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Palavras do Secretário-Geral, 2018

PALAVRAS DE

Michael Metz Mørch

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SECRETÁRIO-GERAL DO INSTITUTO CULTURAL DA DINAMARCA / 2013–2018

Há dez anos, nós, no “Velho Mundo ” , estávamos à beira de um colapso econômico. Mas vocês, os BRICS, estavam resistindo à tempestade, e todos nós corremos para vocês. Estávamos naquela onda e ficamos felizes por desembarcar em segurança em um Brasil dinâmico e otimista. Nos apaixonamos naquele momento e continuamos apaixonados. Desde então, o mundo mudou. O Brasil também. No Velho Mundo, a economia parece ter retomado o rumo, mas a que preço??? Estamos sofrendo e lutando contra a desigualdade crescente, um perigoso vácuo de liderança moral e política e parecemos ter esquecido os valores e a história em comum que compartilhamos no continente europeu. Estamos fechando nossas fronteiras, construindo muros. Questões como migração, refugiados, minorias e direitos humanos estão no centro das atenções. Nossa democracia está sob a pressão do populismo de direita. Fundamentalistas de todas as crenças parecem proliferar. Atualmente, apenas dez anos após termos sobrevivido a uma catástrofe econômica iminente, existem sinais de novas versões dos antigos desastres que devastaram a Europa (e o resto do mundo) duas vezes no século passado. Precisamos de vocês no Brasil mais do que nunca. Vocês conseguiram superar adversidades mais profundas e complicadas que aquelas que agora nos atormentam. Vocês ainda estão na batalha, e precisamos uns dos outros para garantir que velhos erros não se repitam. Precisamos aprender uns com os outros, nos aproximarmos e criarmos obras de valor cultural mútuo juntos. Precisamos aprender a manter – em ambos os sentidos – o fluxo sanguíneo vivificante no cordão umbilical que nos conecta. Não queremos esperar que políticos resolvam os problemas – nem na Europa, nem no Brasil. A vida é importante demais para que se espere, os contatos interpessoais são o sal da vida e a experiência mostra que relações culturais fortes constroem aprendizagem, tolerância e entendimento mútuos, bem como a liberdade e a qualidade de vida que todos merecemos e lutamos para alcançar. Que estabeleçamos, então, um compromisso mútuo por, no mínimo, mais dez anos.

Copenhague, 30.01.2018

PALAVRAS DE

Maibrit Thomsen

DIRETORA DO INSTITUTO CULTURAL DA DINAMARCA / 2009–2019

O ICD 1.0

Em 2008, uma pequena filial do Instituto de Cultura da Dinamarca (ICD) foi estabelecida no Rio de Janeiro, Brasil. Com este livro celebramos os primeiros 10 anos de intercâmbio cultural e colaboração produtiva entre a Dinamarca e o Brasil e marcamos o início de uma nova era. A escolha do Brasil como sede da única filial do Instituto de Cultura da Dinamarca nas Américas, em 2008, foi visionária. A decisão foi baseada na percepção dos diretores do ICD de algumas tendências internacionais que se tornaram dominantes poucos anos depois, com a ascensão do Brasil como parte do grupo de países conhecido como BRICS. Com o crescimento da economia brasileira e um interesse geral na Dinamarca pelo país durante os anos seguintes, nossa presença, luta, contatos e projetos iniciais haviam nos dado um fundamento sólido para novas interações e parcerias dinâmicas quando os olhos do mundo inteiro se voltaram para o Brasil. Como resultado, o Instituto de Cultura da Dinamarca fez parte da primeira onda de crescimento do Brasil e daquilo que muitos consideraram a entrada do país na cena mundial. Crescemos com ele e, neste momento em que o Brasil se reconstrói, não apenas permaneceremos, mas também expandiremos nossas atividades relacionadas à arte e à cultura para ajudar a construir sociedades melhores, mais empatia e criatividade renovada, no Brasil e também na Dinamarca. Já vai distante o tempo em que “ apenas ” mostrávamos a arte e a cultura dinamarquesas. Ao apresentar a arte e a cultura da Dinamarca no Brasil e estimular colaborações interculturais em diversos níveis, fomentamos um diálogo constante entre nossos países para o enriquecimento e desenvolvimento mútuos da sociedade, de ideias e da arte em si. Tendo nossos projetos e intervenções culturais como ponto de apoio, esse diálogo aborda temas como igualdade, educação, sustentabilidade, participação cidadã e valores democráticos. Existe um forte interesse pelo cinema, música, artes cênicas, design, literatura e sustentabilidade da Dinamarca — os quais têm sido mostrados em grandes festivais e centros culturais em todo o Brasil — e os brasileiros estão entusiasmados com nossa tradição de criatividade no aprendizado infantil, como observado na educação artística, teatro e cinema infantil e em outras modalidades artísticas desenvolvidas de acordo com a faixa etária.

Para o Instituto de Cultura da Dinamarca, é fundamental que os projetos estejam ancorados em parcerias locais. Uma rede de contatos ampla e forte é o solo fértil de que sementes interculturais precisam para florescer. Conseguimos estabelecer uma rede de contatos vibrante em ambas as cenas culturais, com a qual estamos felizes e orgulhosos de trabalhar. Saímos desta primeira era do ICD expandindo parcerias locais para empresas dinamarquesas, nórdicas e brasileiras que operam no Brasil. Conforme amadurecemos nossa atuação no cenário cultural brasileiro, sentimo-nos inspirados pela maneira como a maior parte das organizações culturais brasileiras financia suas atividades: por meio das leis de incentivo cultural. Acreditamos firmemente que o entendimento, o envolvimento e a apreciação cultural são algumas das armas mais poderosas para a superação dos desafios globais atuais e que a arte e o diálogo artístico são uma plataforma para uma comunicação igualitária e fortalecedora entre as pessoas. Um grande obrigado a todos os artistas que participaram ao longo dos anos, aos nossos parceiros e colegas no Brasil e na Dinamarca e, por último, mas não menos importante, ao fantástico público brasileiro. Que venham mais 10 anos — que venha o 2.0!

Rio de Janeiro, 09.11.2018

PALAVRAS DE

Anders Hentze

COUNTRY MANAGER DO INSTITUTO CULTURAL DA DINAMARCA / DESDE 2021

Depois de 11 frutíferos anos no Rio de Janeiro, o Instituto Cultural da Dinamarca se mudou para São Paulo em 2020, onde inicia uma nova jornada em colaboração com uma crescente rede de parceiros, tanto culturais quanto diplomáticos e empresariais, na cidade. Como parte dessa transformação, Maibrit Thomsen passou o bastão da direção do instituto para mim e é uma grande honra liderar e desenvolver o novo ICD a partir do trabalho impactante realizado sob a direção dela, que construiu e contribuiu para que o ICD se tornasse uma instituição reconhecida e ativa na vida cultural brasileira de hoje. Com a pandemia, que mudou tudo de forma radical e imprevista, necessitando grandes adaptações e muita inovação, a estratégia do novo ICD ganhou ainda mais importância: trabalhamos com a dimensão cultural da transformação para um mundo sustentável. Focamos na cocriação de novas possibilidades nas áreas de design urbano, cultura alimentar e audiovisual, tendo a sustentabilidade e a diversidade como valores transversais. Continuamos fortalecendo a cooperação intercultural entre Dinamarca e Brasil em vários níveis e promovendo um diálogo mutualmente enriquecedor e inspirador entre nossos países, como também entre o Brasil e a região nórdica como um todo. Este livro revê a história do ICD no Brasil a partir de uma seleção de 34 projetos realizados desde 2009. Os critérios de seleção foram, além da qualidade artística e da relevância cultural, o impacto social alcançado e os desdobramentos gerados. Leia sobre a nova fase do ICD no capítulo ICD 2.0, no final do livro.

São Paulo, 24.04.2021

“I think sponsoring culture can be a great opportunity to not only improve food and health, our main purpose as a company, but also to strengthen cultural links with Denmark as well as to support social organizations as we care to make this country a better place. ”

David Stroo, Country Manager South Cone, Chr. Hansen Ind. e Com Ltda. nas ações de patrocínio ao Instituto Cultural da Dinamarca em 2018/2019.