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ALGARVE INFORMATIVO 14 de julho, 2018

UMA ARGUMENTISTA E REALIZADORA APAIXONADA POR COMÉDIAS NEGRAS «ALAMEDA BEER FEST» | «E-NXADA» NO «CENAS NA RUA» | «RAUL» ALMADA NEGREIROS EXPÕE EM TAVIRA | «MERCADO DE CULTURAS …ALGARVE À LUZINFORMATIVO DAS VELAS» 1 #163


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CONTEÚDOS #163 14 DE JULHO, 2018

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ARTIGOS 52

14 - Alameda Beer Fest 20 - Torre da Lapa 30 - Fórum dos Museus Europeus em Portimão 38 - Vera Casaca 52 - Raul Solnado homenageado no Teatro das Figuras 64 - «E-Nxada» no «Cenas na Rua» de Tavira 74 - Mercado de Culturas… À Luz das Velas em Lagoa 84 - Almada Negreiros expõe em Tavira 106 - Atualidade

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OPINIÃO 98 - Paulo Cunha 100 - Adília César 102 - Mirian Tavares ALGARVE INFORMATIVO #163

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REPORTAGEM

ALAMEDA BEER FEST TROUXE 200 VARIEDADES DE CERVEJA A FARO Texto:

| Fotografia:

capital algarvia acolheu, de 5 a 7 de julho, a quarta edição do «Alameda Beer Fest – Festival Internacional de Cervejas e Cervejeiros Artesanais», um evento inovador organizado pelo Município de Faro, OG & Associados e Ambifaro em parceria com a BeerShop. Durante três dias, a Alameda João de Deus abriu os braços a 27 cervejeiros provenientes de todos os pontos do país e além-fronteiras e os visitantes puderam degustar cerca de 200 variedades de cerveja artesanal.

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Faro voltou a ser uma das mais mediáticas referências a sul da Península ALGARVE INFORMATIVO #163

Ibérica, com grandes cervejeiros e projetos já consolidados no mercado, 22 dos quais portugueses, entre eles sete algarvios, e cinco internacionais. Mas a cerveja foi apenas um dos aliciantes do «Alameda Beer Fest», pois houve também muita street food, música e performances artísticas para todos os gostos durante a noite. Já os finais de tarde foram marcados por harmonizações gastronómicas e apresentação de casos de empreendedorismo crafter. E o Jardim da Alameda recebeu ainda um mercado para os apreciadores de artesanato urbano de autor .

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REPORTAGEM

MUNICÍPIO DE LAGOA RECUPEROU TORRE DA LAPA E INAUGUROU CAMINHO DOS PROMONTÓRIOS Texto:

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esde o dia 10 de julho que é possível conhecer um pouco melhor o litoral do concelho de Lagoa a pé com a inauguração do Caminho dos Promontórios, percurso de descoberta da natureza entre a Praia do Molhe, em Ferragudo, e a Praia do Paraíso, no Carvoeiro. O Caminho dos Promontórios é a segunda fase do Caminho do Algar Seco e implicou um investimento na ordem dos 118 mil e 500 euros, estendendo-se ao longo de sete quilómetros de costa e incidindo sobre uma plataforma rochosa calcária com uma altura que varia entre os 2,5 e os 40 metros. O percurso é interrompido por vales suspensos, pequenas enseadas e areais (praias) e marcada ocasionalmente por cavidades verticais naturais designadas por «algares». A obra reflete o esforço da

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autarquia para dar a conhecer a maravilhosa orla costeira que Lagoa oferece, com condições de segurança que permitam desfrutar da incomparável paisagem, reconhecida pela sua beleza. “É um percurso que se pode fazer em qualquer altura do ano, seja época alta ou baixa do turismo, e que se vem juntar ao Percursos dos 7 Vales Suspensos, num reforço do município num turismo diversificado. A nossa costa é magnífica e queremos que todos possam usufruir dela, inclusive para potenciar a prática da atividade física”, considerou Luís Encarnação, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lagoa durante a inauguração. “Nestas caminhadas, para além de nos deliciarmos com as maravilhas que os percursos nos têm para oferecer, estamos a exercitar o corpo. Quem visita a Senhora da 22


Rocha, por estes dias, fica estupefato com a quantidade de autocarros e viaturas particulares que ali deixam pessoas para fazerem este caminho, é já um cartão-de-visita do concelho de Lagoa”, enfatizou o autarca. Num «quadro» onde os elementos dominantes são as arribas, este percurso de sete quilómetros distingue-se pela

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sucessão de pontais ou pequenos promontórios que, a par da Ponta do Altar, moldam um relevo de singular beleza e foi este aspeto distintivo da paisagem que determinou a designação «Caminho dos Promontórios». Acrescem outros valores de reconhecido interesse para a observação e que fundamentam a implementação de um conjunto de sinalética informativa e de

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perigo de apoio à interpretação do ambiente costeiro. Preconizou-se ainda a dotação de estruturas de apoio à visitação e fruição do espaço natural, designadamente áreas de estadia. O Caminho dos Promontórios complementa outros dois percursos pedestres: o Caminho do Algar Seco (perto de Carvoeiro, acessível a pessoas de mobilidade condicionada), e o Percurso dos 7 Vales Suspensos (entre a Praia de Vale Centeanes e a Praia da Marinha). “Não é um percurso demasiado complexo, mas estamos a falar de sete quilómetros com subidas e descidas, portanto, há que ter um mínimo de robustez. A um terço do percurso encontra-se a Torre da Lapa, um monumento de imenso significado histórico, sendo testemunho de uma época em que o Algarve era assolado por pirataria e em que era preciso manter ALGARVE INFORMATIVO #163

uma vigilância constante da costa”, explicou o arquiteto paisagista José Vieira. Ainda sobre o Caminho dos Promontórios, José Vieira recordou a sucessão de ecossistemas ao longo dos sete quilómetros de percurso, fantásticos para os adeptos da observação de aves. “Passa perto de uma Zona de Proteção Especial – o Leixão da Gaivota – onde nidificam uma série de espécies já relativamente raras, entre as quais a garça branca. Para quem gosta mais dos percursos de Inverno temos uma pequena joia botânica, as Orquídeas Mediterrânicas, próprias da nossa flora, ninguém as trouxe para cá. Nas aves, temos ainda o Falcão Peregrino, que atinge os 400 km/h quando faz voo picado para comer os pombos e estorninhos que vão passando ao 24


longo da costa”, destacou o arquiteto paisagístico. A segunda inauguração do dia foi a reabilitação da Torre da Lapa, estrutura militar erigida após a Reconquista Cristã, entre o Cabo de S. Vicente e a foz do Guadiana (e reforçada nos reinados de D. João III e D. Sebastião). O seu restauro, avaliado em 51 mil e 500 euros, pretendeu reverter a degradação acentuada do imóvel e dignificar um dos valores históricos mais relevantes do litoral de Lagoa, em vias de classificação como Imóvel de Interesse Nacional. “É uma decisão que assenta na visão de que a valorização e a proteção do território e dos seus valores naturais e patrimoniais potenciam uma visitação pedagógica, respeitadora e sustentável”, explicou o Vereador Jorge Pardal, revelando que seria colocada, a alguns metros da superfície do solo, uma cápsula do tempo com uma pen

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USB com um documentário relativo ao restauro para as gerações vindouras, uma fotografia polaroid com a comitiva que marcou presença na ocasião, um documento assinado por todos os elementos do atual executivo autárquico de Lagoa e uma moeda cunhada em 2018. Construída no século XVI, a Torre da Lapa pretendia assegurar a vigilância de um importante troço da costa do Algarve e é um singelo legado histórico, contudo, é também um testemunho eloquente de um passado atribulado que é importante revisitar. “Trata-se de um símbolo de um tempo em que o Algarve estava a «ferro-e-fogo» sob as investidas de piratas e corsários de várias proveniências, o que obrigou a um forte empenho na construção de uma complexa estrutura de defesa e vigilância ao longo de toda a costa, da

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qual este monumento faz parte”, pode ler-se na mensagem do executivo lagoense liderado por Francisco Martins que ficou guardada para a posteridade na cápsula do tempo. “A recuperação da Torre da Lapa era um sonho da Vereadora Anabela Simão e do Arquiteto José Vieira mas, há quatro anos, quando se começou a falar disso, inclusive numa sessão da Assembleia Municipal, toda a gente disse que tal não era possível. Ainda bem que há teimosos, porque é com bastante persistência e com trabalho que não se vê que nós conseguimos, efetivamente, fazer muita coisa. Todos os dias discutimos novas formas de preservar e valorizar o nosso património porque é uma missão que nunca está terminada”, frisou o presidente da Câmara Municipal de Lagoa. Após a visualização do documentário «A Torre de Atalaia de Vale da Lapa na defesa

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da costa algarvia», foi a vez de Alexandra Gonçalves, Diretora Regional da Cultura do Algarve, destacar a importância desta intervenção, mas também do trabalho de investigação que frequentemente passa despercebido ao cidadão comum. “Para além da preservação e da salvaguarda do património, é essencial criar mecanismos de interpretação que ajudem a quem nos visita, e à comunidade de proximidade, a perceber estas memórias. As pedras não falam, é preciso apostar na investigação, uma tarefa que raramente é devidamente valorizada”, defendeu Alexandra Gonçalves. “É um trabalho escondido, silencioso, horas a fio que não são perdidas, mas fundamentais, para que melhor possamos compreender a nossa história” .

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REPORTAGEM

FÓRUM DOS MUSEUS EUROPEUS VAI TER A SUA «CASA» NO MUSEU DE PORTIMÃO Texto:

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José Gameiro, João Vieira, Isilda Gomes e Jette Sandahl

Museu Municipal de Portimão recebeu, no dia 11 de julho, a celebração de um protocolo entre o Município de Portimão e o European Museum Forum, com o propósito de instalar o Secretariado do EMF e o Arquivo Geral do EMYA – European Museum of the Year Award no Museu de Portimão, equipamento que foi premiado pelo Conselho da Europa em 2010. Do acordo assinado por Jette Sandahl, presidente do EMF, e Isilda Gomes, presidente da Câmara Municipal de Portimão, decorrem diversos benefícios para Portimão, desde logo a criação do Prémio Museu Portimão, que distinguirá o Museu Mais Acolhedor da Europa e cuja atribuição acontecerá, em maio de 2019, em Genebra, na Suíça. “Sem falsas

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modéstias, julgamos que temos tido um real impacto no setor dos museus na Europa. Somos uma pequena organização que sobrevive devido às boas relações que temos com os nossos parceiros e há algum tempo que ambicionamos ter os nossos serviços administrativos e os arquivos debaixo do mesmo teto e num local onde se respire o ambiente dos museus”, referiu a dinamarquesa Jette Sandahl, satisfeita por esse sonho ser agora concretizado. No uso da palavra, Isilda Gomes enfatizou que, a partir deste momento, o Museu de Portimão é, de facto, a «casa» do EMF. “Ser a sede deste organismo dá um peso e uma visibilidade diferentes ao Museu de 32


Portimão, que já é sobejamente conhecido na Europa, mas nunca se pode ser demasiado conhecido. Temos sempre que construir estratégias que possam divulgar cada vez melhor aquilo que temos em Portimão”, defendeu a edil, acrescentando que o “trabalho que tem sido feito neste equipamento dignifica Portimão e os portimonenses”. “Só com uma união de esforços entre todos é que conseguimos continuar a trabalhar com eficácia e de uma forma estruturada, construindo o futuro. O presente vai-se gerindo no dia-a-dia, mas a obrigação dos autarcas é deixar mais e melhor do que aquilo que encontrámos”. O EMF – Fórum dos Museus Europeus é uma instituição sem fins lucrativos, registada no Reino Unido, que assegura o enquadramento legal e organizativo para o desenvolvimento do Prémio do Museu

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Europeu do Ano (EMYA) e Prémio Museu Conselho da Europa (CoE). O EMYA foi criado em 1977 com o intuito de reconhecer, encorajar, premiar e demonstrar a excelência e a inovação na área dos museus, sobretudo na área da qualidade pública e da responsabilidade social. A ênfase na necessidade de inovação no setor dos museus foi partilhada pelo Conselho da Europa, que tem sido desde o início um apoiante ativo e parceiro do EMF/EMYA na organização e atribuição dos prémios nos 47 países do Velho Continente. O Prémio Museu Conselho da Europa reconhece a inovação, atualmente com realce na inovação digital e tecnológica, mas acentua igualmente uma perspetiva europeia e a articulação e interpretação em museus de cidadania, democracia, direitos humanos, tolerância e diálogo intercultural, unindo

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culturas e superando fronteiras sociais e políticas. Existem atualmente dois prémios principais – o EMYA e CoE, a que se juntam o Prémio Silletto, que reconhece a excelência no trabalho com a comunidade local e o envolvimento de voluntários e amigos dos museus; o Prémio Kenneth Hudson, dado como reconhecimento ao mais inesperado e arrojado museu ou a um museu que desafie a normal perceção do papel dos museus na sociedade; e a Menção Especial para a Sustentabilidade e outras Menções Especiais, conferidas a museus que demonstrem excelência em aspetos particulares do seu trabalho. O EMF é liderado por uma direção constituída por profissionais de museus de toda a Europa, que nomeia de 9 a 13 juízes ALGARVE INFORMATIVO #163

para avaliar e selecionar os diversos tipos de prémios. Os membros do EMYA representam diferentes disciplinas profissionais, possuindo elevada experiência prática e teórica na área dos museus e da museologia. O Fórum Europeu dos Museus vai então instalar, em 2018, o seu Arquivo e Secretariado Administrativo no Museu Municipal de Portimão, de maneira a estabelecer uma identidade clara para a «casa» do EMF/EMYA, terminando, assim, uma separação que tem existido nos 41 anos de história da organização. O Arquivo é constituído pelos documentos das candidaturas e descrição dos museus, formulários, fotografias e outros materiais de apoio de mais de mil museus, além de 34


publicações, newsletters, relatórios dos juízes, registos de conferências e das cerimónias anuais da entrega dos prémios. Como os serviços administrativos do EMF foram deslocalizados em diversas ocasiões e cidades, o Arquivo está dividido presentemente entre Berlim, Milão e Liverpool. O acordo de instalação do Arquivo do EMF no Museu Municipal de Portimão tem a duração de 10 anos, sendo que o EMF suporta todas as despesas necessárias à aquisição de equipamentos (estantes e prateleiras), de acordo com o padrão e tipologias já existentes no Centro de Documentação e Arquivo Histórico do

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Museu de Portimão. Do mesmo modo, assegura a transferência e transporte dos seus arquivos das três atuais localizações até Portimão. José Gameiro, Diretor Científico do Museu Municipal de Portimão, vai assumir um papel de interligação formal, dada a sua visão global e o profundo conhecimento dos ciclos anuais da organização das atividades do EMF/EMYA e a experiência pessoal das necessidades de ambos os parceiros, uma vez que faz parte da Direção da Comissão Nacional Portuguesa do Conselho Internacional dos Museus e é, desde 2015, presidente do júri do EMYA e CoE .

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ENTREVISTA

VERA CASACA, UMA ARGUMENTISTA E REALIZADORA APAIXONADA POR COMÉDIAS NEGRAS Texto:

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E POIROT ESTIVESSE AQUI é a nova curta-metragem de Vera Casaca, uma argumentista e realizadora apaixonada pelos policiais de Agatha Christie e Arthur Conan Doyle que decidiu transformar a sua casa na Fuseta num verdadeiro estúdio de cinema para dirigir este filme com os atores como ALGARVE INFORMATIVO #163

Mariana Monteiro, Eduardo Frazão e Cucha Carvalheiro. Nomes sonantes que foram fáceis de cativar para o projeto, por gostarem de explorar temas e géneros que não são tão formatados a nível comercial, na opinião da olhanense. “As curtas-metragens dão essa abertura para se fazer um cinema mais experimental, com personagens 40


coargumentista que vai estrear em breve - «Portugal não está à venda!» do também algarvio André Badalo, Vera Casaca esclarece que conceber um filme com cerca de 10 minutos encerra múltiplos desafios, ao contrário do que se possa imaginar. “Nas curtasmetragens temos pouco espaço de manobra para desenvolver bem as personagens, não estamos a falar de filmes de duas horas, portanto, a história tem que ser mais contida. Precisamos de um princípio, meio e fim que não é fácil concentrar, por exemplo, em 10 páginas”, explica, sorridente. “Mas são excelentes experiências profissionais, porque nos habituamos a toda a pressão e stress de se fazer um filme, já que o nível de pré-produção é igual numa curta ou numa longa-metragem. Temos que nos reunir com os atores e chefes de equipa, arranjar os adereços, as roupas, a maquilhagem, tratar dos cenários, da logística do alojamento, transporte, alimentação. É um processo duro”, reconhece, com um encolher de ombros.

fora do vulgar, bem diferentes das que vemos habitualmente nas telenovelas”, justifica Vera Casaca, que não esconde a sua predileção por comédias negras com uma forte pitada de absurdo. Com algumas curtas-metragens no currículo como realizadora, mas também uma longa-metragem enquanto 41

Um imenso trabalho, semanas frenéticas, muitas dores de cabeça e, no fim, o resultado é um filme de 10 ou 15 minutos, mas essa é uma realidade que não apoquenta Vera Casaca. “Trabalhamos cerca de 11 horas por dia para conseguirmos «espremer» dois ou três minutos de filme por dia, mas é o processo normal no cinema”, indica a argumentista e realizadora que até tinha o futuro encaminhado para a investigação médica. “Sempre escrevi desde miúda e, aos 17 anos, enviei uma história de ficção para um projeto ALGARVE INFORMATIVO #163


onde estava envolvida a NASA. Fui uma das premiadas e rumei aos Estados Unidos da América, mas na altura pensei que tinha que arranjar um trabalho a sério”, recorda. Com essa ideia em mente tirou uma Licenciatura, Mestrado e Doutoramento em Ciências Médicas, na Alemanha, mas sentia-se infeliz. “Queria entrar num mundo criativo. Adorava escrever e, aos 29 anos, peguei nas malas, mudei-me para Nova Iorque e fui estudar cinema. Foi um sonho mais tardio, mas isso permitiu-me ir com outra maturidade, com uma grande certeza do que queria para a minha vida”, conta Vera Casaca, reconhecendo que a decisão deixou os pais um pouco apreensivos, ainda mais quando o caminho anterior era bem mais tradicional e, provavelmente, mais estável e recompensador em termos financeiros. “Tinha estudado muitos anos em Inglaterra e na Alemanha, longe da família, e depois mudei, de repente, de direção. Mas eles perceberam que eu estava muito miserável, que queria mesmo contar histórias através do cinema, e apoiaram-me quando fui para os Estados Unidos”. Entretanto, partir para a «Big Apple» foi uma opção, não um imperativo, aliás, Vera Casaca lembra que muitos realizadores de cinema são autodidatas. E, no século XXI, toda a informação está disponível através da internet. “Foi uma opção pessoal porque sempre adorei Nova Iorque e pensei que aquele tipo de curso intensivo, durante vários meses, era o que melhor se adequava ao que eu procurava. Fiz muitos amigos e o curso incluía várias palestras e workshops com ALGARVE INFORMATIVO #163

atores e realizadores conhecidos. Foi bastante interessante ouvir as suas histórias de vida, perceber como eles encaram a sua profissão, as personagens que desempenham ou criam”. Tirado o curso na New York Film Academy, Vera Casaca regressa às origens, ao seu Algarve, mas isso não significa que se sinta presa a esta ou àquela terra. “Adoro viajar, conhecer o mundo, explorar outras culturas, e as histórias que imagino na minha cabeça têm diferentes aspetos paisagísticos, línguas e costumes. São coisas súbitas, um conceito ou uma frase, alguém que vejo na rua, um slogan de publicidade, uma história que ouço no café. Às vezes penso numa personagem e crio uma história à volta dela, noutras ocasiões surge-me a ideia da história e depois avanço para as personagens”, indica, enquanto percorríamos os jardins do Vila Monte Farm House, perto de Moncarapacho.

Adepta das comédias negras e do absurdo, como referido anteriormente, mas também do humor britânico dos Monty Python, Little Britain e Catherine Tate, Vera Casaca não se vê, neste momento, a escrever dramas. Do mesmo modo, não se incomoda pelo facto de nem sempre o humor britânico ser facilmente atingível, ser de risada imediata. “Quando estou a escrever não penso nisso. Os meus filmes têm que me dar gozo, tenho que me rir das

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piadas ou das situações caricatas que imagino. Não quero ser colocada numa caixa em que preciso fazer um humor mais fácil”, salienta a entrevistada. E uma das vantagens das curtas-metragens é, precisamente, não haver tanta pressão para que o produto final seja um tremendo sucesso comercial, porque o investimento financeiro não foi tão avultado como nas ALGARVE INFORMATIVO #163

longas-metragens. “Quando fizer a minha longa-metragem não gostaria de sentir essa pressão, pois isso pode acabar por se refletir na forma como escrevo o guião e assim não ficarei totalmente feliz, nem serei fiel a mim própria. Para além disso, o sucesso comercial nunca é garantido”.

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depois a vou realizar, mas seria um desafio interessante realizar um filme que não tenha sido escrito por mim”, refere. Um maior desafio é ser uma mulher neste meio e, de facto, não são muitas as argumentistas ou realizadoras a prosperar no cinema, nacional ou internacional. “Não acredito que já haja igualdade de género, especialmente em Portugal. Hollywood está a mudar, mas é ridícula a pequenas percentagem de mulheres que são nomeadas para os Óscares. Vamos conquistando terreno, mas não devemos encarar isto como uma batalha entre homens e mulheres. Tenho colegas fantásticos que admiro e são bastante talentosos e não é por serem homens que têm menos mérito. Simplesmente, gostaria que houvesse uma real igualdade de oportunidades”, desabafa a entrevistada.

Vera Casaca acumula, entretanto, as facetas de argumentista e realizadora, algo que surgiu por necessidade, por acreditar que, se apenas escrevesse as curtas-metragens, elas acabariam por ficar na gaveta à espera que alguém pegasse nelas. “Quando estou a escrever uma história estou logo a pensar em como 45

E o eterno problema na cultura é, claro, arranjar os necessários apoios financeiros, uma tarefa que também não é fácil na sétima arte. “Na minha opinião ainda existe um pouco a mentalidade do ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual financiar projetos que têm mérito e qualidade, mas são de cinema de autor, com uma boa saída nos festivais internacionais, mas com pouco impacto no mercado nacional. Temos que pensar que esses apoios são dinheiros públicos, impostos pagos pelos cidadãos, e o cinema apoiado pelo ICA muitas vezes nem sequer é passado nas salas portuguesas e o cidadão que o custeou nunca o vai ver”, critica Vera Casaca.

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Mostrar as curtas-metragens em território nacional não é, aliás, uma tarefa tão complicada como noutros tempos, com vários festivais nacionais e projetos locais a difundirem a produção lusitana. Para além disso, seria bem mais interessante assistir-se a uma curtametragem antes das longas-metragens que regularmente vamos assistir às salas de cinema, ao invés da habitual publicidade, mas aí há interesses comerciais difíceis de contornar. “Seria ótimo porque, quanto mais cinema português as pessoas virem, mais esse hábito se vai entranhando na nossa cultura. Apenas vemos filmes e séries norte-americanas, ao contrário do que sucede em Espanha, França ou Alemanha, onde se consome imensa produção nacional”, reconhece a argumentista e realizadora. “Temos escritores, cineastas e atores muito bons em Portugal, portanto, não consigo entender esse fenómeno de desapego à produção nacional”. Acabadas as filmagens de «Se Poirot Estivesse Aqui», Vera Casaca já tem na cabeça o conceito para a sua primeira longa-metragem, mas escrevê-la ainda demora alguns meses. Depois, há que pensar em reunir os apoios financeiros, porque o orçamento de uma longa é muito superior à de uma curta-metragem. “Neste filme tive apoios da União de Freguesias da Fuseta e Moncarapacho e da produtora Original Features, mas também investi do meu próprio bolso. Abdiquei de muito da minha vida pessoal e de pequenos luxos, como ir comer fora ou ir ao cinema, para conseguir financiar a minha curta-metragem”, admite a ALGARVE INFORMATIVO #163

entrevistada, garantindo que o Algarve vai continuar a ser um cenário especial para os seus projetos futuros. “Adoro a ruralidade e a ingenuidade dos locais mais pequenos e a minha longametragem deverá ser filmada no Algarve. Com força e determinação vou arranjar os apoios”, afiança. Certo é que, apesar das dores de cabeça inerentes ao cinema, Vera Casaca já não se sente miserável. 46


“Estava a fazer Investigação Médica e, na altura, terminei o doutoramento mesmo sabendo que não ia continuar a exercer essa profissão, para ter uma rede de segurança. Embora sejamos sonhadores, convém também ter os pés bem assentes na terra, mas esta foi a melhor decisão que tomei na minha vida, apesar da dureza e da instabilidade financeira”, reforça, sem receio de falar desse assunto. “Todos sabemos que existe alguma precariedade na arte no 47

que toca a sermos pagos a tempo e horas, não é um tabu que devamos ter medo de abordar. De qualquer modo, tenho tido a sorte de trabalhar com atores maravilhosos, mas também com excelentes equipas técnicas, porque somos 20 ou 30 profissionais num set de cinema” .

Fotos tiradas no Vila Monte Farm House, http://www.vilamonte.com/vilamonte

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REPORTAGEM

TELMO RAMALHO PRESTOU HOMENAGEM A

RAUL SOLNADO Texto:

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AUL, simplesmente «RAUL», assim se chama o espetáculo de homenagem a Raul Solnado protagonizado por Telmo Ramalho que foi a cena, no dia 7 de julho, no Teatro das Figuras, em Faro. Com textos originais de Miguel Gila, Raul Solnado, Henrique Dias e do próprio Telmo Ramalho e Encenação de Henrique Dias, esta homenagem ao mítico ator falecido a 8 de agosto de 2009 revisita os monólogos mais hilariantes pela voz de Telmo Ramalho, entre os quais «É do Inimigo?» e «A Guerra de 1908», ou canções como «Malmequer» e «Timpanas». Com muito humor e uma tremenda saudade, Telmo Ramalho evoca a memória do seu mestre, contando em palco como encontrou nele a força e a inspiração para ser ator. “Aos 15 anos, comecei a ouvir uma cassete oferecida pelo meu pai com algumas das rábulas do Raul Solnado. Fui vigilante da natureza durante muitos anos e, durante o exercício dessa atividade, a cassete era minha companheira, ouvi-a vezes sem conta. Isso despertou em mim a minha veia artística e fez-me querer seguir o mundo da representação”, revelou entre duas rábulas. Raul Solnado partiu há quase uma década, mas permanece vivo nas nossas memórias, sobretudo da geração anterior que cresceu a vê-lo nos palcos do teatro ou na televisão. E a ele se deve, provavelmente, um dos conselhos mais sábios de toda a história da humanidade. “Façam o favor de ser felizes”, dizia frequentemente Raul Solnado .

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ENTREVISTA

COMPANHIA ERVA DANINHA RECRIOU CICLO AGRÍCOLA NO

«CENAS NA RUA» Texto:

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nserido no 14.º Festival Internacional de Teatro e Artes na Rua – «Cenas na Rua», a Companhia Erva Daninha, do Porto, trouxe até Tavira a sua «E-Nxada», um espetáculo de circo contemporâneo que remete o espetador para a ruralidade, a sua desconstrução e o imaginário, sob um ponto de vista urbano e contemporâneo. No Jardim do Coreto assistiu-se, então, a uma investigação artística, através da relação do corpo e do objeto, em cruzamento com a instalação plástica, composição sonora e iluminação. «E-Nxada» é uma alusão poética ao trabalho da terra por meio de um objeto/alfaia ancestral que relaciona o homem com a paisagem. Parte-se, depois, do ritual, do esforço e da resistência para, simbolicamente, apresentar um tradicional ciclo agrícola, composto pelos momentos de cavar, semear, germinar, regar e colher. Por via da desconstrução da enxada alude-se ao espírito da materialidade rural para o contexto urbano, crescentemente imaterial/evanescente nos tempos modernos. Por isso, importa recordar as origens, a importância da agricultura na fixação dos povos, o seu desenvolvimento e a relação do homem com a natureza .

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REPORTAGEM

CULTURA AFRICANA ATRAIU MILHARES DE CURIOSOS AO «MERCADO DE CULTURAS… À LUZ DAS VELAS» Texto:

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e 5 a 8 de julho, as ruas do centro histórico de Lagoa foram estreitas para receber os milhares de curiosos que decidiram sentir um pouco mais de perto a cultura africana, através da sua música – uma oferenda feita de instrumentos belos e simples; das danças, cujos ritmos a todos envolvem; dos aromas e da soberba arte e artesanato. Iluminadas por milhares de velas que configuram os diferentes símbolos africanos adinkra, bem como símbolos genéricos que caraterizam o vasto continente africano, as noites correram de forma bonita e animada, plena de comércio, boa música e muitos sorrisos. A animação musical, marcada pelas muitas exibições de Aboubacar Syla & Doudou Ngom (Guiné Conacri/Senegal), Kilema (Madagáscar), Muhsilwan (Sudão/Marrocos/Guiné Conacri), Yeliké & Gassim Camara (Guiné Conacri), Zé Manel Martins Quarteto (Angola), Cherif Bacisko (Guiné-Bissau) e Adinkraene (Gana/Costa do Marfim/Senegal/Mali e Guiné Conacri), tornaram as noites inesquecíveis ao som da kora e de instrumentos contruídos com muito labor e criatividade. Não faltaram igualmente workhops de danças e percussões; animação inusitada com dois gigantes africanos que percorreram a feira; gastronomia, pela mão da cozinheira africana Carla Costa, cujo saber transformou diariamente os claustros do Convento de São José num espaço de gastronomia afro – lusófona; e artes, através da belíssima e muito concorrida exposição de estátuas africanas «Mãe África – a mulher, a fertilidade na África negra», em exibição na sala de exposições do Convento. O «Mercado de Culturas… à Luz das Velas» regressa em 2019, de 4 a 7 de julho, sob a temática cultural do Mediterrâneo .

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REPORTAGEM

«MULHERES MODERNAS NA OBRA DE JOSÉ DE ALMADA NEGREIROS»

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EM EXPOSIÇÃO NO MUSEU MUNICIPAL DE TAVIRA Texto:

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Fotografia:

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oi inaugurada, no dia 7 de julho, no Museu Municipal de Tavira – Palácio da Galeria, a exposição «Mulheres Modernas na obra de José de Almada Negreiros». Com curadoria de Mariana Pinto do Santos, a mostra junta 55 desenhos e pinturas, a larga maioria pertencente ao acervo da Coleção Moderna do Museu Calouste Gulbenkian, assim como excertos da sua obra literária e textos publicados nos jornais e revistas da época, e estará patente até 14 de outubro. Na arte de Almada encontra-se a mulher moderna emancipada: a moda dos anos vinte, as mulheres fumadoras, sedutoras, rebeldes, artistas, cantoras, bailarinas,

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atrizes e desportistas ou acrobatas, enquanto representação da vida moderna. No entanto, a mulher é ainda sujeita a um olhar masculino e voyeur que dominou a história da arte, tornou o corpo feminino em objeto e fez dele parte substancial da sua tradição. Na exposição encontram-se também exemplos da figuração feminina enquanto força de trabalho, com o retrato da expressão endurecida e sofrida das mulheres do mar em imagens que anunciam preocupações realistas, presentes na sua obra plástica dos anos trinta. Esta mostra enquadra-se numa política de descentralização das exposições da 86


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movimento», realizada no Museu Nacional Soares dos Reis. “Por vontade da nossa presidente Isabel Mota há uma vontade de abrir as portas da Fundação ao exterior e de fazer circular, de partilhar, as suas riquíssimas coleções, sobretudo junto de polos onde a oferta cultural, por ventura, poderá não ser tão rica, sempre com parceiros de primeiro plano”, frisou Nuno Vassalo e Silva, Diretor do Museu Gulbenkian.

Fundação Calouste Gulbenkian, que teve como ponto de partida a mostra «José Almada Negreiros: uma maneira de ser moderno», realizada em Lisboa, a que se seguiu, no Porto, a mostra «José de Almada Negreiros: desenho em ALGARVE INFORMATIVO #163

A curadoria da exposição coube a Mariana Pinto dos Santos, que lembra as múltiplas linguagens artísticas por onde deambulou José de Almada Negreiros. Por isso, a par dos quadros, desenhos e gravuras, podem-se encontrar também exemplos da sua obra literária e poética no Museu Municipal de Tavira, “um espaço muito bonito que nos permitiu tratar este tema com um particular cuidado e onde existe, até, uma relação mais íntima entre as obras”, explicou durante uma visita com elementos da imprensa regional do Algarve. “Há uma 88


sala bastante pequena onde estão, por exemplo, apenas três obras, o que permite uma leitura diferente. A exposição ocorrida, em 2017, na Fundação Calouste Gulbenkian apresentou uma visão renovada, com várias perspetivas diferentes sobre a obra do Almada Negreiros. Em Tavira aprofundamos uma dessas perspetivas, olhando para a representação feminina na sua obra. A mulher foi objeto da pintura e da escultura ao longo da história da arte ocidental – com todas as implicações que a palavra «objeto» traz consigo – e esta exposição convida a uma reflexão 89

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sobre como a mulher operou, enquanto representada na obra de Almada Negreiros, mas em toda a modernidade”. Pode-se dizer, então, que a exposiçãoALGARVE INFORMATIVO #163

mãe realizada na Fundação Calouste Gulbenkian abriu a possibilidade de se explorarem outras direções, como se verificou, primeiro no Porto, agora em Tavira. “A mulher foi instrumentalizada, mas também foi 90


um agente de modernidade nos seus processos de emancipação, que não estão ainda de todo fechados. Para quem já conhece a obra de Almada Negreiros, este é um convite à reflexão sobre um tema específico que, se calhar, ficaria diluído numa mostra mais vasta. Mas esta também pode ser uma excelente via para se ter um primeiro contato com o Almada Negreiros, porque a representação feminina é uma constante na sua obra, tanto literária como plástica”, referiu Mariana Pinto dos Santos, dando o exemplo do nu que fez para o Bristol Clube, em 1926, assim como do autorretrato «As Banhistas». “Foi ele também o autor do retrato icónico de Fernando Pessoa que toda a gente conhece e vê reproduzido em todo o lado”, acrescentou. Mariana Pinto dos Santos sublinha ainda a componente documental da exposição «Mulheres Modernas na obra de José de Almada Negreiros», porque muitos artistas, e Almada Negreiros em particular, trabalharam bastante para jornais com desenhos e caricaturas. “Os jornais eram um veículo de divulgação enorme desta linguagem da modernidade e a mulher começa a surgir representada de uma maneira 91

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diferente do habitual: a fumar, a fazer desporto, a cantar e a dançar. Há elogios de Almada Negreiros às mulheres ativas, que saiam fora daquela ideia de contemplação passiva. Algumas das suas obras icónicas mostram mulheres à mesa do café «A Brasileira», o que não era bem-visto, ou duas mulheres sozinhas na praia, o que também não era visto com bons olhos naquela época”, aponta a curadora, evidenciando que a existência de 10 salas no Museu Municipal de Tavira permitiu a construção de pequenas histórias ao longo da exposição. “Houve um cuidado na seleção dos textos para que dialogassem com as obras que estão expostas em cada sala. Numa sala encontram-se retratos mais eróticos, o visitante torna-se quase um voyeur, e

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um dos excertos de texto é do conto futurista «K4 O Quadrado Azul», publicado em 1917, onde o protagonista masculino acorda de repente dentro do corpo da sua amante. Esta ambiguidade entre homem e mulher é um sintoma de algumas experiências literárias que se estavam a fazer naquele momento de transição de papéis entre sexos”. Estamos, então, perante uma exposição quase personalizada, feita à medida do Palácio da Galeria de Tavira e que dificilmente se conseguiria montar num espaço diferente, confirma Nuno Vassalo e Silva, Diretor do Museu Gulbenkian. “Os nossos projetos dialogam sempre com o espaço onde

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têm lugar, com a comunidade envolvente e com o espírito de programação de cada galeria. É uma itinerância, uma abertura de portas da Fundação Calouste Gulbenkian, que procura representar uma mais-valia para os locais onde são apresentadas as exposições” .

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OPINIÃO

Até sempre, amigo! Paulo Cunha (Professor) om o acumular dos anos, cada vez mais são as partidas que a vida nos vai pregando, encarregando-se de levar do mundo dos vivos, amigos a quem, hoje, só nos resta apenas ter vivos na nossa memória. Desde jovem que tenho tido o desgosto e o pesar de ver partir amigos que tanto ainda me/nos tinham para dar. Mais do que tudo o que deixaram por viver, ficámos privados de tudo o que nos teriam ainda para oferecer e feito viver. Por isso mesmo, quando morre alguém que nos é próximo e querido, morre também um pouco de nós! Recordo-me com mágoa, profunda tristeza e infindável saudade de um músico que, em 1993, convidei para integrar o Grupo de Música Tradicional Portuguesa do Conservatório de Música do Algarve (posteriormente designado Váde-Viró). Nos quatro anos em que com ele, eu e os meus antigos companheiros, tivemos o prazer de desfrutar da sua musicalidade, generosidade e disponibilidade, aprendemos que um grande músico só o é quando, à sua musicalidade, junta a grandiosidade enquanto ser humano. Em 1997, tivemos a prova que a estirpe e os atributos de um artista não são medidos nem avaliados pela sua formação, mas sim por aquilo que, em sociedade e para a sociedade, é capaz de transmitir e partilhar. Sem nos darmos conta do seu estado de saúde, aceitámos ir tocar graciosamente a um lar de terceira idade, onde a música regional algarvia tocada em acordeão seria o «prato forte». Ora, como seria de prever, a interação com os seus utentes foi amplamente rica e enriquecedora, tendo o público reconhecido muitas das músicas tradicionais que interpretávamos. No meio de tantas trocas e baldrocas musicais, nem me dei conta que, de música para música, o «nosso» Henrique Guerreiro ia desfalecendo. Já com a atuação terminada, e face às múltiplas solicitações para mais um «encore», desafiei-o para tocar a música Alma Algarvia. Com a tez empalidecida e suada, não nos negou o seu último corridinho, que num andamento dolente e arrastado, me/nos alertou para a gravidade do seu estado de saúde. Foi a sua

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última atuação. Um mês depois, deixava o Algarve mais pobre, votando os grupos musicais e alunos com quem trabalhava à orfandade de um excelente companheiro de lides musicais e de um incansável e dedicado professor. Volvidos mais de vinte anos, ainda hoje sinto um calafrio a percorrer-me a espinha e os olhos a lacrimejar quando me recordo da homenagem que, em jeito de despedida, grande parte dos acordeonistas farenses lhe prestou. Não contendo a comoção, tive que sair da sala da igreja onde o seu corpo estava a ser velado, tal a mistura de sentimentos que em mim fizeram despoletar uma enorme vontade de chorar. Vê-los, rodeando o caixão aberto onde o seu corpo, serenamente, jazia, a tocar as músicas que, em vida, os uniram ao Henrique, foi um momento único e inolvidável, que ainda hoje tenho alguma dificuldade em descrever. Como última música, tocaram a Alma Algarvia com tal beleza, pujança, grandiosidade… e alma, que deixaram em todos os presentes a certeza de que, provavelmente, nunca mais ouviriam uma interpretação idêntica. É este espírito de camaradagem, de solidariedade, de gratidão e de reconhecimento, só ao alcance de alguns mortais, que aqui quero celebrar e homenagear. Para além da sua arte e engenho, conseguem, na vida e na morte, partilhar a sua nobreza de sentimentos com os seus congéneres, e isso não é coisa pouca! Na reta final e com a meta, previsivelmente, à vista, na altura de todos os balanços, começamos – finalmente – a entender a importância que determinadas pessoas tiveram/têm na nossa vida. Enquanto eterno aspirante a músico, confesso que, ao contrário de muitos, não ando distraído, por isso consigo detetar nobreza nos pequenos/grandes gestos de pessoas-enormes com quem tenho o privilégio de privar. São amigos que não precisam de o afirmar. São aqueles que, tal como o que aconteceu com o meu saudoso Henrique Guerreiro, quererei a circundar-me, festejando com música a minha passagem pela sua vida. Não presenciarei o seu gesto, mas sei, por antecipação, que neles continuarei vivo. É essa a eternidade que almejo! . 98


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Bonecas e outras virtualidades Adília César (Escritora) “Meu corpo é o contrário de uma utopia, é o que nunca está sob outro céu, é o lugar absoluto, o pequeno fragmento de espaço com o qual, em sentido estrito, eu me corporizo. Meu corpo, topia desapiedada”. Michel Foucault

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ma boneca, sem almofada nem pedestal. Apenas o perfume da espera, a embrulhar um sorriso perfeito, suspenso no silêncio do quarto. Permanece na comodidade do seu drama, num monólogo subtil da imagem que oferece às paredes. Por vezes, uma sombra. Ou um brilho. E nunca, mas nunca, a respiração. Por isso, ela pensa que está viva, mas não conhece a sua verdadeira condição. A porta abre-se em ângulo obtuso e o mundo agora é outro, ainda sombrio e virtual, mas partidário da emoção do que afinal não aconteceu. Esse é o melhor momento do dia, quando o quarto cósmico se acende com as estrelas que vêm de longe, só para enfeitar a boneca que se abandona ao destino. Ela sabe o perigo que corre: não há lugar para as sereias nas camas dos amantes, não existe imunidade para os pecados amorosos. As pétalas frescas das rosas irão secar, mesmo que a eternidade lhes seja pedida. Apenas a desilusão, o vício, o rasto do sangue e do fogo, tudo amassado e transformado em prazer fácil no quarto efémero. É só isso que sobra de cada vez que um homem sai por aquela porta. Depois, as estrelas apagam-se no abandono do corpo imóvel da boneca. Um sono intranquilo, entrecortado pelas palavras bonitas que se debatem para sobreviver naquele cenário feito à justa medida dos grandes olhos dos ecrãs tecnológicos, dos dedos e do coração incessantemente ligados à virtualidade, ao mapa de uma falsa espécie de amor que quase sempre conduz a um ponto sem retorno. O aparelho tecnológico como instrumento de satisfação, logo, inútil e enganador. Um sonho animado pelos efeitos especiais de uma boneca viva em pose sedutora. Autorretratos de uma mesma boneca outra vez virgem, de cada vez que um homem voltar a entrar naquele quarto. Outros autorretratos se seguirão, outros homens, outros sonhos, outros fogos, outras cinzas. Um leve pestanejar, um suspiro. Sei de uma boneca, mas ela não sabe de mim. Outra vez. Mas não posso participar na composição deste ultraje a

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que ela se sujeita. Preciso de lhe dizer, com urgência e clareza, que o seu corpo é uma topia desapiedada, é o contrário de uma utopia, é o que nunca está sob outro céu, é o lugar absoluto, o pequeno fragmento de espaço com o qual, em sentido estrito, ela se corporiza. Quero montar uma operação de salvamento e ensaiar todos os procedimentos necessários a um acontecimento com aquelas características, mas estou sozinha na demanda, porventura destinada ao fracasso. Quero definir evidências concretas de um lugar verdadeiro e detalhado que se equilibra sem esforço numa linha entre a demonstração da realidade e o sonho absoluto. Quero abanar violentamente a boneca lânguida, mostrar-lhe todas as possibilidades, todos os dramas, todas as rotas de colisão, todos os desastres sentimentais daquele pano de fundo abrilhantado de pixéis. Mas a boneca não me ouve, nenhuma boneca me ouve. O tempo passa, encosta-se às paredes para descansar. Eu enrosco-me numa coluna de força, enquanto recuso todos os significados da derrota, esta sensação agoniante de não ter um discurso audível perante o desastre alheio: a imagem cruel da boneca esvaziada de sentido, noite após noite é o que perdura. Dorme, bonequinha, dorme. Vê os fios frágeis de luz na persiana. Mas nada temas. O fio vai partir? Não. A fragilidade torna-te mais forte, quando tiveres consciência das tuas fraquezas. É tão longe voltar atrás. O tempo apenas existe no presente e isso é maravilhoso porque o teu fio ainda não se partiu. Por fim, a boneca esconde-se no sítio mais obscuro do afecto e ergue-se das cinzas, sã e salva: desliga todos os ecrãs virtuais e descreve pormenorizadamente, em voz alta, as linhas que compõem a sua essência verdadeira. Agora, ela é uma mulher, esplendor de uma forma gigantesca que engrandece a partir de dentro e reconstitui a consciência da sua verdade: o lugar-corpo de todo o universo feminino a partir da sua essência .

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OPINIÃO

Eu pinto – Exposição de Guilherme Pinto Mirian Tavares (Professora)

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anacronismo crónico. Mas esquecem que o ós não escolhemos o caminho expressionismo existe antes e depois do da arte. É a arte que nos movimento que consagrou a nomenclatura e escolhe. Dizia um amigo pintor o estilo, marcantes na arte europeia desde a noutro dia, enquanto passagem do séc. XIX para o séc. XX. comíamos e falávamos do seu Retomado em meados deste conturbado tema predileto: a criação artística. Ele que foi século que viu duas grandes guerras e que viver em Londres, a trabalhar em qualquer assistiu à derrota, e ao renascimento, do coisa que aparecesse para conseguir sustentar pensamento cientificista e das utopias o seu sonho – pintar. Ele que continua a fazer modernistas. experiências, passados já muitos anos e com O Expressionismo, como movimento, teve seu nome, e obra, reconhecidos. Ele que não data de nascimento e de morte, mas como para de pintar e que faz do seu gesto uma modus operandi aparece, no mundo continuidade daquilo que ele é e que o faz. ocidental, desde o período helenístico e Penso sempre nisso, na ideia de que aqueles reaparece nos a quem a arte chamados escolhe, dela maneirismos, “Ici l’action se simplifie dificilmente J’ai renversé le paysage inexplicable du mensonge explodindo de conseguem fugir. J’ai renversé les gestes sans lumière et les jours impuissants forma clara no É o caso do J’ai par-dessus terre jeté les propos lus et entendus romantismo, Guilherme Pinto. Je me mets à crier”. movimento que Desde criança Paul Éluard consagrava à arte pintava, o lugar do desenhava, encontro do artista consigo mesmo, com suas rabiscava. Gesto que foi contido, ou interdito, angústias, medos e desejos, com a sua porque a arte é, para alguns pais, uma perda consciência de que a natureza, mesmo com de tempo. Mal se dão conta que, apesar do toda a tecnologia que despontava, era caminho árduo que a arte representa, que incontrolável e que as pessoas são minúsculas pode não desembocar em lugar algum, ela é diante do universo e de tudo que não uma forma de salvação, ela é uma maneira de entendem. E a arte tornou-se o lugar destes dizer ao mundo o que não se consegue encontros, destas possibilidades de fala, de expressar de outra forma. nudez necessária para que o artista pudesse, Os quadros que o jovem artista apresenta de alguma maneira, sobreviver. E é esta na sua exposição, intitulada de forma herança que está patente nos gestos de inequívoca, eu pinto, diz muito do que se trata Guilherme Pinto. Que foram contidos na o seu trabalho. Ele pinta, e ele é também infância e que reaparecem com força, como aquilo que pinta. Os traços expressivos, as um rio que não se deixa aprisionar pelas texturas, as formas informes e até margens, como uma voz que deve sair para tenebrosas, são a sua linguagem neste que o artista não precise esconder-se de si preciso instante. Há sempre quem acredite mesmo e do seu desígnio. A arte é um grito. E que uma pintura de carácter expressionista, alguns conseguem fazer-se ouvir . nos tempos que correm, sofre de

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ALTURA CONSOLIDA TRADIÇÃO RELIGIOSA DAS FESTAS EM HONRA DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

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ltura acolheu, no fim-desemana de 6 a 8 de julho, as Festas em Honra do Imaculado Coração de Maria, santa padroeira desta freguesia e cuja expressão de fé se consolida na Procissão em Honra do Imaculado Coração de Maria, que decorreu ao final da tarde do domingo. Razão principal destas celebrações, a fé e tradição religiosa têm ganho uma maior ALGARVE INFORMATIVO #163

expressividade ao longo dos anos, adquirindo espaço junto da comunidade alturense, mas atraindo também os turistas que escolhem Altura como destino de férias. O artesanato é outro dos motes destas Festas, com cerca de 50 expositores, artesãos com demonstrações das suas artes e uma enorme variedade de venda de doces e iguarias locais e regionais. O cartaz musical completou o programa e pelo 106


palco passaram Luís Gomes e Dr. López, na sexta-feira, os grupos de dança «Arutla» e «Super Flash» e a Marcha Popular da Bordeira, no sábado, e a «Bando dos Quatro» e o grupo «ÁTOA» no domingo. No mesmo dia, a Associação Cultural Amendoeiras em Flor protagonizou um desfile etnográfico. As Festas em Honra do Imaculado Coração de Maria são uma organização conjunta da Paróquia de Altura, Junta de 107

Freguesia de Altura, Clube Recreativo Alturense, Irmandade do Imaculado Coração de Maria e Câmara Municipal de Castro Marim . ALGARVE INFORMATIVO #163


ATUALIDADE

REPROGRAMAÇÃO DO CRESC ALGARVE 2020 FOI APROVADA PELA COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO proposta de reprogramação do CRESC Algarve 2020 foi aprovada pela Comissão de Acompanhamento, numa reunião onde o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, Francisco Serra, deu conhecimento que “a taxa de execução dos fundos está em 15 por cento”, em linha com os demais Programas Operacionais Regionais. Segundo Francisco Serra, que desempenha igualmente as funções de presidente da Comissão Diretiva do CRESC Algarve 2020, “a proposta de reprogramação que vamos defender junto da União Europeia aposta na qualificação e promoção do emprego, na continuidade do apoio ao investimento em inovação nas empresas, no reforço da política de emprego e do apoio ao empreendedorismo de base local, em investimentos de proximidade em equipamentos e infraestruturas de serviços básicos, favorecendo a coesão social e a competitividade territorial e intensifica a aposta na área da mobilidade urbana sustentável”, domínios que viram as respetivas

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dotações reforçadas num exercício que envolveu cerca de dez por cento dos fundos da União Europeia (FEDER e FSE) atribuídos ao Algarve. Durante a reunião, Francisco Serra fez um balanço dos seis debates públicos sobre a estratégia regional pós-2020 e anunciou um

segundo ciclo de sessões a realizar no próximo outono, perante cerca de 50 representantes das autarquias locais, instituições do ensino superior e da sociedade civil, bem como do Estado português e da União Europeia, que integram a Comissão de Acompanhamento e são responsáveis por analisar e aprovar a metodologia e os critérios de seleção, os relatórios de execução e outras matérias relacionadas com o CRESC Algarve 2020, o principal instrumento financeiro de apoio ao desenvolvimento regional do Algarve . 108


EMPRESA ALGARVIA LANÇA PEIXE ROBOT COM POTENCIALIDADES TERAPÊUTICAS pós vários anos de desenvolvimento e adaptação ao mercado europeu, a tecnológica algarvia Sirius Robotics, apresentou o Infante, um peixe robot, o único na Europa, que, mais do que uma peça de alta tecnologia, é também uma ferramenta terapêutica, aproveitando movimentos fluídos e independentes que fazem os utilizadores esquecer que estão face a um robot e promovendo uma sensação de relaxamento e descontração, mesmo em ambientes de desgaste emocional como salas de espera ou de tratamentos. Totalmente autónomo, o Infante, assim apelidado em honra de um dos mais marcantes portugueses de todos os tempos e aquele a quem é atribuído o arranque dos Descobrimentos, tem

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capacidade de nadar ininterruptamente durante 16 horas, com reduzido impacto nos outros seres marinhos que com ele partilham as águas e nadam. Não só se parece com um verdadeiro peixe, como também nada como um. O peixe robótico da Sirius tem inteligência artificial e navegação autónoma, move a cabeça e as barbatanas reagindo aos obstáculos, mas pode também ser controlado a partir de uma aplicação instalada num telemóvel. O Infante é mais uma aposta da Sirius Robotics, pioneira em R&D em robótica avançada, inteligência artificial e robótica de consumo. A empresa tecnológica algarvia lançou mesmo uma loja online de robótica virada essencialmente para o consumidor final, onde também é possível conhecer melhor e adquirir o Infante, entre muitas outras opções, com destaque para robots educacionais e de entretenimento .

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UNIVERSIDADE DO ALGARVE PROMOVE TECNOLOGIA NOS EUA

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Universidade do Algarve realizou, entre os dias 20 de junho e 6 de julho, várias visitas a escolas, universidades e empresas nos Estados Unidos da América, com o intuito de divulgar e protocolar o licenciamento da sua plataforma «MILAGE APRENDER+». Com o apoio de Pedro Oliveira, cônsul de Portugal em Newark, e José Adão, adjunto de coordenação do Ensino Português nos Estados Unidos da América, foram realizadas diversas apresentações nas Escolas Públicas de Newark, com vista ao

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desenvolvimento de um projetopiloto de utilização da plataforma naquelas escolas. Lideradas por Mauro Figueiredo, investigador responsável pela criação da plataforma e docente da UAlg, foram ainda realizadas apresentações nas escolas públicas de Miami-Dade com o mesmo objetivo. Por último, tiveram lugar reuniões, coordenadas por Hugo Barros, da Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia (CRIA) da Universidade do Algarve, com empresas que desenvolvem projetos educativos em áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática tendo em vista futuras parcerias para a utilização da plataforma «MILAGE APRENDER+». A app foi desenvolvida para o ensino da matemática e implementa um método pedagógico inovador que estimula a aprendizagem autónoma. Com esta aplicação, os alunos podem resolver exercícios, do 1.º ao 12.º anos, na sala de aula ou de forma autónoma. Mais de 10 mil alunos usam esta aplicação disponível em várias línguas. A presente ação foi dinamizada ao abrigo do projeto TT 2.0 – Transferência de Tecnologia e Conhecimento para o Mercado, cofinanciado pelo PO CRESC Algarve 2020, através do Sistema de Apoio a Ações Coletivas – Transferência do Conhecimento Científico e Tecnológico .

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PARTICIPANTES DAS OLIMPÍADAS JOVEM PREMIADOS PELO MUNICÍPIO DE LAGOA Câmara Municipal de Lagoa entregou, no final de junho, nas festas de encerramento do ano letivo decorridas nos agrupamentos de escolas do concelho, os prémios relativos às Olimpíadas Jovem. A iniciativa, que permite aos jovens de 1.º Ciclo do Ensino Público do concelho competir em vários encontros e modalidades desportivas ao longo do ano letivo, desenvolve ainda o estímulo para o contacto com a prática desportiva e a adoção de estilos de vida saudáveis. Ao longo dos três períodos do ano escolar, os 10 encontros, realizados sempre aos sábados, possibilitaram aos alunos a experimentação de modalidades desportivas consolidadas no concelho, como é o caso do Andebol, Badmínton, Canoagem, Basquetebol, Atletismo, Natação, Futebol e Artes Marciais, e posterior integração em clubes e associações locais. Participaram nos

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encontros 147 crianças, acompanhadas por técnicos da autarquia e dos respetivos clubes concelhios, o que corresponde a 16,61 por cento do total dos inscritos do 1.º Ciclo do Ensino Público em Lagoa, 80 do género masculino (54,42 por cento) e 67 do género feminino (45,58 por cento). Para a atribuição de prémios foram tidos em linha de conta o número de presenças nos encontros e as bonificações por Destaque, Fair-Play e Aproveitamento Escolar. Entre os prémios contam-se vouchers de 50 euros para compra de material desportivo aos cinco rapazes e cinco raparigas classificados nos primeiros lugares e um voucher coletivo de 250 euros para compra de material escolar destinado à EB1 de Estômbar, por ter registado o maior número de participantes no evento, tendo em conta a média ponderada do universo de alunos. As Olimpíadas Jovem inserem-se no Eixo 1 – Desporto para Todos, da Estratégia de Desenvolvimento Desportivo do Município de Lagoa . ALGARVE INFORMATIVO #163


ATUALIDADE

FAROL DE ALFANZINA - CARVO ABRE AO PÚBLICO EM JULHO E

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OEIRO AGOSTO

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Câmara Municipal de Lagoa assinou, no dia 3 de julho, em Faro, um protocolo de colaboração com a DireçãoGeral da Autoridade Marítima e o Lagoa Académico Clube com o objetivo de garantir a visita ao Farol de Alfanzina, em Carvoeiro, durante os meses de julho e agosto, mediante um serviço de voluntariado que cative jovens para o trabalho. As visitas serão efetuadas até ao dia 31 de agosto, de terçafeira a domingo, entre as 14h30 e as 18h30, com o apoio de jovens voluntários entre os 16 e os 30 anos que se candidataram ao programa de ocupação dos tempos livres do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), «Geração Z», através do Portal da Juventude. O Farol de Alfanzina é um dos 30 faróis do Continente, seis dos quais no Algarve, sendo uma infraestrutura de apoio à navegação e garantindo a segurança ao tráfego marítimo. Este protocolo surge com o sentido de fomentar e promover o voluntariado e, mais concretamente, o voluntariado cultural, não só no Farol de Alfanzina, mas também noutras atividades que sejam consentâneas com os princípios em causa. A autarquia de Lagoa pretende, assim, desenvolver um conjunto de iniciativas que diversifiquem, qualifiquem e inovem as políticas culturais; valorizem o património histórico e museológico, os valores da cultura imaterial presente no seu território; e garantam o contacto e a interatividade das comunidades locais. Ao Lagoa Académico Clube, parceiro no protocolo, cabe articular com os jovens voluntários as visitas ao Farol de Alfanzina no âmbito do voluntariado como uma atividade inerente ao exercício de cidadania, traduzível em ações de solidariedade, altruísmo, boaspráticas sociais para com o próximo e o mundo envolvente, exercida de forma livre e organizada .

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ALA DOS NAMORADOS COMEMORA 25 ANOS DE CARREIRA EM LOULÉ

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o âmbito do Loulé Summer 2018, a Ala dos Namorados, liderada pela inconfundível voz do louletano Nuno Guerreiro, apresenta-se em Loulé para o primeiro concerto oficial da celebração dos 25 anos de música de uma das bandas portuguesas de maior longevidade. O espetáculo decorre a 4 de agosto, pelas 22h, no Largo do Monumento Eng.º Duarte Pacheco, e vai contar com as participações de Sara Tavares, Vitorino, Shout e Orquestra Clássica do Sul. Prevê-se um espetáculo ímpar onde se poderão ouvir todos os êxitos do grupo, numa sucessão de temas como «Os Loucos de Lisboa», «Caçador de Sóis», «Solta-se o Beijo» ou «A História do Zé Passarinho», que irão lembrar o lugar que a Ala dos Namorados ocupa na história da música popular portuguesa. Um momento que será ainda mais emotivo pelo facto de Nuno Guerreiro atuar «em casa», perante os seus conterrâneos. Certamente não há outra banda em Portugal que alie de forma tão perfeita sons de tantas correntes musicais distintas com uma escrita tão aprimorada e uma voz tão cativante e singular. Um sucesso

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que resulta de uma combinação singular e inimitável na música da Ala dos Namorados, em que cabem a canção ligeira portuguesa de travo clássico, o jazz de apelo popular, a pop mais desempoeirada, o fado no seu registo mais cançonetista e uma transversal capacidade

para fazer de todos estes géneros uma experiência única e personalizada. Tudo porque sempre houve um triângulo de iluminada cumplicidade e de uma inspirada convergência de talentos: a mestria melódica de Manuel Paulo e João Gil na composição; a riqueza narrativa da escrita de João Monge, capaz de captar na perfeição o quotidiano das cidades portuguesas; e a voz versátil e emotiva de Nuno Guerreiro . 114


PROTEÇÃO CIVIL DE LOULÉ PROMOVE REUNIÕES NO PERÍODO CRÍTICO DE INCÊNDIOS Município de Loulé, através do seu Serviço de Proteção Civil, Segurança e Florestas, vai levar a cabo um conjunto de reuniões operacionais durante os meses de julho, agosto e setembro, durante o período critico estabelecido para os incêndios florestais, à imagem do que foi promovido em período homólogo em 2017 e com bons resultados. Estas reuniões são fundamentalmente de carácter operacional e têm como principal objetivo a interligação permanente e a partilha de informação e monotorização entre as entidades e serviços que a nível municipal constituem ou colaboram no dispositivo para a Defesa da Floresta Contra Incêndios, estando prevista a realização de sete reuniões no período de 1 de julho a 30 de setembro.

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Além do executivo municipal e do Serviço Municipal de Proteção Civil, estão presentes neste fórum quinzenal a Guarda Nacional Republicana, Bombeiros, Equipa Municipal de Intervenção Florestal, Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão, Exército Português, representantes das Associações e Clubes de Caça do Concelho, Juntas de Freguesia e Unidades Orgânicas da Câmara Municipal com intervenção nesta matéria. Recorde-se que, de acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, no Algarve é o município de Loulé que tem o maior número de aldeias e aglomerados integrados nas quatro freguesias (141), distribuídas por Alte (33), Ameixial (16), Salir (54) e União de Freguesias (38), consideradas com o primeiro grau de prioridade no âmbito Defesa da Floresta Contra Incêndios .

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ATUALIDADE

«TAVIRA - FÉRIAS ATIVAS» PERMITE ABERTURA DE IGREJAS DURANTE O VERÃO

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o âmbito do Programa Municipal «Tavira – Férias Ativas» encontram-se abertas ao público, até dia 30 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 10h15 às 12h20 e das 14h30 às 17h45, 13 igrejas da cidade, ALGARVE INFORMATIVO #163

designadamente: Igreja Matriz de Santiago, Igreja do Antigo Convento de Nossa Senhora da Ajuda (ou de São Paulo), Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, Capela de Nossa Senhora da Piedade, Capela de Nossa Senhora da Consolação, Igreja de Nossa Senhora do 116


Livramento, Igreja da Venerável Ordem de São Francisco, Igreja de São José, Igreja da Misericórdia, Igreja de Santa Maria do Castelo, Igreja das Ondas e as Ermidas de Santa Ana e de São Sebastião.

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Destinado a proporcionar o aproveitamento dos tempos livres dos jovens no período de pausa escolar de Verão, o programa proporciona a abertura das igrejas como forma de valorização do património religioso do concelho. Visa ainda promover o contacto direto dos jovens com a vida ativa, incutindo-lhes valores cívicos e responsabilidades, bem como melhorar o conhecimento da realidade onde se inserem, designadamente nas suas vertentes histórica, cultural e social. Os jovens que integram o «Tavira-Férias Ativas» participam numa sessão de informação/sensibilizaç ão relativa à atividade que vão desenvolver. A duração da atividade corresponde a um mês para cada jovem (julho ou agosto), sendo atribuída uma bolsa de participação. São parceiros neste programa a Fábrica da Igreja Paroquial de Santa Maria do Castelo, Fábrica da Igreja Paroquial de Santiago, Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, Ordem Franciscana Secular de Tavira (O.F.S.) e Santa Casa da Misericórdia de Tavira . ALGARVE INFORMATIVO #163


ATUALIDADE

NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO ARQUEOLÓGICA DE VILA DO BISPO RECEBE 1.º PORTUGAL VALE BOI SCHOLARSHIP o longo do mês de julho, o Núcleo de Investigação Arqueológica de Vila do Bispo recebe a primeira campanha Portugal Vale Boi Scholarship, durante a qual os alunos do Institute For Field Research, uma escola internacional de arqueologia de campo, desenvolvem trabalhos integrados no projeto de investigação da Universidade do Algarve do sítio arqueológico de Vale de Boi. Trata-se da mais extensa e uma das mais significativas jazidas paleolíticas identificadas na Península Ibérica, com os mais antigos registos de ocupação humana conhecidos no sul peninsular e que remontam há 33 mil anos. O Institute For Field Research está sedeado nos Estados Unidos da América e apoia e participa em projetos de investigação desenvolvidos em cinco continentes e 22 países, por via de 47 Escolas de Campo, entre as quais se integra a Escola Internacional de Arqueologia de Vale de Boi. O Núcleo de Investigação Arqueológica de Vila do Bispo foi criado em março do corrente ano com o objetivo de captar, acolher e potenciar a investigação arqueológica do concelho de Vila do Bispo. Sedeado no Centro de Acolhimento à Investigação de Vila do Bispo (CAI-VB), instalações municipais que reabilitaram o desativado Jardim-de-Infância de Budens, este equipamento oferece aos investigadores

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uma sala de aulas, gabinete de coordenação, área de tratamento de materiais e reservas arqueológicas intermédias.

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Nesta parceria entre o Município de Vila do Bispo, a Universidade do Algarve, o ICArEHB - Interdisciplinary Center for Archaeology and Evolution of Human Behaviour e o IFR, a componente letiva é assegurada por docentes da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve, nomeadamente por Nuno Bicho e João Cascalheira. O protocolo de colaboração interinstitucional garante, nos próximos

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anos, o financiamento e a continuidade da investigação do sítio arqueológico de Vale de Boi. Além dos avanços científicos e de um maior conhecimento relativo ao nosso mais remoto passado humano, a Escola Internacional de Arqueologia de Vale de Boi contribuirá para a valorização do sítio arqueológico, para a animação sociocultural das aldeias de Vale de Boi e de Budens, bem como para a divulgação internacional do próprio Concelho de Vila do Bispo .

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ATUALIDADE

MUNICÍPIO DE ALBUFEIRA INCENTIVA CAPACIDADE EMPREENDEDORA DOS JOVENS Município de Albufeira implementou, pelo terceiro ano consecutivo, o programa «Aprender a Empreender», nos três agrupamentos de escolas do concelho. Trata-se de uma iniciativa da responsabilidade da associação Junior Achievment Portugal (JA), a que a autarquia se associou através da formalização de um protocolo de cooperação, que tem por objetivo desenvolver nos jovens (dos 6 aos 30 anos) a sua capacidade empreendedora, o gosto pelo risco, a criatividade e a inovação. No ano letivo de 2017-2018 participaram no projeto duas escolas do 1.º Ciclo (EB1 Vale Pedras e Ferreiras), três escolas do 2.º e 3.º Ciclo (EB2,3 Dr. Francisco Cabrita e EB2,3 Profª Diamantina Negrão, EB2,3 de Paderne) e uma escola secundária. O programa integrou 19 sessões de 50 minutos, divididas por três temáticas distintas de acordo com o grau de ensino: «A Comunidade» (1.º Ciclo), «A Europa e Eu» (2.º Ciclo) e «Economia para o Sucesso» (3.º Ciclo). No total, a iniciativa envolveu 81 alunos, seis turmas, seis professores e seis voluntários, funcionários de diferentes unidades orgânicas da Câmara Municipal de Albufeira (quatro Divisões e três Departamentos). A JA Portugal inspira e prepara crianças e jovens para terem sucesso numa

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economia global através de experiências transformadoras com base em três pilares fundamentais: Cidadania e Literacia Financeira, Educação para o Empreendedorismo e Competências para a empregabilidade. Os alunos estão no centro da estratégia e da metodologia utilizada – aprendem fazendo, cometem erros, no ambiente protegido da escola, com o apoio de voluntários ligados ao mundo do trabalho e do professor. Desenvolvem competências na área da liderança, tomada de decisões, resistência ao fracasso, trabalho em equipa, técnicas de apresentação e comunicação oral. A associação é a congénere portuguesa da Junior Achievment, criada em 1919 nos E.U.A., a maior e mais antiga organização mundial de educação para o empreendedorismo. Atualmente, através de uma rede com mais de 130 mil voluntários e professores na Europa e 450 mil em todo o mundo, está presente em 122 países, dos quais 39 são na Europa, e chega a mais de 10 milhões de alunos, dos quais três milhões são europeus .

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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 5852 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina

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