PONTES,LAÇOS E ABRAÇOS

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PONTES, LAÇOS E ABRAÇOS:

O INSTITUTO CULTURAL DA DINAMARCA NO BRASIL



PONTES, LAÇOS E ABRAÇOS: O INSTITUTO CULTURAL DA DINAMARCA NO BRASIL


© 2021 Det Danske Kulturinstitut I N ST I T U TO C U LT U R A L DA D I N A M A RC A Rua Oscar Freire 379, conj. 32 CEP 01426-001 – São Paulo – SP www.danishculture.org.br dki@danishculture.org.br

TEXTOS ORIGINAIS

Maibrit Thomsen Anders Hentze Equipe do ICD ORGANIZAÇÃO

Rodrigo Gerstner PROJETO GRÁFICO

Iago Sartini FOTOS Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Pontes, laços e abraços : o Instituto Cultural da Dinamarca no Brasil / organização Rodrigo Gerstner. -- 1. ed. -- São Paulo : Instituto Cultural da Dinamarca, 2021. ISBN 978-65-995031-0-8 1. Artes 2. Dinamarca - Cultura 3. Instituto Cultural da Dinamarca no Brasil I. Gerstner, Rodrigo. 21-66289

CDD-948.981

Índices para catálogo sistemático: 1. Brasil : Instituto Cultural da Dinamarca : História 948.981 Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129

Igor Siqueira (capa – show da Baiana System – e DANSK!!BR págs. 12 a 17), Manuela Salazar (Ponte Nórdica págs. 19 e 20), Lorena Costa (CineKlap pág. 22), Francisco Alves de Souza (Rio 2016 págs. 30 e 31), Luisa Santosa (Dinâmica Dinamarquesa, pág. 32 e 33), Rebecca Alves (Diálogos Nórdicos, pág. 49), Ramon Vellasco (Vida Local Rio, pág. 53) e Equipe do ICD. APOIO

Embaixada Real da Dinamarca no Brasil


ÍNDICE

07 08 09 10 12

Palavras do Embaixador da Dinamarca no Brasil Palavras da CEO, 2019– Palavras do Secretário-Geral, 2018 Palavras da Diretora, 2009–2020 Palavras do Country Manager, 2021–

14 21 21 23 25 26

FESTIVAL DANSK!!BR – Comemoração de 10 anos do ICD no Brasil CINEMA Festival Ponte Nórdica Cineklap Caravana Dinamarquesa / Cinema para Todos Festival Buster

27 27 31

ARTES CÊNICAS Dança DK Canal Curumim

32 34 34 36 36 37 37 38 39 40 41 42 43

JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016, um capítulo à parte... MÚSICA Dinâmica Dinamarquesa Jacob Anderskov 2009 Tine Rehling IMostra da Música Dinamarquesa Musical Bridges Ciclo 2014 Carl Nielsen 150 anos We Like We Scenatet 2019 Lars Møller & Jazz Explorer Trio Invasão Nórdica

44 45 46 47 48 48 49 50 51 52

ARTES, DESIGN, ARQUITETURA & SOLUÇÕES URBANAS Drive-in Rio Dansk 01 Dream on Wheels It’s a Small World Culture | Futures Uma Casa Real Moderna Veias Diálogos Nórdicos EUNIC

54 58

ICD 2.0 AGRADECIMENTOS



PALAVRAS DE

Nicolai Prytz

EMBAIXADOR DA DINAMARCA NO BRASIL

Nos últimos anos, temos experimentado um interesse crescente do Brasil pela Dinamarca e pelos valores dinamarqueses. Nosso estilo de vida – com a popularização do “hygge” —, nossa abordagem sustentável para o crescimento econômico e nosso alto nível de igualdade, transparência e bem-estar despertam o interesse dos brasileiros. O Instituto Cultural da Dinamarca assume um papel de liderança na utilização desse impulso para promover a arte, o design e a cultura dinamarqueses em um diálogo intercultural forte entre os dois países. Pessoalmente, tive o prazer de acompanhar o Instituto Cultural da Dinamarca desde sua exploração inicial de oportunidades no Brasil. Eu assisti como o Instituto se desenvolveu de uma unidade experimental para um instituto profissional, com equipe altamente engajada e que continuamente encontra novas maneiras de apresentar as artes e a cultura dinamarquesas para o público brasileiro. Hoje, o Instituto Cultural da Dinamarca é um parceiro próximo e muito querido da Embaixada Real da Dinamarca em Brasília. Além disso, o Instituto é um parceiro indispensável para nossa colaboração com as outras embaixadas nórdicas com o objetivo de inspirar uma mudança positiva no Brasil, compartilhando nossas perspectivas e valores nórdicos. A arte e a cultura oferecem oportunidades de conhecer e compreender melhor uns aos outros e de encontrar uma linguagem comum. Quando o diálogo político é complicado, o intercâmbio artístico e cultural entre os países torna-se ainda mais importante, pois permite trocas construtivas e perspicazes e nos lembra do que temos em comum. Embaixada Real da Dinamarca, Brasília Maio de 2021

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PALAVRAS DE

Camilla Mordhorst

CEO DO INSTITUTO CULTURAL DA DINAMARCA /DESDE 2019

No Instituto Cultural da Dinamarca temos uma longa tradição de localizar nossos institutos em países que são importantes para a Dinamarca e para o resto do mundo. É por isso que temos um instituto no Brasil. O Brasil não é apenas o quinto maior país do mundo e está entre as dez maiores economias do mundo. O Brasil está em rápido desenvolvimento. O que está acontecendo no Brasil é importante para o resto do mundo e para a Dinamarca. A pandemia de COVID 19 nos mostra que o mundo é conectado. Estamos conectados para o melhor ou para o pior. As grandes mudanças climáticas também não conhecem limites. Precisamos trabalhar juntos, dialogar e nos entender, mesmo que vivamos em continentes diferentes e que formos diferentes em vários aspetos. Estamos convencidos de que o intercâmbio de arte, cultura e conhecimento pode contribuir para enfrentar os desafios globais, especialmente em termos de igualdade de gênero, desenvolvimento sustentável, democracia e cidadania ativa. Há 12 anos firmamos parcerias, encontramos novas inspirações e trocamos arte e cultura no Brasil com base no Rio de Janeiro. Agora começamos o próximo capítulo da nossa história comum com uma nova base em São Paulo. Desde o início, nos preocupamos em colocar a arte e a cultura em jogo em relação aos desafios sociais atuais. Um exemplo é a mostra de performance Drive-in-Rio, que foi criada em colaboração com artistas da Dinamarca e do Brasil em 2012, três anos antes de a ONU adotar as 17 metas de sustentabilidade. O evento foi um dos mais comentados na mídia brasileira durante a conferência Rio+20 da ONU, que aconteceu na cidade. Estamos muito focados em como a arte e a cultura podem contribuir positivamente para a transformação para um mundo mais sustentável. Isso se reflete em projetos nas áreas de arquitetura, cultura alimentar e no audiovisual com foco transversal na sustentabilidade e diversidade. Mais recentemente, a escola culinária dinamarquesa-brasileira para crianças e adultos, a Cozinha da Malou, ganhou um grande público nas redes sociais, lançamos plataformas online de cinema, e estamos animados para participarmos com contribuições dinamarquesas-brasileiras sobre o desenvolvimento urbano participativo no Congresso Mundial de Arquitetura da UIA no Rio 2021, e conectar isso tudo à próxima edição do congresso UIA em Copenhagen 2023. Obrigado a todos nossos bons parceiros, artistas, instituições e empresas no Brasil, por vocês estarem conosco. Há muito fundamento em que construirmos continuadamente, e há muito a fazer, juntos. 8

Copenhague, 12.05.2021


PALAVRAS DE

Michael Metz Mørch

SECRETÁRIO-GERAL DO INSTITUTO CULTURAL DA DINAMARCA / 2013–2018

Há dez anos, nós, no “Velho Mundo”, estávamos à beira de um colapso econômico. Mas vocês, os BRICS, estavam resistindo à tempestade, e todos nós corremos para vocês. Estávamos naquela onda e ficamos felizes por desembarcar em segurança em um Brasil dinâmico e otimista. Nos apaixonamos naquele momento e continuamos apaixonados. Desde então, o mundo mudou. O Brasil também. No Velho Mundo, a economia parece ter retomado o rumo, mas a que preço??? Estamos sofrendo e lutando contra a desigualdade crescente, um perigoso vácuo de liderança moral e política e parecemos ter esquecido os valores e a história em comum que compartilhamos no continente europeu. Estamos fechando nossas fronteiras, construindo muros. Questões como migração, refugiados, minorias e direitos humanos estão no centro das atenções. Nossa democracia está sob a pressão do populismo de direita. Fundamentalistas de todas as crenças parecem proliferar. Atualmente, apenas dez anos após termos sobrevivido a uma catástrofe econômica iminente, existem sinais de novas versões dos antigos desastres que devastaram a Europa (e o resto do mundo) duas vezes no século passado. Precisamos de vocês no Brasil mais do que nunca. Vocês conseguiram superar adversidades mais profundas e complicadas que aquelas que agora nos atormentam. Vocês ainda estão na batalha, e precisamos uns dos outros para garantir que velhos erros não se repitam. Precisamos aprender uns com os outros, nos aproximarmos e criarmos obras de valor cultural mútuo juntos. Precisamos aprender a manter – em ambos os sentidos – o fluxo sanguíneo vivificante no cordão umbilical que nos conecta. Não queremos esperar que políticos resolvam os problemas – nem na Europa, nem no Brasil. A vida é importante demais para que se espere, os contatos interpessoais são o sal da vida e a experiência mostra que relações culturais fortes constroem aprendizagem, tolerância e entendimento mútuos, bem como a liberdade e a qualidade de vida que todos merecemos e lutamos para alcançar. Que estabeleçamos, então, um compromisso mútuo por, no mínimo, mais dez anos. Copenhague, 30.01.2018 9


PALAVRAS DE

Maibrit Thomsen

DIRETORA DO INSTITUTO CULTURAL DA DINAMARCA / 2009–2019

O ICD 1.0 Em 2008, uma pequena filial do Instituto de Cultura da Dinamarca (ICD) foi estabelecida no Rio de Janeiro, Brasil. Com este livro celebramos os primeiros 10 anos de intercâmbio cultural e colaboração produtiva entre a Dinamarca e o Brasil e marcamos o início de uma nova era. A escolha do Brasil como sede da única filial do Instituto de Cultura da Dinamarca nas Américas, em 2008, foi visionária. A decisão foi baseada na percepção dos diretores do ICD de algumas tendências internacionais que se tornaram dominantes poucos anos depois, com a ascensão do Brasil como parte do grupo de países conhecido como BRICS. Com o crescimento da economia brasileira e um interesse geral na Dinamarca pelo país durante os anos seguintes, nossa presença, luta, contatos e projetos iniciais haviam nos dado um fundamento sólido para novas interações e parcerias dinâmicas quando os olhos do mundo inteiro se voltaram para o Brasil. Como resultado, o Instituto de Cultura da Dinamarca fez parte da primeira onda de crescimento do Brasil e daquilo que muitos consideraram a entrada do país na cena mundial. Crescemos com ele e, neste momento em que o Brasil se reconstrói, não apenas permaneceremos, mas também expandiremos nossas atividades relacionadas à arte e à cultura para ajudar a construir sociedades melhores, mais empatia e criatividade renovada, no Brasil e também na Dinamarca. Já vai distante o tempo em que “apenas” mostrávamos a arte e a cultura dinamarquesas. Ao apresentar a arte e a cultura da Dinamarca no Brasil e estimular colaborações interculturais em diversos níveis, fomentamos um diálogo constante entre nossos países para o enriquecimento e desenvolvimento mútuos da sociedade, de ideias e da arte em si. Tendo nossos projetos e intervenções culturais como ponto de apoio, esse diálogo aborda temas como igualdade, educação, sustentabilidade, participação cidadã e valores democráticos. Existe um forte interesse pelo cinema, música, artes cênicas, design, literatura e sustentabilidade da Dinamarca — os quais têm sido mostrados em grandes festivais e centros culturais em todo o Brasil — e os brasileiros estão entusiasmados com nossa tradição de criatividade no aprendizado infantil, como observado na educação artística, teatro e cinema infantil e em outras modalidades artísticas desenvolvidas de acordo com a faixa etária. 10


Para o Instituto de Cultura da Dinamarca, é fundamental que os projetos estejam ancorados em parcerias locais. Uma rede de contatos ampla e forte é o solo fértil de que sementes interculturais precisam para florescer. Conseguimos estabelecer uma rede de contatos vibrante em ambas as cenas culturais, com a qual estamos felizes e orgulhosos de trabalhar. Saímos desta primeira era do ICD expandindo parcerias locais para empresas dinamarquesas, nórdicas e brasileiras que operam no Brasil. Conforme amadurecemos nossa atuação no cenário cultural brasileiro, sentimo-nos inspirados pela maneira como a maior parte das organizações culturais brasileiras financia suas atividades: por meio das leis de incentivo cultural. Acreditamos firmemente que o entendimento, o envolvimento e a apreciação cultural são algumas das armas mais poderosas para a superação dos desafios globais atuais e que a arte e o diálogo artístico são uma plataforma para uma comunicação igualitária e fortalecedora entre as pessoas. Um grande obrigado a todos os artistas que participaram ao longo dos anos, aos nossos parceiros e colegas no Brasil e na Dinamarca e, por último, mas não menos importante, ao fantástico público brasileiro. Que venham mais 10 anos — que venha o 2.0! Rio de Janeiro, 09.11.2018

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PALAVRAS DE

Anders Hentze

COUNTRY MANAGER DO INSTITUTO CULTURAL DA DINAMARCA / DESDE 2021

Depois de 11 frutíferos anos no Rio de Janeiro, o Instituto Cultural da Dinamarca se mudou para São Paulo em 2020, onde inicia uma nova jornada em colaboração com uma crescente rede de parceiros, tanto culturais quanto diplomáticos e empresariais, na cidade. Como parte dessa transformação, Maibrit Thomsen passou o bastão da direção do instituto para mim e é uma grande honra liderar e desenvolver o novo ICD a partir do trabalho impactante realizado sob a direção dela, que construiu e contribuiu para que o ICD se tornasse uma instituição reconhecida e ativa na vida cultural brasileira de hoje. Com a pandemia, que mudou tudo de forma radical e imprevista, necessitando grandes adaptações e muita inovação, a estratégia do novo ICD ganhou ainda mais importância: trabalhamos com a dimensão cultural da transformação para um mundo sustentável. Focamos na cocriação de novas possibilidades nas áreas de design urbano, cultura alimentar e audiovisual, tendo a sustentabilidade e a diversidade como valores transversais. Continuamos fortalecendo a cooperação intercultural entre Dinamarca e Brasil em vários níveis e promovendo um diálogo mutualmente enriquecedor e inspirador entre nossos países, como também entre o Brasil e a região nórdica como um todo. Este livro revê a história do ICD no Brasil a partir de uma seleção de 34 projetos realizados desde 2009. Os critérios de seleção foram, além da qualidade artística e da relevância cultural, o impacto social alcançado e os desdobramentos gerados. Leia sobre a nova fase do ICD no capítulo ICD 2.0, no final do livro. São Paulo, 24.04.2021

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“I think sponsoring culture can be a great opportunity to not only improve food and health, our main purpose as a company, but also to strengthen cultural links with Denmark as well as to support social organizations as we care to make this country a better place.”

David Stroo, Country Manager South Cone, Chr. Hansen Ind. e Com Ltda. nas ações de patrocínio ao Instituto Cultural da Dinamarca em 2018/2019.


Festival DANSK!!BR 2018

COMEMORAÇÃO DE 10 ANOS DO ICD NO BRASIL

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Em 2018, o Instituto Cultural da Dinamarca no Brasil celebrou 10 anos de frutífero intercâmbio entre as culturas dinamarquesa e brasileira. Para comemorar, organizou o grande festival DANSK!!BR, que aconteceu na Cidade das Artes entre os dias 9 e 11 de novembro e contou com o importante apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro, Chr. Hansen, Harboe e Falck. Se formos nomear os principais chavões dos nossos tempos, muitos membros da comunidade empresarial provavelmente concordariam que eles incluiriam “criatividade” e “inovação”. Naturalmente, a criatividade é uma ferramenta diariamente presente no que fazemos no ICD e estamos muito orgulhosos de anunciar que o nosso festival comemorativo de 10 anos de Brasil não foi nada menos que um salto inovador para a organização. Estamos muito esperançosos para os anos de intercâmbio cultural entre o Brasil e a Dinamarca que ainda estão por vir. O festival contou com colaborações artísticas de brasileiros e dinamarqueses e novos encontros em dança, música, cinema, urbanismo, literatura, ainda oferecendo espaço para uma continuação das apresentações de alguns artistas por outras cidades pelo Brasil. 34 artistas fizeram parte de 28 eventos, para um público de 3.500 pessoas na Cidade das Artes, Rio de Janeiro. Mais de outras 700 participaram de outros braços do festival: o festival de cinema CineKlap; Dinamarca em Foco no Centro Cultural Banco do Brasil; e “Changing Mindsets”, exposição de Jan Gehl, no Centro Carioca de Design. Somando tudo, foi um público total de 4.200 pessoas. O impacto midiático foi significativo, com um alcance de 11 milhões de pessoas e um retorno de mídia com valor estimado em cerca de 3 milhões de reais.


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Baiana System

Rumpistol

Um dos maiores nomes da música urbana brasileira do momento, tanto nacional quanto internacionalmente. Envoltos em rimas e melodias do vocalista Russo Passapusso, a Baiana System explora a cultura da Bahia com muita atitude e ousadia, adicionando ragga e dancehall à sua mistura poderosa. A banda ficou muito animada com a nova colaboração com o produtor musical dinamarquês Rumpistol, que criou novas músicas com a banda no seu estúdio em Salvador por uma semana e adicionou uma dimensão surpreendente ao poderoso show.

Há 17 anos, Jens B. Christiansen produz seu som detalhista de música eletrônica com o pseudônimo Rumpistol, realizando performances em festivais e palcos pelo mundo. Em 2017, foi premiado com um Danish Music Awards pelo álbum ‘Kalaha’. A ligação de Rumpistol com o Brasil começou com uma turnê em 2015, promovida pelo ICD. Rumpistol era um dos nomes principais na abertura do Festival Multiplicidade, que aconteceu no Planetário do Rio, festival em que seu set foi acompanhado pelos visuais em 3D do VJ Muti Randolph, projetados na grande cúpula. A forte sinergia entre os dois artistas fez Muti criar seu show na cerimônia de abertura das Paraolimpíadas com base na música de Rumpistol, no Rio em 2016.


Andreas Borregaard Festa de Babette A apresentação do conjunto de câmara Scenatet tocando a famosa trilha sonora de Per Nørgård composta para o filme de Gabriel Axel, “A Festa de Babette”, vencedor de um Oscar em 1988, foi seguida de uma recriação completa da ceia da protagonista. O cardápio foi assinado pelo chef de cozinha dinamarquês Simon Lau, eleito como um dos melhores chefs no Brasil. Seu trabalho conecta a Nova Culinária Nórdica ao Brasil, de forma a dar água na boca em seu restaurante Aquavit, em Brasília. Realizar este evento foi um sonho se tornando realidade para ele e para todos os amantes do filme ou do livro de Karen Blixen, que deu origem ao filme. Um sonho realizado com o apoio da empresa Chr. Hansen no Brasil.

Andreas Borregaard é reconhecidamente um dos jovens acordeonistas mais surpreendentes do mundo. No Brasil, Andreas apresentou novas sonoridades do acordeom em obras compostas especialmente para ele por três dos maiores compositores contemporâneos dinamarqueses. Além de peças solo, Borregaard interagiu com projeções de vídeo e se apresentou ao lado do Quarteto Camargo Guarnieri (BR). Um ponto alto foi a estreia de “Dancers & Disappearance”, nova obra para acordeom e quarteto de cordas do premiado compositor dinamarquês Bent Sørensen, dedicado ao artista. O Quarteto Camargo Guarnieri também apresentou uma obra do compositor Rued Langgaard e, juntos, seguiram em uma turnê de três concertos no Festival SESC de Música de Câmara. As apresentações de Andreas Borregaard e do Quarteto Guarnieri no Festival DANSK!!BR contaram com o patrocínio da empresa Chr. Hansen, via Lei Federal de Incentivo à Cultura.

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Crash 7 talentosos dançarinos e 2 músicos se fundem através de fronteiras internacionais em uma performance sobre encontros culturais, a compreensão mútua e a colisão entre eles. A peça de dança contemporânea dinamarquesa/brasileira, coreografada por Stephanie Thomasen, premiada bailarina do Uppercut Dance Theater, chegou ao Rio após uma sequência de performances na França e na Dinamarca e, posteriormente, seguiu turnê em São Paulo, apresentando-se na Galeria Olido, no Teatro Flávio Império e no Centro Cultural da Juventude.

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CineKlap Dinamarca em foco Nosso festival de trilogias cinematográficas, parte do DANSK!!BR, ficou em cartaz em novembro no CCBB do Rio de Janeiro e depois seguiu para o CCBB de Brasília, em dezembro, e para o CCBB de São Paulo em janeiro. O festival apresentou uma programação de 19 filmes contemporâneos, incluindo ficção e documentários, com um foco curatorial em artes dinamarquesas, urbanismo, design, sustentabilidade e política.


Muti Randolph

DJ Mam

Um dos pioneiros em arte digital no Brasil, trabalhando com 3D virtual e espaços 3D reais, criando sets, instalações e projetos de arquitetura de interiores. Em seu trabalho, ele explora a relação entre tempo e espaço através da música de vídeo generativo interativo, usando softwares e hardware personalizados. Seus projetos estão presentes nas publicações mais relevantes de arte, design e arquitetura. O ICD se orgulha de ter dado continuação a sua parceria criativa com Rumpistol, ocupando largas estruturas da Cidade das Artes com mapping e som ao vivo. Muti também atuou como curador do Mapping Challenge, uma competição promovida pelo DANSK!!BR para jovens artistas digitais..

O produtor musical carioca DJ MAM toca em grandes eventos brasileiros, como a comemoração do Réveillon em Copacabana, e encabeça seu próprio selo e festival “Sotaque Carregado”. Ele animou a plateia do Festival DANSK!!BR, inclusive com músicas da sua trajetória criativa com artistas dinamarqueses como Kenneth Bager e Pharfar desde 2015, o que já o levou a se apresentar no Festival de Roskilde, na Dinamarca.

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Exposição Jan Gehl Um arquiteto mundialmente famoso que nunca construiu uma casa? Sim! A exposição celebrou os 80 anos do “repensador” urbano dinamarquês Jan Gehl, pioneiro em conceitos inovadores como Liveable Cities, Architecture for People, Walkability and Bikeabitlity. Seu trabalho fez de Copenhague a melhor capital para bicicletas, com muitas ciclofaixas integradas e ruas e atalhos sem carros. Durante seus 50 anos de carreira, ele redefiniu centros urbanos pelo mundo todo, incluindo Nova Iorque, Sydney, Paris e São Paulo, inventando jeitos de fazer cidades “que as pessoas ficariam mais felizes de usar”.

“O festival comemorativo DANSK!!BR celebrou uma década de colaboração cultural entre a Dinamarca e o Brasil. Eu acredito que projetos culturais podem unir países e pessoas, e é por isso que o Instituto Cultural tem um papel muito significativo ao encorajar relações dinamarquesas-brasileiras. Colaborações culturais servem de pontes de diálogo e troca de ideias entre nossos países — e conscientização cultural é essencial para erradicar o fanatismo e a ignorância. Eventos como o festival do ICD definitivamente impulsionam a Dinamarca como uma marca no Brasil, além de facilitar novas colaborações — não apenas dentro da indústria cultural, mas em negócios de maneira geral.”

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N I C O L A I P RY T Z EMBAIXADOR DA DINAMARCA NO BRASIL


Cinema DESDE 2016 Em 2016, decidimos elevar o intercâmbio na área de cinema a um outro nível, tanto de ações quanto de abrangências temáticas e geográficas. Além dos filmes dinamarqueses, planejamos mostrar os filmes nórdicos mais atuais para o público brasileiro. Assim, com a colaboração e curadoria de Tatiana Groff, nascia um novo festival de cinema: o Ponte Nórdica, único no Brasil dedicado ao cinema produzido nos países nórdicos (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Suécia e regiões autônomas da Groenlândia, Ilhas Alanda e Ilhas Faroe) e que veio a se tornar um verdadeiro case de sucesso do ICD. Uma importante parte do festival são as atividades formativas, que incluem encontros, debates, workshops e laboratórios de mentoria com cineastas nórdicos, colocando foco nas pontes existentes entre os países que tornam seu cinema sustentável, sendo, assim, um modelo inovador para a indústria cinematográfica brasileira. A 1a edição (2016) foi patrocinada pela CAIXA Cultural e aconteceu no Cine Belas Artes, em São Paulo/SP. Teve como tema coproduções nórdicas a partir de uma perspectiva de mulheres protagonistas, seja na direção, na produção, no elenco e demais frentes. O alcance de público foi de cerca de 2.000 espectadores. A 2a edição (2018), cujo tema foi “diversidade importa”, foi realizada como parte do projeto Diálogos Nórdicos em parceria com as 4 embaixadas nórdicas no Brasil. Essa edição também foi patrocinada pela CAIXA Cultural, tendo sido realizada nas unidades do Rio de Janeiro e Curitiba. O alcance de público se manteve no patamar de aproximadamente 2.000 espectadores. 21


Em sua 3a edição (2019), com a parceria da distribuidora Arteplex e do Espaço Itaú de Cinema e o apoio das Embaixadas Nórdicas, promovemos o lançamento no Brasil do filme “A Rainha de Copas”, da diretora dinamarquesa May El-Toukhy. O filme atingiu aproximadamente um milhão de espectadores. Em 2020, com a pandemia de COVID-19, o ICD — assim como muitas outras instituições de diversas áreas em todo o mundo — precisou repensar e reinventar seus modos de produção e interação com o público. Assim, nasceu o PONTE NÓRDICA NO AR, produto online do Festival, uma plataforma de streaming criada para apresentar filmes nórdicos no Brasil. Já em sua primeira edição, a plataforma contou com o patrocínio da Falck Fire & Safety do Brasil e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, alcançando em torno de 6.000 espectadores. A segunda edição, no primeiro semestre de 2021, teve o patrocínio do Governo Federal e da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa de SP, por meio do PROAC e da Lei Aldir Blanc.

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DESDE 2014 Devido ao grande destaque internacional que o cinema da Dinamarca ganhara nos últimos anos, principalmente pelos emblemáticos filmes de Lars von Trier, o ICD criou em 2014 o projeto guarda-chuva CineKlap com o intuito de desenvolver novas cooperações com festivais de cinema no Brasil. Isso resultou em várias mostras de cinema dinamarquês por todo o país, apresentando e divulgando o cinema dinamarquês no Brasil e também promovendo intercâmbio cultural entre brasileiros e dinamarqueses por meio da organização de palestras e workshops com artistas, produtores e executivos da área do audiovisual dos dois países. Já em 2014 foi realizada no Cine Joia, no Rio de Janeiro, a primeira de quatro edições da Mostra Joias do Cinema Dinamarquês, que também passou pela Sala P.F Gastal, de Porto Alegre. A mostra Panorama do Cinema Dinamarquês Contemporâneo foi realizada em parceria com o SESC-SP e com o apoio da Embaixada da Dinamarca no Brasil. Na ocasião, eram celebrados os 20 anos do Dogma 95, manifesto lançado por Thomas Vinterberg e Lars Von Trier para a criação de um cinema mais realista e menos comercial. A programação incluía a exibição de filmes e a realização de workshops com profissionais dinamarqueses da área do audiovisual. O Panorama do Cinema Dinamarquês Contemporâneo aconteceu nas unidades Sesc Vila Mariana e Belenzinho, na capital paulista, e também nas unidades de Santos e Campinas. 23


Em 2016 houve parcerias com o Oi Futuro BH, Centro Cultural São Paulo e com o SESC Palladium, em Belo Horizonte, onde foi realizada a mostra O Roteiro no Cinema Dinamarquês. O CineKlap foi realizado também em quatro unidades do SESC-SP: Vila Mariana, Belenzinho, Campinas e Santos. No Festival DANSK!!BR, em ocasião da comemoração dos 10 anos do ICD no Brasil, em 2018, houve uma edição especial CineKlap – Dinamarca em Foco, que ficou em cartaz no CCBB do Rio de Janeiro e depois nas unidades de Brasília e São Paulo, ambas no início de 2019. PLANET_A foi a temática do CineKlap em 2019, com uma programação pautada na sustentabilidade, responsabilidade climática, o corpo ambiental, social e político. A mostra ocorreu no Cinemaison, cineclube do Consulado da França no Rio de Janeiro e, com o patrocínio da empresa Chr. Hansen, também na Cinemateca do MAM-RJ e no Cine Olympia (Belém-PA).

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Caravana Dinamarquesa / Cinema Para Todos 2013

Caravana Dinamarquesa foi um projeto que levou o cinema dinamarquês para crianças e jovens nas escolas do estado do Rio de Janeiro. Fez parte de um projeto maior da Secretaria de Estado de Cultura do RJ, chamado Cinema Para Todos, que atuava levando filmes brasileiros para as regiões do estado onde não há cinemas ou que não têm condições financeiras para levar os jovens até uma sala de exibição. O projeto buscava melhorar o conhecimento desses jovens sobre o cinema dinamarquês. O Instituto Cultural da Dinamarca atuou como protagonista em relação às políticas de direitos sobre os filmes dinamarqueses, para facilitar a divulgação dos mesmos em escolas, e posteriormente a exibição destes filmes, por meio do projeto Cine Clube.

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Festival Buster 2016-2017 Criado na Dinamarca em 2001 e considerado um dos mais importantes do gênero na Europa, o Buster, festival de cinema infantojuvenil internacional, foi trazido em turnê ao Brasil pelo CineKlap em 2016 e 2017, em parceria com a Bergamota Produções. Com foco no público de 3 a 10 anos, as duas edições foram patrocinadas pelo Banco do Brasil e aconteceram nas unidades do CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.

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Artes Cênicas

DESDE 2015

Dança DK foi concebido em 2015 como um projeto guardachuva para desenvolver ações múltiplas na área de dança, tais como residências, performances, criações conjuntas entre artistas dinamarqueses e brasileiros, master classes, apresentações e ações formativas em diversas esferas de ensino. Desenvolvida em colaboração com a dançarina e pesquisadora Deborah Dodd Macedo, o Dança DK envolve grupos de dança profissionais, estudantes universitários, faculdades/universidades na área das artes cênicas e jovens bailarinos de comunidades periféricas. Principais ações promovidas pelo Dança DK:

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CRASH! O espetáculo é um grande exemplo de cocriação artística intercultural. Começou em 2015 como um projeto ”twinning” online idealizado pela pesquisadora Deborah Dodd Macedo para criar um espaço de troca de experiências e inspiração entre o Uppercut Dance Theater em Copenhague e DF Zulu Breakers na periferia de Brasília. Devido ao processo inovador na época os dançarinos brasileiros foram convidados para uma continuação presencial na conferência DaCI da UNESCO em Copenhague em 2015. Lá tornou-se evidente que uma sinergia especial estava presente, e este encontro se desdobrou em vários formatos do espetáculo. O ICD produziu uma turnê pelos teatros e escolas do SESC no Distrito Federal (2016), onde a performance atingiu novos patamares artísticos devido ao trabalho da premiada coreógrafa de Uppercut, Stephanie Thomasen. Com apoio do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal foi realizada uma residência de apresentações e oficinas no subURBAN DANCE FESTIVAL em Copenhague (2017), que no ano seguinte (2018) levou o “Crash!” para o importante Festival Karavel na França e mais uma turnê na Dinamarca, seguido por uma turnê no Brasil, com apresentações e oficinas no Festival DANSK!!BR, assim como em São Paulo no Núcleo Luz, Teatro Olido, Teatro Flávio Império e Centro Cultural da Juventude.

“Ao executar um trabalho à distância, o grupo DF Zulu Breakers do Brasil e o Uppercut Danseteater da Dinamarca falam, acima de tudo, de inclusão social. Sem utilizar palavras, esse “crash” de ideias rompe barreiras artísticas, abrindo espaços para a afetividade de encontros presenciais e dando vazão ao hibridismo cênico tão caraterístico da cultura brasileira.” Leonardo Braga, SESC DF/ SESC Palco Giratório 28


Ações acadêmicas Entre 2015 e 2018, a Licenciatura em Dança do Instituto Federal de Brasília (IFB), em parceria com o ICD, promoveu quatro edições dos chamados Encontro Brasil – Dinamarca de Dança Educação (EBR-DK). Foram eventos de intercâmbio colaborativos, visando o desenvolvimento da área da dança em geral e, em particular, a dança-educação. Em 2016, a visita de estudantes e professores dinamarqueses da Escola Nacional Dinamarquesa de Artes Cênicas (DNSPA) e do Departamento de Música de Acompanhamento para Dança (MAD-DNSPA) ao IFB deu início a um plano de cooperação de cinco anos entre as instituições. Os encontros foram realizados com o objetivo principal de criar uma plataforma sustentável para ações e trocas artísticas, acadêmicas e sociais nos dois lados do Atlântico, e e neste sentido que contaram com colaborações institucionais importantes como a Secretaria de Cultura (DF) por meio da Subsecretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, o Memorial dos Povos Indígenas, a Delegação da União Europeia, a Aliança Francesa, SESC-DF e Universidade de Brasília, Universidade de Bergen (Noruega), além do IFB e da DNSPA.

KOMPAGNI B A companhia de jovens dançarinos da Escola Real de Balé da Dinamarca visitou o Brasil para uma residência de dança educação (2015). Ministraram oficinas para crianças das comunidades do bairro Rio Comprido (RJ) em parceria com a escola de dança da ARONG, assim como para alunos da rede pública na Cidade das Artes (RJ), culminando com muitas trocas enriquecedoras durante dois dias de masterclass na Escola de Dança do Teatro Municipal de São Paulo (SP).

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GRANHØJ DANS A premiada companhia dinamarquesa Granhøj Dans, dirigida pelo coreógrafo Palle Granhøj, apresentou o espetáculo “Petrushka” em teatros do SESC-SP e ministrou uma oficina sobre a “técnica de obstrução” do coreógrafo, numa ação do ICD em parceria com o SESCSP (2016).

LILIBETH CUENCA RASMUSSEN

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A premiada artista dinamarquesa de performance Lilibeth Cuenca Rasmussen já havia vindo ao Brasil para o Festival Multiplicidade (RJ) e o Festival #DinamarcaCCSP (2014) e para uma residência no Largo das Artes (2015), quando, durante uma visita para Brasília, nasceu a ideia de criar uma performance em grande escala em diálogo com a arquitetura de Oscar Niemeyer. Em 2017, o Dança DK trouxe a Lilibeth para uma residência artística com participação de alunos do Instituto Federal de Brasília, Universidade de Brasília, IFG de Goiânia, e da Universidade de Bergen (Noruega). Sob o nome “Traços–Espaços”, o programa artístico e pedagógico extenso resultou na criação e estreia de duas performances: “Desdobrando Sementes”, com 40 performers e tecidos celebrando o corpo em relação ao céu, e o ritualístico "Vestígios", com 100 performers explorando o pertencimento humano, deixando rastros de argila branca no solo do Eixo Monumental para formar um grande símbolo inspirado nas tradições gráficas indígenas. O projeto também contou com debates, palestras de artistas e um Twin Lab independente, dirigido por estudantes de artes nórdicos e brasileiros e artistas locais, que resultou em uma terceira performance site-specific no Memorial dos Povos Indígenas.


Canal Curumim 2013 – 2015

Em 2011, 2012 e 2013, uma série de encontros sobre intercâmbio cultural aconteceu tanto no Brasil quanto na Dinamarca. Nesses encontros, o teatro infantojuvenil – que é muito fértil e valorizado na Dinamarca — esteve em destaque e houve uma intensa criação de contatos entre profissionais brasileiros e dinamarqueses. A partir desse crescente interesse em cocriações em teatro infantojuvenil entre Brasil e Dinamarca o ICD lançou o projeto Canal Curumim, contando com a colaboração da vasta experiência da atriz brasileira Bebê Soares, que há anos cria pontes importantes entre os dois países nessa área. De 2013 a 2015, o Canal Curumim promoveu a vinda de grupos dinamarqueses ao Brasil e desdobrou parcerias com o Amazonas Network, SESC-SP, Grupo Sobrevento, Festival Paideia, FIL – Festival Internacional de Intercâmbio de Linguagens, SP Escola de Teatro, Festival Primeiro Olhar e TIC – Festival de Teatro Internacional do Ceará. Nesses três anos, atores, diretores de festivais e produtores brasileiros foram à Dinamarca para participar do Aprilfestival, que anualmente reúne o melhor do teatro infantil dinamarquês. Grupos dinamarqueses participantes do Canal Curumim: Asterions Hus, Teater Refleksion, Teater Nordkraft e Teaterværkstedet Madam Bach.

”As apresentações que tivemos no Brasil foram muito emocionantes. Quero destacar uma, que apresentamos para alunos de oito anos. Eu tinha visto as crianças esperando lá fora, e pensei — Não vai dar certo, eles são grandes demais! Mas logo que entraram na barraca percebemos que eles entendiam completamente a atmosfera, e familiarizaram-se com as imagens e a música. Eles estavam tão concentrados. E estava muito claro que nunca tinham tido uma experiência igual a essa. Achei isso muito lindo e muito significativo.“ Lisbeth El Jørgensen, do Teater Refleksion

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UM CAPÍTULO À PARTE

Jogos Olímpicos Rio 2016

Nos Jogos Olímpicos Rio 2016, a Dinamarca conquistou sua maior quantidade de medalhas em uma única edição (foram 15 no total) e também conquistou cariocas e turistas com o pavilhão dinamarquês ”Coração da Dinamarca”, montado na icônica Praia de Ipanema. Lá foram apreciados shows musicais de bandas dinamarquesas e novas colaborações, assim como sets de DJs que fizeram parte da programação Cultural Bridges 2016, projeto assinado pelo ICD, com o objetivo de apresentar a cultura dinamarquesa durante o evento mundial e, ao mesmo tempo, fortalecer o intercâmbio cultural entre a Dinamarca e o Brasil. A intervenção cultural dinamarquesa no RIO 2016 como um todo foi a mais ambiciosa em um evento mundial na história da Dinamarca, dando um papel essencial à cultura na sociedade. O projeto foi realizado em uma parceria com VisitDenmark, Painel Internacional de Cultura, Agência de Castelos e Cultura, ICD, Centro Dinamarquês de Arquitetura, Ministério das Relações Exteriores, Ministério de Cultura e União de Ciclistas.

PROGRAMAÇÃO MUSICAL O Cultural Bridges 2016 aproveitou a paixão brasileira pela música e a utilizou como língua universal na comunicação cultural, criando uma programação musical ampla e variada em estilos e formatos. Em plena Praia de Ipanema, o público experienciou no pavilhão um panorama da música dinamarquesa, com colaborações entre artistas brasileiros e dinamarqueses. Ao todo foram 30 programas musicais, sendo 6 concertos, 4 workshops e nada menos do que 20 apresentações de DJs. Paralelamente, aproveitando a vinda ao Brasil, vários dos artistas continuaram em turnê por São Paulo, onde foram realizadas 12 apresentações, inclusive nos festivais "Jazz na Fábrica" no SESC Pompeia, "SESC Jazz & Blues" e "SESI Mostra de Música de Câmara". A programação musical contou com os seguintes artistas: Jakob Bro & Daniel Jobim Duo; Panamah; Tomas Barfod; Phronesis; Wenzell & Bugge; DJ KANT; The Tremolo Beer Gut; Ronni Kot Percussion Group; e o trio Multiplayer, formado por Lasse Munk, Søren Andreasen e Rasmus Kjærbo. 32


BICICLETAS E SUSTENTABILIDADE Além de música, o projeto Cultural Bridges 2016 também trabalhou com o tema de Bicicletas e Sustentabilidade, promovendo a cultura dinamarquesa voltada às bicicletas, mobilidade ativa e desenvolvimento urbano sustentável. Com isso, a Praça Tiradentes, no centro histórico do Rio de Janeiro, virou um polo de atividades sobre o assunto. O ICD e a Embaixada da Dinamarca no Brasil produziram a exposição “Vida urbana e soluções sustentáveis na Dinamarca” no Centro Carioca de Design (CCD). Foi inaugurada pelo Prefeito de Copenhagen, Sr. Frank Jensen, e o Embaixador da Dinamarca no Brasil, Sr. Kim Højlund Christensen, e gerou um cenário ideal para a residência dinamarquesa sobre sustentabilidade. O conceito pedagógico “Jogos de Bicicleta” da Associação dos Ciclistas da Dinamarca (ACD), desenvolvido e bem-sucedido durante 10 anos na Dinamarca, foi promovido por meio de uma oficina ministrada no CCD pelo especialista Balder Brøndsted, para multiplicadores e integrantes da ONG brasileira Bike Anjo. O ICD organizou o debate “Copenhagen x Rio de Janeiro — Um diálogo entre duas cidades em movimento”, mediado pela diretora do CCD, Paula Oliveira Camargo. O debate destacou apresentações fascinantes de Washington Fajardo, então presidente do Rio Instituto de Património da Humanidade, Peter Kronstrøm, presidente de Copenhagen Institute for Future Studies, Latin America, Clarisse Linke, presidente do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento e Balder Brøndsted, da Associação dos Ciclistas da Dinamarca.

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Música

DESDE 2012

Este é o projeto guarda-chuva musical do Instituto Cultural da Dinamarca. Com ênfase em música eletrônica, jazz e experimentações em arte sonora, a Dinâmica Dinamarquesa tem como objetivo promover o intercâmbio cultural entre artistas dinamarqueses com produtores e artistas brasileiros, além de possibilitar a apresentação desses artistas ao público brasileiro. Criado a partir da parceria entre o ICD e o produtor musical Rasmus Schack (PlusPlusPlus) e, posteriormente, com Music Export Denmark (MXD), JazzDanmark e produtores culturais brasileiros, foi lançado no final de 2012 como parte da Estratégia Brasileira do Painel Internacional de Cultura (IKP). Em 2014, a Instituição dinamarquesa SNYK, que apoia a música experimental, entrou no projeto e houve um estreitamento das parcerias com o Centro Cultural São Paulo, com o curador Batman Zavareze, realizador do Festival Multiplicidade, com o Savassi Festival em Belo Horizonte, com o Mês de Cultura Independente da Prefeitura de São Paulo, e com o produtor Marcos Guzman, do Festival Green Sunset. Figurando atualmente como o maior canal de representação da música dinamarquesa na América Latina, este projeto promove não somente apresentações musicais, mas procura integrar os artistas visitantes com artistas locais por meio da promoção de workshops, simpósios, mesas redondas e master classes, realizadas em parceria com instituições musicais brasileiras, como o Conservatório de Música do Brasil, Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro e a escola de DJs Spin Rocinha. 34


Já participaram da Dinâmica Dinamarquesa, com apresentações em diversos locais, como no MIS-SP, Oi Futuro RJ, SESC-SP, SESI-SP, Mês de Cultura Independente (SP), Cidade das Artes (RJ), Jazz nos Fundos (SP), DEDGE (SP), Festival Música Estranha (SP), Sala Cecilia Meireles (RJ), Casa do Núcleo (SP), Copenhagen Jazz Festival (DK), Centro de Artes de Maré (RJ), Den Sorte Diamant (DK), Centro Cultural São Paulo e nos festivais acima citados:

“Durante todo o processo, a Dinâmica Dinamarquesa foi um parceiro muito competente e sério. Foi aberta aos meus desejos, mas também, tem me guiado por direções que não poderia encontrar sozinho.” Jakob Bro, músico

2012

Girls in Airports Tomas Barfod

2013

Ibrahim Electric DJ Flip Mikkel Ploug Group DJ Copyflex Jakob Bro Trio DJ Peter Visti Lulu Rouge Veto Alcoholic Faith Mission CTM Rasmus Schack

2014

Phronesis Astro Buddha Agogo Nick Eriksen

Erik Lindkvist Thomsen Kenneth Bager Jacob Kirkegaard Lilibeth Cuenca Rasmussen Lars Greve Thomas Knak Bjørn Svin Kenton Slash Demon Artlab Thorbjørn Tønder Hansen, Festival Wundergrund

2015

Lars Greve & Aske Zidore Søren Kjærgaard solo Rumpistol Jasper Høiby & Antônio Loureiro Signe Asmussen & Erik Kaltoft Carion Quintet Nightingale String Quartet

2016

Kat Jarby research tour Wenzell & Bugge Phronesis Jakob Bro & Daniel Jobim

2017

We Like We

2018

Andreas Borregaard Daniel Jobim in Denmark

2019

Egberto Gismonti in Denmark Scenatet & Anna Berit Christensen & Niels Rønsholdt Lars Møller & Jazz Explorer Trio Kopenhagen Laptop Orchestra 35


Jakob Anderskov 2009 e 2012 Jakob Anderskov, renomado músico dinamarquês, conheceu o percussionista brasileiro Airto Moreira no Vallekilde Højskole, na Dinamarca, onde todo verão são feitas masterclasses com músicos internacionais. O encontro foi profundamente inspirador e resultou no álbum “Ears to the ground” (2006). Desde então, Jakob teve vontade de vir e conhecer o Brasil. Em 2009, numa parceria entre o ICD, a Engrenagens Produções, a Agência de Arte da Dinamarca e o SESC-SP, ele então veio ao Brasil em turnê pela primeira vez, com shows em São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro. Em 2012, Jacob voltou ao Brasil a convite do SESC SP para realizar 2 shows com Airto Moreira, como grande destaque no Festival Jazz na Fábrica, SESC Pompeia.

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Tine Rehling 2009, 2010 e 2012 O ICD trouxe Tine Rehling, harpista internacionalmente conhecida, para participar da edição de 2009 do Rio Harp Festival. Esse foi um evento muito singular para sua carreira, pois jamais havia feito um concerto solo para um público de 200 pessoas na hora do almoço. Sua participação fez tanto sucesso que ela voltou em 2010 e, em 2012, com seu trio, Blue Lotus, formado por ela, Mikkel Nordsø (violão) e Ole Theil (tablas), para apresentações no Rio e em São Paulo. Uma apresentação no palacete do Consulado Geral de Portugal no Rio de Janeiro não apenas ficou lotada, como curiosamente chegou a formar uma aglomeração de pessoas que não conseguiram entrar para o concerto, causando um tumulto na rua.


I Mostra da Música Dinamarquesa 2011 Depois de uma viagem de conhecimento para Dinamarca, o SESC SP escolheu 3 artistas dinamarquesas para participarem da inauguração da unidade SESC Belenzinho. A realização da Mostra foi uma colaboração com SESC-SP e Agência Dinamarquesa de Arte. Em 3 shows duplos (Efterklang + Jacob Davidsen Kvartet, Efterklang + Søren Bebe Trio e Jacob Davidsen Kvartet + Søren Bebe Trio) a I Mostra de Música Dinamarquesa apresentou a mistura de estilos da atual cena musical dinamarquesa e já criou um bom público. A 2a edição da mostra, em 2013, já estava integrada ao contexto do projeto Dinâmica Dinamarquesa, citado no início deste capítulo.

Musical Bridges 2016 O ICD e o músico e produtor Maurício Pacheco criaram o projeto Musical Bridges com a finalidade de mostrar como as culturas brasileira e dinamarquesa se combinam no universo musical. Reunindo músicos dos dois países, o projeto estimulou colaborações entre representantes das cenas musicais locais, podendo assim gerar oportunidades de interações e apoio mútuo entre outros artistas e agentes culturais de ambos os países. Os artistas participantes foram: Daniel Jobim (BR) com Jakob Bro (DK), Clara Valente (BR) com Astro Buddha Agogo (DK), e Russo Passapusso (BR) com Rumpistol (DK).

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Ciclo 2014 CICLO foi um projeto internacional que teve início na Dinamarca em 2012, num projeto piloto entre países integrantes do BRICS e a Dinamarca. Numa parceria entre UNESCO, Levende Musik i Skolerne (DK), Kulturpakker (DK), Agência de Arte (DK), Ministério da Educação da Dinamarca e o ICD, crianças da rede pública municipal de educação do Rio de Janeiro fizeram intercâmbio musical por meio de streaming com crianças de escolas públicas na Dinamarca, intermediadas por músicos e compositores profissionais, com o intuito de usar processos criativos de arte na educação. Em 2013 foi realizada uma conferência internacional em Copenhague com participação da arte-educadora Lêda Fonseca. Ela falou sobre a experiência do projeto piloto e como são trabalhados os processos criativos em algumas escolas do Rio de Janeiro. Em 2014, o projeto partia da arte para abordar temas como sustentabilidade, globalização e novas tecnologias, desenvolvendo competências para lidar com as mudanças que estão acontecendo no mundo e que influenciam diretamente a vida das crianças participantes. Houve a participação de cerca de 40 crianças brasileiras em 10 oficinas de música e teatro incluíam trocas internacionais entre turmas de estudantes na Dinamarca, Rússia, África do Sul e Brasil. As turmas podiam trocar vídeos e áudios entre si. O grande final aconteceu em maio na Semana de Art Education da UNESCO, com a realização de dois shows simultâneos conectados pela internet: no foyer do Danmarks Radio, em Copenhague, e na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro.

“Ao final do projeto, vi uma felicidade sincera nas crianças. Elas estão felizes por terem seu trabalho reconhecido e compartilhado com outros países. Conhecer outras realidades e estabelecer trocas com outras culturas foi muito importante para elas.” 38

Lêda Fonseca, Coordenadora de Arte e Educação da Cidade das Artes


Carl Nielsen 150 anos 2015 No ano das comemorações dos 150 anos de Carl Nielsen, considerado o maior compositor erudito da Dinamarca, o ICD organizou, em parceria com a Agência de Arte (DK), uma turnê com 3 notáveis atrações musicais, todas premiadas e reconhecidas pela interpretação das obras de Nielsen: Carion, quinteto de sopros, fez masterclass no Conservatório Brasileiro de Música e 3 elogiadas apresentações no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Sala Cecília Meirelles e na Cidade das Artes. Nightingale String Quartet, formado por mulheres, fez 2 concertos com salas lotadas, na Sala Cecília Meirelles e no Teatro Municipal de Niterói. O universo do Nielsen interpretado nas cordas do quarteto feminino cativou o público brasileiro. A soprano Signe Asmussen cantou acompanhada pelo pianista Erik Kaltoft e também impressionou o público com as canções de Nielsen, que fazem parte das joias musicais dinamarquesas. A dupla também fez masterclass no Conservatório Brasileiro de Música. Todas as atrações também fizeram entrevistas e apresentações no programa “Partituras”, da TV Brasil.

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We Like We 2017 O ICD levou à 5a edição do Festival Música Estranha (FME) em São Paulo o grupo experimental dinamarquês We Like We, que veio ao Brasil pela primeira vez. We Like We é um quarteto feminino de música experimental criado em 2014 em Copenhague pelas musicistas com formação em música erudita Katrine Grarup Elbo (violino), Josefine Opsahl (violoncelo), Sara Nigard Rosendal (vibrafone e percussão) e Katinka Fogh Vindelev (voz e efeitos). O grupo explora novas sonoridades e estilos musicais, em um trabalho que combina improvisação e criação colaborativa e resulta numa combinação peculiar de instrumentos e bagagens musicais. A vinda do grupo ao Brasil ofereceu, para além das apresentações no FME, a oportunidade de realizar uma residência artística com o grupo musical brasileiro Mawaca, que interpreta canções de várias culturas, especificamente indígenas e tradicionais. Os dois grupos trocaram experiências artísticas que incluíram desde improvisações até estudos de sonoridades e efeitos percussivos. Essa experiência de intercâmbio foi muito importante e gratificante tanto para as instituições e artistas envolvidos, quanto para o público, que pôde apreciar um encontro da vanguarda da música estrangeira com músicas tradicionais e indígenas brasileiras.

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“Visitar o Brasil e se envolver com seus artistas e pessoas oferece uma perspectiva muito mais ampla sobre música e cultura, uma perspectiva na música muito mais abrangente, a influência de um fenômeno sobre, e necessidade para, o outro. E faz você pensar de forma diferente sobre sua própria música, seu histórico, a cultura dela e a cultura da qual ela deriva, o que definitivamente marcará profundamente nosso trabalho e música no futuro. ” We Like We


Scenatet 2019 O coletivo musical dinamarquês Scenatet, que explora o universo da música contemporânea e experimentações sonoras, veio ao Brasil para uma residência no Festival Música Estranha (SP). a convite do ICD em parceria com o SESC-SP. A vinda do Scenatet contou com o apoio do Knud Højgaards Fond, Snyk e o Ministério de Cultura da Dinamarca. Uma coletânea de obras criadas pelos artistas integrantes ao longo dos 11 anos de existência do grupo foi apresentada no Sesc Av. Paulista, como parte da programação da 7a edição do Festival Música Estranha, e também no Sesc Sorocaba. O grande destaque dos concertos foi a obra inovadora “Me Quitte”, do compositor dinamarquês Niels Rønsholdt, a qual foi baseada na canção “Ne Me Quitte Pas”, do compositor e cantor belga Jaques Brel e imortalizada na voz celebre da artista francesa Édith Piaf.

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Lars Møller & Jazz Explorer Trio 2019 O saxofonista, compositor e arranjador dinamarquês Lars Møller e seu Jazz Explorer Trio realizaram uma residência em Belo Horizonte e em São Paulo, repleta de atividades interessantes: apresentações da ReWrite of Spring, obra premiada do Lars, com a MG Bigband, no Savassi Festival, e com Orquestra Urbana, no Jazz nos Fundos (SP), assim como apresentações do trio, workshops e seminários na UFMG (BH), e no Conservatório Souza Lima (SP). Na residência, que foi financiada pelo Ministério de Cultura da Dinamarca, nasceu uma nova colaboração artística com Letieres Leite, o grande inovador de bigband brasileiro, que gerará novos frutos assim que a pandemia deixar.

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Invasão Nórdica 2011 Em ocasião da escolha de Helsinki como World Design Capital 2012, as 4 embaixadas nórdicas no Brasil e o Instituto Cultural da Dinamarca se juntaram pela primeira vez para fazer um projeto nórdico. Batizado de Invasão Nórdica, o projeto aconteceu na mesma época em que a famosa e tradicional Feira Escandinava acontecia em SP e era composto de quatro ações conjuntas: música, cinema, arquitetura e design. Os eventos tiveram início com a abertura da exposição Prêmios do Design Nórdico no Museu da Casa Brasileira, que fica em frente ao Clube Pinheiros, onde acontece a feira, o que ajudou a divulgar o projeto e a potencializar a presença de público. A Invasão Nórdica teve como atração musical a INVASÃO DE JAZZ NÓRDICO, em que, numa parceria com o SESCSP, foram realizados 2 shows, um na unidade São José dos Campos e outro na Pompeia, do pianista dinamarquês Thomas Walbum com o baterista sueco Niclas Compagnol e os músicos brasileiros do Grupo Sizão Machado, e do saxofonista finlandês Pekka Pylkkänen com o grupo brasileiro Sinequanon. O Invasão Nórdica foi um projeto múltiplo, como posteriormente foram concebidos outros projetos do ICD, a exemplo do Festival DANSK!!BR. Entre as “invasões”, havia também a Invasão de Cinema Nórdico (Cinemateca de SP) — uma curiosa versão prévia do Festival Ponte Nórdica, que surgiria cinco anos depois; Invasão de Arquitetura Nórdica (exposição “Urban Questions – Copenhagen Answers”, na 9ª Bienal de Arquitetura de SP); e Invasão de Design Nórdico (exposição “Prêmios do Design Nórdico”, no Museu da Casa Brasileira, em SP).

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Artes, Design, Arquitetura & Soluções Urbanas

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Drive-in Rio 2015 Este foi um desdobramento do projeto Drive-in, realizado em 2010 pelo grupo dinamarquês Wunderkammer, um evento de performances e instalações visuais, em grande escala. No Armazém da Utopia, um amplo galpão situado na Zona Portuária do Rio de Janeiro, vários carros de sucata foram organizados em linha, em frente a duas telas de projeção, lembrando um cinema drive-in. Cada carro era a plataforma de um artista ou coletivo, do Brasil ou da Dinamarca, onde era apresentada uma performance ou instalação diferentes, sobre a temática da sustentabilidade e da consciência ecológica em um mundo lidando com mudanças climáticas. O Drive-in Rio foi um dos projetos pioneiros na transformação da área portuária da cidade em um novo e vibrante distrito cultural, antecipando o que ocorreria no ano seguinte, nos Jogos Olímpicos do Rio, quando o local foi integrado ao badalado Boulevard Olímpico. Este foi um caso de grande sucesso do Instituto, tendo uma procura massiva de público. Em um dos dias de exibição, após uma matéria na televisão divulgar a realização do evento, o público quase derrubou os portões de acesso ao Armazém da Utopia querendo entrar. Algumas pessoas chegaram a se arriscar tentando entrar clandestinamente pela Baía de Guanabara! Este evento teve o importante suporte da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, do Ministério da Cultura, Ministério da Cultura da Dinamarca, Ministério das Relações Exteriores da Dinamarca, da Embaixada da Dinamarca no Brasil e da Statens Kunstråd, agência dinamarquesa de arte. 45


Dansk 01 2009 Em 20009, o ICD realizou em São Paulo, em parceria com a loja Scandinavia Designs, a Dansk 01 – Uma Mostra do Design Dinamarquês, que contava a história do design dinamarquês e também como os novos artistas têm preservado a história do país. Foram exibidos móveis e objetos de renomados designers da Dinamarca, como Louise Campbell, Erik Magnussen, Arne Jacobsen e Verner Panton. A Dansk 01 possibilitou ao público brasileiro conhecer um pouco da produção do design contemporâneo dinamarquês, em que predominam as formas simples, funcionais e belas, que é admirado no mundo todo pela sua elegância discreta e de forte expressividade Na abertura da mostra, Jakob Wagner e a dupla da Komplot, formada pelo arquiteto dinamarquês Poul Christiansen e o designer russo Boris Berlin, falaram sobre a história de algumas de suas criações.

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Dream on Wheels 2010 A exposição Dreams on Wheels, sobre a cultura ciclística dinamarquesa, veio para o Brasil em 2010, numa ação em parceria do ICD com a Real Embaixada da Dinamarca. A exposição, que viajou o mundo, esteve em cartaz no Centro Cultural Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro, e depois seguiu para o Museu Nacional, em Brasília. Na exposição, 12 bicicletas, algumas únicas, criaram um cenário para discutir o uso da bicicleta como meio de transporte na vida dos dinamarqueses. Foram organizados também um seminário com Jeff Risom (Gehl Architects), palestras e passeios ciclísticos. Um dossiê apontando problemas de uma das ciclovias da cidade foi entregue à Prefeitura do Rio de Janeiro para a melhoria de pontos críticos.

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It’s a small world 2010 Como atração internacional da Bienal Brasileira de Design em Curitiba foi apresentada a exposição dinamarquesa “It´s a Small World”, em parceria com a Embaixada Real da Dinamarca e Centro de Design Dinamarquês. Pela primeira vez, as 3 instituições de design da Dinamarca produziram, uma exposição em conjunto. Danish Design Center, Danish Craft e Danish Architecture Center criaram uma exposição que falou sobre as questões futuras sobre sustentabilidade, novos materiais e tecnologia. A abertura foi marcada pela presença do Príncipe Joachim e Princesa Marie. A exposição viajou o mundo e chegou no Brasil para fazer parte da Bienal Brasileira de Design em Curitiba.

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Culture | Futures 2011 A conferência “Culture | Futures: Transições para uma Era Ecológica” teve como objetivo gerar uma mudança de comportamento e conscientização ambiental pela cultura, estimulando a transição para um viver ecológico. Foi concebida pelo ICD e pela empresa Arup na Cúpula Climática das Nações Unidas, em 2008. O Culture | Futures esteve presente na reunião do C40 Summit de 2010, em Hong Kong. Na ocasião, organizou, em cooperação com Grupo das Grandes Cidades pelo Combate às Mudanças Climáticas uma oficina chamada “Construindo um Programa Cultural Verde nas Cidades”. Participaram da oficina diversas cidades do C40, em continentes diferentes, e o resultado foi a recomendação de levar a cooperação adiante. São Paulo foi, portanto, a primeira atividade de continuidade do projeto, já que também iria receber a Cúpula do C40. A programação Culture | Futures em São Paulo tinha como atividade principal uma conferência com personalidades culturais, políticas e especialistas, nacionais e internacionais, no Centro Cultural São Paulo. Além disso, foram realizadas, por convidados da Alemanha e Espanha, duas oficinas com o objetivo de troca de experiências sobre sustentabilidade, além de reflexão sobre as práticas nos seus países. As atividades foram destinadas principalmente a gestores, produtores e representantes de instituições culturais, artistas, ativistas, acadêmicos e líderes políticos. Culture | Futures contou com a cooperação de uma gama de parceiros: EUNIC, IFCCA, ASEF, Arup, Fundação Cultural Europeia, UNESCO, Comissão Europeia, Conselho da Europa, Centro Cultural da Espanha em São Paulo, Centro Cultural São Paulo e Embaixada da Holanda no Brasil.


Uma Casa Real Moderna 2012 A exposição “Uma casa real moderna – A modern royal household” reuniu na CAIXA Cultural do Rio de Janeiro fotografias de Torben Eskerod e Roberto Fortuna, mostrando uma combinação do trabalho de dez artistas plásticos contemporâneos convidados a realizar a decoração artística dos salões do Palácio Frederik VIII, em Copenhague. Na exposição também foi apresentando um pouco do patrimônio cultural dinamarquês por meio do artesanato, arquitetura, arte e decoração. Na galeria com cenografia inspirada nos ambientes do Palácio Frederik, o público teve a oportunidade de assistir ao documentário sobre o resultado da restauração e a decoração artística contemporânea, com as inusitadas combinações da arquitetura rococó e arte moderna, da residência do casal de príncipes herdeiro do trono da Dinamarca e sua família. Os artistas convidados enfrentaram o desafio de decorar uma construção histórica, que também é uma casa real, de vários modos diferentes. Os artistas convidados foram: Olafur Eliason, Jesper Christiansen, Erik A. Frandsen, Tal R, John Kørner, Kathrine Ærtebjerg, Morten Schelde, Signe Guttormsen, Eske Kath e Kaspar Bonnén. Alguns artistas se inspiraram na estética e na atmosfera da construção para a decoração do espaço, como por exemplo, Kathrine Ærtebjerg, Kaspar Bonnén e Eske Kath. Outros refletiram o contexto cultural de suas artes, como por exemplo, Jesper Christiansen e Morten Schelde, que incluíram, em termos gerais, referências da história e da vida dos príncipes herdeiros. Em visita oficial ao Brasil, a princesa herdeira Mary esteve presente na inauguração da exposição. 49


Veias 2015 A exposição Veias reuniu, pela primeira vez, a obra do sueco Anders Petersen e do dinamarquês Jacob Aue Sobol, dois grandes nomes da fotografia internacional. Inédita no Brasil, a exposição teve 165 imagens. Revelando tanto personagens quanto a si mesmos, os artistas eternizam, em imagens, momentos que destacam sentimentos extremos e retratam a manifestação do amor. O ICD organizou a estreia deste projeto na Letônia, depois a mostra passou por Rússia e China antes de chegar ao Brasil, por meio do patrocínio da CAIXA Cultural e do apoio da Embaixada da Suécia. Circulando pelas unidades da Caixa Cultural em Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador, e, no ano seguinte, em São Paulo. 16.441 pessoas visitaram a exposição.

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Diálogos Nórdicos 2018-2020 O ICD e as Embaixadas Nórdicas no Brasil (Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia) lançaram o projeto Diálogos Nórdicos em 2018. Com o objetivo de promover um diálogo intercultural e compartilhar experiências dos países nórdicos com o Brasil, o projeto teve três anos de duração e abordou os seguintes temas: Gênero (2018), Transparência (2019) e Sustentabilidade (2020). A partir da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, o projeto realizou debates, eventos culturais e atividades de negócios no Brasil. Diálogos Nórdicos apoiou a edição 2018 do Festival Ponte Nórdica, a turnê do espetáculo CRASH em São Paulo (2018), e o Laboratório de Mentoria em Audiovisual (2019).

LABORATÓRIO DIÁLOGOS NÓRDICOS DE MENTORIA EM AUDIOVISUAL

O laboratório de três dias foi realizado em setembro de 2019 como uma edição piloto de ação formativa do Festival Ponte Nórdica e foi um grande sucesso. O foco foi em pitchings orientados por três profissionais do audiovisual: Marie Kjellson (SE), Érica de Freitas (BR) e Tatiana Leite (BR). Por meio de uma chamada aberta, 69 propostas foram apresentadas e 10 foram selecionadas para fazerem parte do laboratório. A prioridade foram os criadores que pertencem a grupos sociais pouco representados na indústria audiovisual. Realizado como parte do projeto Diálogos Nórdicos.

“Acreditamos que as experiências nórdicas em igualdade de gênero podem inspirar a sociedade brasileira no fortalecimento dessa importante agenda. Iremos compartilhar estas histórias, enfatizando os principais momentos de nossas trajetórias na luta pela igualdade de gênero, além das ações implementadas para superar os desafios, e os reflexos desse processo na consolidação da competitividade e da inovação nas economias nórdicas". Nils Martin Gunneng, Embaixador da Noruega no Brasil 51


EUNIC A EUNIC (Institutos Nacionais de Cultura da União Europeia) foi fundada em dezembro de 2006 em Copenhague. Trata-se de uma parceria entre institutos culturais nacionais dos Estados membros da UE, que representam as conexões culturais e educacionais do país com outros países do mundo, e atualmente tem 35 membros de 28 países, incluindo o Instituto Cultural da Dinamarca. No Brasil, a EUNIC atua diretamente junto com os membros dos outros Institutos Europeus, organizando atividades para disseminar e unir a cultura europeia. Em 2015, o ICD foi cofundador do cluster EUNIC Rio de Janeiro e, em 2020, passou a se integrar no cluster EUNIC São Paulo.

CASA EUROPA – FLIP / FLUP

O vice-diretor do Museu Nacional da Dinamarca, Jesper Stub Johnsen, veio ao Brasil para participar da segunda edição da Casa Europa, em 2019, organizada pela EUNIC RJ / SP na FLIP – Festa Literária de Paraty (RJ) e na FLUP – Festa Literária das Periferias, no Rio de Janeiro. Diante do incêndio devastador no Museu Nacional do Brasil, os painéis e debates enfocaram o futuro papel dos museus na sociedade. Johnsen também fez uma visita ao Museu Nacional na Quinta da Boa Vista – RJ e estreitou-se o vínculo com seu diretor Alexander Kellner para futuras colaborações. A participação da pesquisadora, artista e escritora Grada Kilomba foi bastante impactante, e o seu recémtraduzido livro “Memórias da Plantação” foi o mais vendido da FLIP 2019.

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DIA DA EUROPA

O Dia da Europa é uma data comemorativa celebrada anualmente na Europa no dia 9 de maio. A data escolhida reflete o dia 9 de maio de 1950 em que o estadista francês Robert Schuman avançou com a proposta de uma entidade europeia supranacional. Essa proposta ficou conhecida como a “ Declaração de Schuman” e é considerada o embrião da atual União Europeia. No Brasil, o evento faz parte de uma programação mais ampla, a Semana da Europa (SEU), projeto realizado pela EUNIC Brasil, a Delegação da UE e várias embaixadas europeias. Com edições desde 2015, o evento se destaca por promover o encontro de culturas de diferentes países europeus por meio da música, da gastronomia e outras atrações culturais.

DIA EUROPEU DAS LÍNGUAS

Evento anual que celebra as culturas da Europa e promove cursos oficiais dos idiomas europeus.

FUTUROS PRESENTES

Em São Paulo, a EUNIC promove a mostra de cinema europeu FUTUROS PRESENTES, em parceria com o SESC-SP.

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ICD 2.0 Em 2019 o Instituto Cultural da Dinamarca passou por uma reconfiguração organizacional e, em 2020, mudou sua sede brasileira para São Paulo, com uma nova estrutura, mais enxuta, sediada no Consulado Geral da Dinamarca. Desde então, concentramos nossos trabalhos com enfoque na dimensão cultural da transição para um mundo sustentável em três áreas principais: intercâmbio cultural relacionado à ARQUITETURA & DESENVOLVIMENTO URBANO SUSTENTÁVEL, ao mercado e à formação AUDIOVISUAL e ao campo da CULTURA ALIMENTAR, especificamente na educação alimentar infantil. Trabalhamos nossos projetos com profundidade e a longo prazo e contamos com o fortalecimento no campo do financiamento local, abrindo-se novas perspectivas e também concretizações de parcerias, apoios e incentivos, como mais recentemente com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. O ICD continua com uma filial carioca, representando-o na cidade e no estado do Rio de Janeiro, onde funcionou por doze anos e estabeleceu uma consistente rede colaborativa. Nesse sentido, não podemos deixar de citar o apoio institucional crescente com a SECEC-RJ e com a Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, as quais contribuíram para a realização de diversos projetos nossos (incluindo a plataforma de streaming de cinema nórdico, Ponte Nórdica no Ar, lançada em 2020). Trabalhamos com o mesmo afinco e paixão para ampliar o diálogo e o intercâmbio criador e criativo e, assim, continuar escrevendo os próximos capítulos da história do ICD no Brasil. 54


VIDA LOCAL RIO

O projeto envolve residentes locais, ONGs e instituições em processos participativos de design urbano em áreas vulneráveis da Zona Norte do Rio de Janeiro. Em março de 2020, pouco antes de a pandemia fechar todas as fronteiras, o especialista dinamarquês Jesper Koefoed-Melson visitou o Rio para uma série de workshops e encontros como parte do programa oficial da UNESCO Rio Capital Mundial da Arquitetura e do 27º Congresso Mundial de Arquitetura da UIA. Isso resultou na formação de um amplo grupo de participantes com atores oficiais, acadêmicos e locais. O workshop final reuniu estudantes de arquitetura com ativistas, escolas e instituições locais do Rio Comprido para uma troca de ideias e sonhos para o bairro complexo e desafiado. O evento culminou na Praça Condessa Paulo de Frontim com um jantar comunitário, DJs e apresentações culturais. Uma base foi estabelecida para novas construções conectando o Rio de Janeiro ao congresso mundial da UIA em Copenhage 2023.

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COZINHA DA MALOU

Um programa de 16 episódios no YouTube do ICD sobre cultura alimentar sustentável para crianças. Apresentado em um contexto intercultural e intergeracional, o programa mostra a cultura dinamarquesa de preparação de refeições e “hygge” em um ambiente brasileiro. Trabalhar com cultura alimentar no Brasil envolve questões ambientais, de biodiversidade, de direitos humanos e de clima de importância global. A nutricionista dinamarquesa Betina Lauritsen aborda as grandes questões de uma forma leve e envolvente, explorando a educação alimentar, coragem alimentar e alegria alimentar. Filmado por seu marido Augusto em sua casa no Rio de Janeiro, o programa destaca a filha de 6 anos do casal, Malou, em aventuras culinárias com sua mãe. Alguns episódios contam com a participação de especialistas brasileiras, Ana Ribeiro, Edel Tenório e Maristela Sodré, bem como dos parceiros dinamarqueses de “Smag For Livet”. Os vídeos ganharam mais de 160.000 visualizações através de várias plataformas.

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POLÍTICAS DA NATUREZA

"Política da Natureza" (PoN) é um jogo de tabuleiro criado pelos dinamarqueses Jacob Raffn e Frederik Lassen, que se baseia nos conceitos do filósofo francês Bruno Latour, de fortalecer as relações entre o ser humano e a natureza para além de uma perspectiva antropocêntrica. Na edição online do Festival Curta Brasília 2020, o PoN funcionou como a base temática do CVR — um cinema virtual inovador dedicado a filmes de realidade virtual. O público se reuniu como avatares no lobby virtual para assistir filmes 360o diretamente do site em smartphones, tablets ou laptops. Os premiados “SONGBIRD”, com Direção de Arte e Animação de Uri e Michelle Kranot, e “SPACE SAFARI” de Niels Rahr & Peter Fisher, foram as obras dinamarquesas apresentadas. Frederik Lassen realizou o CVR Talk, uma entrevista com o artista Uri Kranot sobre VR e empatia pela natureza. Finalmente, o ICD cofinanciou o “2020 PoN Atelier”, no qual um seleto grupo de pesquisadores, artistas e desenvolvedores no Brasil, Dinamarca, França e EUA colaboraram para desenvolver um roteiro visual para uma experiência PoN VR e uma futura versão digital do jogo PoN.

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O nosso agradecimento especial a todos os membros da equipe ICD durante os anos: Alona Vibe Vestergaard Andersen Ana Clotilde Oliveira Andrea Friederich Anita Jensenius Amanda Ajslev Asbjørn Juhl Holsegård Bethania Lima Betina Lauritsen Camilla Lávin Carina Strøm Caroline Petersen Charlotte Kaare-Andersen Christian Hansen Christine Bech Dortea Birkedal Andersen Dorthe Roslev Bukh Edelaine Demucio Edilson Conrado Elias Paiva Elisabeth dos Santos Pinto Fie Crusell Pedersen Jorge Grimaldi Juliana Gomes Katrine Michala Lehman Kim Illum Leno Ferreira Leonardo Ferreira 58

Lídia Tenório Liv Helene Carvalho Silva Fuglsig Louise Obel Bank Lykke Bekkevold Mads S.Cunha Vestergaard Marcelo Gusmão Marie Paldrup Marie Louise Iversen Mikkel Rasmus Hansen Morten Hauglund Natália Rodrigues Pedro Penna Pedro Risaffi Pernille Petersen Bianco Peter Neucht Rasmus Schack Rodrigo Gerstner Ronni Kot Wenzell Sabina Taheri Signe Köllner Søren Hellerup Søren Thornøe Tainara Manhães Tatiana Groff Thomas Mellerup Troels Dyhrman William Andreas Wivel

E nossos grandes agradecimentos a todos os parceiros, produtores e patrocinadores!



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Articles inside

ICD 2.0

4min
pages 54-57

Veias

1min
page 50

EUNIC

2min
pages 52-53

Uma Casa Real Moderna

1min
page 49

Diálogos Nórdicos

1min
page 51

Drive-in Rio

1min
page 45

Dream on Wheels

1min
page 47

Dansk 01

1min
page 46

Lars Møller & Jazz Explorer Trio

1min
page 42

Invasão Nórdica

1min
page 43

Carl Nielsen 150 anos

1min
page 39

Scenatet 2019

1min
page 41

Caravana Dinamarquesa / Cinema para Todos

1min
page 25

Festival Buster

1min
page 26

JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016, um capítulo à parte

3min
pages 32-33

Ciclo 2014

1min
page 38

Canal Curumim

1min
page 31

Cineklap

2min
pages 23-24

FESTIVAL DANSK!!BR – Comemoração de 10 anos do ICD no Brasil

7min
pages 14-20

Palavras do Secretário-Geral, 2018

6min
pages 9-13
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