Um livro imprescindível para todos os que desejarem compreender a história do pensamento acreano no século XX. Afinal de contas, num tempo em que a cultura do global tenta tomar conta dos nossos sonhos e necessidades, é sempre de muitíssimo bom alvitre perceber que as raízes do nosso imaginário ainda estão bem plantadas em algum canteiro no fundo dos nossos corações.

SOBRE A OBRA Título: O imaginário social: “Estudo dos editoriais nos jornais de Rio Branco - Séc. XX”. Autor: Olinda Batista Assmar, Maria Iracilda Gomes Cavalcante Bonifácio e Gleyson Moura de Lima. Editora: Ideia Ano: 2007


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Uma nova etapa no

O

Via Verde Shopping realizou em agosto a tradicional Festa da Cumeeira. O evento celebrou a conclusão da cobertura do empreendimento e a entrega das chaves aos lojistas, confirmando a data de inauguração do Via Verde Shopping para o dia 8 de novembro de 2011. Via Verde Shopping abriu as portas dia 08 de novembro e inaugurou uma nova etapa no desenvolvimento do Acre O Via Verde Shopping abriu suas portas ao público no dia 8 de novembro, a partir das 10h. Na noite da véspera, os empreendedores Prosperitas, Bicar e Landis Shopping Centers realizaram solenidade de inauguração para apresentar o empreendimento para autoridades, empresas parceiras no projeto, imprensa, lojistas e formadores de opinião. Durante o evento - que teve como mestres de cerimônia os atores André Gonçalves e Vanessa Giácomo e foi realizado no espaço da praça de alimentação - o vencedor do concurso cultural “Corte a Fita”, Frederico Caran Osório, representou os clientes cortando a fita de inauguração, ao lado da primeiradama do Estado, Marlúcia Cândida.

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Na cerimônia, o prefeito Raimundo Angelim destacou que a cidade de Rio Branco possui um olhar direcionado para um futuro moderno e que o Via Verde Shopping é um presente de Natal antecipado para o público acreano. “Os empreendedores tiveram delicadeza e respeito para projetar um shopping com a cara do Estado, da região. O cliente é o personagem mais importante desta inauguração e este shopping representa uma nova modalidade de varejo, serviços, alimentação e lazer em benefício de todos”, afirmou. O governador em exercício, deputado estadual Elson Santiago, falou do pioneirismo do empreendimento: “queremos parabenizar, em nome do governador Tião Viana, o pioneirismo do Via Verde Shopping que só engradece o Acre e proporciona mais qualidade de vida para nossa população”. Rodrigo Caseli, representante da loja Avenida, destacou que a marca, há 5 anos no Acre, foi uma das primeiras a confirmar presença no Via Verde Shopping e que o grupo acredita no potencial de crescimento do Estado. Para Denis Benchimol, representante da Bemol, uma das âncoras do empreendimento, é um orgulho em fazer parte do futuro do


desenvolvimento do Acre

Acre com a abertura da primeira loja do grupo no Estado. Para Dorival Regini, presidente da Landis Shopping Centers, empreendedora, administradora e comercializadora do Via Verde Shopping, a inauguração do Via Verde Shopping é a consolidação de um projeto grandioso. “Este sonho somente está sendo realizado em virtude da parceria e do comprometimento dos empreendedores, de empresas parceiras, do Governo do Acre, além do investimento de empresários locais e nacionais que acreditaram no sucesso do empreendimento”, disse. “Abrimos as portas com grande expectativa de público. É uma época muito movimentada no comércio e os consumidores já poderão fazer suas compras de Natal no Via Verde Shopping”, completou Regini. Com cerca de 70% da área comercial aberta, o primeiro dia de funcionamento do shopping teve estimativa de público de 35 mil pessoas. Até o final de novembro, todas as lojas comercializadas serão inauguradas. Grandes magazines como Renner, Riachuelo, Bemol, Lojas Americanas, Lojas Avenida e Marisa são as âncoras do empreendimento, que possui, ainda, 100 lojas-satélites, quatro megalojas,

entre elas a Centauro, um hipermercado, dois restaurantes e uma praça de alimentação com 14 lojas. “Temos um completo mix de lojas e uma praça de alimentação bem variada que tem tudo para virar ponto de encontro dos consumidores”, disse Regini. Entre as opções de lazer, a mais esperada é a inauguração do Cine Araújo, prevista para o dia 18 de novembro, com a estreia mundial do filme “Amanhecer” (quarto da Saga Crepúsculo). As quatro salas de cinema tipo stadium possuem tecnologia digital, sendo três delas as primeiras preparadas para projeção 3D no Acre. De segunda à sábado, as lojas do Via Verde Shopping irão funcionar das 10h às 22h; o hipermercado abrirá das 8h às 22h; o cinema, das 14h às 22h; e estacionamento das 7h às 2h. Aos domingos e feriados, as lojas abrirão das 15h às 21h; a praça de alimentação funcionará das 11h às 22h; o hipermercado, das 08h às 22h; cinema das 14h às 22h; e o estacionamento estará aberto das 7h às 2h. O Via Verde Shopping fica localizado na Rodovia BR-364 (Via Verde), 1.707, rotatória com Estrada da Floresta, em Rio Branco. Mais informações no site www.viaverdeshopping.com.br


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ao de vo lt a

Passado LA MODE

En Europe Nesta edição especial de fim de ano, convidamos a estilista acreana, residente em Paris, Manoela Paim para trazer, com exclusividade, as novidades da moda, além de dicas e tendências do velho mundo. Antecedendo a chegada ao Brasil, as sugestões a seguir são na verdade um guia para o próximo inverno. Por isso, aproveite e saia na frente... Très Chic!

A

Europa

é sem dúvida o mundo da moda e do glamour, afinal de contas foi na França onde a palavra “moda” surgiu, assim como a maioria das marcas luxuosas hoje conhecidas. Paris, Milão, Londres e Nova Iorque são as principais capitais mundiais da moda. As tendências e estilos europeus são seguidos nos quatro cantos do planeta. Os preços dos produtos fashion são variados, depende do que você quer: quantidade, qualidade, status ou prestígio.

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Acredite ou não, a palavra dinheiro, quando se trata de moda na Europa, nem sempre é suficiente. Para comprar uma bolsa da marca HERMÈS, por exemplo, que fabrica artigos especiais e em número limitado, é necessário entrar em lista de espera. E não é só isso: você precisa literalmente “merecer” possuir um artigo da marca, do contrário, sua espera pode durar alguns anos ou até mesmo a eternidade. A bolsa mais cobiçada da HERMÈS é a “Kelly” e adquirir uma delas é uma tarefa árdua que requer paciência e paixão. São fabri-


por Manoela Paim ] Graduada em Fashion Design, pós-graduando em Fashion Business pela Modar’t em Paris. paim.manoela@yahoo.com

cadas pouquíssimas no mundo todo e a lista de espera, nesse caso, é longa e numerosa. Por mais que as principais marcas do mundo da moda sejam europeias, os maiores compradores de artigos de luxo, segundo pesquisas realizadas pelas próprias marcas são os asiáticos com 37%, seguidos dos europeus com 33%, americanos com 22% e outras nacionalidades com 8%. A marca francesa LOUIS VUITTON é a marca mais apreciada na China. Ter status em Xangai e Pequim significa levar a tiracolo uma LOUIS VUITTON. Por causa disso é também a marca mais pirateada em toda Ásia. Para as marcas mais famosas do mundo, mesmo as europeias, é muito importante marcar presença em Paris, uma forma de mostrar e comunicar ao mundo que foi aceita e é apreciada na principal capital da moda. A moda no mundo todo, capitaneada em maior parte pelas marcas da Europa, sempre foi e continua ditando as regras da elegância. E para você entrar nesse mundo tem que ter o perfil que ela quer. Sendo assim, não é você quem escolhe a moda, mas é a moda quem te escolhe.


Yves Saint Laurent Céline

Christian Louboutan Kenzo Gucci

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Super Duper

Tendência Masculina: E mais uma vez a tendência masculina está de volta, ela nunca sai de moda, e nesse inverno preparemse pois virá com tudo. As marcas Gucci, Chanel e Céline, assim como outras soltaram a imaginação. Já Emilio Pucci apostou em um estilo masculino mais sofisticado.

Channel

Channel

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Dourados 50’s Mulberry

Yves Saint Laurent

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Miami

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As bolsas retrô continuam, dos anos 50 aos 70, é só escolher. Tem em todos os estilos de ombro, de mão, delicada. E o melhor, elas combinam sempre com tudo!

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Vivienne Westwood

E mais uma vez a combinação meia-salto! Não é a primeira vez que essa tendência aparece entre os fashionistas. E na minha opinião ela é super sexy. Drien Van Noten

Vivienne Westwood

Formas geométricas e color block: O outono/inverno chega com formas geométricas de todos os tipos. A Hermès trouxe a sua coleção com formas geométricas e um espírito dos anos 70. A Pucci preferiu dar um estilo mais sofisticado para a noite. A House of Holand e Alberta Ferretti trouxeram a geometria com o color blocking que, pra quem não conhece, é o nome dado para o look composto de várias cores ou com tons fortes e vibrantes. Pucci

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Alberta Ferretti

Hermès


Versace

House of Holand

E as cobras estão soltas na Itália! Renomados designers italianos usaram a cobra Python como inspiração. Bolsas de mão, bolsas de ombro, botas, scarpins. A cobra veio em todas as formas e cores, pelo jeito estará em todos os lugares nesse inverno.

Valentino

Roberto Cavalli

Gucci

Miu Miu

Até que enfim as serpentes mostraram alguma qualidade, elas que são venenonas e perigosas serviram de inspiração. Você pode colocá-la no seu corpo sem medo, a única coisa que ela pode fazer é te deixar mais bonita, elegante, e estilosa. Eu vou garantir a minha com certeza!

Bulgari

Les Perles de Noa

Roberto Cavalli

Roberto Cavalli

Roberto Cavalli

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SEM

MEDO

adiante de ir

por Janaína Angélica Freire ]

A

nsiosos por um relacionamento que corresponda com todas as nossas expectativas, todos os sublimes sentimentos que desejamos vivenciar, algumas frustrações típicas podem surgir, principalmente pela pavorosa sensação de que nunca dará certo, ou de que ninguém está vivendo de fato o senso de comprometimento ou ainda a de que os homens têm medo de mulheres bem-sucedidas e independentes. Sou da opinião de que, todos os dias, temos a oportunidade maravilhosa de escrever nossa própria biografia, seja ela publicada ou não. E que devemos procurar o melhor caminho para não cairmos em desmoralização ou arrependimento na trajetória da vida, sobretudo nas relações amorosas. Ou seja, para refletirmos sobre o tema “sem medo de ir adiante”, é fundamental descartar o radicalismo. Expressões como “ninguém é bom...”, “sempre foi assim...”, “nunca encontrei alguém...”, ou ainda “todos são iguais...” apenas nos remete a realidade de que estamos cada vez mais distantes da excelência de novas oportunidades e encontros. Muitos que pensam estar evitando as lágrimas, na verdade, estão evitando as alegrias da vida. E cabe lembrar: a vida não tem replay! Por questões de autodefesa, alguns generalistas se apressarão em afirmar categoricamente que ninguém é feliz no amor. A realidade é que o amor existe sim, felizmente, e é bem

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provável que você consiga saborear o seu, logo que solucionar o impasse consigo mesmo, de forma clara e consciente, seguindo para um único objetivo. Não aceite menos! Não se sabote com crenças equivocadas. Não se subestime. Mas também não seja arrogante e prepotente a ponto de considerar que é melhor do que qualquer pessoa. Você não é! Existem sim, homens que valem à pena, cujo caráter é admirável, a gentileza é surpreendente e a vontade de fazer dar certo está acima das mentiras e farras. E existem sim, mulheres maduras, lindas, inteligente, divertidas, sensatas e prontas para caminharem ao lado de seu amado e serem, acima de tudo, fiéis. É fato de que algumas pessoas não foram felizes no amor. Nem por isso você deve se sentir frustrada ou recalcada por não ter dado certo. Eu disse: “não ter dado certo”, não quer dizer que “nunca dará...” Permitir-se é o verbo dos grandes encontros, sem medo de ir adiante. Não tem hora nem data marcada - apenas se permita: se permita conhecer, se permita ser paquerada, permita-se ouvir e ser ouvido - sem lamurias ou comparações de frustrações passadas, se permita dançar, se permita cantar, se permita cuidar de seus filhos - se for o caso... Sobretudo, permita-se estar sozinha. A solidão, às vezes, é necessária – e muitas vezes, é onde nos encontramos como pessoas.


zados, com olhar de paisagem, seja quem for, chamá-lo de recalcado, porque você não deu o primeiro passo. E quando o fizer, faça-o sem justificativas e sem desculpas. Se “recalcado” ou “frustrado” é estar infeliz ou com medo por fracassos no amor... Se for, não se enquadre nessa estimativa, definitivamente. Portanto, esteja a anos-luz de se colocar nesta deprimente condição. Recalcado, na verdade, é quem deixou de acreditar em si mesma, ou quem nunca acreditou, perdeu o juízo e esqueceu-se de ser feliz. É quem passa seus dias guardando mágoas e colecionando lixo moral para a vida, transmitindo resquícios de suas frustrações aos seus descendentes. Como eu sempre digo: “o resto é pequeno demais!” Não faça parte desta tendência e tudo será uma questão de tempo.

Créditos das fotos: www.elian.com.br / Blog “Pra Falar de Casamento”.

Chega de chorar pitangas! Aprenda a tirar lições de suas experiências amorosas. Porque você tem o direito de errar e, sobretudo, de viver grandes emoções e estrear no palco de uma grande história de amor. Parafraseando Nietzsche, “somos humanos, demasiado humanos”. E amanhã você terá o privilégio de realizar e solucionar suas questões de foro íntimo conscientemente, sendo honesta consigo mesma e sem esperar soluções suaves para os problemas. As oportunidades simplesmente surgirão e vão cobrar velocidade de ação. Então, aja, e não espere de braços cru-

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PerfilDoEmpreendedor

UM HOMEM QUE SEMPRE SE DEDICOU AO TRABA LHO, VIVEU LUTAS DIÁRIAS E PRATICAMENTE NUN CA TEVE FÉRIAS. AGORA, AOS 58 ANOS PODE VIAJAR TRANQUILO.

PILOTANDO UMA MOTO HONDA!

P

or ser o filho mais velho de uma simples família do interior de São Paulo, precisou ajudar nas despesas da casa desde cedo. E a criatividade já acompanhava sua rotina ainda infantil. Em seu escritório na capital acreana, passeamos pelos caminhos de sua rica e emocionante história de vida. Muitas estradas percorridas, até conseguir dar asas às suas conquista. Osvaldo Xavier Dias, o “Vardim”, proprietário do Grupo Star é nosso Perfil do Empreendedor.

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DAESPANHAPARAOBRASIL Meus avôs paternos (Manoel Dias Galvão e Maria Gracia Dias Alva) eram imigrantes espanhóis. Eles se conheceram dentro do navio, vindo para o Brasil. Ficaram mais de 30 dias em alto mar. Cada qual com suas respectivas famílias. Eram muito jovens quando fizeram amizade e aportando em Santos, foram morar na região de Guararapes, interior de São Paulo. Casaram-se e tiveram 18 filhos, família que está hoje na quarta geração. Meu pai, Antônio Dias, um simples caminhoneiro, casou-se com dona Jovenil Xavier. Tiveram mais três filhas: Rosa Maria, Roseli e Regiane, que viviam sempre à sua espera. Com as intermináveis viagens, ele passava muito tempo fora de casa. E eu, como o filho mais velho, tive que assumir o papel de chefe da família.

VIDASIMPLES Na minha juventude não existiam as facilidades de hoje. Na cidade onde eu morava nem ônibus tinha. O meio de transporte daquela época era a bicicleta, isso há 50 anos. As possibilidades da nossa família não permitiam ter um automóvel. Um telefone ou uma rua asfaltada eram considerados artigos de luxo. E o divertimento que as crianças tinham era jogar bolita (peteca) no meio da rua.

DOCAMPOÀCIDADE Eu frequentava a escola municipal. Nossa maior felicidade era ter a merenda escolar. Era uma festa! Tínhamos o direito de tomar um prato de sopa. Era uma coisa fantástica para a meninada do primário. Os primeiros oito anos de minha vida foram vividos em uma fazenda, bem longe da cidade. Eu nasci em Guararapes, mas o início de tudo foi no interior da região noroeste do estado de São Paulo, em um sítio que meu pai herdou do meu avô. Para sair desse sítio e chegar à primeira vila, percorríamos 7 km mata adentro. Quando precisávamos ir à cidade de Junqueirópolis, próximo a Dracena - normalmente à procura de hospital - meu pai contratava um jipe. Mas só íamos à cidade no máximo duas vezes por ano para abastecer o sítio e escoar a produção. Nossa casinha era iluminada por lamparina. Acordava com o nariz todo preto em virtude da fumaça que respirava durante a noite. E nem podíamos usá-la muito tempo, porque o querosene era caro. Quando anoitecia íamos dormir e no primeiro raiar do sol já estávamos de pé. Não tinha o que fazer durante a noite. O máximo que a gente conseguia era ouvir a “Voz do Brasil”. Quem tinha a possibilidade de ter um rádio potente, com um fio espichado pra fora, adaptado como uma antena, conseguia ter acesso aos programas de rádio. Isso

também era controlado, porque a pilha também custava caro. Escutávamos apenas novela, jornal e os jogos (na época) da copa do mundo. O rádio também era um meio de comunicação entre as famílias. As cartas eram enviadas para a sede no Rio de Janeiro e eram lidas para que a notícia chegasse ao seu remetente através das ondas sonoras (semelhante ao que os seringueiros e ribeirinhos acreanos realizam até hoje através da Difusora). Era até engraçado, mas às vezes as notícias também eram tristes. O programa mais famoso era do Zé Béttio. Lembro que meu avô Manoel mandava a carta dizendo a data que viria ao sítio. E nós ouvíamos o recado. E a felicidade da criançada era imensa porque ele trazia doces e brinquedos. Ficava todo mundo ligado na hora do programa. Quem sabe não vinha uma boa notícia?

CRIATIVIDADEPARAOSLUCROS Minha avó tinha uma horta no fundo do quintal, então eu pedi sua autorização para vender as verduras. Eu saia com duas cestas de vime carregadas, andando pelas ruas de barro. Sempre conseguia vender tudo. Esse esforço era investido no Cine Guararapes. Minha alegria era assistir aqueles filmes. Mas no meu negócio eu tinha diferencial. As verduras da minha avó sempre foram muito bem aceitas porque todos os dias eu ia com a carriola juntar estrume de animais pra colocar na horta. Eu também visitava as granjas da cidade para pegar estrume de aves. Juntava os dois tipos de estrumes, misturava com pó de serra e colocava no canteiro. Isso fazia meu produto mais bonito e crescia bem mais rápido. Desde aquela época a criatividade fazia parte da minha vida. Criatividade é o que dá destaque. Isso em qualquer negócio. Na vida pessoal ou empresarial. No meu caso, o estrume fez toda a diferença (risos)!

VISÃOCLARADEFUTURO: EDUCAÇÃO Mesmo procedente de uma família muito simples e de poucos recursos, meu pai tinha uma visão muito clara de futuro. Quando fiz oito anos de idade, ele resolveu vender o sítio e nos levar para AMAZÔNIA S/A.

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a cidade. Tudo para que os filhos estudassem o primário, ginásio e o curso técnico. Quando chegamos, fazíamos parte das pessoas simples do Brasil que engatinhava no desenvolvimento. Não tínhamos dinheiro. Meu pai foi trabalhar como motorista de caminhão para o meu tio (irmão dele), no Expresso Araçatuba, que iniciava sua trajetória.

EXPRESSOARAÇATUBA Meu pai costumava ir muito para o Nordeste dirigindo caminhão. Ficava até 45 dias fora de casa. Nessa época parei de vender verduras, por que fomos morar em Araçatuba, e eu já cursava o ginásio. E sem o dinheiro da verdura, virei engraxate. Mas essa profissão não foi muito interessante, por que os outros meninos engraxates “me botavam pra correr”. Então eu falei pra minha mãe que aquilo não estava dando certo. Mas ela disse que sem trabalho eu não iria ficar. Nesse mesmo período, por volta de 1965, minha mãe me levou na empresa do meu tio Ricardo, no Expresso Araçatuba. Resolveu que pela manhã eu estudaria e à tarde, para não ficar em casa “azucrinando”, pediu pro meu tio arranjar algo para eu fazer. Eu tinha 12 anos de idade. Mas minha mãe, sempre muito criativa, viu que o escritório estava muito bagunçado e disse que eu poderia arrumar tudo, já que em casa eu ajudava na arrumação. Ela, não satisfeita, perguntou quanto que ela tinha que pagar pra eu ficar lá, e disse que meu tio teria mais lucro comigo na empresa do que ela comigo em casa. Ela estava investindo em mim. Demorei para entender! E meu tio aceitou o desafio. Por mais ou menos seis meses, de segunda à sábado, fui auxiliar de serviços gerais. E pra ganhar uns trocados a mais, eu ia para empresa aos domingos e lavava os carros e bicicletas dos funcionários que faziam hora-extra. E com o dinheiro, eu ia paquerar na matinê do Cine Perdute Araçatuba. Lembro também que tinha uma bicicleta, conquistada com o meu dinheiro do pequeno salário (que meu tio resolveu pagar) e das lavagens de carro. Virei auxiliar de escritório e depois fui para o controle de agências. Buscava me aperfeiçoar por meio de cursos profissionalizantes. Fiz o curso de datilografia. Naquela época ninguém falava de faculdade. E eu concluí um dos cursos técnicos mais importantes da época, o de contabilidade.

ASAGAPELOINTERIORDOBRASIL Em 1969 surgiu a oportunidade de abrir uma filial do Expresso Araçatuba em Rondonópolis – MT. Meu tio propôs ao meu pai que assumisse a filial. Ele aceitou, mas não entendia nada do processo administrativo da empresa por não ter tido oportunidade de estudar. Mas já sabia como solucionar a equação: eu ficaria com a parte administrativa (com apenas 17 anos) e ele com a parte logística dos caminhões. Em um pequeno escritório com uma mesa e uma máquina de escrever Olivetti, as coisas começaram a mudar pra nós. Naquela época o Expresso Araçatuba não era conhecido na região, então tivemos que fazer uma estratégia para nos tornar conhecidos. Durante muito tempo ficávamos sem receber nem um quilo de mercadoria, além disso, ocorriam os atrasos, isso porque demorava para fechar carga com destino a Rondonópolis. Falei para o meu pai que tínhamos que mudar a estratégia para não morrermos de fome. Vivíamos de comissão. A solução que encontrei, para agilizar as entregas e abrir

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frente à concorrência foi convencer a diretoria do Expresso Araçatuba a mesclar a carga vinda de São Paulo, juntando Cuiabá e Rondonópolis. Porque para Cuiabá (capital) era enviado caminhão de carga todos os dias. Ao invés de passarmos semanas sem receber carga, iria “encostar” caminhão todos os dias. É importante lembrar que nesse ramo o cliente não se preocupa com o preço e sim com rapidez da entrega. Antigamente os caminhões eram de lona e adesivados com a marca da empresa, e todo dia que o caminhão chegava a Rondonópolis, dávamos uma volta na cidade, para que os comerciantes vissem nossos prazos. Só tinha um problema: não havia ninguém para descarregar o caminhão. Então, além de administrar, eu também descarregava. Soltava a carga de cima do caminhão e lá embaixo quem recolhia era meu pai! Depois disso compramos uma Toyota Bandeirante usada. Daí uns tempos, o primeiro caminhão, depois o segundo e assim sucessivamente. Depois de quatro ou cinco anos nos tornamos líder do mercado de Mato Grosso, brigando com empresas que estavam por lá há mais de quinze anos.

LOUCOPORDESAFIOS Como sempre gostei de desafios, aos 21 anos falei para o meu pai que precisava ir embora. Mas para isso já havia preparado minha irmã, um ano mais nova que eu, para ficar no meu lugar. Nesse mesmo período surgiu a oportunidade de ser gerente em Cáceres, também interior de Mato Grosso. E lá comecei de forma parecida como em Rondonópolis. Em 1974 a cidade não tinha luz elétrica, não tinha telefone, não tinha estrada asfaltada para Cuiabá, não tinha movimento de carga, e eu morava no escritório da empresa. Mas percebi que uma coisa boa tinha por lá: falta de tudo! Isso significava oportunidades. Inovamos e consegui um caminhão fechado com carroceria de alumínio, um dos meus maiores sonhos. Era o único na região. Quando fazíamos a entrega, a carga não vinha com poeira e não molhava. Motivo: o caminhão diferenciado. Fiquei em Cáceres até 1981. A primeira vez que fiz entregas em Pontes de Lacerda, levamos dois dias para andar 90 km no meio da mata. Lá também foi um sucesso. A carga passou a chegar todos os dias e ainda seguiam cinco ou seis caminhões com destino a Rondônia e Acre. Em Cáceres me casei pela primeira vez e tive três filhos deste casamento: Marcelo, Janaína e Jéssica.

SONHANDOCOMAINTEGRAÇÃO Vendo em mim um homem que gostava de desafios, a diretoria da empresa pediu para que eu fosse até Porto Velho em 15 de julho de 1981. Foi a primeira vez que andei de avião. Em 1992 inauguramos lá o maior terminal de cargas da Amazônia e o segundo maior do Expresso Araçatuba, construído com o objetivo de integrar o Atlântico ao Pacífico. Nós já vislumbrávamos os negócios que faríamos com a Bolívia, porque já tínhamos um grande fluxo de carga vinda de Guajará-Mirim, fronteira de Rondônia com o país boliviano. Em 1993 mais uma vez fui convidado pela diretoria do Araçatuba para mudar de cargo, agora para ser gerente regional Norte. Em vez de cuidar apenas de Porto Velho, passei a administrar toda a região Norte e ainda oferecia suporte às cargas direcionadas ao Amazonas e Roraima.


AUNIÃOFAZADIFERENÇAEAFORÇA

Star Motors de Epitaciolândia.

APAIXÃOPELAHONDA Quando morei em Cáceres e Mirassol D’Oeste, fiz amizade com Francis Maris Cruz. Um empreendedor ousado. Francis era proprietário da Auto Peças Cometa. A Honda passou uma franquia para que ele vendesse as motos da marca em Cáceres, e eu realizava transporte através do Expresso Araçatuba. Quando fui para Porto Velho também criei vínculos com o grupo Camurça, representante Honda naquela cidade. Mas ocorreu uma grande tragédia na família Camurça: o sobrinho faleceu em Ji-Paraná, interior de Rondônia. O grupo decidiu fechar a loja de Ji-Paraná e me perguntou se conhecia alguém pra comprá-la. Liguei para o Francis e sugeri o negócio. No início ele não queria, mas depois de convencê-lo, ele adquiriu o empreendimento. Anos depois dominou o mercado em Rondônia junto com o irmão. O sonho do Francis era ser proprietário de uma concessionária na capital, pois possuía lojas apenas no interior, mas ele precisava de um sócio empreendedor para avançar seus negócios na região. O local escolhido foi o Acre. E o sócio, eu. Em 1997, eu e Sidney, gerente da Honda em Rondônia, tivemos notícias de uma loja de motos que estava à venda. Era a Star Motos, que comercializava no máximo 10 itens por mês e possuía cinco funcionários. E em sociedade com Francis, comprei a marca Honda para o Acre. Seis anos após a aquisição, comprei a parte do Francis e me desliguei do Expresso Araçatuba. Foi um período de saudosismo e emoção. O Marcelo Dias, meu filho, agora com 18 anos, ficou responsável pela Honda no Acre, junto ao gerente da época. Foi quando começou a aprender todos os procedimentos da empresa.

SUCESSODOGRUPOSTARMOTOS O novo processo de gestão de crescimento do Estado do Acre foi essencial para o sucesso do grupo Star Motos. Nosso maior produto, que alavancou o negócio, foi o Consórcio Nacional Honda. Atrelado a isso, diversos fatores de desenvolvimento da região nos impulsionou a criar postos de venda no interior. Com o crescimento dos negócios, mais uma vez o desafio “bateu” em minha porta. Após a aquisição societária, ficamos sem fundos para investimentos. E a Honda, estabelecendo também no Acre o alto padrão de qualidade da empresa, exigiu as mudanças. Em 2008 construímos nossa sede própria com 6.500 metros quadrados, no padrão “Quatro ASAS” – que é o padrão mais alto de avaliação que uma concessionária pode obter a nível de resultados e performance de pós-venda – financiada pelo Banco da Amazônia. Hoje a estrutura ainda possui o ‘Espaço Dream’, exclusivo para motos importadas. Empregamos 300 funcionários em 25 departamentos e garantimos vendas que superam 700 motos ao mês.

A união com meu filho foi decisiva para o sucesso dos negócios. A equipe de funcionários que formamos também não mede esforços para conquistar o cliente. Criamos na empresa um momento muito especial chamado “Momento Mágico”, que nada mais é do que o treinamento para qualificação e preparo do funcionário. Em 2010 a Star Motos ficou em primeiro lugar no Brasil no quesito treinamento à distância. E em 2011 esperemos fechar o ano também com essa conquista. A visão da Honda para o Brasil foi outro diferencial. O lançamento de produtos adaptados ao perfil do brasileiro e da região norte foram fatores essenciais para o crescimento do nosso empreendimento no Acre. Preços únicos em todo o país e congelados há mais de uma década fizeram da marca Honda, notadamente no Acre, um grande sucesso. Com o crescimento da Acre Motos e da Star Motos, nasceu o Grupo Star que ganhou ainda a Juruá Moto Center, adquirida do meu ex-sócio Francis. Abrimos também a Boca do Acre Motores, no Amazonas e a MD Publicidade.

INTEGRAÇÃO Lembro que o Projeto Pacífico do Expresso Araçatuba foi notícia em todo o Brasil e algumas outras partes do mundo. Quando ainda trabalhava no Expresso Araçatuba, em 08 de setembro de 1995 realizei minha primeira viagem pela Interoceânica indo até o Pacífico pelo Peru em estradas sinuosas e de difícil acesso. Nessa viagem peguei um pouco de água do mar do Pacífico e joguei no Rio Madeira, simbolizando a integração. Dezesseis anos depois faço a mesma expedição, agora em uma moto Honda e com a estrada totalmente asfaltada e segura ao lado de minha atual companheira, Adriana Crotti que vem contribuindo substancialmente com o sucesso de nossas empresas. Suas filhas, Letícia e Bruna completam a nova família.

LIDERANÇAEM18RODAS LIDERANÇAEM2RODAS Minha vida contada ao lado dessas duas grandes marcas, uma brasileira e outra japonesa, me levam a crer que Deus nos coloca no lugar em que devemos estar, mas vem de cada um aproveitar bem as oportunidades que Ele nos oferece. Aprendi que trabalho também é uma missão divina. Minha viagem na Expedição Interoceânica, contada na Revista Amazônia S/A da edição de setembro/outubro fechou um ciclo que começou há exatos 16 anos. Agora posso afirmar que realizei todos os meus sonhos. O Projeto Pacífico foi iniciado no Expresso Araçatuba e concluído na Honda. E nas duas ocasiões, eu estava lá!

Osvaldo Dias com a esposa Adriana Crotti, parceiros de viagens. AMAZÔNIA S/A.

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por Mirla Miranda ] Fotos: Marco Brozzo / Sérgio Vale Administradora, habilitada em Comércio Exterior Jornalista, pós-graduada em Assessoria de Imprensa, Marketing, APG AMANA-KEY mirlamiranda@gmail.com

Divulgar empresas, projetos, pessoas e seu sucesso é a meta do programa Acre S/A e da Revista Amazônia S/A.

1. Atores André Gonçalves e Vanessa Giácomo como mestres de cerimônia da inauguração do Via Verde Shopping.

2. Chef Ana Luiza Trajano e jornalista Mirla Miranda no restaurante Brasil a Gosto, no lançamento do Menu Acre.

3. Beto Moretto e Luciana Mendonça proprietários do Frigorífico de Ovinos e Caprinos Annasara com o presidente da Fieac Carlos Sassai com a namorada Francinete Paula.

6. Dorival Regini em discurso na inauguração do Via Verde Shopping. 4. Deputada Federal Pérpetua Almeida com colunista Moisés Alencastro na inauguração do Frigorífico Annasara. 5. Diretor dos Correios Samuel Nolasco e Dr. Júlio Eduardo no lançamento do Selo Comemorativo pelos 20 anos da Unimed Rio Branco. 9. Empresário da Honda Star Motos Osvaldo Dias com a equipe da Executiva Rádio Táxi, entregando prêmio à vencedora da promoção realizada em parceria com as duas empresas.

7. Edilene Fernandes, produtora e repórter do AmazonSat.

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8. Emerson Pedrosa e sua esposa Michele acompanhados de seus filhos, Isabella e o pequeno Lucas, na loja Simonetto.

10. Jornalista Alan Rick entregando o prêmio Destaque do Ano à empresária Zayra Ayache, acompanhada dos filhos Andressa e Gabriel Cunha.


11. Equipe dos Correios com Dra. Euracy Bonner, presidente da Unimed Rio Branco em lançamento do selo comemorativo.

14. Nena Moura em gravação para quadro da Carmen Steffens no Programa Acre S/A - Amazônia S/A.

18. Sidney Zamora com o engenheiro Ricardo Leite.

23. Juliene Silva e Diego Gurgel no I Encontro de Assessores de Comunicação.

26. Maíra Martinello e Patrícia Mendes recebendo seus apartamentos no Maison Rio Branco.

13. Fernando Marchesini da FGV Rio em entrevista ao programa Acre S/A Amazônia S/A.

12. Equipe vencedora do Desafio SEBRAE/AC.

15. A produtora cultural Camila Lima, ao lado das jornalistas Genézia Vasconcelos, Surama Chaul e Socorro Camelo.

19. A publicitária Graciane Costa, na inauguração do Via Verde Shopping.

20. Procurador Sammy Barbosa e esposa Carol no lançamento do Menu Acre no Afa Jardim.

24. Luis Antônio Lima e Danielle Florêncio, proprietários da Mr. Kitsch no Via Verde Shopping.

27. Socorro Figueiredo - Gerente de Capacitação Empresarial do SEBRAE/AC em entrevista ao Programa Acre S/A Amazônia S/A.

16. Manoel Guapindaia e sua filha Anny Sales na inauguração da loja Prata Store.

21. Empresária Mirna Badaró ao lado do amigo pecuarista Lula Lima.

17. O músico Nando Cordel no 5ª Cultural do Basa.

22. Procuradora Gisele Mubarac e Jaqueson Queiroga no Via Verde Shopping.

25. O médico oftalmologista, coordenador do programa Cuidando dos seus olhos Fábio Vieira, Secretária de Turismo Ilmara Lima e publicitário David Sento-Sé no jantar Menu Acre no Afa Jardim.

28. Jornalista Ana Paula Padrão em entrevista ao Programa Acre S/A - Amazônia S/A, em São Paulo.

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29. Jaqueline Costeiro e Poliana Costa passeando pelo Via Verde Shopping.

32. Rafaela Angelim e Larissa Castro na inaguração do Via Verde Shopping.

30. Sylvane Gadelha e suas modelos Gold Skill no desfile beneficente Acre Solidário.

33. Dr. Carlos e Ana Lúcia Beiture com Celso e Irma Calbianco passeando pelo Shopping Via Verde.

36. Adriana Santos e José Armando Júnior, da Temakeria Yoi!, em Coquetel na loja Mr. Kitsch.

31. Empresária Eliane Bezerra e jornalista Mirla Miranda na inauguração da Princess Cosméticos no Via Verde Shopping.

34. Cartunista Maurício de Souza com jornalista Andréa Zílio, no lançamento do Menu Acre do Restaurante Brasil a Gosto.

37. Marcos Martins Gerente Nacional Rommanel com a jornalista Izabella Tapeocy em entrevista para o programa Acre S/A - Amazônia S/A.

38. Simone Casas e Meyre Manaus no Acre Solidário.

35. A promotora Patricia Rêgo e esposo Marinho com Secretário Edvaldo Magalhães. 39. Rosa Morais e Margot Bott, consultoras gastronomicas com o Governador do Estado do Acre Tião Viana e Primeira-Dama Marlúcia Cândida, no Restaurante Brasil a Gosto.

41. O engenheiro Rodrigo Leite na entrega do Condomínio Maison Rio Branco.

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42. Empresário Antônio Augusto com a esposa Socorro Neri.

40. Gilberto e Rilda Braga, com empresário da Uninorte Ricardo Leite e esposa Ligiane Castro.

43. Duda Silva e Gorete Moraes com Gerente Safira Celso Diniz da Forever Living.

44. Eugênio e Girlane Barcelos na inaguração da Clínica de Pilates e Estética Girlane Barcelos.


por Vanessa França ]

Capitães

Jornalista, formada pela Universidade Católica de Pernambuco, Especialista em Assessoria de Imprensa van.acre.br@gmail.com

farinha de

M

inha admiração pelo escritor Euclides da Cunha na obra “Os Sertões” beira a idolatria. Quem viveu mais de 15 anos no nordeste e visitou cidades do agreste e do sertão, encontra nas linhas deste livro um verdadeiro espelho da realidade de um povo aguerrido, religioso e resistente. O desejo deste carioca nascido em 20 de janeiro de 1861, em Santa Rita do Rio Negro, município de Cantagalo, antiga província do Rio de Janeiro era conhecer o Amazonas. Graças ao sucesso de seu livro “Os Sertões”, publicado em 1902, e a influência de políticos e militares amigos conseguiu, em 1903, nomeação para fazer parte da comissão de demarcação de limites com o Peru. Em março de 1904, Euclides da Cunha alcança as cabeceiras do rio Purus. Sofreu enfermidades, escassez de alimento, revolta, naufrágio. A tudo resistira e assinala que o seu primeiro contato com aquela “última página do Gênese” lhe causou desapontamento, por considerar a visão real inferior à imagem prefigurada em sua mente e assim escreve a Artur Lemos, suas primeiras impressões “A Amazônia é a genial definição do espaço de Milton: esconde-se a si mesma. O forasteiro contempla-a sem ver, através de uma vertigem. Ela só aparece aos poucos, vagarosamente, torturantemente. É uma grandeza que exige a penetração sutil dos microscópios e a visão apertadinha e breve dos analistas; é um infinito que deve ser dosado”. Minha desilusão com este desbravador vem da leitura do texto “As Margens da História” onde ele audaciosamente afirma que a Amazônia é uma terra sem História. Desconsidera capciosamente um bioma que há séculos serve de poronga nos varadouros da floresta aos homens, fauna e flora. Aos ilustres Euclidianos tenho a dizer o seguinte: Cada folha, réptil, rio, castanheira, igarapé, índio, seringueiro tem a sua história. O Acre é lugar de singularidades culturais, gastronômicas, linguísticas e sociais que foram construídas ao longo dos anos por uma miscigenação que assina a identidade desse povo. Histórias como a de Hana Thuma, sírio-libanês da cidade de Batroun, que fugindo das guerras religiosas chegou ao Brasil em 1910, aos 12 anos de idade, acompanhado de seu irmão mais velho, Yussef Thuma que à época tinha 18 anos. A perspicácia de comerciante era nata e com este oficio viaja-

ram por São Paulo, Bahia e Pará. Tufic Derzi, cônsul boliviano, convidou os irmãos para trabalhar no Acre, precisamente no município de Brasiléia. Aqui viraram “regatões” ou mascates. Comercializavam óleo, sal, querosene, artigos de higiene, tecidos e tudo mais que a embarcação pudesse suportar. Hana Thuma virou João Thomaz e casou-se pela primeira vez com Silvina Ribeiro do Amaral, viúva, mãe de três filhos. Com Silvina, João Thomaz foi pai por cinco vezes. A morte de sua primeira esposa e a responsabilidade de criar oito filhos fez com que o sírio-libanês parasse com a vida de mascate e arrendasse terras próximas à fronteira do Brasil com a Bolívia e Peru. Casou-se pela segunda vez com Ercília Carlos Thomaz que também era viúva e mãe de seis filhos. Ercília, que era descendente de cearenses, com João Thomaz aumentou a prole em mais três herdeiros. A vida de seringalista lhe rendeu bons frutos. Arrendou mais três seringais e chegou a produzir 350 toneladas de borracha por ano. A família morava no Seringal Bélgica e João tornou-se conhecido nas redondezas por sua habilidade na pesca. Tecia enormes redes de pesca e proporcionava fartas pescarias aos amigos. Com a bonança, o sírio-libanês arriscouse em jogar sua rede em terras vizinhas e acabou arrastando um galanteio que lhe custou a separação e mais um casamento com Áurea Ginks, com quem teve mais três filhos. Em 1955, Ercília foi morar na cidade de Brasiléia com seus filhos. A casa e a família grande proporcionaram varias lembranças aos Thomaz. Jorgedete Thomaz, filha de João e Ercília recorda que um dos momentos que mais lhe insiste na memória era quando sua mãe reunia na cozinha os filhos, os netos e a índia Dina – que foi adotada. Em uma panela grande, a maior que tinha na casa, a “Chef” de cozinha misturava carne seca, feijão, farinha e arroz. O cheiro era sedutor e inebriava as crianças da vizinhança que vinham se juntar ao ritual. Com delicadeza e inquestionável habilidade a matriarca retirava da panela pequenas porções da mistura com as mãos e esculpia fabulosos bolinhos chamados de “capitão”. Aos ilustres Euclidianos tenho a dizer o seguinte: a vida de Hana Thuma e dos Thomaz agregam fatos culturais, gastronômicos, linguísticos e sociais comuns a centenas de famílias acreanas. É aqui nessa “terra sem histórias” que ostentamos preciosos personagens que se orgulham da nossa singularidade. AMAZÔNIA S/A.

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Restaurante da premiada Chef de Cozinha Ana Luíza Trajano mapeia os sabores do Acre por Mirla Miranda ]

O BRASIL É UMA

DE LÍ CIA

Assim como um perfume marca uma pessoa, uma música marca um momento, sabores marcam países, estados e cidades. No Restaurante Brasil a Gosto, todos os temperos do Brasil estão reunidos. Há mais de cinco anos a premiada chef de Cozinha Ana Luíza Trajano pesquisa minuciosamente informações regionais dos incontáveis sabores oferecidos pelas ervas, frutas, legumes e carnes de todo o país. Uma viagem rica e deliciosa que revela a cada novo menu inúmeras possibilidades e indescritíveis sensações.

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ocalizado na capital paulista, o espaço gastronômico de Ana Luíza atrai personalidades das artes, do jornalismo e principalmente àqueles que amam viajar! Isso mesmo. Visitar o Brasil a Gosto é uma oportunidade de viajar por todo o país através da rica expedição gastronômica que a chef promove. A jovem artista é formada em Administração, mas na Europa estudou gastronomia e criou o restaurante mais brasileiro que o Brasil conhece. Neta de nordestinos e mineiros percebeu que a cultura brasileira não fazia parte das ocasiões mais especiais das famílias. Ana partiu para o projeto de sua vida: catalogar o Brasil em sabores. Pesquisou minuciosamente os paladares de cada estado mergulhando em sua cultura. Essa imersão é vivida intensamente porque ela entrevista toda a cadeia relacionada: o verdureiro, o morador mais antigo, as cozinheiras locais e claro, os que ficam esperando à mesa. Só depois inicia suas receitas com as matérias primas que caracterizam a cultura e costumes do lugar. E em seus pratos incorpora sua arte, apegando-se sempre as particularidades do mapeamento gastronômico realizado na região. DIVERSIFICAÇÕES DE SABORES Nessa proposta Ana viajou para o Acre e observou ingredientes e influências pouco conhecidas dos grandes centros, como a carne exótica da Tartaruga-da-Amazônia, os 14 tipos diferentes de feijão encontrados na região do Vale do Juruá, além do Pirarucu gigante criado em cativeiro. A chef de cozinha saiu em busca da culinária de raiz a partir da visita às comunidades ribeirinhas. Pensando em encontrar de cara a marca da colonização nordestina, nas conversas com antigos moradores da capital Rio Branco, descobriu a grande influência libanesa que o Acre vivenciou.

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“A família Abrahão Felício foi uma grande descoberta. Os filhos de dona Maria Luíza nasceram no Acre e as referências de seus antepassados libaneses influenciaram toda uma cultura” , afirma a chef que teve a parceria do Afa Bistrô da Amazônia, restaurante que imprime em seu cardápio as históricas referências dos saberes da culinária acreana.

“Sempre amei a gastronomia. Comer carne de tartaruga é um retorno a minha infância. Naquela época ainda tínhamos acesso livre a esse prato, que só agora voltamos a degustar de forma sustentável”, palavras da proprietária do Afa Bistrô da Amazônia Geny Abrahão.

Ambientação amazônica no restaurante Brasil a Gosto, na noite da aprensetação dos pratos em São Paulo.

O 24º MENU TEMÁTICO Ana Luíza Trajano realizou suas pesquisas em quase todos os estados da federação. E no Acre teve o apoio do governo e da primeira-dama do Estado Marlúcia Cândida. A chef passou dez dias pesquisando a fundo a culinária e os costumes da região, vendo de perto como eram cultivados os produtos que ela agora utiliza no restaurante. O Governo do Estado colocou à disposição de Ana Luíza a logística para suas andanças pelos diversos recônditos que influenciam a cultura da alimentação no Acre. Após reunir os ingredientes para suas receitas, a chef ainda preparou uma Produtos em embalagem especial para venda no restaurante.

linha de 17 produtos típicos do estado, à venda no restaurante numa parceria com a empresa Miragina. “Pela primeira vez, os clientes poderão levar para casa alguns dos ingredientes dos pratos degustados no local, como castanhas, farinha, feijões e óleos naturais de nossa região”, afirma José Luiz Felício, proprietário da Indústria Miragina. “Os ingredientes acreanos que atraem cada vez mais apreciadores, quando trabalhados pelas mãos de verdadeiros artistas como a chef Ana Luiza Trajano, levam um pouco de nossas raízes e história para todo o mundo”, garantiu a primeira-dama do Acre, Marlúcia Cândida. O menu a la carte, que dura até fevereiro de 2012, conta com uma opção de petisco, uma entrada, duas sugestões de prato principal e uma sobremesa. O Governador do Acre, Tião Viana, presente no lançamento do Menu Acre, expressou sua satisfação: “esse é o momento do encontro do gosto do Acre com o Brasil a Gosto da Ana Luíza. Nessa observação da cultura gastronômica, Ana foi até os altos rios do Juruá e ficou horas vendo como se fazia o biscoito acreano dentro das comunidades isoladas. Ela tem percepção, rigor na pesquisa e aplica tudo no paladar”. AMAZÔNIA S/A.

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O resultado da viagem ao Acre foi uma parceria sustentável entre o Brasil a Gosto e uma série de agricultores que forneceram a matéria-prima utilizada no cardápio. “Foi gratificante surpreender as pessoas com o menu de um Estado pouco conhecido como o Acre que tem uma infinidade tamanha de ingredientes para serem descobertos e utilizados”, explica Ana Luíza. “Antes as pessoas tinham que ir à Amazônia para experimentar os produtos oriundos dessa região, como a deliciosa carne de tartaruga. Agora podem degustá-los nos grandes centros, como Geny e Saulo Abrahão, proprietários em São Paulo”, ressaltou do Afa Jardim, em Rio Branco, onde Valmir Ribeiro idealizador e foi realizada a apresentação do Menu proprietário do Projeto TaAcre. mazon, criadouro de Tartarugas-da-Amazônia, que também estava entre os felizardos que degustaram o novo menu do restaurante Brasil a Gosto. “O trabalho de Ana Luiza Trajano é justamente essa visão de desvendar o país por meio da gastronomia, que hoje é vista como elemento de conservação da própria cultura brasileira”, especificou a jornalista da Folha de São Paulo, especialista em gastronomia, Luiza Fecarotta. O Acre também está presente em uma exposição fotográfica no restaurante e em uma pequena mostra de artigos de decoração selecionados especialmente para a ocasião.

JANTAR EM RIO BRANCO O cardápio do projeto Brasil a Gosto também foi apresentado em Rio Branco no dia 23 novembro, durante um jantar beneficente oferecido pela primeira-dama Marlúcia Cândida, no Afa Jardim. “É um prazer conhecer o Acre, sua cultura, ter descoberto novos temperos e a forma em que são usados no dia a dia daqui”, disse a chef. A renda do jantar foi doada ao Cades, Central de Articulação de Entidades de Saúde.

A DICA É: Indo à São Paulo conheça o restaurante Brasil a Gosto e aprecie o Menu Acre. Rua Prof. Azevedo Amaral, 70 - Bairro Jardins - São Paulo - SP. Reservas: 11 - 3086-3565

Convidados do jantar em Rio Branco.

Ana Luiza conferindo a montagem dos pratos.

Para a apresentadora Ana Paula Padrão, o jantar foi uma boa surpresa. “A Ana Luíza modificou muito os pratos do Acre. A tartaruga eu já tinha comido com um sabor mais forte, e o pirarucu que gosto muito estava bem diferente. Acho que é uma maneira suave de apresentar uma cultura culinária diferente para os paulistanos. Eu venho muito ao Brasil a Gosto e esse foi um dos cardápios que mais gostei”, comenta a jornalista. Na foto, com o governador Tião Viana e a primeira-dama Marlúcia Cândida. 106

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Fotos: Sérgio Vale / Alexandre Schneider

MENU O cardápio temático começa com um petisco de miniquibe de mandioca com molho de pimentas acreanas (R$ 24), seguido de uma entrada de lombo de tartaruga laminado com emulsão de óleo de castanha do Brasil, chicória da Amazônia e alfavaca (R$ 49). MINIQUIBE DE MANDIOCA COM MOLHO DE PIMENTAS ACREANAS

As tartarugas servidas no menu são criadas em cativeiro para abate, com certificação de exploração do IBAMA. As sugestões para o prato principal são a caldeirada de pirarucu e feijões acreanos com leite de castanha e farofa de mandioca de Cruzeiro doSul (R$ 82) e a rabada ao tucupi com purê e farofa de mandioca (R$ 79). A sobremesa é o beléu, bolo de massa de mandioca e gramixó típico da região, aqui servido com calda de cajá e açaí, sorvete de banana comprida e crocante de castanhado Brasil (R$ 26). O cafezinho é acompanhado por amanteigados de castanha do Brasil, enquanto a bebida oferecida pelo menu temático é o Baré (R$ 5), refrigerante de guaraná que só é comercializado no Norte do Brasil.

LOMBO DE TARTARUGA LAMINADO COM EMULSÃO DE ÓLEO DE CASTANHA DO BRASIL, CHICÓRIA DA AMAZÔNIA E ALFAVACA

CALDEIRADA DE PIRARUCU E FEIJÕES ACREANOS COM LEITE DE CASTANHA E FAROFA DE BANANA.

LOMBO DE TARTARUGA LAMINADO COM EMULSÃO DE ÓLEO DE CASTANHA DO BRASIL, CHICÓRIA DA AMAZÔNIA E ALFAVACA

BELÉU COM CALDAS DE AÇAÍ, SORVETE DE BANANA-COMPRIDA E CROCANTE DE CASTANHA DO BRASIL.

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Comportamento & Estilo

QUE VENHA

2012 Na contagem regressiva para o Rテゥveillon a cor da roupa テゥ um dos rituais mais usados para atrair boa sorte

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por Jackie Pinheiro ] Bióloga e Bacharel em Direito, Jornalista (MTb/AC nº 33/98) Produtora de Moda e Diretora de Produção (DRT/RO nº 286/93) jackiepinheiro@gmail.com

C

om as festas de fim de ano se aproximando, nada mais providencial do que fazer planos para a chegada do novo ano. Essa é também uma época cheia de superstições, onde há espaço, não apenas para planos, metas e objetivos, mas também para sonhos e desejos. Muitas pessoas não abrem mão de fazer simpatias para atrair boas energias, como a cor do traje para trazer sorte, dinheiro, amor e paz. Outras gostam de fazer receitas culinárias com lentilha para não faltar dinheiro durante todo o novo ano e até jogar flores brancas ao mar. Inclusive os mais céticos acabam fazendo uma simpatia com a intenção de garantir boas novas no ano que inicia. Tudo isso se deve ao forte sincretismo religioso da cultura brasileira, que traz para as festas de Réveillon um clima envolvente de tradições e rituais. Um dos mais comuns é a escolha da cor da roupa para a noite da virada. Para os que acreditam, as cores são dotadas de energia e significados. A opção por determinada cor representa um desejo para o ano que está chegando. No entanto, é fato que a cor mais tradicional para o Réveillon no Brasil sempre foi o branco e certamente muitos não irão abrir mão da tradição. Confira nossas dicas, divirta-se na comemoração e entre o Ano Novo com o pé direito!

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PONTO DE PARTIDA: ONDE SERÁ A FESTA? A primeira coisa é pensar no tipo de festa em que você vai estar na virada do ano. Existem diversos locais para se comemorar um Réveillon: no calçadão, na praia, na balada, em festa fechada, na sua própria casa, na casa de amigos, no campo, no clube, entre outras opções. A festa é formal ou informal? A partir daí pode-se escolher a roupa adequada.

RÉVEILLON DESCONTRAÍDO

NA PRAIA OU NO CALÇADÃO Se você vai passar a virada do ano no calçadão ou na praia, acompanhando a queima de fogos de artifício, o ideal é estar bem confortável. Arrisque um look despojado, como um vestido branco bem leve, uma bermudinha charmosa ou aposte em uma proposta diferente, casando duas peças, como uma saia longa e um top. Peças brancas quando usadas com acessórios coloridos equilibram o visual, criando contrastes que dão mais charme ao seu look de Réveillon. Uma sandália rasteira ou uma espadrilha são as melhores opções para acompanhar uma produção como essa.

QUANDO A FESTA EXIGE MAIS FORMALIDADE Quem vai comemorar na balada ou em uma festa fechada, pode investir em um visual um pouco mais sofisticado e glamouroso. Peças com mais brilho são ideais, seja um vestido ou top de paetês, com aplicações de metais ou pedrarias. Tecidos mais nobres são ótimos aliados em ocasiões como esta. Se o branco for a opção, acessórios dourados ou prateados dão ainda mais charme à produção. Nunca esquecer que os acessórios são capazes de valorizar qualquer visual, por mais simples que seja, dando um toque de sofisticação e elegância à produção.

PAZ, AMOR, PAIXÃO, SAÚDE, PROSPERIDADE OU ESPIRITUALIDADE? BRANCO

O branco é a cor mais tradicional e mais utilizada pelos supersticiosos das festas de Réveillon, pois simboliza a harmonia, a paz e o equilíbrio. Ele eleva as vibrações e afasta as coisas ruins!

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ROSA

Cor do romance e de pessoas delicadas. Ideal para quem quer investir em relacionamentos duradouros com energia direcionada para a compreensão e a conciliação, fortalecendo e gerando conquistas tanto no campo afetivo quanto no campo profissional. É também a cor do amorpróprio.

LARANJA

O laranja é a cor da alegria, da coragem, da felicidade e da sociabilidade. Quem quer um ano cheio de vitalidade, com conquistas pessoais e profissionais, pode apostar sem medo nessa cor.

VERDE

O verde é a cor da natureza. O verde representa a esperança, a verdade, a saúde, a ciência e o recomeço. É ideal para quem busca a justiça, a vitalidade, a cura e dias melhores.


NOSSAS DICAS •

Depois de escolher a roupa, é hora de caprichar na maquiagem. Na praia, ela pode ser mais leve e natural, com uma cobertura bem suave na pele e talvez até um pouco de iluminador, para dar um brilho especial. Rímel e um batom claro dão conta de completar o visual.

Na balada, festas particulares ou formais, é possível abusar um pouco mais da maquiagem, destacando bem os olhos, com delineador ou sombra esfumaçada, ou a boca, com um batom deslumbrante.

Agora que você já sabe o significado das cores de roupas, prepare-se para a data e comemore o ano que está por vir! E lembre que o mais importante é fazer do seu Réveillon uma noite pacífica e alegre, em companhia de amigos e familiares queridos. Curta a sua festa com consciência e respeito aos outros e, claro, pra quem beber, voltar de taxi ou de carona no final.

AS CORES NOS INFLUENCIAM As cores são elementos presentes em nossas vidas, sejam nas roupas, nos ambientes, na alimentação e em tantas outras coisas. Hoje, elas são, inclusive, usadas no tratamento de doenças, pois cada uma tem um comprimento diferente do feixe de luz que afeta o corpo e a mente, ativando as glândulas e as funções orgânicas, fortalecendo o sistema imunológico. Registros históricos indicam que as cores começaram a ser utilizadas para atrair a caça, passando ao longo dos anos a ter maior papel nas culturas e religiões, como na Índia e China, cuja aplicação se dá em forma de energias, ou no Ocidente, onde as religiões utilizaram coloração nas roupas para definir hierarquias cristãs. O mais antigo estudioso das cores foi o grego Aristóteles, que as incluiu dentre as propriedades dos objetos, teoria contestada por Leonardo da Vinci, que afirmava serem propriedades da luz. Mas foi o físico inglês Isaac Newton que apresentou os experimentos que revolucionaram os conceitos sobre a luz e as cores. O certo é que não é de hoje que estudiosos sabem que as cores influenciam psicologicamente os seres humanos, principalmente quanto às emoções. Então saiba um pouquinho a respeito do significado de cada cor e escolha a sua para a festa de final de ano! Fotografia e Tratamento Izabel Caetano

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VERMELHO

ROXO

Cor forte, da paixão, do amor. Assim como o rosa, o vermelho também simboliza o amor, mas na forma de paixão ou devoção. A cor estimula a energia sexual, e também a coragem e a força de vontade. Pode representar o amor por outra pessoa ou simplesmente pela vida!

PRETO

Há cores mais incomuns de serem usadas na noite do Réveillon, como o preto, o cinza e o marrom. Conhecido por afinar a silhueta, o preto geralmente é deixado de lado nessa ocasião, por carregar consigo uma atmosfera mais pesada. No entanto, assim como o branco, o preto é uma cor neutra e significa “silêncio”. Quando usado com brilho indica nobreza.

CINZA

Apesar de ser uma cor neutra, capaz de acrescentar um ar de elegância ao visual, a cor cinza é a cor das incertezas. Por isso, não fica muito bem para quem quer algo concreto para o novo ano que se aproxima. Ele pode ser substituído pelo “prata”, se a intenção for gerar um pouco mais de glamour.

MARROM

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Misterioso, o roxo é a cor da transformação. Também representa a liberdade e a espiritualidade. Estimula a troca de energias. Quem quiser grandes mudanças deve investir no roxo para essa noite.

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AZUL

Tranquilidade, serenidade e paz de espírito! O azul é a cor da maturidade, simbolizando segurança, força, calma e ação. Influencia positivamente o poder de comunicação. Quem pretende empreender no ano que vai chegar, pode apostar com tudo nesta cor.

Por ser da cor da terra, remete à solidez. Indica segurança em todos os departamentos de sua vida. No ano novo, uma boa opção para quem quer segurança é usá-lo nos acessórios e calçados.

AMARELO

O amarelo é a cor que está ligada à prosperidade. Ele representa o ouro, a riqueza. É também responsável por estimular a inteligência, a criatividade e a capacidade de aprendizagem. Se você quer (e quem não quer?) muita prosperidade em 2012, aposte no amarelo!

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Esporte

Um

nocaute no DESTINO Hexa-campeテ」o Brasileiro de Kung Fu, Adgeferson Silva supera as dificuldades da infテ「ncia e se consagra como um dos melhores lutadores do Brasil.

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1 01. Adgeferson vence oponente de São Paulo, no estilo Boxe Chinês, no 22º Campeonato Brasileiro, realizado na capital federal.

Assim que saía do supermercado onde trabalhava, Adgeferson ia direto para o colégio, assistia às aulas e treinava Kung Fu. “Meu pai não queria que eu aprendesse Kung Fu. Ele tinha uma visão equivocada sobre a arte marcial, pensava que eu ficaria violento”, explica, com bom humor, Adgeferson. Os treinos eram puxados e na modesta estrutura de educação física do colégio, realizava suas corridas no “chão batido”. “Na escola havia duas quadras - uma coberta e outra ao ar livre. Treinávamos na quadra sem cobertura, no sol quente”, lembra. E os treinos aconteciam depois das aulas de educação física. Talvez por conta dessas adversidades, Adgeferson tenha adquirido um fôlego de tubarão – seus treinos “só de olhar cansam”, afirma um conhecido professor de educação física, na academia onde o atleta se prepara hoje. Não possuía um tênis adequado, o dinheiro quase não dava para a alimentação. Um patrocínio aqui, outro ali e o futuro campeão seguia treinando e dividindo seu tempo com os estudos e o trabalho. A partir de 1999, já mais bem preparado, nosso atleta começou a participar de campeonatos estaduais, regionais e do brasileiro, sempre na categoria combate. No primeiro campeonato estadual ficou em 3º lugar. Tinha apenas 14 anos. Aos 18 anos ingressou no Exército Brasileiro, uma das grandes conquistas, na opinião do atleta. Com o apoio dos oficiais da corporação que acreditaram no seu potencial, sua vida profissional e financeira deu um salto significativo para melhor. Passou a ter espaço e horário específico para treinar. O que seria um sacríficio para muitos, era essencial para o seu preparo físico. “Foi a fase mais importante da minha vida, consegui vários títulos por meio do exército”, revela.

Meu pai não queria que eu aprendesse Kung Fu. Ele pensava que eu ficaria violento.

No final da década de 1970, Rio Branco vivia a febre dos filmes de Bruce Lee que lotavam as matinês do Cine Rio Branco. Crianças e adolescentes sonhavam e eram influenciados pelo heroísmo, os golpes rápidos, o estilo agressivo, e o jeitão introspectivo do ator sino-americano. Na saída do cinema a euforia tomava conta dos garotos que tentavam reproduzir os gestos, os golpes e as expressões do mestre. O entusiasmo se estendia por toda a semana: nas conversas na escola, nos campos de futebol e onde mais pudessem se encontrar. Foi nesse cenário que os professores Ribeiro e Carlos, pioneiros instrutores de Kung Fu no estado, começaram a ensinar aquela geração. Trinta anos depois e, quem diria, o atual campeão brasileiro de Kung Fu é um filho do extremo oeste da Amazônia. Do Acre minha gente! Seu nome é Adgeferson Diniz Silva. Nascido em Sena Madureira, numa família pobre do interior, aos oito anos de idade, veio para Rio Branco tentar uma vida melhor trabalhando no Supermercado Luiz Galvez, vendendo peixe. Todos os dias cumpria a mesma rotina: acordava às quatro horas da madrugada, seguia para o supermercado, cumpria suas funções e somente à tarde conseguia tempo pra estudar no Colégio Afonso Pinto. Mais tarde, já na escola Serafim Salgado, Adgeferson veio descobrir a arte marcial que, sem saber, mudaria sua vida. Durante uma “peneira” na escola, foi escolhido pelos professores Jânio Lira e Dario Araújo, entre mais de cem alunos, para praticar Kung Fu num projeto social de incentivo ao esporte. Foi ali que, em pouco tempo, descobriu que a arte marcial chinesa era tudo o que ele queria.

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Durante as viagens, o dinheiro era limitado, a saudade de casa imensa, mas o otimismo e a perseverança não o abandonavam nunca. O desejo de vencer, de trazer medalhas para seu estado e a força de seus amigos eram suas principais motivações. Muitas viagens foram feitas através de rifas e cotinhas realizadas pelos próprios amigos e soldados do exército. Em todos os campeonatos que participou, quando não vencia, ficava entre os primeiros. Assim, passou a colecionar títulos e mais títulos, até chegar ao hexacampeonato brasileiro de Kung Fu na modalidade Box Chinês e em 2011, pela primeira vez, foi campeão também na modalidade “Shuaijiao”, conseguindo feito inédito como o primeiro acreano a ser campeão nas duas modalidades. “Meus patrocinadores - Bessa Terraplanagem, SNC, Mais Academia e Recol Motors, foram fundamentais para essas conquistas”, conta o atleta. “Adgeferson tem disciplina. Todo treinamento de atletas de alto nível passa por várias fases e em todas, ele se dedica ao máximo”, afirma a personal trainer Michele Miranda, que treinou nosso campeão na conquista do sul-americano do Chile, em 2009. Cada modalidade que Adgeferson participa tem um peso diferenciado, de acordo com a categoria. Na Shuaijiao o peso máximo é 82 Kg e no Box Chinês é de 80 Kg. Seu peso normal fica em torno de 86 a 88 Kg e tem que diminuir até 79 Kg para o momento da pesagem, que ocorre dias antes da competição. Por ser atleta da seleção brasileira, Adgeferson precisa, todos os meses, viajar para São Paulo e treinar na Universidade de Campinas – Unicamp. Hoje o atleta concilia os treinos (seis horas por dia) com o trabalho de segurança e de professor de arte marcial em uma academia local. No tempo livre treina gratuitamente mais de 120 crianças, jovens e adultos no Projeto Social Treinando Futuros Campeões na escola pública Glória Perez. “O esporte mudou minha vida. Hoje eu vivo através dele e agora estou passando o conhecimento que obtive ajudando outras pessoas. Sou fruto de um projeto social. Quem sabe o próximo campeão virá deste que estou realizando”, profetiza. Por meio do esporte o atleta viajou e conheceu muitos países: Portugal, Itália, Espanha, Uruguai, Argentina, Chile, Canadá. Pretende ir ao México no Pan-Americano em 2012 (o Pan do Kung Fu acontece separado, por ainda não ser considerado um esporte olímpico). Mas Adgeferson ficou

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4 02. Adgeferson em ação, no Shuaijiao; 03. Seleção Acreana de Kung Fu, e seu presidente Jânio Lira (de terno); 04. Comemorando a vitória na final da modalidade do Box Chinês.

fora do Mundial de Kung-Fu de 2011. Um dos melhores atletas acreanos na atualidade e campeão Brasileiro de Kung-Fu na competição realizada em Brasília, no mês de julho, não conseguiu recursos para o mundial na Turquia. Segundo o atleta, seria necessário um investimento de R$ 8 mil para disputar a competição com o mínimo de condições. Sem patrocínio, teve que desistir. “Não tenho muitos patrocinadores e chega um momento em que fica complicado. Recebo o apoio do Governo do Estado, mas era importante um complemento para evitar um desgaste que me prejudicaria e resolvi desistir do Mundial”, explicou o atleta. Nas palavras de Adgeferson, o Kung Fu não é apenas um esporte de competição, mas um hábito para a vida toda. Afasta o estresse, oferece agilidade, flexibilidade, queima calorias e, se levado a sério, garante títulos. “Para mim, o Kung Fu significa mudança. Mudou minha vida e continua mudando a vida de muitos jovens. Eu me sinto um espelho para outras pessoas, pois cheguei a um lugar onde ninguém do meu estado jamais chegou, mas pode!” O Acre, que conta com alguns dos melhores praticantes de Kung Fu do Brasil, está em 5º lugar no ranking brasileiro, graças ao esforço de bravos atletas, como Adgeferson Silva, determinado e movido por uma força de vontade extraordinária, que contribuiu para consolidar essa realidade.


Para mim, o Kung Fu significa mudança. Mudou minha vida e continua mudando a vida de muitos jovens.

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DEU

Notícias e Fatos Relevantes do Mês

ESCOLHIDA A ATRIZ QUE INTERPRETARÁ MARINA NO CINEMA - Sucesso em Cordel Encantado, da Rede Globo, a pernambucana Lucy Ramos, de 28 anos foi escolhida pela cineasta Sandra Werneck para interpretar a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva no filme Marina e o Tempo, como divulgamos na 1ª Edição de Amazônia S.A.. Segundo confirmou a assessoria de imprensa da atriz, Lucy concorreu ao papel com nomes de peso como Dira Paes, e Vanessa Giácomo. O longa, que deve estrear em 2013, ainda pode contar com Wagner Moura (Tropa de Elite) no elenco, interpretando o líder seringueiro Chico Mendes. A senadora aprovou o teste de Lucy Ramos e ficou encantada com o resultado. “Estou muito feliz, conhecendo a Marina Silva a cada dia que passa, por meio do seu livro (Marina - A Vida por Uma Causa, de Marília de Camargo César). Assim que vejo um pouquinho mais dela, o interesse aumenta”, disse a atriz. Em 1º de outubro.

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O QUE

FALAR PRIMEIRA CARGA DE VERDURAS VIA INTEROCEÂNICA CHEGA A RIO BRANCO – Um fato histórico para o comércio entre Acre e Peru foi a chegada da primeira carreta com 25 toneladas de cebola branca do Peru a Rio Branco - Acre. A entrega foi feita pela Trader UNB-PERU representada pelo advogado Francisco Pantigoso da Silveira ao Supermercado Araújo. A entrega marca o início do comércio internacional que traz vantagens tributárias e logísticas tanto para o Brasil quanto para o Peru, através da Interoceânica. O carregamento de cebola chegou ao Supermercado Araújo, líder no comércio de hortifrúti no Acre e Rondônia. A experiência permite confirmar a viabilidade da estrada para levar produtos peruanos de alta qualidade ao Acre, Rondônia e Amazonas e vice-versa. Em 17 de outubro.

MORRE O HUMORISTA ACREANO JOSÉ VASCONCELOS - Nascido em Rio Branco, José Tomás da Cunha Vasconcelos, ou simplesmente “Zé Vasconcelos” fez sucesso na “Escolinha do Professor Raimundo”, como o gago Rui Barbosa Sá-Silva. O humorista começou a carreira no Rádio e ganhou destaque fazendo personagens gagos. Sua última aparição na TV foi na “Escolinha do Barulho”, da Record, em que viveu o mesmo personagem. Zé ganhou fama pelas imitações das vozes de locutores e artistas. Em 1958 começou a apresentar-se em casas de espetáculos em todo o Brasil. Para quem não sabe, José Vasconcelos foi um dos pioneiros do “STAND UP” aqui no Brasil. Seu show era simples, apenas ele e a plateia, nada de piadas ofensivas, o riso vinha fácil com situações do cotidiano contadas de forma brilhante por alguém que já nos fazia rir apenas com os gestos. Vasconcelos faleceu em decorrência da doença de Alzheimer, aos 85 anos. O humorista deixa sua esposa, Dona Irene, e quatro filhos. Em 12 de outubro.

Outubro/2011

DEBATE SOBRE MANEJO MADEIREIRO NO ANTIMARY REPERCUTE NA IMPRENSA NACIONAL – As denúncias levantadas pelo deputado Major Rocha (PSDB-AC) de que o manejo florestal madeireiro realizado pela Indústria Laminados Triunfo, na Floresta Estadual do Antimary estaria eivado de irregularidades repercutiram na edição número 2.188, da Revista Isto É. Ato contínuo, centenas de trabalhadores da própria Triunfo e da Madeireira Ouro Verde, acompanhados de estudantes do curso de engenharia florestal da Universidade Federal do Acre lotaram as galerias da Assembleia Legislativa, no dia 20 de outubro, para protestar contra “os ataques ao manejo do Acre”. A Laminados Triunfo é acusada de não pagar um preço justo pela madeira retirada, cujo valor é repassado aos 53 moradores da floresta, além de causar danos ambientais na bacia do Riozinho do Rola, principal afluente do Rio Acre. A continuidade da certificação da Triunfo, maior exportadora de madeira do Acre para os mercados da Europa e da China, está ameaçada em decorrência dessas denúncias. Em 20 de outubro.


DEU

Notícias e Fatos Relevantes do Mês

GOVERNO DO ACRE ANUNCIA A ABERTURA DEFINITIVA DA BR 364 INTEGRANDO VALES DO ACRE E JURUÁ - Pela primeira vez em 43 anos o trânsito de veículos pela BR 364 não será fechado durante o inverno Amazônico. O fato histórico foi anunciado pelo Governador Tião Viana nos últimos dias de outubro. Uma carreata marcou também a imprimação dos últimos 80 km da estrada que tem previsão de conclusão total no primeiro semestre de 2012. A estrada ligando o Acre à Rondônia foi iniciada na década de 1960. Em 2011, o Acre realiza sua integração definitiva de ponta a ponta. Nos últimos quatro anos foram investidos R$ 1,1 bilhão na BR-364. Neste ano os investimentos chegam a R$ 300 milhões. Em 1º de novembro.

O QUE

FALAR

Novembro/2011

AMAZÔNIA ENTRA EM LISTA PRELIMINAR DAS 7 MARAVILHAS DA NATUREZA – A Amazônia e as Cataratas do Iguaçu foram escolhidas no dia 11 de novembro como duas das Sete Novas Maravilhas da Natureza. Milhares de pessoas votaram pela internet e por mensagens de texto. A nova lista é completa com: baía de Halong, no Vietnã; Parque Nacional de Komodo, na Indonésia; a ilha de Jeju, na Coreia do Sul; a Montanha da Mesa, na África do Sul; e o rio subterrâneo de Puerto Princesa, nas Filipinas, segundo os resultados da votação preliminar divulgada pelo site “new7wonders.com”. A organização do concurso, iniciativa do empresário suíço Bernard Weber, advertiu, no entanto, da possibilidade de haver mudanças na relação, pois os resultados da votação até agora são provisórios e ainda devem ser validados. Em 11 de novembro de 2011.

DEU NO FANTÁSTICO: MPF INVESTIGA SUMIÇO DE VERBAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - Ao todo, 46 obras da universidade intermediadas pela Fundação Rio Madeira – a Riomar, estão paradas ou atrasadas, segundo o Ministério Público Federal, por conta do sumiço de verbas avaliadas em R$ 2,4 milhões que deveriam ter sido utilizadas em dezenas de projetos da Universidade. O escândalo provocou uma greve de professores que já dura dois meses, a ocupação da reitoria pelos estudantes e 14 ações civis e penais na Justiça estadual. Para o Ministério Público de Rondônia, a Riomar, criada para apoiar os projetos da universidade, virou uma organização criminosa que saqueou o dinheiro da instituição. “A Universidade Federal de Rondônia é um ótimo exemplo de que as fundações só servem para desviar dinheiro, porque a universidade está caindo aos pedaços”, denuncia o promotor Pedro Abi-Eçab. Por conta da repercussão nacional do escândalo, o reitor da Unir, Januário Amaral, apresentou sua renúncia, na quarta-feira, dia 23. Em 23 de novembro.

EM BELÉM, POPULAÇÃO HOSTILIZA MOVIMENTO PRÓ-DIVISÃO DO PARÁ – A capital do Pará foi palco de carreatas e manifestações contrárias e favoráveis à divisão do estado em outros dois: Carajás (sudeste) e Tapajós (oeste). A mobilização foi a primeira carreata do movimento pró-divisão. Em contrapartida, diversos moradores da capital, portando bandeiras do Estado e panfletos, vaiaram o movimento favorável à cisão. No dia 11 de dezembro, a população do Pará vai às urnas votar se deseja a criação de mais outros dois Estados a partir de seu território. O governador Simão Jatene (PSDB) é contrário à divisão: “Não posso aceitar que a luta pela divisão do território se transforme em divisão do nosso povo”, diz. Segundo pesquisa Datafolha realizada no dia 11 de novembro, 58% da população do estado é contra a divisão, enquanto há 33% a favor. Em 20 de novembro.

TRE/RR JULGA PEDIDO DE CASSAÇÃO DO GOVERNADOR JOSÉ DE ANCHIETA JÚNIOR (PSDB) E DO VICE CHICO RODRIGUES – O julgamento da ação proposta pelo Ministério Público Eleitoral em Roraima que pede a cassação do governador Anchieta Júnior (PSDB) e do vice, Chico Rodrigues (sem partido), movimenta o noticiário em Roraima. Até o fechamento desta edição, o relator Erick Linhares e o revisor Jorge Fraxe tinham votado pela cassação do governador. Na ação, o MPE acusa Anchieta da compra irregular de 45 mil camisetas amarelas, do pagamento de mais de R$ 5 milhões para pessoas contratadas para supostamente trabalhar em sua campanha e pela contratação irregular da empresa de transporte de valores TRANSVIG para guardar os recursos usados para pagar o pessoal contratado. Para a Defesa, a Corte Eleitoral precisa observar o princípio da coerência, pois em julgamento anterior o Ministério Público Eleitoral entendeu que a compra das camisetas pelo então candidato tucano não consistia em crime eleitoral. A defesa do vice-governador alega que o Banco do Brasil informou, durante o período de campanha, que não dispunha de cheques em quantidade suficiente para fornecer a todos os candidatos, por isso parte dos recursos foram pagos em espécie. Em 23 de novembro.

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“Em Durma bem e acorde para a vida, temos uma revisão da fisiologia do sono, assim como dos problemas que o afetam, entre eles, a insônia, numa linguagem acessível ao público leigo. Também temos várias experiências relatadas – como a da autora e as de outros pacientes que lidaram com esse problema – o que o coloca na realidade do dia a dia, assumindo uma linha pragmática. Assim, escapamos da teorização fria e distante que ás vezes encontramos nos livros sobre saúde ou medicina.” Dr. Alex Botsaris, autor de Medicina Ecológica

DURMA bem e ACORDE para a VIDA Tratamentos alternativos eficazes para a insônia

P

ara se ter uma boa saúde é fundamental desenvolver o hábito de dormir bem, o que não é nada fácil para muitas pessoas. Relaxar e se entregar a horas, seguidas, de repouso profundo é cada vez mais difícil diante das inúmeras demandas de nossos tempos. Diversas pesquisas científicas, atestadas pela experiência individual de milhares pessoas ao redor do mundo, comprovam que a insônia é um dos fatores que contribuem para o desenvolvimento de distúrbios de saúde como infarto, aterosclerose, queda da imunidade, entre outros. Depressão, ansiedade, pressão alta e obesidade também estão, muitas vezes, relacionadas à dificuldade de dormir. É durante o sono que nosso organismo se fortalece, para que possamos ter uma estrutura física e psicológica saudável para enfrentar um novo dia. Os problemas modernos apresentam uma contradição: enquanto as exigências do trabalho tomam a maior parte do tempo, o lazer – cada vez mais tecnológico – é um grande estímulo, que desencadeia complexas reações neurológicas. O estresse e as distrações fazem com que seja quase impossível

DISFUNÇÕES OCASIONADAS PELA INSÔNIA: • • • • •

Depressão; Ansiedade; Pressão alta; Obesidade; Mau Humor

dormir uma noite de sono tranquilo. O resultado dessa combinação é, na maior parte dos casos, a insônia. Em Durma bem e acorde para a vida – tratamentos alternativos eficazes para a insônia - Sandra Rosenfeld*, terapeuta e autora de “O Que É Meditação”, busca compreender as causas da insônia e os melhores tratamentos para curá-la. Sandra propõe diversas técnicas e terapias alternativas para tratar a insônia, como a meditação e a ioga, além das medicinas tradicionais chinesa e indiana Sandra Rosenfeld sofreu desse mal por um longo tempo. Mas, com ajuda da meditação e de terapias alternativas, venceu esse obstáculo, que consumia a força necessária para encarar as tarefas diárias. Seu objetivo neste livro é relatar suas experiências, complementadas por artigos e depoimentos, para ajudar quem precisa se livrar da insônia. Quando não dormimos bem, nossa capacidade de concentração, raciocínio e memória também reduzem significativamente, atrapalhando no desempenho profissional e na vida particular. Durma bem e acorde para vida é uma leitura que vai ajudar a redescobrir (ou descobrir) o prazer e os benefícios de uma boa noite de sono. RESULTADOS DE UMA BOA NOITE DE SONO: • • • • •

Concentração; Vitalidade; Melhora do Raciocínio; Melhora do Humor; Melhoria do Desempenho Profissional.

* Sandra Rosenfeld é escritora, terapeuta como instrutora de meditação, coach pessoal e promove cursos e workshops com foco em qualidade de vida. Começou a se interessar por livros de auto-ajuda ainda na adolescência – o que acabou provocando mudanças significativas em sua vida. Após curar-se da insônia, decidiu relatar sua história para ajudar leitores que sofrem do mesmo mal.

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FEIRA DAS AMÉRICAS E CONGRESSO BRASILEIRO DAS AGÊNCIAS DE VIAGEM Todos os cantos do Brasil se encontram na maior feira de turismo das Américas

A

Associação Brasileira de Agências de Viagens - ABAV vem promovendo, ao longo dos anos, atividades que contribuem com o desenvolvimento do turismo brasileiro, tornando-se a associação mais representativa do setor. Dentre essas ações está a Feira das Américas, onde uma vez por ano, profissionais de turismo se reúnem na cidade cartão postal do Brasil para trocar informações, conhecer novos produtos e ter contato com as principais tendências do mercado do turismo – agora ainda mais promissor em virtude da Copa de 2014 e das Olímpiadas do Rio, em 2016. Simultaneamente ocorre o 39º Congresso Brasileiro de Agências de Viagens com palestras e discussões, preparando os profissionais para o futuro dessa indústria. Em 2011 o evento teve momentos emocionantes em sua tradicional abertura. Carlinhos de Jesus e sua trupe coreografaram o Hino Nacional em passos de samba, com as cores da bandeira e o gingado brasileiro. A atriz Camila Pitanga também participou da abertura esclarecendo o tema do congresso: Brasil bem sucedido, novas oportunidades e atitude para o turismo. Porém, o grande momento ficou sob a responsabilidade da apresentadora Xuxa Meneguel, que através de sua fundação, entidade comprometida com inúmeras causas sociais, integrou o pacto do enfrentamento contra o turismo sexual no Brasil. Sobre a adesão ao Pacto, o presidente da Abav, Carlos Alberto Amorim Ferreira, declara: “lutar contra este mal que afeta e desrespeita nossa sociedade, nossas crianças e prejudica drasticamente a imagem do Brasil é um dever, uma obrigação da Abav, dos agentes de viagens e de qualquer profissional de turismo e de todos os brasileiros”.

Para alinhar a dinâmica de abertura ao tema central, a cerimônia destacou em seu cenário outro brasileiro bem sucedido: o pintor Cândido Portinari (1903 – 1962) e seus monumentais painéis “Guerra” e “Paz” (presentes do governo brasileiro para a sede da Organização das Nações Unidas, em 1956). Trata-se da mais importante obra do pintor brasileiro, instalada no hall de entrada do prédio da ONU, em Nova York (EUA). Durante os três dias do congresso foram realizadas oficinas temáticas sobre tecnologia, gestão de negócios e segmentação de mercado. Já na Feira das Américas, foram disponibilizados serviços e destinos de 800 expositores (governos, operadoras de turismo, agências, entre outros) de todas as partes do mundo para um público de mais de 24 mil profissionais em busca de novos produtos, networking e negócios. AMAZÔNIA S/A.

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Histórias de Fronteira

Um

AMOR

Sem FRONTEIRA por Izabela Tapeocy ]

A comovente, engraçada e inusitada história de amor entre um guia turístico peruano e uma acreana que começou devido a uma hérnia escrotal e terminou numa lua de mel pelos andes – de bicicleta!

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A HISTÓRIA QUE VOCÊS LERÃO AGORA, PODERIA SER TEMA DE UM FILME OU LIVRO. EM TEMPOS DE AMORES SUPERFICIAIS E INSTANTÂNEOS, O ROMANCE DO PERUANO CÉSAR AUGUSTO INOCENTE BERNEL 40 E DA BRASILEIRA REGISLENE DUTRA DA SILVA 33 É RICA EM SITUAÇÕES INUSITADAS, DRAMÁTICAS, ENGRAÇADAS E EMOCIONANTES.

C

ésar Augusto é guia turístico na cidade histórica de Cusco. Algum tempo atrás descobriu que estava com uma hérnia inguino-escrotal bilateral. Ao procurar ajuda médica teve uma desagradável surpresa: mesmo no sistema público de saúde peruano o paciente tem que pagar pelo atendimento. A cirurgia ficaria em torno de 20 mil soles (cerca de R$ 13 mil reais), dinheiro que César não conseguiria levantar tão cedo. A esperança surgiu quando alguns turistas brasileiros indicaram a César que viesse ao Acre, com informações de que no Brasil ele conseguiria fazer a cirurgia na rede de saúde pública, sem custo algum. Sem pensar duas vezes, César Augusto juntou suas economias, uma pequena bagagem e seguiu de bicicleta via Interoceânica, que na época ainda não estava concluída. Ao total, foram 38 dias de viagem, pois entre as pedaladas, o descanso tinha que ser bem aproveitado, devido à doença. “Eu sentia muita dor, por isso não conseguia pedalar por muito tempo”, afirma. Chegando à fronteira com o Brasil, no município de Assis Brasil – Acre, a polícia concedeu visto de apenas 30 dias, prazo insuficiente para um tratamento médico, mas para quem sofria com a hérnia, já era alguma coisa. César chegou à Rio Branco, capital do Acre, praticamente sem dinheiro. Enquanto aguardava o atendimento médico, teve que se acomodar de alguma forma. Conseguiu ficar durante uma semana no alojamento do Corpo de Bombeiros, depois na casa de estranhos. Quando não tinha mais nenhum luAMAZÔNIA S/A.

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gar para dormir, o guia peruano passou a se abrigar em um banheiro público, no Parque da Maternidade de Rio Branco. Você deve estar se perguntando “por que nosso amigo peruano não procurou emprego?” Sim, ele tentou. Com o visto de turista, e ainda doente – com hérnia numa região incômoda - não conseguiu arranjar nada. Tudo parecia perdido. Ainda estava na lista de espera para o atendimento médico, o visto vencendo, não tinha onde ficar e o pouco dinheiro que lhe restava mal dava para o próprio alimento. Caminhando pelo Parque da Maternidade, descobriu a Biblioteca da Floresta - um dos pontos turísticos do Acre - com internet gratuita, um de seus passatempos favoritos. Foi neste local que a sorte de César Augusto começou a mudar e sua história deu uma guinada de 180°! Em uma de suas idas à biblioteca para acessar a internet, César teve dificuldades em ajustar sua cadeira. Foi nessa hora que surgiu a pessoa que seria um anjo em sua vida. Regislene estava na biblioteca e ofereceu ajuda com a cadeira. Depois de ajustar o assento, iniciaram uma conversa que fluiu naturalmente, como se fossem velhos conhecidos, e César – que é bem falador, diga-se, contou toda sua trajetória à nova amiga. Regislene ficou impressionada com tudo que ouviu e se propôs a ajudá-lo, já que conhece muitas pessoas na cidade. “Eu duvidei que ela voltaria, pois muitas pessoas tinham me prometido ajuda, mas nunca retornaram”, lembra César com lágrimas nos olhos. Regis provou que agiria diferente e voltou a encontrá-lo.

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A ajuda da amiga brasileira foi crucial. César não tinha onde morar e ainda teria que fazer uma cirurgia. Regislene tentou conseguir um abrigo para ele, mas os conhecidos na cidade estavam superlotados. Nesse impasse ela alugou um pequeno quarto, conseguiu doações para os móveis necessários e já estava com a cirurgia do novo amigo agendada. Mas ainda faltava a imigração, já que o visto de César estava vencido. Mais telefonemas foram feitos e, finalmente, conseguiram a legalização de César no Brasil pelo tempo necessário para a cirurgia e sua recuperação. A cirurgia foi realizada felizmente a tempo, uma vez que na sala cirúrgica do Hospital das Clínicas – antiga Fundhacre, mais uma descoberta: os médicos informaram que se o procedimento tivesse sido adiado mais alguns dias, César poderia não ter sobrevivido. A recuperação durou quatro meses e Regis cuidou dele durante todo este período. E o sentimento entre os dois ia crescendo. Depois de recuperado, César Augusto voltou para Cusco, no Peru. A amizade entre eles não foi abalada, pois conversavam todos os dias pela internet. A insistência de César por uma visita dela à cidade turística peruana continuou até que Regis finalmente aceitou o convite. Ela passou 10 dias em Cusco e depois retornou ao Brasil. A separação entre os dois foi de três meses, mas César não agüentou a saudade e pediu Regis em namoro... e mais: para que ela fosse morar com ele no Peru. Ela foi. Casaram-se em agosto de 2011. E a viagem de lua-demel foi realmente inesquecível. O novo casal decidiu fazer o caminho de volta ao Brasil em duas rodas, mas não de moto, e sim de bicicleta.


UMA LUA-DE-MEL RADICAL A viagem feita a pedaladas durou 28 dias. O mais incrível é que Regislene não tinha preparo físico para esse esporte, mas mesmo assim topou o desafio. Saíram de Cusco, via interoceânica, com suas magrelas, pouca bagagem - apenas com algumas roupas para frio e calor, devido às alterações de clima durante o percurso. Ainda no Peru, um dos pontos mais críticos foi a subida a 3.500 metros de altitude. Estava chovendo granizo, o pedal da bicicleta de Regis tinha quebrado, portanto continuar era um risco - a subida era muito íngreme e o frio intenso. Estavam com roupas de frio, sacos plásticos para se protegerem da chuva e luvas. “Nós tínhamos apenas um par de luvas especiais para frio e estava com o César, devido ao problema que ele tem de pressão baixa”, explica Regis. Neste momento, as mãos de Regis adormeceram até ao ponto de não senti-las. César ofereceu as luvas especiais, mas pouco adiantou. Eles tinham que se aquecer. No meio do nada, Regis se ajoelhou e clamou a misericórdia divina. E Ele respondeu. “A chuva parou, e o céu se abriu. “Agradeci e Deus e cantei louvores naquele momento”, lembrase emocionada. Dali avistaram um pequeno casebre onde conseguiram abrigo e puderam se aquecer, evitando a hipotermia. Na aventura encontraram figuras engraçadas como o brasileiro que fazia o mesmo percurso, só que ao contrário - BrasilPeru, com uma bicicleta totalmente despreparada. Um casal de espanhóis em excursão romântica. E outras figuras exóticas que não teríamos espaço para descrever nesta edição. Outro fato marcante foi a solidariedade que encontraram nas cidades e vilarejos por onde passaram. Houve uma família que insistiu muito que eles levassem como suprimento um gigantesco cacho de bananas, o que seria impossível por conta do peso! Teve mais um personagem interessante, como o senhor que os recebeu em sua casa como se fossem amigos há anos e ainda ofereceu estadia em um de seus hotéis que ficava na cidade seguinte. “Gostei muito da população de Puerto Maldonado, são muito receptivos”, lembra César. E a viagem de volta? Sim voltaram, mas desta vez de ônibus, para relaxar e aproveitar a paisagem ainda mais. AMAZÔNIA S/A.

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Final Palavra

O poder da

gentileza

Até hoje os funcionários de um frigorífico contam a história de certo empregado que foi inspecionar a câmara fria ao final do expediente de trabalho e ficou preso dentro dela quando, por descuido seu, deixou que a porta se fechasse. Ele gritou pedindo socorro, esmurrou a porta com toda a força possível, mas infelizmente ninguém o ouviu durante as cinco horas seguintes, pois todos os funcionários já estavam retornando para suas casas. E o pior, debilitado pelo frio intenso, começou a desacreditar que pudesse permanecer vivo naquela temperatura que já se tornava insuportável. Quando os últimos suspiros de vida se lhe esvaiam, ainda conseguiu enxergar o vigia que abriu a porta da câmara e o resgatou daquele ambiente a tempo de salvá-lo da hipotermia. Mas, o que mais chamou a atenção de todos é que abrir a porta da câmara não fazia parte da rotina de trabalho do vigia. Ao ser questionado a respeito, ele explicou: “Trabalho nesta companhia há 35 anos e centenas de empregados entram e saem daqui todos os dias. Ele é o único que me cumprimenta ao chegar pela manhã e se despede de mim ao sair”. E o vigia continuou: “Hoje logo cedo ele disse ‘Bom dia’ quando chegou, contudo não se despediu de mim na hora da saída. Imaginei que poderia ter-lhe acontecido algo. Por isto o procurei e o encontrei.” Retornar a ligação de alguém, agradecer com sin-

ceridade àquele que lhe fez algo, dizer “por favor”, “com licença” ou “até logo” custa muito pouco às pessoas em seu dia a dia e rende preciosos dividendos nos relacionamentos. O problema é que, inebriados pelo automatismo da correria desenfreada, muitos nem sabem como sua vida e seu trabalho podem ser diferentes se adotarem gestos cordiais. As pessoas mais lembradas geralmente são aquelas que conservam interesse genuíno pelos outros e, por conseguinte, lhes dedicam atenção especial e simplicidade. É o caso de alguém que telefona para dar felicitações ao aniversariante em vez de apenas encaminhar um frio e-mail. Ou também como aquele que toma o cuidado de chamar as pessoas pelo nome e não as interrompe enquanto estão falando. É claro que as ferramentas de tecnologia podem nos ajudar tremendamente. Se a internet e o telefone celular distanciam cada vez mais as pessoas em alguns casos, há muita gente aproveitando estes mesmos recursos para delas se aproximar. As ferramentas estão à disposição, o que falta é bom senso para utilizá-las corretamente. Muito se fala acerca de networking hoje em dia e dos seus benefícios, entretanto é praticamente impossível desenvolver uma rede duradoura de relacionamentos profissionais se comportamentos simples e que facilitam a boa convivência não forem praticados, afinal de contas gentileza gera gentileza.

Wellington Moreira

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www.caputconsultoria.com.br



Rio Branco

indica Agência de Viagens

Agência de Viagens Alimentação Beleza e Estética Casa e Decoração

CVC Turismo End: Av. Getúlio Vargas, 2015 – Bosque, Rio Branco, AC Fone: 68 3223 0001

Morais’ Tur - Agência de Turismo Rua: Mal. Deodoro, 825 – Centro, Rio Branco - AC Fone: 68 3223 6161 | 3223 6820

TAM VIAGENS End: Rua Rui Barbosa, 450, Centro, Pinheiro Palace Hotel - Rio Branco/AC Fone: 68 3224 8552

VIAJE End: Rua Rui Barbosa, 51 – Centro, Rio Branco - AC Fone: 68 3212 2600

Construção e Reforma Educação e Cursos

Eventos Informática e Eletrônicos Gastronomia

Alimentação

Hotéis

Moda e Acessórios Publicidade Saúde

SUPERMERCADO ARAÚJO (Loja Bosque) Rua: Rua Isaura Parente, 722 – Bosque, Rio Branco -AC Fone: 68 3216 3100

CAFÉ ZAIRE Rio Branco – AC Fone: 68 3224 9034

Beleza e Estética

Comerciais, VT’s Documentários e Programas Design Gráfico, Criação de Logomarcas, Foto Publicidade

ADCOS - Cosmética de Tratamento End: Travessa Guaporé, 179, Loja 3 – Bosque, Rio Branco – AC Fone: 68 3901 6311

CONTÉM 1G End: Av. Ceará, 833 – Aviário, Rio Branco-AC Fone: 68 3222 8000

Agenciamento de Talentos, Campanhas Publicitárias Propagandas, Spot’s e Jingle’s Desenvolvimento de Sites Assessoria de Comunicação e Marketing Consultoria Empresarial Eventos e Cerimonial

www.acresa.com.br

68. 3224 0882

HAIR CLUB End: Rua João XXIII, 753 – Bosque, Rio Branco – AC Fone: 68 3224 3539

YES COSMETICS ! End: Avenida Getúlio Vargas, 1245 – Bosque, Rio Branco – AC Fone: 68 3028 1300


Casa e Decoração

DANTAS COLCHÕES MAGNÉTICOS End: Rua Isaura Parente, 721 – Bosque, Rio Branco – AC Fone: 68 3227 7966

CORTINAS & CIA End: Rua São Marcos, 91 – Isaura Parente, Rio Branco – AC Fone: 68 3226 2632

PROBEL End: Rua Cel. José Galdino, 626 – Bosque, Rio Branco – AC Fone: 68 3222 6969

DECORE DESIGN End: Av. Getúlio Vargas, 1178, Loja B – Bosque, Rio Branco – AC Fone: 68 3224 8140

SIMONETTO DESIGN - Móveis Planejados End: Av. Isaura Parente 1254 - Rio Branco, AC Fone: 68 3226 5538

TODESCHINI - Móveis Planejados End: Av. Getúlio Vargas, 1666 – Bosque, Rio Branco – AC Fone: 68 3223 1222

Construção e Reforma

IMPERPISOS End: Av. Nações Unidas, 1991 - Estação Experimental, Rio Branco - AC Fone: 68 3224 0106

HEBERT COSTA Fone: 68 8402 6009

PLASACRE End: Rod. Br 364, Km 4, 9023 - Parque Industrial, Rio Branco - AC Fone: 68 3221 4558

MADRIL End: Rua Minas Gerais, 1186 - Ivete Vargas, Rio Branco - AC Fone: 68 3224 0359

SILTY End: Rua Lua,185, Rio Branco – AC Fone: 68 3223 0110

TL Engenharia End: Rua F. da Cunha,204 - Vila Ivonete, Rio Branco – AC Fone: 68 3224 1222

Educação e Cursos

AUDECON End: Rua Hugo Carneiro, 401 - Bosque - Rio Branco – AC Fone: 68 3224 0046

SEBRAE End: Rua Rio Grande do Sul, 109 – Centro, Rio Branco – AC Fone: 0800 570 0800

UNINORTE ACRE End: BR 364 Km 02 - Al. Hungria, 200 - Jardim Europa II, Rio Branco – AC Fone: 68 3302 7070

LIVRARIA PAIM End: Rua Rio Grande do Sul, 311 - Centro - Rio Branco - AC Fone: 68 3224 3432

LIVRARIA NOBEL End: Av. Getúlio Vargas, 613 – Centro, Rio Branco – AC Fone: 68 3223 5005

SESCAP End: Rua Marechal Deodoro, 197 - Centro - Rio Branco - AC Fone: 68 3224 1005

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Eventos

(Cerimonial)

AFA JARDIM – CULTURA E GASTRONOMIA End: Rua Silvestre Coelho, 200 - Bosque, Rio Branco - AC Fone: 68 3224 1396

AGÊNCIA S.A. COMUNICAÇÃO E NEGÓCIOS End: Av. Ceará, 1667 - Bosque, Rio Branco – AC Fone: 68 3224 0882

MAISON BORGES End: Av. das Acácias, s/nº - Distrito Industrial, Rio Branco - AC Fone: 68 3229 7000

AMV STUDIO Fone: 68 3227 1247

BIAU SOM Fone: 68 9985 2675

JB SOM End: Tv. Cap. Ciríaco, 93 - Bairro VI de Agosto - Rio Branco - AC Fone: 68 3324 2114

DIVULGUE

AQUI KAMPÔ - PROMOÇÕES E EVENTOS End: Rua Ns. Conceição, 451 - Bairro XV - Rio Branco - AC Fone: 68 3324 1999

A SUA EMPRESA

NAYARA MENEZES - FOTOGRAFIA Fone: 68 8403 4480

Informática e Eletrônicos DIVULGUE

AQUI C COM SHOPPING End: Avenida Ceará, 3059, Abrão Alab – Rio Branco, AC Fone: 68 3302 1000 | 3302 1010

SUPER SOM End: Av. Getúlio Vargas, 1282 – Bosque, Rio Branco – AC Fone: 68 3244 1429

A SUA EMPRESA

Gastronomia

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ÁGUA NA BOCA End. Avenida Nações Unidas, 672 – Bosque, Rio Branco – AC Fone: 68 3224 7475

INÁCIO’S RESTAURANTE End. Rua Rui Barbosa, 82 – Centro, Rio Branco – AC Fone: 68 3223 7191

SHIRAKAWQ End: Rua Cupuaçu, 118 - Morada do Sol, Rio Branco - AC Fone: 68 3223 1995

O PAÇO RESTAURANTE End: Parque da Maternidade, Lot. 01 – Centro, Rio Branco – AC Fone: 68 3028 0001

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YOI! Rolls & Temaki End: Rua Marechal Deodoro, 984 - Centro, Rio Branco AC Fone: 68 3028 3475

RESTAURANTE PÃO DE QUEIJO End: Av. Nações Unidas, 2041 - Estação Experimental, Rio Branco – AC Fone: 68 3226 6655


Hotéis

HOTEL GUAPINDAIA (Centro) End: Rua Floriano Peixoto, 550 – Centro, Rio Branco – AC Fone: 68 3223 5747 | 322 -5701

PINHEIRO PALACE HOTEL End: Rua Rui Barbosa, 469 - Centro, Rio Branco - AC Fone: 68 3214 7100

SWAMY HOTEL End: Av. Rui Barbosa, 396 – Centro, Cruzeiro do Sul – AC Fone: 68 3322 6166

Moda e Acessórios

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